Linguagem e Argumentação - Nara Sgarbi - UNIGRAN
Aula 05
MECANISMOS DE
CONSTRUÇÃO TEXTUAL
Caro(a) aluno(a),
Dando continuidade aos nossos estudos, esta aula abordará questões pontuais sobre
o texto! Você deve estar se perguntando por que sobre ainda o texto?!
Bem, o motivo é porque esta disciplina tem o grande objetivo de propiciar condições
para que vocês se tornem leitores e redatores críticos; que dominem a norma culta, os recursos
expressivos da língua que viabilizam a elaboração textual coesa e coerente. Daí, insistentemente,
em nossas aulas, não nos distanciaremos da teoria da linguística textual que investiga o texto
como unidade básica de manifestações da linguagem.
Bons estudos!
Que tal!? Disposto a começar??
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão
desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• Compreender o que é Linguística textual e perceber a sua importância para os
estudos do e no texto;
• Entender os mecanismos do texto escrito;
• Entender e reconhecer os elementos da textualidade.
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Seções de estudo
Seção 1 Seção 2
Seção 3 Linguística Textual
O ato de escrever
Textualidade
Então, vamos em frente?!
“Escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não
é palavra.” [Elena Losada Soler]
Ok! Vamos em frente!
Nesta aula abordaremos os estudos sobre os mecanismos de construção textual. Para
tal, faremos uso de trechos de um texto de Maria da Graça Costa Val (1999), que é considerada
referência em tais estudos. Pensamos que essas ideias auxiliarão a todos vocês na concretude
da ação de “tecer” seus textos com qualidade.
Antes vamos, de maneira bastante rápida, abordar alguns temas que circundam a
ciência da linguística textual.
Seção 1 Linguística Textual
Ribeiro (2006), em seu texto “Gramática Aplicada da Língua Portuguesa”, nos
Linguagem e Argumentação - Nara Maria Fiel de quevedo Sgarbi – UNIGRAN, lembra que
há um bom tempo vem crescendo o número de pesquisadores que se interessam sobre as questões
pertinentes ao texto, ou melhor, os pesquisadores que estudam “as teorias da Linguística textual”
têm crescido consideravelmente.
Quando enveredamos pelos caminhos da Linguística textual (LT), acabamos por perceber
muitos pontos que se “encaixam” com a Análise do Discurso (AD), por isso alguns teóricos não
pontuam grandes diferenças entre a AD e a LT, porém os usos variam e há, então, a possibilidade
de se distinguir o texto e o discurso.
O texto seria o produto físico e o discurso um processo
eficaz, dinâmico de expressão e interpretação. Como assim?
Entenderam? Então vamos pensar um pouco mais!
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O discurso, com sua função e modo de operação, pode ser observado com técnicas
psicolinguísticas e sociolinguísticas, além das técnicas linguísticas habituais. Outros
apontamentos entre os dois conceitos são bastante comuns em variados textos que discorrem
sobre os temas; mas o que pretendemos apresentar para você acadêmico do curso de Serviço
Social é, justamente, uma posição que o conduza ao entendimento adequado à diversidade
textual com que se deparará ao longo de seu curso e de sua vida profissional.
Há também o estudo da análise conversacional, nesse estudo o foco são as construções
textuais que perfazem a prática comum no dia a dia de todos nós, além de investigar, também,
o espaço privilegiado para a construção de identidades sociais no contexto real.
Um dos grandes teóricos que trabalha com a análise da
conversação é Luis Antônio Marcuschi (vale a pena ler seus textos!).
Mas, especificamente, em nossa aula, a preocupação ou a linha de investigação que
seguimos toma a direção do texto escrito. Para isso vamos começar a pensar nesse texto e em
sua organização, em sua construção.
Podemos definir texto como uma situação comunicativa, seja
escrita ou falada, ou ainda, se formos além e adentrarmos ao texto
não verbal, podemos expandir essa ideia afirmando que o texto é uma
situação comunicativa, também icônica e imagológica, entre outras
formas não verbais. A icônica está ligada a um texto produzido por meio
de símbolos, como forma de representação, a imagológica está ligada à
produção de texto através de imagens. Por uma questão metodológica,
nesta aula abordaremos o texto escrito.
O texto é necessário à vida de cada um, pois ele serve para que as pessoas possam expor
seus pensamentos, ideias e críticas, enfim, é uma unidade de linguagem que visa a informar, a
transmitir conhecimentos, além de passar ao receptor uma unidade semântica de modo que faça
com que ele entenda o assunto abordado percebendo-o como um todo significativo.
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É importante ressaltarmos que nem todas as pessoas conceituam o texto dessa forma,
cada autor (a) pensa e expressa de uma forma o seu entendimento, uns aprofundando mais e
outros menos, sendo mais simples em suas considerações. É com respaldo nessas diferenciações
de pensamentos que procuramos abordar a seguir o que é texto na visão de, pelo menos, três
autores para mostrar a diferença no conceito de cada um.
Vamos aos conceitos? Ainda têm dúvidas?
Para Costa Val (1999,p.3), “[...] texto ou discurso [...] é uma ocorrência linguística
falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sócio comunicativa, semântica e
formal”. Segundo Elisa Guimarães (1992,p.14), “Em sentido amplo, a palavra texto designa
um enunciado qualquer, oral e escrito, longo ou breve, antigo ou moderno”.
• Para Ulisses Infante(1996,p.49), “a palavra texto provém do latim textum, que
significa tecido, entrelaçamento. O texto resulta de um trabalho de tecer de entrelaçar
várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado”.
• Percebe-se, então, que há diferenças nos conceitos demonstrados pelos autores;
para Val, o texto tem um significado maior, pois ela ressalta que o texto, não é só
um discurso falado ou escrito, mas, além disso, ele comunica, dá sentido e tem uma
forma de ser expresso. É importante ressaltarmos, também, que Costa Val faz sua
definição de texto enfocando o discurso, permitindo, assim, enxergar que o texto
é uma unidade de linguagem em uso e que o que as pessoas têm para dizer uma às
outras não são palavras nem frases isoladas, são textos.
• Já Guimarães (1992), conceitua o texto como algo mais simples e amplo, sem dar
ênfase às características a mais que o texto contém, ou seja, ela não especifica maiores
esclarecimentos sobre o texto como Costa Val o faz. Infante (1996) também tem sua
forma de conceituar texto, ele aborda o texto como uma rede de relações de ideias
que se entrelaçam para formar um todo significativo.
Podemos observar que ele tem um modo de conceituar como o de Elisa Guimarães, pois
simplesmente dá sua visão, não se aprofundando em muitas explicações. Vimos que cada um
desses autores revelam sua maneira de conceber o texto com base em diferentes pressupostos,
a partir de suas vivências, experiências e linhas teóricas adotadas.
Vale lembrar que escrever não significa apenas preencher o papel com frases, pois
do mesmo modo que a frase não pode ser vista como um amontoado de palavras, também não
podemos dizer que o texto é um simples amontoado de frases, uma vez que ao escrever um texto,
esse precisa ser claro, conciso e objetivo para parecer lógico, para se compreensível.
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Val (1999) ainda nos recorda que o texto não pode ser somente um amontoado de frases,
como já salientamos há pouco, precisa passar a quem recebe um sentido, para que o assunto
abordado possa ser percebido pelo recebedor como significativo. Para uma pessoa entender
um texto, o mesmo tem que revelar suas ideias de maneira clara, para que aquele que as está
recebendo possa entender e identificar como um texto compreensível.
Muitas vezes, as maiores dificuldades estão na concretização das ideias no papel, pois
escrever pode não ser fácil para muitas pessoas e ainda não inventaram “mágicas” e fórmulas
para apreender a escrever. Na verdade, esse é um trabalho que depende muito do interesse e
empenho de cada um.
Vocês, como alunos, já devem ter passado por experiências como essa, não é mesmo?
Faz-se importante ressaltar que a leitura e a atualização de informações também
colaboram muito na qualidade do texto, pois a pessoa que escreve necessita ter bastante
informações e transformá-las em conhecimentos, para assim poder escrever sobre um determinado
assunto, e a isso chamamos de intertextualidade. A intertextualidade é, dessa maneira, a relação
que se faz com outros textos, em que a pessoa se baseia em outras obras e autores para escrever
o seu texto, é uma espécie de “ajuda” e um forma de conhecer os pensamentos, as ideias e
conhecimentos dos diversos autores. Segundo Ângela Kleiman (1996,p.26):
O significado de um texto não se limita ao que apenas está nele; seu significado resulta da interseção com outros. Assim, a intertextualidade refere-se às relações entre
os diferentes textos que permitem que o texto derive seus significados de outros. Os
textos incorporam modelos, vestígios, até estilos de outros textos e de outros gêneros.
O que vemos, às vezes, são textos sem sentido que não provocam
em nós leitores nenhum interesse e, consequentemente, nenhum
entendimento. Muitas vezes, tanto o texto oral com o escrito são feitos
de forma inadequada, o que nos leva a entender que só foram feitos para
suprir as exigências do momento do ato comunicativo.
O que seria adequado é que fosse dada importância maior ao ensino da produção textual,
pois, muitas vezes, esse ensino é marginalizado, quase se tornando despercebido, e isso faz com
que o aluno, mais tarde, sinta dificuldades na hora da escrita não tendo nenhuma noção de como
escrever, para quem escrever e por que escrever; situação que não deveria acontecer, pois o ato
comunicativo está presente e é necessário na vida de todos, seja ele um ato formal ou informal.
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E vocês, como se sentem como produtores de textos?
Disponível em http://www.benitopepe.com.br/. Acessado em 15 de julho de 2012, às 15 horas.
Sabemos que existem textos mais formais e menos formais, e cada um desses textos
deve ser escrito fazendo uso da coerência e da coesão. Os elementos da coesão e da coerência
são fundamentais dentro de um texto (vocês sabem disso), pois não se pode dizer que um texto
seja texto sem haver sentido nas ideias e ligação dessas ideias, porque é depositando o sentido e
fazendo a ligação das ideias que o receptor busca entender a intenção do que foi escrito ou falado.
Existem características que diferem os textos escritos dos orais, e, a grande diferença
que se percebe na construção de um texto escrito e de um texto falado é que o texto escrito exige
muito mais na hora de ser formulado, uma vez que não tem o seu interlocutor a sua disposição.
Ele é elaborado a partir de um planejamento mais minucioso, exige-se uma boa estruturação,
levando em conta que necessita conter ideias explícitas e bem articuladas, usando a clareza e a
informatividade para que, assim, o leitor possa buscar o seu sentido e interpretá-lo com maior
tranquilidade.
Já o texto falado, muitas vezes, não é planejado com antecedência, ele é incompleto,
porque se constrói a partir da interlocução, uma vez que na maioria dos casos é feito no improviso
momentâneo; é um texto que pode ser interrompido e explicado, mas, mesmo assim, é um texto
difícil de se fazer, pois não são todas as pessoas que possuem o dom da fala e a facilidade em
articular ideias com clareza.
Podemos exemplificar como texto verbal, portanto, uma frase, um fragmento de um
diálogo, um provérbio, um verso, uma estrofe, uma poesia, um poema, um romance, pode
definir com ato comunicativo, ato que por meio de levantamentos de ideias e pensamentos
expõe interesses, informações e conhecimentos. É importante ressaltar que cada um desses
gêneros possui formas diferentes de realização e são utilizados, também, por pessoas diferentes,
em diferentes meios.
Notamos essa diferença ao percebermos, muitas vezes, que uma notícia de jornal,
dependendo do assunto, é vista de vários modos por diversas pessoas em lugares diferenciados, e
é por isso que damos ênfase à importância de escrever um texto bem estruturado e compreensível
levando em conta os diferentes meios de manifestação.
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Segundo Kleiman (1996,p.62):
Texto é toda construção cultural que adquire um significado devido a um sistema de
códigos e convenções: um romance, uma carta, uma palestra, um quadro, uma foto,
uma tabela são atualizações desses sistemas de significados, podendo ser interpretados
como texto.
E como fica então, diante dessas noções de textos, o ato de escrever, o fazer textual?
É exatamente disso que trataremos na seção seguinte!!!
Seção 2 O Ato de Escrever
Ao escrever um texto é importante lembrar que esse para ser bem estruturado, precisa
conter elementos que são necessários para sua formação, há que se pensar em o que escrever,
ler sobre o assunto/tema, construir a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, sempre tendo
em mente que um tópico segue o outro, e, não se esquecer do título. É claro que essa sequência
apresentada não é rígida, é apenas uma possibilidade de procedimento dentre tantas outras
possibilidades existentes.
Podem pensar, por exemplo, o título como uma expressão curta que designe o assunto/
tema do texto; a introdução como o primeiro parágrafo e, nela, pôr a informação do que será
abordado no decorrer do texto. O desenvolvimento, por sua vez, é o texto propriamente dito,
nessa etapa os assuntos serão tratados e/ou discutidos e a conclusão é o encerramento do
texto, nela se deve reafirmar com outras palavras, tudo o que foi abordado no parágrafo inicial
e, finalmente, concluí-lo. É claro que aqui apenas pincelamos as partes básicas possíveis de
serem expostas em um texto. Temos a clareza de que elas não são tão pontuais como foram
dispostas, lembrando que não só com esses elementos se constrói um texto, pois não adianta
colocar em um papel o título, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, sem fazer o uso
da coerência, da coesão, apenas “jogando” ideias soltas, vagas e incompreensíveis. Como já
salientamos: um texto exige muito mais.
Segundo José Luiz Fiorin (2002, p.15): “[...] as frases não têm significado autônomo:
num texto, o sentido de uma frase é dado pela correlação que ele mantém com as demais”.
A boa compreensão de um texto advém da boa escrituração; o produtor precisa ter em
mente que sua escrita tem que parecer lógica e suas ideias necessitam estar relacionadas umas
com as outras; se tal relação não acontece, podemos julgar que não existe um texto, mais sim
um amontoado de ideias soltas.
Além de boa escrituração, a compreensão de um texto se dá também quando houver
uma perfeita interação entre o autor e o leitor/receptor. Segundo Kleiman (1999) para uma boa
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compreensão de um texto é necessário que quem o receba, busque o conhecimento prévio, o
conhecimento linguístico, o textual e o de mundo, esses facilitarão o entendimento, uma vez que
fazem parte da vivência de cada um.
Entendemos que o conhecimento prévio é o conhecimento adquirido ao longo da vida,
ou seja, a pessoa, ao ler ou ouvir um texto utiliza seus conhecimentos guardados para atingir
uma boa compreensão. Sem esse, dificilmente o leitor chegaria a compreender um texto.
Já pararam para pensar quantas vezes fizeram uso desse conhecimento e não
perceberam que o utilizavam?
O conhecimento linguístico, por sua vez, é outro conhecimento que nos ajuda no momento
da compreensão, pois é o conhecimento de vocabulário e regras da língua. Esse conhecimento
nos permite enxergar os elementos linguísticos e sua organização, ou seja, como cada um encaixa
se no texto, o modo como se inter-relacionam para veicular sentido aos receptores.
Outro conhecimento, também muito importante e que deve ser ativado na hora da
compreensão, é o textual, pois se o receptor tiver acesso aos diversos tipos de textos ele, com
certeza, terá mais facilidade na hora da compreensão. Quando lemos um texto pela primeira vez,
pode ocorrer a não compreensão daquilo que o texto quer expressar, e isso pode acontecer pelo
desconhecimento dos conceitos textuais ali existentes ou da tipologia do texto adotada.
Por fim, um grande conhecimento a ser mencionado é o conhecimento de mundo, que
é o conhecimento que temos acerca do mundo , o qual representa tudo o que conhecemos e que
se encontra armazenado em nossa memória. Quando uma pessoa está lendo um texto deve ativar
em sua memória seu conhecimento de mundo, pois enquanto lê, esse conhecimento facilitará o
entendimento, o que despertará o prazer pela leitura .
Assim para se ter uma boa compreensão , tais conhecimentos devem ser ativados no
momento do ato comunicativo, pois nos auxiliarão fazendo enxergar que quanto maior for nossa
bagagem de conhecimentos, maior compreensão teremos sobre o que lemos , segundo Kleimam
(1999, p.25-26):
A ativação do conhecimento prévio e, então, essencial à compreensão, pois é o conhecimento que o leitor tem sobre o assunto que lhe permite fazer as inferências necessárias
para relacionar diferentes partes descritas do texto num todo coerente. O conhecimento
linguístico, o conhecimento textual, o conhecimento de mundo devem ser ativados
durante a leitura para poder chegar ao momento da compreensão, momento esse que
passa desapercebido, em que as partes descritas se juntam para fazer um significado.
Ainda a respeito da aquisição da compreensão de um texto, é necessário também
identificar sua tipologia, ou seja, se é um texto descritivo, narrativo ou dissertativo/ argumentativo.
Não há como confundir esses três tipos de textos, cada um deles possui suas características
próprias. A narração, por exemplo, é um tipo de texto que conta fatos reais ou não, que ocorreram
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em um tempo e lugar que envolve personagens envoltos em um conflito, enquanto a descrição é
um tipo de texto que descreve um lugar, uma pessoa, um animal, descreve sensações ,sentimentos
, entre outras questões. Já a dissertação/ argumentação é um estilo de texto que retrata opiniões
pessoais e exposições de ideias seguidas de argumentos que os comprovem; esse bastante
utilizado por vocês!!!!!!!!!!!
É importante essa abordagem sobre a tipologia textual, pois é por meio dela que
identificamos com qual tipo de texto vamos nos deparar para que possamos construí-lo de
maneira adequada. Essa adequação na construção do texto gera facilidades para o leitor poder
entender o que lê.
Após todas as considerações expostas sobre o texto e sua tecitura, podemos chegar à
conclusão de que texto é tudo o que o ser humano quer manifestar, informar ou transmitir, seja
na escrita ou na fala, e que quando o texto é escrito de maneira adequada, utilizando todos os
elementos possíveis para a compreensão, ele é melhor entendido e aceito por todos que o recebem.
Continuando nossa aula, vamos, na seção seguinte, apresentar um resumo do texto de
Maria da Graça Costa Val (1999), “Como avaliar a textualidade?” que, como citamos no início
desta aula, irá abordar o tópico referente à avaliação da textualidade.
Leiam com cuidado, com calma, voltem ao que, por acaso, não tenham entendido e
verão como será de grande valia para todos vocês, ok??
Quando terminarem de ler o texto que segue, por gentileza, façam a atividade referente
a esta aula, certo???
Boa leitura, vamos lá?????
Seção 3 Textualidade
Utilizaremos, nesta seção, trechos retirados do capítulo I do livro “Redação e
textualidade”, da autora Maria da Graça Costa Val, que aborda o assunto texto, textualidade,
coerência e coesão, fatores pragmáticos da textualidade e coloca alguns critérios para a análise
da coerência e da coesão, como: a continuidade, a progressão, a não contradição, a articulação.
Ainda, neste primeiro capítulo, temos os critérios para a análise da informatividade, tais como:
imprevisibilidade, suficiência de dados.
Esses elementos abordados pela autora são os que elegemos para finalizarmos a nossa
quinta aula.
Vejamos, de forma sucinta, o que eles representam na construção
da textualidade de um texto.
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Inicialmente vejamos o que é um texto para Costa Val (1999):
Para que um texto seja considerado texto, é necessário que possua uma relação
sociocomunicativa, semântica e formal.
Assim, um texto será bem compreendido quando ele atingir os seguintes fatores:
• O pragmático tem a ver com seu funcionamento enquanto atuação informacional
e comunicativa;
• O semântico-conceitual é a base da coerência do texto;
• O formal refere-se à sua coesão.
Entre os cinco fatores pragmáticos estudados, os dois primeiros se referem aos
protagonistas do ato de comunicação são a intencionalidade e a aceitabilidade.
T
E
X
T
U
A
L
I
D
A
D
E
A intensionalidade quer dizer a capacidade do produtor do texto produzi-lo de
maneira coesa, coerente, capaz de alcançar os objetivos que tinha em mente, em uma
determinada situação de comunicação.
A aceitabilidade é se o que o produtor produziu pode ser considerado um texto, se
alcançou o objetivo proposto quando chegou até o locutor, ou seja, pode ser considerado
um texto, possui coerência, coesão, é relevante, traz informatividade, é útil para o leitor,
tudo isso vai direcionar se realmente é um texto.
A situacionalidade diz respeito à pertinência e relevância entre o texto e o
contexto onde ele ocorre, isto é, é a adequação do texto à situação sociocomunicativa. É
o que diz Maria da Graça Costa Val, “O contexto pode, realmente, definir o sentido do
discurso e, normalmente, orienta tanto a produção quanto a recepção. Em determinadas
circunstâncias, um texto menos coeso e aparentemente menos claro pode funcionar melhor,
ser mais adequado do que outro de configuração mais completa”. (Costa Val, 1999, p.12)
A situacionalidade diz respeito à pertinência e relevância entre o texto e o
contexto onde ele ocorre, isto é, é a adequação do texto à situação sociocomunicativa. É
o que diz Maria da Graça Costa Val, “O contexto pode, realmente, definir o sentido do
discurso e, normalmente, orienta tanto a produção quanto a recepção. Em determinadas
circunstâncias, um texto menos coeso e aparentemente menos claro pode funcionar melhor,
ser mais adequado do que outro de configuração mais completa”. (Costa Val, 1991, p.12)
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A informatividade refere-se ao interesse do recebedor, pois, depende do grau
de informação, para existir o interesse do leitor. Entretanto, Val faz um alerta, se o texto
permanecer com elementos muito inusitados, correrá o risco do leitor não conseguir
processá-la, então, fica o alerta, de produzir um texto mediano de informatividade.
Já o aspecto da intertextualidade é a capacidade de relacionar o texto com outros
textos já produzidos, assim, a utilização de um texto, depende do conhecimento de outros
textos que já circulam socialmente. Muitos textos só têm sentido quando relacionados
a outros textos.
O semântico-conceitual, de que depende sua coerência. A coerência do texto
deriva de sua lógica interna, é o sentido do texto. A esse respeito menciona Costa Val: “É
considerada fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do texto.
Envolve não só fatores lógicos e semânticos, mas também cognitivos na medida em que
depende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores.” (Costa Val, 1999, p. 05)
Nessa perspectiva, um texto é considerado coerente quando partilhar informações
também conhecidos pelo recebedor, isto é, conhecimentos que fazem parte da realidade de
mundo desse leitor. Isso equivale a dizer que o texto não é pronto e acabado, mas vai adquirir
sua complementação quando chega ao seu leitor. Assim, o leitor tem que deter de algumas
informações para conseguir dá sentido ao texto.
O formal, que diz respeito à sua coesão, que é a manifestação linguística da coerência.
Mas ela não é condição nem suficiência de coerência. Ela é responsável pela unidade formal do
texto, constrói-se através de mecanismos gramaticais e lexicais.
Finalmente, no aspecto referente à articulação, a autora fala como os fatos e conceitos se
encadeiam no texto, ou seja, se as ideias se articulam umas com as outras; isso acontece quando
o produtor do texto faz comentários, no entanto, não articula esses comentários, deixando o
recebedor, leitor com dificuldade de entendimento.
Ufa, acabamos!? Não, ainda não!
Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”, fazer um breve resumo dos conteúdos estudados nesta quinta aula!?
Retomando a conversa inicial
Chegamos, assim, ao final da oitava aula. Esperamos que
vocês tenham compreendido o que é Linguística Textual e quais
elementos estão englobados nesta grande teoria!
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Seção 1 Linguística Textual
A Linguística Textual trata da construção e dos elementos que compõem um texto,
que é definido como uma situação comunicativa, seja escrita ou falada, ou ainda, se formos
além e adentrarmos ao texto não verbal, podemos expandir essa ideia afirmando que o texto é
uma situação comunicativa, também icônica e imagológica, entre outras formas não verbais. A
icônica está ligada a um texto produzido por meio de símbolos, como forma de representação, a
imagológica está ligada à produção de texto através de imagens. Por uma questão metodológica,
nesta aula abordaremos o texto escrito.
Seção 2 O ato de escrever
Ao escrever um texto é importante lembrar que esse para ser bem estruturado, precisa
conter elementos que são necessários para sua formação, há que se pensar em o que escrever,
ler sobre o assunto/tema, construir a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, sempre tendo
em mente que um tópico segue o outro, e, não se esquecer do título. É claro que essa sequência
apresentada não é rígida, é apenas uma possibilidade de procedimento dentre tantas outras
possibilidades existentes.
Seção 3 Textualidade
A textualidade é construída a partir de elementos que fazem de um texto um texto, ou
seja, da coerência e da coesão, dos fatores pragmáticos da textualidade, tais como: a continuidade,
a progressão, a não contradição, a articulação.
Sugestões de Leituras, Sites e Filmes:
Leituras:
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. São Paulo: Editora Ática: 1995.
KOCH, Ingedore G. Villaça; Travaglia, Luiz Carlos. A coerência textual. 12. ed. São Paulo:
Contexto, 2001.
CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Sites:
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=artigos/docs/oqueeaprenderaler http://
110
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www.sul-sc.com.br/afolha/monogafi a/resenha_ato_ler.html.
http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0102/11.htm http:/www.fi lologia.org.br/
soletras/12/08.htm
Filmes
• Narradores de Javé
• Meu pé esquerdo
OBS: Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou
“Quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a) ou com seus colegas!
Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem!
Bons estudos.
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