Qualidade dos Serviços:
O Impacto na Segurança do Paciente
Profa. Dra. Maria Angélica Sorgini Peterlini
Escola Paulista de Enfermagem
Universidade Federal de São Paulo
[email protected]
Qualidade dos Serviços:
O Impacto na “Sistema de Saúde”
Profa. Dra. Maria Angélica Sorgini Peterlini
Escola Paulista de Enfermagem
Universidade Federal de São Paulo
[email protected]
Qualidade dos Serviços:
O Impacto na “Saúde”
Profa. Dra. Maria Angélica Sorgini Peterlini
Escola Paulista de Enfermagem
Universidade Federal de São Paulo
[email protected]
Alguns Questionamentos
- O paciente é colocado sob risco durante
intervenções?
- É possível causar dano ao paciente durante
os cuidados que proporcionamos?
“O primeiríssimo requisito de um
hospital é o princípio de que ele não
deve causar danos”.
Florence Nightingale
...First, do no harm!
Primeiramente não causar danos.
Muito faz quem não atrapalha.
• Estudo pioneiro em 1974:
• Revisão de 21 mil prontuários – 23 hospitais da Califórnia.
• 4,6% eventos adversos – pacientes hospitalizados.
• Estudo publicado em 1991:
• Revisão de 30 mil prontuários – Nova York.
• 3,7% eventos adversos – pacientes hospitalizados.
• 13,6% - óbito.
Várias Pesquisas ....
• Países Europeus:
• eventos adversos podem ocorrer em 16,6%.
Institute of Medicine
To Err is
Human (1999)
• 44 a 98.000 mortes anuais
secundários a erros no
sistema de saúde
• Como a maior parte desses erros foi identificada
em estudos realizados em hospitais, a cada dia,
100
americanos
hospitalizados
morrem
por
2000
danos relacionados a erros e não em decorrência
da própria doença.
• Estima-se 7.000 mortes/ano relacionadas aos
erros de medicação.
Apenas 55% dos pacientes, em amostras aleatórias, recebem
o tratamento recomendado.
Erros relacionados a medicamentos em pacientes
hospitalizados custam cerca de US$ 2 bilhões anualmente nos
EUA.
O intervalo entre o descobrimento de formas mais efetivas de
tratamento e a incorporação desses tratamentos à rotina dos
pacientes é de 17 anos em média.
Erros matam mais pessoas por ano do que câncer de mama,
AIDS ou acidentes com veículos automotores.
Os danos causados por eventos adversos
são graves.
O principal problema está em sistemas
falhos e não em falhas de pessoas.
É necessário redesenhar os sistemas.
A segurança do paciente deve ser
prioridade.
55ª Assembléia da Organização Mundial da Saúde - 2002
• Era da Segurança.
“atenção o mais próximo possível do problema da
segurança de pacientes e o fortalecimento de
evidencias científicas necessárias para melhorar a
segurança dos pacientes e a qualidade do cuidado
em saúde”.
57ª Assembléia da Organização Mundial da Saúde - 2004
Aliança Mundial para a Segurança do Paciente
- Áreas prioritárias:
Desenvolver e difundir conhecimentos sobre políticas baseadas
em evidencias científicas e as melhores práticas na segurança do
paciente.
Iniciar e desenvolver pesquisas nas áreas que terão maior impacto
nos problemas de segurança.
Redesenho
Nova perspectiva sobre a finalidade e os objetivos
dos cuidados no sistema saúde.
Cuidado centrado no paciente.
Cuidado e processo podem ser projetados para
otimizar a capacidade
necessidades do paciente.
de
resposta
às
Avançar e disseminar a informação científica
para melhorar o sistema de saúde.
Cinco Competências
Cuidado centrado no paciente.
Interdisciplinaridade.
Prática baseada em evidência.
Melhoria da qualidade.
Tecnologia da informação.
Cinco Competências
Cuidado centrado no paciente.
Interdisciplinaridade.
Prática baseada em evidência.
Melhoria da qualidade.
Tecnologia da informação.
Avançar e disseminar a informação científica
para melhorar o sistema de saúde.
Cinco Competências
Cuidado centrado no paciente.
Interdisciplinaridade.
Prática baseada em evidência.
Melhoria da qualidade.
Tecnologia da informação.
Pacientes morrem de ‘hierarquia’ nos hospitais dos EUA, critica
médico especialista Peter Pronovost que trabalha em segurança
hospitalar.
Peter Pronovost é diretor medico do Grupo de Pesquisa de Qualidade e Segurança do Hospital John Hopkins
(Foto: Chris Hartlove/The New York Times)
Claudia Dreifus 'New York Times’
... Há uma cultura
excessivamente hierárquica.
Quando as confrontações
ocorriam, o problema
raramente era enquadrado de
forma a buscar o melhor para o
paciente. Era assim: “Eu estou
certo. Sou mais experiente que
você. Não me diga o que
fazer.”
Avançar e disseminar a informação científica
para melhorar o sistema de saúde.
Cinco Competências
Cuidado centrado no paciente.
Interdisciplinaridade.
Prática baseada em evidência.
Melhoria da qualidade.
Tecnologia da informação.
Cuidado de Enfermagem
• Com que frequência não realizamos
cuidados baseados em evidência?
• Com que frequência nós realizamos os
tratamentos e cuidados que os pacientes
deveriam receber?
• Como nós identificamos se aprendemos
com os dados que demonstram que não
fizemos o melhor?
• Como nós criamos uma cultura de
realização de boas práticas?
Avançar e disseminar a informação científica
para melhorar o sistema de saúde.
Cinco Competências
Cuidado centrado no paciente.
Interdisciplinaridade.
Prática baseada em “conveniência”!!!!!!!
Melhoria da qualidade.
Tecnologia da informação.
Organização Mundial da Saúde
• Segurança do Paciente – redução dos eventos
adversos até um mínimo aceitável.
• Distanciamento entre o cuidado ideal e o cuidado
real.
http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/en/
2009
Organização Mundial da Saúde
• Mínimo Aceitável:
• O que é viável frente ao conhecimento que
possuímos, dos recursos disponíveis e do
contexto que a assistência foi realizada.
http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/en/
2009
Institute
of Depois
Medicine
10 Anos
To Err is
Human (1999)
• 45 a 98.000 mortes
secundários a erros na
assistência hospitalar
Qual foi a real mudança?????
Prevenção de erros de medicação!!!!!
Infecções adquiridas nos hospitais!!!!!
Notificação!!!!!
Medindo o problema?????
10 Anos Depois
Erros de medicação.
Pneumonia associada à VPM.
Infecção de corrente sanguínea – CIC.
Úlcera por pressão.
Queda.
Segurança do Paciente
Perspectiva da Enfermagem
Assistir ao cliente, em âmbito individual ou
coletivo, respeitando sua dignidade enquanto ser
humano, atendendo suas necessidades básicas com
vistas à promoção, manutenção e recuperação da
saúde, bem como, a reabilitação ou adaptação aos
efeitos da doença, dentro de um sistema que lhe
proporcione plena proteção.
Segurança do Paciente
O termo aplica-se a iniciativas desenvolvidas com o
propósito de evitar erros na assistência à saúde e
eventos adversos.
Gandhi, Kaushal, Bates
Erro humano
Uso, não intencional, de um plano
incorreto para alcançar um
objetivo, ou a não execução
a contento de uma
ação planejada.
Deve ser entendido conforme o processo
de pensamento e de ação envolvidos, e
não como resultados
Reason J. Human error. Cambridge University Press. 1990.
Por que os erros acontecem?
• Todos os humanos cometem erros: habilidade de cometer erros
permite ao ser humano agir.
• Muitas ações em saúde são complexas e incertas.
• Muitos erros resultam do sistema – treinamento inadequado,
longa jornada de trabalho, falta de checagem, ex – ampolas que
são similares.
• O sistema de saúde não tem tentado se tornar mais seguro.
Declaração de James Reason
• Falibilidade é uma condição humana.
• Nós não podemos mudar esta condição
humana.
• Nós podemos mudar as condições nas
quais os seres humanos trabalham.
Declaração de James Reason
• Seres humanos sempre irão cometer erros.
• Erros são comuns na área da saúde, matando
milhares de pessoas.
• Nós apenas estamos começando a saber alguma
coisa sobre este assunto, nós precisamos pesquisar
muito mais.
• Culpar, difamar, nomear e envergonhar profissionais
de saúde que cometeram erros não soluciona o
problema.
Segurança do Paciente
Prestação de assistência digna,
de qualidade, com foco no
paciente, na excelência clínica
e na melhor informação
científica.
Segurança do Paciente
Sistemas de Qualidade
Indústria
Aviação
Hospitais
Segurança do Paciente
Abordagem do erro
Indústria
Erro é passível de acontecer.
Profissional é treinado para lidar com
erros.
Cria mecanismos capazes de prevenir ou
detectar
precocemente o erro.
A visão do erro é construtiva.
Produto isento de falhas
Hospital
O profissional da saúde não erra ou não
pode errar.
Formação profissional não discute a
questão do erro.
Ausência de mecanismos de prevenção.
A visão do erro é punitiva.
Prejuízo consumidor final
Paciente
Orientação da Academia Americana
de Cirurgia Ortopédica
Cuidado de Enfermagem
O sistema de saúde não permite que a enfermagem proteja o paciente:
não permite que seja vigilante e que faça práticas baseadas em
evidências.
Tucker & Spear. HSR 2006; 41: 643-62.
Enfermeiros – mudam de paciente em média a cada 11 minutos, são interrompidos
em média cinco vezes a cada hora para corrigir falhas do sistema – falta de
medicamentos, refeição incorreta para o paciente, procurando prescrições médicas,
substituindo equipamentos quebrados, corrigindo erros da equipe de limpeza,
manutenção, transporte, laboratório, dentre outras.
Enfermeiros - não conseguem praticar enfermagem por falhas operacionais no
sistema.
Quais as Evidências que Sustentam a Prática de Enfermagem?
O impacto da carga horária de enfermagem sobre a segurança do
paciente
• "A probabilidade de cometer um erro aumentou quando havia longa
jornada de trabalho, e foi três vezes maior quando enfermeiros
trabalharam turnos superiores a 12,5 horas.“
• “Fazer horas extras aumentou o risco de cometer pelo menos um
erro, independentemente de quando o plantão foi escalado.”
• "... há uma tendência para o aumento dos riscos para cometer erros
quando enfermeiros fazem horas extras após longo turno, com risco
significativamente elevado após plantões de 12 horas.”
• "... trabalhar mais de quarenta ou de cinquenta horas por semana
aumentou significativamente o risco de cometer um erro.“
Rogers, AE, Hwang, W, Scott, LD, Aiken, LH and Dinges, DF. 2004.
The working hours of hospital staff nurses and patient safety. Health Affairs, 23, 202-212
O impacto da carga horária de enfermagem sobre a segurança do
paciente
• “... A solicitação para dobrar plantão, não foi apenas vinculada a raras
emergências e sim a problemas frequentes.”
• "Embora a ocorrência de erros não tenha aumentado
significativamente até 12,5 horas de trabalho por dia, os riscos de
cometer erros começaram a aumentar após 8,5 horas de trabalho.“
• "As longas e imprevisíveis jornadas de trabalho verificadas no estudo
sugerem uma ligação entre más condições de trabalho e ameaças à
segurança do paciente e profissional de enfermagem."
Rogers, AE, Hwang, W, Scott, LD, Aiken, LH and Dinges, DF. 2004.
The working hours of hospital staff nurses and patient safety. Health Affairs, 23, 202-212
Efetividade implementar prática fundamentada em
evidências científicas
Antibiótico profilático pré-operatório
93% de redução de infecção de ferida operatória
Prescrição Informatizada
81% de redução de erros de prescrição
Uso obrigatório de protocolos
92% de redução de infecção relacionada a cateteres
Times de atendimento a emergência
15% de redução de PCR
Protocolos em VPM
62% de redução de VAP
Leape LL, Berwick D. JAMA 2005; 29(19): 2384-91
Efetividade implementar prática fundamentada em
evidências científicas
Dosagem padrão de Insulina
63% de redução de episódios de hipoglicemia
Visita clínica de farmacêuticos
66 a 78 % de redução de erros com medicação
Descrição e padronização práticas com medicação
60% de redução de eventos adversos
Leape LL, Berwick D. JAMA 2005; 29(19): 2384-91
FALTA DE EVIDÊNCIA PARA
PRÁTICA SEGURA
Quais as Evidências que Sustentam a Prática de Enfermagem?
Como realizar prática segura?????
Certos da Terapia Medicamentosa
Cinco Certos – Déc
Déc.. 60/
60/Sec
Sec XX
Sete Certos – 1980
Oito Certos – 1980
Nove Certos – 2003
Federação Brasileira de Hospitais - 2006
~ 11.000.000 de internações pelo SUS.
~ 4.000.000 de internações no setor privado.
~ 15.000.000 internações em 1 ano.
7,6% de pacientes com eventos adversos.
1.140.000 eventos adversos no Brasil/ano
Pacientes Hospitalizados
Como tornar a assistência à saúde segura em todos os locais desde as
Unidades de Saúde até os hospitais?
Instituições Hospitalares
Atenção Básica de Saúde
Instituição de
Longa
Permanência
Assistência Domiciliar
Atendimento PréHospitalar
Apoio Diagnóstico
Escolas de Enfermagem
Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente
-Atividades:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Identificação do paciente
Cuidado limpo e cuidado seguro: Higienização das mãos
Cateteres e sondas: Conexões corretas
Cirurgia segura
Sangue e hemocomponentes: administração segura
Paciente envolvido com sua segurança
Comunicação efetiva
Prevenção de quedas
Prevenção de úlcera por pressão
Segurança na utilização da tecnologia
PROQUALIS
Iniciativas para a Segurança do Paciente
Desenvolvidas para Hospitais Brasileiros
- Gerenciar medicamentos com aparência ou nomes parecidos.
- Paciente errado e alta de bebes com a família errada.
- Promover
comunicação
adequada
durante
a
transferência
de
responsabilidade do paciente.
- Realizar o procedimento correto na parte correta do corpo.
- Controlar as soluções eletrolíticas concentradas.
- Garantir a adequação da medicação em todo o processo de cuidado.
- Evitar conexões erradas de cateteres e de tubos endotraqueais.
http://new.paho.org/bra/index.php?option=com_content&task=view&id=931&Itemid=686
PROQUALIS
Iniciativas para a Segurança do Paciente
Desenvolvidas para Hospitais Brasileiros
- Usar uma única vez dispositivos para injeção.
- Melhorar a higiene das mãos para prevenir infecções associadas ao
cuidado de saúde.
- Prevenir queda do paciente.
- Prevenir úlcera por pressão.
- Responder à deterioração do quadro do paciente.
- Comunicar resultados críticos de exames.
- Prevenir infecção da corrente sanguínea associada a cateterismo
central.
http://new.paho.org/bra/index.php?option=com_content&task=view&id=931&Itemid=686
Tolerância Zero
OBRIGADA
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Segurança do paciente