PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE PEDAGOGIA
BRUNA MARIA DE OLIVEIRA
AS REFLEXÕES DE PAIS E PROFESSORES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E
ESCOLA
São José
2011
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE PEDAGOGIA
BRUNA MARIA DE OLIVEIRA
AS REFLEXÕES DE PAIS E PROFESSORES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E
ESCOLA
Trabalho elaborado para a disciplina de TCC
II do Curso de Pedagogia do Centro
Universitário Municipal de São José – USJ.
Orientadora: Dra. Jaqueline A. M. Zarbato
Schmit.
São José
2011
BRUNA MARIA DE OLIVEIRA
AS REFLEXÕES DE PAIS E PROFESSORES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E
ESCOLA
Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do
grau de licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José –
USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:
__________________________________
Professora: Dra. Jaqueline Zarbato Schmitt
Orientadora
__________________________________
Professora: Msc. Rejane de Farias
Membro Examinador
__________________________________
Professora: Msc. Isabel C. S. Berois
Membro Examinador
São José, 20 de Junho de 2011.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nada é possível.
Aos meus Pais Roseli e João, que são a base de minha vida, meus alicerces.
Ao meu marido Geovane, que me apoiou em todos os momentos que
precisei.
À minha orientadora, Professora Dra. Jaqueline Zarbato Schmitt, que esteve
presente em toda minha trajetória acadêmica.
Enfim, agradeço à minha família, a minhas amigas e a todas as pessoas que,
de alguma forma, participaram deste momento especial.
Muito obrigada!
[...] educar e educar-se, na prática da liberdade é tarefa
daqueles que sabem que pouco sabem – por isto sabem que
sabem algo e podem assim chegar a saber mais – em diálogo
com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem,
para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em
saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais.
Paulo Freire
RESUMO
A pesquisa realizada apresenta algumas questões sobre a relação entre família e
escola e sobre como essa relação vem sendo amplamente discutida nos meios
escolares. Um dos objetivos desta pesquisa é analisar o processo de constituição da
relação família e escola, visando refletir se essa relação proporciona algum benefício
para os envolvidos neste processo. Pretende-se deixar claro qual o papel da família
e da escola na educação das crianças. Nesta pesquisa, foram abordados alguns
eixos centrais que formam a base de estudo: a história da família, a história das
crianças, a educação das crianças, a relação família e escola, e a legislação. Este
estudo tem como propósito aprofundar as discussões e resultados das análises
realizadas com pais e professores de uma escola municipal de São José, tendo
como foco, a relação família e escola.
Palavras-chave: Escola/família. Processo de constituição. Cotidiano educacional.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Responsável da família pela educação da criança ............................. 28
Gráfico 2: Grau de escolaridade dos pais/familiares ........................................... 29
Gráfico 3: Renda familiar ........................................................................................ 30
Gráfico 4: Quantidade de pessoas que dividem a renda familiar ....................... 31
Gráfico 5: Função da escola na opinião das famílias .......................................... 32
Gráfico 6: Participação das crianças na escola na visão dos pais/familiares ... 34
Gráfico 7: O que a família espera da escola ......................................................... 35
Gráfico 8: Frequência com que os pais/familiares vão à escola......................... 36
Gráfico 9: Avaliação do diálogo entre escola e família ........................................ 37
Gráfico 10: Justificativa dos pais/familiares para não irem à escola ................. 38
Gráfico 11: Como os pais/familiares se sentem ao conversarem com o(a)
professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a) da escola .............. 39
Gráfico 12: Participação dos pais/familiares na educação das crianças ........... 40
Gráfico 13: Verificação se os pais/familiares acreditam que sua participação na
escola pode ajudar no desempenho escolar da criança ..................................... 41
Gráfico 14: Conhecimento do projeto político pedagógico da escola ............... 42
Gráfico 15: Atividades prioritárias para melhorar a integração entre escola e
família ....................................................................................................................... 43
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 12
2.1 A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS ............................................................................... 12
2.1.1 A história das crianças ....................................................................................... 13
2.1.2 A educação das crianças ..................................................................................... 16
2.1.3 A relação família e escola ................................................................................... 18
2.1.4 Um recorte do papel da família segundo a legislação brasileira ........................... 20
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 25
4 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 28
4.1 ANÁLISE DAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ENTREGUE AOS PAIS ........... 28
4.2
ANÁLISE
DAS
RESPOSTAS
DO
QUESTIONÁRIO
ENTREGUE
AOS
PROFESSORES .......................................................................................................... 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 51
GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 53
APÊNDICE................................................................................................................ 56
ANEXO ..................................................................................................................... 57
8
1 INTRODUÇÃO
A motivação para a elaboração desta pesquisa iniciou-se a partir da primeira
fase do curso de pedagogia, quando a presente graduanda tomou conhecimento a
respeito do tema “relação entre família e escola”. Com o aprimoramento das
concepções pertinentes a essa temática e o consequente interesse pelas questões
que permeiam essa relação, buscou-se o desenvolvimento de um estudo que
possibilitasse a identificação e o entendimento dos aspectos que envolvem a relação
família e escola. Um dos objetivos deste estudo é analisar o processo de
constituição da relação família e escola. Para tanto, primeiramente, é necessário
analisar alguns eixos centrais que envolvem essa relação, como: a história da
família, a história das crianças, a educação das crianças, a relação família e escola e
a legislação. É importante ressaltar que nos eixos centrais serão abordados alguns
momentos considerados relevantes para a análise desta pesquisa, mostrando as
diferentes construções na relação família e escola ao longo do tempo.
O processo de pesquisa desenvolveu-se em torno da seguinte problemática:
qual a importância da relação família e escola no cotidiano educacional?
Após as leituras de alguns estudos teóricos como: Carvalho (2000); Ariès
(1981); Rocha e Macedo (2002); entre outros, surgiram alguns questionamentos
sobre esse assunto como, por exemplo: como surge, ou como pode surgir, a relação
entre família e escola? Qual a importância dessa relação? Quais as ações que
podem ser realizadas para que ocorra a relação família e escola? Em que essa
relação pode contribuir para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos? Quem
é realmente o responsável pela educação das crianças: os pais ou os professores?
A partir dessas indagações, bem como da análise teórica, verificar-se-á se a
escola proporciona algumas ações como: reuniões de pais e professores; debates,
palestras e dinâmicas que envolvam escola e família, isso porque se entende que a
participação dos pais é de suma importância na dinâmica da escola. Como afirma
Swap (1993 apud CARVALHO 2000, p. 145)
[...] a participação dos pais na educação escolar tem sido retoricamente
construída tanto como problema quanto como solução para elevar a
produtividade escolar e, em especial, o aproveitamento acadêmico dos
grupos em desvantagem social em prol do sucesso tanto do indivíduo
quanto da nação.
A interação dos pais com os professores, da família com a escola, deve
9
proporcionar benefícios para os envolvidos neste processo. De acordo com Carvalho
(2000, p. 145):
[...] o maior envolvimento dos pais está associado a melhores notas em
matemática e linguagem, menor probabilidade de suspensão, expulsão ou
evasão escolar, e maior participação dos estudantes em atividades extracurriculares.
Além de contribuir para o aprendizado, percebe-se que a relação família e
escola proporciona maior conhecimento sobre o universo das crianças. Através da
discussão sobre a participação dos pais, busca-se discutir a formação cultural e o
contexto social em que esses alunos estão inseridos. Focar a análise na relação
família e escola permite abordar as interações, os embates, os silenciamentos, pois
como ressalta Carvalho (2000, p. 146)
A parceria família-escola é, então, oficialmente apresentada como solução
para várias necessidades aparentemente compatíveis: dos pais e do lar,
sobretudo nos casos de crianças em desvantagem social, portadoras de
características especiais e/ou bilíngues (imigrantes); de reforço acadêmico
no lar, por meio de políticas explícitas de dever de casa; de participação dos
pais na tomada de decisões educacionais na escola […].
A intenção é apontar soluções, caminhos a serem seguidos, para que ocorra
uma boa relação entre família e escola; boa no aspecto em que essas duas
instituições se complementam, formando, assim, uma parceria com frutos bastante
positivos. Romper com a barreira que existe entre família e escola é essencial
também
para
o
sucesso
do
processo
ensino-aprendizagem
e
para
o
desenvolvimento da criança como cidadão.
Carvalho (2000, p. 144) afirma que “[...] o apoio da família ao sucesso escolar
ainda permanece mais implícito do que explícito na pesquisa e política educacional,
bem como na prática escolar”. É importante ressaltar que a escola não é a única
responsável pelo cuidado, pelo saber etc. das crianças; e é necessário expor para
as famílias que elas devem e podem contribuir para a formação em geral dos seus
filhos. Cabe à escola mostrar à família como esta pode colaborar, principalmente no
que se refere ao acompanhamento dos estudos das crianças. Mesmo as famílias
desprovidas de recursos financeiros possuem seus conhecimentos, experiências de
vida, valores que podem auxiliar nessa parceria em prol do sucesso da
aprendizagem da criança.
Por exemplo: em uma atividade sobre a história da comunidade, o professor
10
pode pedir para que algum familiar das crianças da escola participe relatando a
história da sua comunidade, possibilitando, assim, uma maior integração da família
com a escola. Atividades como esta vêm a contribuir tanto para os professores, que
estão em constante aprendizado, quanto para os familiares dos alunos, que se
sentirão úteis e valorizados pela escola.
Vale lembrar que a escola é a principal responsável pela educação formal e
científica dos alunos, pois os professores são os que têm a formação adequada para
ensinar os alunos e não os pais. Todavia, a família exerce um papel imprescindível
nesse processo educacional, procurando auxiliar as crianças, sempre que possível,
nas atividades da escola e, principalmente, fornecendo às crianças uma formação
moral, ética etc.
A escola deve ser responsável por trazer as famílias para dentro da escola,
promovendo ações que viabilizem a participação das famílias na vida escolar das
crianças. E a família deve servir também como um apoio para a escola no processo
ensino-aprendizado, agindo como “supervisora” dos deveres e das dificuldades dos
filhos, objetivando a identificação dos possíveis problemas/falhas que possam existir
nesse processo. Observando isso de perto e trabalhando em parceria com os
professores, os pais/familiares podem dar uma grande contribuição na educação das
crianças. Por esses e outros motivos, esta pesquisa se mostra de suma importância,
uma vez que pretende esclarecer qual o papel da família e o da escola na educação
das crianças.
No referencial teórico deste estudo são apresentados pequenos trechos da
história da família, mostrando como a mesma era vista na sociedade, quais eram
seus costumes e tradições, buscando identificar quem pertencia ao grupo familiar
etc. Na sequência, são abordados momentos da história das crianças, com o intuito
de verificar a importância da criança na sociedade, na família e, principalmente, no
que se refere à educação da mesma. Depois, coloca-se em pauta a questão da
educação das crianças, objetivando analisar como ocorria e como ocorre a
educação, verificando as mudanças existentes, para, finalmente, entrar na discussão
sobre a relação família e escola, visando identificar como ocorre essa relação, quais
os aspectos que envolvem essa relação, e como a mesma pode contribuir na
educação das crianças; sem ainda deixar de averiguar o que a legislação vigente
contribui para a relação família-escola.
Após todo o aporte do referencial teórico, são esclarecidos os procedimentos
11
metodológicos utilizados na pesquisa e realizada a análise dos dados obtidos por
meio dos questionários entregues aos professores e pais participantes.
Encerra-se este trabalho com a apresentação das considerações finais,
sabendo-se que não é o fim de um estudo, mas apenas o início de uma instigante
possibilidade de investigação a respeito desse tema tão importante para a
educação.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS
Breves momentos da história da família são apresentados aqui visando à
compreensão dos diferentes modos de viver, costumes, representatividade das
famílias na sociedade, ou seja, com a intenção de reconhecer o papel da família na
sociedade em diferentes períodos históricos.
Ao longo da história, ocorreram diferentes concepções a respeito dos
comportamentos exigidos para cada membro da família, como ressalta Ariès (1981,
p. 133)
A mulher e a família participam do trabalho e vivem perto do homem, na
sala ou nos campos. Não se trata propriamente de cenas de família: as
crianças ainda estão ausentes no século XV. Ao mesmo tempo, a rua surge
nos calendários. A rua já era um tema familiar da iconografia medieval [...].
Nesse sentido, pode-se dizer que a mulher não pertencia à família, que ela
não estava dentro do conjunto familiar. Isso pode ser observado quando o autor da
citação acima menciona a palavra mulher e, em seguida, a palavra família, dando a
entender que a mulher estava em segundo plano no núcleo familiar e que o homem
era o elemento principal nesse conjunto. Entretanto, a partir do século XVI, a
descrição dos quadros do conjunto familiar será alterada, como aponta Ariès:
Finalmente, a partir do século XVI, uma nova personagem entra em cena
nos calendários: a criança. Sem dúvida, ela já aparecia com frequência na
iconografia do século XVI, [...]. Mas ela havia permanecido ausente dos
calendários, como se essa tradição iconográfica antiga tivesse hesitado em
aceitar esse elemento tardio. (ARIÈS, 1981, p. 134).
Naquele período, era comum alguns artistas pintarem retratos das famílias, e,
devido a isso, existem relatos de retratos ricos em detalhes; assim como também há
a representação de crianças nos calendários e em outros momentos da vida familiar:
Nos trabalhos dos campos, não aparecem crianças ao lado das mulheres.
As representações sucessivas dos meses do ano introduziram portanto
essas novas personagens: a mulher, o grupo de vizinhos e companheiros, e
13
finalmente a criança. E a criança se ligava a essa necessidade outrora
desconhecida de intimidade, de vida familiar, quando não ainda
precisamente, de vida "em família". (ARIÈS, 1981, p. 134).
Aos poucos, mulheres, grupo de vizinhos, companheiros e crianças foram
sendo publicizados até serem simbolizados na figuração da vida familiar. Porém,
percebe-se que as crianças ainda não estavam completamente inseridas na
representação da vida familiar, como se ainda não fizessem parte, não
pertencessem à família. Outra particularidade sobre as representações das famílias
nos quadros é a existência de uma divisão por “idades da vida”, como explica Ariès
(1981, p. 134-135):
Havia várias maneiras de representar as idades da vida, mas duas delas
eram mais comuns: a primeira, mais popular, sobreviveu na gravura, e
representava as idades nos degraus de uma pirâmide que subia do
nascimento à maturidade, e dai descia até a velhice e a morte. Nessas
composições, as três ou quatro idades da vida são representadas
separadamente, segundo a tradição iconográfica. Ninguém teve a ideia de
reuni-las dentro de uma mesma família, cuja gerações diferentes
simbolizariam as três ou quatro idades da vida.
É importante também ressaltar que a figura da família sofreu alguns “arranjos”
ao longo do tempo, com diferentes especificidades, de acordo com suas culturas.
Segundo Rocha e Macêdo, não existe um modelo único de família, mas sim um
processo de construção familiar em constante transformação.
No que se refere à família, é necessário dizer que a historiografia brasileira
nos leva a concluir que não existe um “modelo de família” e sim uma
infinidade de modelos familiares, com traços em comum, mas também
guardando singularidades. É possível dizer que cada família possui uma
identidade própria, trata-se na verdade, como afirmam vários autores, de um
agrupamento humano em constante evolução, com o intuito básico de
prover a subsistência de seus integrantes e protegê-los. (ROCHA;
MACÊDO, 2002, p. 23).
2.1.1 A história das crianças
Nesta seção, são apresentados breves momentos da história da criança no
Brasil para que se possa discutir as questões que envolvem as diferentes
construções teóricas que fundamentam a infância. Os questionamentos sobre os
momentos, as vivências, a história das crianças, levantados por Mary Del Priore,
14
servem de ponto de partida para se pensar o processo histórico das crianças no
Brasil:
Ora essa quase onipresença infantil nos obriga, pois, a algumas questões.
Terá sido sempre assim? O lugar da criança na sociedade brasileira terá
sido sempre o mesmo? Como terá ela passado do anonimato para a
condição de cidadão com direitos e deveres aparentemente reconhecidos?
Numa sociedade desigual e marcada por transformações culturais, teremos
recepcionado, ao longo do tempo, nossas crianças da mesma forma?
Sempre choramos do mesmo jeito a sua perda? O que diferencia as
crianças de hoje, daquelas que as antecederam no passado? (PRIORE,
2007, p. 8).
É necessário levar em conta o contexto histórico em que as crianças estavam
inseridas na sociedade para se refletir o posicionamento das crianças naquele
período e como se deu a evolução desse sujeito até a atualidade. Também é
importante entender o conceito da palavra infância, citando Priore (2007, p. 84), que
afirma que: “há pouquíssimas palavras para definir a criança no passado. O certo é
que, na mentalidade coletiva, a infância era, então, um tempo sem maior
personalidade, um momento de transição e por que não dizer, uma esperança”.
Logo, pode-se dizer que as palavras infância e criança se complementam.
Priore (2007) ainda destaca que:
[...] o que hoje chamamos infância corresponderia aproximativamente à
puerícia. Esta por seu turno, dividia-se em três momentos que variavam de
acordo com a condição social de pais e filhos. O primeiro ia até o final da
amamentação, ou seja, findava por volta dos três a quatro anos. No
segundo, que ia até os sete anos, crianças cresciam à sombra dos pais,
acompanhando-os nas tarefas do dia a dia. Daí em diante, as crianças iam
trabalhar, desenvolvendo pequenas atividades, ou estudavam a domicílio,
com preceptores ou na rede pública, por meio das escolas régias, criadas
na segunda metade do século XVIII, ou, ainda aprendiam algum ofício,
tornando-se “aprendizes”. (PRIORE, 2007, p. 84-85).
Com isso, percebe-se que a infância passa por diferentes períodos, com
etapas que modificaram a sua concepção. Com relação aos cuidados para com as
crianças (alimentação, hábitos de higiene etc.), é importante retomar o “movimento
higienista” e suas consequências. De acordo com Silveira (2003, p. 94):
No Brasil, estima-se que a relação família-escola foi muito influenciada pelo
movimento higienista ocorrido por volta dos anos cinquenta (Oliveira, 2002).
Este movimento caracterizou-se pela maciça orientação de normas de
saúde, alimentação, educação e cuidados básicos para a criança de
crianças e adolescentes, feita por médicos às famílias em vistas de
epidemias de doenças decorrentes de maus hábitos de higiene.
15
Melo (apud PRIORE, 2007, p. 86) ressalta que os médicos “sugeriam, ainda,
que se substituíssem as pegajosas abluções com óleos por „água e sabão‟ e que
estopada fosse substituída por „barrentinho ou touca de pano branco‟.” Com isso,
observa-se que algumas mães estavam aprendendo a lavar e a cobrir as crianças,
ou seja, elas não dispunham do conhecimento necessário sobre saúde.
Era comum, naquele período, a existência de muitas doenças, e as mães
tinham muito medo de perder seus filhos, pois não havia ainda muitos remédios e
médicos que as auxiliassem. Analisando a citação anterior, verificou-se que alguns
médicos começaram a ensinar às mães a maneira correta de fazer a higiene de seus
filhos.
Assim como na saúde, os hábitos alimentares também sofreram mudanças.
Variados tipos de alimentos eram oferecidos às crianças, sendo que muitos desses
alimentos, mesmo que dados com boa intenção, não eram adequados às crianças,
pois eram “fortes” demais para um estômago muito pequeno. Além do leite, era
comum dar às crianças “alimentos engrossados com farinha”, o que, segundo Melo
Franco, causava “azedumes, lombrigas, obstruções do mesentério, opilação do
estômago, opressões do peito, cólicas contínuas [...]” (apud PRIORE, 2007, p. 87).
O uso desses alimentos tinha como objetivo fortificar as crianças o mais
rápido possível, pois, como relata Priore, “a preocupação materna era a de
„arredondar‟ a criança; o critério não era alimentá-la mas dar-lhe de comer!”
(PRIORE, 2007, p. 88). Todavia, o que as mães não sabiam é que a ingestão
daqueles alimentos causaria certas complicações, resultando em doenças. Além
disso, “não havia diferenças entre a alimentação infantil e a adulta. Desde que
começava a mastigar, o pequeno comia de tudo participando das refeições comuns”
(PRIORE, 2007, p. 89).
A preocupação das mães, naquela época, não se restringia só à alimentação
dada aos seus filhos; elas também tinham temor com relação às bruxas e ao mau
olhado, acreditando que isso poderia fazer mal para seus filhos.
Como se vê, os médicos davam grande ênfase ao asseio corporal numa
época em que a geografia dos odores era bem outra. As mães, por sua vez,
cuidavam para preservar a função simbólica da sujeira do corpo infantil
como uma forma de proteção contra o mau-olhado ou bruxarias. (PRIORE,
2007, p. 87).
16
A solução encontrada pelas mães, conforme aponta Priore (2007, p. 91), foi a
de que “para combater quebrantos e bruxedos, a criança era benzida, em jejum,
durante três dias, com raminhos de arruda, guiné ou jurumeira”.
Mesmo com as benzeduras e com os conselhos dos médicos, a mortalidade
infantil ainda era constante naquele período. Freyre apud Priore (2007, p. 91-92)
Lembra que abrandou a mortalidade infantil da segunda metade do século
XVI em diante; mas continuou impressionante. As mesmas, aliás, que
perseguiam os manuais de medicina do século XVIII: o abuso de comidas
fortes, o vestuário impróprio, o aleitamento mercenário com amas de leite
atingidas por sífilis, boubas e escrófulas, a falta de tratamento médico
quando das moléstias, os vermes, a “umidade das casas”, o mau tratamento
do cordão umbilical, entre outras que estão aí até hoje.
Verifica-se que as mães daquela época não sabiam o procedimento correto
tanto para a higienização, quanto para a alimentação dada às crianças, causando
assim um crescimento constante da mortalidade infantil. E que isso estava
preocupando a todos, tanto que os médicos passaram a ensinar às mães todos os
procedimentos necessários para uma boa alimentação e higiene.
2.1.2 A educação das crianças
Parte-se dos seguintes questionamentos para se investigar a história da
educação das crianças: como essa educação acontecia? E com qual finalidade?
Quem tinha direito à educação? Quem poderia lecionar? Quais eram as
metodologias utilizadas pelos professores? Quando as escolas foram implantadas
no Brasil? Quais eram as expectativas para sua educação? Como os pais lidavam
com a educação dos filhos? Qual o papel da escola na formação das crianças?
Priore ajuda a responder a essas questões quando afirma que:
Desde o início da colonização, as escolas jesuítas eram poucas e,
sobretudo, para poucos. O ensino público só foi instalado, e mesmo assim
de forma precária, durante o governo do marquês de Pombal, na segunda
metade do século XVIII. No século XIX, a alternativa para os filhos dos
pobres não seria a educação, mas a sua transformação em cidadãos úteis e
produtivos na lavoura, enquanto os filhos de uma pequena elite eram
ensinados por professores particulares. No final do século XIX, o trabalho
infantil continua sendo visto pelas camadas subalternas como “a melhor
escola”. (PRIORE, 2007, p. 10).
17
Ao analisar essa citação, pode-se notar que as crianças pobres não tinham
acesso livre à escola, ou seja, somente as famílias com maior poder aquisitivo
poderiam inserir seus filhos na escola. Priore (2007, p. 13) acrescenta que:
Como se não bastasse, a ação de fatores econômicos a interferir na
situação da criança e a ausência de uma política de Estado voltada para a
formação escolar da criança pobre e desvalida só acentuou seu
miserabilismo. Ora, ao longo de todo esse período, a República seguiu
empurrando a criança para fora da escola, na direção do trabalho na
lavoura, alegando que ela era “o melhor imigrante”.
Fica claro que não havia uma preocupação com a educação das crianças,
sendo que cada vez mais existiam crianças sem estudos. Mas isso não poderia ser
diferente, pois essas famílias possuíam poucos recursos financeiros e, devido a isso,
acabavam, na maioria das vezes, optando por levar seus filhos para o trabalho na
lavoura, para complementar a renda familiar, fazendo com que as crianças ficassem
sem estudar.
O problema da educação das crianças não se restringia só à falta de
subsídios econômicos; naquela época, a educação era alicerçada em castigos
físicos. Segundo Pereira (apud PRIORE, 2007 p. 96-97),
A boa educação implicava castigos físicos e as tradicionais palmadas. O
castigo físico em crianças não era nenhuma novidade no quotidiano
colonial. Introduzido, no século XVI, pelos padres jesuítas, para horror dos
indígenas que desconheciam o ato de bater em crianças, a correção era
vista como uma forma de amor. O “muito mimo” devia ser repudiado. Fazia
mal aos filhos.
Percebe-se que a educação era bastante rigorosa, usando de castigos físicos
como repreensão, seguindo os métodos utilizados pelos padres jesuítas, como
aborda Priore (2007, p. 97-98), ao dizer que:
A partir da segunda metade do século XVIII, com o estabelecimento das
chamadas Aulas Régias, a palmatória era o instrumento de correção por
excelência: “nem a falta de correção os deixe esquecer do respeito que
devem conservar a quem os ensina”, cita um documento de época. Mas,
ressalvava, endereçando-se aos professores: “e tão somente usarem dos
golpes das disciplinas ou palmatórias quando virem que a repreensível
preguiça é a culpada dos seus erros e não a rudez das crianças a cúmplice
de sua ignorância”.
18
No entanto, essa visão de educação começou a ser modificada por alguns
professores, ao perceberem que a formação das crianças tinha um objetivo maior,
como destaca Priore (2007, p. 100):
A formação de uma criança acompanhava-se também de certa preocupação
pedagógica que tinha por objetivo transformá-la em um individuo
responsável. Humanistas europeus como Erasmo e Vicente Vivés já tinham
dado as pistas desta “Educação Básica”: desde cedo a criança devia ser
valorizada por meio da aquisição dos rudimentos da leitura e da escrita,
assim como das bases da doutrina cristã que a permitissem ler a Bíblia em
vulgata.
Desse modo, nota-se que o conceito de educação estava sendo pensado,
modificado, transformado.
2.1.3 A relação família e escola
Esta seção tem como foco pensar o histórico da relação entre família e
escola, tendo como parâmetro norteador alguns questionamentos: quais são as
ações que podem ser desenvolvidas pelos diretores, coordenadores e professores
para que ocorra a relação família e escola? Será que os familiares estão conscientes
da importância que têm para os alunos as ações integradas entre família e escola?
Quais os benefícios que as atividades, como os debates e as palestras, podem
proporcionar para a interação e desenvolvimento entre os envolvidos nesse
processo?
Existem muitas pesquisas que tratam essa temática da relação família e
escola, dentre as quais se encontra o estudo de Rocha e Macêdo que colocam que:
Assim, como podemos observar, a discussão sobre a participação da família
na vida escolar de seus filhos não é recente. Há décadas que se vem
refletindo sobre como envolver a família, promover a co-responsabilidade e
tomá-la parte do processo educativo. (ROCHA; MACÊDO, 2002, p. 18).
Um ponto fundamental para se pensar essa relação família e escola é a
questão: quem é responsável pela educação das crianças: a família ou a escola?
Silveira vem auxiliar nesse momento dizendo que:
19
Desde a perspectiva psicológica, a escola e a família são consideradas
sistemas educativos, formal e informal (respectivamente). Elas dividem,
portanto, a tarefa de educar e socializar crianças e adolescentes. Parece
que, justamente por compartilharem destas tarefas educativas, algumas
confusões surgem quanto à delimitação de papéis e funções educativas
entre ambas. (SILVEIRA, 2003, p. 93).
E nas palavras de Rocha e Macêdo (2002, p. 18), “na verdade, à escola
coube a função de educar a juventude na medida em que o tempo e a competência
da família eram considerados escassos para o cumprimento de tal tarefa”. Nesse
sentido, a função da escola é a de educar os seus alunos, mas para que essa
educação seja de qualidade são necessárias algumas parcerias, e a principal se dá
pela relação família-escola, como ressaltam Rocha e Macêdo:
Compor uma parceria entre escola e família pressupõe de ambas as partes,
a compreensão de que a relação família-escola deve se manifestar de forma
que os pais não responsabilizem somente à escola a educação de seus
filhos e, por outro lado, a escola não pode eximir-se de ser co-responsável
no processo formativo do aluno. (ROCHA; MACEDO, 2002, p. 19).
A parceria família e escola vem contribuir para ambas as partes, trazendo
benefícios tanto para a família como para a escola, mas, sobretudo, para as
crianças. Destarte, ocorre “[...] o sucesso no desenvolvimento intelectual, moral e na
formação do individuo nessa faixa etária” (ROCHA; MACÊDO, 2002, p. 19), que no
caso desta pesquisa é de sete a oito anos de idade. E a respeito da discussão sobre
a função da família na educação das crianças, Rocha e Macêdo (2002, p. 23)
afirmam que:
Em relação às expectativas da família com relação à escola com seus filhos
encontram-se várias fantasias familiares como o desejo de que a instituição
escolar “eduque” o filho naquilo que a família não se julga capaz, como, por
exemplo, limite e sexualidade; e que ele seja preparado para obter êxito
profissional e financeiro via de regra ingressando em uma boa universidade.
É possível notar que ainda há alguns “tabus” sobre assuntos como a
sexualidade, limites etc., constituindo-se em barreiras entre pais e filhos. Algumas
famílias não sabem como conversar sobre isso com seus filhos, ou não tem
conhecimento sobre esses assuntos, e, muitas vezes, deixam essa tarefa para a
escola. A tarefa de informar, instruir as crianças a respeito desses assuntos cabe a
quem? À família, à escola ou a ambas?
20
Pensando nisso, a parceria entre família e escola é de grande importância
para que as informações corretas e necessárias cheguem às crianças. Quando há
dificuldade no diálogo em casa, a família deve procurar a escola para receber
orientações de como proceder. O importante é não deixar de responder às dúvidas
das crianças, buscando sempre educá-las, assim como coloca Nérici (1972 apud
ROCHA; MACÊDO 2002, p. 26):
[...] O processo educativo deve conduzir à responsabilidade, liberdade,
crítica e participação. Educar, não como sinônimo de instruir, mas de
formar, de ter consciência de seus próprios atos. De modo geral, instruir é
dizer o que uma coisa é, e educar e dar o sentido moral e social do uso
desta coisa.
Compreende-se, então, que o ato de instruir é diferente do ato de educar, isto
é, quando um professor diz que instruiu uma criança, ele simplesmente disse o que
era tal coisa ou objeto. O ato de educar vai além do ato de instruir, ou seja, além de
dizer o que é tal coisa ou objeto, vai explicar para o que serve, de forma que a
criança tenha real consciência do que se trata aquilo.
Voltando a falar sobre a relação família e escola, para Carvalho (2000, p.
144),
A fórmula da relação família-escola seria a seguinte: mais envolvimento dos
pais em casa equivale a maior aproveitamento e permanência na escola por
parte dos alunos; mais participação dos pais na escola resulta em melhores
escolas.
Isso só vem a reforçar a importância da relação família e escola, ou seja,
quando existe uma interação entre os pais e os professores, é melhor para as
crianças, sendo que essa parceria é de extrema importância para que haja uma
educação de qualidade.
2.1.4 Um recorte do papel da família segundo a legislação brasileira
Alguns documentos oficiais que tratam da infância, da família e da escola são
apresentados nesta seção, tendo como objetivo analisar se os mesmos estão de
acordo com a realidade dos alunos e da família, e verificando se são respeitados, na
íntegra, no cotidiano.
21
- Estatuto da Criança e do Adolescente1 – ECA (Lei 8069/90)
Os artigos 4º e 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente colocam que a
relação família e escola surge a partir do dever para com a criança:
Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com
a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitos fundamentais.
Pode-se dizer que um dos deveres da família, segundo os Artigos 4º e 5º, é
inserir seus filhos na escola, bem como assegurar o que é de direito dos mesmos,
ficando claro que a família que não inserir seus filhos na escola estará agindo de
forma negligente. É importante destacar a importância deste documento, pois, de
certa forma, obriga as famílias a cuidarem da formação de suas crianças. Segundo
Ferrari e Kaloustian (2002, p. 11-12),
A família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência de
desenvolvimento e da proteção integral dos filhos e demais membros,
independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se
estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos sobretudo
materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus
componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e
informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores ético e
humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também
em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são
observados valores culturais.
Todas as crianças devem e têm direito de estarem inseridas na escola, sendo
que também é papel da família auxiliar a escola no que refere ao ensino daquelas,
pois a educação não deve só partir da escola, mas também da família. Existem
1
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 19 jan. 2011.
22
diversos estudos que apontam que a base da educação está na família, no
comprometimento que elas têm com o ensino formal e, principalmente, com o ensino
moral, ético etc.
- Lei de Diretrizes e Bases da Educação2 – LDB (Lei 9394/96)
Os artigos 1º, 2º, 6º e 12° da Lei de Diretrizes e Bases da Educação apontam
que:
Art. 1º - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
civil e nas manifestações culturais.
Art. 2º - A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
o
Art. 6 - É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores,
a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação dada pela
Lei nº 11.114, de 2005).
Art. 12° - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e
as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos,
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento
do percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001).
Analisando os artigos acima, nota-se que o processo educativo é abrangente,
e não é só na escola, ou só na família que as crianças irão se educar. A família
também é um meio formativo, que vem complementar a educação formal escolar. É
fundamental que as escolas e as famílias tenham consciência de seus direitos e
deveres para com as crianças.
2
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm >. Acesso em: 19 jan. 2011.
23
Mesmo com todos esses artigos, leis etc. sobre os direitos das crianças,
propondo a inserção da família na escola e o envolvimento da comunidade, é fácil
averiguar, a partir da pesquisas realizadas com pais e professores, que ainda existe
uma barreira entre a família e a escola. Ou seja, nem todas essas leis são cumpridas
na íntegra, isso porque se essas leis fossem postas em práticas, não haveria tantos
problemas e tantos projetos ainda tentando inserir a família na escola.
- Plano Nacional de Educação3 – PNE (aprovado pela Lei nº 10172/2002)
Há, no Plano Nacional de Educação, as diretrizes sobre a função das
instituições escolares. O PNE:
Define como uma de suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e
outras formas de participação da comunidade escolar (composta também
pela família) e local na melhoria do funcionamento das instituições de
educação e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos
recursos pedagógicos.
Fica claro a partir das questões sobre a legislação que todos anseiam que a
família e a comunidade se integrem à escola. O que preocupa é justamente saber
que essa relação entre família e escola ainda não está totalmente consolidada,
mesmo com toda a legislação existente. O que falta para que a família e escola se
tornem parceiras? Os diversos programas sociais existentes estão conseguindo
cumprir seu papel e repercutindo o efeito esperado?
E como o poder se distribui nesta relação? Numa parceria supõe-se uma
relação horizontal, onde os dois membros da relação estejam em pé de igualdade.
Mas será que na prática isso acontece? Uma situação frequente, principalmente em
escolas públicas e com pais com baixa escolaridade, é o professor colocar-se em
uma posição hierárquica (e superior) à família, assumindo (ainda que de forma
inconsciente) o lugar de detentor da verdade. Sem perceber, acaba retirando a
legitimidade e autoridade dos pais, o que, inclusive, contribui para um sentimento de
baixa autoestima na criança.
3
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 19 jan.
2011.
24
Por outro lado, também se percebe, principalmente em escolas particulares,
pais que se colocam numa posição de “patrões” em relação à escola (já que estão
pagando), considerando o professor um empregado que deve fazer o que eles
mandam. Nas duas situações, quando não há um diálogo possível, a relação será
tensa e com poucos benefícios para a criança.
A boa parceria surge numa relação de respeito e consideração pela
importância que tanto a família quanto a escola têm na vida da criança, procurando
atuar de forma colaborativa, ainda que com divergências. As famílias são de grande
importância no processo educacional das crianças – quanto mais os pais, as famílias
participam, maior será o rendimento no processo de aprendizagem da criança.
25
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a efetivação deste estudo, as análises realizadas foram norteadas para
a atenção sobre os possíveis caminhos que podem auxiliar na relação família e
escola. A pesquisa foi realizada no ano letivo de 2010/1, no período referente ao
estágio que deve ocorrer em turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. A
escola escolhida foi uma unidade escolar pública, situada no bairro Campinas, do
município de São José - SC.
Trata-se de uma investigação de caráter qualitativo que, segundo Minayo
(2004, p. 21-22),
Se preocupa, nas ciências sociais com dados que não podem ser
quantificados. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis.
O público alvo desta pesquisa constituiu-se de 19 pais e 4 professores dessa
escola. Os pais entrevistados têm seus filhos matriculados e estudando na turma de
2º ano do Ensino Fundamental. Na entrevista com os professores, além da
professora da turma, foram entrevistados mais três professores, com o intuito de
perceber o que compreendiam sobre a relação família-escola. Os professores são
descritos como professor A, B, C e D, visando preservar a identidade e integridade
dos mesmos.
Um levantamento bibliográfico (em livros, artigos, monografias, teses etc.)
acerca do tema – relação família e escola – foi indispensável para a fundamentação
deste estudo, abarcando também questões como a história das famílias, a história
das crianças, educação das crianças e legislação sobre a infância. Após esse
levantamento, deu-se a análise dos documentos encontrados dentro da temática
proposta, com posterior construção do questionário destinado às famílias. Foi
utilizada a base de um questionário4 pré-formulado, com algumas alterações para
que, de tal modo, este instrumento se adequasse a esta pesquisa.
Com os resultados dos questionários da pesquisa, pretende-se analisar as
4
ALVES, 2008.
26
diversas características, seja da população escolar, ou da população familiar;
portanto esta pesquisa é de cunho descritivo. Conforme Gil (2002, p. 44), “dentre as
pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as
características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de
escolaridade, nível de renda [...]”.
O questionário teve por objetivo auxiliar a fundamentação e a realização da
pesquisa, tendo como foco a verificação de fatores que possam exercer maior
integração entre a família e a escola nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Visando aprofundar as discussões, foram elaborados questionários específicos para
os professores e outro modelo destinado aos pais, entretanto as discussões
propostas eram as mesmas, apenas com diferença na apresentação. Dessa forma,
pretendeu-se entender como os pais e professores se posicionavam frente às
mesmas questões, verificando se as concepções eram diferentes ou se tinham
pontos em comum.
Sobre o instrumento de pesquisa aplicado, pode-se dizer que os questionários
fazem parte dos procedimentos metodológicos da História oral, pois propiciam:
a construção do conhecimento de seu objeto – a memória e a identidade – ,
os quais ao se tornaram documentos históricos revelam também diversas
vozes, pois captam a história em movimento. Esse movimento presente na
memória dos “colaboradores” ajuda a identificar o processo histórico em
plena construção: sua dinâmica com o presente. (MEIHY, 2007 apud
SANTOS, 2009, p. 25).
Na pesquisa com os pais foi utilizado questionário com questões fechadas,
com cinco alternativas de resposta para cada pergunta, pois, de acordo com Gil
(2002, p. 129-130) “nas questões fechadas, apresenta-se ao respondente um
conjunto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor
representa sua situação ou ponto de vista”. A opção de fazer questões fechadas aos
pais deu-se justamente pela dificuldade de entrevistar a todos, pela falta de tempo
dos mesmos para a entrevista. Já para a pesquisa realizada com os professores, foi
utilizado um questionário com questões abertas. Gil (2002, p. 130) aponta que “A
principal vantagem das questões abertas é a de não forçar o respondente a
enquadrar sua percepção em alternativas preestabelecidas”.
Os questionários destinados aos pais foram entregues por meio dos alunos,
sendo que dos 19 questionários entregues, somente 14 foram respondidos e
devolvidos. Não houve a entrega dos questionários diretamente aos pais, pois não
27
são todos que buscam seus filhos na escola, ou seja, isso seria inviável para a
realização desta pesquisa.
Primeiramente, foram analisados os questionários destinados aos pais e,
depois, os questionários dos professores.
As respostas obtidas nos questionários foram tratadas de duas formas: em
gráficos para as respostas dadas pelos pais, e em narrativas para as respostas
obtidas dos professores.
Para os gráficos, optou-se pelo modelo de gráfico “de pizza”. Esta opção se
deu por possibilitar a apresentação de todas as informações obtidas de forma clara e
objetiva. Por meio dos gráficos, pretende-se analisar a participação das famílias na
educação dos seus filhos, o contexto familiar, as condições socioculturais, dentre
outros fatores. Segundo Monteiro (1999), propor a análise através de gráficos
possibilita a ampliação dos olhares sobre os dados. Isso porque:
Os gráficos se apresentam como uma ferramenta cultural que pode ampliar
a capacidade humana de tratamento de informações quantitativas e de
estabelecimento de relações entre as mesmas (p. 1). Neste sentido o
gráfico pode ser considerado como importante instrumento cultural de
sistematização de informações, e sua interpretação deve ser concebida
como uma complexa atividade cognitiva. (MONTEIRO, 1999, p. 5).
Desse modo, os procedimentos metodológicos envolveram as análises dos
gráficos e dos questionários Optou-se em não colocar os gráficos para representar
as respostas dos professores devido ao número pequeno de professores.
28
4 ANÁLISE DE DADOS
4.1 ANÁLISE DAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ENTREGUE AOS PAIS
Para a realização da análise dos gráficos, as discussões foram baseadas a
partir das questões propostas aos pais. Iniciando pelo questionamento sobre o
responsável da família pela educação das crianças, o resultado pode ser
contemplado no gráfico 1.
Gráfico 1: Responsável da família pela educação da criança
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Analisando as informações do gráfico acima, verificou-se que as mães têm
uma participação de 79% na educação de seus filhos, enquanto a participação dos
pais é de somente 7%. Com isso fica explícito que as mães são mais participativas
que os pais na educação dos seus filhos.
Constatou-se ainda a participação de outros membros da família, como os
avós e os irmãos (7% para cada). É bastante importante que todos os membros da
família, sejam pais, mães, irmãos, tios, avós etc., valorizem e preocupem-se com a
educação das crianças e, para que isso aconteça, a escola pode auxiliar com a
promoção de palestras, oficinas etc., que tenham o objetivo de conscientizar a todos
29
que a participação em conjunto na educação das crianças é fundamental para o
sucesso do processo de aprendizagem.
O grau de escolaridade dos pais que participaram da pesquisa é indicado no
gráfico 2.
Gráfico 2: Grau de escolaridade dos pais/familiares
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Pode-se perceber, pelas informações do gráfico acima, que a grande maioria,
ou seja, 64% dos pais têm o ensino médio. Essa informação, de modo geral, é
considerada
boa,
pois
a
maioria
das
famílias
é
de
uma
comunidade
socioeconomicamente desfavorecida. Por algum motivo, esses pais interromperam
os estudos, não chegando a ingressar no ensino superior, e muito menos na pósgraduação.
Apesar da maioria ter estudado até o Ensino Médio, é preocupante ver que
29% dessas famílias têm apenas o ensino fundamental final (6° ao 9° ano) e 7%
somente o ensino fundamental inicial (do 1º ao 5º ano). É sabido que muitos
integrantes dessas famílias tiveram que parar seus estudos – uns para ajudar em
casa, outros para trabalhar – e muitos deles não voltaram mais a estudar.
Um fato importante a ser levado em consideração é que a maioria das
famílias pertence a uma comunidade economicamente desfavorecida, conhecida por
ter diversos assaltos, assassinatos, tráfico de drogas etc. Grande parte das crianças
30
que frequentam a escola pertence a uma das principais favelas da grande
Florianópolis.
A
pergunta
que
fica
é
a
seguinte:
como
uma
comunidade
socioeconomicamente desfavorecida pode contribuir na educação das suas
crianças? Essa pergunta, muitas vezes, também é feita pelas próprias famílias,
numa forma de demonstrar que estão desacreditadas do êxito de suas crianças na
educação. É nesse momento que a escola deve intervir, mostrando às famílias que a
mesma é o apoio que a escola precisa, e que elas tem muito a ensinar para seus
filhos.
A realidade econômica das famílias pesquisadas é representada no gráfico 3,
através da identificação do quanto essas famílias possuem de recursos financeiros.
Gráfico 3: Renda familiar
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Ao analisar esse gráfico, pode-se dizer que muitas dessas famílias são
desprovidas de recursos financeiros. Isso fica claro ao verificar a informação de que
65% das famílias entrevistadas têm como renda mensal R$ 1.020,00, sendo que
ainda deve ser considerada a quantidade de integrantes de cada família, pois quanto
mais integrantes, maiores são as despesas mensais. Essa análise comparativa da
renda mensal com a quantidade de integrantes de cada família encontra-se no
gráfico 4.
Ainda de acordo com as informações do gráfico 3, é possível verifica-se que
14% das famílias têm como renda entre 2 e 3 salários mínimos; 14% têm renda
mensal de mais de 3 salários mínimos e 7% têm como renda menos de 1 salário
31
mínimo por mês – situação esta muito preocupante.
No gráfico abaixo (Gráfico 4), é possível visualizar, para cada faixa de
rendimento mensal, o número médio de integrantes de cada família..
Gráfico 4: Quantidade de pessoas que dividem a renda familiar
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Conforme os dados desse gráfico, a maioria das famílias (36%) tem renda
mensal entre 1 e 2 salários mínimos dividida por 5 pessoas, aproximadamente, ou
seja, essas famílias dividem um salário de até R$ 1.020,00 reais, o que dá o valor de
até R$ 204,00 reais por pessoa/mês. Ainda sobre as famílias que têm renda mensal
entre 1 e 2 salários mínimos, 29% dividem essa renda com até 3 pessoas, isto é,
uma média de até R$ 340,00 reais para cada pessoa por mês.
As famílias que têm renda mensal entre 2 e 3 salários mínimos, ou seja, até
R$ 1.530,00, dividem-se entre aquelas que são formadas por mais de 6 pessoas
(7%), o que equivale a uma quantia de até R$ 255,00 por pessoa/mês; e aquelas
com até 3 membros (7%), resultando numa distribuição de até R$ 510,00 reais para
cada pessoa.
Já as famílias que dispõem de uma renda mensal de menos de 1 salário
mínimo representam 7% do total entrevistado. A renda mensal dessas famílias é
menor que R$ 510,00 reais, divididos, em média, por 5 pessoas (R$ 102,00 reais
para cada pessoa/mês). Mas há também aquelas famílias (14%) com uma renda
mensal superior a R$ 1.530,00 (mais de 3 salários mínimos), dividida com até 3
32
pessoas, resultando numa distribuição de mais de R$ 510,00 reais para cada
pessoa/mês.
Com os dados apresentados no gráfico 4 pode-se notar que muitas famílias
são carentes, levando em consideração o rendimento mensal, as despesas fixas
(contas básicas como água, energia, telefone, alimentação e, em alguns casos, até
aluguel), e o número de integrantes da família. E ao relacionar essa informação à
escola, pode-se dizer que a família que tem uma melhor renda tem capacidade de
dar uma melhor educação para suas crianças.
Com as informações do gráfico abaixo (Gráfico 5), pretende-se analisar a
função da escola na opinião das famílias.
Gráfico 5: Função da escola na opinião das famílias
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Verificou-se que, para 36% das famílias, a função da escola é ensinar o
exercício da cidadania; 14% acreditam que a função da escola é ensinar uma
profissão; e 7% das famílias assinalaram que a função é ensinar a conviver com
outras pessoas. Ainda houve um percentual de 36% que assinalou mais de uma
alternativa, indicando que acreditam que a função da escola não é uma única, mas
sim um misto das opções que foram apresentadas; e 7% das famílias pensam que a
função da escola não estava descrita nas opções oferecidas no questionário e, por
isso, assinalaram a alternativa “outra”. Analisando essas informações, percebe-se
33
que a maioria das famílias entrevistadas espera que as escolas ensinem para suas
crianças o exercício da cidadania. E esta função da escola já está prevista em lei,
conforme citação abaixo:
Diz o artigo 205 da Constituição Federal de 1988 - A educação, direito de
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho. (BRASIL, 1988).
Ainda de acordo com essa citação, fica claro que, além do preparo para o
exercício da cidadania ser um direito de todos, a qualificação para o trabalho,
assinalada por 14% das famílias como sendo função da escola, também já consta na
lei. Para Demo (1995, p. 180-181), faz parte da função da escola:
[...] uma decidida conscientização e educação permanentemente qualificada
em torno da formação e correto exercício da cidadania assim como o
desenvolvimento comunitário. Neste sentido, torna-se improrrogável
planejar e executar programas específicos capazes de favorecer a formação
integral e harmônica, democrática, consciente e responsável mediante –
entre outras alternativas – promoção e formação para cidadania; promoção
da cultura e de uma educação que possibilite a todos os cidadãos a sua
habilitação para ser pessoa digna, construtiva e solidária, comprometida
mediante participação, responsável e generosa, na construção de uma
sociedade mais justa, fraterna, democrática e libertadora.
Já para Freire (1997, p. 18), “o ensino é muito mais que uma profissão, é uma
missão que exige comprovados saberes no seu processo dinâmico de promoção da
autonomia do ser de todos os educandos”.
A convivência com outras pessoas ainda aparece como elemento importante
para o desenvolvimento das crianças (resposta de 7% das famílias entrevistadas); e
isso é de fato fundamental, pois a convivência com outras pessoas faz parte do dia a
dia e, portanto, é apreciável que as crianças aprendam a se relacionar de forma
saudável com os demais para que não enfrentem problemas de convivência mais
tarde.
Outra pergunta realizada no questionário às famílias foi referente a como elas
avaliam a participação das crianças na escola. O resultado encontra-se no gráfico 6 e, a
partir dessas informações, pode-se verificar também o quão os pais/familiares
conhecem o que seus filhos estão produzindo na escola.
34
Gráfico 6: Participação das crianças na escola na visão dos pais/familiares
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Analisando as informações do gráfico acima, percebe-se que mais da metade
das famílias – 71% – considera que a participação dos seus filhos na escola é boa. A
partir disso, surge um questionamento sobre esta resposta: o que é considerado pelas
famílias como sendo uma “boa participação”? Algumas hipóteses levantadas: os filhos
não faltam à aula; as notas estão boas (mais que a média); não há reclamações dos
professores e da escola.
Esta variante “boa” pode indicar que os pais/responsáveis conseguem ter uma
visão sobre a participação dos seus filhos na escola através do acompanhamento das
atividades propostas pela escola; observando se as crianças executam essas
atividades com êxito; também podem fazer esse acompanhamento por meio da
análise das notas de provas etc.
Um dado que chama atenção é o percentual de 29% de famílias que
consideram a participação das crianças na escola como sendo regular. Cabe ressaltar
que estas avaliações sobre a participação dos alunos foram realizadas pelos pais,
dando a entender que os mesmos têm consciência da participação de seus filhos.
Independente da opção escolhida pelas famílias, percebe-se que as mesmas
têm o conhecimento do que as crianças fazem na escola, no que refere às
atividades, às notas etc.; sinalizando que têm consciência da participação da criança
na escola.
E a propósito daquilo que os familiares/pais anseiam para seus filhos, é
possível verificar no gráfico 7 o que se espera da escola.
35
Gráfico 7: O que a família espera da escola
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
De acordo com o gráfico 7, verifica-se que 79% das famílias esperam que a
escola prepare as crianças para a vida; e 14% esperam da escola uma preparação
profissional. Outros 7% dos familiares assinalaram as duas respostas, ou seja,
esperam da escola preparação para a vida e preparação profissional.
Antes de qualquer ensino formal, pode-se dizer que a família é a principal
educadora das suas crianças, tendo como função a de ensinar a elas as coisas
básicas, como a educação moral; o reconhecimento de seus direitos e deveres; o
respeito pelas regras de convívio social etc. Assim como afirma Donatelli (2004, p.
18):
Parto da certeza de que a escola não é um espaço apropriado para impor
valores de caráter moral se, e somente se, ela assumir tal condição. Antes de
tudo é a família, como criadora, mantenedora e gestora dos sujeitos que tem
esse dever, e não a escola.
Ao analisar o gráfico, verificou-se que ocorreu uma confusão, pois para a
pergunta em questão era necessário assinalar somente uma resposta, dando a
entender que ou as famílias se confundiram ao assinalar duas repostas, ou realmente
consideraram que poderia existir mais de uma reposta.
36
A participação dos familiares/pais na escola, verificando se os mesmos
comparecem às reuniões, se têm contato com os professores, ou só vão à escola
quando necessário etc. também foi questionada e pode ser conferida no gráfico 8.
Gráfico 8: Frequência com que os pais/familiares vão à escola
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Com as informações do gráfico acima, percebe-se que 57% dos familiares/pais
comparecem na escola sempre que podem. Entretanto, essa variante “sempre
quando podem” também pode ser entendida que a frequência desses pais na escola
não é tão assídua.
Sobre os pais que vão à escola quando são chamados para as reuniões,
contabilizando 36%, pode-se constatar que há muitos pais que estão interessados em
saber sobre a situação das suas crianças e sobre o que acontece na escola em geral,
o que indica que as reuniões representam um instrumento importante de aproximação
dos pais à escola.
E ainda houve um percentual de 7% das famílias que assinalaram que vão
todos os dias, pois levam as crianças à escola. Essa informação é importante e facilita
a comunicação dos pais com os professores diariamente, contribuindo para que
ambos estejam a par do que está acontecendo com as crianças.
As informações abaixo (Gráfico 9) são o resultado da pesquisa realizada com
os pais a respeito da avaliação dos mesmos sobre o diálogo entre escola e família.
37
Com essas informações pretende-se analisar o envolvimento dos familiares com a
escola, verificando como ocorre o diálogo entre ambos, na opinião dos pais.
Gráfico 9: Avaliação do diálogo entre escola e família
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
A partir das informações obtidas no gráfico acima, identificou-se que 64% das
famílias consideram que o diálogo com a escola é “bom”. Todavia, ao analisar esse
dado, surge um questionamento: se o diálogo das famílias com a escola, de modo
geral, é considerado “bom”, porque existem tantos projetos e pesquisas para tentar
solucionar ou propor meios para que essas duas grandes instituições se tornem
parceiras? O que pode estar acontecendo? Essa dúvida voltará a incomodar com a
análise da pesquisa realizada com os professores.
Ainda sobre essa questão, ficou claro que algumas famílias (22%) não estão
satisfeitas com o diálogo com a escola, classificando-o como regular. É, então,
necessário averiguar o motivo que levou essas famílias a avaliarem como regular o
seu diálogo com a escola. Essa verificação poderá ser feita através de reuniões,
palestras, ou até mesmo em pequenas conversar com os pais, quando os mesmos
levam seus filhos à escola.
Retornando à questão que foi apresentada no gráfico 8, sobre a frequência da
ida dos pais à escola, aqueles que respondessem que “não vão à escola”, poderiam
esclarecer o motivo desta opção em outra pergunta (que trazia algumas opções
38
dentre as alternativas apresentadas). Lembrando que esta era uma questão não
obrigatória – somente os pais que respondessem anteriormente que não têm o
costume de ir à escola poderiam, caso assim desejassem, escolher uma opção que
justificasse sua resposta – e que não houve nenhum pai que respondeu que não
frequentava a escola; logo, o normal seria que não houvesse nenhuma resposta a
essa questão. Porém, houve pais que assinalaram algumas respostas, que aparecem
representadas no gráfico 10.
Gráfico 10: Justificativa dos pais/familiares para não irem à escola
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Ainda que não houvesse necessidade de responder a essa questão, um
percentual de 14% das famílias assinalou que “não tem tempo de ir à escola”. Como
este é um índice considerado relevante, é interessante que a escola promova eventos,
reuniões etc. com o intuito de conscientizar a todos sobre a importância da presença
dos pais na escola. Ainda nesse gráfico, é possível notar que outros 14% optaram
pela variante “outros”, apesar de existir uma quantidade razoável de opções dentre as
alternativas. Diante disso, não se consegue identificar o motivo pelo qual essas
famílias não vão à escola, apenas é possível afirmar que não é por nenhum dos
fatores apresentados no questionário (não gosto; não acho importante; não gosto
do(a)
professor(a),
coordenador(a),
supervisor(a)
e/ou
diretor(a);
só
escuto
39
reclamações).
No gráfico 11 (abaixo), são apresentados os resultados da avaliação dos
pais/familiares no que diz respeito a como se sentem quando conversam com o(a)
professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a) da escola.
Gráfico 11: Como os pais/familiares se sentem ao conversarem com o(a) professor(a),
coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a) da escola
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Verificou-se que 64% das famílias consideram esse diálogo normal, ou seja,
não apresenta nenhum problema; e 29% assinalaram que se sentem bem, o que pode
ser interpretado como a existência de um bom diálogo com a escola. Já 7% das
famílias não responderam à pergunta do gráfico 11, talvez por não terem entendido a
pergunta, ou por não terem contato com a escola.
A participação dos pais na educação dos seus filhos também foi medida por
meio do questionário, como forma de verificar como os pais/familiares auxiliam as
crianças nas atividades escolares (Gráfico 12).
40
Gráfico 12: Participação dos pais/familiares na educação das crianças
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Conforme os dados do gráfico 12, pode-se notar que 50% das famílias
ajudam as crianças a “estudar as lições”. Este é um dado importante, pois mostra
que a maioria das famílias entrevistadas participam com seus filhos na revisão do
conteúdo abordado em sala de aula, o que vem a contribuir muito para o processo
ensino/aprendizagem da criança.
Outro dado que chamou atenção foi o de que 29% das famílias assinalaram
duas respostas, ou seja, responderam que além de ajudarem seus filhos a
estudarem as lições, elas também verificam a tarefa de casa. Esse comportamento
dos pais/familiares é ainda mais interessante porque possibilita que as famílias
acompanhem as atividades que estão sendo aplicadas para as crianças, permitindo
uma análise das possíveis dificuldades encontradas na realização das mesmas. E
isso contribui para a construção de uma parceria muito positiva entre escola e família
– os pais ajudam as crianças em casa e os professores na escola –, beneficiando,
diretamente, o progresso da criança.
Por outro lado, isoladamente, apenas 14% das famílias responderam que
“verificam as tarefas de casa”. Este é um dado preocupante, levando em
consideração que é fundamental que os pais participem mais do processo de estudo
das crianças, principalmente verificando, constantemente, se há alguma tarefa a
fazer e como as atividades proposta estão sendo executadas pelas crianças. Nesse
41
sentido, seria interessante que os coordenadores da escola promovessem palestras
para conscientizar os pais da importância da verificação das tarefas, das aulas em
geral, da vida escolar das crianças, mostrando que é muito importante que isso
aconteça também para que as crianças percebam que seus pais se interessam
pelos seus estudos e seu desenvolvimento.
A opinião dos pais/familiares a respeito da participação dos mesmos na
educação dos seus filhos pode ser verificada no gráfico 13, onde é questionado se a
participação dos pais/familiares junto à escola pode melhorar o desempenho e
aprendizagem das crianças.
Gráfico 13: Verificação se os pais/familiares acreditam que sua participação na escola pode
ajudar no desempenho escolar da criança
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Analisando a informação acima, fica claro que a maioria das famílias (79%)
está consciente de que sua participação junto à escola pode melhorar o
desempenho escolar das crianças. No entanto, há ainda um percentual de 21% que
não tem certeza dessa influência positiva na aprendizagem das crianças. Nesse
caso, é preciso reforçar a esses pais os pontos positivos da participação mais
presente e constante dos mesmos na vida escolar das crianças, objetivando uma
maior aproximação dessas famílias nesse processo.
No gráfico 14 estão apresentados os níveis de conhecimento dos pais sobre o
projeto político pedagógico da escola.
42
Gráfico 14: Conhecimento do projeto político pedagógico da escola
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Com as informações do gráfico acima, percebe-se que a grande maioria das
famílias não conhece ou tem um conhecimento parcial do projeto político
pedagógico da escola (36% conhece mais ou menos; e 29% não conhece), e ainda
há aqueles que nem sabem do que se trata (14% respondeu que não sabe o que é).
Essa informação é muito preocupante, pois somente quando os pais/familiares
tiverem conhecimento sobre o projeto político pedagógico é que poderão ter uma
visão geral do que acontece na escola, do que se pretende (e como se pretende)
trabalhar com as crianças e, então, poderão auxiliar com a realização de ações em
conjunto com a escola e até cobrar estratégias dos responsáveis para a melhoria do
processo ensino-aprendizagem.
Os pais também elencaram, por ordem de prioridade, algumas sugestões de
atividades que poderiam ser desenvolvidas para melhorar a integração entre a
escola e a família. Com as informações que seguem, pretende-se verificar qual é a
principal prioridade na visão das famílias.
43
Gráfico 15: Atividades prioritárias para melhorar a integração entre escola e família
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
A maior parte dos pais entrevistados indicou as reuniões, com a intenção de
informar sobre a frequência e rendimento dos alunos, como sendo o item mais
importante para a integração entre escola e família. 14% das famílias afirmaram que
uma maneira de aproximar a escola da família seria a promoção de encontros para
trocas de experiências, palestras e oficinas; e um percentual de 7% assinalou que a
discussão sobre o projeto político pedagógico da escola é mais prioritário para essa
integração (opção justificada pelo resultado do gráfico anterior, tendo em vista que
muitas famílias não têm o conhecimento do que é o projeto político pedagógico da
escola). Um percentual significativo (14%) de pais não respondeu a este item.
Analisando os gráficos, verificou-se que os pais sabem o quão é importante a
educação, assim como sua participação na escola, o que ficou explícito, é que falta
uma interação entre família e escola, principalmente ao analisar o último gráfico, que
aponta que a grande maioria dos pais não conhece o Projeto Político Pedagógico.
4.2
ANÁLISE
DAS
RESPOSTAS
DO
QUESTIONÁRIO
ENTREGUE
AOS
PROFESSORES
Na pesquisa realizada com professores buscou-se discutir sobre os aspectos
relacionados ao cotidiano escolar e à relação da família com a escola. Quatro
44
professores, que atuam diretamente com as crianças, responderam ao questionário,
sendo que todos possuem formação em licenciatura. A intenção era perceber como
estes sujeitos, que vivenciam ações diretamente com alunos e família, concebem a
função da família e a relação desta com a escola.
O questionário utilizado foi igual para todos os professores. Os professores
entrevistados são formados em várias áreas da Educação.
- A professora A é licenciada em educação física, com pós-graduação
em atividade física e saúde, leciona para o 2º ano.
- A professora B é licenciada nos anos iniciais, com pós-graduação
em orientação, supervisão e gestão escolar, leciona para o 2º ano.
- A professora C é licenciada nos anos iniciais, leciona para o 1º ano.
- O professor D é licenciado em matemática, leciona para o 4º ano.
Ao serem questionados sobre o papel da família, os professores responderam
que o papel da família é de:
- Professora A: “De orientar, dar responsabilidades, afeto baseado
nos valores humanos. Preparar as crianças para conhecer o mundo,
ter curiosidade em buscar o conhecimento enfim ser o alicerce”.
- Professora B: “De cumplicidade com o cotidiano educativo”.
- Professora C: “Proteger, orientar, educar a criança”.
- Professor D: “Organizar, orientar e proporcionar um conforto afetivo,
onde as sementes ético/culturais possam encontrar solo fértil na
educação”.
A partir das respostas dos professores, percebeu-se que a palavra orientar
está presente em todas as falas, porém essa palavra pode ter diversos sentidos.
Numa análise mais apurada, ficou explícito que a palavra orientar, no sentido usado
pelos professores, está relacionada à orientação de valores humanos (ético, cultural
etc.). Desse modo, os professores entendem que os pais devem orientar seus filhos.
Em relação às dificuldades na relação família e escola, cada professor trouxe
diferentes informações:
- Professora A: “A maioria das famílias não participam ativamente da
comunidade escolar. Nas reuniões, entregas de avaliação são poucos
os pais que marcam presença. Na verdade, falta parceria, nós
estamos desarmonizados com o descaso da maioria das famílias em
relação à escola”.
- Professora B: “A família vem muito pouco à escola. Quando os pais
vão à escola é de forma muito apressada, apenas para receber
informações rápidas e rotineiras”.
- Professora C: “A integração nos assuntos relativos à educação.
Comunicação”.
- Professor D: “O distanciamento dos pais, tanto dos filhos, quanto da
instituição educacional negam as responsabilidades”.
45
Analisando as palavras dos professores, verificou-se que a maioria tem o
mesmo discurso, ou seja, falam que as famílias não participam da escola, que falta
interesse por parte das famílias e que falta, principalmente, integração entre família e
escola. Ao destacar a falta de parceria entre a família e a escola, os professores
apontam um elemento que é crucial para uma boa relação entre família e escola: a
parceria.
Sobre a contribuição que os pais/responsáveis poderiam trazer para a escola,
os professores atestam que aqueles podem ajudar:
- Professora A: “Participando do conselho deliberativo escolar, da
APP (Associação de pais e professores), das reuniões, de entrega de
avaliação e reunião de orientações pedagógicas”.
- Professora B: “Tornando-se parceiros da escola, trabalhando a favor
e não contra tudo que ela propõe”.
- Professora C: “Fazendo acompanhamento escolar da criança,
mutirões na escola”.
- Professor D: “Participando mais das atividades extraclasse e
assumindo efetivamente os papeis que lhes cabem!”.
Ao analisar as falas dos professores, nota-se que, na visão dos mesmos, os
pais não participam efetivamente da educação de seus filhos, dando a entender que
não existe uma relação entre família e escola. Ao exigir a participação da família em
conselhos escolares, no acompanhamento da criança, os professores parecem
solicitar um posicionamento mais ativo da família, mas, muitas vezes, a escola não
conhece a realidade desta família, abrindo uma lacuna nas relações entre família e
escola.
Quando questionados sobre qual é a função da escola, os professores
ressaltaram que:
- Professora A: “A função é instigar a curiosidade pelo conhecimento
científico. Transformar o aluno em um cidadão pesquisador”.
- Professora B: “Não trazer somente conteúdos, mas levar as crianças
a resolverem problemas porque a escola não está separada da vida.
A escola precisa lidar com a vida e preparar seus alunos para esse
bem precioso”.
- Professora C: “Desenvolver o desenvolvimento cognitivo social e
cultural da criança”.
- Professor D: “Construir os conhecimentos com os cuidados devidos
quanto ao meio cultural e às informações trazidas por esses alunos”.
46
É possível identificar, nas respostas dos professores, que todos afirmaram
que a função da escola é construir; desenvolver. Isso é importante, entretanto fica
a impressão de que a escola tem um olhar técnico sobre a formação das crianças.
No que se refere à participação dos pais na escola, os professores
argumentam que:
- Professora A: “A maioria deposita seus filhos na escola e espera
que além de adquirir conhecimento a escola resolva problemas de
comportamento, que ensine a criança a viver”.
- Professora B: “O ritmo acelerado da atualidade, o estresse é tão
grande e a falta de compromisso com os filhos leva a uma
participação mínima chegando muitas vezes ao total descaso com
seus filhos e sua educação”.
- Professora C: “Uma participação que tem muito que melhorar”.
- Professor D: “Deixa a desejar. Em grande parte, não há!”.
Os professores afirmam que os pais relegam a função da educação para a
escola, deixando de cumprir sua tarefa. Também verificou-se que, na visão dos
professores, os pais não se importam com o que ocorre na vida escolar de seus
filhos (isso fica claro na fala em que um professor afirma que “os pais depositam
seus filhos na escola”, dando a entender que neste caso não existe uma relação
família e escola, que falta participação da família).
Quando questionados se a participação dos pais junto à escola pode melhorar
o desempenho e a aprendizagem dos alunos, os professores ressaltaram que:
- Professora A: “Com certeza, somente com a parceria da família a
criança e a escola alcançarão resultados de excelência”.
- Professora B: “Com certeza! Problemas e tropeços sempre
existiram, cabe à família juntamente com a escola auxiliar para que
juntos encontrem as melhores soluções e consigam aprender para
enfrentar a caminhada pessoal de cada estudante”.
- Professora C: “Sim, para o bom desenvolvimento intelectual e
emocional da criança”.
- Professor D: “Com certeza!”.
Nas falas dos professores verificou-se que a maioria afirmou: “com certeza”;
que a participação dos pais na escola pode melhorar na aprendizagem das crianças,
ficando explícito que a escola e a família podem formar uma grande parceria.
E ao serem questionados sobre as possíveis atividades que poderia melhorar
a integração entre escola e família, os professores sugeriram:
47
- Professora A: “Atividades onde as crianças tenham participação
anterior – Nossa escola tem oportunizado palestras, cursos, reuniões
de orientação pedagógicas e de avaliação e percebemos que os pais
só participam quando as crianças se apresentam em dança, teatro,
banda etc.”.
- Professora B: “Reuniões, palestras, festas, campeonatos, jogos,
passeios”.
- Professora C: “Reuniões motivacionais, atividades de integração
(passeios, festas, comemorações)”.
- Professor D: “Se os pais cumprissem a agenda que é proposta na
primeira reunião da escola e APP, já estava de bom tamanho”.
Fica claro que os professores ressaltam a necessidade de diálogo com os
pais, exigindo maior interação destes; abordam a importância de serem realizadas
reuniões, pois, assim, é possível conhecer melhor os pais. Além disso, a promoção
de eventos na escola também pode, segundo eles, contribuir para que a família
esteja mais próxima do cotidiano escolar.
48
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada apresentou algumas questões sobre a relação família e
escola e sobre como essa relação vem sendo amplamente discutida nos meios
escolares. Teve como objetivo identificar o processo de constituição da relação
família e escola, visando analisar como essa relação pode contribuir para a
formação das crianças. O processo desta pesquisa girou em torno da seguinte
problemática: qual a importância da relação entre família e escola no cotidiano
educacional?
Ao analisar todo o processo de construção desta pesquisa, conclui-se que: a
família é a primeira educadora, ou seja, nos primeiros anos de vida de uma criança,
a família é o “modelo” a ser seguido. Como é nesse momento que a criança está
formando seu caráter e construindo seus princípios, deduz-se, então, que a família é
a principal formadora da criança. Tendo isso em vista, sabe-se que, quando há o
ingresso da criança na escola, seu caráter e princípios já estão formados, ou quase
formados, ficando estabelecido que a criança já tem uma base de formação
(considerando uma criança em torno de seis anos de idade).
Mas quando se trata de crianças de dois a três anos, que passam o dia inteiro
na educação infantil, não se pode deixar a escola de fora desse processo de
formação moral – a escola passa a ser coautora na construção do caráter da criança
(é importante salientar que esse processo de formação da criança, aqui exposto,
parte de suposições e não de afirmações). Considerando que o dever da escola é o
de formar cidadãos críticos, pode-se dizer que a escola é responsável por
transformar os conhecimentos das crianças do senso comum para conhecimento
científico.
Percebeu-se durante as análises desta pesquisa que a família, de certa
forma, não está dando conta de formar suas crianças, de dar a base da formação
moral, mostrando-lhes seus deveres, ajudando-os a construir seus princípios. A
partir disso, essa tarefa que caberia aos pais acaba sendo transferida para a escola
(que não deveria ter isso como dever).
Logo, essa formação da criança pode variar muito de acordo com o contexto
social em que a mesma está inserida. Desse modo, fica claro que já que a família é
a principal formadora da criança, a escola deve procurar formar parcerias com a
49
mesma, com o intuito de contribuir para a formação das crianças. Verificando as
pesquisas realizadas com os professores e com os pais, percebeu-se que ações
como palestras, oficinas e atividades escolares que envolvam a participação dos
pais contribuem para que haja uma maior aproximação entre família e escola,
fortalecendo os laços entre as mesmas.
Analisando todo o processo desta pesquisa, considera-se que a relação entre
família e escola é de suma importância para a formação das crianças, e que essa
relação tem êxito quando as partes trabalham unidas, formando parcerias.
Os pais que responderam ao questionário da pesquisa, geralmente, já se
faziam presentes na escola, o que já evidenciava a sua participação. Porém, ao
longo da análise das respostas, notou-se o quanto a estrutura financeira e a
concepção de valorização da educação são elementos que ainda pesam na
consideração dos pais em relação à escola. Ao analisar os dados das pesquisas
realizadas com os pais foi possível conhecer um pouco do seu universo social, sua
escolaridade, a maneira como se relacionam com o que é produzido na escola etc.
Esse reconhecimento do histórico da família foi fundamental para se entender que
há inúmeras questões que dificultam a participação na vida escolar das crianças.
Já em relação à pesquisa realizada com os professores, percebeu-se que
ainda há uma necessidade de querer a família presente na escola, também houve a
contribuição de alguns professores com sugestões de atividades que podem vir a
estreitar a relação da escola com a família.
Através das análises dos gráficos representativos das respostas dos pais,
bem como das narrativas dos professores, foi possível perceber que ainda se está
longe de alcançar uma relação mais próxima entre a família e a escola, pois de um
lado a família tem seus problemas, como moradia, salário, escassez de
conhecimento etc.
Observa-se que muitos pais têm desejo de conhecer e se relacionar mais com
as questões da escola, porém, até mesmo pela falta de escolaridade, da vergonha
em se expor, muitos se afastam. Outros pais ainda consideram que a escola pode
ser melhor formadora para as crianças que a família. Enfim, são muitos os caminhos
e diálogos ainda a serem trilhados, pois não há um consenso, mas sim diferentes
olhares sobre a relação família e escola. Portanto, o que se buscou apresentar aqui
foram alguns indícios e possibilidades de como se podem aprofundar as relações
entre família e escola, visando melhorar a educação para as crianças.
50
51
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formação
do
aluno.
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<http://www.polemica.uerj.br/8(1)/artigos/contemp_3.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2010.
53
GLOSSÁRIO
Abluções: s. f. 1. Ação ou efeito de abluir. 2. Lavagem do corpo ou de parte dele. 3.
(Rel.) Durante a missa, cerimônia da lavagem do cálice e dos dedos do sacerdote.
LUFT, C. P. Minidicionário Luft. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 3.
Arruda: s. f. Planta de cheiro muito forte e de propriedades medicinais. LUFT, Celso
Pedro. Minidicionário Luft. 3 ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 55.
Aulas Régias: O termo Aulas Régias significa aulas reais, isto é, pela primeira vez o
Estado, através da monarquia (por isso real), assume para si a responsabilidade
pela educação, outrora sob o controle da Igreja. Todavia, mesmo ocorrendo a
transição de um nível escolar para outro, reproduziu-se os mesmos objetivos
(religiosos e literários) com os mesmos métodos pedagógicos. MENDES, 2008, p.
44.
Azedume: s. m. 1. Acidez (1). 2. Figurado Cólera; irritação. JUNIOR, Dicionário
Aurélio, 2005, p. 121.
Boubas: s. f. 1. Saúde Doença infecciosa causada por bactéria que afeta a pele e
também ossos e articulações. 2. Doença contagiosa dos galináceos. JUNIOR,
Dicionário Aurélio, 2005, p. 149.
Cólicas: s. f. Dor intensa (no ventre, fígado, útero). LUFT, C. P. Minidicionário Luft.
3. ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 147.
Escrófulas: s. f. Medicina Adenite cervical tuberculosa, caracterizada por alterações
da pele e das mucosas e tumefações ganglionares. Disponível em:
<http://www.netdicionario.com.br/escr%C3%B3fulas/>. Acesso em: 6 abr. 2011.
Estopada ou Estopa: [ô] s. f. 1. Parte mais grosseira do linho. 2. Tecido feito com
ela. 3. Chumaço de fios têxteis, us. para limpeza de máquinas. LUFT, C. P.
Minidicionário Luft. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 272.
Guiné: Indicada para afecções da cabeça, da vista, contra falta de memória,
reumatismo, paralisia, estados nervosos, pelos seus poderes analgésicos, mas
apenas em uso externo, em compressas. O pó da raiz ameniza a dor de dente.
Popularmente também usado em gargarejos para combater dor de garganta.
Uso mágico: A guiné no Brasil é muito utilizada, junto com a arruda, em vasos de
proteção colocados à porta das casas. A guiné funcionaria como uma espécie de
"antena" que captaria as más vibrações, que seriam então neutralizadas pelo poder
desinfetante
da
arruda.
Disponível
em:
<http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/guine.htm>. Acesso em: 6 abr. 2011.
Historiografia: s. f.1. Ciência e arte de escrever a História (1). 2. Estudo acerca da
História ou dos historiadores. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 475.
54
Iconografia: s. f. Artes 1. Arte de representar por meio da imagem 2. Descrição e
estudo de imagens (gravuras, fotografias, etc.). 3. Conjunto de ilustrações que
constitui ou completa obras de referência, ou de caráter biográfico, histórico,
geográfico etc. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 479.
Iconográfico: adj. Da, ou relativo à iconografia. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p.
479.
Infância: s. f. 1. Período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento à
puberdade; puerícia, meninice. 2. As crianças. 3. Figurado O primeiro período de
existência de uma instituição, sociedade etc. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p.
500.
Lombriga: s. f. Saúde Nome comum a diversos vermes intestinais. Podem ter de 15
a 30 centímetros de comprimento [Sinônimo Popular, bicha.]. JUNIOR, Dicionário
Aurélio, 2005, p. 551.
Mesentério: s.m. Anatomia. Membrana conjuntiva que liga as alças do intestino
delgado
à
parede
posterior
do
abdome.
Disponível
em:
<http://www.dicio.com.br/mesenterio/>. Acesso em: 6 abr. 2011.
Moléstias: s. f. 1. Saúde Incômodo ou sofrimento físico; doença, mal. 2. Incômodo
ou sofrimento moral; aborrecimento. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 595.
Obstruções ou Obstruir: v. t. 1. Tapar, fechar, entupir (uma cavidade, um conduto).
2. Impedir com obstáculo a passagem, a circulação de. -> obstrução s. f.; obstruído,
obstrutivo adj.; obstrutor adj. e s. m. LUFT, C. P. Minidicionário Luft. 3. ed. São
Paulo: Ática, 1991, p. 449.
Opilação: s. f. Saúde Obstrução de um ducto natural. JUNIOR, Dicionário Aurélio,
2005, p. 631.
Opressão: s. f. 1. Ato de oprimir, ou o resultado desse ato. 2. Tirania (3). 3.
Dificuldade de respirar, sufocação. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 631.
Onipresença: s. f. Ubiquidade. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 629.
Puerícia: s. f. Veja Infância (1). JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 714.
Quebrantos: s. m. 1. Prostração; quebreira; quebrantamento. 2. Suposto efeito
mórbido de mau-olhado; feitiço. LUFT, C. P. Minidicionário Luft. 3. ed. São Paulo:
Ática, 1991, p. 513.
Sífilis: s. f. 2. Num. Saúde doença infecciosa e contagiosa, transmitida sobretudo
por contato sexual. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 802.
Ubiquidade: s. f. Qualidade de ubíquo: Os religiosos acreditam na Ubiquidade de
Deus. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 877.
55
Vermes: s. m. 1. Nome comum a todos os animais invertebrados, à exceção dos
insetos. 2. Popular Nome comum às larvas de muitos insetos, desprovidos de patas.
3. Figurado Pessoa desprezível, infame. JUNIOR, Dicionário Aurélio, 2005, p. 894.
Vulgata s. f. Tradução latina da Bíblia, feita no século IV, e que foi declarada a
versão oficial da igreja Católica no concílio de Trento (século XVI). JUNIOR,
Dicionário Aurélio (2005, p.907).
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES
Senhores Professores e Coordenadores,
Este questionário tem por objetivo auxiliar-me na realização da pesquisa, tendo como foco a
verificação de fatores que possam exercer maior integração entre a família e a escola nos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Para responder a ele não é necessário que se identifiquem, porém, pedimos que suas respostas
sejam realmente verdadeiras.
Desde já, agradeço.
1 - Qual sua formação?
2 - Na sua opinião, qual o papel da Família?
3 - Que dificuldades você percebe na relação Família e Escola?
4 - Como os Pais/Responsáveis poderiam contribuir com a escola?
5 - Para você, quais são as responsabilidades da família na educação dos seus filhos?
6 - Para você, qual é a função da escola?
7 - Como você avalia a participação dos pais na escola?
8 - Você considera que a participação dos pais junto à escola pode melhorar o desempenho e a
aprendizagem dos seus alunos?
9 - Em sua opinião, que atividades poderiam ser desenvolvidas para melhorar a integração entre a
escola e a família? Numere por ordem de prioridade.
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ANEXO
QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS/RESPONSÁVEIS5
Senhores Pais e Responsáveis,
Este questionário tem por objetivo auxiliar-me na realização da pesquisa, tendo como foco a
verificação de fatores que possam exercer maior integração entre a família e a escola nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Para responder a ele não é necessário que se identifiquem, porém,
pedimos que suas respostas sejam realmente verdadeiras. Desde já, agradeço.
1 – Qual o grau de Parentesco em relação ao educando?
( ) pai
( ) mãe
( ) avô/avó
( ) irmão/irmã
( ) outro:
2 – Qual é o seu nível de escolaridade?
( ) nunca estudei
( ) alfabetização (Educação de Jovens e Adultos)
( ) fundamental (1ª a 4ª)
( ) fundamental (5ª a 8ª)
( ) ensino médio
( ) ensino superior
( ) pós-graduação
3 – Qual é a renda mensal de sua família?
( ) menos de um salário mínimo
( ) entre 1 e 2 salários mínimos
( ) entre 2 e 3 salários mínimos
( ) mais de 3 salários mínimos
4 – Quantas pessoas vivem dessa renda?
( ) até 3 pessoas
( ) de 4 a 5
( ) de 5 a 6
( ) mais de 6
5 – Você considera a educação escolar importante?
( ) sim
( ) não
( ) às vezes
6 – Para você, quais são as responsabilidades da família na educação dos seus filhos?
( ) cuidar
( ) educar
( ) cuidar e educar
7 – Para você, qual é a função da escola?
( ) cuidar das crianças
( ) ensinar a ler, escrever e a fazer cálculos.
( ) ensinar uma profissão
5
ALVES, 2008.
58
( ) ensinar a conviver com outras pessoas
( ) ensinar o exercício da cidadania
( ) outra:
8 – Como você avalia a participação de seu filho na escola?
( ) boa
( ) regular
( ) ruim
9 – O que você espera da escola para seu filho?
( ) preparação profissional
( ) preparação para a vida
( ) outro:
10 – Você vai à escola com qual frequência?
( ) não costumo ir, porque não acho importante
( ) só vou se as notas estiverem baixas
( ) vou nas reuniões, quando sou chamado
( ) vou sempre que posso, para saber se está tudo bem
( ) outro:
11 – Se vai à escola com frequência, como você avalia o diálogo entre a escola e a família?
( ) bom
( ) regular
( ) ruim
12 – Se você respondeu que não vai à escola, qual a razão para não ir?
( ) não gosto
( ) não acho importante
( ) não gosto do(a) professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a)
( ) só escuto reclamações
( ) não tenho tempo
( ) outro:
13 – Como você se sente ao falar com o(a) professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a)
da escola?
( ) bem ( ) normal ( ) nervoso(a) ( )com vergonha ou timidez
14 – Como você é recebido quando vai à escola?
( ) muito bem ( ) normal ( ) mal ( ) com indiferença
15 – Como você tem acompanhado o estudo do seu(ua) filho(a)?
( ) não tenho tempo para acompanhar
( ) não tenho paciência
( ) verifico a “tarefa de casa”
( ) ajudo a estudar as lições
( ) outro:
16 – Você considera que a sua participação junto à escola pode melhorar o desempenho e a
aprendizagem de seu(ua) filho(a)?
( ) sim, acredito ( ) só o comportamento ( ) talvez ( ) não
17 – Você conhece o Projeto Político Pedagógico da escola em que seu(ua) filho(a) estuda?
( ) sim ( ) mais ou menos ( ) não ( ) não sei o que é
18 – Em sua opinião, que atividades poderiam ser desenvolvidas para melhorar a integração entre a
escola e a família? Numere por ordem de prioridade:
( ) reuniões de pais para informar sobre a frequência e rendimento dos alunos
( ) reuniões para informar e discutir sobre o Projeto Político Pedagógico da escola
( ) reuniões para comemorar datas especiais (dia das mães, natal, festa junina etc.)
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( ) Encontros para trocas de experiências, palestras e oficinas
( ) outras:
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Bruna Maria de Oliveira