ODONTOGÊNESE E
ANOMALIAS DENTÁRIAS
Prof.Daniela Pugliesi
ODONTOGÊNESE
Período em que os dentes são formados,
dentro do osso: maxilar e mandibular.
ODONTOGÊNESE
O conhecimento da odontogênese é fundamental para o
entendimento dos distúrbios do crescimento e
desenvolvimento dentários.
Os dentes decíduos e permanentes, para alcançarem sua
maturidade morfológica ou funcional, passam por um CICLO
VITAL característico.
PROCESSO FISIOLÓGICO DE
EVOLUÇÃO CONTÍNUA
ODONTOGÊNESE
AS DIVERSAS FASES SÃO SENSÍVEIS
À TERATOGÊNESE, GERANDO, CADA
UMA DELAS, ANOMALIAS VARIADAS E
CLINICAMENTE DISTINTAS.
ODONTOGÊNESE
Quando o embrião está com 6 a 7 semanas de V.I.U., certas áreas
do epitélio bucal começam a proliferar numa proporção mais rápida
do que as células das áreas adjacentes, formando uma faixa de
epitélio, que será o futuro arco dentário.
As células epiteliais da camada basal
se multiplicam, invaginam em direção
ao ectomesênquima, que começa a
sofrer uma condensação.
LÂMINA DENTÁRIA
Ao longo do comprimento da lâmina dentária, a atividade
proliferativa contínua levará à formação de uma série de
tumefações epiteliais localizadas:
 10 no arco superior
 10 no arco inferior
POSIÇÕES DOS FUTUROS
DENTES DECÍDUOS
ETAPAS DA LÂMINA DENTÁRIA
1- Lâmina Primária (6-7 semana V.I.U. até o 2° mês
de V.I.U) – Formação da Dentição Decídua
2 – Lâmina Secundária (4° mês de V.I.U. até o 10°
mês de idade) – Formação dos dentes permanentes
de substituição
3 - Lâmina Terciária (4° mês de V.I.U. até os 5 anos
de idade) - Formação dos molares permanentes que
NÃO são dentes de substituição
Estágios de Desenvolvimento do Germe Dental
 Estágio em Botão
 Estágio em Capuz
 Estágio em Campânula
Fase de Botão
 esboço inicial da fase do desenvolvimento do órgão dentário
o
ectoderma forma maciços celulares arredondados em 10
pontos diferentes
da
posição dos futuros
lâmina dentária, que correspondem a
dentes decíduos, em cada futuro arco
dentário, superior e inferior
Fase de Botão
 embrião de 23 mm aproximadamente
 os botões correspondentes aos vários dentes
 os primeiros a
aparecerem são da região anterior da
mandíbula, que corresponderão aos futuros incisivos inferiores
Fase de Capuz (Proliferação)
 Proliferação do botão → aumento da forma e tamanho
 Crescimento → formação do capuz
 embrião de 35 a 60mm
Fase de Capuz (Proliferação)
 aumento da densidade do ectomesênquima
 aparecimento dos elementos formadores do dente e dos
tecidos de suporte
O conjunto de células ectodérmicas, que lembram um capuz, é
denominado Órgão Dental, responsável pela formação do
esmalte dentário, pela estabelecimento da forma da coroa e pelo
inicio da formação da dentina.
1-ÓRGÃO DO ESMALTE
proliferação interna do epitélio em forma de capuz  forma o
esmalte;
2-PAPILA DENTÁRIA
Formada pelo mesênquima encerrado pelo órgão do esmalte 
forma dentina e polpa;
3-FOLÍCULO DENTÁRIO
envolve a papila dentária e o órgão dentário  forma cemento, lig.
Periodontal e osso alveolar.
Fase de Campânula (Histo/Morfodiferenciação)
 Embrião de 70mm
 Crescimento mais exagerado das bordas do capuz
 Maior diferenciação das células epiteliais
Epitélio Dental Interno
Estrato Intermediário
Retículo Estrelado
Epitélio Dental Externo
Fase de Campânula (Histo/Morfodiferenciação)
Epitélio Interno do OE (FUNÇÃO FORMADORA E INDUTORA)
- Ameloblastos – células formadoras de esmalte
- Influência organizadora sobre as células mesenquimais da
papila – se diferenciam em odontoblastos
Estrato Intermediário
- Entre o epitélio interno e o retículo estrelado
- Grande importância para a formação do esmalte
- Juntamente com o EDI – Entidade funcional – FORMAÇÃO
DO ESMALTE
Fase de Campânula (Histo/Morfodiferenciação)
Retículo Estrelado
- Parte central do Órgão Dental
- Consistência almofadada – proteção das delicadas células
formadoras de esmalte
Epitélio Externo do OE
- Apresentava superfície lisa – agora dispõe-se em pregas
- Suprimento nutritivo rico – para a intensa atividade metabólica
do esmalte
Estágios dos ciclos vitais dos dentes
Crescimento
Iniciação
Proliferação
Histodiferenciação
Morfodiferenciação
Aposição
Calcificação
Erupção
Atrição
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
Lâmina Dentária
Fase de Botão
INICIAÇÃO
PROLIFERAÇÃO
Fase de Capuz
Fase Inicial de Câmpanula
Fase Avançada de Campânula
Formação do Esmalte e Dentina
HISTODIFERENC.
MORFODIFERENC.
APOSIÇÃO
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
Lâmina Dentária
INICIAÇÃO
 Potencial para a formação de dentes
 Fatores que induzem ou iniciam o desenvolvimento dos dentes
FALHAS NESSE PROCESSO
- AUSÊNCIA DE UM OU MAIS DENTES ou ANODONTIA
(ILS/ 3° molares e 2° Pré Inf.)
- DENTES SUPRANUMERÁRIOS
ANODONTIA
Lâmina Dentária
INICIAÇÃO
 Ausência de dentes
 Resultante de distúrbios nos primeiros períodos do ciclo vital
dos dentes
 Falha no processo que origina a lâmina dentária e os brotos dentais
 O processo de iniciação NÃO ocorre devido à não-multiplicação das
células do ectoderma
SUPRANUMERÁRIO
Lâmina Dentária
INICIAÇÃO
 Etiologia ainda desconhecida
 Hiperatividade da lâmina dentária
 Hereditariedade
 Traumas
 Anomalias de desenvolvimento
 Problemas que podem causar: erupção ectópica, mal posicionamento
dentário, formação de cistos, etc...
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
Fase de Botão/ Capuz/ Campânula
PROLIFERAÇÃO
 Nos pontos onde ocorreu a iniciação – Proliferação destes pontos
FALHAS NESSE PROCESSO
- MUDANÇAS NO TAMANHO E PROPORÇÃO DOS GERMES
EM DESENVOLVIMENTO ( Odontomas)
ODONTOMA
Fase de Botão/ Capuz/ Campânula
PROLIFERAÇÃO
 Tumores odontogênicos mistos – diferenciação funcional a
ponto de formar esmalte e dentina
 Brotamento contínuo do germe do decíduo ou permanente
 Proliferação anormal das células do germe dentário
 Etiologia desconhecida
 Foi sugerido: infecção local, hereditariedade, trauma...
GEMINAÇÃO
Fase de Botão/ Capuz/ Campânula
PROLIFERAÇÃO
 Tentativa de divisão de um germe dentário por uma
invaginação, resultando na formação incompleta de dois dentes
 Etiologia: processos inflamatórios, endócrinos, hereditários e
mecânicos
 Pressão interfolicular na falta de espaço
 Rx: coroa bífida com uma única raiz e um único canal radicular
 Pode causar: mal posicionamento dentário, acúmulo de
biofilme e alteração na estética
FUSÃO
Fase de Botão/ Capuz/ Campânula
PROLIFERAÇÃO
 União embriológica de dois órgãos dentários
 Pode ocorrer entre dois dentes normais ou entre um dente
normal e um supranumerário
 Etiologia não esclarecida
 Clinicamente: número de dentes na arcada é menor
 Rx: fusão limitada à coroa, à raiz ou a ambas – câmaras
pulpares e canais radiculares separados
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
Fase de Campânula
HISTODIFERENC.
 Marcantes modificações morfológicas e funcionais
 As células tornam-se restritas em suas funções
 Diferenciação dos odontoblastos
 Após a deposição da 1° camada de dentina → PRIMEIRA
CAMADA DE ESMALTE
FALHAS NESSE PROCESSO
- AMELOGÊNESE OU DENTINOGÊNESE IMPERFEITA
AMELOGÊNESE IMPERFEITA
Fase de Campânula
HISTODIFERENC.
 Anomalia da estrutura do esmalte dental, resultante da máformação ameloblástica
 Etiologia: hereditariedade e defeitos congênitos
 Hipoplásica: defeito na formação da matriz orgânica do
esmalte, SEM alterar a mineralização
 Hipomineralizada: maior alteração no conteúdo de minerais,
principalmente do cálcio
DENTINOGÊNESE IMPERFEITA
Fase de Campânula
HISTODIFERENC.
 Displasia em que apenas parte do ectomesênquima dental é
afetada
 Relativamente rara – 1:8000 nascimentos e é herdada por um
gene autossômico dominante
 Pode haver perda precoce do esmalte em virtude de fratura, já
que a junção amelo-dentinária é ANORMAL
 Rx: raízes mais curtas que o normal, câmaras pulpares e
canais radiculares muito reduzidos ou até mesmo ausentes.
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
Fase de Câmpanula Avançada
MORFODIFERENC.
 Definição do padrão morfológico e tamanho dos dentes
 É impossível sem a proliferação
 Morfodiferenciação das coroas: futura junção amelodentinária
FALHAS NESSE PROCESSO
- FORMAS E TAMANHOS ANORMAIS DOS DENTES (microdontia,
macrodontia, dentes conóides)
MACRODONTIA
Fase de Câmpanula Avançada
MORFODIFERENC.
 Dentes com dimensões acima do normal
 Etiologia: hereditariedade e causas idiopáticas
 Generalizada
pituitário
verdadeira:
rara;
associada
ao
gigantismo
 Generalizada relativa: comum; dentes de tamanho normal ou
ligeiramente maiores em maxilares pequenos
 Unidentária: rara; etiologia idiopática, podendo abranger todo o
dente ou somente afetar a coroa.
 Diagnóstico: considerar diâmetros mésio-distais dos dentes
 Pode estar associada: S. de Down.
MICRODONTIA
Fase de Campânula Avançada
MORFODIFERENC.
 Dentes menores que o normal – desenvolvimento insuficiente
do germe dentário
 Generalizada verdadeira: todos os dentes são menores que o
normal (comum no nanismo pituitário)
 Generalizada relativa: dentes de tamanho normal ou um pouco
menores, em maxilares maiores
 Unidentária: apenas um dente é envolvido (padrão familiar)
 Pode estar associada: doenças cardíacas e síndrome de Down
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
APOSIÇÃO – deposição de matriz das estruturas dentárias duras
 Crescimento aditivo – em camadas
 Concretização dos projeto delineado nas etapas de Histo. e
Morfodiferenciação
 Fatores Genéticos e do meio – podem perturbar a síntese e
secreção normais da matriz
FALHAS NESSE PROCESSO
- HIPOPLASIA DE ESMALTE
HIPOPLASIA DO ESMALTE
APOSIÇÃO – deposição de matriz das estruturas dentárias duras
 Formação incompleta ou defeituosa da matriz orgânica do
esmalte dental
 Defeito congênito do esmalte provocado por
ambientais, tanto de natureza sistêmica, quanto local
fatores
 Qualquer transtorno capaz de lesar os ameloblastos durante a
formação do esmalte, DETENHA a aposição da matriz a
PRODUZA a hipoplasia
 Afeta ambas as dentições
 Dentes com sulcos, depressões ou fissuras em sua superfície
(intensidade ou extensão da agressão)
HIPOPLASIA DO ESMALTE
Pode estar associada a outras condições:
 Trauma ao nascimento (passagem do intra para o extra-uterino)
 Complicações durante ou após o parto
 Infecção (“dente de Turner”) ou trauma local (intrusões)
 Irradiação
 Terapia anti-neoplásica (potencial para a formação anormal do
esmalte)
 Palato e lábios fissurados
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS E
HISTOFISIOLÓGICAS
CALCIFICAÇÃO – influxo de sais minerais na matriz depositada
 estrutura química do esmalte: 96% material inorgânico e 4% de
material orgânico e água
 a calcificação do esmalte e da dentina – processo sensível que
ocorre por um longo período de tempo
 irregularidades na calcificação – pode ser freqüentemente
atribuído a um distúrbio sistêmico específico
FALHAS NESSE PROCESSO
- AMELOGÊNESE IMPERFEITA DO TIPO CALCIFICADO
Importante:
Duração
da Perturbação
Severidade
da Perturbação
Inatividade temporária
ou permanente
dos ameloblastos
Defeitos Nutricionais
 Comum em locais de baixa renda e países
subdesenvolvidos.
 Os vários efeitos adversos da subnutrição tem sido
relacionados
com
diferentes
aspectos
do
crescimento humano e seu desenvolvimento e pode
desencadear seqüelas na qualidade e textura de
certos tecidos ósseos (ossos, ligamentos e dentes).
Sífilis congênita
 Causador:
Treponemma pallidum;
 É caracterizada por uma hipoplasia generalizada, que
altera significativamente
a formação e o tamanho
da coroa.
 Dentes mais afetados:
incisivos centrais superiores  bordas marginais
convergindo para a incisal;
coroas dos molares permanentes também estão
envolvidas.
Fatores Locais
 Trauma local ou infecção;
 Laringoscopia ou intubação;
 Ingestão de flúor;
 Radiação X.
Trauma local ou infecção
BRAIDO & YASSUDA, 1991:
Dentes permanentes podem desenvolver
hipoplasia devido a trauma ou infecção do antecessor
decíduo, ocorrendo mais comumente em incisivos
superiores
após os 4 anos de idade, a ocorrência de um
trauma em dente anterior tende a causar mais
hipomineralizações do que hipoplasias.
Laringoscopia e Intubação
Estes fatores contribuem para o desenvolvimento de
defeitos no esmalte nos dentes anteriores da dentição decídua,
uma vez que levam à pressão nas estruturas do germe e alvéolo,
devido a maleabilidade do alvéolo e ao baixo peso da criança.
Ingestão de flúor
A fluorose endêmica é um distúrbio afetando ameloblastos
durante
o
estágio
aposicional.
Em
níveis
de
flúor
extremamente elevados pode também haver interferência com
o processo de calcificação.
Aspecto opaco do esmalte  branco na forma mais branda
e amarelo ou marrom nas formas mais graves. O grau de
pigmentação é extremamente dependente da quantidade de
flúor ingerida.
Ingestão de flúor
Nas formas mais severas pode haver alteração na morfologia
da coroa. Nestes casos, o esmalte fratura-se com facilidade,
desgastando-se
rapidamente,
pois
sua
superfície
é
hipomineralizada. Ocorre com mais freqüência nos dentes
permanentes.
Ingestão de flúor  doses superiores a 2 ppm.
Radiação X
Crianças que receberam radiação em
excesso
no tratamento
de malignidades
apresentam hipoplasia de esmalte, que poderá
ser observada como uma linha de esmalte
hipoplásico, que se desenvolve na época do
tratamento.
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odontogênese e anomalias dentárias