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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Programa de Pós-Graduação
Pós Graduação em Zootecnia
Tese
Suplementação estratégica em bovinos de corte
Cássio Cassal Brauner
Pelotas, 2011
1
CÁSSIO CASSAL BRAUNER
SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA EM BOVINOS DE CORTE
Tese apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia,
da Universidade Federal de
Pelotas, como requisito parcial à
obtenção do título de Doutor em
Ciências (área de conhecimento:
Produção Animal)
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Alves Pimentel
Orietador no Exerior: Prof. Dr. Bret W. Hess
Co-Orientador: Dr. José Carlos Ferrugem Moraes
Pelotas, 2011
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Dados de catalogação na fonte:
( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)
B825s Brauner, Cássio Cassal
Suplementação estratégica em bovinos de corte /
Cássio Cassal Brauner ; orientador Marcelo Alves
Pimentel ; co-orientador José Carlos Ferrugem
Moraes. - Pelotas,2011.-76f. - Tese ( Doutorado) - Área
de conhecimento Produção Animal. Programa de PósGraduação em Zootecnia. Faculdade de Agronomia
Eliseu Maciel . Universidade Federal de Pelotas.
Pelotas, 2011.
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Banca Examinadora:
- Dr. Jorge Schafhauser Junior
- Dr. Eduardo Schmitt
- Dra. Isabella Dias Barbosa Silveira
- Dr. Carlos Eduardo da Silva Pedroso
- Dr. Marcelo Alves Pimentel
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IN DOMINO CONFIDO
SINE FINE
GRANDESCUNT ACTUA LABORE
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AGRADECIMENTOS
A Deus, que me ilumina me protege e me acompanha em todos os momentos.
À Universidade Federal de Pelotas, à Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel e ao
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia por disponibilizar a estrutura física, corpo docente
e auxílio financeiro que possibilitaram a realização do nível de doutorado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de estudos, auxílio financeiro das ativiades executadas no Brasil e no
Exterior.
À University of Wyoming pela receptividade, disponibilização de estrutura física,corpo
docente, bem como auxílio financeiro nas atividades executadas no exterior.
Ao meu orientador no Brasil, professor Marcelo Alves Pimentel, pela orientação,
dedicação, ensinamentos, amizade ao longo de dez anos de convívio e trabalho, além da sua
disponibilidade de conceder a estrutura e todo o material experimental para a realização do
projeto de doutorado.
Ao meu orientador nos EUA, professor Bret Hess, pela orientação, dedicação,
ensinamentos, além de toda a sua hospitalidade, generosidade e amizade durante o ano de
convivência que tivemos.
À minha noiva Caroline Leivas Moraes, por total e incondicional apoio durante todo o
doutorado, além de seu carinho, compreensão, companheirismo e muito amor que me deram
muita força em todos os momentos desta etapa.
À minha família por todo apoio, suporte, incentivo e crédito em meu trabalho, bem como
de toda a força em todos os momentos.
Aos professores Scott Lake, Daniel Rule e Kristi Cammack da University of Wyoming
por toda a dedicação e auxílio nas etapas de desenvolvimento do projeto executado nos EUA.
Aos colegas da UW Philipe Moriel e Jeffrey Berry por toda ajuda, dedicação e amizade.
Aos funcionários do Department of Animal Science, da UW Jessica Kern e Venerand
Nayigihugu pelo auxílio na execução das análises laboratoriais, bem como ensinamentos e
amizade.
Aos meus amigos por todo carinho, companheirismo, grande amizade, que sempre me
deram suporte e força em todos os momentos de minha vida.
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A todos colegas do PPGZ, grandes amigos e companheiros, em especial à grande
amiga Jaqueline Schneider Lemes por sempre me incentivar e pela grande amizade.
Aos docentes e funcionários do PPGZ e DZ pela colaboração, apoio, amizade e
incentivo.
7
Resumo
BRAUNER, CÁSSIO CASSAL. Suplementação estratégica em bovinos de corte.
2011. 77f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – FAEM.
Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
Com diferentes objetivos foram avaliados diferentes métodos estratégicos de
suplementação para bovinos de corte, bem como as potencialidades de utilização
dentro dos diferentes sistemas de produção em dois distintos projetos. No Experimento
1, Trinta e duas vacas Angus multíparas em escore de condição corporal moderado (3
em escala de 1 a 5) receberam suplementação alimentar no início de lactação, por um
período curto (35 dias), para determinar o efeito sobre a produção e composição do
leite e o desemenho de vacas e bezerros. A avaliação da produção de leite,
desempenho ponderal de vacas e bezerros foram controlados no dia 0 (inicio); 14 (meio)
e 35 (final) do período de suplementação. Não houve efeito (P>0,05) da suplementação
na produção ou de qualquer componente do leite em ambos os grupos, bem como
sobre o desempenho de bezerros. Composição do leite foi diferente entre os períodos,
onde a gordura foi maior no meio da suplementação e lactose foi maior no final deste
período. Vacas suplementadas apresentaram maior (P=0,03) ganho de peso médio
diário no período final da suplementação. Vacas de corte podem ganhar peso durante o
período de lactação em resposta a suplementação em um curto período, sem qualquer
influência sobre a produção e composição do leite ou no desempenho dos bezerros. No
Experimento 2, quatro novilhas de corte canuladas no rumen e duodeno foram
utilizadas em um desenho experimental 5x4 Quadrado Latino incompleto, para
determinar a utilização do farelo de camelina como um suplemento proteico em
reposição ao farelo de soja. Os animais foram alimentados com feno (7,1% de PB,
52,2% de FDN em base de MO) e a dieta foi formulada para atender a exigência PDR
para o feno oferecido com farelo de soja como suplemento proteico. Em uma base
isoprotéica, os tratamentos foram calculados para substituir o farelo de soja em cinco
diferentes níveis (0, 25, 50, 75 e 100%). Não foi encontrado efeito (P>0,05) da
reposição do farelo de soja por farelo de camelina na digestão da matéria orgânica,
fibra e digestibilidade do nitrogênio, bem como não hove diferenças (P>0,05) nos
padrões de fermentação ruminal, refletindo em um desempenho ponderal semelhante
(P>0,05). Sendo assim, o farelo de camelina parece ser uma adequada alternativa ao
farelo de soja como um suplemento proteíco em dietas a base de forragem para
bovinos de corte.
Palavras-chave: desempenho pós-parto, produção de leite, suplementação, co-produto,
farelo de soja, proteína
8
Abstract
BRAUNER, CÁSSIO CASSAL. Strategic supplementation in beef cattle. 2011. 77f.
PhD (Thesis) – Department of Animal Science – FAEM. Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas, Brazil.
Different objectives were evaluated with different supplementation strategies procedures
in beef cattle in two distinct projects. In Experiment 1, Thirty-two multiparous Angus beef
cows in moderate body condition score (3 in a 1 to 5 scale) received supplementary
feeding during early lactation, for a short period (35d), to determine the effect on milk
production and composition and cow and calf performances. Both groups were
maintained in grazing native condition during the supplemental period. Milk composition
and yield, cow and calf performance were evaluated at 0d (initial); 14d (middle) and 35d
(final) of supplementation period. There was no effect (P>0.05) of supplementation on
milk production or any milk component, and on calves performance. Milk composition
was different between periods, where fat concentration was higher at the middle of
supplementation and lactose was higher at the end of this period. Supplemented cows
had a higher (P=0.03) average daily gain at the final supplemental period than cows in
control group. In conclusion, beef cows in moderate body condition score may gain
weight during the lactation period responding to supplementation in a short period,
without any influence on milk production, composition in the calf performance. In
Experiment 2, Four beef heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas were used in
a 5 x 4 incomplete Latin square experiment to determine the dietary replacement value
of camelina meal for soybean meal in forage-based diets of beef cattle. Heifers were fed
bromegrass hay (7.1% CP, 52.2% NDF on an OM basis) and the diet was formulated to
meet the RDP requirement for the hay offered with supplemental soybean meal as a
protein supplement. In an isonitrogenous basis, the treatments aimed to replace the
soybean in five different levels (0, 25, 50, 75 and 100%) using camelina meal as a
protein source. There was no difference (P>0.05) of increase levels of camelina meal
addition as a replacement of soybean meal on OM, NDF and N digestibility.
Consequently, we could not find any difference (P>0.05) on the patterns of ruminal
fermentation end-products as well. The lack of differences in site and extent of digestion
among dietary treatments is consistent with similar (P>0.05) performance for the heifers.
Therefore, camelina meal seems to be a suitable alternative for supplementary soybean
meal in forage-based diets consumed by beef cattle.
Key words: postpartum performance, milk production, suplementation, co-product,
soybean meal, protein
9
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO GERAL
11
2.
PROJETOS DE PESQUISA
15
2.1. Suplementação estratégica pós-parto em vacas de corte: Produção de leite e
desempenho de vacas em lactação
15
2.1.1.
Introdução e Justificativa
15
2.1.2.
Objetivos
17
2.1.3.
Metodologia e estratégia de ação
17
2.1.4.
Resultados e impactos esperados
19
2.1.5.
Riscos e dificuldades
20
2.1.7.
Referências bibliográficas
21
2.2. Suplementação com farelo de camelina (Camelina sativa) como alternativa ao
farelo de soja para bovinos de corte
24
3.
2.2.1.
Introdução e Justificativa
24
2.2.2.
Objetivos
26
2.2.3.
Metodologia e Estratégia de Ação
26
2.2.4.
Resultados esperados
28
2.2.5
Cronograma do Projeto (90 dias)
29
2.2.6. Referências Bibliográficas
29
RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO
31
3.1.
Relatório referente à atividade I
31
3.1.1.
Período do experimento
31
3.1.2.
Descrição da fazenda experimental
31
3.1.3.
Descrição dos animais
32
Relatório referente à atividade II
32
3.2.
3.2.1.
Período do experimento
32
3.2.2.
Descrição da fazenda experimental
33
10
4.
3.2.3.
Descrição dos animais
33
3.2.4.
Descrição das cirurgias
34
ATIVIDADE I
4.1.
5.
36
Artigo publicado no periódico Revista da Sociedade Brasieleira de Zootecnia 36
4.1.2. Effect of short period feed supplementation during early lactation on
performance of cows and calves raised in extensive system
36
ATIVIDADE II
44
5.1.
Artigo a ser submetido ao periódico Journal of Animal Science
44
5.1.1. Camelina meal as a replacement for supplementary soybean meal in foragebased diets of beef cattle
44
6.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
73
7.
REFERÊNCIAS
74
11
1. INTRODUÇÃO GERAL
Em sistemas extensivos de produção onde existe uma grande dependência dos
recursos forrageiros ao longo do tempo a otimização da utilização destes assume papel
importante na determinação da produtividade e consequente lucratividade dos
sistemas. Quando se objetiva a maximização destes recursos, deve-se planejar um uso
racional das opções de suplementação, levando-se em conta os custos com o
suplemento, bem como o potencial retorno da utilização deste (DelCURTO et al., 2000).
Em regiões onde existe grande variação na quantidade e qualidade da oferta forrageira
(diferentes estações, períodos de seca), o sucesso da produção e a aproximação de
uma produtividade ótima é dependente da habilidade de se encontrar alternativas
econômicas de suplementos para estes determinados períodos, bem como estratégias
de suplementação que otimizem a utilização destes produtos.
A
produção
extensiva
de
bovinos
de
corte
requer
fundamentalmente
conhecimento do potencial nutritivo dos recursos forrageiros ao longo do ano, bem
como a disponibilidade destes e seu uso nos momentos de diferentes demandas da
fisiológica animal (lactação, terminação, recria), com critérios ajustáveis referentes a
preços e oportunidades de mercado. Neste contexto, estratégias de suplementação
para bovinos podem ser criadas visando atender pontualmente uma determinada
demanda por nutrientes em um determinado período, bem como utilizar diferentes tipos
de suplementos (ingredientes) de acordo com a oferta (preço) de mercado e
disponibilidade deste.
Em condições de campo é comum que os animais estejam alimentados abaixo
de suas exigências nutricionais, principalmente em períodos específicos em que ocorre
uma maior demanda de nutrientes, como o terço final da gestação e a lactação.
12
Bauman & Currie (1980) definem o conceito de homeorese onde algumas funções
fisiológicas sobrepõem outras no sentido das demandas mais importantes para o
animal em determinado período da vida produtiva. Um exemplo característico pode ser
encontrado em vacas de corte criadas extensivamente que apresentam um período
onde ocorrem perdas de peso logo após o parto (PIMENTEL et. al., 2006; BRAUNER et
al., 2011). Este momento é caracterizado por uma demanda de energia voltada à
produção de leite, fazendo com que a vaca perca peso e tenha o restabelecimento da
função reprodutiva atrasada, acarretando um baixo desempenho reprodutivo (SHORT
et al., 1990). Da mesma forma, em terminação de novilhos a pasto, períodos de queda
na produção forrageira restringem o desempenho animal, aumentando o tempo para o
ideal acabamento de carcaça nos bovinos (GOTTSHALL, 2005). O mesmo ocorre com
o manejo de recria de fêmeas onde estas apresentam maiores necessidades
nutricionais para seu desenvolvimento logo após o desmame e para atingir altos ritmos
de crescimento e como consequência um peso alvo para o primeiro acasalamento,
estratégias de suplementação alimentar devem ser criadas (PATTERSON et al., 1992).
Nos EUA produtores vem buscando alternativas para a redução do período de
suplementação das novilhas de corte, bem como dietas de baixo custo para que a
eficiência produtiva do sistema de produção não afete a eficiência econômica do
sistema (DelCURTO, et al., 2000; MORIEL, et al., 2011). Portanto, para alcançar
rendimento e lucratividade o manejo nutricional de rebanhos de corte deve ser
pesquisado, estudado e planejado de acordo com o ambiente produtivo, bem como
pensando-se em alternativas estratégicas relativas a quando se suplementar, com que
tipo de suplemento e por quanto tempo de suplementação. Sendo assim, a pesquisa e
a busca sobre novos ingredientes possíveis de serem aplicados à nutrição de
ruminantes assume grande importância na geração de opções conforme variações
sazonais de produção, de merdado e oportunidade.
Conceitos de suplementação estratégica em bovinos de corte têm sido bastante
discutidos ao longo dos anos, porém basicamente são abordados os diferentes
recursos e momentos de suplementação. Em pecuária de corte, diferentemente do que
ocorre em outros sistemas de produção de carne animal (aves e suínos), o sistema é
bastante dinâmico. Produtores e técnicos necessariamente precisam se adaptar às
13
mudanças constantes do mercado e ambiente e subsequencialmente de oferta
forrageira em termos de qualidade e quantidade, principalmente relacionadas com as
necessidades nutricionais das diferentes categorias de bovinos de corte. Desta forma,
sistemas produtivos como no sul do Brasil, são realizados de forma extensiva, com a
maximização e otimização da produção sendo baseada em função dos recursos de
cada unidade produtiva (fazenda) com o quanto os responsáveis pelo sistema
conseguem manejar o tipo e a categoria animal com a produção dos recursos
alimentares.
Diversos estudos demostraram diferentes efeitos da suplementação de acordo
com o período em que os animais foram ofertados com uma dieta diferenciada
(DelCURTO et al., 2000; HESS et al., 2008). De um modo geral as diferentes durações
de períodos de suplementação visam estabelecer um aumento da disponibilidade de
um nutriente por determinado período de tempo (atendendo alguma exigência
fisiológica), levando-se sempre em consideração o impacto econômico destes
suplementos dentro do sistema produtivo.
Wiltbank et al. (1966) estabeleceram muito bem a relação entre demanda por
uma certa atividade fisiológica prioritária (gestação e reinício da atividade reprodutiva
pós-parto) com o momento e o período de suplementação. Outros trabalhos também
mostraram em diferentes etapas produtivas que o mesmo acontece em bovinos em
fase de crescimento (PATTERSON et al., 1992), durante a lactação (CERDOTES et al.,
2004; LAKE et al., 2005) e até mesmo em terminação (GOTTSCHALL, 2005). Mesmo
assim ainda não existe um conhecimento completo de estratégias de suplementação
em períodos chave (peso acasalamento, atividade reprodutiva pós-parto, desempenho
na lactação). Sendo assim, existe ainda um interesse de se encontrar alternativas para
uma suplementação onde o nutriente seja viável, que este atenda as necessidades do
animal para uma determinada etapa produtiva, em uma estratégia de suplementação
eficiente e possível de ser utilizada.
Diferentes tipos de resíduos da indústria de alimentos tem o potencial de gerar
produtos para a alimentação animal. Tais co-produtos como farelo de arroz, bagaço de
cana-de-açúcar, caroço de algodão, polpa cítrica, entre outros têm sido usados como
suplementos em dietas de bovinos por décadas. Esses ingredientes possuem
14
dependência de utilização mais ligada a fatores econômicos (logística, preço) do que
diretamente às suas composições nutricionais (ABDALLA, 2008; MACH et al., 2008).
Nos últimos anos um novo cenário vem sendo desenvolvido onde a existência de
subprodutos ligados à industria de biocombustíveis têm apresentado uma nova
perspectiva para a utilização destes na dieta animal. A produção de diferentes culturas
voltadas à esta finalidade vem crescendo no Brasil e no mundo. Culturas que não
competem no mercado diretamente para outras finalidades que não a de produzir
exclusivamente biocombustíveis são as de maior potencial neste contexto, contudo o
destino para seus subprodutos ainda desperta grande interesse por uma utilização
economicamente eficiente e talvez, ecologicamente sustentável (DONKIN et al., 2008).
Moriel et al. (2011) demonstraram que diferentes co-produtos da indústria de
biodiesel nos EUA (glicerina bruta e farelo de camelina), mesmo com propósitos
diferentes (energético e proteico) demonstram ter potencial biológico para substituição
de culturas voltadas para a produção de alimentos humanos e animais (milho e soja),
sendo que dependendo dos casos os subprodutos são economicamente mais rentáveis
de serem utilizados ao sistema de produção.
O Brasil tem grandes potenciais de utilização de produtos (plantas) com este
perfil, com grande capacidade de adaptação às diferentes condições ambientais do
país. Co-produtos de culturas como a mamona, dendê e canola, utilizados para
biocombustíveis já começam a despertar o interesse de serem utilizados na
alimentação animal (ABDALLA et al., 2008). Para isso existe grande demanda do
aumento do conhecimento de cada subproduto e de suas potencialidades de utilização
na dieta animal, com consequente redução de custos para atividade produtiva ligada à
bovinocultura de corte, entre outras espécies. Sendo assim, é de grande importância o
desenvolvimento de estudos e consequente conhecimento do desenvolvimento da
utilização de tais subprodutos em dietas animais, definição de estratégias de utilização
destes, bem como o estudo da fisiologia de sua utilização em comparação a outros
suplementos tradicionalmente disponíveis no mercado.
15
2. PROJETOS DE PESQUISA
2.1.
Suplementação estratégica pós-parto em vacas de corte: Produção de leite e
desempenho de vacas em lactação
2.1.1. Introdução e Justificativa
A produção de leite de vacas de corte é objeto de estudos desde o início dos
anos 1930, com o primeiro trabalho publicado, caracterizando a lactação, realizado por
Cole; Johansson (1933). A produção de leite relaciona-se com qualidade de carcaça
(COOK et al.,1942), com medidas corporais (WILLIAMS et al., 1979), crescimento e
desenvolvimento de bezerros (BOGGS et al., 1980; ALENCAR et al., 1985) e com
eficiência reprodutiva pós-parto (BEAL et al., 1990; PIMENTEL et al, 2005; PIMENTEL
et al., 2006; BRAUNER et al., 2008). O leite atende as exigências energéticas com
sobras para ganho de peso do terneiro até o quarto mês da lactação, demonstrando
assim a importância do período de lactação para o crescimento e desenvolvimento de
terneiros de corte (PIMENTEL et al., 2006).
A lactação é um estado dominante sobre outras atividades fisiológicas, fazendo
com que a vaca priorize a produção de leite para o terneiro em relação à atividade
reprodutiva (BAUMAN & CURRIE, 1980; SHORT et al., 1990). Os níveis de produção
de leite e as diferentes curvas de lactação são afetados por efeitos ambientais e
genéticos, como precipitação pluviométrica, idade e ordem do parto da vaca
16
(PIMENTEL et al., 2006), tipo de alimentação, raça ou grupamento genético (JENKINS
e FERRELL, 1992), não sendo afetados pelo sexo e raça do terneiro e pela gestação
(GREEN et al., 1991; JENKINS et al., 2000).
A maior parte da variação do desempenho reprodutivo de vacas de corte é
devido a diferenças nutricionais referentes à quantidade de energia consumida, refletida
na condição corporal da vaca. Desta forma, o balanço energético da vaca pode ser
avaliado pela estimativa das reservas de gordura corporal. As reservas corporais
participam da regulação da secreção de hormônios hipotalâmicos e hipofisários. Vacas
em reduzida condição corporal apresentam um decréscimo na liberação de LH e
conseqüente parada na atividade reprodutiva pós-parto (DAY, 2004).
Em condições de campo é comum que os animais estejam alimentados abaixo
de suas exigências nutricionais, principalmente em períodos específicos em que ocorre
uma maior demanda de nutrientes, como o terço final da gestação e a lactação. Vacas
de corte criadas extensivamente no Rio Grande do Sul apresentam um período onde
ocorre perda de peso logo após o parto (PIMENTEL et. al., 2006). Esse momento é
caracterizado por uma demanda de energia voltada para a produção de leite, fazendo
com que a vaca perca peso e tenha o restabelecimento da função reprodutiva atrasada,
acarretando um baixo desempenho reprodutivo. Para se estimar o balanço energético
em vacas de corte durante o pós-parto pode-se utilizar uma ferramenta prática que é o
escore de condição corporal (MORAES et al., 2007) ou também uma metodologia mais
precisa que é o perfil metabólico, isto é, a determinação de alguns metabólitos
sangüíneos.
A determinação de um período restrito de acasalamento para vacas de corte
torna a fertilidade pós-parto o fator chave quando o objetivo é a obtenção de um
bezerro/vaca/ano, assim o intervalo entre o parto e a concepção deve ser de no
máximo 82 dias, já que a gestação tem a duração de 283 dias do ano (YAVAS;
WALTON, 2000b). Dentro do período pós-parto o fator de maior impacto negativo sobre
a fertilidade das vacas é o anestro ou aciclia (SHORT et al., 1990; YAVAS; WALTON,
2000b; WETTEMANN et al., 2003). As duas principais causas de anestro pós-parto em
vacas de corte são a nutrição (RANDEL, 1990; HESS et al., 2005) e a amamentação
(WILLIAMS, 1990; WETTEMANN et al., 2003).
17
Sendo assim, estratégias que visem aumentar a disponibilidade de nutrientes
para o organismo das vacas, seja pela inclusão destes em momentos específicos para
atender as exigências metabólicas variáveis de acordo com o momento produtivo de
cada categoria, bem como alternativas quanto a duração da suplementação que tornem
essa economicamente viável e produtivamente eficaz, são de interesse do sistema de
produção de bovinos de corte.
2.1.2. Objetivos
Objetivo Geral:
Investigar a influência da suplementação estratégica pós-parto por um curto
período de tempo sobre o desempenho de vacas e terneiros de corte durante o período
pré-desmama.
Objetivos específicos:
- Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto sobre o desempenho
ponderal das vacas;
- Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto por um curto período de
tempo sobre a produção e composição de leite de vacas de corte;
- Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto sobre o desempenho
ponderal de bezerros;
- Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto por um curto período de
tempo sobre o desempenho reprodutivo de vacas de corte;
- Verificar a influência da produção e composição de leite sobre a eficiência produtiva
de vacas de corte;
- Verificar a disponibilidade de energia líquida para ganho do bezerro no leite produzido
de vacas suplementadas ou não.
2.1.3. Metodologia e estratégia de ação
18
Início: Agosto 2008
Duração: 22 meses
Descrição: Esta atividade visa caracterizar o período pós-parto de vacas de corte
suplementadas estrategicamente por um curto período de tempo durante o período de
lactação de vacas de corte.
O experimento será conduzido em uma fazenda particular, conveniada com o
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFPel – localizada no município de
Aceguá/RS (latitude 31° 49’ 50’’ Sul; longitude 54° 41’ 58’’ Oeste), região fisiográfica
denominada de Campanha, Estado do Rio Grande do Sul.
Serão utilizadas 85 vacas da raça Aberdeen Angus, previamente acasaladas
através de sincronização de cio e inseminação artificial onde 40 serão utilizadas no
experimento de acordo com a condição corporal 3, numa escala de 1 a 5 (JAUME &
MORAES, 2002) e homogeneidade da data de parto, sendo que 20 serão
suplementadas
e
20
comporão
o
grupo
testemunha
(sem
suplementação).
Imediatamente ao parto as vacas serão divididas nos dois tratamentos propostos e
receberão suplementação por um período de 35 dias. Os dois grupos de animais serão
mantidos em condições extensivas de pastoreio em campo nativo, numa lotação de 0,7
UA/ha (U.A. = 450 kg de peso vivo).
A suplementação consistirá do oferecimento de formulação comercial de
concentrado calculada para atender 50% das exigências nutricionais de vacas em
lactação nos primeiros 42 dias pós-parto de acordo com NATIONAL RESEARCH
COUNCIL (2000). O objetivo da suplementação será a elevação da condição corporal
em aproximadamente um ponto, em uma escala de 1 a 5 (JAUME & MORAES, 2002).
Durante o período do experimento serão realizadas nove avaliações da produção
e composição do leite em intervalos de 21 dias, do parto até o desmame (189 dias)
através do método pesagem-mamada-pesagem. A composição do leite será realizada
junto ao laboratório de controle da qualidade do leite da Embrapa Clima Temperado,
Pelotas – RS. Serão avaliadas determinações quantitativas de gordura, proteína,
lactose, sólidos totais e células somáticas.
Para a análise dos resultados será considerado como fatores fixos o tratamento
(vacas suplementadas ou não), o ano sendo as variáveis respostas para avaliação da
produção de leite das vacas: produção de leite total (PLT), produção de leite média
19
diária (PL), produção de leite nos diferentes períodos avaliados (PLP), composição do
leite média (CM), composição do leite nos diferentes períodos avaliados (CLP). O
modelo estatístico utilizado será:
Yijkl= µ + SUPLEMENTAÇÃOi + ANOj + eijkl
Onde: Yijklm
=
uma observação de PLT, PL, PLP, CM, CLP µ = média geral,
SUPLEMENTAÇÃOi = efeito da suplementação pós-parto (i= Vacas suplementadas,
vacas não suplementadas), ANO = efeito de ano (j= 2008, 2009),
eijkl = erro
experimental.
As variáveis respostas para avaliação do desempenho ponderal das vacas
serão: peso pré-suplementação (PPS); peso pós-suplementação (PPós), ganho de
peso médio diário durante o período de suplementação (GMD), peso pré-acasalamento
(PPA), peso final do acasalamento (PFA), peso ao desmame (PVD). O modelo
estatístico utilizado será:
Yijklm= µ + SUPLENTAÇÃOi + ANOj + eijkl
Onde: Yijkl = uma observação de PPS, PPós, GMD, PPA, PFA, PVD µ = média geral,
SUPLEMENTAÇÃOi = efeito da suplementação pós-parto (i= Vacas suplementadas,
vacas não suplementadas), ANO = efeito de ano (j= 2008, 2009),
eijkl = erro
experimental.
2.1.4. Resultados e impactos esperados
Científico
Determinar se a suplementação alimentar pós-parto antecipa o reinício da
atividade cíclica ovariana pós-parto em vacas de corte, bem como ocorre o nvolvimento
metabólico durante o pós-parto de vacas de corte em lactação. Obtendo-se uma
resposta positiva da suplementação sobre a produção de vacas de corte, abrir-se-á
uma nova perspectiva para a pesquisa, bem como para pronta adoção da prática no
manejo de propriedades rurais de produção de bovinos de corte.
Tecnológico
Em caso da suplementação nutricional pós-parto interferir positivamente no
desempenho reprodutivo de vacas de corte em lactação, poder-se-ia utilizar os
resultados alcançados como uma recomendação ampla para os produtores,
20
proporcionando ganhos efetivos em termos de melhoria das taxas de natalidade e
subseqüente desfrute nos bovinos de corte.
2.1.5. Riscos e dificuldades
Os principais riscos dizem respeito ao acompanhamento dos animais. Ao longo
dos períodos dos experimentos perdas por eventuais venda ou morte de animais ou
mesmo por perda de identificação dos animais. Entretanto o número de animais é
suficiente para as análises propostas, bem como as propriedades envolvidas nos
experimentos são propriedades já anteriormente utilizadas em outros diferentes estudos.
2.1.6. Cronograma
Período 1 - 2008/2009
Evento
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Revisão
X
Bibliográfica
X
X
Parto
X
Suplementação
X
X
X
X
X
X
Avaliação
da
produção
de
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
leite
Coleta
de
sangue
Análises
laboratoriais
Acasalamento
Diagnóstico de
Gestação
X
X
X
X
X
X
X
21
Período 2 - 2009/2010
Evento
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
X
Revisão
X
X
Parto
X
Suplementação
X
X
X
X
X
X
Avaliação
da
produção
de
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
leite
Coleta
de
sangue
Análises
laboratoriais
Acasalamento
Diagnóstico de
gestação
Análise
dos
dados
Publicação dos
resultados
X
X
X
X
X
X
2.1.7. Referências bibliográficas
ALENCAR, M.M.; JUNQUEIRA FILHO, A.A.J.; PARANHOS, N.E. Produção de leite em
vacas da raça Canchim. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.14, n.3,
p.358-366, 1985.
BAUMAN, D.E.; CURRIE, B.W. Partioning of nutrients during pregnancy and lactation: A
review of mechanisms involving homeostasis and homeorhesis. Journal Dairy Science,
v.63, p.1514-1529, 1980.
22
BEAL, W.E.; NOTTER, D.R.; AKERS, R.M. Techniques for estimation of milk yield in
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reproduction. Journal of Animal Science, v.68, p.937-943, 1990.
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calf performance. Journal of Animal Science, v.51, n.3, p.550-553, 1980.
BRAUNER, C. C., PIMENTEL, M. A., LEMES, J. S., PIMENTEL, C. A., MORAES, J. C.
F. Desempenho reprodutivo de vacas de corte em lactação e solteiras submetidas à
indução/sincronização de estro. Revista Ciência Rural, v.38, n.4, 2008 (no prelo).
COLE, L.J.; JOHANSSON, I. The yield and composition of milk from Aberdeen Angus
cows. Journal of Dairy Science, v.6, p.656, 1933.
COOK, A.C.; BLACK, W.H.; BRADFORD JR., K. et al. Relationship of milk production of
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23
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rev. ed. National Academy Press, Washington, D.C., 2000. 242 p.
PIMENTEL, M. A.; MORAES, J. C. F.; JAUME, C. M., LEMES, J.S.; BRAUNER, C.C.
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PIMENTEL, M. A.; MORAES, J. C. F.; JAUME, C. M.; LEMES, J.S.; BRAUNER, C.C.
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extensivo na região da campanha do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de
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24
YAVAS, Y.; WALTON, J.S. Postpartum acyclicity in suckled beef cows: a review.
Theriogenology, v.54, p.25–55, 2000b.
2.2.
Suplementação com farelo de camelina (Camelina sativa) como alternativa ao
farelo de soja para bovinos de corte
2.2.1. Introdução e Justificativa
A produção em escala comercial no Brasil de culturas voltadas à produção de
biocombustíveis vem aumentando a cada ano e acarretará a geração de co-produtos
que necessitam de destino economicamente viável e ecologicamente sustentável. Com
o aumento do preço de grãos de culturas, antes voltadas apenas para a alimentação
animal, para a produção de biocombustível, a utilização desses co-produtos torna-se
uma importante alternativa econômica aos produtores e ecologicamente sustentável
para a alimentação animal. Os resíduos originados na produção de biodiesel
necessitam de estudos para serem melhor compreendidos e melhor aproveitados na
alimentação de animais domésticos. Os diferentes co-produtos originados desta
indústria nas diferentes culturas que são produzidas com esta finalidade, apresentam
potencial uso, principalmente nas rações de animais ruminantes, e na maioria dos
casos com potencial redução nos custos de produção.
Nos últimos anos, novos estudos em busca de alternativas energéticas têm sido
desenvolvidos, tendo em vista o contínuo aumento do preço do petróleo, os seus riscos
quanto à poluição e conflitos políticos dos principais usuários com os seus principais
fornecedores. O Brasil está inserido neste contexto sendo um dos principais países com
potencial de produção de biocombustíveis. Neste novo cenário, parte da produção
agrícola começou a ser dirigida para a produção de biocombustíveis (biodiesel), tendo
como fonte o óleo e os co-produtos de várias espécies vegetais (soja, milho, girassol,
mamona entre outros). A utilização de seus co-produtos como a glicerina bruta (rica em
glicerol), bem como seus outros resíduos vem sendo investigada por diversos grupos
de pesquisa no mundo, tendo em vista principalmente a utilização racional e econômica
25
desses produtos para vários fins, principalmente como alternativa de alimento para
animais de produção.
A Camelina (Camelina sativa) é uma planta oleaginosa produzia nos estados do
oeste norte-americano com a principal finalidade de produzir biodiesel. Após a
purificação, dois co-produtos podem ser gerados, a glicerina bruta e o farelo. O farelo
de camelina é resultado da prensagem das sementes para a extração do óleo. Sua
composição contem aproximadamente 13% de fibras, minerais de 5%, 45% de proteína
bruta (BONJEAN; Le GOFFIC, 1999), e óleo 10%, com 28,5% 18:2 n-6 e 41,3% 18:3
n-3 (HURTAUD; PEYRAUD, 2007). A glicerina bruta é o outro co-produto resultante da
produção de biodiesel. Glicerol, o principal componente em glicerina bruta, é uma
substância líquida de sabor doce e concentração de alta energia (FISHER et al. 1973).
Até o momento não há produção da Camelina no Brasil, porém o país apresenta um
grande número de outras plantas nativas semelhantes que podem ter o mesmo
potencial de produção de biodiesel que a Camelina.
Forragens com baixa qualidade são geralmente limitantes em suprir a
quantidade necessária de nitrogênio requerida pelos microorganismos presentes no
rumen e consequentemente a proteína para os ruminantes. Em consequência,
suplementos proteícos podem ser utilizados para otimizar a produção animal existindo
positiva relação entre a proteína degradável no rumen e a utilização da forragem
(KOSTER et al., 1996).
Atualmente não há qualquer estudo que forneça informações sobre os efeitos de
diferentes quantidades de farelo de camelina sobre o metabolismo ruminal e fluxo
duodenal, como também não há quaisquer estudos comparando o local e a extensão
da digestão de nutrientes em dietas contendo níveis crescentes de farelo de camelina
para bovinos de corte. Portanto, um estudo para melhor compreender os efeitos do
farelo de camelina sobre o desempenho animal, bem como o potencial do farelo de
camelina como um suplemento dietético é de grande valia, podendo trazer resultados
importantes que demonstrarão quais alternativas poderão ser dadas para subprodutos
da indústria de biocombustíveis, não só da camelina como os diversos outros que
mundialmente estão sendo produzidos com esta finalidade, porém sem invstigações de
seus co-produtos.
26
2.2.2. Objetivos
Objetivo Geral:
Investigar os efeitos do aumento do nível de farelo de camelina nas dietas de
bovinos de corte como alternativa ao farelo de soja em dietas a base de forragem com
baixo teor de proteína bruta.
Objetivos específicos:
- Avaliar o local e a extensão da digestão do farelo de camelina;
- Avaliar a eficiência da substituição do farelo de soja pelo farelo de camelina na dieta
de bovinos de corte;
- Identificar qual melhor nível de substituição de farelo de soja por farelo de camelina
na dieta de bovinos de corte alimentados com forragens de baixa qualidade.
2.2.3. Metodologia e Estratégia de Ação
Início: janeiro 2010
Duração: 8 meses
Descrição:
Serão utilizadas 5 novilhas Aberdeen Angus canuladas no rumen e na porção
proximal do duodeno em desenho experimental quadrado latino 5x5 de acordo com as
normas do regulamento do conselho de ética e bem estar animal da Universidade do
Wyoming. As novilhas serão mantidas em baias metabólicas (2 m x 3,3 m) em um
ambiente com temperatura controlada (20°C).
As dietas oferecidas aos animais serão constituídas de feno de Bromegrass
(Bromus inermis) picado (2,5 cm) a vontade com 7% de proteína bruta (PB) e
suplementos que atendam as exigências de proteína degradável no rumen (PDR) com
a finalidade de repor a deficiência desta no feno utilizado, previamente analizado para
se estimar a quantidade de PB presente nesse. Os tratamentos serão os seguintes: 1)
100% de farelo de soja; 2) 75% de farelo de soja e 25% de farelo de camelina; 3) 50%
de farelo de soja e 50% de farelo de camelina; 4) 25% de farelo de soja e 75% de farelo
de camelina e 5) 100% de farelo de camelina.
27
Previamente ao início do estudo, cada animal será controlado por um período de
15 dias para se estimar o consumo diário de feno. Cada dieta será dividida em duas
porções diárias e oferecidas as 06:00 e 18:00 horas de cada dia de tratamento,
controlado-se o consumo diário da dieta pelos animais, sendo que as novilhas terão
livre acesso à agua em bebedouros individuais e automáticos.
Como um indicador do fluxo de digesta, cápsulas (n º 10 lock ring gelatin
capsules, Torpac Inc, Fairfield, NJ), contendo 5 g de TiO2 (óxido de titânio) serão
dosadas intraruminalmente em cada fornecimento diário. Cada período experimental
será constituído de 14 dias incluindo 10 dias de adaptação ao novo tratamento dietético.
Começando as 6 horas em do dia 11 de cada período de amostragem, amostras
duodenais (200 mL) e fecais (50 mL) serão coletadas a cada 6 horas. Nos dias 12 e 13
os períodos de coleta serão avançados em 2 horas de modo que as amostras serão
representativas de um período de 24 horas. Amostras de fezes serão secas a 55 ° C
em forno de ar forçado e moídas (moinho Wiley,com peneira de 1 mm de diâmetro,
Thomas Hill and Sons, Philadelphia, PA) para cada novilha nos diferentes períodos. As
amostras de digesta duodenal serão congeladas logo após a coleta e em seguida
liofilizadas (Gênesis SQ 25 Super liofilizador ES, A Co. VIRTIS, Gardiner, NY) e moídas
(moinho Wiley, com peneira de 1 mm de diâmetro, Thomas Hill and Sons, Philadelphia,
PA). Imediatamente antes da alimentação das 6 horas do dia 14 de cada período (0 h),
cerca de 500 mL de todo o conteúdo do rúmen serão coletados. Amostras de líquido
ruminal serão coletadas, em seguida, aos 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21 h. O pH ruminal será
imediatamente medido em todo o conteúdo do rúmen, utilizando um eletrodo
combinado (Orion Research Inc., Boston, MA), e 10 mL de líquido ruminal será filtrado
através de camadas de tecido especial para filtragem (cheese cloth). O líquido ruminal
resultante será aciidificado com 0,1 mL de H2SO4 7,2 N e imediatamente congelado. A
amostra restante de todo o conteúdo do rúmen será colocada em um misturador
(Hamilton Beach / Proctor Silex, Washington, NC) com igual volume de NaCl 0,9% (wt /
vol) de solução e homogeneizadas por 1,0 min para desalojar partículas e bactérias
associadas. As amostras homogeneizadas, em seguida, serão filtradas para isolamento
bacteriano subseqüente por centrifugação diferencial (MERCHEN; SATTER, 1983).
28
Amostras da dieta, duodenal, microbial e fecal serão analisadas para MS e
cinzas (AOAC, 1990). O teor de nitrogênio dos alimentos, do conteúdo microbiano,
duodenal, e amostras de fezes serão determinados utilizando um Leco FP-528
analisador de N (Leco Corporation, Henderson, NV). Fibra em detergente neutro
contidas nos alimentos, fezes e digesta duodenal será determinada através de um
analisador de fibras Ankom 200 (Ankom Tecnologia, Fairport, NY). A concentração na
digesta, conteúdo duodenal e fezes de TiO2 será determinada por espectrofotometria
de absorção atômica (modelo 210 VGP AASpectr., Buck Scientific, E. Norwalk, CT) de
acordo com procedimento estabelecido por Myers et al. (2004). Concentração de NH3
ruminal será determinada pelo procedimento phenolhypochlorite (BRODERICK; KANG,
1980).
2.2.4. Resultados esperados
É esperado que se possa determinar se a suplementação com farelo de
camelina é capaz de ser um suplemento proteíco de igual ou superior valor nutricional
ao farelo de soja. Com a confirmação desses resultados podera-se-á aumentar
pesquisas no mesmo sentido para outros subprodutos da indústria de biocombustíveis
(biodiesel).
Com o treinamento adquirido durante esse experimento, será possível conduzir
experimentos semelhantes no futuro, avaliando potenciais co-produtos brasileiros da
indústria de biodiesel que possam ser inseridos na alimentação animal de uma forma
economicamente
viável
e
ecologicamente
sustentável.
29
2.2.5Cronograma do Projeto (90 dias)
Período 2 - 2009/2010 (Período de estágio no exterior)
Evento
Jan-Fev-Mar-Abr
Mai-Jun
Ago-Set
Revisão Bibliográfica
X
X
X
Coleta dos dados (70 dias)
X
X
X
Preparo das amostras
X
X
X
Análise das amostras
X
X
Tabulação dos dados
X
X
Análise estatística
X
Escrita dos artigos científicos
X
2.2.6. Referências Bibliográficas
AOAC. Official Methods of Analysis, 15th ed. Association of Official Analytical Chemists,
Arlington, VA.
BONJEAN, A., AND F. LE GOFFIC. La came´line—Camelina sativa (L.) Crantz: Une
opportunite´ pour l’agriculture et l’industrie Europe´ennes. Oleagineux Corps gras
Lipides 1:28–34, 1999.
BRODERICK, G. A., AND J. H. KANG. Automated simultaneous determinations of
ammonia and total amino acids in ruminal fluid and in vitro media. Journal of Dairy
Science, 63:64–75, 1980.
FISHER, L. J., J. D. ERFLE, G. A. LODGE, et al. Effects of propylene glycol or glycerol
supplementation of the diets of dairy cows on feed intake, milk yield and composition,
and incidence of ketosis. Canadian Journal of Animal Science 53:289-296, 1973.
HURTAUD, C., AND J. L. PEYRAUD. Effects of feeding camelina (seeds or meal) on
milk fatty acid composition and butter spreadability. Journal of Dairy Science,
90:5134–5145, 2007.
30
KOSTER, H. H., COCHRAN, E. C., TITGEMEYER, E. C. et al. Effect of increasing
degradable intake protein on intake and digestion of low-quality, tall-grass-prairie forage
by beef cows. Journal of Animal Science, v. 74, p.2473-2481, 1996.
MERCHEN, N. R., AND L. D. SATTER. Digestion of nitrogen by lambs fed alfalfa
conserved as baled hay or as low moisture silage. Journal of Animal Science 56:943–
951, 1983.
MYERS, W. D., LUDDEN, P. A., NAYIGIHUGU, V.
et al. Technical Note: A
procedure for the preparation and quantitative analysis of samples for titanium dioxide.
Journal of Animal Science, v. 82, p.179-183, 2004.
31
3. RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO
3.1.
Relatório referente à atividade I
3.1.1. Período do experimento
O experimento teve início no mês de agosto de 2008 com a seleção e posterior
acompanhamento do período de parição das vacas. Neste momento eram realizadas
as pesagens e identificações dos terneiros individualmente. O período de parição foi de
setembro a outubro daquele ano. Neste último mês teve o início do período de
suplementação, controle e avaliações da produção de leite e desempenho dos animais.
Inicialmente (por um período de 35 dias) essas avaliações foram realizadas
semanalmente, logo após este período as mesmas foram realizadas de 21 em 21 dias
até o momento do desmame em abril de 2009.
3.1.2. Descrição da fazenda experimental
O experimento foi conduzido em uma fazenda particular no município de Aceguá
(latitude 31⁰49’50’’ Sul; longitude 54⁰41’58” Oeste), localizado na região fisiográfica da
Campanha, no estado do Rio Grande do Sul. A região apresenta clima mesotérmico,
tipo subtropical da classe Cfa 1, de acordo com a classificação de Koppen, com chuvas
distribuídas uniformemente durante o ano, em média 1350mm, porém variando entre
1080 e 1620mm, 34% no inverno, 25% na primavera, 16% no verão e 25% no outono.
Entre os meses de novembro a março podem ocorrer períodos secos (MACEDO, 1984).
A temperatura média anual é de 17,6⁰C, sendo janeiro o mês mais quente, com média
de 24⁰C e junho o mais frio, com média de 12,5⁰C. Geadas podem ocorrer entre abril e
32
novembro, com maior incidência entre os meses de junho e agosto. A umidade relativa
do ar oscila entre 75 e 85%. O relevo é suavemente ondulado, apresentando longos
declives de 2 a 8%. A altitude varia entre 80 e 180 metros acima do nível do mar.
A cobertura natural do solo é superior a 80%, formada por vegetação nativa,
com variações qualitativas durante ano. Na primavera e verão a vegetação nativa é
baixa e densa, de boa qualidade, já no outono e inverno, tendem a não apresentar
crescimento e crestam em razão das geadas. A população das plantas predominante é
de gramíneas nativas de ciclo estival, bem como outras espécies melhoradoras da
condição forrageira do campo. Esse é formado principalmente pela “grama forquilha”
(Paspalum notatum) e “grama tapete” (Axonopus affinis). As gramíneas de ciclo
hibernal de maior ocorrência são as “flexilhas” (Stipa spp.) e o “azevém” (Lolium
multiflorm spp.). A população de leguminosas de ciclo hibernal é na sua maior parte
composta por trevos (Tripholium spp.).
3.1.3. Descrição dos animais
Foram relacionados para este experimento 52 duas vacas de corte da raça
Aberdeen Angus, adultas (5-6 anos), multíparas, as quais tiveram as datas de partos
controladas para posterior seleção dos animais que participariam do projeto de
pesquisa. Neste momento também as vacas eram classificadas de acordo com as suas
condições corporais, buscando-se animais em um estado intermediário (grau 3) em
uma escala de 1 a 5 (Jaume & Moraes, 2002). As vacas foram mantidas em campo
natural, em uma lotação de 0,7 U.A./ha (U.A. = 450kg de peso vivo) durante todo o
período experimental.
3.2.
Relatório referente à atividade II
3.2.1. Período do experimento
O experimento teve início no mês de outubro de 2009 com a seleção e preparo
das novilhas que seriam utilizadas no mesmo. No mesmo período foram realizados os
33
cálculos das dietas e fabricação das cânulas, bem como treinamento no laboratório
para posterior análise das amostras. No mês de dezembro foram realizadas as
cirurgias de fístula ruminal e duodenal e colocação das cânulas nos mesmos pontos. O
período de coleta dos dados começou em janeiro de 2010 e este se estendeu até o
mês de abril do mesmo ano. Este período experimental foi dividido em 5 períodos de
14 dias, onde 10 dias eram reservados para adaptação dos animais às dietas, seguidos
de 4 dias de coleta das amostras. Logo após houve o início do período de
processamento e análise das amostras o qual teve término no mês de agosto de 2010.
3.2.2. Descrição da fazenda experimental
O experimento foi conduzido na fazenda da University of Wyoming na cidade de
Laramie no estado de Wyoming – EUA. A georeferência é 41⁰18’46’’ Norte 105⁰35’14’’
Oeste, localizada na região das montanhas rochosas no oeste norte-americano.
Os animais foram confinados em baias metabólicas (6m2) no prédio de multiuso,
o qual contava com uma área total de 1000m2. O local contava ainda com bretes de
contenção individual, laboratório para processamento das amostras, sala cirúrgica,
vestiários, farmácia, banheiros e lavanderia próprios. A temperatura do local era
controlada e mantida entre 17 e 18⁰C. Os animais eram mantidos confinados por tempo
integral, recebendo a dieta duas vezes ao dia, sendo que em igual frequência as baias
eram limpas e duas vezes por semana as mesmas eram lavadas e higienizadas.
3.2.3. Descrição dos animais
Foram relacionados para este experimento 12 novilhas (440 ± 17 kg) de corte da
raça Aberdeen Angus. Para facilitar o manejo para as coletas as novilhas tiveram que
passar por um período de 45 dias onde estas eram manejadas a fim de se
acostumarem com a presença humana e assim facilitar as futuras coletas. Ao final
deste período 6 animais foram selecionados para passar pelas cirurgias.
34
3.2.4. Descrição das cirurgias
Todos os procedimentos cirúrgicos foram aprovados pelo “INSTITUTIONAL
ANIMAL CARE and USE COMMITTEE” da University of Wyoming. Os procedimentos
cirúrgicos foram realizados com animais em pé e contidos em um brete de contenção
especifico para esta finalidade. Uma cinta abdominal ficava sob a caixa torácica do
animais para evitar que estes se deitassem durante a cirurgia. Duas laparotomias em
diferentes pontos foram realizadas para colocar cânulas no duodeno e no rúmen de
cada animal. A laparotomia para a exteriorização do duodeno foi feita a partir de um
centímetro do ponto 4 posterior à junção costocondral passado ventralmente por cerca
de 12 cm. A parte distal do abomaso era localizada pela palpação do esfíncter pilórico
e então este era exteriorizado, juntamente com o duodeno. Um assistente fazia a
fixação desses órgãos em posição durante a colocação da cânula. Uma incisão
longitudinal (aproximadamente 2 cm) era realizada a 10 cm posterior ao esfíncter
pilórico no lado antimesentérico do duodeno para permitir a inserção da cânula em
formato de “T”. A sutura em bolsa 17 mm de diâmetro foi utilizada para fixar a cânula
no local. O abomaso e duodeno, assim que canulados eram devolvidos à cavidade
abdomincal após a lavagem com solução salina estéril 0,9%. As únicas suturas
inabsorvíveis que era realizada era a de pele e do tecido subcutâneo.
Para a canulação ruminal, uma incisão na pele era feita aproximadamente no
centro da região da fossa paralombar. A incisão era continuada em um padrão circular
igual ao diâmetro do orifício da fístula. O retalho circular de pele era removido com uma
pinça e um bisturi, expondo os músculos subjacentes abdominais. Usando a dissecção
romba, o peritônio era exposto na cavidade abdominal. Uma vez que o peritônio era
cuidadosamente penetrado o rúmen era exteriorizado com o uso de fórceps. Um ponto
simples interrompido era usado para alinhavar o rúmen com o peritônio e todos os três
músculos abdominais e da pele da fístula. Enquanto mantém-se o rúmen exteriorizado,
longe do corpo do animal, uma incisão 5 a 10 centímetros na parede do rúmen era
realizada a uma profundidade suficiente para penetrar a luz. O rúmen era suturado (# 2
nylon; simples interrompido) ao peritônio, todos os três músculos abdominais e da pele
35
da fístula em todos os lados de forma que assegurasse que a fístula seja grande o
suficiente para colocar a cânula ruminal dentro. Finalmente a cânula era colocada na
fístula. Penicilina G procaína era administrada por via intramuscular imediatamente
após a cirurgia (22.000 unidades / kg de PV) e uma vez por dia (20.000 unidades / kg
de PV) durante 5 dias após. Todas as suturas externas foram removidas 10-14 dias
após a cirurgia.
Ao final do período pós-operatório (10 dias) uma das novilhas acabou indo a
óbito, sendo que restaram 5 novilhas para a continuidade do experimento.
36
4. ATIVIDADE I
4.1.
Artigo publicado no periódico Revista da Sociedade Brasieleira de Zootecnia
4.1.2. Effect of short period feed supplementation during early lactation on performance
of cows and calves raised in extensive system
37
38
39
40
41
42
43
44
5. ATIVIDADE II
5.1.
Artigo a ser submetido ao periódico Journal of Animal Science
5.1.1. Camelina meal as a replacement for supplementary soybean meal in foragebased diets of beef cattle
45
1
Running Head:
Camelina meal, site and extent of digestion, beef cattle
2
Camelina meal as a replacement for supplementary soybean meal in forage-based diets of
3
beef cattle1
4
C. C. Brauner*†, P. Moriel*, M. A. Pimentel†, S. L. Lake*, D. C. Rule*, and B. W. Hess*2
5
*Department of Animal Science, University of Wyoming, Laramie 82071
6
†Department of Animal Science, Universidade Federal de Pelotas, RS-Brazil
7
8
9
10
11
12
1
13
14
2
Funding for this project was provided by Western SARE Grant No.SW07-049. Cassio C.
Brauner was supported by a CAPES scholarship from Education Ministry of Brazil.
Correspondence: Dept. 3684, 1000 E. University Avenue (Phone 307-766-3507; email
([email protected]).
46
15
Four beef heifers (440 ± 24 kg BW) fitted with ruminal and duodenal cannulas were used in a 5
16
x 4 Latin square experiment to determine the dietary replacement value of camelina meal for
17
soybean meal (SBM) in forage-based diets of beef cattle. Heifers were fed chopped (2.54 cm)
18
bromegrass hay (7.1% CP, 52.2% NDF,OM basis) and the diet was formulated to meet the RDP
19
requirement for the hay offered with supplemental SBM as a protein supplement. In an
20
isonitrogenous basis, the treatments aimed to replace the SBM in five different levels (0, 25, 50,
21
75 and 100%) using camelina meal as a protein source. Data were analyzed using the mixed
22
model procedures of NCSS for a Latin square. Intake of OM (P = 0.12), NDF (P = 0.16), and N
23
(P = 0.17), microbial efficiency (P = 0.26), as well as ruminal and intestinal digestibilities of
24
NDF, OM and N (P = 0.15 to 0.42) did not differ among treatments. Likewise, OM truly
25
fermented (P = 0.14), ruminal digestion of NDF (P = 0.32), true N digestibility (P = 0.41).
26
Although we found a linear trend (P = 0.02) for NH3, there were no difference in ruminal pH (P
27
= 0.49), and molar proportions for VFAs (P > 0.10), excepted for propionate where we found a
28
quadratic tendency (P = 0.08). There was no difference (P = 0.98) for ADG, where the average
29
was 0.464 ± 0.105 kg. Camelina meal can replace 25 to 100% of supplemental SBM N without
30
affecting site or extent of OM, NDF, and N digestion, and having minimal affects on enproducts
31
of ruminal fermentation. Therefore, camelina meal is a suitable isonitrogenous alternative for
32
supplementary SBM in forage-based diets offered to beef cattle.
33
Key Words: Co-product, Digestion, Feed, Protein, Supplementation
34
INTRODUCTION
35
The crude protein (CP) content of diets selected by grazing cattle differs dramatically
36
across seasons and years (DelCurto et al., 2000). Beef cattle consuming low-quality forages (less
37
than 7% CP) are often limiting in rumen degradable protein (RDP) for effective forage
47
38
utilization (Bohnert et al., 2002). However, several studies have reported increased performance
39
of beef cattle due to RDP supplemention (Caton et al., 1988; DelCurto et al., 1990; Sunvold et
40
al.1991). Rumen degradable protein supplementation is often necessary to meet microbial N
41
requirements, improve forage utilization (Köster et al., 1996), forage intake, and ruminal
42
ammonia and VFAs concentrations (Galyean, 1987; McCllom & Horn 1990). Producers who are
43
dependent on low-quality rangeland as forage sources must develop supplementation strategies
44
that maximize the use of the forage resources while maintaining acceptable levels of production
45
and cost in their beef cattle operations (DelCurto et al., 2000). However, increased utilization of
46
traditional feedstuffs by the biofuel industry has dramatically impacted protein costs. Therefore,
47
utilization of non-traditional feedstuffs will be essential to maintain the viability and
48
sustainability of beef cattle operations. Supplemental feedstuffs have differences in solubility,
49
degradation, and chemical composition that influence the relative level of success in
50
synchronizing dietary nutrients observed in particular supplemental feedstuffs and their
51
combinations (Hersom, 2008).
52
Camelina, a cruciferous plant and member of the mustard family is been used to produce
53
biodiesel in the western region of USA. Camelina meal is a co-product resulting from pressing
54
the seeds for oil extraction, and considered a good source of protein (Bonjean and Le Goffic,
55
1999) and PUFA (Hurtaud and Peyraud, 2007). It contains approximately 10% oil (Hurtaud and
56
Peyraud, 2007) and 45% CP (Bonjean and Le Goffic, 1999). There has been increased interest in
57
an economically and renewable utilization for biodiesel co-products disposal worldwide (Donkin,
58
2008). Camelina meal effectively replaced conventional 50:50 corn-soybean meal supplement in
59
diets of developing replacement beef heifers (Moriel et al., 2011). However, it remains unknown
60
the optimal level of inclusion of camelina meal in diets of beef cattle. Therefore, we
48
61
hypothesized that camelina meal could be used as a substitute for soybean meal in forage-based
62
diets of beef cattle. Our objectives were to determine site and extent of digestion of increasing
63
levels of camelina meal replacing soybean meal in low quality forage-based diets of beef cattle.
MATERIALS AND METHODS
64
65
General
66
All procedures for the experiment were approved by the University of Wyoming Animal
67
Care and Use Committee. Four Angus heifers (440 ± 24 kg initial BW) fitted with ruminal and
68
T-type duodenal cannulas were used in a 5 x 4 Latin square with 4 experimental periods of 14 d
69
each. Heifers were housed in individual pens (2 m x 3.3 m) in a temperature-controlled room
70
(20⁰C). Each 14-d experimental period was composed of 10 d of dietary adaptation (d1 to 10), to
71
ensure adequate adaptation of the digestive system to forage intake level, and 4 d of sample
72
collections (d11 to 14). As a marker of digesta flow, 5 g of TiO2 was dosed intraruminally
73
immediately before the morning feeding (Myers et al., 2006; Sampaio et al., 2011).
74
Heifers were fed chopped (2.54 cm) bromegrass hay (7.1% CP, 52.2% NDF on an OM
75
basis; Table 1) and soybean meal (SBM) was used as the basal protein supplement. The basal
76
diet was formulated to meet the RDP requirement for the hay offered according NRC (1996)
77
recommendations based upon estimated forage TDN and average hay intake recorded during the
78
pretrial feeding period. Rumen degradable protein requirements were estimated to be 11% of
79
total dietary TDN intake. Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental
80
SBM on an isonitrogenous basis. Supplements were fed at 0600 and 1800 daily. Supplements
81
were completely consumed within 5 min after being offered. Hay was offered immediately after
82
supplements were consumed. On the next morning, any hay remaining in the bunks was removed
49
83
and weighed before offering the supplements. Forage offered was adjusted based on two days
84
actual feed intake (forage) and was adjusted for a minimum of 10% refusal rate. In order to
85
account for changes in BW, heifers were weighed before feeding on the last day of each
86
experimental period, and levels of feed intake for each subsequent period were adjusted for
87
changes in BW.
88
Sampling
Beginning at 0400 on d 11 of each sampling period, duodenal (200 mL) and fecal (50 mL)
89
90
samples were collected every 6 h. On both d 12 and 13, collection times were advanced 2 h so
91
that samples were collected to represent every 2 h in a theoretical 24-h period. Duodenal and
92
fecal samples were immediately frozen and then lyophilized (Genesis SQ 25 Super ES freeze
93
dryer, The VirTis Co., Gardiner, NY) and ground (Wiley mill, 1-mm screen, Thomas Hill and
94
Sons).
95
Immediately before the 0600 feeding on d 14 of each period (0 h), approximately 200 mL
96
of whole ruminal content was collected from the center of the ruminal mat (dorsal to the cranial
97
pillar). Ruminal samples were then collected at 3, 6, and 9 h. Ruminal pH was immediately
98
measured on whole ruminal contents using a combination electrode (Orion Research Inc., Boston,
99
MA), and 10 mL of ruminal fluid was strained through eight layers of cheesecloth. The resulting
100
ruminal fluid was acidified with 0.1 mL of 7.2 N H2SO4 and immediately frozen. The remaining
101
unstrained sample of whole ruminal contents was frozen for subsequent bacteria isolation.
102
Laboratory Analysis
103
Feed, duodenal, microbial, and fecal samples were analyzed for DM and ash (AOAC,
104
1990). Nitrogen content of feed, microbial, duodenal, and fecal samples was determined using a
50
105
Leco FP-528 N analyzer (Leco Corp., Henderson, NV). Neutral detergent fiber content of feed,
106
feces, and duodenal digesta was determined using an Ankom 200 fiber analyzer (Ankom
107
Technology, Fairport, NY).
108
Acidified ruminal fluid samples were centrifuged at 10,000 × g for 10 min, and a 2.5-mL
109
aliquot of the resulting supernatant was added to 0.5 mL of 25% metaphosphoric acid containing
110
2 g/L of 2-ethyl-butyric acid (Goetsch and Galyean, 1983). These samples were then centrifuged
111
for 10 min at 10,000 × g, and the supernatant fluid was analyzed for concentrations of VFA
112
using a Hewlett-Packard 5890 GLC (Hewlett-Packard, Avondale, PA) equipped with a 15m×
113
0.533mm(i.d.) column (Nukol, Supelco, Bellefonte, PA) with a ramp temperature of 110 to
114
150°C at 8°C/min. Helium was used as the carrier gas with a column flow rate of 20 mL/min.
115
Injector and detector temperatures were 250°C. Ruminal NH3 concentration was determined by
116
the phenolhypochlorite procedure (Broderick and Kang, 1980).
117
The remaining unstrained sample of whole ruminal contents was thawed and
118
homogenized for 1 min in a blender (Hamilton Beach/Proctor Silex, Washington, NC) with an
119
equal volume of 0.9% NaCl (wt/vol) solution to dislodge particulate-associated bacteria. The
120
homogenized sample was then strained through eight layers of cheesecloth for subsequent
121
bacterial isolation by differential centrifugation (Merchen and Satter, 1983). The resulting
122
bacterial isolate was lyophilized (Genesis SQ 25 Super ES freeze dryer, The VirTis Co.) and
123
ground with a mortar and pestle for subsequent laboratory analyses.
124
Calculations and Statistical Analysis
125
Organic matter flow was calculated by dividing the amount of TiO2 dosed by the
126
concentration of TiO2 in duodenal and fecal samples. Duodenal flow of N and NDF was
51
127
calculated by multiplying nutrient concentration in duodenal OM by duodenal OM flow. The
128
microbial purine:N ratio was calculated by dividing microbial purine content by N in bacteria
129
(Zinn and Owens, 1986). The proportion of N flowing at the small intestine of microbial origin
130
was calculated by dividing the purine:N ratio of duodenal digesta by purine:N ratio of microbial
131
isolates. Microbial OM flowing to the duodenum was calculated by dividing duodenal microbial
132
N flow by microbial N as a percentage of OM. True ruminal digestibility was calculated based
133
on amount of nutrient ingested subtracted from the amount present in small intestine without
134
microbial nutrient contributions.
135
Data were analyzed as a 5x4 Latin square using the mixed model procedures of NCSS
136
(2007). Orthogonal polynomial contrasts (Steel and Torrie, 1980) were used to determine linear,
137
quadratic, cubic, effects of level of camelina addition as a replacement of soybean meal in the
138
diet. Time course data were analyzed using the repeated measures within mixed models of NCSS.
139
Model included the effects of animal, period, treatment, time, and treatment x time. Animal x
140
period x treatment was used to specify variation between animals using the random statement.
RESULTS
141
142
Intake, Digestion and Performance
143
Organic matter intake (P = 0.12), OM truly fermented (P = 0.14), and OM digested in the
144
total tract (g/d; P = 0.15) was not affected by replacing SBM with camelina meal (Table 3). A
145
quadratic effect was detected (P = 0.02) on total and nonmicrobial OM flows (g/d) which
146
increased and reached a threshold when camelina replaced SBM at 25% or greater. Microbial
147
OM flow tended to increase linearly (P = 0.11) with level of camelina meal inclusion. Due to the
148
proportional increase in duodenal flow and fecal output of OM (P > 0.001), a quadratic effect
149
was detected (P = 0.06) on total tract OM digestibility as a percentage of intake reaching a
52
150
threshold when camelina meal replaced over 50% of SBM. However, ruminal OM digestibility (%
151
of intake; P = 0.16) was not affected by increasing levels of camelina meal inclusion.
152
Dietary treatments did not affect (P = 0.16) forage and totalNDF intakes. Neither ruminal
153
nor total tract NDF digested were affected (P = 0.32) by camelina meal inclusion. Quadratic
154
effects were detected on duodenal NDF flow (P = 0.01) and ruminal NDF digestibility (as a
155
percentage of intake; P = 0.08). Fecal NDF flow (g/d) and total tract NDF digestibility (% of
156
intake) did not differed among dietary treatments (Table 4).
157
Nitrogen intake (g/d) was similar (P = 0.17) among dietary treatments (Table 5). Also,
158
true ruminal N digestibility (% of intake; P = 0.41), total tract N digested (g/d and % of ???; P =
159
0.26 and 0.14, respectively), and lower tract N digestibility (g/d or %?; P = 0.50) did not differ
160
among dietary treatments. Consequently, microbial efficiency (g of microbial N flow per kg of
161
OM truly fermented) did not change (P = 0.26) as camelina meal levels increased from 0 to
162
100% of supplement intake. Although neither microbial (P = 0.36), nor nonmicrobial (P = 0.15)
163
were affected, increasing camelina meal level of inclusion had a quadratic (P = 0.05) effect on
164
total N flow to the duodenum. A quadratic effect was detected (P = 0.004) on fecal N flow which
165
peaked when camelina meal was included at 50% of SBM.
166
During the experiment period, ADG was not affected (P = 0.98) by dietary treatments
167
(0.42, 0.47, 0.45, 0.46 and 0.51 ± 0.11 kg/d, for heifers fed supplements with 0, 25, 50, 75 and
168
100% camelina meal, respectively).
169
170
Ruminal Fermentation Patters
53
171
No treatment x time interaction effect (P > 0.10) was detected on ruminal pH and
172
concentrations of ammonia (Table 6). Ruminal pH did not differ (P = 0.49) as SBM was replaced
173
for camelina meal, whereas ruminal NH3 had a linear (P = 0.02) increment when camelina meal
174
was increasing from 0 to 100%. Total ruminal VFA was not affected (P = 0.42) by levels of
175
camelina meal inclusion, as well as the molar proportions of acetate, butyrate, isobutyrate, and
176
valerate (P > 0.10). Nevertheless, propionate (P = 0.08; quadratic) and isovalerate (P = 0.07;
177
linear) were affected by level of camelina inclusion.
DISCUSSION
178
179
Intake, Digestion and Performance
180
Several studies that have reported increased total DMI of low-quality forages when RDP
181
was fed to both sheep (Krysl et al., 1987) and cattle (McCollum and Galyean, 1985; Wickersham
182
et al., 2008). This is likely due to increased DM digestibility when supplemental nitrogen
183
corrected for N deficiency in the rumen (Church and Santos, 1981; DelCurto et al., 1990).
184
Supplements that provide adequate RDP levels to cattle consuming low-quality forage can
185
improve performance as a result of increased forage intake and fiber digestion (Hannan et al.,
186
1991; Köster et al 1997). In our study, the lack of treatments differences for total OM, NDF, and
187
N intake indicates that substituting SBM for camelina meal did not alter the intake of low-quality
188
forage in beef cattle, which suggests that both supplements in any combination were able to
189
provide similar levels of RDP
190
Additionally, the results for OM, NDF and N digestibility demonstrated that increasing
191
levels of camelina meal in replacement for SBM as a N source, have minimal affects on
192
digestion, as well as allowed the same productions of N on a isonitrogenous diet. Hersom (2008)
193
explained that different sources of supplements could interact in different manners, reducing
54
194
their effects or increasing their functions when fed together. In our study we could not find any
195
of these interactions among camelina meal and SBM, especially for fiber digestibility and N
196
provision to the rumen microorganisms.
197
The OM truly fermented (g/d) as well as a percentage of intake indicated that both
198
supplements had the same OM fermentation pattern. As a result, none of them interferes on the
199
OM digestion process. Supplemental feedstuffs have differences in solubility, degradation, and
200
chemical composition that influence the relative level of success in synchronizing dietary
201
nutrients observed in particular supplemental feedstuffs and their combinations (Hersom, 2008).
202
Total OM flowing to duodenum had a quadratic trend and directly affected other digestible
203
patterns. This effect was due for the nonmicrobial increase and not for an improvement in
204
microbial production, which was similar for all camelina meal addition levels. This corroborates
205
the results of fecal OM output (Table 3), as well as NDF and N flowing through the gut (Tables 4
206
and 5) However, these trend had minimal effect (P = 0.06) on OM digestibility, as well as on
207
NDF ruminal digestibility (P = 0.08). Those results are in agreement with several studies that
208
related the RDP effects on enhance fiber digestibility (Koster et al., 1996; DelCurto et al., 2000;
209
Bohnert et al., 2002b)
210
Total N flowing to duodenum was below the total N intake in all levels of camelina meal
211
addition, excepted for the 25% group, where the difference among N input can be explained by
212
the N entering the rumen via recycling. Including camelina meal at 50% of the supplement N
213
may have played a better role as source of N probably due to the increased in total duodenal OM
214
flow. Moreover, the microbial N flow was not affected by the increasing levels of camelina meal.
215
Although nonmicrobial OM flow had a quadratic effect (P = 0.02) when camelina meal was
216
included, no significant effects were observed on nonmicrobial N flowing to duodenum. Also,
55
217
microbial efficiency and total-tract N digested did not differ among treatments. Therefore, the
218
quadratic trends observed on fecal N loss are reflecting the greater fecal OM flow. Both items
219
are in agreement with other publications (Köster et al., 1996, 1997). Since all treatment levels
220
were calculated in a isonitrogenous basis, the microbial efficiency assumed an important role in
221
the microbial protein synthesis. Thus, the lack of dietary treatment effects on microbial
222
efficiency indicates that camelina meal addition did not alter the microbial protein production in
223
any level of inclusion.
224
In ruminants fed low-quality forages, the supplementation of protein has repeatedly
225
improved animal performance (DelCurto et al., 1990; DeCurto et al., 2000; Bohnert et al.,
226
2002b). The improvement in performance generally has occurred because of correcting a
227
protein/N deficiency in the diet, thereby better synchronizing the supply of energy and protein in
228
the rumen (Hersom, 2008). Lack of differences in site and extent of digestion among dietary
229
treatments is consistent with the similar ADG found for each group, which was expected because
230
previous researchers have been well established the RDP effects on performance (Beaty et al.,
231
1994; Bohnert et al., 2002b; Currier et al., 2004a). Therefore, camelina meal can replace 25 to
232
100% of supplemental soybean N without affecting site or extent o OM, NDF, and N digestion.
233
Ruminal Fermentation Patters
234
235
The ruminal pH was less than typical forage fed diet (average of 6.0 compared with 6.7),
236
probably because heifers were fed chopped (2.54 cm) hay. The small particles reduced the
237
rumination periods and as a result decreased the pH value. The pH curves had quadratic shapes
238
with a dramatic reduction at the three hours after feeding collection. This was expected because
239
during this period there was an increase in ruminal fermentation (Hess et al., 1994). The
56
240
combination 50% camelina meal and 50% SBM may had a increased passage rate, resulting in a
241
better pH pattern (Figure 1), where this group showed a regular level through all the collections,
242
never having values bellow 6, where lower ruminal pH has a negative effect on bacterial and
243
proteolitic activity (Hess et al., 1994; Koster et al., 1997). Thus, the 50% camelina meal addition
244
may demonstrate some different results across the digestibility evaluations (Tables 2, 3, and 4).
245
Although the incremental replacement of SBM N with camelina meal N had minimum
246
effects on end-products of ruminal fermentation, the change in N source from SBM to camelina
247
meal was associated with a light shift in molar proportions of propionate (Table 6). The quadratic
248
fashion curve found may indicate that an interaction occur among supplements when they were
249
mixed in intermediated levels. Thus, we could found the greatest levels when both were fed
250
without mixing. This result could be explained because there was a nutrient synchrony among
251
supplements, resulting in a different carbohydrate pattern of fermentation, and consequently
252
reducing the propionate levels (Hersom, 2008).
253
There was a linear response (P = 0.02) for ammonia production and camelina meal
254
addition, but this result is according to biological parameters established by Satter and Slyter
255
(1974). According the same authors, the ruminal NH3 levels in our study (2.8 to 3.4 mM) were
256
above the minimum level (1 mM), indicating that ruminal N levels were adequate for microbial
257
growth. Additionally, camelina meal protein may be is degraded more slowly than SBM,
258
resulting in higher ruminal ammonia concentrations at later sampling times. Martin and Hibber
259
(1990) had the similar findings using soybean hulls as a replacement for cotton seed meal.
260
261
IMPLICATIONS
57
262
Camelina meal is a suitable isonitrogenous alternative for supplementary soybean meal in
263
forage-based diets of beef cattle. Furthermore, it can be added to the diet as a replacement to
264
soybean meal in different levels up to 100% and, therefore, being an alternative feed to
265
producers. The level to be added will depend on the market prices and costs.
266
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62
367
Table 1. Chemical composition and intake of bromegrass hay, soybean meal and camelina meal
368
fed to heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas.
Ingredients
DM, %
Hay
Soybean meal
Camelina meal
92.19
92.90
91.75
---------------------% of DM---------------------
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
OM
90.15
91.66
93.01
CP
7.13
48.38
34.49
NDF
52.16
12.26
32.72
63
380
Table 2. Chemical composition and intake of different levels of camelina meal inclusion as a
381
replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet fed to heifers fitted with
382
ruminal and duodenal cannulas.
% Supplemental N from camelina meal1
DM, %
0
25
50
75
100
92.5
92.4
92.3
92.1
92.0
---------------------% of DM--------------------OM
90.9
91.1
91.2
91.4
91.5
CP
9.1
9.1
9.1
9.1
9.1
NDF
32.2
34.8
37.3
39.9
42.4
Intake
Supplement
383
384
385
386
387
1
---------------------g/d of DM--------------------354
408
457
508
566
Hay
8,142
7,848
8,283
8,338
8,019
Total
8,496
8,226
8,739
8,846
8,585
Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an
isonitrogenous basis.
64
388
Table 3. Organic matter intake and digestibility in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas and fed increasing levels of
389
camelina meal as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet.
% Supplemental N from camelina meal1
Contrastsb
0
25
50
75
100
SEMa
L
Q
C
7,655
7,409
7,894
7,998
7,751
198.6
0.24
0.62
0.12
Total
3,018
3,455
3,624
3,509
3,504
109.5
0.02
0.02
0.31
Microbial
679.9
747.9
858.2
780.3
813.8
53.5
0.11
0.23
0.69
Nonmicrobial
2,338
2,707
2,766
2,728
2,690
85.1
0.03
0.02
0.28
g/d
5,252
4,689
5,132
5,274
5,066
2,631
0.80
0.69
0.14
% of intake
68.6
63.0
65.1
65.9
65.5
1.91
0.60
0.24
0.16
Item
OM Intake, g/d
Duodenal OM flow, g/d
OM truly fermented,
65
Fecal OM flow,
g/d
2,196
2,405
2,565
2,440
2,339
g/d
5,459
5,004
5,329
5,558
5,412
% of intake
71.3
67.5
67.5
69.5
69.8
41.6
0.04
<0.001
0.59
227.1
0.54
0.55
0.15
1.1
0.52
0.06
0.11
Total-tract OM digestion,
390
1
391
a
392
b
393
394
395
396
397
398
399
400
Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis.
(n = 5).
L = linear; Q = quadratic; C = cubic.
66
401
Table 4. Neutral detergent fiber (NDF) intake (OM) and digestibility in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas fed
402
increasing levels of camelina meal as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet.
% Supplemental N from camelina meal1
Contrastsb
0
25
50
75
100
SEMa
L
Forage
4,249
4,097
4,319
4,347
4,180
114.7
0.76
0.61 0.16
Total
4,292
4,164
4,416
4,473
4,336
114.7
0.29
0.61 0.16
Duodenal NDF flow, g/d
2,088
2,276
2,526
2,416
2,349
73.3
0.02
0.01 0.94
Fecal NDF flow, g/d
1,708
1,762
1,908
1,856
1,816
57.0
0.12
0.11 0.66
Ruminal
2,197
1,888
1,890
2,057
2,064
163.9
0.64
0.32 0.32
Total tract
2,577
2,402
2,508
2,616
2,521
145.2
0.83
0.77 0.32
Item
Q
C
NDF Intake, g/d
NDF digested, g/d
67
NDF digestibility, % of intake
403
1
404
a
405
b
406
407
408
409
410
411
412
413
414
415
416
Ruminal
51.2
45.3
42.8
46.0
47.6
2.6
0.27
0.08 0.30
Total tract
59.9
57.4
56.8
58.4
58.1
1.9
0.43
0.50 0.42
Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis.
(n = 5).
L = linear; Q = quadratic; C = cubic.
68
417
Table 5. Nitrogen intake (OM) and degradability in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas and fed increasing levels of
418
camelina meal as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet.
% Supplemental N from camelina meal1
Contrastsb
0
25
50
75
100
SEMa
L
Q
C
127.3
124.8
130.5
130.6
125.6
2.8
0.79
0.34
0.17
Total
108.1
128.5
128.4
124.9
121.2
6.07
0.27
0.05
0.32
Microbial
70.9
74.2
86.0
75.3
78.6
6.3
0.43
0.36
0.76
Nonmicrobial
37.2
54.3
42.4
49.6
42.6
4.9
0.69
0.15
0.39
63.4
54.5
68.1
62.3
66.3
4.9
0.41
0.74
0.44
47.6
51.7
55.4
53.4
51.2
1.25
0.05
0.004
0.98
Item
N Intake, g/d
Duodenal N flow, g/d
True ruminal N digestibility,
% of intake
Fecal N flow, g/d
69
Lower tract N digestibility,
% of intake
55.3
58.5
56.5
57.4
56.0
2.30
0.96
0.50
0.70
g/d
79.7
73.1
75.1
77.1
74.4
3.5
0.58
0.58
0.26
%
62.5
58.4
57.6
58.8
58.4
1.5
0.14
0.14
0.32
Microbial efficiency
13.4
16.2
16.7
14.4
15.6
1.6
0.61
0.30
0.26
Total-tract N digested
419
1
420
a
421
b
422
423
424
425
426
427
Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis.
(n = 5).
L = linear; Q = quadratic; C = cubic.
70
428
429
Table 6. Ruminal pH, NH3 and VFA in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas and fed increasing levels of camelina meal
430
as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet.
% Supplemental N from camelina meal1
Contrastsb
0
25
50
75
100
SEMa
L
Q
C
pH
6.0
6.0
6.1
5.9
5.8
0.20
0.51
0.49
0.85
NH3, mM
2.8
2.8
2.9
3.0
3.4
0.16
0.02
0.08
0.62
109.2
105.6
112.2
112.0
104.9
6.47
0.92
0.57
0.42
Acetate
73.2
73.1
74.7
75.1
73.0
0.87
0.67
0.13
0.15
Propionate
16.2
15.0
15.3
15.2
16.6
0.55
0.98
0.08
0.29
8.1
8.5
7.8
7.7
8.2
0.3
0.53
0.57
0.10
Item
Total ruminal VFA, mM
VFA, mol/100 mol
Butyrate
71
431
1
432
a
433
b
434
435
Isobutyrate
0.66
0.64
0.59
0.52
0.63
0.04
0.17
0.17
0.16
Valerate
0.87
0.84
0.79
0.77
0.84
0.03
0.35
0.15
0.31
Isovalerate
0.90
0.86
0.82
0.75
0.84
0.04
0.07
0.11
0.12
Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis.
(n = 5).
L = linear; Q = quadratic; C = cubic.
72
0%
25%
50%
75%
100%
6.5
6.4
6.3
Ruminal pH
6.2
6.1
6
5.9
5.8
5.7
5.6
5.5
0
3
6
9
Time, hours
Figure 1. Time course changes after feeding in ruminal pH in cattle receiving different levels of
Camelina Meal addition as a replacement (0, 25, 50, 75 and 100%) for soybean meal in a foragebased diet.
73
6. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Vacas em condição corporal moderada ao parto respondem a uma maior oferta
de nutrientes por um período curto de tempo próximo ao período de acasalamento,
desviando estes para a sua mantença, sem que haja interferência alguma na produção
e constituintes do leite, bem como no desempenho pré-desmame dos seus terneiros.
O farelo de camelina é uma alternativa adequada à suplementação com farelo
de soja em dietas a base de forragem em bovinos de corte. Com isto confirma-se o
potencial da utilização de co-produtos da indústria de biodiesel como alternativa à
suplementos já existentes no mercado, fazendo com que a opção por determinado
suplemento seja ditada pelo próprio mercado.
De uma forma geral, a suplementação estratégica pode ser uma ferramenta
eficaz para atender as demandas pontuais dentro dos sistemas de produção de
bovinos de corte. Com isso, tanto a utilização de suplementos alternativos, como
também períodos racionais de utilização da suplementação podem atender de forma
eficaz as demandas das diferentes categorias de bovinos de corte. Finalmente, o
desenvolvimento de estudos que visem identificar diferentes opções de suplemento,
economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis assumem importância
fundamental no aumento das alternativas nutricionais para a bovinocultura de corte.
74
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