Índice
007
009
Comissão Revisora de Contas
194
SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos
Apresentação
195
Programa Interuniversitário de Reforço
da Capacidade Científica
196
Políticas Urbanas II – Um Território Urbano
com Cidades
197
Novas Estratégias Imunobiológicas de Combate
à Malária
I. Relatório de Actividades
Ia. Portugal
017
Gabinete do Presidente
025
Serviço de Comunicação
Caridade
031
Ic. Projectos Transversais
e Inovadores
Conselho de Administração
da Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Saúde
e Desenvolvimento Humano
Arte
043
Museu Calouste Gulbenkian
059
Serviço de Música
075
Centro de Arte Moderna
José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
091
Serviço de Belas-Artes
Id. Programas Gulbenkian
201
Ajuda ao Desenvolvimento
211
Língua Portuguesa
217
Criatividade e Criação Artística
225
Fórum cultural
“O Estado do Mundo”
229
Ambiente
Ie. Serviços de Apoio
243
Serviços Centrais
249
Serviço de Orçamento,
Planeamento e Controlo
Educação
107
Serviço de Educação e Bolsas
129
Biblioteca de Arte
II. Situação
Económico-Financeira
Demonstrações Financeiras
Ciência
139
Serviço de Ciência
255
Situação Económico-Financeira
147
Instituto Gulbenkian de Ciência
265
Demonstrações Financeiras
Ib. Estrangeiro
304
Relatórios dos Auditores
153
Serviço Internacional
161
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
171
Serviço das Comunidades Arménias
311
Relatório
179
Delegação no Reino Unido
313
Parecer
315
Direcções de Serviço
316
Informações Úteis
III. Comissão Revisora de Contas
004. 005
Relatório Balanço e Contas 2007
Conselho de Administração
Dr. Emílio Rui Vilar
Presidente
Dr. Mikhael Essayan
Presidente Honorário
Prof. Doutor Diogo de Lucena
Dr.ª Isabel Maria de Almeida Mota
Doutor Eduardo Marçal Grilo
Prof. Doutor Eduardo Lourenço de Faria
Prof. Doutor André Gonçalves Pereira
Dr. Artur Santos Silva
Dr.ª Teresa Pinto Basto Gouveia
Dr. Martin Essayan
Dr. Rui Esgaio
Secretário do Conselho de Administração
Comissão Revisora de Contas
Dr. Luís Morais Sarmento
Director-Geral do Orçamento
Dr. José Nuno Rangel Cid Proença
Director-Geral da Segurança Social
Prof. Doutor Manuel Jacinto Nunes
Vogal designado pela Academia das Ciências de Lisboa
Prof. Arquitecto Augusto Pereira Brandão
Vogal designado pela Academia Nacional de Belas-Artes
Dr. Manuel Maçaroco Candeias
Vogal designado pelo Banco de Portugal em representação dos bancos e casas bancárias
006. 007
Relatório Balanço e Contas 2007
Apresentação
Em 2007 concluíram-se as comemorações do cinquentenário da Fundação. Uma vasta
programação, iniciada no ano anterior, visou homenagear o Fundador, evocar todos
os que construíram a Instituição, revisitar o passado e lançar novos caminhos para o futuro.
Além de celebrar, foi importante e útil reflectir mais detidamente sobre a rica experiência
da acção da Fundação num período de grandes mudanças na sociedade portuguesa
e no contexto internacional; tal como foi oportuno interrogarmo-nos sobre o modo de
enfrentar o ciclo que agora se abre, em clima de incerteza e de novos e exigentes desafios
de natureza global.
Nesta linha, e quase simbolicamente, o último acto oficial das comemorações foi a publicação
da obra Fundação Calouste Gulbenkian – Cinquenta Anos, 1956-2006, coordenada por António
Barreto e que contou com o contributo de vários investigadores – António Correia de Campos,
António Nóvoa, António Pinto Ribeiro, João Confraria, Jorge Ramos do Ó, Jorge Simões, Jorge
Calado, José Medeiros Ferreira e Kenneth Maxwell. Este livro permite conhecer aprofundada
e criticamente como surgiu a Fundação e como cumpriu a sua missão, e igualmente servirá
de ponto de partida e de estímulo para delinearmos a intervenção no futuro.
No conjunto das múltiplas iniciativas levadas a cabo em 2007, são de relevar pelo seu
carácter inovador, o lançamento de um Programa Gulbenkian centrado na temática do
Ambiente e a realização do fórum cultural internacional designado “O Estado do Mundo”,
como intervenção transversal e multidisciplinar.
Cinco importantes exposições, que a Fundação realizou ou patrocinou, estiveram patentes
em outras tantas grandes cidades: em Bruxelas, INGenuidades – Fotografia e Engenharia
1846-2006; em Washington, Encompassing the Globe: Portugal and the World in the
16th and 17th Centuries; em Berlim, Novos mundos – Portugal e a época dos descobrimentos;
em Hamburgo, Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) – O modernismo português;
e em Argel, L'art islamique dans la collection Calouste Gulbenkian.
A nova política de concessão de prémios, definida no ano anterior, concretizou-se em 2007
com a atribuição de cinco Prémios Gulbenkian, quatro relativos a cada uma das áreas
008. 009
Relatório Balanço e Contas 2007
estatutárias e um internacional, constituindo uma homenagem às diferentes dimensões que
marcaram a vida e a personalidade do Fundador. Em cerimónia presidida pelo Presidente
da República, foram entregues os Prémios Gulbenkian Arte a Ângelo de Sousa; Beneficência
à instituição de solidariedade social – Aldeias SOS Portugal; Ciência a Maria do Carmo
Fonseca e Luís Barreira; Educação ao Centro de Arte & Comunicação Visual – Ar.Co;
o Prémio Calouste Gulbenkian Internacional foi atribuído ao Centro de Educação Judaico-Árabe
– Hand in Hand.
Também foi atribuído pela primeira vez o Prémio Vasco Vilalva para a recuperação do
património, que foi instituído no quadro da aquisição do remanescente do Parque de Santa
Gertrudes. Assim se logrou preservar a unidade do jardim, que no futuro permitirá dar novas
condições de acessibilidade, enquadramento e funcionalidade ao Centro de Arte Moderna.
Dentre as várias conferências, seminários e colóquios promovidos regularmente pela
Fundação, destaco a conferência internacional que habitualmente tem lugar em Outubro
e que, em 2007, foi coordenada por Georges Steiner e debateu o tema dos limites
(ou não) da Ciência.
São ainda de referir as conferências internacionais: “Imigração: Oportunidade ou Ameaça?”
que encerrou o Fórum Gulbenkian Imigração; a conferência internacional na área da
educação, dedicada ao tema “Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade”; e o
“Ciclo Nobel” com a presença de premiados de Medicina como Rolf Zinkernagel, Eric Kandel,
Tim Hunt e Aaron Ciechanover. Destaco também a conferência proferida pelo Prémio Nobel
da Paz, Muhammad Yunos, no Grande Auditório da Fundação.
Prosseguiu e desenvolveu-se a nossa mais activa participação em instituições e redes
internacionais, designadamente no Centro Europeu de Fundações, no Network of European
Foundations for Innovative Cooperation, no projecto A Soul for Europe, no European Cultural
Parliament, na Golden Web, no Lab for Culture e no Centre for Social Investment da
Universidade de Heidelberg. Estão também constituídas bolsas Gulbenkian na Johns Hopkins
University, em Washington, Estados Unidos; no Instituto Universitário Europeu, em Florença,
Itália; e no King’s College of London, no Reino Unido.
Foram acordadas com a Fundação Champalimaud iniciativas conjuntas no domínio das
neurociências, formalizadas através de um Protocolo de Colaboração que foi celebrado em
Fevereiro de 2007 e que terá uma duração de 5 anos: “Programa Gulbenkian/Champalimaud
Fundação Calouste Gulbenkian
Apresentação
de Doutoramento em Neurociências”, “Programa Champalimaud em Neurociências” e
“Workshops Champalimaud de Neurociências no Instituto Gulbenkian de Ciência”.
O concerto de encerramento das comemorações, que teve lugar a 17 de Julho, foi um sinal
de contemporaneidade, sendo integralmente preenchido com peças encomendadas pela
Fundação a quatro compositores de renome mundial: Karlheinz Stockhausen, Iannis Xenakis,
Luciano Berio e Emmanuel Nunes.
Novamente foi a Fundação alvo do reconhecimento público, sendo distinguida com a medalha
de Mérito Turístico, concedida pela Secretaria de Estado do Turismo, e com o Prémio de
Política e Responsabilidade, atribuído pela Fundação Luso-Brasileira.
Continuamos a política de consolidação e reforço da base patrimonial da Fundação.
Apesar da instabilidade que, a partir de Agosto se instalou nos mercados financeiros mundiais,
desencadeada pela crise do crédito hipotecário nos Estados Unidos, foi possível concluir
o exercício de 2007 com um retorno total da nossa carteira na ordem dos 4,6%.
No petróleo e no gás prosseguiu o esforço de investimento tanto nas posições tradicionais
como na área da exploração e desenvolvimento. A subida dos preços do crude verificada
nos mercados à vista foi parcialmente afectada pela acentuada queda da cotação da moeda
americana. Os activos do Grupo Partex aumentaram de cerca de 1074 milhões para
1234 milhões de USD.
Os activos totais da Fundação atingiram os 3,14 mil milhões de euros e o capital líquido
de provisões (essencialmente a provisão para pensões) era em 31.12.07 de 2,79 mil milhões
de euros.
No momento que se publica este relatório mantém-se um elevado grau de volatilidade
nos mercados financeiros e são frágeis e incertos os sinais de recuperação das economias
desenvolvidas pelo que é de ordem a prudência nos gastos. Mas é também nestes períodos
que o terceiro sector, e em particular o movimento fundacional, deve assumir-se como
referência de valores, factor de racionalidade e lugar aberto à inovação e à criatividade.
Emílio Rui Vilar
Presidente do Conselho de Administração
010.011
010.
Relatório Balanço e Contas 2007
I. Relatório de Actividades
Em cumprimento de uma norma regularmente praticada, publica-se
em seguida uma síntese das actividades – subsídios e iniciativas
directas – no ano de 2007.
O critério de apresentação é o da repartição entre Portugal e o
Estrangeiro e o da ordenação por Serviços segundo os quatro fins
estatutários da Fundação – Caridade, Arte, Educação e Ciência.
Segue-se um capítulo de Projectos Transversais e Inovadores, assim
denominados porque o seu principal objectivo consiste na criação
de condições para apoiar ou realizar iniciativas em novos domínios
ou com novas abordagens metodológicas e para incentivar a
cooperação entre Serviços em áreas de fronteira ou beneficiando de
uma perspectiva multidisciplinar; e um capítulo de Programas
Gulbenkian, que visam conseguir actuações mais estruturadas,
integradas e com um horizonte temporal mais definido.
Lisboa, 30 de Junho de 2008
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Ia.
Portugal
Gabinete do Presidente
O Gabinete do Presidente é a estrutura de apoio ao presidente do Conselho de Administração que
participa no acompanhamento e na implementação de projectos mantidos no âmbito da Presidência,
que apoia a representação da Fundação nas organizações do sector fundacional e que assegura
a gestão administrativa resultante das solicitações, internas e externas, dirigidas ao presidente.
Comemorações do Cinquentenário da Fundação
No ano de 2007 encerraram-se as Comemorações dos 50 anos de existência da Fundação, tendo
o Gabinete apoiado o Presidente e o Conselho de Administração na coordenação e implementação
das diferentes actividades que integraram o respectivo programa. O programa de comemorações
do cinquentenário incluiu espectáculos, concertos, ciclos de cinema, exposições, edição de livros,
conferências internacionais.
O concerto de encerramento teve lugar no dia 17 de Julho, com obras
de compositores contemporâneos encomendadas pelo Serviço de Música
da Fundação.
016. 017
Sessão Solene
de Encerramento
das Comemorações
do Cinquentenário
da Fundação.
Relatório Balanço e Contas 2007
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Fundação Calouste Gulbenkian
Gabinete do Presidente
No que constituiu o último acto das comemorações, efectuou-se o lançamento dos dois volumes
da obra Fundação Calouste Gulbenkian – Cinquenta anos, 1956-2006. O livro foi coordenado por
António Barreto e contou com o contributo de diferentes investigadores - José Medeiros Ferreira,
António Correia de Campos, Jorge Simões, António Pinto Ribeiro, António Nóvoa, Jorge Ramos
do Ó, Jorge Calado, Kenneth Maxwell e João Confraria. Resultando de uma encomenda a
observadores externos, o livro teve como objectivo permitir conhecer mais profunda e criticamente
como surgiu a Fundação e em que medida cumpriu a sua missão nestes últimos cinquenta anos.
Nas palavras do Presidente da Fundação, “também este livro deve ser entendido como um estímulo
para pensarmos a intervenção da Fundação no futuro”.
Prémios Gulbenkian e Prémio Internacional Calouste Gulbenkian
Ainda no âmbito do Cinquentenário da Fundação, o Conselho de Administração definiu uma
nova política de concessão de prémios, tendo decidido criar cinco prémios anuais. Quatro – os
Prémios Gulbenkian – relativos a cada uma das áreas estatutárias, no valor de 50 000 euros cada, e
um quinto – o Prémio Internacional Calouste Gulbenkian –, no valor de 100 000 euros, constituindo
uma homenagem às diferentes dimensões que marcaram a vida e a personalidade do Fundador
e que é atribuído alternadamente na área dos direitos do homem e no domínio do ambiente.
Ângelo de Sousa (ARTE), Maria do Carmo Fonseca e Luís Barreira (CIÊNCIA), a Associação das
Aldeias de Crianças SOS Portugal (BENEFICÊNCIA), e o Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual
(EDUCAÇÃO) foram os vencedores da primeira edição dos Prémios Gulbenkian, em 2007. A Hand
in Hand – Center for Jewish-Arab Education, por sua vez, um projecto de educação bilingue e multicultural, com sede em Jerusalém, em que crianças judias e árabes partilham uma mesma sala de
aula, foi o vencedor do Prémio Internacional Calouste Gulbenkian. Os vencedores foram escolhidos
com base nas propostas de cinco júris independentes, com a seguinte composição:
Prémio Internacional Calouste Gulbenkian
Jorge Sampaio (Presidente), Fernando Henrique Cardoso, Príncipe Hassan bin Talal, Bronislaw
Geremek, Vartan Gregorian e José Gomes Canotilho.
Prémio Gulbenkian Arte
João Marques Pinto (presidente), João Bénard da Costa, Jorge Calado, José Gil e Raquel Henriques
da Silva.
Prémio Gulbenkian Ciência
Fernando Lopes da Silva (presidente), Alexandre Quintanilha, Manuel L. Nunes da Ponte, Augusto
Barroso, Luís Magalhães, João Ferreira de Almeida, Jorge Gaspar, Jaime Reis e Luís Cabral.
Prémio Gulbenkian Beneficência
António Barreto (Presidente), Alexandre Castro Caldas, Cristina Louro, Daniel Sampaio
e D. Manuel Clemente.
Prémio Gulbenkian Educação
Maria Helena da Rocha Pereira (Presidente), Guilherme d’Oliveira Martins, João Filipe Queiró,
Lídia Jorge e Vítor Aguiar e Silva.
018. 019
Relatório Balanço e Contas 2007
Orlando Teixeira
A cerimónia de entrega dos Prémios Gulbenkian teve lugar no dia 20 de Julho,
quando anualmente é prestada homenagem a Calouste Gulbenkian e foi presidida por Sua Excelência o Presidente da República.
Entrega do Prémio
Internacional Calouste
Gulbenkian pelo
Presidente da República
aos representantes
da Hand in Hand.
As actividades
O Gabinete do Presidente acompanha as actividades inerentes à filiação da Fundação Calouste
Gulbenkian em organizações ou associações de fundações que, a nível nacional e internacional,
promovem o desenvolvimento do sector fundacional, como o Centro Português de Fundações,
o Hague Club e o Centro Europeu de Fundações. Neste âmbito, o presidente da Fundação integrou
a Comissão de Organização do 4.º Encontro de Fundações Lusófonas, que decorreu em Luanda,
em Setembro de 2007, e interveio na 18.ª Assembleia Geral Anual e Conferência do Centro Europeu
de Fundações, que teve lugar em Madrid, em Junho de 2007, sob o tema “Foundations for Europe:
The New Challenges for Global Philanthropy”.
O Gabinete coordenou a preparação da conferência internacional “A Ciência Terá Limites?”, realizada
em Outubro de 2007, cujo conceito foi elaborado por George Steiner. A conferência, que teve como
objectivo principal reflectir sobre a eventual crise ontológica na ciência, reuniu um conjunto de
Fundação Calouste Gulbenkian
Gabinete do Presidente
personalidades de reconhecido prestígio nas diferentes dimensões da questão – A teoria das cordas
e o paradoxo da não-verificabilidade; Que progressos nas ciências da vida?; Incompletude
e inconsistência; e, O entendimento sobre o lugar do homem no universo – como Gerald Edelman,
Luís Alvarez-Gaumé, Lewis Wolpert, Helga Nowotny, Eörs Szathmáry ou Freeman Dyson. George
Steiner proferiu a conferência de abertura.
Dada a actualidade e relevância internacional da temática analisada, as intervenções da conferência
serão publicadas em Portugal e no Reino Unido, em 2008, neste último caso em resultado de uma
parceria com a editora Carcanet Press Limited. Em Setembro de 2007, em parceria com a Gradiva,
o Gabinete procedeu ao lançamento a nível nacional do livro da conferência internacional que teve
lugar em Outubro de 2006, Que Valores para Este Tempo?, deste modo cumprindo dois objectivos
fundamentais: a qualidade da publicação e a difusão dos seus conteúdos, em Portugal, por um
público mais vasto. Em 2007, este livro foi também lançado nos Estados Unidos da América,
em resultado de uma parceria com o Centro para as Relações Transatlânticas da Johns Hopkins
University, numa versão em inglês editada por Daniel Hamilton.
Cedência de instalações
A gestão dos processos de cedência a terceiros de instalações, cuja autorização é da competência
do presidente da Fundação, encontra-se centralizada no Gabinete do Presidente em articulação
com os Serviços Centrais. A decisão sobre a cedência é considerada, materialmente,
como um subsídio, privilegiando-se solicitações provenientes de instituições sem fins lucrativos
cujos objectivos se enquadrem ou contribuam para a realização das finalidades estatutárias
da Fundação.
Subsídios
O Gabinete do Presidente é responsável pela gestão dos subsídios atribuídos pelo presidente,
no âmbito da Reserva sob sua administração directa, repartidos pelas quatro áreas estatutárias
da Fundação. Em 2007, num total de aproximadamente € 560 000 concedidos, destacam-se
os seguintes financiamentos:
020. 021
Relatório Balanço e Contas 2007
(103 Euros)
Entidade
Montante
Descrição do projecto
País
Fundação Batalha de Aljubarrota
€ 200 000
Vertente educativa do projecto de criação
do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota:
subsídio de € 600 000, em três anos (2005-2007),
em conjunto com o Serviço de Educação e Bolsas.
Portugal
Manoel de Oliveira
€ 100 000
Apoio à realização do filme Cristóvão Colombo – O Enigma.
Subsídio de € 200 000, em dois anos (2006-2007).
Portugal
Fundação Joaquim Chissano
€ 25 000
Apoio ao início das actividades da Fundação Joaquim Chissano.
João Mário Grilo
€ 25 000
Apoio à produção do documentário O Tapete Voador.
Portugal
Centro Português de Fundações
€ 20 000
Apoio extraordinário às actividades do Centro Português de Fundações.
Portugal
Comissão Nacional da Unesco
€ 17 303
Apoio à realização do encontro internacional
“Erradicação da Pobreza”.
Portugal
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa
€ 16 253
Livro Portugal e a Europa: da Cooperação à Integração
– 60 Anos de História, 20 Anos de Adesão.
Subsídio de € 54 178, em três anos (2006-2008).
Portugal
Centro Português de Fundações
€ 12 500
Apoio à 1.ª Exposição de Fundações Portuguesas.
Portugal
World Press Cartoon
€ 12 000
Produção do catálogo do World Press Cartoon – Sintra 2007.
Portugal
Mosteiro dos Jerónimos
€ 12 000
Apoio a um projecto de leitura iconológica do Mosteiro dos Jerónimos.
Subsídio de € 36 000, em três anos (2006-2008).
Portugal
Instituto de Direito Económico, Financeiro
e Fiscal da Faculdade de Direito
da Universidade de Lisboa
€ 12 000
Apoio à realização de uma conferência sobre as relações económicas
entre a Europa e os EUA.
Portugal
European Foundation
for Street Children Worldwide
€ 12 000
Apoio de emergência para a European Foundation
for Street Children Worldwide.
Liga dos Bombeiros Portugueses
€ 12 000
Apoio às famílias de bombeiros falecidos ou acidentados
no cumprimento da sua missão.
Portugal
Centro de Estudos Sociais da Faculdade
de Economia da Universidade de Coimbra
€ 11 250
Apoio ao projecto “EUROZINE”.
Portugal
Fundação “Cuidar o Futuro”
€ 10 000
Apoio ao projecto “Memória na Internet de Maria de Lourdes Pintasilgo”.
Portugal
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa € 10 000
Apoio à edição da obra de homenagem
a Paulo Arsénio Viríssimo Cunha.
Subsídio de € 20 000, em dois anos (2007-2008).
Portugal
Instituto de Direito das Empresas e do Trabalho
Apoio ao VII Encontro de Professores de Direito, em Coimbra.
Portugal
Fundação Calouste Gulbenkian
€ 10 000
Gabinete do Presidente
Moçambique
Bélgica
Projecto “Arquivo da Fundação Calouste Gulbenkian”
A 13 de Fevereiro de 2003, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian tomou
a decisão de dar início ao tratamento dos arquivos da Fundação, à data com uma dimensão estimada
de 3,3 quilómetros de extensão. A estratégia então adoptada foi a de dar prioridade de tratamento
aos arquivos dos serviços extintos. Para além da descrição documental foi ainda decidido submeter
os referidos conjuntos documentais a processos de higienização e reacondicionamento, tendo,
para o efeito, sido seleccionados materiais com características físicas e químicas apropriadas
à conservação das espécies. O reacondicionamento dos arquivos permitiria ainda uma significativa
economia de espaço de armazenamento.
O primeiro arquivo a ser objecto do referido processamento técnico foi o do ex-Serviço de Cooperação,
extinto em 2002. Este projecto inicial veio a ser ampliado em Março de 2004, com a inclusão
do tratamento dos Arquivos da Presidência, tendo em vista permitir a investigadores o estudo
dessa documentação, no âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação,
que se aproximava.
Até ao final do ano de 2007, são os seguintes os resultados desta intervenção:
Arquivos da Presidência
Trata-se da documentação produzida e recebida pelos diversos órgãos e serviços que integraram
ou funcionaram no âmbito da Presidência da Fundação; documentação produzida e recebida pelos
titulares do cargo de presidente no âmbito da esfera pessoal/privada da sua actividade; documentação
produzida e recebida por essas mesmas entidades enquanto titulares de outros cargos dirigentes
da Fundação Gulbenkian, em período anterior ao da sua investidura como presidentes.
A dimensão total destes arquivos era inicialmente de 84,72 metros lineares. Encontram-se, à data,
totalmente organizados de acordo com o princípio da ordem original e descritos em instrumento
de descrição em formato electrónico e em papel. Esse conjunto documental é constituído pelo arquivo
do Serviço da Presidência, parte do arquivo da Secretaria do Conselho de Administração, arquivos
Ferrer Correia e Sá Machado e arquivo Balcão de Vendas.
O novo acondicionamento permitiu uma redução de 37 por cento do espaço necessário
para o seu armazenamento.
Arquivo do ex-Serviço do Petróleo e do Gás
Inclui vários subarquivos de Lisboa e de Londres. Muita da documentação
de Kevork Essayan e respeitante ao início da Fundação Gulbenkian integra o subarquivo
Miscellaneous. A dimensão deste conjunto documental era inicialmente de 102 metros lineares,
tendo, após reacondicionamento, passado a ocupar 80 metros lineares de prateleira.
Arquivos do ex-Serviço de Cooperação
Integram este conjunto os seguintes arquivos: ex-Serviço do Ultramar, ex-Serviço de Cooperação
com os Novos Estados Africanos, ex-Serviço de Cooperação para o Desenvolvimento e alguma
documentação do Serviço Internacional. A dimensão destes arquivos era, à data do início
do processamento documental, de 130 metros lineares.
022. 023
Relatório Balanço e Contas 2007
Colecção de Diplomas da Fundação Gulbenkian
Foram descritos e acondicionados,
e integrados no Arquivo da Secretaria
do Conselho de Administração,
97 documentos.
Arquivo Calouste Sarkis Gulbenkian,
proveniente de Londres
Conjunto documental que inclui vários
arquivos, designadamente o Arquivo
Calouste Sarkis Gulbenkian, o Arquivo
das Empresas Gulbenkian e o Arquivo
do Secretariado de Londres. Este conjunto
esteve durante anos armazenado em
Londres, tendo sido transferido para
os armazéns da Fundação em Carnaxide
há cerca de cinco anos, tendo depois
sido submetido a expurgo. Actualmente,
encontra-se depositado no edifício-sede.
Sessenta dos 151 caixotes originais foram
já abertos, tendo a documentação sido
limpa e reacondicionada.
Arquivo do ex-Serviço do Médio Oriente
Integra 23 metros lineares
de documentação, dos quais 15 foram
já sujeitos a tratamento.
Arquivo do Serviço de Belas-Artes
Arquivo com 188,5 metros lineares
de documentação, dos quais 133,5,
correspondentes às séries Bolsas
de Estudo de Especialização, Subsídios
de Investigação e Subsídios, encontram-se,
desde Março de 2006, em processamento.
O tratamento deste arquivo foi
excepcionalmente considerado prioritário
devido à necessidade de suportar a
Arquivo Calouste Sarkis Gulbenkian, proveniente de Londres.
investigação que antecedeu e sustentou a
exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”.
À data, estão já tratados e disponíveis para acesso 80 metros lineares.
Estes diversos projectos de tratamento, informatização e acondicionamento de arquivos
e colecções documentais – nuns casos já terminados, noutros ainda em curso – têm já um impacto
muito positivo nas condições de salvaguarda, acesso e investigação deste acervo documental,
um recurso de informação essencial para a memória e a identidade desta instituição,
bem como para qualificar a sua acção.
Fundação Calouste Gulbenkian
Gabinete do Presidente
Serviço de Comunicação
O Serviço de Comunicação tem por missão
apoiar a divulgação pública das actividades da
Fundação Calouste Gulbenkian, gerir activamente
os instrumentos que contribuem para a formação
da imagem pública da Fundação, assegurar
a coerência gráfica dos suportes de comunicação
externa e interna dos diversos serviços e promover
o acesso à informação interna de agenda por parte
de todos os funcionários da Fundação. O Serviço
de Comunicação desempenha também as funções
de porta-voz da Fundação e do presidente.
Valores em euros
Encargos com pessoal
265 690
Despesas de funcionamento
43 248
Iniciativas próprias
327 094
Total
636 032
Total publicações
153 366
Newsletter
115 566
Agenda Mensal
36 529
Take a Look
1 271
Pela natureza da sua missão, o Serviço de Comunicação é um serviço transversal, disponível
para apoiar todos os outros serviços da Fundação, na sua comunicação externa e interna.
No ano de 2007, as acções desenvolvidas e que merecem destaque foram as seguintes:
Presidente e Conselho de Administração
Além de responder às solicitações dos media, enquanto porta-voz do presidente e da Fundação,
o Serviço de Comunicação garantiu a distribuição diária do clipping online e de recortes de imprensa
pelos gabinetes do presidente e dos restantes membros do Conselho de Administração. Organizou
conferências de imprensa, bem como outras iniciativas de contacto com os jornalistas convocadas
pelo presidente, ou por membros do Conselho de Administração, e assessorou o Gabinete
do Presidente nas relações com a Comunicação Social. Para a conferência “A Ciência Terá Limites?”,
que teve lugar em Outubro, o Serviço coordenou também a produção dos materiais de divulgação
e de sinalização interna tendo, na ocasião, criado um serviço de informação específico (via correio
electrónico) e um micro-site, à semelhança do que sucedera com a conferência de 2006.
Neste ano foi produzido o vídeo institucional Fundação Gulbenkian, em MotionGraphics, realizado
pela Image Factory, com a duração de três minutos, destinado a exibição na cerimónia de atribuição
do Prémio Personalidade do Ano da Associação de Imprensa Estrangeira. Foi ainda produzida
a versão curta (10 minutos) do vídeo institucional Fundação Gulbenkian, Uma Fundação no Mundo,
realizado por Jorge Fialho.
Relação com os media
A acção do Serviço de Comunicação centrou-se, em grande medida, na elaboração de planos
de comunicação e eventos programados pelos vários serviços da Fundação. Neste âmbito,
foram organizadas visitas pré-inaugurais de jornalistas às principais exposições temporárias exibidas
024. 025
Relatório Balanço e Contas 2007
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Comunicação
durante o ano, difundida mais de uma centena de comunicados de imprensa e facilitadas entrevistas
a conferencistas, premiados e outros especialistas envolvidos nas acções e programas conduzidos
pela Fundação, assim como a responsáveis da própria Fundação. Ao longo do ano, o Serviço
procurou promover e organizar os eventos relacionados com o encerramento das Comemorações
do Cinquentenário da Fundação, bem como os novos programas Gulbenkian entretanto criados.
Comunicação externa
Ao longo de 2007, foram editados 10 números da Newsletter, com uma tiragem média de
11 mil exemplares, e 11 números do desdobrável Agenda Mensal, com uma tiragem média
de 15 mil exemplares. A Newsletter procurou, sem deixar de registar os factos relevantes da actividade
da Fundação, chamar a atenção dos seus leitores para eventos programados para o mês seguinte
ao da sua saída. Por sua vez, a Agenda Mensal permitiu a divulgação, de modo sintético, do calendário
das iniciativas abertas ao público. Além de estar à disposição dos visitantes nas instalações da sede,
Livraria, Biblioteca de Arte e museus, manteve-se a sua distribuição nos principais centros para
turistas da Área Metropolitana de Lisboa (hotéis, museus, Turismo de Lisboa, etc.). A agenda dos
eventos pôde também, neste período, ser consultada pelo público quer no site da Fundação,
quer nos cinco quiosques digitais instalados na sede.
Responsável pela página internet da Fundação, o Serviço introduziu uma imagem gráfica coesa
e prosseguiu a renovação do site da Fundação.
O Serviço de Comunicação concebeu e realizou, em diversas ocasiões, cartazes, convites,
desdobráveis e catálogos que serviram de suporte à divulgação de conferências, exposições,
programas e outro tipo de realizações promovidas pelos serviços. A seu cargo ficou também
a coordenação e produção do calendário Tempos Gulbenkian, que inclui as actividades dos serviços
educativos do Museu Gulbenkian, do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão,
os programas “Descobrir a Música na Gulbenkian” e “Viver os Jardins Gulbenkian”. O Serviço
foi ainda o responsável pela nova edição do desdobrável promocional Take a Look, numa tiragem
de cinco mil exemplares. Realizou ainda um novo desdobrável em inglês sobre as actividades
internacionais da Fundação. Pontualmente, apoiou também o acolhimento de visitas de jornalistas
e outros grupos às instalações da Fundação.
Compra de espaço publicitário
O Serviço garantiu, por um lado, o desenho gráfico, a reserva e a tramitação dos anúncios
que os diversos serviços da Fundação lhe solicitaram, envolvendo montantes superiores a € 650 000
(preço de tabela).
Comunicação interna
A actualização permanente do canal “Notícias” da intranet e a manutenção do serviço diário
de media e clipping, via correio electrónico, para todos os funcionários, constituíram uma das
actividades de maior destaque.
026. 027
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Caridade
Sessão de Encerramento do Fórum Gulbenkian de Saúde. Da esquerda para a direita, o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados,
António Guterres, o comissário do Fórum Gulbenkian de Saúde, Jorge Soares, e o presidente da Fundação, Emílio Rui Vilar.
Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
Valores em euros
Encargos com pessoal
655 253
Despesas de funcionamento
355 408
Subsídios
4 015 916
Prémios
20 000
Iniciativas próprias
718 500
Total
5 765 077
Receitas
207 324
Em 2007, o Serviço de Saúde e Desenvolvimento
Humano continuou a desenvolver a sua actividade
no sentido de contribuir, fundamentalmente,
para a melhoria dos cuidados de saúde prestados
e das condições de vida das pessoas,
designadamente através da promoção do
combate a novos problemas de exclusão social.
As áreas prioritárias de intervenção de apoio
à saúde e desenvolvimento humano
foram as seguintes:
Saúde
› investigação para o desenvolvimento
em ciências da saúde;
› saúde pública;
› modernização e inovação tecnológica;
› humanização dos cuidados de saúde;
› formação de prestadores de cuidados de saúde.
Integração social
› grupos sociais vulneráveis;
› comunidades urbanas;
› capacitação das organizações.
030. 031
Relatório Balanço e Contas 2007
Participação em parcerias e redes internacionais
› imigração;
› saúde global.
Iniciativas próprias
O Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano promoveu também algumas iniciativas próprias
em sintonia com a sua missão e objectivos, bem como diversos eventos integrados nas Comemorações
do Cinquentenário da Fundação.
Actividades desenvolvidas
Investigação para o desenvolvimento em ciências da saúde
[3839 266]
O apoio à investigação em ciências da saúde continua a ser um dos componentes
mais relevantes da actividade do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano,
e tem como objectivos principais o estímulo intelectual à inovação e à originalidade
dos investigadores nacionais, privilegiando parcerias, designadamente internacionais,
entre clínicos e investigadores das ciências básicas.
Neste domínio, destaque para os subsídios atribuídos aos Hospitais da Universidade de Coimbra
com vista à criação de um Centro de Simulação Biomédica e ao Instituto de Patologia e Imunologia
Molecular da Universidade do Porto para um Projecto de Formação Avançada e Investigação
de Translação Clínica em Cancro.
Foi atribuído ao Instituto de Medicina Molecular um financiamento para desenvolvimento
do projecto “VIH-2” e foi dada continuidade ao Programa Gulbenkian de Hemocromatose,
promovido pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular, e ao Projecto de Estudo Randomizado
da Doença de Andrade (Paramiloidose) do Centro de Neurobiologia Molecular da Universidade
do Porto.
Foi também feito o acompanhamento dos projectos plurianuais seleccionados no âmbito do concurso
lançado ainda em 2005 para Financiamento de Projectos de Investigação na Área do Cancro
e Ambiente, bem como dos projectos seleccionados em anos anteriores, nomeadamente
na área da oncologia.
O apoio da Fundação na área do envelhecimento faz-se, fundamentalmente, através
do financiamento de projectos no domínio das doenças neurodegenerativas do envelhecimento
direccionados para os estudos epidemiológicos, clínicos, anatomopatológicos,
genéticos e etiopatogénicos.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
[3815 726]
Saúde pública
As doenças infecciosas continuam a ser uma das principais preocupações da Fundação em matéria
de saúde pública, nomeadamente a tuberculose, a infecção relacionada com a prestação de cuidados
de saúde e as pandemias, designadamente a gripe. Neste sentido, foram financiados cinco projectos
plurianuais de investigação no âmbito do Controlo da Infecção Relacionada com a Prestação
de Cuidados de Saúde, com o objectivo de promover o estabelecimento e difusão de boas práticas
aos diversos níveis dos cuidados de saúde – primários, hospitalares e continuados –, contribuindo,
desse modo, para uma das áreas mais relevantes da saúde pública e causadora de elevada
morbilidade em Portugal. As instituições beneficiadas foram: o Hospital Geral de Santo António
no Porto, o Hospital de São José de Fafe, o Hospital de São Marcos em Braga,
o Hospital de São Francisco Xavier em Lisboa e o Hospital de Santa Marta,
também em Lisboa.
Foi ainda realizado, nesta área,
o acompanhamento dos projectos
plurianuais aprovados em anos
anteriores, nomeadamente no âmbito
do Programa Ambiente e Saúde
e do Concurso para Financiamento
de Projectos de Investigação
em Saúde Pública, na área
da prevenção e controlo
da gripe.
Modernização e inovação tecnológica
[3516 955]
Com o objectivo de contribuir
para uma efectiva melhoria
da acessibilidade dos cuidados
de saúde de qualidade, a Fundação,
através do Serviço de Saúde
e Desenvolvimento Humano, continua
a apoiar, selectivamente, os serviços
de saúde que fazem uma medicina
de vanguarda na aquisição
de upgrade tecnológico.
Foram apoiados o Serviço
de Radioterapia do Hospital
de Santa Maria e o Serviço de
Cirurgia Cardiotorácica
do Hospital de Santa Marta,
ambos em Lisboa.
Ecocardiógrafo portátil adquirido pelo Serviço de Cirurgia Cardiotorácica
do Hospital de Santa Marta através do apoio da Fundação.
032.
032.033
Relatório Balanço e Contas 2007
Humanização dos cuidados de saúde
[3115 480]
Têm continuado a ser prioritários os projectos que incidem nas áreas da medicina e dos cuidados
paliativos. Neste sentido, foram acompanhados os 14 projectos seleccionados em 2004 no Concurso
para Financiamento de Projectos de Investigação em Cuidados Paliativos.
[3890 308]
Grupos sociais vulneráveis
A Fundação dá especial atenção à integração e autonomia dos grupos de cidadãos mais frágeis
e vulneráveis, entre os quais se destacam as crianças e os jovens, os idosos, as pessoas deficientes
e os imigrantes. Neste âmbito, são apoiadas iniciativas e projectos que promovam ganhos
de autonomia por parte de pessoas que se encontram desintegradas ou que revelam fortes
dificuldades de integração, contribuindo assim para interromper percursos que conduzem à exclusão.
Neste sentido, destacam-se as seguintes acções:
Desenvolvimento da criança e do adolescente e problemáticas sociais de risco
No quadro do programa “Crianças e Jovens em Risco”, foi dada continuidade ao programa
“Intervenção Precoce”, iniciativa que visa uma intervenção atempada junto de crianças com
problemas e atrasos graves de desenvolvimento ou de crianças sinalizadas em risco de abandono
ou de maus-tratos. Este programa integra três projectos experimentais:
› O Projecto de Intervenção Precoce – Construção de Boas Práticas, elaborado em articulação
com a Cooperativa de Solidariedade Social TorreGuia e a Cercizimbra com o apoio
da Câmara Municipal de Sesimbra.
› O projecto “Com as Crianças e a Família – Uma Nova Forma de Intervir”, desenvolvido em parceria
com a Associação “Passo a Passo”.
› O projecto “Mais Vale Prevenir”, desenvolvido pela Maternidade Alfredo da Costa. Concluído
em 2007, este projecto foi realizado pela Maternidade Alfredo da Costa para apoio às mães
adolescentes e suas famílias. O projecto foi viabilizado através de um financiamento total
de € 150 000 para os três anos de execução e assegurou o acompanhamento de 330 adolescentes.
Reconhecendo o impacto positivo na vida das adolescentes conseguido através do trabalho
desenvolvido, designadamente ao nível da prevenção da reincidência da gravidez, da promoção
de comportamentos saudáveis, da maternidade responsável e do estabelecimento de redes de suporte
social para as adolescentes mais fragilizadas, a Maternidade anunciou que vai agora assegurar
a prestação deste serviço recorrendo a meios próprios.
Foi lançado um programa-piloto em formação parental destinado a apoiar organizações que trabalham
com as famílias de crianças sinalizadas pelas comissões de protecção de crianças e jovens.
Esta actividade traduziu-se na abertura de um concurso destinado a apoiar projectos de formação
de competências parentais.
Foram apoiadas 46 instituições.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
Promoção do bem-estar dos idosos
As situações cada vez mais frequentes de solidão e isolamento dos idosos, o abandono por parte
das famílias, a pobreza e até mesmo a privação das condições mínimas de qualidade de vida
e bem-estar dos mais velhos levaram a que a Fundação continue a aposta na procura de novas
formas de apoio e reintegração. Neste sentido, foram financiadas 12 instituições de acolhimento
ou prestação de serviços a idosos.
Integração social
O Serviço desenvolveu a componente social da sua intervenção através do financiamento de diversas
instituições que se dedicam à inclusão de pessoas que se encontram desintegradas ou que revelam
fortes dificuldades de integração. Neste âmbito destacam-se os apoios a iniciativas da sociedade civil
com vista à integração de imigrantes bem como às pessoas portadoras de deficiência, área em que
se tem privilegiado o apoio a novas respostas. Foram financiadas 14 instituições.
No que diz respeito ao Fundo de Apoio Social foram atribuídos 62 subsídios individuais.
[3209 814]
Comunidades urbanas
Na área das comunidades urbanas estão a ser apoiados dois projectos-piloto que têm como
objectivo contribuir para inverter tendências de “guetização” de zonas urbanas com manchas
de pobreza e de exclusão social.
Projecto “K’Cidade”
O projecto “K’Cidade”, que entrou no seu terceiro ano de execução, está a ser desenvolvido
em parceria com a Fundação Aga Khan e integra projectos de desenvolvimento comunitário
em zonas urbanas marginalizadas.
Projecto “Geração”
O projecto “Geração” tem estado a ser desenvolvido no bairro de realojamento do Casal da Boba,
na Amadora. São de destacar as iniciativas de dinamização e mobilização da população do bairro,
os currículos alternativos destinados aos jovens em risco de abandono escolar, as acções
de prevenção e apoio à reinserção de jovens problemáticos e as acções de educação para a saúde.
[3537 125]
Capacitação, formação e informação
Programa de capacitação das organizações
Nesta área, o Serviço procurou apoiar acções e iniciativas de capacitação em várias dimensões,
nomeadamente a capacidade organizativa, a cultura de parceria, a comunicação, a gestão
da informação, o enquadramento do voluntariado, a utilização de metodologias participativas
nas actividades em curso e a sustentabilidade dos projectos e das actividades.
034.
034.035
Relatório Balanço e Contas 2007
Microcrédito
No quadro da luta contra a pobreza, a integração dos pobres nas cadeias produtivas é uma resposta
que se tem revelado mais eficiente que a filantropia; neste contexto, a Fundação financiou
a preparação e teste de conteúdos para formação de microempreendedores, bem como acções-piloto
de e-learning em áreas ligadas à gestão de empresas.
Programa de formação em saúde
Esta actividade do Serviço tem como objectivo contribuir para que o País continue a acompanhar
os progressos mais recentes registados no campo da prestação dos cuidados de saúde. Este apoio
fez-se através de três acções distintas:
› concurso para atribuição de subsídios destinados à formação pós-graduada de médicos,
enfermeiros, epidemiologistas, técnicos de saúde e licenciados em Física, a realizar em centros
estrangeiros com o objectivo de apoiar as áreas da oncologia, das doenças infecciosas/microbiologia
e da radioterapia;
› concurso para atribuição de subsídios destinados à formação pós-graduada no estrangeiro na área
dos cuidados paliativos;
› Programa de Apoio à Formação Avançada em Hemato-Oncologia em parceria com a Associação
Portuguesa contra a Leucemia.
A par dos subsídios atribuídos no âmbito destas três acções foram ainda concedidos outros
29 subsídios para a realização de cursos no estrangeiro, para a organização de conferências,
simpósios e cursos de formação.
Participação em parcerias internacionais
[391 242]
A saúde global é, mais do que nunca, um tema da maior relevância, na medida em que, face aos
desafios da globalização, se torna urgente repensar e agir de forma inovadora na área da saúde.
A parceria europeia European Partnership for Global Health, da qual a Fundação é membro, muito
tem contribuído para a discussão desta temática, através da promoção do diálogo entre os vários
sectores implicados e interessados, quer ao nível das instâncias europeias, quer ao nível das
instituições do sector não lucrativo. A Fundação reforçou o seu envolvimento nesta parceria através
da atribuição de um novo financiamento ao European Foundation Centre e da publicação do glossário
Perspectivas Europeias sobre Saúde Global – Um Glossário de Políticas de Saúde.
Foi concluída a primeira fase do European Programme for Integration and Migration (EPIM) suportado
por uma larga parceria de fundações europeias e realizado no quadro da Network European
Foundations for Innovative Cooperation. Ainda no âmbito das parcerias e redes internacionais
destaca-se o apoio e participação no estudo “Index de Políticas de Integração de Imigrantes”,
liderado pelo British Council e pelo Migration Policy Group, que compara as políticas de integração
de imigrantes em 27 países.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
Refira-se ainda o apoio da Fundação a outras três iniciativas internacionais:
› Congresso Mundial da Federação Internacional dos Direitos do Homem, sob o tema central
“Migrações e Direitos Humanos”;
› conferência europeia “Rethinking Citizenship Education in European Migration Societies”,
em parceria com a Federal Agency for Civic Education (Bundeszentrale fur Politische Bildung/bpb);
› projecto “European Citizens Consultations”, da Network of European Foundations for Innovative
Cooperation (NEFIC).
Iniciativas próprias
[3718 500]
Um dos papéis que a Fundação tem assumido
é a dinamização do debate e da reflexão sobre as mais
diversas matérias com que a sociedade actual se defronta.
O Serviço promoveu:
Fórum Gulbenkian de Saúde
O fórum contou com um programa estruturado em ciclos:
› O V Ciclo – “Prémios Nobel” – integrou-se nas
Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Dividiu-se
em quatro sessões e contou com a participação de quatro
prémios Nobel da Medicina.
› O VI Ciclo, subordinado ao tema “Novas Patologias
Sociais”, dividiu-se em duas sessões e abordou quatro
temas actuais e de elevado peso social e económico:
stress, obesidade, alcoolismo e toxicodependências.
› O VII ciclo de conferências “Caminhos do Futuro”
constou de duas conferências: “Mapa Genético do Cancro”
e “Medicina Preditiva”.
Por último, o alto-comissário das Nações Unidas
para os Refugiados, António Guterres, encerrou o Fórum
Gulbenkian de Saúde com uma conferência subordinada ao
tema “O Século XXI – O Século das Pessoas em Movimento”.
A exposição “Ao Serviço da Saúde” testemunhou
as principais intervenções da Fundação desde a década
de 1960 até ao presente na área da saúde. No âmbito desta
iniciativa tiveram lugar em Janeiro quatro visitas guiadas,
seguidas de quatro colóquios dirigidos a estudantes
do ensino secundário sobre os seguintes temas:
“Medicina Reprodutiva”, “Doenças da Pobreza”,
“Pandemias e Vacinação” e “Alterações Climáticas e Saúde”.
036.
036.037
Relatório Balanço e Contas 2007
Fórum Gulbenkian Imigração 2006-2007
Dando continuidade às actividades desenvolvidas no decorrer de 2006 no âmbito do Fórum
Gulbenkian Imigração, realizou-se uma conferência internacional subordinada ao tema “Imigação:
Oportunidade ou Ameaça?”. Na ocasião, foi lançado o livro Imigração: Oportunidade ou Ameaça?
Recomendações do Fórum Gulbenkian Imigração.
No âmbito deste fórum, tiveram ainda lugar as seguintes iniciativas:
› produção e apresentação de um pequeno filme/documentário com o título Retratos.
Portugal e os Portugueses Vistos pelos Imigrantes, seguido de debate sobre o mesmo tema;
› uma exposição de fotografia sobre o tema da imigração.
Todas estas iniciativas se integraram nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação.
Conferência internacional “Imigração: Oportunidade ou Ameaça?”. A administradora da Fundação, Isabel Mota,
com o presidente do Congresso dos Deputados de Espanha, Manuel Marín.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
O Serviço de Saúde
e Desenvolvimento Humano promoveu
ainda as seguintes iniciativas:
› “A Saúde na Era da Informação”.
Este evento incluiu a conferência
“The Network Society and the Welfare of
Nations”, proferida por Manuel Castells,
e a apresentação do projecto “A Saúde
na Era da Informação”, desenvolvido
pelo Centro de Investigação
e Estudos de Sociologia. Na ocasião,
foi lançado o livro A Sociedade da
Informação e o Estado Providência.
O Modelo Finlandês, de Manuel
Castells;
› a conferência “Saúde, Migrações
e Desenvolvimento”, co-organizada
com o Alto-Comissariado para a
Imigração e Diálogo Intercultural, o
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo
Jorge, o Alto-Comissariado da Saúde
e a Faculdade de Medicina
da Universidade de Lisboa.
Para além das publicações já referidas,
o Serviço de Saúde e Desenvolvimento
Humano publicou os seguintes títulos:
› Ao Encontro da Medicina – Ciclo de
Conferências;
› Fórum Gulbenkian de Saúde 2005 8.º Ciclo de Debates – Saúde sem Fronteiras;
› Medicina e Outras Artes;
› Imigração: Oportunidade ou Ameaça – Actas da Conferência Internacional de 2007.
› Index de Políticas de Integração de Migrantes.
Outras iniciativas
Plataforma sobre Políticas de Acolhimento de Integração de Imigrantes
A fim de, a nível nacional, contribuir para a organização da sociedade civil em torno
da problemática da imigração, foi lançada, por iniciativa da Fundação, a Plataforma sobre
Políticas de Acolhimento e Integração de Imigrantes. As principais iniciativas da plataforma
foram a atribuição do Prémio “Empreendedor Imigrante do Ano” e a “Distinção para
as Melhores Práticas de Integração de Imigrantes”.
038.
038.039
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Arte
Museu Calouste Gulbenkian
O Museu Calouste Gulbenkian desenvolve
um conjunto de actividades que visam divulgar
o acervo de obras de arte que Calouste
Gulbenkian reuniu ao longo da sua vida, dando
particular atenção à sua conservação e estudo,
tal como é sua missão, e contribuindo para a sua
divulgação junto de um público muito alargado.
Valores em euros
Encargos com pessoal
Despesas de funcionamento
2 170 700
104 637
Iniciativas próprias
2 181 147
Total
4 456 484
Receitas
1 133 331
A par da atenção dedicada à exposição permanente, as exposições temporárias e as iniciativas
editoriais permitem o avanço da investigação sobre as peças da Colecção que as integram.
Ao Serviço Educativo cabe complementar as actividades levadas a cabo pelos investigadores
do Museu ou por ele convidados a colaborar, promovendo a divulgação junto dos públicos
e realizando iniciativas pedagógicas diversificadas relacionadas com a exposição permanente
e as exposições temporárias.
Exposições temporárias
“Mundos de Sonho. Gravuras Japonesas Modernas da Colecção de Robert O. Muller”
Inaugurada a 27 de Outubro de 2006, esta exposição esteve patente até 7 de Janeiro de 2007,
apresentando uma selecção de quase 100 gravuras japonesas, obras-primas da célebre Colecção
Robert O. Muller, doada pelo próprio à Arthur M. Sackler Gallery de Washington. Mostraram-se
estampas ligadas ao movimento “Nova Gravura”, trabalhos notáveis de renovação da representação,
dentro da continuidade das técnicas tradicionais. A mostra foi complementada por um conjunto
de estampas japonesas do século XVIII pertencentes à Colecção Gulbenkian.
Comissário: James T. Ulak, director adjunto das galerias Freer e Arthur M. Sackler, de Washington.
Responsável: Maria Queiroz Ribeiro
“Cartier 1899-1949. O Percurso de Um Estilo”
Exposição que decorreu de 15 de Fevereiro a 29 de Abril, integrada, como a anterior,
nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Em selecção feita exclusivamente para o Museu,
reuniu um conjunto excepcional de 280 jóias, relógios e objectos da Colecção Cartier, bem como
aquisições feitas por Calouste Gulbenkian. Foram ainda expostos desenhos originais e diversa
documentação, que ajudavam a entender melhor a história da Casa Cartier e o seu impacto,
pela excepcional qualidade, na história da joalharia ocidental.
A organização desta exposição contou com o apoio do Banco Espírito Santo.
Comissários: Nuno Vassallo e Silva e Maria Fernanda Passos Leite
042. 043
Relatório Balanço e Contas 2007
Montagem de uma das peças da instalação Paisagem Interior de José Pedro Croft.
Paisagem Interior. José Pedro Croft
Instalação encomendada pelo Museu para assinalar o Cinquentenário da Fundação, mostrada no átrio
da Recepção do Museu, de 13 de Abril a 15 de Julho. O artista optou, através desta criação, por não
citar as obras da Colecção, mas antes os aparatos que as protegem e as dão a ver – as vitrinas –,
convidando o visitante a novos percursos, gerando múltiplas perspectivas e visões. Tratou-se também
de uma forma de homenagear a própria arquitectura do Museu, peça de construção clássica centrada
no rigor construtivo que o visitante descobre através de novos ângulos, circulando em redor
ou por dentro das peças de Croft – estruturas metálicas com vidros e espelhos –, numa fusão entre
o espectador e o objecto fruto da sua contemplação.
Responsável: João Castel-Branco Pereira
“Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul”
Inaugurada na Galeria de Exposições Temporárias do Museu no dia 15 de Junho e decorrendo
até 26 de Agosto, e fechando o ciclo de actividades desenvolvidas pelo Museu no âmbito do
Cinquentenário da Fundação, esta exposição reuniu um conjunto de 48 obras de finais do século XIX
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
Inauguração da exposição “Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul”.
e da primeira metade do século XX, nas quais predominavam vistas do Bósforo, marinhas e cenas
da vida quotidiana, com paisagens urbanas e campestres na Turquia, em França e em Portugal.
Com efeito, incluíram-se ainda obras pertencentes à colecção do CAMJAP executadas por pintores
portugueses que, à semelhança dos seus contemporâneos turcos, fizeram a sua formação
artística em Paris.
A exposição constituiu também uma homenagem a Calouste Sarkis Gulbenkian, que nasceu
em 1869 na actual Üsküdar, na margem oriental do Bósforo, cujo percurso de vida entre a Turquia,
Paris e Lisboa certamente lhe proporcionou a vivência dos locais representados nas pinturas.
Comissária: Luísa Sampaio
“Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”
Esta exposição, que teve lugar na Galeria de Exposições Temporárias do Museu a partir
de 27 de Setembro e que ficou patente até 6 de Janeiro de 2008, e, no que à selecção de peças
diz respeito, resultou de um trabalho de cooperação com a equipa grega.
044.045
044.
Relatório Balanço e Contas 2007
Aspecto da exposição “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”.
Pretendeu-se apresentar uma panorâmica da arte e da cultura gregas desde os tempos mais remotos
– Período Neolítico – até à independência da nação helénica, no século XIX.
Num universo de 146 objectos, foram mostradas peças de escultura, cerâmica, ourivesaria, metais,
têxteis, arte do livro e pinturas do notável acervo do Museu Benaki de Atenas.
Comissária: Electra Georgoula
Responsável: Maria Rosa Figueiredo
Obras de arte em foco
No âmbito da exposição “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”, foi organizada uma mostra
de moedas gregas da Colecção, sob o tema “A Religião na Grécia Antiga. Deuses do Olimpo
Representados na Colecção Gulbenkian”.
Foi inaugurada a 17 de Julho, na semana do encerramento das Comemorações do Cinquentenário
da Fundação. Dado o interesse que suscitou junto do público, decidiu-se que esta iniciativa se
mantivesse patente para além do período de abertura da exposição que lhe serviu de mote, isto é,
para além de 6 de Janeiro de 2008.
Responsável: Maria Rosa Figueiredo
Integrado nas comemorações de Natal do Museu Calouste Gulbenkian, foi exposto no hall de entrada
do Museu um grupo da Sagrada Família, três figuras de presépio, de barro policromo, do século XVIII,
pertencente ao acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, em depósito no Museu Nacional do Azulejo.
Esta “Obra em Foco” manteve-se em exposição até ao Dia de Reis.
Responsável: Maria Rosa Figueiredo
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
Exposições fora do Museu
“Arte Islâmica na Colecção Calouste Gulbenkian”
Inaugurada em Argel, no Palácio da Cultura, a 17 de Dezembro e decorrendo até 14 de Fevereiro
de 2008, a exposição apresentou um conjunto de 50 obras das mais variadas áreas da arte
do Oriente islâmico, desde finais do século XII até ao século XX. A selecção das obras incluiu
cinco núcleos distintos abrangendo cerâmicas da Pérsia seljúcida, da Síria e da Turquia otomana,
uma lâmpada de mesquita em vidro esmaltado do Egipto ou Síria mameluca, um núcleo
de manuscritos iluminados e encadernações da Pérsia safávida e qajar e ainda exemplares da arte
do livro da Turquia otomana, bem como peças lacadas da Pérsia qajar. Incluiu-se igualmente
um conjunto de tapetes executados na Pérsia safávida e Turquia otomana, bem como um conjunto
de sedas e veludos da requintada produção da Pérsia, da Índia, da Turquia e da Ásia Central.
A exposição teve o alto patrocínio do Presidente da República da Argélia e do primeiro-ministro
de Portugal e integrou-se no âmbito da iniciativa “Argel, Capital da Cultura Árabe, 2007”.
Comissárias: Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz Ribeiro
Todas as exposições tiveram projecto museográfico e coordenação da montagem de Mariano Piçarra,
com o apoio de Ricardo Viegas.
Projectos de exposições
Ao longo de 2007, o Museu trabalhou na preparação das seguintes exposições, a serem apresentadas
nos anos mais próximos.
Inauguração da exposição “Arte Islâmica na Colecção Calouste Gulbenkian” no Palácio da Cultura, em Argel, que contou com a presença
do Presidente da República da Argélia e do primeiro-ministro de Portugal, na foto com o presidente da Fundação Gulbenkian.
046.047
046.
Relatório Balanço e Contas 2007
“O Gosto ‘à Grega’. Nascimento do Neoclassicismo em França, 1750-1775”
Procedeu-se à organização desta exposição, com o empréstimo de diversas obras da Colecção
Gulbenkian e o desenvolvimento das negociações com o Património Nacional de Espanha
e com o Museu do Louvre, com vista à sua realização no Museu Calouste Gulbenkian,
em Fevereiro de 2008.
“A Educação do Príncipe. Obras-Primas da Colecção do Museu Aga Khan”
Realizaram-se várias reuniões com os responsáveis por esta exposição, dando início aos trabalhos
de selecção das obras a expor nesta mostra, destinada a ser apresentada na Galeria de Exposições
Temporárias do Museu.
“O Silêncio da Matéria. A Natureza-Morta na Europa, Séculos XVI-XX”
Início dos trabalhos de preparação desta exposição sobre natureza-morta, que dará uma panorâmica
sobre este género cultivado na Europa Ocidental desde o século XVI, e que incluirá especialmente
pinturas holandesas, flamengas, francesas, italianas, espanholas e portuguesas até meados do século
passado. A apresentar em 2009.
“Henri Fantin-Latour”
Início dos trabalhos relativos a esta exposição, sobre um pintor bem representado no Museu
Gulbenkian, feita em colaboração com o Museu Thyssen, a inaugurar em Lisboa, em Junho de 2009.
Participação em exposições temporárias
De acordo com a habitual política de intercâmbio que o Museu Calouste Gulbenkian pretende manter,
em 2007 foram cedidas obras do nosso acervo para as seguintes exposições:
› “Vasos Gregos em Portugal. Aquém das Colunas de Hércules”, no Museu Nacional de Arqueologia,
Lisboa, calyx-kratêr ático de figuras vermelhas (inv. n.º 682) (inauguração a 25 de Janeiro).
› “Rudesindus Santiago. A Cultura Europeia do Século X”, na Universidade de Santiago de Compostela
(antiga Igreja da Companhia de Jesus), Placa de Crucifixão, marfim bizantino do século X (inv. n.º 100)
(6 de Julho a 26 de Agosto).
› “The Grand Atelier”, no Palais des Beaux-Arts, Bruxelas, no âmbito do Festival Europalia,
escultura A Virgem e o Menino, atribuída a Jean de Liège (inv. n.º 207) (3 de Outubro de 2007
a 3 de Fevereiro de 2008).
› “Gifts for the Gods”, no Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque, a escultura egípcia
Torso do Rei Padibastet (inv. n.º 52) (15 de Outubro de 2007 a 17 de Fevereiro de 2008).
› “René Lalique. Exceptional Jewellery 1890-1912”, no Musée du Luxembourg, Paris, três livros com
encadernação arte nova e 12 jóias de René Lalique (7 de Março a 22 de Julho) e no Bröhan-Museum,
Berlim (7 de Setembro de 2007 a 13 de Janeiro de 2008).
› “Women and Impressionism”, na Ny Carlsberg Glypotek, Copenhaga, Retrato de Henri Michel-Lévy
(inv. n.º 2307), de Edgar Degas (6 de Outubro de 2006 a 21 de Janeiro de 2007).
› “Els Grans Artistes i el Geni de Venècia”, na Fundació Caixa Catalunya/La Pedrera, Barcelona,
pintura A Festa da Ascensão na Praça de São Marcos (inv. n.º 286) (de 23 de Outubro de 2007
a 27 de Janeiro de 2008).
› “Kunst treibt Blüten”, no Museu de Joalharia de Pforzheim, Alemanha, diadema “Orquídeas”
de René Lalique (inv. n.º 1211) (Junho a Setembro de 2007).
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
› “O Tapete Oriental em Portugal”, no Museu Nacional de Arte Antiga, tapete persa (inv. n.º T100)
(Julho de 2007 a Janeiro de 2008).
› “Le Chant du monde – l’art de l’Iran Safavide 1501-1736”, no Museu do Louvre, tapete persa
(inv. n.º T113) (5 de Outubro de 2007 a 7 de Janeiro de 2008).
› “Olhares Cruzados sobre o Islão”, na Casa-Museu Anastácio Gonçalves, quatro obras
(inv. n.os LA 169, R 32 e 1031 e LA 155) (20 de Outubro de 2007 a 2 de Março de 2008).
In Art Premium
Aplicação informática para gestão de museus
Continuaram a introduzir-se ao longo do ano mais elementos nesta aplicação sobre obras da Colecção,
nomeadamente livros franceses do século XVIII, e procedeu-se à revisão de alguns dos dados já
inseridos em anos anteriores, nas secções de arte islâmica e do Extremo Oriente, têxteis – tapetes,
tecidos e obras de René Lalique – e nas gravuras.
Edições
Catálogos de exposições
Cartier 1899-1949. O Percurso de Um Estilo
Museu Calouste Gulbenkian, 240 páginas
Textos: Nuno Vassallo e Silva, Maria Fernanda Passos Leite, Pierre Rainero, Judy Rudoe, Come Remy
e Thierry Coudert
Versões portuguesa e inglesa
O catálogo, publicado por Skira Editore (Milão), para além de fichas de todas as obras
expostas da responsabilidade de Pascale Milhaud, apresenta os ensaios “Calouste Gulbenkian
na Rue de la Paix” (Nuno Vassallo e Silva), “Cartier e Lalique, mestres de tradição e vanguarda”
(Maria Fernanda Passos Leite), “Cartier 1898-1920: a afirmação de um estilo” (Pierre Rainero),
“Exotismo nas jóias Cartier: a influência do Egipto, Pérsia, Índia e Extremo Oriente”
(Judy Rudoe), “Mas por que diabo ir à Cartier?” (Come Remy), e “No tempo da Café Society”
(Thierry Coudert).
Paisagem Interior. José Pedro Croft
Museu Calouste Gulbenkian, 60 páginas
Textos: Hellmut Wohl e José Tolentino Mendonça
Versão bilingue (português/inglês)
O catálogo reproduz integralmente a instalação e as peças que a compõem e inclui os textos
“Monumentos vazios: uma instalação de José Pedro Croft no Museu Calouste Gulbenkian
(Hellmut Wohl) e “Quando a escultura caminha” (José Tolentino Mendonça).
Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul
Museu Calouste Gulbenkian, 159 páginas
Textos: Ferit Edgü e Raquel Henriques da Silva
Versão bilingue (português/inglês)
048.049
048.
Relatório Balanço e Contas 2007
O catálogo apresenta os ensaios “Uma panorâmica da pintura turca (1850-1950)”, da autoria
de Ferit Edgü, consultor do Museu Sabancı, e “Pintura portuguesa entre os séculos XIX e XX:
tradições naturalistas e gosto de experimentação”, de Raquel Henriques da Silva. Para além
da reprodução integral de todas as pinturas patentes na mostra, este volume inclui ainda
as biografias dos artistas representados, em que se destacam o príncipe Abdülmecid Effendi,
Hüsseyin Zekai Pasha, Fausto Zonaro, Hoca Ali Riza ou Halil Pasha, e ainda os portugueses
João Cristino da Silva, Sousa Lopes e Francis Smith.
Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas
Museu Calouste Gulbenkian, 338 páginas
Editor: Electra Georgoula
Versões portuguesa e inglesa
Através de ensaios que fornecem o enquadramento histórico e de um notável conjunto de 157 objectos
estudados em pormenor, reproduzidos integralmente, Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas
permite um fascinante olhar sobre a vida e a produção artística no mundo grego, abrangendo
a Antiguidade helénica, a transição do legado greco-romano para a Bizâncio medieval, os séculos
sob domínio estrangeiro até ao despertar intelectual e as lutas que estão na origem da formação
da nação grega. Os textos do catálogo são da responsabilidade dos conservadores do Museu Benaki.
L’Art Islamique dans la Collection Calouste
Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian,
123 páginas
Dezembro de 2007
Textos: Maria Fernanda Passos Leite
e Maria Queiroz Ribeiro
Versões francesa e árabe
O catálogo da exposição realizada
em Argel, publicado nas versões
francesa e árabe, integra peças
representativas de diferentes tipologias
da arte do Oriente islâmico, de finais
do século XII ao século XX, em que se
encontram representadas as mesmas
áreas geográficas patentes na
exposição permanente do Museu
Calouste Gulbenkian.
Desdobrável
Uma Obra em Foco. A Religião
na Grécia Antiga. Deuses
do Olimpo Representados
na Colecção Gulbenkian
Versão bilingue (português/inglês)
Capa do catálogo da exposição “Arte Islâmica
na Colecção Calouste Gulbenkian”, versão árabe.
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
Outras edições
Pintura de Paisagem no Museu Calouste Gulbenkian
Autoria e coordenação geral: Luísa Sampaio
Produção: Subvertice Ld.ª
DVD – CD-ROM
A paisagem reveste-se de uma importância única na colecção de pintura do Museu Calouste
Gulbenkian. Não só em termos quantitativos constitui o género mais fortemente representado
– contribuindo com quase metade das obras reunidas neste sector por Calouste Sarkis
Gulbenkian – como ainda, do ponto de vista qualitativo, integra representações essenciais
à compreensão cronológica e estilística de um dos mais difundidos temas da arte ocidental.
O DVD agora publicado, em versão bilingue (português/inglês) propõe uma viagem de descoberta
da pintura de paisagem na Colecção Gulbenkian, através das suas obras mais relevantes neste
género artístico. O DVD apresenta um vídeo e uma aplicação interactiva.
Todas as publicações tiveram a coordenação editorial de João Carvalho Dias com a colaboração
de Carla Paulino e Madalena Martins.
Estágios no Museu
É prática corrente do Museu receber estagiários por períodos de tempo variados, conforme as áreas,
embora se entenda que os estágios não devem ser inferiores a seis meses, para haver a oportunidade
de conhecer de modo mais global as suas múltiplas actividades.
Em 2007, em colaboração com o Serviço Internacional, o Museu acolheu Natasha Fernandes,
do Museu Indiano de Arte Cristã de Santa Mónica, Goa, sendo a conservadora assessora do Museu
Calouste Gulbenkian, Maria Fernanda Passos Leite, responsável pela organização do estágio
que incluiu períodos de prática noutros museus de Lisboa, promovendo um conhecimento mais
abrangente das diferentes áreas museológicas. Estagiaram no Serviço Educativo do Museu a monitora
Ana Ferreira e o professor Carlos Santos.
Concertos
Em colaboração com o Serviço de Música realizaram-se ao longo do ano os habituais Concertos
de Domingo no átrio da Biblioteca/Museu, que mantiveram o seu nível de assistência superior
a 2600 pessoas, tal como em anos anteriores.
Publicaram-se desdobráveis de divulgação e os programas dos concertos em que intervieram:
Pedro Castro (oboé e flauta), Lidewei De Sterk (oboé barroco), Benny Aghassi (fagote barroco),
Flávia Almeida Castro (cravo), Duncan Fox (violone); Lúcia Lemos (soprano), João Paulo Santos
(piano); integrado no Ciclo de Bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian, o TRIO.PT,
composto por Pedro Morais Andrade (violino), Paulo Gaio Lima (violoncelo) e Paulo Pacheco (piano);
José Bon de Sousa (piano), José Machado (violino); Nuno Soares (violino), Youri Popov (piano);
Carla Seixas (piano), Augusto Rodrigues (trompa), Sandra Medeiros (soprano); o conjunto Ludovice
050.051
050.
Relatório Balanço e Contas 2007
Ensemble, composto por Hugo Oliveira (barítono), Bojan Čičić (violino barroco), Romina Lischka
(viola da gamba) e Fernando Miguel Jâloto (cravo); Sandra Medeiros (soprano), Francisco Sassetti
(piano); Luísa Tender (piano); Christopher Hooley (violino barroco), Sarah Westley (violoncelo),
Cândida Matos (cravo); integrados no Ciclo Bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian,
Vera Dias (fagote), José Coronado (piano); Flávio Azevedo (violino), Sofia Nereira Pinto (cravo),
Isabel Figueroa (violoncelo).
Divulgação do Museu
Arquivo Fotográfico
A actualização do Arquivo Fotográfico continuou ao longo do ano de 2007. As edições promovidas
pelo Serviço do Museu, bem como as exposições e outras actividades realizadas, contaram
com apoio do Arquivo.
Anualmente, são cedidas muitas imagens de peças da Colecção para edições da Fundação
e sobretudo, dado o carácter internacional da Colecção, para obras editadas no estrangeiro.
Continuou-se o apoio ao Serviço de Comunicação, nomeadamente para a Newsletter e ainda
na actualização do site do Museu e na criação dos novos mini-sites das exposições temporárias.
Documentação
Manteve-se a actividade de renovação de assinaturas e outros periódicos de referência para apoio
às diferentes secções do Serviço, de oferta de publicações a instituições nacionais e estrangeiras,
com respectiva permuta, o que permite uma maior divulgação das actividades promovidas. As obras
recebidas, quando de interesse para os leitores da Biblioteca de Arte, para aí são encaminhadas.
Trabalhos de fotografia
No decorrer de 2007 continuou a implementar-se a utilização do suporte digital, tendo-se realizado
um total de 4992 imagens de obras da Colecção, em alta resolução. Foram ainda realizadas
1596 imagens em diversos suportes, para apoio às actividades do Museu (trabalhos de conservação,
investigação, conferências, Serviço Educativo, inaugurações e cobertura de visitas de convidados
especiais). Foi realizado o levantamento fotográfico das pinturas utilizadas no DVD/CD-ROM
Pintura de Paisagem no Museu Calouste Gulbenkian e respectivo tratamento de imagem,
da responsabilidade de Catarina Gomes Ferreira.
Multimédia
Site do Museu
Em 2007, o site do Museu registou um número de sessões semelhante ao ano anterior (387 624). Há
que salientar que o site teve início em 2001 e no primeiro ano de existência registou 62 174 sessões.
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
Procedeu-se à constante actualização dos conteúdos e ao desenvolvimento de mini-sites temáticos
para as exposições temporárias.
Elaborou-se o guião para um mini-site dedicado ao mobiliário. Numa primeira fase será estudada uma
peça de mobiliário francês do século XVIII, pertencente à Colecção, não só do ponto de vista histórico
e estilístico, mas também numa perspectiva das técnicas e dos materiais utilizados. O mini-site será
disponibilizado no segundo trimestre de 2008.
Loja do Museu
Continuou-se a dar especial atenção à loja do Museu, através da escolha de novos objectos
– cerâmicas, têxteis, jóias e papelaria, entre outros –, procedendo-se à renovação dos temas
e propondo-se ao público novos produtos, tendo em vista oferecer peças específicas relacionadas
com cada exposição temporária.
A selecção dos objectos é feita em colaboração com os Serviços Centrais.
Colaboração com outros serviços da Fundação e instituições no exterior
O Museu colaborou com os diversos serviços da Fundação, especialmente com os Serviços Centrais,
Serviço de Música, Biblioteca de Arte, Serviço Internacional, CAMJAP, Serviço de Comunicação
e Serviço de Ciência. Com este último, o Museu colaborou, nomeadamente, na exposição
“Ingenuidades. Fotografia e Engenharia 1846-2006”, exposição de fotografia comissariada
por Jorge Calado e inaugurada a 8 de Fevereiro, que teve lugar na Galeria de Exposições
Temporárias da Fundação. Este apoio concretizou-se sobretudo na recepção das obras de arte
e na montagem e desmontagem da exposição.
O Serviço Educativo continuou a integrar o GAM (grupo de trabalho que estuda as melhores condições
de acessibilidade nos museus), em articulação com outras instituições museológicas do País.
O Museu atendeu especialistas de diversas áreas e apoiou as suas investigações seja para
desenvolvimento de trabalhos individuais, seja para instituições em que se integram profissionalmente.
Museografia
Conservação e restauro
Deu-se início ao programa de reencadernação dos livros manuscritos iluminados europeus
já restaurados na sequência das inundações de 1967. Este trabalho, concretizado pelos técnicos
de restauro Helena Nunes e Vasco Antunes, incidiu sobre duas obras: Livro de Horas de Leonor
de Aragão (LA 146) e Livro de Horas de René II de Lorena (LA 147).
Coordenação do processo de exames de raio X e reflectografia das pinturas A Virgem
e o Menino (inv. n.º 76), de autor flamengo desconhecido, e A Virgem e o Menino
(inv. n.º 275) de Jan Gossaert.
052.053
052.
Relatório Balanço e Contas 2007
Acompanhamento do processo de limpeza e reenvio para Lisboa da tapeçaria flamenga do século XVII,
que se encontrava no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris.
Acompanhamento da desmontagem de uma mesa pertencente à Colecção, tendo em vista um estudo
mais aprofundado da peça e algumas intervenções de restauro. Este trabalho foi realizado no âmbito
da criação do mini-site do mobiliário.
Intervenções de conservação e restauro em diversas peças da Colecção, especialmente mobiliário,
e em outras obras pertencentes à Fundação a serem colocadas em regime de cedência temporária
nos museus nacionais de Arte Antiga e de Soares dos Reis.
Conferências, congressos e colóquios
O habitual ciclo de conferências, que tem lugar no último trimestre do ano, realizou-se em 2007
no âmbito da exposição “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”. Sob a orientação
de Maria Helena da Rocha Pereira, organizou-se um ciclo de quatro conferências intitulado
“As Luzes da Grécia”: 15 de Outubro, “Em Volta do Milagre Grego”, por Maria Helena
da Rocha Pereira (Universidade de Coimbra); 29 de Outubro, “Polis e Democracia: Ontem e Hoje”,
por José Ribeiro Ferreira (Universidade de Coimbra); 26 de Novembro, “A Filosofia Fala Grego”,
por José Pedro Serra (Universidade de Lisboa); e 6 de Dezembro, “Da Kore Arcaica à Vitória
de Samotrácia”, por Rui Morais (Universidade do Minho). O ciclo de conferências foi coordenado
pela conservadora Maria Rosa Figueiredo.
Ciclo “As Luzes da Grécia” – o director do Museu na companhia de Maria Helena da Rocha Pereira, que proferiu a conferência “Em Volta do Milagre Grego”.
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
A conservadora Maria Fernanda Passos Leite participou no catálogo da exposição “René Lalique.
Exceptional Jewellery 1890-1912” com o artigo “René Lalique in the Calouste Gulbenkian Collection.
From materials to technical virtuosity” e fez a comunicação “Persian carpets in the Calouste
Gulbenkian Collection from the times of the Portuguese in Hormuz”, integrada no colóquio
internacional “The Portuguese in Hormuz – 1507-1622”, no Centro Cultural Calouste Gulbenkian,
em Paris, a 17 de Março.
O director adjunto proferiu uma conferência sobre “Diplomatic embassies and precious objects
in Hormuz: an artistic perspective”, integrada no mesmo colóquio, e apresentou a comunicação
“Arte mogol de influência cristã ou europeia”, a 27 de Julho, no seminário internacional “Portugal
e o Oriente Islâmico na Época da Expansão Portuguesa”, organizado pela Fundação Oriente. Integrou
ainda o comissariado científico da exposição “Encompassing the Globe: Portugal and the World in the
16th and 17th Centuries” (Freer Gallery of Art and Arthur M. Sackler Gallery, Smithsonian Institution,
Washington, 21 de Junho a 16 de Setembro, e no Palais des Beaux-Arts, Bruxelas, de 25 de Outubro
de 2007 a 3 de Fevereiro de 2008).
O director participou nas jornadas “Coleccionismo y Mercado del Arte”, em Barcelona,
organizadas pela Associació per a l’estudi del moble e pelo Museu de Cerâmica daquela cidade,
com a comunicação “Calouste Gulbenkian: creación de una colección”, a 5 de Março.
Serviço Educativo
Visitas orientadas à exposição permanente e às exposições temporárias
O trabalho realizado com os grupos escolares e a preparação de visitas com os professores
resultou num total de 531 visitas, que englobaram 9825 alunos. Estas visitas destinam-se a todos
os sectores de ensino, desde o pré-escolar ao universitário, incluindo os grupos com necessidades
educativas especiais.
Foram realizadas visitas orientadas a outros grupos, tais como associações culturais portuguesas
e estrangeiras, estagiários portugueses e estrangeiros, mestrandos e doutorandos em vários
cursos universitários e convidados da Fundação, entre outros, num total de 62 visitas,
que abrangeram 727 visitantes.
As exposições temporárias promovidas pelo Museu justificam um programa específico de visitas
orientadas, preparadas em conjunto com os seus comissários científicos e destinadas aos públicos
infanto-juvenis e adultos. Para além destas visitas orientadas são organizadas actividades pedagógicas
relacionadas com as temáticas específicas de cada exposição. Foram acompanhados 260 grupos,
num total de 6064 visitantes.
Assim, o total de visitas orientadas pelo Serviço Educativo do Museu foi de 853, abrangendo
16 616 visitantes.
054.055
054.
Relatório Balanço e Contas 2007
Actividades pedagógicas
“Pelos Caminhos do Museu”
Actividade de fim-de-semana constituída por
visitas orientadas temáticas seguidas de
trabalhos oficinais. Foram realizados
27 eventos, frequentados por 225 crianças.
“Museu em Família”
Oito eventos que pretenderam ocupar,
de forma lúdica e criativa, parte do período
de férias das crianças. Estes módulos foram
frequentados por 67 crianças e adultos.
“Férias no Museu”
Oitenta e três eventos-módulos que,
à semelhança dos anteriores, pretenderam
preencher os tempos livres das crianças
em período de férias, tendo sido
frequentados por 291 crianças.
Programas de sensibilização
às colecções do Museu
› Associação Lavoisier – IPSE
(psicólogos – psicologia clínica);
› acções de formação para guias
e intérpretes.
“A Grande Aventura – Vamos Conversar com o Mundo”, oficina
pedagógica realizada no âmbito do programa “Férias no Museu”.
Projectos especiais
O Serviço Educativo deu continuidade aos projectos que tem vindo a desenvolver, dedicando-se
sobretudo àqueles que envolvem bairros com necessidades especiais, como a Cova da Moura
e o Bairro da Boavista. Estes projectos, de características diferentes, conforme o bairro,
iniciam-se ou pelas escolas ou por centros culturais, com o objectivo do progressivo envolvimento
de toda a população.
O Museu Calouste Gulbenkian continuou a sua colaboração no projecto “RPM/ESCOLA/MUSEU
– A Minha Escola Adopta Um Museu”. O tema das escolas que escolheram o Museu Gulbenkian
foi “Across the Bible”.
Fundação Calouste Gulbenkian
Museu Calouste Gulbenkian
Visitantes
A exposição permanente do Museu foi visitada em 2007 por 224 899 pessoas, sendo 97 332
nacionais e 127 567 estrangeiras.
A exposição temporária “Mundos de Sonho. Gravuras Japonesas”, que já fora visitada em 2006
por 12 559 pessoas, foi vista ainda em 2007 por mais 2280 pessoas, totalizando 14 839 visitantes;
“Cartier. O Percurso de Um Estilo”, por 80 878 pessoas; “Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura
do Museu Sakıp Sabancı, Istambul”, por 42 542 visitantes; e “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki,
Atenas”, por 49 800 visitantes.
A instalação Paisagem Interior, de José Pedro Croft, por se encontrar no átrio do Museu, esteve aberta
a todos os seus visitantes.
O número de entradas no Museu continua a confirmar o facto de ser um dos mais procurados no País,
registando-se um aumento do número de visitantes na ordem dos 43 por cento em relação ao ano anterior.
Entre as visitas especiais, contam-se a do Presidente da República da Lituânia, do Presidente
da República do Gana, do presidente do Parlamento e vice-ministro da Cultura da Grécia,
do presidente da Assembleia Nacional da Turquia, do presidente do Senado de Espanha,
do presidente da Assembleia de Malta, do vice-presidente do Parlamento Europeu, da princesa
Sybille e príncipe Guilherme do Luxemburgo, da delegação dos
ministros da Cultura da União Europeia, da Golden Web Foundation
Visita ao Museu Calouste Gulbenkian
e do Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunnus.
do Presidente da República da Lituânia.
056.057
056.
Relatório Balanço e Contas 2007
Rodrigo César
Coro e Orquestra Gulbenkian dirigidos por Gennadi Rozhdesvensky, Grande Auditório, 12 de Janeiro de 2007.
Serviço de Música
Valores em euros
Encargos com pessoal
1 447 704
(direcção e apoio geral)
Despesas de funcionamento
Iniciativas próprias
(inclui despesas com pessoal
e funcionamento)
Orquestra Gulbenkian
Coro Gulbenkian
191 657
10 806 212
7 249 977
752 606
Outras iniciativas
Grandes Orquestras Mundiais
Recitais e música de câmara
(inclui os ciclos de música antiga
e música contemporânea)
856 240
1 302 410
Jazz em Agosto
240 975
Projecto educativo
“Descobrir a Música
na Gulbenkian”
342 906
Cursos de aperfeiçoamento
artístico
38 926
Encomendas
a compositores e musicologia
22 172
Subsídios e bolsas
Plano
de descentralização cultural
534 199
9 710
Plano de edições
– musicologia
10 312
Subsídios e incentivo
à criação musical
61 040
Programa de Apoio à Dança
Bolsas de estudo
192 765
260 372
Total
12 979 772
Receitas
2 080 615
Introdução
A actividade do Serviço de Música procurou
prosseguir em 2007 um equilíbrio entre
continuidade e inovação que o vem norteando
ao longo dos anos. A Orquestra e o Coro
058. 059
Relatório Balanço e Contas 2007
Gulbenkian foram a trave mestra desta actividade, em particular pela respectiva participação
na temporada e pelas suas digressões nacionais e internacionais, mantendo a colaboração
constante de grandes maestros e solistas convidados mas ao mesmo tempo diversificando
conscientemente o repertório executado.
O mesmo princípio presidiu à programação da temporada, em que se sucederam inúmeros nomes
da primeira linha absoluta na vida musical internacional, mas onde conviveram, muito em particular,
visões interpretativas inovadoras, mesmo dos compositores e obras mais conhecidos. A componente
de música contemporânea no conjunto da temporada reforçou-se, designadamente, por um número
significativo de estreias mundiais e primeiras audições portuguesas, em muitos casos decorrentes
de encomendas da própria Fundação. E tanto os programas de música antiga como os recitais e
concertos de orquestra foram marcados pela procura de repertórios inéditos, alimentados por uma
reflexão interpretativa assumidamente contemporânea.
A música contemporânea teve ainda um destaque muito especial no concerto de encerramento das
Comemorações do Cinquentenário da Fundação, realizado a 17 de Julho, no Grande Auditório, com
a colaboração do Coro Gulbenkian (maestro Fernando Eldoro), Orquestra Gulbenkian (maestro Peter
Rundel), violoncelista Rohan de Saram e pianista Antonio Pérez-Abellán. Este concerto teve a
particularidade de ser preenchido com obras encomendadas pelo Serviço de Música a quatro
grandes compositores: Nuits (1967), para coro misto, de Xenakis; Ruf (1977-1982), para orquestra,
de Emmanuel Nunes; Sequenza XIV (2002), para violoncelo solo, de Luciano Berio; e Natürliche
Dauern, para piano (do ciclo Klang), de Karlheinz Stockhausen. Esta última obra foi dada a ouvir
em primeira audição absoluta, com a presença do compositor.
Prosseguiu igualmente a preocupação do Serviço de Música com a criação de novos públicos,
começando com uma intensa estratégia de comunicação e formação nos media, com a realização
de comentários pré-concerto de preparação do público para os programas de características menos
familiares e com a expansão do projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian” – em
relação ao qual se deve destacar o esforço levado a cabo no sentido de um maior cruzamento com
os demais projectos pedagógicos promovidos por outros serviços artísticos da Fundação.
Apesar do peso proporcional muito superior das actividades próprias, a política de subsídios voltou
a ter como pontos mais relevantes os programas de bolsas de estudo para formação musical no
País e no estrangeiro e o recém-criado Programa de Apoio à Dança.
Actividades próprias
Orquestra Gulbenkian
A actividade da Orquestra Gulbenkian no ano de 2007 centrou-se, como habitualmente, na
programação musical apresentada no âmbito da Temporada Gulbenkian de Música, no Grande
Auditório, contexto que acolheu 70 das suas 96 actuações públicas. Ao longo da temporada, as obras
executadas pelo agrupamento ofereceram um panorama alargado e diversificado do repertório
orquestral quer no que respeita à regular abordagem das obras mais frequentemente ouvidas nas
salas de concerto, quer relativamente à divulgação de música pouco ou nada conhecida da maior
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
Rodrigo César
Ensemble Contrechamps e SWR Vocalensemble Stuttgart dirigidos por Heinz Holliger, Grande Auditório, 26 de Fevereiro de 2007.
parte do público. Neste último domínio, cabe destacar a apresentação de obras como a cantata
Meeresstille und glückliche Fahrt, de Ludwig van Beethoven, a oratória Die Legende von der Heiligen
Elisabeth (“A Lenda de Santa Isabel”), de Franz Liszt, Henry V: A Shakespeare Scenario, de William
Walton, o Requiem, de Luigi Cherubini, o Grande Duo Concertante, de Giovanni Bottesini, ou ainda,
no que se refere à música mais recente, Shaker Loops, de John Adams, Passacaglia Imaginaria, de
Stanislaw Skrowaczewski, o Concerto para Viola e Orquestra, de Sofia Gubaidulina, e Grand Adagio,
de René Koering, estas duas últimas dadas em primeira audição em Portugal.
Paralelamente, em dois programas dedicados à nova música portuguesa para piano e orquestra,
o agrupamento executou em primeira audição mundial Paradeisoi, de Isabel Soveral, e Abyssus
ascendens ad aeternum splendorem, de João Pedro Oliveira, e, em estreia nacional, o Concerto
para Dois Pianos e Orquestra, de Sérgio Azevedo.
A particular atenção com que o agrupamento tem acompanhado a actividade dos compositores
nacionais manifestou-se, também, e mais uma vez, no Workshop da Orquestra Gulbenkian para
Jovens Compositores Portugueses, iniciativa realizada pelo quinto ano consecutivo e que continua
a ter carácter pioneiro em Portugal. Ao longo de duas semanas, seis compositores com idades
compreendidas entre os 22 e os 34 anos tiveram oportunidade de trabalhar obras de sua autoria
com a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção do maestro Guillaume Bourgogne. Essas partituras
060.061
060.
Relatório Balanço e Contas 2007
haviam sido previamente seleccionadas por uma comissão de leitura presidida por Emmanuel
Nunes. Este trabalho culminou com a apresentação pública das referidas obras em dois concertos
no Grande Auditório. Os autores seleccionados foram João Antunes, Luís Cardoso,
Rogério Medeiros, João Quinteiro, Carlos Miguel Marques e Hugo Ribeiro.
Por outro lado, a Orquestra Gulbenkian manteve a sua estreita ligação ao projecto educativo
“Descobrir a Música na Gulbenkian”, apresentando neste âmbito sete concertos dedicados ao
público infanto-juvenil e familiar.
Em complemento à sua intervenção na Temporada Gulbenkian de Música, a Orquestra Gulbenkian
participou na programação geral de “O Estado do Mundo”, em seis concertos que tiveram lugar no
Anfiteatro ao Ar Livre do Jardim Gulbenkian. De salientar ainda a colaboração do agrupamento no
concerto extraordinário que assinalou o encerramento das Comemorações do Cinquentenário da
Fundação, que teve lugar no dia 17 de Julho, bem como no Festival Música Viva, no Concurso
Internacional de Piano Vianna da Motta e no Prémio Jovens Músicos.
No plano internacional, a Orquestra Gulbenkian realizou no ano de 2007 duas importantes
digressões internacionais, principalmente na Alemanha, mas abrangendo também a Hungria.
Rodrigo César
Al Ayre Español sob a direcção de Eduardo López Banzo, Grande Auditório, 22 de Janeiro de 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
Em Março, sob a direcção do maestro Lawrence Foster e tendo como solistas os pianistas
Arcadi Volodos e Lise de la Salle e o violinista David Lefèvre, apresentou-se em Braunschweig,
Berlim, Budapeste, Hamburgo, Gütersloh, Munique e Regensburg. Já em Junho, o agrupamento
regressou à Alemanha, também sob a direcção de Lawrence Foster, para participar numa série
de concertos ao ar livre com o pianista Lang Lang, apresentando-se em Hanôver, Estugarda,
Hanau, Bad Kissingen, Salem e Colónia, concertos que tiveram uma audiência média de cerca
de 3500 pessoas.
Em 2007, dirigiram a Orquestra Gulbenkian os maestros Rudolf Barshai, Bertrand de Billy,
Guillaume Bourgogne, Jean-Claude Casadesus, Joana Carneiro, Michel Corboz, Fernando Eldoro,
Osvaldo Ferreira, Giancarlo Guerrero, Lawrence Foster, Emmanuel Krivine, Cristian Mandeal, Jun
Märkl, David Alan Miller, Renato Rivolta, Pascal Rophé, Gennadi Rozhdestvensky, Peter Rundel,
Stanislaw Skrowaczewski, Muhai Tang, Antony Wit, Simone Young e Michael Zilm.
Como solistas, colaboraram com a Orquestra Gulbenkian os sopranos Heidi Brunner, Michèle Crider,
Marisa Figueira, Angela Gheorghiu, Nancy Gustafson, Soile Isokoski, Christiane Oelze, Ana Quintans,
Regina Schörg, Birgid Steinberger e Yumiko Tanimura; os meios-sopranos Marie-Claude Chappuis,
Bernarda Fink, Hadar Halévy, Katalin Halmai, Angelika Kirchschlager, Katja Lytting, Joana
Nascimento e Birgit Remmert; o contratenor Patrick Van Goethem; os tenores Marius Brenciu,
Vsevolod Grivnov, Werner Güra, Jan Kobow, Marcos Santos, Alexey Shakitko, Rainer Trost, Jon
Fredric West e Alexander Yudenkov; os barítonos Jürgen Freier, Hugo Oliveira, Luís Rodrigues e
Andreas Schmidt; os baixos George-Emil Crasnaru, Alexander Kisselev, Peter Lika, Stephan MacLeod
e Alfred Reiter; os pianistas Peter Aronsky, Lang Lang, Radu Lupu, Miguel Borges Coelho, Sequeira
Costa, Artur Pizarro, António Rosado, Ana Telles e Yuja Wang; os violinistas Bin Chao, James Ehnes,
Valeriy Sokolov, Nikolai Znaider e Florian Zwiauer; os violetistas Antoine Tamestit e Pinchas
Zukerman; os violoncelistas Anne Gastinel, Maria José Falcão, Amanda Forsyth, Clélia Vital e Pieter
Wispelwey; e ainda o contrabaixista Nabil Shehata, o oboísta Victor Aviat, a flautista Sophie Perrier,
o clarinetista Julian Bliss, o trompista Jonathan Luxton, o organista Marcelo Giannini e o actor
Mervon Mehta. No seio da sua actividade coral-sinfónica, para além de contar com a colaboração
do Coro Gulbenkian, a Orquestra Gulbenkian teve igualmente a participação do Coro Infantil da
Academia de Música de Santa Cecília.
Em 2007, as funções de director artístico da Orquestra Gulbenkian continuaram a ser
desempenhadas por Lawrence Foster, Claudio Scimone manteve o título de maestro honorário,
assumindo Simone Young e Joana Carneiro os títulos de maestrina convidada principal e maestrina
convidada, respectivamente.
Coro Gulbenkian
No ano de 2007, o Coro Gulbenkian manteve a sua actividade principal associada à execução
do repertório coral-sinfónico ouvido no seio da Temporada Gulbenkian de Música. Das suas
32 apresentações públicas realizadas em 2007, 23 foram ali dadas em colaboração com a
Orquestra Gulbenkian. Neste âmbito, o Coro Gulbenkian actuou igualmente com o Remix Ensemble,
num programa dedicado inteiramente à música portuguesa dos nossos dias, para além de
apresentar, desta vez com um pequeno grupo instrumental, um programa com obras portuguesas
do século XVIII.
062.063
062.
Relatório Balanço e Contas 2007
Joaquim Mendes
Luísa Brandão e João Vasco Almeida, Concerto Imprevisto, “Descobrir a Música na Gulbenkian”, hall do Grande Auditório, 9 de Janeiro de 2007.
Ornette Coleman Quintet, “Jazz em Agosto”, Anfiteatro ao Ar Livre, 11 de Agosto de 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
Além da sua intervenção na Temporada Gulbenkian de Música e da participação no já referido
concerto de encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, o Coro Gulbenkian
deu três concertos integrados na programação da Casa da Música, no Porto, apresentando-se ainda
na Póvoa de Varzim e na Igreja de São Pedro de Alcântara, em Lisboa. No plano internacional,
o Coro Gulbenkian participou, em colaboração com o Remix Ensemble, no Musica – Festival
International des Musiques d’Aujourd’hui, em Estrasburgo, apresentando-se igualmente em
Washington, no âmbito da exposição “Ecompassing the Globe: Portugal and the World in the
16th and 17th Centuries”.
Em 2007, dirigiram o Coro Gulbenkian os maestros Lawrence Foster, Gennadi Rozhdestvensky,
Peter Rundel, Simone Young e Michael Zilm, além do seu maestro titular, Michel Corboz, e dos
seus maestros adjunto e assistente Fernando Eldoro e Jorge Matta, respectivamente.
Durante o ano de 2007, colaboraram com o Coro Gulbenkian os sopranos Michèle Crider, Marisa
Figueira, Nancy Gustafson, Christiane Oelze, Ana Quintans e Yumiko Tanimura; os meios-sopranos
Marie-Claude Chappuis, Bernarda Fink, Katalin Halmai, Katja Lytting, Joana Nascimento e Birgit
Remmert; o contratenor Patrick Van Goethem; os tenores Marius Brenciu, Vsevolod Grivnov, Werner
Güra, Jan Kobow, Rainer Trost e Alexander Yudenkov; os barítonos Jürgen Freier, Hugo Oliveira e
Andreas Schmidt; os baixos Alexander Kisselev, Peter Lika, Stephan MacLeod e Alfred Reiter; e
ainda os flautistas António Carrilho e Pedro Sousa Silva, o trombonista Ismael Santos, a gambista
Sofia Diniz, o alaudista Thilo Hirsch, os organistas Marcelo Gianini e Nicholas McNair, o Remix
Ensemble e o Coro Infantil da Academia de Música de Santa Cecília.
Ciclo “Grandes Orquestras Mundiais”
O ano de 2007 abrangeu cinco concertos integrados na 19.ª edição anual do ciclo “Grandes
Orquestras Mundiais” (2006-2007) e o primeiro concerto da edição seguinte (2007-2008). Em
ambas as edições a Fundação Calouste Gulbenkian contou com a parceria do Banco Português de
Investimentos para a produção deste ciclo. Com excepção da apresentação da orquestra de câmara
TrondheimSolistene, com a violinista Anne-Sophie Mutter, que teve lugar no Grande Auditório da
Fundação, dadas as reduzidas dimensões do agrupamento, todos os restantes espectáculos do ciclo
tiveram lugar no Coliseu dos Recreios. Nesta sala se sucederam, assim, a Orquestra Sinfónica da
Rádio do Sudoeste da Alemanha, de Baden-Baden e Freiburg, com direcção de Sylvain Cambreling
e o meio-soprano Dagmar Peckova; a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, dirigida por
John Neschling e com o pianista Nelson Freire; a Orquestra Juvenil Gustav Mahler, com o maestro
Myung-Whun Chung, o violinista Renaud Capuçon e o violoncelista Gautier Capuçon; a Orquestra
Sinfónica de Londres, dirigida por Daniel Harding e com o pianista Javier Perianes; e, por último,
a Orquestra Filarmónica de Los Angeles, regida por Esa-Pekka Salonen.
Recitais e música de câmara
A programação das temporadas de música de câmara de 2006-2007 e 2007-2008, abrangidas
pelo âmbito temporal deste relatório, apresentou um conjunto de propostas artísticas que foram
saudadas pelo público e pela crítica com particular entusiasmo, dado o nível de excelência
064.065
064.
Relatório Balanço e Contas 2007
constante dos intérpretes convidados. O ciclo de piano contou com recitais de Muray Perahia,
Radu Lupu, Maurizio Pollini, Grigory Sokolov, Kirill Gerstein, Andreas Haeffliger e Gabriela
Montero. O ciclo de música de câmara juntou os violinistas Sarah Chang (com a pianista Ashley
Wass) e Hilary Hahn (com a pianista Natalie Zhu); o trio de piano, violino e violoncelo Kalichstein-Laredo-Robinson; o Beaux-Arts Trio, na sua digressão mundial de despedida das salas mais
destacadas a que esteve ligado ao longo de mais de cinquenta anos; os quartetos Prazák (com o
pianista Pedro Burmester, para uma integral dos quartetos e quintetos de Zemlinsky), Artémis,
Vermeer e Vogler.
No que respeita ao canto, sucederam-se os recitais dos meios-sopranos Bernarda Fink
(com o grupo Conjunto Ibérico) e Jennifer Larmore (com Antoine Palloc ao piano),
e dos barítonos Dmitri Hvorostovsky (com o pianista Ivary Ilya) e Wolfgang Holzmair
(com a pianista Imogen Cooper).
Ainda no âmbito da programação de recitais de música de câmara, tiveram lugar no Auditório II
da Fundação os ciclos dedicados a jovens de particular talento em início de carreira e à
actividade solística de instrumentistas da Orquestra Gulbenkian. No primeiro caso, participaram
no ciclo “Novos Intérpretes” o soprano Lara Martins (com o pianista João Paulo Santos),
os violinistas Michael Barenboim, Pedro Meireles (com a pianista Sophia Rahman) e Bruno
Monteiro (com o pianista João Paulo Santos) e o Trio Mediterrain, constituído pela clarinetista
Laura Ruiz Ferreres, o violoncelista Bruno Borralhinho e a pianista Kim Barbier. No que respeita
ao ciclo “Solistas da Orquestra Gulbenkian”, actuaram os clarinetistas Esther Georgie,
Bruno Graça e José Mosqueda, os violinistas Maria Balbi, Cecília Branco, Ana Beatriz
Manzanilla e Alexandra Mendes, os violetistas Maia Kouznetsova e Pedro Saglimbeni Muñoz,
os violoncelistas Maria José Falcão, Levon Mouradian e Clélia Vital e os pianistas
Karina Axenova e Alexei Eremine.
Ralph Larmann
Música antiga e música contemporânea
Digressão da Orquestra Gulbenkian à Alemanha com o pianista Lang Lang,
Roncalliplatz (Colónia), 22 de Junho de 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
A programação de música antiga
contou em 2007 com o regresso do
projecto “Le Jardin des Voix”, apoiado
desde a sua primeira edição pelo
Serviço de Música, e com o qual
William Christie e o seu grupo Les
Arts Florissants vêm seleccionando e
dando formação especializada a uma
plêiade de jovens cantores europeus
que se dedicam a este repertório.
O grupo Les Caractères, dirigido por
Xavier Julien-Laferrière, apresentou
em versão de concerto semi-encenada a ópera As Variedades de
Proteu, do compositor português
setecentista António Teixeira. O grupo
El Ayre Español e o Collegium Vocale
Rodrigo César
Coro Gulbenkian com o Remix Ensemble dirigidos por Peter Rundel, Grande Auditório, 6 de Outubro de 2007.
de Ghent, regidos por Eduardo López Banzo apresentaram um programa de obras de Händel e de
José de Nebra (no caso deste último autor com obras dedicadas à infanta portuguesa D. Maria
Bárbara de Bragança, rainha de Espanha), e a ligação temática a Portugal reforçou-se ainda com a
Akademie für alte Musik e o RIAS Kammerchor, com direcção de Hans-Christian Rademann, que
interpretaram, entre outras obras de Telemann, uma ode dedicada às vítimas do terramoto de
Lisboa de 1755. Houve ainda um programa Händel, com o contratenor Andreas Scholl e a
Accademia Bizantina, sob a direcção de Ottavio Dantone, e um programa Haydn (As Estações),
com os English Baroque Soloists dirigidos por Sir John Eliot Gardiner.
No que respeita à música contemporânea, esta esteve presente ao longo da temporada numa série
de 12 programas temáticos (num total de 14 concertos) marcados por uma grande diversidade.
Neste contexto assumiu especial relevo a presença de dois dos mais destacados compositores dos
nossos dias, que actuaram simultaneamente como maestros, dirigindo importantes obras de sua
autoria em primeira audição portuguesa: Heinz Holliger e James MacMillan. Com a colaboração do
Ensemble Contrechamps e do SWR Vocalensemble Stuttgart, Heinz Holliger apresentou a versão
integral de Scardanelli-Zyklyus, sobre poemas de Hölderlin. Por sua vez, James MacMillan, à frente
da orquestra Britten Sinfonia e do coro BBC Singers, deu a ouvir a cantata Seven Last Words from
the Cross, num programa complementado com obras de Britten e Tippett.
Dois outros agrupamentos prestigiosos se apresentaram nesta série: o Ensemble Modern, dirigido
por Franck Ollu, com um programa inteiramente dedicado a Emmanuel Nunes (que incluía a
primeira audição absoluta de Épures du Serpent Vert IV, obra encomendada pelo Serviço de
Música da Fundação); e o Klangforum Wien, dirigido por Sylvain Cambreling, com um programa
subordinado ao tema “Os Novos Austríacos”, com obras de Olga Neuwirth, Georg Friedrich Haas
e Bernhald Lang). O Remix Ensemble prosseguiu a sua colaboração como agrupamento
066.067
066.
Relatório Balanço e Contas 2007
Rodrigo César
O compositor Alexandre Delgado comenta um concerto da Orquestra Gulbenkian com o pianista António Rosado,
“Descobrir a Música na Gulbenkian”, Grande Auditório, 24 de Fevereiro de 2007.
convidado habitual, mediante três concertos: dois deles intitulados “Complexidade/Simplicidade”
e “Duplo Retrato Helmut Lachenmann/Wolfgang Rihm”, respectivamente; e um terceiro com a
colaboração do Coro Gulbenkian e preenchido com obras de Miguel Azguime e Emmanuel
Nunes. Esta série contou ainda com a participação, em recital, dos solistas Christophe Desjardins
(viola de arco), num programa intitulado “Canções do Violetista”, e Stefano Scodanibbio
(contrabaixo).
Também a Orquestra Gulbenkian dedicou dois programas especialmente à música contemporânea.
Além do Concerto para Viola e Orquestra de Sofia Gubaidulina, apresentou três obras de
compositores portugueses, resultantes de encomendas do Serviço de Música: em primeira audição
absoluta, Abyssus ascendens ad aeternum splendorem, para piano, orquestra e banda magnética,
de João Pedro Oliveira (solista Ana Telles), e Paradeisoi para orquestra, de Isabel Soveral; e, em
primeira audição portuguesa, Concerto para Dois Pianos e Orquestra, de Sérgio Azevedo (solistas
António Rosado e Miguel Borges Coelho). Conforme ficou já referido, neste âmbito contemporâneo
se deve ainda incluir o concerto de encerramento das Comemorações do Cinquentenário
da Fundação, integralmente preenchido com encomendas realizadas a grandes compositores
nas passadas cinco décadas.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
“Jazz em Agosto”
A edição de 2007 do festival “Jazz em Agosto”, com direcção artística de Rui Neves, teve por título
“Pianos, Baixos, Tubas & Vozes”. O festival, dividido em dois blocos repartidos por dois
fins-de-semana consecutivos, foi balizado pelas presenças de duas grandes figuras históricas
tanto no quadro do jazz como no da música contemporânea em geral: Muhal Richard Abrams
e Ornette Coleman.
O “Jazz em Agosto” abriu com a apresentação de três músicos improvisadores, Muhal R. Abrams,
George Lewis e Roscoe Mitchell, numa experiência comum de procura e investigação sonora
iniciada há quarenta anos no âmbito da AACM de Chicago, da qual Muhal R. Abrams é fundador.
Seguiu-se o grupo Hubbub, fruto da nova geração da improvisação em França, expoentes
da chamada tendência “reducionista”. Nik Bärtsch, mentor do projecto denominado RONIN,
apresentou uma proposta de cruzamento de meios minimais com elementos oriundos de mundos
musicais díspares. O primeiro bloco do festival terminou com três concertos dos músicos
portugueses Carlos Zíngaro e Jorge Lima Barreto, que retomaram um primeiro encontro em disco
de 1992, e Sérgio Carolino (tuba), que encabeçou uma nova formação de solistas internacionais
num repertório dedicado a Frank Zappa e Jimi Hendrix, com a participação de músicos como
Marshall, Marcus Rojas, Jay Rozen e ainda do baterista Alexandre Frazão. A Crimetime Orchestra,
liderada por Jon Klette, apresentou uma formação de jazz contemporâneo norueguesa. O segundo
bloco do festival iniciou-se com a formação do Joe Fonda’s Bottoms Out, seguida do Quartet Noir,
grupo conhecido pela individualidade das suas improvisações, desde 1998. A contrabaixista Joëlle
Léandre apresentou-se a solo num concerto dedicado a obras de Giacinto Scelsi, John Cage, Philipe
Hersant, José Luís Campana, bem como ao repertório da sua própria criação. Houve ainda uma
apresentação do grupo Timbre, terminando o programa com o Ornette Coleman Quintet.
Em paralelo com os concertos referidos foram ainda apresentados dois filmes: Ornette:
Made in America, da realizadora americana Shirley Clarke, projecto realizado ao longo de vinte anos
e concluído em 1985, complementando a presença do próprio Ornette Coleman no festival, e
My Name Is Albert Ayler, do realizador sueco Kasper Collin, que veio também apresentar o filme.
Tiveram ainda lugar duas conferências, uma de Muhal Richard Abrams e outra de Ornette Coleman.
Projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian”
Em 2007, o projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian” registou alterações importantes
à programação do ano anterior, reconvertendo algumas actividades e desenvolvendo outras,
de acordo com a avaliação dos resultados obtidos e os comentários/sugestões recebidos de pais
e professores. Investiu-se na diversificação das visitas – actividades com carácter regular que
constituem o trabalho de fundo do projecto – que passaram de seis para 12 com a introdução
de novas modalidades, permitindo diversificar as temáticas abordadas e chegar a novos públicos,
designadamente os das crianças entre os seis meses e os dois anos e o segmento infanto-juvenil
com necessidades especiais.
No campo dos cursos livres e conferências, introduziram-se novos cursos com carácter
propedêutico, com a intenção de se tornarem componentes regulares do projecto, como é o caso
do curso “História da Música à Velocidade do Som” (três edições, regidas por Rui Vieira Nery) e do
068.069
068.
Relatório Balanço e Contas 2007
curso “Código dos Músicos”, ambos destinados a um público alargado, interessado em aprofundar
os seus conhecimentos sobre a linguagem musical e sobre a sua evolução ao longo da história.
De referir ainda neste âmbito o curso “Das Outras Artes à Música” (duas edições), dedicado
especificamente a um público profissional de educadores de infância e professores do 1.º ciclo,
apresentando sugestões práticas de iniciação e sensibilização à música numa perspectiva
interdisciplinar. Assim, no cômputo geral, verifica-se a redução do número de conferências (de três
para uma) e o aumento significativo do número de cursos livres marcado pela reedição dos cursos
atrás referidos. O projecto continuou também a oferecer um vasto leque de oficinas, que abordaram
de forma multidisciplinar algumas obras emblemáticas constantes da programação da temporada
de música, partindo sempre de situações interactivas. Ao todo, realizaram-se 15 oficinas,
num total de 196 sessões.
A minitemporada incluiu concertos encenados de produção própria com uma elevada
participação de jovens intérpretes e criativos portugueses e ainda um concerto realizado
no Anfiteatro ao Ar Livre pelo grupo de percussão Drumming, que apresentou Percursos Sonoros
para Um Jardim, concebido a partir do Jardim Gulbenkian. Merece destaque no programa da
minitemporada o concerto encenado No Mundo do Jazz, baseado numa história feita de pequenos
episódios cantados que, ao longo dos tempos, marcaram as várias etapas deste género musical.
Integraram ainda a minitemporada dois Concertos (Im)previstos – recitais em formato cénico
iniciados em 2006 em colaboração com o Centro de Arte Moderna –, um em torno da exposição
“Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogos de Vanguarda” e o outro a partir de uma instalação de
Pedro Cabrita Reis. Realizaram-se ao todo seis programas, mais um do que no ano anterior.
O projecto educativo contou ainda com a realização de seis programas de “Concertos
Comentados” com a Orquestra Gulbenkian, com quatro sessões especialmente agendadas para o
público escolar e três sessões para as famílias. Houve a preocupação de introduzir no programa
destes concertos obras especialmente compostas para crianças e jovens, como é o caso de
A minha Mãe Ganso, de Maurice Ravel, bem como obras de grande poder comunicativo como
Um Americano em Paris, de Gershwin, ou O Mar, de Debussy, susceptíveis de atrair um público
alargado de jovens e adultos.
Ao todo, o “Descobrir a Música na Gulbenkian” realizou, em 2007, 46 programas diferentes, entre
visitas, oficinas, concertos, cursos e conferências, com 416 sessões que envolveram 8364
formandos e 11 507 espectadores.
Plano de edições e musicologia
Prosseguiu em 2007 o trabalho de colaboração entre o Serviço de Música, a Imprensa Nacional –
Casa da Moeda (IN-CM) e a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) no que respeita à venda e
distribuição das anteriores edições musicológicas da Fundação (cujos stocks e vendas passaram a
ser geridos pela IN-CM) e da edição de novos volumes. Estão em fase de conclusão os processos
de edição de estudos, que serão lançados em 2008 pela IN-CM, dos musicólogos Manuel Pedro
Ferreira, José Maria Pedrosa Cardoso e Paulo Esteireiro. Encontra-se igualmente em preparação, e
em conjunto com a BNP, uma série de facsimiles de tratados teóricos portugueses dos séculos XVII
e XVIII, cujo primeiro volume deverá ser a reedição da Arte Mínima (1682) de Manuel Nunes da
Silva, com estudo prévio de Aires Pereira.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
Rodrigo César
Recital do pianista Murray Perahia, Grande Auditório, 29 de Janeiro de 2007.
Cursos
Em 2007, o Serviço de Música organizou quatro cursos de aperfeiçoamento artístico, dois deles no
âmbito do protocolo que a Fundação mantém com a Escola Superior de Música Rainha Sofia, de
Madrid. Neste quadro, foram realizados dois cursos de técnica e interpretação pianística, orientados
por Sequeira Costa, um curso de violino e quartetos de corda, por Rainer Schmidt, e um curso de
aperfeiçoamento de canto, pelo barítono Tom Krause.
Subsídios e bolsas de estudo
Incentivo à criação musical
Durante 2007, no âmbito do seu plano de incentivo à criação musical o Serviço de Música
encomendou obras a quatro compositores: Peter Lieberson, Ramón Humet, Emmanuel Nunes
e Isabel Soveral.
070.071
070.
Relatório Balanço e Contas 2007
A encomenda a Peter Lieberson foi feita em parceria com a Los Angeles Philharmonic Orchestra
e tem como objecto um concerto para percussão e orquestra dedicado expressamente ao
percussionista português Pedro Carneiro, que estreará a obra sucessivamente com aquela orquestra
norte-americana e com a Orquestra Gulbenkian. Correspondendo plenamente à estratégia de
inserção da Fundação Gulbenkian na rede internacional de suporte da criação musical, esta
encomenda visa, em concreto, duas finalidades. A primeira é tornar mais conhecido em Portugal
Peter Lieberson (n. 1946), um dos compositores mais destacados do actual panorama musical nos
EUA. A segunda é dar apoio a Pedro Carneiro num passo importante da sua carreira internacional
e, simultaneamente, proporcionar-lhe uma excelente oportunidade para actuar pela primeira vez
como solista com a Orquestra Gulbenkian.
A encomenda ao espanhol Ramón Humet (n. 1968) incidiu sobre uma peça para piano (Scènes
de la Forêt – 3.º livro), especialmente destinada a ser estreada na prova final do Concurso de Piano
Olivier Messiaen sediado em Paris. A primeira audição absoluta ocorreu na Cité de la Musique,
em Dezembro.
A Emmanuel Nunes foi encomendada, em parceria com o Ensemble Modern de Frankfurt,
Épures du Serpent Vert IV para conjunto instrumental. Trata-se da quarta do ciclo de peças baseado
em material da ópera Das Märchen. A primeira audição absoluta teve lugar no Grande Auditório
Gulbenkian, em Outubro, pelo Ensemble Modern.
Por sua vez, Isabel Soveral compôs, por encomenda, Paradeisoi para orquestra, dada em primeira
audição absoluta pela Orquestra Gulbenkian, sob a direcção de Pascal Rophé, em Novembro,
no Grande Auditório.
Por outro lado, o Serviço de Música estabeleceu um acordo com Karlheinz Stockhausen com vista
à encomenda de uma obra destinada a trio de clarinete-baixo, trompete e flauta, com o título
Schönheit, e que é a sexta das peças integrantes do ciclo “Klang”. A primeira audição absoluta
está programada para 2009, no Grande Auditório Gulbenkian, no contexto de um ciclo de concertos
dedicado àquele compositor, entretanto falecido a 5 de Dezembro de 2007.
Programa de Apoio à Dança
O Programa de Apoio à Dança, criado em 2006, voltou a subsidiar um conjunto de projectos
individuais e colectivos centrados nas prioridades definidas pelo regulamento então aprovado e
divulgado: formação, investigação, internacionalização e edição. Neste contexto, foram apoiados
19 projectos (tendo ainda sido atribuídas seis bolsas de estudo em dança), propostos, entre outros,
por: CEM, Fórum Dança, RE.AL, Centro de Arte Contemporânea (CDA), Companhia Clara Andermatt,
Festival 100 Dessus Dessous, Danse Bassin Meditteranéen (DBM), Cursos de Dança Associação, FC
Verão, Luís Guerra, Vítor Hugo Pontes, Sónia Baptista, Andreia Brandão, Luís Miguel Félix, Ana
Mira, Companhia Olga Roriz e Maria José Fazenda.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Música
Plano de descentralização cultural
Além das já mencionadas participações dos agrupamentos da Fundação em eventos nacionais à
parte do âmbito da Temporada Gulbenkian de Música, o Serviço de Música, no quadro da sua
acção de descentralização cultural, apoiou ao longo de 2007 iniciativas levadas a cabo por outras
entidades, designadamente no que respeita à apresentação de recitais de música de câmara por
elementos pertencentes à Orquestra Gulbenkian. Neste âmbito, foram realizados recitais em
Alpedrinha, Maia e Portimão.
Bolsas de estudo no estrangeiro
O Serviço de Música atribuiu, para o ano lectivo de 2007-2008, 21 bolsas de estudo para
aperfeiçoamento artístico em música no estrangeiro, correspondendo estas a 14 renovações de
bolsas concedidas em anos anteriores e sete novas bolsas. Relativamente às áreas curriculares,
estas bolsas correspondem à seguinte distribuição: Canto, Clarinete, Fagote, Oboé, Piano, Trompa,
Violeta, Violino e Violoncelo. No que respeita à distribuição geográfica, este programa permitiu aos
bolseiros a frequência em estabelecimentos de ensino nos seguintes países: Alemanha, EUA,
Holanda, Lituânia, Reino Unido, Itália e Suíça.
Bolsas de estudo no país
O Serviço de Música manteve, pelo nono ano consecutivo, a sua colaboração com o Prémio Jovens
Músicos, da Radiodifusão Portuguesa, atribuindo prémios de formação aos vencedores das
categorias solísticas de nível superior com o objectivo de apoiar o prosseguimento dos seus estudos.
Ao mesmo tempo, foi aberto concurso para renovação de bolsas de estudo atribuídas em anos
anteriores. Neste quadro, foram atribuídas sete bolsas de estudo, correspondendo seis a prémios de
formação ao abrigo da referida colaboração com o Prémio Jovens Músicos e uma à renovação de
uma bolsa atribuída no ano anterior, verificando-se a seguinte distribuição por áreas curriculares:
Canto, Clarinete, Flauta, Oboé, Trompa, Violino e Violoncelo.
Outros subsídios
Durante o ano de 2007, o Serviço de Música concedeu diversos subsídios pontuais destinados a
comparticipar custos de actividades desenvolvidas no domínio da música, em particular na área da
formação. Neste quadro, são de destacar os subsídios atribuídos à Fundação Said-Baremboim, com
o objectivo de apoiar o projecto “West-Eastern Divan Workshop and Orchestra”, à Associação de
Amigos da Escola de Música do Conservatório Nacional e à Academia de Música Antiga de Lisboa,
entre outros.
072.073
072.
Relatório Balanço e Contas 2007
Paula Rego, Vanitas.
Centro de Arte Moderna
José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
O ano de 2007 foi marcado por dois
acontecimentos naturalmente mais relevantes:
a conclusão das iniciativas ligadas às
Comemorações do Cinquentenário da Fundação
e o início da publicação do catálogo raisonné
de Amadeo de Souza-Cardoso.
Valores em euros
Encargos com pessoal
Despesas de funcionamento
Iniciativas próprias
1 152 216
117 343
2 589 630
Subsídios
Investimento
90 414
468 577
As actividades expositivas do Centro de Arte
Total
3 949 603
Moderna ligadas às comemorações – a grande
Receitas
320 965
instalação de Pedro Cabrita Reis, Fundação,
a instalação de Matej Krén, Book Cell,
e a apresentação do tríptico de Paula Rego, Vanitas – obtiveram assinalável adesão do público.
A 14 de Janeiro encerrou a exposição “Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogo de Vanguardas”, iniciativa
que alcançou raro sucesso, ultrapassando em dois meses a centena de milhar de espectadores.
Terminadas as comemorações, iniciaram-se os trabalhos preparatórios para a reapresentação
da Colecção e a prossecução do programa de exposições temporárias.
No âmbito da iniciativa “O Estado do Mundo”, o Centro de Arte Moderna preparou um conjunto
de exposições de núcleos da sua colecção em várias cidades do País. Comissariada por Leonor
Nazaré, esta iniciativa da Presidência no âmbito do programa das comemorações aconteceu entre
Maio e Setembro sob a designação geral de “Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância”.
Em Novembro, foi publicado o primeiro volume do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso
– Fotobiografia –, na sequência de um vasto trabalho de investigação começado há já seis anos,
que possibilitou um aumento de conhecimento considerável da obra do artista e sem o qual a exposição
“Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogo de Vanguardas”, não teria sido possível. A obra obteve imediato
reconhecimento público e será concluída, com a publicação do catálogo de obras, em 2008.
Ainda no prosseguimento deste projecto, foi inaugurada uma exposição da obra do artista,
na prestigiada Ernst Barlach Haus, em Hamburgo, exposição comissariada por Helena de Freitas
e Catarina Alfaro, que tem vindo a obter manifesto reconhecimento.
Apresentação da Colecção
Findo o programa de comemorações, deu-se início à preparação de uma apresentação da Colecção.
Esta apresentação ocupa os pisos 01 e 1 do Centro, numa área substancialmente menor que
a das apresentações tradicionais. Houve então que procurar alternativas a uma leitura diacrónica,
privilegiando-se certos núcleos da Colecção. Uma maior alternância nas apresentações deverá
compensar a redução do espaço.
074. 075
Relatório Balanço e Contas 2007
“Ida e Volta: Ficção e Realidade”.
“Ida e Volta: Ficção e Realidade”.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
“Patrick Faigenbaum – Fotografias 1973-2006”.
Exposições temporárias
“Ida e Volta: Ficção e Realidade”
Esta exposição, de grande dimensão, visa mostrar um panorama contemporâneo da vídeoarte,
a partir das suas origens cinematográficas, documentais e de ficção: os irmãos Lumière e George
Méliès. No centro da exposição é mostrado o vídeo de Chris Marker, La Jetée, de 1962, obra seminal
e onde os dois planos se entrecruzam. De facto, tratando-se de uma obra fortemente ficcional, a forma
da sua construção faz apelo a modos inevitavelmente associados à documentação. Este trabalho
de Chris Marker tem sido sempre uma enorme fonte de inspiração e de referência e continua a ocupar
o centro da reflexão sobre as práticas artísticas do vídeo. A exposição foi comissariada por Christine
van Assche e apresentada na grande nave central do piso 0 do Museu. Um programa cultural
de actividades e de reflexão sobre a exposição irá decorrer em 2008.
22 de Novembro de 2007 a 1 de Junho de 2008.
“Patrick Faigenbaum – Fotografias 1973-2006”
Esta exposição, realizada na Sala de Exposições Temporárias do Centro, mostra o desenvolvimento
da obra do artista, não obstante a escassa dimensão do espaço em que é apresentada. De facto,
Patrick Faigenbaum, fotógrafo de grande prestígio internacional, nunca tinha sido mostrado em
Portugal, pelo que se entendeu fazer sentido expor a sua produção artística actual mas também
momentos anteriores da sua obra, igualmente importantes.
15 de Novembro de 2007 a 24 de Fevereiro de 2008.
076.077
076.
Relatório Balanço e Contas 2007
“Cruz Filipe – Paisagens Múltiplas”.
“Cruz Filipe – Paisagens Múltiplas”
Esta exposição, realizada na Sala de Exposições Temporárias da sede, piso 01, e comissariada
por João Pinharanda, mostrou um vasto conjunto de obras de realização recente em que o artista
apresentou uma reflexão elaborada e expressiva sobre a representação da paisagem e os seus meios:
a pintura e a fotografia. Na relação entre as duas cria um modo de ver e de mostrar em que
as questões da representação estão presentes, mas em que se propõe usá-las como um modo
manifestamente novo de voltar à paisagem.
15 de Fevereiro a 8 de Abril.
Bruno Pacheco • Vasco Araújo
Na Sala de Exposições Temporárias do CAMJAP, foram expostas duas instalações pertencentes
à Colecção: uma, de Vasco Araújo, A Hand of Bridge (2004), e outra, de Bruno Pacheco,
Hello Goodbye (2007) – dois dispositivos aparentemente lúdicos que nos reenviam para problemáticas
da comunicação de razoável complexidade.
21 de Agosto a 31 de Outubro.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
Bruno Pacheco.
078.079
078.
Relatório Balanço e Contas 2007
Vasco Araújo.
Exposições realizadas no exterior
“Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918). Portugals Entdecker der Moderne”
A convite da Ernst Barlach Haus, Hermann F. Reemtsma Foundation, o Centro de Arte Moderna
realizou em Hamburgo uma exposição individual de Amadeo de Souza-Cardoso, comissariada
por Helena de Freitas, Catarina Alfaro e o director do museu alemão Karsten Muller. Este convite
surgiu no contexto da investigação para o catálogo raisonné, que permitiu aprofundar algumas
das pistas relativas ao percurso internacional do artista, esclarecer a sua passagem expositiva
pela cidade de Hamburgo (onde o artista fez a sua primeira exposição individual), e sublinhar
a respectiva relevância e significado. Num total de 66 obras, foram apresentados pinturas,
desenhos e um manuscrito da colecção do Centro de Arte Moderna.
A exposição foi acompanhada por um conjunto de actividades de divulgação da cultura portuguesa
e contou com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa Aníbal Cavaco Silva e do
Presidente alemão Horst Köhler.
2 de Dezembro de 2007 a 30 de Março de 2008.
“Desenhos: Desenho e Uma Escultura”
Por ocasião da deslocação da Presidência da República Portuguesa à República da Índia, o CAMJAP
mostrou um conjunto de trabalhos da sua colecção no Indira Gandhi National Centre for the Arts,
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
em Nova Deli. Foram expostos desenhos de Fernando Calhau (uma série de 2001), de Jorge Martins
(de final dos anos de 1970 e 1980), de Pedro Proença (anos de 1990) e de Bruno Pacheco
(2003-2004) e uma escultura de Rui Chafes de 2002.
15 de Novembro de 2007 a 24 de Fevereiro de 2008.
“Domínguez Alvarez – 770, Rua da Vigorosa, Porto”
Realizada no Museu de Pontevedra, apresentou uma selecção de obras do pintor que já haviam
sido expostas na exposição realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em 2006. Esta exposição
representou um “regresso a casa” de um pintor com fortes ascendentes galegos, mais especificamente
de Pontevedra, ainda que nado e criado na cidade do Porto. Permitiu chamar a atenção para a sua
obra, reforçar os laços naturais existentes entre o Minho e a Galiza e ainda encontrar familiares
próximos deste pintor que morreu demasiado cedo sem descendência directa.
1 de Março a 8 de Abril.
“Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância”
Apresentação de núcleos da Colecção:
Lisboa
› ACIME (Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas) (18 de Maio a 29 de Julho);
080.081
080.
Relatório Balanço e Contas 2007
› Escola Secundária António Arroio (18 de Maio a 6 de Julho);
› ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada) (18 de Maio a 14 de Julho);
› Universidade Nova de Lisboa/Faculdade de Economia instalada no Palácio Ventura (18 de Maio
a 29 de Julho);
› Universidade Católica (18 de Maio a 30 de Junho);
› Escola Secundária D. Filipa de Lencastre (18 de Maio a 29 de Julho).
Fundão
› Casa da Moagem – Cidade do Engenho e das Artes (18 de Maio a 29 de Julho).
Castelo Branco
› Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (18 de Maio a 29 de Julho).
Tavira
› Palácio da Galeria (16 de Junho a 8 de Setembro).
“Arshile Gorky – hommage”
O Centro Pompidou e o Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, apresentaram uma homenagem
ao pintor americano de origem arménia, Arshile Gorky (1904-1948), através da exposição “Arshile
Gorky – hommage”, que reuniu cerca de 40 obras apresentadas nas duas instituições.
O Centro Cultural Calouste Gulbenkian expôs 25 desenhos com datas compreendidas entre 1927
e 1947, pertencentes ao depósito da Igreja Arménia da América (Oriental), na Fundação Calouste
Gulbenkian, exposição comissariada por Ana Vasconcelos e Melo. O Centro Pompidou expôs
paralelamente 19 pinturas e desenhos do período de 1943-1947, entre os quais uma pintura
e dois desenhos pertencentes à sua colecção, seis desenhos provenientes da colecção da Fundação
Calouste Gulbenkian e do já referido depósito, reunindo um conjunto de obras provenientes
de museus de grande prestígio (Tate Gallery, Londres; Museum of Modern Art, Guggenheim
Museum e Whitney Museum of American Art, de Nova Iorque). A exposição realizada no Beaubourg
foi comissariada por Agnès de la Beaumelle, que foi ainda a responsável pela edição de um catálogo
único, em versões francesa e inglesa.
4 de Abril a 4 de Junho.
“Vieira da Silva. Œuvres de la Fondation Arpad Szenes – Vieira da Silva et du Centre d’Art Moderne
José de Azeredo Perdigão”
13 de Junho a 19 de Outubro no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, e 24 de Outubro
de 2007 a 16 de Março de 2008 na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, em Lisboa.
Resultante da colaboração entre o CAMJAP e a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e do
comissariado conjunto de Ana Vasconcelos e Melo e Marina Bairrão Ruivo, a exposição apresentou em
Lisboa mais duas pinturas para além das 44 obras expostas em Paris. Destinou-se a homenagear a
pintora e a Fundação Calouste Gulbenkian, no papel de grande relevo que teve na divulgação da sua
obra em Portugal e no estrangeiro, inserindo-se nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação.
O Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, publicou um catálogo em francês,
com responsabilidade editorial de Marina Bairrão Ruivo.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
Edições
Catálogos de exposições
Desenhos: Desenho e Uma Escultura
Texto de Jorge Molder. Reprodução a cores de algumas das obras e biografias dos artistas.
40 páginas. Edição bilingue (português/inglês).
Ida e Volta: Ficção e Realidade
Textos de Christine van Assche e Jorge Molder.
Enquadramento e reprodução dos trabalhos de vídeoarte de 11 artistas de vários países, incluindo
um artista português, e da apresentação cenográfica do arquitecto luso-francês Didier Fiuza Faustino.
96 páginas. Edição bilingue (português/inglês).
Cruz Filipe – Paisagens Múltiplas
Textos de Jorge Molder e João Pinharanda.
Reprodução a cores das obras (impressões digitais pintadas) e enquadramento crítico do trabalho.
80 páginas. Edição bilingue (português/inglês).
Patrick Faigenbaum – Fotografias 1973-2006
Textos de Jean-François Chevrier e Jorge Molder.
Inclui 42 reproduções a cores das fotografias do artista: imagens da exposição e outras não expostas.
88 páginas. Edição bilingue (português/inglês).
Vanitas, 51, Avenue d’Iéna
Textos de Almeida Faria e Eduardo Lourenço.
Conto de Almeida Faria ilustrado por Paula Rego. Contém também reproduções de obras da colecção
do Museu Gulbenkian, evocadas no conto. 68 páginas. Versão portuguesa.
Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância
Textos de António Pinto Ribeiro, Sara Mansinho e Leonor Nazaré.
Reprodução de grande parte das obras expostas e respectivo enquadramento crítico, em função
dos quatro núcleos em que foram organizadas. 79 páginas. Edição bilingue (português/inglês).
Publicação conjunta do CAMJAP e da Câmara Municipal de Tavira.
Fernando Calhau. Convocação. Leituras
Publicação das comunicações dos colóquios realizados a 7 e 8 de Fevereiro.
Texto de apresentação de Jorge Molder e textos dos conferencistas: Vítor da Silva,
Manuel Castro Caldas, Rui Chafes, Philippe-Alain Michaud, Delfim Sardo, João Miguel Fernandes
Jorge, Tomás Maia e Nuno Faria. 96 páginas. Versão portuguesa.
Amadeo de Souza-Cardoso. Fotobiografia (1887-1918)
1.º volume do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso
Coordenação científica do projecto: Helena de Freitas. Texto: Catarina Alfaro.
Foi lançado em Dezembro de 2007 o primeiro dos três volumes do catálogo raisonné de Amadeo
de Souza-Cardoso. Trata-se de uma fotobiografia completa, com mais de 300 páginas e com um vasto
núcleo de documentação parcialmente inédito, que permite reconstituir o percurso vivencial do artista
082.083
082.
Relatório Balanço e Contas 2007
numa articulação entre texto e imagem, em contexto nacional e internacional. É um trabalho que se
assume pelo seu conteúdo científico e não literário ou ficcional. A este irão suceder-se dois volumes,
respectivamente, Pintura e Desenho. 334 páginas. Versão portuguesa.
Outras actividades
Continuação do programa de estágios através do acordo estabelecido com a Universidade Católica
Portuguesa. Estágio curricular de uma aluna da licenciatura de Comunicação Social e Cultural.
Estágio profissional do IFP, a partir de Outubro.
Estágio curricular do Departamento de Arte, Conservação e Restauro do Instituto Politécnico de Tomar,
aluna da área de papel, a partir de Setembro.
Prosseguiram os trabalhos de restauro e conservação de obras da Colecção.
Foram realizados dois grandes trabalhos de restauro no âmbito da cedência de obras para
as exposições “50 Anos de Arte Portuguesa”, na sede da Fundação e para a exposição “Evocações,
Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı”, no Museu Gulbenkian.
Obras cedidas da colecção do CAMJAP
Participação em exposições temporárias
O CAMJAP recebe todos os anos inúmeras solicitações para empréstimo de obras para exposições
em Portugal e no estrangeiro. A cedência temporária possibilita a divulgação e o estudo das obras
e dos artistas da Colecção.
Portugal
› “Manuel Amado Pintura.Pintura”, no Centro Cultural de Cascais. Casa de Banho, A Escada da Adega,
Quarto Interior e Recanto com Escadote, pinturas de Manuel Amado (17 de Novembro de 2007
a 20 de Janeiro de 2008);
› concurso para a recuperação do edifício do arquitecto Cristino da Silva, no Centro de Informação
Urbana de Lisboa da Câmara Municipal de Lisboa. Maqueta do Capitólio (20 de Dezembro de 2007
a 28 de Fevereiro de 2008);
› “Entre a Palavra e a Imagem”, no Centro Cultural Vila Flor, Guimarães. Ouve-me, vídeo de Helena
Almeida (12 de Maio a 22 de Julho de 2007);
› “Vieira da Silva – Obras do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e da Fundação
Arpad Szenes – Vieira da Silva”, na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Le Héros ou Le Héraut
e La Bibliothèque, de Vieira da Silva (25 de Outubro de 2007 a 16 de Março de 2008);
› exposição de abertura do Museu Colecção Berardo. Figuras de Sopro, pintura de Mário Cesariny
(25 de Junho de 2007 a 15 de Julho de 2008);
› “Ângelo de Sousa”, organizada pela Fundação de Serralves, no Pavilhão Centro de Portugal,
Coimbra. Duas esculturas de Ângelo de Sousa (26 de Maio a 31 de Agosto de 2007);
› “Uma Arte do Povo, pelo Povo e para o Povo – Neo-Realismo e Artes Plásticas”, do Museu
do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira. Vinte e uma obras de Candido Portinari, Júlio Resende,
Júlio Pomar, Manuel Filipe, Arlindo Vicente, Abel Salazar, Hansi Staël, Teresa Sousa, Lima de Freitas,
Vespeira, José Viana e Alice Jorge (20 de Outubro de 2007 a 13 de Janeiro de 2008);
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
› 6.ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, no Museu Municipal Amadeo
de Souza-Cardoso, Amarante. Três vídeos de Ângelo de Sousa (27 de Outubro a 9 de Dezembro
de 2007);
› “Terra Longe, Terra Perto”, organizada pelo Museu da Presidência da República, no antigo edifício
do Banco de Portugal, Setúbal, no âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões
e das Comunidades Portuguesas. Três tapeçarias de Almada Negreiros, uma gravura de David
de Almeida e um óleo de Paolo (9 de Junho a 30 de Setembro de 2007);
› “Traços da Diáspora Portuguesa”, organizada pelo Museu da Presidência da República, na Gare
Marítima de Alcântara, Salão Almada Negreiros. Três tapeçarias de Almada Negreiros, e um óleo
de Paolo (13 de Novembro de 2007 a 3 de Fevereiro de 2008).
Estrangeiro
› “Rachel Whiteread”, no Centro de Arte Contemporáneo de Málaga. Yellow Leaf, escultura de Rachel
Whiteread (25 de Maio a 26 de Agosto de 2007);
› “Eduardo Nery”, organizada pela Embaixada de Portugal em Dacar, no Museu de Arte Africana.
Metamorfoses, 10 fotografias de Eduardo Nery (13 de Julho a 5 de Agosto de 2007);
› “The World of Anglada-Camarasa”, na Fundación “La Caixa”, Caixa Fórum. Sem Título (Scene
in Café), pintura de Amadeo de Souza-Cardoso (28 de Novembro de 2006 a 18 de Março de 2007);
e no Caixa Forum Palma, Palma de Maiorca (8 de Maio a 29 de Julho de 2007);
› “Portugal Agora – à propos des lieux d’origine”, no Mudam Luxembourg. Quatro pinturas de João
Queiroz (15 de Dezembro de 2007 a 7 de Abril de 2008);
› “Rachel Whiteread”, no MADRE – Museo d’Arte Contemporanea Donnaregina Napoli. Yellow Leaf,
escultura de Rachel Whiteread (3 de Fevereiro a 23 de Abril de 2007);
› “Retrospectiva de Paula Rego”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia. The Vivian Girls
as Windmills, Salazar a Vomitar a Pátria e Mãe (Mother), pinturas de Paula Rego (25 de Setembro
a 31 de Dezembro de 2007);
› “La Noche Española. Flamenco, Vanguardia y Cultura Popular 1865-1939”, no Museo Nacional
Centro de Arte Reina Sofia. Chanteur Flamenco, pintura de Sonia Delaunay (20 de Dezembro
de 2007 a 24 de Março de 2008);
› “Be-Bomb: the Transatlantic War of Images and all that Jazz in the 1950s”, no Museu d’Art
Contemporani de Barcelona. Act of Creation, Garden of Wish Fulfilment e Vale of the Armenians,
de Arshile Gorky, e Personnages dans la rue, pintura de Vieira da Silva (5 de Outubro de 2007
a 7 de Janeiro de 2008);
› “Vieira da Silva no Brasil”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. La table ronde e História
Trágico-Marítima, duas pinturas de Vieira da Silva (26 de Abril a 3 de Junho de 2007);
› “Pop Art Portraits”, na National Portrait Gallery. For Men only Staring MM and BB, pintura
de Peter Philips (11 de Outubro de 2007 a 20 de Janeiro de 2008);
› “Capolavori Dell’Arte Europea”, exposição comemorativa do 50.º aniversário do Tratado de Roma
na Scuderie del Quirinale, Roma. Brut 300 TSF e Máquina Registadora, duas pinturas de Amadeo
de Souza-Cardoso (23 de Março a 27 de Maio de 2007);
› “Pop Art: 1956-1968”, na Scuderie del Quirinale, Roma. Love Wall, de Peter Blake, e Renaissance
Head, de David Hockney (25 de Outubro de 2007 a 27 de Janeiro de 2008);
› “Sonia Delaunay”, no Skissernas Museum, Suécia. Projet Voyages Lointains, Projet Voyages
Lointains, Auto-Portrait, Chanteur Flamenco (dit Petit Flamenco) e Marché au Minho, desenhos
de Sonia Delaunay (11 de Novembro de 2007 a 12 de Fevereiro de 2008);
› “Peter Blake: A Retrospective”, na Tate Liverpool. Love Wall, pintura de Peter Blake (29 de Junho
a 23 de Setembro de 2007);
084.085
084.
Relatório Balanço e Contas 2007
› “Pop and Popular Culture”, na Wolverhampton Art Gallery. For Men only Staring MM and BB,
pintura de Peter Philips (29 de Março a 4 de Agosto de 2007).
Actividades educativas
Total anual de eventos: 1719
Total anual de utentes: 39 350
O Sector de Educação e Animação Artística (SEAA) do CAMJAP continuou a desenvolver
e consolidar o seu programa de objectivos no âmbito da divulgação e interpretação da arte moderna
e contemporânea a partir da colecção permanente e exposições temporárias, de acordo com as linhas
orientadoras estabelecidas nos anos anteriores, acentuando o seu posicionamento na promoção
de uma educação museal de qualidade, diversidade e inclusão.
No ano de 2007, o SEAA participou activamente no programa de Comemorações do Cinquentenário da
Fundação Calouste Gulbenkian, pelo que, para além das actividades desenvolvidas directamente para
o Centro de Arte Moderna no espaço físico da Fundação, criou e orientou nove programas educativos
diferentes para o conjunto de nove exposições fora de portas, realizadas no âmbito
do programa “O Estado do Mundo” – “Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância”.
Ainda ao abrigo do programa do cinquentenário, o SEAA desenhou e orientou programas
de actividades para as exposições “Ingenuidades” e “50 Anos de Arte Portuguesa”, numa parceria
com o Serviço de Ciência e com o Serviço de Belas-Artes da Fundação, respectivamente, e um
extenso programa de oficinas ao ar livre para o programa “O Estado do Mundo” – “Jardim do Mundo”.
Durante este ano verificou-se uma ligeira queda do número de eventos realizados devido à retirada
da Colecção durante o programa “O Estado do Mundo” – “Sítio das Artes” (Abril-Julho) e ao
encerramento da galeria do Centro de Arte Moderna para reformulação da exposição da colecção
permanente durante os meses de Verão. Ainda assim, verificou-se um aumento de participantes
nas actividades do SEAA, uma vez que a programação desenvolvida durante os meses
de encerramento se realizou ao ar livre num formato mais flexível, o que permitiu acolher grupos
mais numerosos de visitantes. Estes números reflectem ainda as últimas semanas da exposição
“Amadeo de Souza-Cardozo – Diálogo de Vanguardas”.
Visitas guiadas
Total de visitas: 1467
Total de utentes: 33 860
O SEAA deu continuidade ao programa de visitas para o público de inscrição individual (crianças,
jovens e adultos), grupos escolares (todos os níveis de ensino a partir dos dois anos, incluindo grupos
com necessidades especiais) e outros grupos organizados.
Durante a semana, o programa de visitas à hora do almoço para o público interessado – “Encontros
Imediatos” – foi reforçado, mantendo uma grande adesão, o que se verificou também no programa
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
de visitas exclusivas para funcionários
da Fundação Calouste Gulbenkian.
Participantes nas visitas guiadas
23 524 Exposição
da Colecção
Permanente
Ao fim-de-semana mantiveram-se as propostas
habituais aos sábados e domingos para
o público interessado, assim como as propostas
para crianças e jovens, com o programa
“Jovens Percursos pela Arte”.
No âmbito das exposições da iniciativa “Transfert”
foram criados programas específicos nos
diferentes formatos característicos da
programação do CAMJAP: encontros imediatos,
grupos organizados, fim-de-semana para público
interessado, visitas-jogos para crianças.
7663 Exposições
temporárias
1032 Exposições
“Fora de Portas”
(”O Estado do Mundo”
– “Transfert”)
1641 Parcerias com outros
Serviços da Fundação
(exposições com o
serviço de Belas-Artes
e Serviço de Ciência)
Visitas guiadas por tipo de público
[17%]
Inscrição individual
Oficinas
[83%]
Grupos organizados
Total de oficinas: 242
Total de utentes: 2789
Em 2007 mantiveram-se os diferentes
formatos de oficina habitualmente presentes
na programação do SEAA: oficinas
de semicontinuidade com a duração
de quatro meses em regime de frequência
semanal, oficinas de férias em conjuntos
de cinco sessões, oficinas criativas em torno
das exposições temporárias e colecção
permanente, oficinas de contos – “Ideias
Irrequietas” – em parceria com a Livraria
Almedina, oficinas “Museu Aberto” destinadas
a públicos com necessidades especiais.
No início do ano lectivo de 2007-2008
foi ainda criado um novo projecto de oficinas
experimentais para público jovem e retomado
o trabalho de intervenção social e artística
Projecto Intervir, nomeadamente com jovens
em risco de abandono escolar (Bairro
do Zambujal, em parceria com o Centro
de Estudos para a Intervenção Social) e com
a Associação Mulheres Contra a Violência.
Oficinas
125
Exposição
da Colecção
Permanente
28
Exposições
temporárias
18
Exposições
“Fora de Portas”
(”O Estado do Mundo”
– “Transfert”)
71
“O Estado do Mundo”
– “Jardim do Mundo”
Participantes nas oficinas
2840 Exposição
da Colecção
Permanente
1793 Exposições
temporárias
350 Exposições
“Fora de Portas”
(”O Estado do Mundo”
– “Transfert”)
Durante os meses de Junho e Julho foi criado
um extenso e intensivo programa de oficinas
184 “O Estado do Mundo”
– “Jardim do Mundo”
086.087
086.
Relatório Balanço e Contas 2007
criativas no âmbito do programa “Jardim
do Mundo”, que procuraram trabalhar
o cruzamento de culturas, para as quais
se constituíram equipas mistas de monitores
do SEAA e de associações representantes
de minorias étnicas como
é o caso do Moinho da Juventude (Cova
da Moura), do Centro de Estudos para
a Intervenção Social (Bairro do Zambujal),
da Associação de Melhoramentos do Talude
(Talude), e dos Amigos de Cabo Verde.
Oficinas por tipo
118
2
Experimentais
30 Contos
7
Semicontinuidade
70 Férias (Carnaval,
Páscoa, Verão, Natal)
12 “Museu Aberto”
(necessidades especiais)
3
Este cruzamento de projectos e influências
permitiu um trabalho extremamente rico
e diversificado que decorreu no Jardim
Gulbenkian, num modelo de acesso livre que
possibilitou uma grande taxa de participação.
Criativas
Intervenção social
(jovens em risco)
Participantes nas oficinas por tipo
22
Experimentais
520 Contos
94 Semicontinuidade
Cursos
879 Férias (Carnaval,
Páscoa, Verão, Natal)
Total de cursos: 11
Total de utentes: 338
208 “Museu Aberto”
(necessidades especiais)
54 Intervenção social
(jovens em risco)
Os cursos ministrados dividiram-se em três
3390 Criativas
categorias essenciais: cursos e oficinas de
educação artística e prática pedagógica,
cursos de introdução geral à arte, cursos
de educação museal e cultural (destinados especialmente às equipas de monitores e outros agentes
de acção educativa do Fundão, Castelo Branco e Tavira, no âmbito das itinerâncias da Colecção do
programa “Transfert”).
Dado o crescente investimento feito pelo SEAA no desenvolvimento de projectos de intervenção
artística e social a partir da colecção do CAMJAP, foi ainda realizado um curso sobre metodologias
e projectos de intervenção social para toda a equipa de colaboradores e educadores do SEAA,
aberta à participação dos outros serviços educativos da Fundação.
Outras actividades
Participação em publicações da especialidade
› Serviços Educativos na Cultura, coord. de Sara Barriga e Susana Gomes da Silva, Porto,
Sete Pés, col. Públicos, 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP
Representação nacional e internacional
Total de actividades
O SEAA esteve representado em diversos colóquios
e congressos da especialidade, na pessoa
da sua coordenadora Susana Gomes da Silva e restante
equipa, sendo de salientar:
85% Visitas
14% Oficinas
1% Cursos
› “Tap” (Teacher Artist Partnership – LIFT London
International Festival of Theatre), Londres
(26 a 29 de Abril);
› apresentação do trabalho desenvolvido pelo SEAA
no âmbito do “Museu Aberto” com jovens em risco
de abandono escolar;
› Conferência Nacional de Educação Artística, Casa da Música (29 a 31 de Outubro), Porto.
Intervenção na mesa-redonda “Que Formação para os Agentes de Educação Artística?”
› estágios de complemento de formação (não remunerados em regime de part-time) na área de apoio
logístico e produção de eventos (término em Janeiro e em Abril – com duração de três e seis meses,
respectivamente);
› estágio profissional (em parceria com o IFP) na área de apoio logístico, assistência à produção e
projectos educativos (início em Junho – com duração de nove meses);
› estágio curricular (em parceria com a Escola Superior de Educação de Beja – disciplina de Animação
Sócio-Cultural), na área de assistência à produção e projectos educativos (início em Fevereiro – com a
duração de quatro meses);
› estágio internacional (não remunerados em regime de part-time) ao abrigo do programa “Erasmus”
(Universidade de Lubliana, Eslovénia, licenciatura de Estudos Culturais) na área de apoio logístico e
produção de eventos (início em Novembro – com a duração de três meses).
088.089
088.
Relatório Balanço e Contas 2007
Pedro Tropa e Teresa Santos
Exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”, Galeria de Exposições Temporárias da sede, comissariada
por Raquel Henriques da Silva, coadjuvada por Ana Ruivo e Ana Filipa Candeias, 6 de Junho a 9 de Setembro de 2007.
Serviço de Belas-Artes
O Serviço de Belas-Artes prosseguiu, em 2007,
a actividade distributiva de apoio à criação,
divulgação e investigação nas diferentes áreas
artísticas no âmbito da sua competência
– artes plásticas, arquitectura e design, história
da arte, arqueologia e património, cinema
e teatro –, concretizada através da atribuição
de bolsas e subsídios.
Valores em euros
Encargos com pessoal
449 225
Despesas de funcionamento
198 061
Iniciativas próprias
483 282
Subsídios e bolsas
1 238 767
50 000
Prémios
Total
2 419 335
Receitas
284 112
Os seus objectivos principais são apoiar novos
projectos de qualidade, dinamizando os meios
artístico e científico nacionais e promover a arte e os artistas portugueses nos circuitos internacionais,
privilegiando parcerias com entidades relevantes nacionais e estrangeiras.
Em complemento, têm vindo a ser desenvolvidas actividades próprias, em consonância com
os objectivos do Serviço, destacando-se a exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”, que apresentou
uma significativa selecção de obras de um vasto leque de artistas nacionais apoiados pelo Serviço
de Belas-Artes desde 1957.
Também o cinema esteve em destaque no decurso deste ano, com a conclusão do ciclo
“Como o Cinema Era Belo – 50 Filmes Inesquecíveis” e a apresentação do ciclo e colóquio
“Anos Gulbenkian”, exibindo e discutindo os primeiros filmes do novo cinema português apoiados
pela Fundação Calouste Gulbenkian, ambos organizados em colaboração com a Cinemateca
Portuguesa – Museu do Cinema.
O ano de 2007 foi ainda o da atribuição do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação
e Valorização do Património, atribuído ao projecto de “Tratamento e Divulgação da Biblioteca
da Casa Sabugosa e São Lourenço”, em Lisboa.
Artes plásticas e exposições
[347 980]
“Acordo Tripartido”
O programa “Acordo Tripartido” reúne, em cada ano, as contribuições paritárias do Ministério
da Cultura, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e da Fundação Calouste
Gulbenkian para o apoio a projectos de qualidade que visem a promoção e a divulgação da arte
portuguesa no estrangeiro e desenvolvam o intercâmbio artístico internacional.
Em 2007 foram contemplados 22 projectos. Na sua maioria, os subsídios atribuídos destinaram-se
ao apoio à participação de artistas portugueses em eventos e exposições internacionais,
individuais e colectivas.
090. 091
Relatório Balanço e Contas 2007
Destacamos, entre os eventos internacionais, a participação de criadores nacionais nas bienais
de arte de Istambul (Turquia) e de Lulea (Suécia) e nos fóruns ICAT (International Conference
on Artificial Reality and Telexistence), em Esbjerg (Dinamarca), FILE (Festival Internacional
de Linguagem Electrónica), em São Paulo, e NIME (New Interfaces for Musical Expression),
em Nova Iorque. De salientar ainda a grande quantidade e diversidade de exposições de artistas
portugueses em importantes instituições e espaços internacionais, como é o caso das exposições
individuais de João Paulo Feliciano no Contemporary Art Center de Cincinnati, de Ricardo
Gouveia (Rigo) no Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro, de Rui Chafes
na Fundação Eva Klabin, também no Rio de Janeiro, de Hugo Canoilas no Frankfurter
Kunsteverein, em Frankfurt, e, finalmente, a exposição retrospectiva sobre a obra do arquitecto
Pancho Guedes no Swiss Architecture Museum, em Basileia. Das exposições colectivas,
destacamos a participação do artista Sancho Silva no projecto internacional “Urban
Interface/Oslo” e as exposições colectivas de artistas portugueses “Stream”, em Nova Iorque,
e “Intro”, em Bruxelas.
[334 000]
Projectos de Criação Artística
O Programa de Apoio a Projectos de Criação Artística promove a realização de projectos artísticos
de longo fôlego, relevantes e coerentes no interior de percursos autorais. Vocacionado para o apoio
à investigação artística, realizada individualmente ou em colaboração, este programa procura
sintonizar-se com o tempo da criação.
A natureza prospectiva e experimental desta linha de apoio tem encontrado um eco crescente junto
dos criadores, tendo-se registado em 2007 um aumento muito significativo do número de candidaturas,
o mais elevado desde a criação deste programa.
Foram apreciadas 54 candidaturas, tendo sido financiados seis projectos que se demarcaram
pela inovação, excelência e solidez, da autoria de Filipa Nunes Raposo, Inês Pais, João dos Santos,
João Simões e Paulo José Miranda, Miguel Rondon e Regina Franck.
Apoio à produção de exposições
[331 550]
Este programa subsidia a realização de exposições de arte contemporânea, individuais ou colectivas,
e destina-se a artistas, curadores e promotores artísticos, dando assim resposta a um número
significativo de solicitações. Tem como objectivos contribuir quer para a solidificação do tecido
artístico, quer para a profissionalização do sector. Os apoios atribuídos em 2007, num total
de 10 projectos, repartem-se por espaços e estruturas de diferentes zonas do país, nomeadamente
em Lisboa, Sines, Coimbra, Guarda, Vila do Conde e Montemor-o-Novo. Nesse sentido, o programa
promove igualmente a descentralização da oferta cultural e a sua diversificação.
“Projectos de Desenvolvimento e Divulgação Artística”
[3145 095]
O programa “Projectos de Desenvolvimento e Divulgação Artística” actua ao nível das instituições
e estruturas de ensino, produção e divulgação artísticos. Actua igualmente ao nível dos artistas
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Belas-Artes
e investigadores, fomentando a constituição de documentação e a inventariação de obras
e percursos artísticos, assim como a formação e divulgação dos artistas e das suas obras,
nacional e internacionalmente.
Em 2007, foram contemplados 14 projectos através de apoios repartidos pelas estruturas
de formação artística como o Ar.Co (Almada), Maumaus (Lisboa) e pelas estruturas de produção
e divulgação artística como as associações culturais Transforma AC (Torres Vedras) e Número
– Arte e Cultura (Lisboa) e a plataforma digital NADA (Lisboa). Entre os subsídios atribuídos
a investigadores e artistas individuais destacamos o apoio ao ensaísta e curador Sérgio Mah
para o projecto “Objectiva: Base de Dados sobre a História da Fotografia em Portugal”
e ao artista e teórico Pedro Paixão para o projecto editorial “A Disciplina sem Nome”,
entre outros.
[3359 764]
Exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”
Comissariada por Raquel Henriques da Silva, coadjuvada por Ana Ruivo e Ana Filipa Candeias,
a exposição “50 Anos de Arte Portuguesa” apresentou, entre 6 de Junho e 9 de Setembro
de 2007, uma selecção de obras da colecção do Centro de Arte Moderna José de Azeredo
Perdigão (CAMJAP), escolhidas em articulação com a documentação de arquivo do Serviço
de Belas-Artes sobre os artistas apoiados, em subsídios e bolsas, pela Fundação, desde 1957
até à actualidade. O cruzamento das obras com a documentação permitiu ao público percorrer
o processo criativo dos artistas: dos relatórios de trabalho – alguns deles objectos artísticos
com plena autonomia – às obras finais. Com mais de uma centena de artistas portugueses
aí representados, a exposição celebrou o contributo da Fundação no campo das artes ao longo
dos seus cinquenta anos de existência.
A exposição, apresentada nas galerias de exposições temporárias da sede, alargou-se a outros
espaços do edifício e jardim, integrando também, através de documentação, as obras de artistas
concebidas especialmente para a sede da Fundação. Um desses espaços foi o bar do Museu
Calouste Gulbenkian que voltou a apresentar, durante o período de abertura da exposição,
o conjunto de pinturas encomendadas em 1968 para a sua decoração interior.
Finalmente, a exposição foi acompanhada por um vasto programa cultural, em múltiplas vertentes,
envolvendo visitas guiadas, mesas-redondas, um ciclo de vídeo documental sobre artistas
e a realização de um curso livre sobre a arte portuguesa nos últimos cinquenta anos. Na ocasião,
foi publicado um jornal da exposição bilingue português-inglês.
No âmbito da exposição “50 Anos de Arte Portuguesa” foi editado um catálogo, com edição
em português e inglês, profusamente ilustrado, contendo os ensaios e os textos resultantes
da investigação realizada pelas comissárias, no arquivo do Serviço de Belas-Artes, nomeadamente,
sobre a documentação dos processos de bolsas e subsídios, em articulação com as obras de arte
seleccionadas para a exposição, pertencentes à colecção do CAMJAP, abrindo-as a novas
abordagens e leituras.
092.093
092.
Relatório Balanço e Contas 2007
Estudos de arte, arqueologia e património
[386 097]
História da arte e arqueologia
História da arte
Na sequência do projecto de investigação coordenado por Alexandra Gago da Câmara, financiado
pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, este Serviço iniciou a preparação da reedição
do volume do Corpus da Azulejaria em Portugal dedicado ao azulejo do século XVIII, que terá
a supervisão da citada investigadora e deverá estar concluído em meados de 2008, de forma a
permitir a sua publicação em 2009. Esta publicação concluirá o projecto de reedição do Corpus,
iniciado com o volume dedicado ao azulejo dos séculos XV e XVI e continuado com os dois tomos
relativos ao azulejo do século XVII.
Entre as realizações apoiadas pelo Serviço no corrente ano, destaca-se a exposição comissariada
por José António Falcão, do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese
de Beja, intitulada “No Caminho sob as Estrelas – Santiago e a Peregrinação a Compostela”,
apresentada em Santiago do Cacém, entre Julho e Outubro de 2007, reunindo um notável conjunto
de mais de 120 peças, do século IX aos nossos dias. Outra exposição que mereceu a nossa atenção foi
a realizada em Julho de 2007 pelo Museu Nacional do Azulejo, comemorando o Centenário
do Nascimento de João dos Santos Simões e o seu notável trabalho em prol do estudo da azulejaria
portuguesa, iniciativa a que nos associámos também com um breve texto de homenagem ao saudoso
investigador, que integrou o respectivo catálogo.
O Serviço continuou a sua prática de apoio a reuniões científicas relevantes, casos do I Ciclo
de Conferências para o Estudo dos Bens Culturais da Igreja, organizado pelo Patriarcado de Lisboa
em Abril de 2007, e subordinado ao tema “Formas de Religiosidade e Sacralidade nas Artes
Decorativas Portuguesas”, e do colóquio internacional “Criação e Constrangimento. Olhares Cruzados
sobre o Poder em Trânsito”, iniciativa coordenada por Joana Cunha Leal do Instituto de História
da Arte da Universidade Nova de Lisboa, que teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
desta universidade, em Setembro de 2007.
Foi ainda concedido, pela última vez, um subsídio para possibilitar a participação de Rui Oliveira
Lopes, mestre e doutorando pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, trabalhando sobre o tema
“Em Torno da Miscigenação da Arte Cristã na Ásia (1500-1800)”, no fórum “Corporealities:
Art, Transgression and the Body Research”, na Tate Liverpool, onde proferiu uma conferência
tendo como tema “Body Language and Narrative on Renaissance Painting in Portugal”,
em Março de 2007.
Arqueologia
Foram concedidos subsídios para a realização de trabalhos de campo e de investigação, levados
a cabo por arqueólogos, investigadores e instituições especializadas nacionais, incluindo a
prossecução do apoio ao projecto “Villa Romana do Rabaçal”, desenvolvido pela Associação de
Amigos da Villa Romana do Rabaçal, presidida por Miguel Pessoa; um subsídio a Ana Margarida
Arruda, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para uma intervenção de investigação
na estação arqueológica romana de Monte Molião, em Lagos; um apoio a Victor dos Santos
Gonçalves, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para a continuação do projecto de
investigação sobre as placas de xisto do megalitismo no Alentejo, “Placa Nostra”, este ano centrado
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Belas-Artes
no registo das placas gravadas do monumento da Pedra Branca, em Melides; a Ana Maria
Gonçalves Ávila de Melo para o projecto “Alguns Aspectos da Metalurgia da Idade do Bronze
do Castro de Pragança, Cadaval”; a Miguel Lago, ERA Arqueologia, para a “Investigação e Preparação
da Monografia dos Sepulcros 1 e 2 da Necrópole dos Perdigões”, Reguengos de Monsaraz;
e, finalmente, um apoio a Rosa Varela Gomes para uma intervenção arqueológica no Ribat
da Arrifana, na Ponta da Atalaia, Aljezur.
Foram igualmente concedidos, pela última vez, dois subsídios para possibilitar a participação
de Ana Maria Caixado Novo da Costa na 35th Annual Conference on Computer Applications
and Quantitative Methods in Archaeology: Layers of Perception – CAA 2007, em Berlim,
de 2 a 6 de Abril de 2007, onde apresentou uma comunicação intitulada “Developing
a Geoarchaeological GIS: Settlement Patterns and Quaternary Landscapes in the Ponte de Sor
territory (Portugal)”, e de José d’Encarnação, professor catedrático da Universidade de Coimbra,
na VII Mesa-Redonda sobre a Lusitânia Romana, que teve como tema “La naissance de la Lusitanie
romaine (1er S. av.-1er S, ap. J.C.)”, na qual apresentou a comunicação “Aspectos da aculturação
onomástica nos primórdios da Lusitânia”.
Apoio a edições em arqueologia, história da arte e património
Do universo de candidaturas a concurso, houve seis que mereceram a proposta de deferimento
do pedido formulado, a saber: a do Museu Municipal de Coruche, para a edição da obra Subsídios
para a História da Fundição Sineira em Portugal – Estudos em Torno do Sino Medieval da Igreja
de S. Pedro de Coruche, projecto de Luís Carlos Pereira Sebastian; o estudo Depósitos de
Bronze do Território Português: Um Debate em Aberto, de Raquel Vilaça, do Instituto de
Arqueologia da Universidade de Coimbra; um último apoio à edição do Journal of Iberian
Archaeology, vols. 9-10, iniciativa de divulgação da arqueologia portuguesa em língua inglesa,
promovida por Vítor de Oliveira Jorge, da ADECAP; o projecto da Fundação Maria Isabel Guerra
Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, de edição de um estudo sobre o quadro Visão de
Tondale, atribuído a Jerónimo Bosch; a da Imprensa da Universidade de Coimbra, para a edição
da obra O Processo SAAL e a Arquitectura no 25 de Abril de 1974 de José António Oliveira
Bandeirinha; e Ana Margarida Arruda, da Faculdade de Letras de Lisboa, para a publicação
dos textos de uma mesa-redonda realizada no âmbito do 6.º Congresso Internacional
de Estudos Fenícios e Púnicos, que teve lugar em Lisboa em 2005 com o apoio da Fundação
Calouste Gulbenkian.
[352 851]
Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património
Teve lugar em Maio de 2007 a reunião do Júri para a atribuição do primeiro Prémio Vasco Vilalva
para a Recuperação e Valorização do Património, Júri que integrou: Dalila Rodrigues, doutorada
em História da Arte, especialista em pintura portuguesa do Renascimento e então directora do
Museu Nacional de Arte Antiga; António Ressano Garcia Lamas, professor catedrático do Instituto
Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa; José Pedro Martins Barata, professor
catedrático jubilado do Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa; José Sarmento
de Matos, olisipógrafo; e o director do Serviço de Belas-Artes desta Fundação, Manuel da Costa
Cabral, que presidiu ao Júri.
094.095
094.
Relatório Balanço e Contas 2007
Orlando Teixeira
Entrega do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património: a condessa de Vilalva, o premiado,
Vasco de Melo, presidente da Associação Cultural da Casa de Sabugosa e São Lourenço, e Teresa Gouveia.
Os membros do Júri analisaram detalhadamente as 22 candidaturas oportunamente apresentadas,
tendo proposto a concessão do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização
do Património, relativo ao ano de 2007, no montante de € 50 000, ao projecto de “Tratamento
e Divulgação da Biblioteca da Casa Sabugosa e São Lourenço”, em Lisboa, apresentado pelo
presidente da Associação Cultural da Casa de Sabugosa e São Lourenço, Vasco de Melo.
Os membros do Júri propuseram ainda duas referências honrosas a dois projectos que, embora
não tenham sido premiados, foram considerados como os mais relevantes entre o restante conjunto
de propostas a concurso: o “Projecto de Inventariação, Salvaguarda, Restauro e Divulgação do
Património Cultural Religioso no Baixo Alentejo”, do Departamento de Património Histórico
da Diocese de Beja, e o “Projecto de Restauro da Capela da Misericórdia de Arouca”, da Santa Casa
da Misericórdia de Arouca.
Teatro
O Sector de Teatro manteve o apoio aos encenadores em início de profissionalização, à investigação
teatral e à consolidação de estruturas teatrais. Este conjunto de linhas programáticas permitiu,
mais uma vez, optimizar a sua vocação distributiva.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Belas-Artes
[337 145]
Programa de Apoio a Novos Encenadores
Este programa continua a demonstrar a sua eficácia na promoção da carreira de jovens criadores,
contribuindo, ainda, para o reforço da vertente experimental da cena teatral portuguesa.
Este ano foram subsidiados nove encenadores, entre os quais: Sofia Cabrita, Hugo Caroça,
Vvoitek Ziemilski e David Pereira Bastos, em começo de carreira e com trabalhos assinaláveis.
Lígia Soares concluiu o ciclo de apoios atribuídos, no quadro deste programa, com o projecto
“A Minha Especificidade”.
[318 600]
Investigação na área teatral
Destinado fundamentalmente a projectos com acentuada vertente experimental que se proponham
preencher lacunas existentes no quadro da criação teatral portuguesa, este programa contemplou
quatro acções de investigação. Destaca-se o apoio atribuído a Lúcia Sigalho, responsável pela
companhia de teatro Sensurround, com o projecto “Transfigurada”, da sua autoria, uma co-produção
luso-brasileira. De salientar, ainda, o subsídio concedido à Exquorom – projecto de promoção artística
que cruza a criação contemporânea com o património cultural do Alentejo.
Ricardo Velez
Vila Aniñando, encenação de Sofia Cabrita. Programa de Apoio a Novos Encenadores.
096.097
096.
Relatório Balanço e Contas 2007
Consolidação de Estruturas Teatrais
[382 620]
O programa “Consolidação de Estruturas Teatrais” representa a linha distributiva de maior impacto
financeiro, ao corresponder a necessidades que dificilmente encontram eco noutras instituições
de apoio. Enquadra um conjunto amplo de solicitações, particularmente de ordem técnica e logística,
cuja resposta permite uma efectiva diferença no percurso artístico da estrutura. Através deste
programa é possível viabilizar a inovação inerente às especificidades da acção artística das várias
estruturas teatrais. Foram subsidiadas quatro estruturas, a saber: Encerrado para Obras, de Coimbra,
Acert, de Tondela, e As Boas Raparigas e Circolando, do Porto.
Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa
Prosseguiu, ainda, a elaboração de uma monografia intitulada “Estudo da Intervenção da Fundação
Calouste Gulbenkian no Teatro em Portugal”, subsidiada pelo Serviço, da autoria de Maria Helena
Serôdio e Maria João Brilhante.
Cinema
[385 925]
Subsídios
O Serviço prosseguiu, em 2007, o apoio a projectos inovadores e de carácter experimental no campo
da realização cinematográfica, em particular na área do documentário, contribuindo também de forma
significativa para a divulgação do cinema português e para a concretização de acções de formação
e especialização nos mesmos domínios.
Assim, foram atribuídos subsídios à Midas Filmes para a divulgação das obras do cineasta Pedro Costa
e da artista plástica Joana Vasconcelos, à produtora Rumo do Fumo para a produção do filme Curso
de Silêncio, de Vera Mantero e Miguel Gonçalves Mendes, e a Rita Azevedo Gomes para a realização
de um filme baseado num conto de Stefan Zweig.
Em parceria com o ICAM e a Câmara Municipal de Serpa, a Fundação apoiou a Apordoc – Associação
pelo Documentário, responsável pela realização do seminário internacional “Docs Kingdom” que teve
lugar na cidade de Serpa no mês de Junho. Foi igualmente apoiada a edição de um número especial
da revista de cinema docs.pt, dedicado integralmente à relação entre as artes e o cinema documental.
A Cooperativa Monomito recebeu um apoio destinado à organização de um workshop internacional
de escrita de argumento que decorreu no Convento da Arrábida e a Associação de Imagem, Cinema
e Televisão, representante em Portugal da Fundação “The One Minutes”, foi apoiada para a realização,
no CAMJAP, de um workshop de cinema experimental, no âmbito do qual foram produzidos
e apresentados 20 filmes de um minuto. A jovem cineasta Joana Pimentel beneficiou de um subsídio
de viagem que lhe permitiu deslocar-se a Singapura, a fim de apresentar o seu filme Paredes-meias
no Next Reel International Film Festival, organizado pela Tisch School of the Arts da Universidade
de Nova Iorque.
A Fundação concedeu um subsídio à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa, como comparticipação nos encargos com a edição videográfica dos 12 filmes
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Belas-Artes
que integraram o projecto “Vídeos
de Arte”, totalmente financiado pela
Fundação. Estes filmes, da autoria
de alunos de cinema da referida
faculdade, distinguiram-se pela
qualidade artística e pelo seu carácter
experimental e constituem um
importante registo da obra de alguns
artistas plásticos portugueses
que expuseram os seus trabalhos
no CAMJAP, bem como
sobre as obras dos especialistas
Mário Novaes e Robert Chester Smith,
também reveladas publicamente
através de exposições organizadas
pelo Serviço de Belas-Artes.
Por último, destaca-se o reforço
do subsídio concedido em 2006
a Maria João Guardão para permitir
Bolsa de estudo de residência artística na Künstlerhaus Bethanien, Berlim.
Imagem retirada do filme B7, de Maria João Guardão.
a conclusão do documentário,
intitulado B7, que seguiu a actividade
desenvolvida pelos sete primeiros artistas plásticos portugueses beneficiários da Bolsa João Hogan,
no âmbito das residências artísticas que realizaram na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim.
Este documentário permitiu avaliar o papel desempenhado pela atribuição anual da mencionada
bolsa para a afirmação e divulgação da arte portuguesa nos circuitos nacionais e internacionais,
designadamente na Alemanha. O filme foi apresentado na Fundação em sessão pública,
no final do ano.
[332 444]
Ciclo de cinema “Como o Cinema Era Belo – 50 Filmes Inesquecíveis”
No âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação e em colaboração com a Cinemateca
Portuguesa – Museu do Cinema, decorreu até 18 de Fevereiro de 2007 o ciclo de cinema “Como
o Cinema Era Belo – 50 Filmes Inesquecíveis”, numa escolha de João Bénard da Costa, iniciado
no ano anterior. Nas 29 sessões que tiveram lugar em 2007 foram apresentados filmes de grandes
realizadores, como Jean Renoir, Frank Capra, Ingmar Bergman, Roberto Rossellini, Federico Fellini,
Luchino Visconti e S. M. Eisenstein, entre outros. O filme The New World concluiu este ciclo
e foi aplaudido pelo público numa expressão de apreço por esta iniciativa que permitiu o regresso
do cinema ao grande écrã. O catálogo do ciclo teve um excelente acolhimento, estando
presentemente esgotado.
[344 141]
Colóquio e ciclo de cinema “Anos Gulbenkian”
Igualmente integrado nos eventos comemorativos do cinquentenário da Fundação e em parceria
com a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, foi realizado um ciclo de cinema português
098.099
098.
Relatório Balanço e Contas 2007
que integrou os primeiros filmes
apoiados pela Fundação na sequência
da assinatura do protocolo que permitiu
a criação do Centro Português
de Cinema, em 1971. Este ciclo
foi acompanhado por um colóquio,
em que participaram cineastas, críticos
e historiadores, tendo sido destacada
a acção da Fundação para a renovação
da produção cinematográfica
portuguesa. Na mesma ocasião,
foi editado um livro, da autoria
de João Bénard da Costa, intitulado
Cinema Português: Anos Gulbenkian,
dedicado à intervenção da Fundação
para o relançamento do cinema
português.
Bolsas de estudo
A atribuição de bolsas de estudo
nas diversas áreas da competência
do Serviço de Belas-Artes teve início
em 1957 e tem-se mantido como forma
de intervenção de grande importância
para o apoio à criação artística,
à investigação, ao aprofundamento
e reflexão teórica e à valorização e
actualização profissionais.
A programação destas bolsas,
concedidas por concurso anual,
tem acompanhado a evolução
do meio artístico do País, atendendo às carências e prioridades em cada área de especialização e
à existência de outras formas de apoio à disposição dos interessados. Nos últimos dez anos, têm
vindo também a ser concedidas bolsas para residências artísticas, destinadas a estágios em
academias ou centros artísticos de reconhecido prestígio internacional, o que tem contribuído para
o desenvolvimento de projectos inovadores em áreas de vanguarda e para a divulgação da obra
de jovens artistas portugueses no estrangeiro, possibilitando a sua entrada nos circuitos de arte
internacionais.
Cinema Português: Anos Gulbenkian, de João Bénard da Costa.
Os encargos incorridos com esta actividade contemplam não só o valor das atribuições de bolsas
de estudo, como também a comparticipação de outras entidades nessas concessões e os encargos
decorrentes dos concursos.
Em 2007, o Serviço de Belas-Artes concedeu as seguintes bolsas de estudo:
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Belas-Artes
[3365 228]
Bolsas de estudo de especialização e valorização profissional
O concurso relativo ao ano lectivo de 2007-2008 contemplou as áreas de artes visuais, gestão
das artes e curadoria, arquitectura e urbanismo, design e cinema (sem a vertente de realização).
Foram aceites a concurso 167 candidatos, cujas propostas foram apreciadas pelo Júri constituído para
o efeito. As bolsas concedidas cobriram todas as áreas a concurso e distinguiram projectos originais
e inovadores visando campos de especialização mais carenciados de estudo, muitos dos quais
a cumprir em instituições de mérito e qualidade, com competências pedagógicas e programáticas
adequadas à natureza das propostas apresentadas.
Os gráficos que se seguem registam a distribuição das 24 bolsas atribuídas em 2007,
por especialidades e por países:
Países
Especialidades
7 EUA
3
Design
3
Gestão das artes
e curadoria
5
Arquitectura
e urbanismo
2 Índia
7
Artes visuais
2 Suécia
6
Cinema
1 Alemanha
1 França
1 Itália
1 Suíça
9 Reino Unido
As sete bolsas para os Estados Unidos da América foram concedidas no âmbito do protocolo
estabelecido em 1987 com a FLAD, cabendo às duas fundações a análise dos pedidos, a sua selecção
e os encargos com a respectiva atribuição.
[3119 531]
Prorrogação de bolsas de especialização e valorização profissional
Ao abrigo das normas regulamentares em vigor e tendo em conta o excelente resultado dos bolseiros,
confirmado por pareceres dos respectivos orientadores, foram prorrogadas, durante o ano de 2007,
13 bolsas de especialização, a fim de permitir o prosseguimento ou a conclusão dos estudos iniciados
com o nosso apoio. As prorrogações de bolsas nos Estados Unidos da América, em número de seis,
foram efectuadas igualmente em colaboração com a FLAD.
[360 813]
Bolsas Exemplares/Residências Artísticas
Bolsa Ernesto de Sousa – 15.ª edição
Esta bolsa é de iniciativa conjunta da Experimental Intermedia Foundation de Nova Iorque,
da FLAD e da Fundação Calouste Gulbenkian e foi instituída em homenagem ao artista Ernesto
de Sousa, pioneiro na área da arte experimental multimédia. O vencedor da 15.ª edição
será conhecido no início de Janeiro de 2008, após a reunião do Júri que integrará as comemorações
100.101
100.
Relatório Balanço e Contas 2007
João Silveira Ramos
Grandes Sinais, encenação de Rita Calçada Bastos. Programa de Apoio a Novos Encenadores.
dos “15 Anos da Bolsa Ernesto de Sousa”, comemorações que terão lugar no Espaço Avenida, com a
apresentação de trabalhos dos artistas que beneficiaram da bolsa ao longo dos anos da sua existência
e com o lançamento de um livro e de um site sobre a mesma. Estas comemorações, coordenadas pela
produtora cultural Isabel Alves, viúva de Ernesto de Sousa, serão apoiadas pelas fundações que têm
vindo a patrocinar a bolsa.
Bolsa João Hogan – 9.ª edição
Desde 1999, a Fundação concede anualmente uma bolsa de estudo de 12 meses para a realização
de uma residência artística na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim. Esta bolsa, criada a partir
do Legado João Hogan e em sua homenagem, tem obtido um sucesso assinalável, permitindo
o desenvolvimento do trabalho de jovens artistas portugueses, cujas carreiras profissionais atingiram
já uma assinalável divulgação internacional. O artista contemplado em 2007, no âmbito do protocolo
com a referida instituição berlinense, foi Daniel Barroca.
Bolsa Casa de Velázquez – 3.ª edição
Criada em 2005, esta bolsa destina-se à realização de um estágio de criação artística, com a duração
de seis meses, em Madrid, na Casa de Velázquez. Num total de 21 candidaturas, Ramiro Guerreiro
foi o artista seleccionado, por unanimidade, pelo potencial e qualidade do trabalho apresentado
e por o Júri ter considerado que esta residência, num contexto estimulante, seria decisiva
para o desenvolvimento da sua obra.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Belas-Artes
Pedro Barateiro, Mapa Psicogeográfico I/ Phycogeographical Map I, 2006, impressão fotográfica, 220 x 183 cm.
Cortesia do artista e Galeria Pedro Cera. Exposição “Intro”, Bruxelas, 2007. Programa “Acordo Tripartido”.
Bolsas para Residências Artísticas em Nova Iorque – 3.ª edição
Em colaboração com a FLAD, prosseguiu o acordo com duas instituições norte-americanas de grande
prestígio internacional no domínio das artes visuais – o ISCP, International Studio and Curatorial
Program, e o Location One, ambas em Nova Iorque. O objectivo destas bolsas de residência, a cumprir
nos referidos centros artísticos, é permitir que jovens artistas possam desenvolver projectos inovadores
e experimentais e divulgar o seu trabalho, entrando nos circuitos artísticos internacionais. Em 2007,
Pedro Barateiro foi o vencedor da bolsa para a primeira instituição citada e Mafalda Santos para a
segunda. Os estágios têm a duração de seis meses e deverão proporcionar aos artistas seleccionados
a oportunidade de desenvolver os projectos específicos que apresentaram a concurso e de os
apresentar publicamente, desenvolvendo as potencialidades que os júris lhes reconheceram.
102.103
102.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Educação
Conferência internacional “Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade”, 19 e 20 de Novembro de 2007.
Serviço de Educação e Bolsas
Valores em euros
Encargos com pessoal
1 030 938
Despesas de funcionamento
247 799
Subsídios e bolsas
3 554 806
Iniciativas próprias
1 238 669
Total
6 072 212
813 535
Receitas
Objectivos programáticos
e critérios de intervenção
No ano de 2007, o Serviço de Educação e Bolsas
prosseguiu a sua actividade através da
concessão de subsídios e bolsas que apoiaram
programas, projectos e acções educativas e por
meio de algumas actividades próprias de que
sobressaem, pela sua dimensão e importância,
o Plano de Edições e a realização de uma
conferência internacional sobre um tema
educativo de actualidade.
O Serviço de Educação e Bolsas tem por missão
contribuir para o desenvolvimento educativo e
para o debate sobre o desenvolvimento da
educação quer no quadro escolar, quer no
âmbito extra-escolar. Merecem especial atenção
os projectos e actividades que privilegiam a
formação ao longo da vida, o uso de novas
tecnologias de informação na educação,
a aquisição de novas aptidões e novos
conhecimentos que tornem mais efectivo
o sistema de educação/formação, o
desenvolvimento das áreas básicas da formação
e todas as actividades que contribuam para o
desenvolvimento integral da criança, do jovem
e do adulto, do ponto de vista emocional,
cognitivo e sociocultural.
106.107
Relatório Balanço e Contas 2007
Subsídios
Relativamente à actividade de distribuição, o Serviço concentrou a sua intervenção nas seguintes áreas:
› reforço do ensino especial;
› capacitação da educação pré-escolar e básica;
› desenvolvimento do ensino secundário e profissionalizante;
› promoção do ensino superior;
› promoção das actividades culturais e científicas de jovens;
› desenvolvimento de múltiplos projectos culturais;
› pesquisa educativa no País;
› intervenção em língua portuguesa e no ensino da matemática e da física.
O apoio a projectos no âmbito de todos estes programas orientou-se por critérios de qualidade,
pertinência, rigor e eficácia, quer no que respeita à selecção das propostas que foram submetidas ao
Serviço, quer relativamente a projectos e acções conduzidos por terceiros, mas cuja iniciativa foi
estimulada pelo Serviço numa lógica proactiva.
O Programa de Promoção do Ensino Especial tem em vista o apoio a instituições que têm como
finalidade a educação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, tendo sido
concedidos subsídios destinados à aquisição de equipamento educativo específico, à realização de
acções de formação e à organização de diversas iniciativas visando a integração social e educativa
dos referidos jovens e crianças.
O Programa de Apoio à Educação Pré-Escolar e Básica tem como objectivos essenciais:
› contribuir para atenuar as carências relativas à falta de equipamento elementar;
› fomentar o gosto pelo livro e pela leitura;
› favorecer diversos modelos de intervenção educativa.
O Programa de Apoio ao Ensino Secundário e Profissionalizante centra-se essencialmente no
reequipamento e actualização das bibliotecas/centros de recursos, atenta a enorme importância
do livro e da leitura quer em termos estritamente escolares, quer em termos de desenvolvimento
cultural.
O Serviço apoia, também, a modernização e informatização das escolas deste nível educativo e o seu
apetrechamento laboratorial e de multimédia, bem como acções de formação de professores.
O Programa de Apoio ao Ensino Superior visa, principalmente, contribuir para a melhoria da
qualidade deste subsistema de ensino desdobrando-se a acção do Serviço em domínios como o da
aquisição de equipamento didáctico e laboratorial, a aquisição de bibliografias especializadas, o
tratamento e modernização de bibliotecas e arquivos, o patrocínio de publicações, o apoio a cursos de
mestrado e doutoramento e à realização de estudos e, ainda, a reuniões científico-pedagógicas.
O Programa de Actividades Culturais e Científicas de Jovens dirige-se, especialmente, aos que
frequentam o ensino superior, principalmente através do apoio a actividades e iniciativas promovidas
e realizadas pelos próprios estudantes nos domínios artístico e científico.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
O Programa de Apoio a Outros Projectos Culturais procura contemplar a vertente cultural do processo
educativo, tanto a nível da criança como do adulto, tendo sido concedidos apoios a instituições
públicas e privadas que promoveram iniciativas de reconhecido interesse para a conservação e
renovação dos valores da cultura portuguesa.
O Programa de Intervenção em Língua Portuguesa visa estimular o aparecimento de instrumentos
técnico-científicos de qualidade e actuar na área prioritária do ensino da língua através do
desenvolvimento de projectos plurianuais, de natureza experimental, que promovam a melhoria desse
ensino, em articulação com o Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa.
Bolsas de estudo
Esta actividade do Serviço tem tido como objectivo essencial o aumento da qualificação académica e
profissional de especialistas de alto nível – tendo subsidiado e prestado apoio significativo a
actividades de pós-graduação, seja na realização de estágios em centros estrangeiros, seja na
internacionalização da cultura e ciência portuguesas, pelo contributo à participação de cientistas e
académicos em congressos e reuniões prestigiados.
Esta actividade exerce-se através da atribuição de bolsas de estudo e de subsídios que visam a
formação, actualização e aperfeiçoamento de cientistas e profissionais qualificados. Adicionalmente,
são atribuídas bolsas a alunos dos ensinos secundário e superior, seleccionados de acordo com
critérios que têm em conta a situação económica e as classificações académicas dos candidatos.
No âmbito desta actividade de formação de recursos humanos de qualidade, que se traduz na
atribuição de bolsas de estudo, destacam-se:
› Bolsas de estudo de longa duração para licenciados que visam obter o grau de doutor, para
actividades de pós-doutoramento e para outras actividades de investigação conduzidas por
professores universitários ou investigadores e que abarcam projectos que se realizam em centros
estrangeiros de reconhecida qualidade, com duração superior a três meses.
› Bolsas de estudo de curta duração e subsídios de viagem para candidatos com uma habilitação
académica mínima ao nível da licenciatura que contemplam:
· bolsas com duração de um a três meses para pós-graduação no estrangeiro, com o objectivo de
responder à necessidade de realização de trabalhos laboratoriais, de pesquisas bibliográficas,
redacções de teses e artigos e aprendizagem de novas técnicas e metodologias quer por doutorandos,
quer por investigadores seniores;
· subsídios para participação no estrangeiro em congressos internacionais, reuniões científicas e
estágios curtos (até um mês) e que se têm revelado de interesse para a comunidade académica e
científica.
› Bolsas de estudo para estudantes dos ensinos secundário e superior que visam o apoio ao
prosseguimento de estudos e que se regem por critérios de qualidade académica, completados com
factores que se reportam à situação económica dos respectivos agregados familiares.
108.109
108.
Relatório Balanço e Contas 2007
Para a prossecução destes objectivos, mantiveram-se em vigor os protocolos com a Universidade da
Madeira, a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, a Fundação Rotária Portuguesa,
a Casa do Concelho de Tomar em Lisboa e a Universidade dos Açores.
De destacar, também, o protocolo estabelecido entre o Governo Regional dos Açores e o Serviço de
Educação e Bolsas, com o objectivo de apoiar os estudantes oriundos de agregados familiares de
escassos rendimentos.
› Bolsas de estudo a novos programas de doutoramento – O Serviço de Educação e Bolsas tem vindo
também, no âmbito do estímulo ao aparecimento de novos programas de doutoramento realizados por
universidades portuguesas, a conceder, através das instituições portuguesas, bolsas de estudo que
permitam aos estudantes destes programas passar períodos de estudo em instituições científicas estrangeiras.
Iniciativas próprias
› O Plano de Edições, pela sua importância e dimensão, assume uma especial relevância no contexto
das actividades próprias. Através deste programa o Serviço de Educação e Bolsas prossegue a
actividade editorial para que está vocacionado, isto é, edita, vende e oferece livros de qualidade, quer
originais de autores portugueses quer traduções, que se destinam essencialmente a estudantes,
professores e investigadores, a preços muito acessíveis e sem qualquer margem de lucro.
Nas suas diversas séries – Manuais Universitários, Textos Clássicos, Cultura Portuguesa,
Descobrimentos e Ciência Moderna, Textos de Educação, Guia de Portugal, Temas Actuais e Textos
Universitários de Ciências Sociais e Humanas –, o Plano de Edições tem publicado obras de alto valor
e significado, com um mesmo objectivo: atingir aqueles sectores onde seja mais flagrante a
necessidade de apoio ou incentivo; colocar ao alcance do público lusófono livros que marquem
momentos decisivos dos vários sectores da civilização; documentar o que somos e temos sido no
campo das artes, da reflexão e do saber; participar na celebração dos Descobrimentos da maneira
mais adequada à natureza de uma instituição de cultura; contribuir para a valorização do sector
educativo; publicar temas da actualidade e outros que, pelo seu valor, justifiquem a publicação.
› A realização da conferência internacional de periodicidade anual sobre um tema de educação é,
igualmente, uma iniciativa directa do Serviço. Em 2007, esta conferência subordinou-se ao tema “Sucesso
e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade” e teve como comissário Manuel Villaverde Cabral.
› O projecto plurianual “Arte e Cultura na Escola”, iniciado em 2003, destina-se a caracterizar e
analisar diferentes obras de arte que possam ser usadas, de forma transversal no conjunto das
disciplinas do 3.º ciclo do ensino básico, no âmbito do processo de aprendizagem dos alunos deste
nível educativo, de forma a potenciar uma forte relação entre o ensino, a cultura e a arte.
› O programa “Reinserção pela Arte”, promovido em colaboração com o Instituto de Reinserção
Social (IRS), do Ministério da Justiça, é um projecto-piloto, de natureza experimental, que se destina a
explorar a criatividade e expressão artística dos jovens em risco de exclusão social dos centros
educativos do IRS, que revelam manifestas dificuldades de aprendizagem. Este programa tem como
objectivos principais contribuir para o combate ao insucesso escolar, de jovens em situação social de
risco; promover o contacto com as diversas formas de expressão artística, sensibilizando esses jovens
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
para outros domínios estéticos; favorecer a descoberta de novas aptidões e competências nos jovens,
promovendo a sua auto-estima e perspectivando saídas profissionais alternativas; e contribuir para a
inserção social dos jovens e combater a sua estigmatização, através da divulgação das suas
capacidades artísticas.
Lista dos principais subsídios e bolsas concedidos e iniciativas próprias realizadas
Subsídios
O valor global despendido com os subsídios
concedidos em 2007 pelo Serviço de
Educação e Bolsas, em todos os seus
programas, foi de
[34 043 473]
No Programa de Apoio ao Ensino Especial
concederam-se 12 subsídios, sendo de
realçar os seguintes: aquisição de
equipamento específico destinado ao ensino
especial do Centro Helen Keller; aquisição de
equipamento especial para deficientes
visuais e motores, com vista à utilização da
biblioteca da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa;
constituição de um espaço SNOEZELEN
no Agrupamento Vertical de São Lourenço,
em Ermesinde; criação de uma biblioteca
adequada aos alunos surdos-mudos do
Instituto de Surdos-Mudos da Imaculada
Conceição; apoio ao projecto “Autismo de
Mão Dada – Escola de Pais”, gerido pela
Associação Portuguesa de Perturbações
do Desenvolvimento e Autismo de Lisboa;
e apoio ao VIII Encontro de Teatro
e Dança Especial realizado pela APPACDM
de Setúbal.
Níveis do sistema educativo 2007
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Pré-Escolar/Básico
Secundário/Profissionalizante
� N.º de subsídios
Superior
� Verbas (em milhares de euros)
Outros projectos 2007
300
250
200
150
100
50
0
Ensino
Especial
Act. Cult. e
Cient. Jov.
� N.º de subsídios
Outros
Projectos
Culturais
� Verbas (em milhares de euros)
O valor global de subsídios atribuídos no âmbito deste programa foi de
[362 444]
No Programa de Apoio à Educação Pré-Escolar e Básica são de salientar duas vertentes: o apoio a
projectos de iniciativa própria da Fundação, mas desempenhados por entidades externas, e os
subsídios concedidos a solicitações e iniciativas formuladas do exterior. Tendo em consideração os
critérios e objectivos definidos para a intervenção do Serviço neste domínio, foi possível contemplar
23 actividades destinadas a:
a) Aquisição de material lúdico e didáctico para centros de acolhimento infantil e centros de
Actividades de Tempos Livres (ATL) para crianças em idade escolar, dependentes de instituições
110.111
110.
Relatório Balanço e Contas 2007
particulares de solidariedade social. Grande parte destes subsídios contemplou instituições situadas
em zonas desfavorecidas e do Interior, com horários extensivos de assistência pedagógica e
socioeducativa.
b) Apoio a projectos de carácter inovador, ligados à formação de profissionais, à experimentação
pedagógica e à prática de programas específicos de intervenção no âmbito da educação formal e não
formal (educação pré-escolar itinerante, centros lúdico-criativos em espaços comunitários, etc.).
No ensino básico, os subsídios concedidos distribuíram-se do seguinte modo:
a) Apoio à criação e actualização de espaços de leitura, centros de recursos, ludotecas e mediatecas
de escolas oficiais dos três ciclos da escolaridade básica.
b) Aquisição de equipamento e material didáctico para instituições com programas de relevante
interesse pedagógico e cultural. Incluem-se neste sector os apoios à criação de ludotecas, centros de
criatividade, ATL e projectos bem enquadrados a nível comunitário.
c) Projectos e experiências pedagógicas de carácter inovador, ou de reconhecida utilidade, como é o
caso do ensino recorrente. Incluem-se neste campo as preocupações no que se refere à formação de
técnicos profissionais de educação, bem como a organização de estágios, cursos, seminários,
animações pedagógicas, etc.
De destacar, no âmbito do Programa Educação Pré-Escolar e Básica, dois projectos apoiados pelo
Serviço, atendendo à sua especificidade, dimensão e objectivos:
› projecto “Métodos de Aprendizagem Experimental em Ciências”, desenvolvido pela Carlucci
American International School Lisbon, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, que
prosseguiu a sua actividade em 2007;
Encontro “THEKA – Projecto Gulbenkian de Formação de Professores para o Desenvolvimento
de Bibliotecas Escolares” – Figueira da Foz, 17 e 18 de Março de 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
› projecto “A PAR”, com uma duração de três anos, que pretende potenciar a função parental e dos
cuidadores na educação das crianças nos primeiros anos de vida, reconhecendo que os pais e
cuidadores são os mais importantes educadores das crianças tendo como objectivos principais:
a) contribuir para a saúde, o bem-estar, a criatividade e o desenvolvimento das comunidades,
promovendo a educação destas em conjunto com a das suas crianças;
b) contribuir para o desenvolvimento integral e a melhoria educacional das crianças,
desde o seu nascimento.
Para além das acções referenciadas neste programa, têm que se mencionar outros três projectos nele
englobados – o projecto “Gulbenkian R3 – Reforçar a Rede de Recursos Educativos Locais”,
o “THEKA – Projecto Gulbenkian de Formação de Professores Responsáveis pelo Desenvolvimento
de Bibliotecas Escolares”, e o projecto “O Que Se Sabe, o Que Se Diz e o Que Se Faz no
Ensino da Matemática”.
O projecto “Gulbenkian R3”, realizado nos estabelecimentos de ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do
ensino básico, no concelho de Grândola – Agrupamento Horizontal de Escolas de Grândola –,
e conduzido por uma equipa de consultores da Fundação, iniciou-se em 2003 e concluiu-se no
corrente ano. O seu objectivo é o de melhorar integradamente a qualidade educativa em todas as
vertentes da actividade daquelas instituições incidindo, designadamente, na formação de docentes,
na melhoria da gestão, no apetrechamento em material bibliográfico e lúdico-didáctico e no reforço
da relação com a comunidade. Durante o ano de 2007, prosseguiram as actividades com os professores
e alunos do agrupamento e procedeu-se ao trabalho de conclusão da publicação em livro das
experiências desencadeadas na área da formação durante a execução do projecto. Desenvolveu-se,
ainda, uma iniciativa designada “A Escola Que Eu Gostaria de Ter”, destinada a recolher depoimentos
sobre o projecto.
O projecto “THEKA” visa a formação de docentes responsáveis pela criação, organização e
dinamização de bibliotecas escolares/centros de recursos educativos em estabelecimentos de
educação pré-escolar e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, através da frequência de cursos anuais
realizados em diferentes regiões do País.
Em Junho de 2007 concluiu-se o terceiro curso de formação que abrangeu 30 docentes dos distritos de
Viana do Castelo, Braga, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Guarda e Vila Real com um total
de 240 horas. Em Setembro do mesmo ano iniciou-se mais um curso, com um total de 16 formandos,
abrangendo docentes de escolas integradas nas direcções regionais do Alentejo e do Algarve. Também
em Março de 2007 se realizou na Figueira da Foz um encontro com todos os formandos do projecto
“THEKA” (desde 2004 até 2006) para discussão, análise e avaliação das formações ministradas e dos
projectos desenvolvidos (ou em desenvolvimento). Na sequência do que se verificou em anos anteriores
realizou-se, também, no Porto, e no mês de Maio, um seminário aberto, com a participação de
especialistas nacionais e estrangeiros, subordinado ao tema “A Biblioteca Escolar na Escola Comunidade
de Aprendizagem”. De salientar, também no âmbito deste projecto, o desenvolvimento da Plataforma
Moodle, como ambiente de aprendizagem à distância e instrumento colaborativo de formação e de
produção de recursos e de conteúdos, com uma dimensão de acesso restrito a grupos “THEKA” e outra de
acesso livre, para o público em geral, com registo de presença.
O projecto “O Que Se Sabe, o Que Se Diz e o Que Se Faz no Ensino da Matemática” iniciou-se em
2007 e tem como objectivos:
112.113
112.
Relatório Balanço e Contas 2007
a) contribuir para o conhecimento das práticas pedagógicas em Portugal através de um estudo focado
no 1.º e 3.º ciclos do ensino básico;
b) ajudar a perceber a influência das componentes de formação de professores e de orientações
curriculares na forma como se ensina matemática nesses ciclos, verificar a influência das práticas
pedagógicas na formação dos alunos; e
c) discutir as práticas pedagógicas e didácticas predominantes à luz de contributos recentes da
psicopedagogia.
Este projecto irá proceder à observação de 40 turmas e dos seus professores, do 4.º e 8.º anos de
escolaridade, em contexto de sala de aula.
Os encargos totais dos subsídios nestes domínios da educação pré-escolar
e do ensino básico ascenderam a
[3476 141]
No quadro do Programa de Apoio ao Ensino Secundário e Profissionalizante, e tendo em consideração
as prioridades estabelecidas, o Serviço concedeu três subsídios aos seguintes projectos:
› PROFMAT 2007 – Encontro Nacional de Professores de Matemática, organizado pela Associação de
Professores de Matemática;
› XXVIII Encontro Nacional de Teatro na Escola, organizado pela Escola Secundária/3.º CEB
Dr. Joaquim Dias Rebelo, em Moimenta da Beira;
› XXIX Encontro Nacional de Teatro na Escola, organizado pelo Agrupamento Vertical de Escolas
D. José I, de Vila Real de Santo António.
O valor dos subsídios atribuídos, no âmbito deste programa, foi de
[36 000]
No que respeita ao Programa de Apoio ao Ensino Superior os principais subsídios concedidos,
numa lógica de integração em projectos e num total de 93, foram os seguintes:
a) Cursos de pós-graduação ou de especialização
Foram concedidos subsídios a diversas instituições e departamentos universitários para a realização
de cursos de mestrado ou de especialização e, ainda, de doutoramento, em especial na área das
Ciências Sociais e Humanas, Economia e Gestão e Física, destinados principalmente a suportar os
encargos com a colaboração de especialistas estrangeiros, aquisição de equipamento didáctico e
laboratorial e de bibliografia especializada. Destacam-se os subsídios concedidos ao Instituto de
Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, ao Instituto Superior de Economia e
Gestão, à Universidade do Minho, ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa,
à Fundação Liga, à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, à Universidade Católica
Portuguesa, à Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, à Faculdade de Ciências do
Desporto e Educação Física da Universidade do Porto e ao Instituto dos Valores Mobiliários.
Prosseguiram também as actividades relativas à realização de dois cursos de mestrado nas áreas de
Didáctica das Línguas, especialidade de Língua Portuguesa e Multimédia em Educação, realizados
em Cabo Verde pela Universidade de Aveiro, utilizando uma metodologia inovadora de blended
learning, que associa formação presencial com formação à distância, nesse país.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
b) Reuniões científico-pedagógicas
Atribuíram-se subsídios a 47 instituições, a título de comparticipação nos custos de organização de
reuniões científico-pedagógicas, principalmente para suportar os encargos com a deslocação dos
conferencistas estrangeiros e publicação das respectivas actas.
c) Patrocínio a publicações e apoio a bibliotecas e centros de documentação
Concederam-se subsídios para o arranque de publicações periódicas de qualidade e para a edição de
obras de grande interesse não enquadráveis na programação editorial própria da Fundação.
Mencionam-se os apoios à edição da Obra Completa do Padre Manuel Antunes, Da História
Eclesiástica à História Religiosa: Nos 50 Anos da Revista Lusitana Sacra, O Livro de Francisco
Rodrigues, Estrutura Ecológica – Conceitos e Delimitação e às publicações de estudos em
homenagem a Artur Anselmo, António Braz Teixeira, Maria do Rosário Themudo Barata, Eduardo de
Sousa Ferreira, Maria Idalina Rodrigues, Maria Lucília Pires e Maria Vitalina Leal de Matos.
Quanto a outras publicações e revistas periódicas, referem-se os apoios à edição do 4.º volume da
série “Leonardo”, sob o título Luigi Pirandello e a Recepção da sua Obra em Portugal, a cargo da
Universidade de Coimbra, à publicação da obra Phenomenology, Organisation and Technology, da
Universidade Católica Portuguesa, e à edição de uma antologia, a propósito dos vinte e cinco anos
da institucionalização e integração na Universidade de Lisboa do Instituto de Ciências Sociais.
Foi ainda apoiada a publicação de um número especial da revista Agronomia Lusitana,
da responsabilidade do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Pescas.
O Serviço de Educação e Bolsas atribuiu também um subsídio ao Centro de Documentação e
Informação do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa.
d) Iniciativas promotoras da formação dos estudantes
Foi concedido, entre outros, um subsídio ao Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra para a realização do FESTEA – IX Festival Internacional de Teatro de Tema
Clássico, iniciativa que tem por objectivo o estudo e divulgação da cultura clássica greco-romana, ao
Departamento de Física da Universidade de Coimbra para o projecto “Física em Movimento – Do
Passado ao Futuro” e à Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa para apoio à
participação de estudantes portugueses no Telders International Law Moot Court Competition.
Neste âmbito, convém ainda destacar o apoio concedido aos seguintes projectos:
› “SIGMA Temática”, que é um programa promovido pelo Departamento de Matemática Pura da
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto destinado aos melhores alunos de Matemática
inscritos no 11.º ano de escolaridade. O programa tem por objectivos desenvolver nos estudantes o
gosto pela matemática, proporcionar-lhes a aquisição de conhecimentos não contemplados nos
currículos do ensino secundário e estabelecer uma ponte de ligação entre o ensino secundário e o
universitário. Cada edição do programa, com o número máximo de 20 participantes, tem a duração
de dois anos sendo que no primeiro ano são leccionados quatro cursos em que são abordadas
114.115
114.
Relatório Balanço e Contas 2007
matérias que não constam do currículo do
secundário, possibilitando aos alunos um primeiro
contacto com a Universidade. O segundo ano
permite aos estudantes melhor classificados do
1.º ano uma bolsa de iniciação científica que
lhes permitirá desenvolver projectos individuais
acompanhados pelos docentes do Departamento
de Matemática Pura.
› “Escola em Casa – Conversas em Casa sobre a
Escola”, da responsabilidade do Centro de Estudos
em Governança e Políticas Públicas da Universidade
de Aveiro, é um projecto-piloto direccionado para os
alunos do ensino básico (1.º e 2.º ciclos) cujo
objectivo é fomentar o envolvimento familiar na
aprendizagem escolar do aluno, em particular nas
disciplinas de Ciências, Língua Materna, Matemática
e Cidadania. Ao mesmo tempo, pretendemos com o
projecto desenvolver instrumentos que permitam à
escola uma melhor compreensão da importância do
ambiente familiar na sua missão específica
de formação.
› Projecto Educativo para os Alunos de Língua
Romena e Moldava nas Escolas Portuguesas,
desenvolvido pelo Centro de Estudos Multiculturais
da Universidade Internacional de Lisboa, que é um
projecto inovador no domínio da educação
intercultural. Da autoria e com a coordenação de
Georgiana Bãrbulescu, este projecto extracurricular
é destinado à comunidade imigrante de língua
romena (romenos e moldavos) que vive em
Portugal. O seu objectivo é facultar aos filhos
destes imigrantes, que estudam nas escolas
portuguesas, uma escolarização bilingue de forma
a facilitar a sua integração, a nível escolar e social,
no país de acolhimento e, simultaneamente,
consolidar a sua identidade nacional (cultural,
intelectual e social) para que, caso optem por
regressar ao seu país de origem, lhes seja possível
uma fácil adaptação.
e) Outros projectos
Ainda no âmbito do ensino superior, são de referir
os apoios concedidos a diversas instituições para a
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
realização de projectos, destacando-se
o subsídio concedido à Universidade
do Porto para o projecto “Escola da
Saúde – Ciências da Vida e da Saúde”.
O valor global dos subsídios concedidos
no âmbito do Programa de Apoio ao
Ensino Superior foi de
[3863 803]
No âmbito do Programa de Apoio
às Actividades Culturais e Científicas
de Jovens, a acção do Serviço cobriu
vários domínios, tendo sido apoiadas
25 acções, das quais se destacam:
› Teatro universitário – Para a produção
de festivais e espectáculos de teatro,
realização de cursos e acções de
formação em diversas técnicas teatrais
foram concedidos subsídios ao TUM –
Teatro Universitário do Minho, ao TUP –
Teatro Universitário do Porto,
ao TeatUBI – Grupo de Teatro da
Universidade da Beira Interior,
à Universidade Clássica de Lisboa
(FATAL 2007), ao CITAC – Círculo de
Iniciação Teatral da Academia de
Coimbra, e aos grupos de teatro da
Universidade Técnica de Lisboa (TUT)
e do Instituto Superior Técnico (GTIST).
Foi também concedido um subsídio à
Colecção B – Associação Cultural para
a apresentação da peça Antígona, por um grupo de estudantes da Universidade de Évora, no Festival
Internacional de Teatro Universitário de Manchester (UMIST).
› Grupos corais e instrumentais – Foi concedido um subsídio ao GEFAC – Grupo de Etnografia e
Folclore da Academia de Coimbra para apoiar a realização de iniciativas várias com o objectivo de
divulgar as manifestações culturais das populações rurais nas suas diversas vertentes (cantares,
música instrumental, danças, teatro...), e ao Coro Misto da Universidade de Coimbra para realização
de diversas actividades no âmbito das comemorações dos seus cinquenta anos de actividade.
› Actividades científicas e culturais extra-escolares – Foram atribuídos subsídios à APDSI – Associação
para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação para a realização das Olimpíadas
Nacionais de Informática, à Sociedade Portuguesa de Matemática para a realização das XXV Olimpíadas
de Matemática, à Universidade Católica Portuguesa para a realização das XIII Olimpíadas do Ambiente,
aos vários núcleos locais do BEST – Broad European Students of Technology para a realização de
cursos de Verão, à APORVELA para o Programa de Visitas Escolares à Caravela Vera Cruz durante o ano
lectivo 2007-2008, à Associação Juvenil da Ciência para a organização de actividades várias no âmbito
das comemorações dos seus vinte anos de actividade, ao Clube Darca para a organização de acções de
116.117
116.
Relatório Balanço e Contas 2007
formação desportiva, musical e artística destinadas a jovens estudantes entre os 10 e os 17 anos e para
a realização da “Universidade de Verão”, curso anual de formação para monitores de associações
juvenis. Ao Exploratório Infante D. Henrique – Centro de Ciência Viva foi atribuído um subsídio para a
renovação dos materiais que compõem os 10 módulos interactivos da exposição “sentir.com –
A Comunicação e os 5 Sentidos”, de forma a permitir a sua apresentação a partir de 2008, como
exposição permanente, nas novas instalações do Exploratório. Para a realização de congressos
científicos foram atribuídos subsídios à Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas
Abel Salazar e à COSMES – Comissão Organizadora do Simpósio Mundial de Saúde.
Foi também concedido um subsídio para apoiar a participação de uma equipa de jovens estudantes
portugueses no London International Youth Science Forum, um dos mais importantes eventos de
carácter cultural e científico destinado a jovens estudantes com idades compreendidas entre os 15 e
os 21 anos. A Fundação Calouste Gulbenkian tem patrocinado desde 1980 a participação de
estudantes portugueses nesta iniciativa anual onde, durante duas semanas, cerca de 250 estudantes
de 60 países dos cinco continentes trocam ideias e experiências e concretizam o objectivo do Youth
Science Forum de aumentar a sua compreensão sobre os diversos domínios da ciência e sua
aplicação em benefício da humanidade.
O valor total dos subsídios concedidos neste domínio das actividades culturais
e científicas para jovens foi de
[3162 411]
No que respeita ao Programa de Apoio a Outros Projectos Culturais, foi dada particular atenção a
projectos pedagógicos e de índole histórica e cultural, tendo sido apoiados 37 projectos, nas seguintes
áreas de intervenção:
› apoio à organização de conferências, colóquios e seminários, contemplando essencialmente a
publicação de actas e documentação de interesse educativo sobre o assunto;
› comparticipação na publicação de obras não enquadráveis no Plano de Edições;
› organização e inventariação de espólios documentais de bibliotecas, arquivos de instituições de
relevante interesse histórico e cultural (esta vertente dá particular atenção às questões relacionadas
com a conservação de documentação bibliográfica de valor histórico e a programas de intervenção
junto do público interessado, no sentido de facilitar o acesso a arquivos, colecções e fundos
documentais);
› apoio ao trabalho de pesquisa para a elaboração de biografias de personalidades portuguesas;
› oferta de livros a diversas instituições;
› apoio a prémios (por exemplo, os Prémios de História Calouste Gulbenkian, atribuídos pela
Academia Portuguesa da História).
Destacam-se, no âmbito deste programa e a título meramente exemplificativo, os subsídios
concedidos às seguintes instituições: Centro Nacional de Cultura (apoio ao livro A Alma e o Arco);
Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (apoio à Conferência Nacional de Educação
Artística); Associação dos Amigos da Fundação Internacional Yehudi Menuhin em Portugal (projecto
“MUS-E”); Academia Portuguesa da História, apoio à publicação das Actas do X Congresso das
Academias de História da Ibero-América); Biblioteca Nacional de Portugal (restauro de obras
pertencentes às colecções da Biblioteca Nacional − PROCESSO GERIDO PELO SEB); Centro de
Informação Europeia Jacques Delors (apoio à revista e DVD Europa: Novas Fronteiras dedicados à
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
presidência portuguesa); Instituto Internacional Casa de Mateus (apoio à conferência “Women
Participation in Democracies”); SEDES − Associação para o Desenvolvimento Económico e Social
(apoio ao Guia do Empreendedorismo, ao ciclo de conferências “Futuro Previsível – Futuro Desejável”
e ao evento “Novo Portugal: Opções de Uma Geração”); Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
(apoio à conferência internacional “Professores na Europa. Condições de Trabalho, Perfil Profissional
e Carreira”); Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo (trabalho de catalogação e tratamento
documental de duas mil monografias); Associação de Estudos Llansolianos “Espaço Llansol” (1.ª fase
do projecto de tratamento do espólio da escritora Maria Gabriela Llansol); Clube Fenianos Portuenses
(destinado a comparticipar nas despesas com a conservação, preservação e restauro dos documentos
mais antigos do seu espólio documental); Instituto Português de Sinologia (apoio ao 3.º Fórum
Internacional de Sinologia); Associação Portuguesa de Direito Público (apoio ao primeiro número da
Revista de Direito Público).
O valor total dos subsídios concedidos no âmbito deste programa de apoio foi de
[3245 542]
Programa de Intervenção em Língua Portuguesa e História. Neste âmbito, continuaram em
desenvolvimento os seguintes projectos:
› Gramática do Português, a ser elaborado pelo Centro de Linguística da Universidade de Lisboa e
cuja conclusão está prevista para 2008. O objectivo desta obra é proporcionar aos falantes de
instrução acima da média, não especialistas em linguística, uma obra de referência com informações
claras e cientificamente rigorosas em questões centrais de gramática do português nos domínios da
sintaxe, da morfologia, da fonologia e da semântica e dar indicações sobre ortografia e as relações
ortografia-som. A conclusão da obra deverá verificar-se em 2008, sendo posteriormente editada pelo
Plano de Edições do Serviço de Educação e Bolsas.
› Projecto “Littera”: na sequência do Relatório de Avaliação Final do Projecto Littera apresentado em
2006 por uma comissão independente, foi constituída uma equipa que está a proceder à tarefa de
organização e inventariação dos materiais documentais elaborados por este projecto (e que
constituem património da Fundação Calouste Gulbenkian), para a sua futura publicação. O objectivo
é a produção e edição de materiais, em formato de livro e CD-ROM, de apoio a professores (ou
estudantes) em fase de formação inicial, com o propósito de funcionarem como instrumentos de
apoio à sua prática profissional e a professores no activo que leccionam a língua materna no 1.º e 2.º
ciclos do ensino básico e que buscam materiais úteis à sua actualização científica e pedagógica.
[317 485]
O valor global gasto neste domínio foi de
Bolsas de estudo
Relativamente ao Programa de Bolsas, refira-se que foi gasto o montante de € 1 687 866
afecto da seguinte forma:
› bolsas de estudo de longa duração – atribuídas 70 bolsas, para 208 solicitações,
com um gasto total de
118.119
118.
[3837 123]
Relatório Balanço e Contas 2007
Distribuição das bolsas de longa duração
por grandes áreas científicas
Distribuição das bolsas de longa duração
por países de estágio
14,28% Ciências da Vida
12
10
14,29% Ciências Básicas
8
6
21,43% Ciências Exactas
4
2
28,57% Ciências Humanas
0
ia anha
Alem
ál
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A
sil
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Bra Espan
F
Ho
ia
Itál
ia
Sérv
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do
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Uni
Tail Reino
EUA
21,43% Ciências Sociais
› bolsas de estudo de curta duração e subsídios de viagem – atribuídas 125 bolsas
de curta duração e 602 subsídios de viagem, tendo sido gasto o montante de
Distribuição das bolsas de curta duração
por grandes áreas científicas
[3710 832]
Distribuição dos subsídios de viagem
por grandes áreas científicas
33% Ciências Sociais
21% Ciências da Vida
21% Ciências da Vida
16% Ciências Biológicas
14% Ciências Biológicas
31% Ciências Exactas
22% Ciências Exactas
8% Ciências Humanas
10% Ciências Humanas
› bolsas de estudo para estudantes
dos ensinos secundário e superior,
atribuídas 172 bolsas,
no montante de
[3139 911]
28% Ciências Sociais
140
130
120
100
104
80
60
40
68
42
20
0
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
� Sexo feminino
� Ensino secundário
� Sexo masculino
� Ensino superior
Plano de Edições [1962-2007]
Títulos publicados
Edições
Exemplares
849
1 315
5 357 550
Plano de Edições [1962-2007]
Séries
Manuais Universitários
Textos Clássicos
Cultura Portuguesa
Descobrimentos
Extra-Série
Temas Actuais
Textos de Educação
Guia de Portugal
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Total
Títulos
450
41
77
5
23
9
51
8
185
Edições
815
92
90
5
35
9
57
22
190
849
1 315
Em 2007, foram organizados três lançamentos de livros resultantes da actividade do Plano de
Edições. Neste ano, como tem acontecido com frequência em anos anteriores, o Prémio de Tradução
Científica e Técnica em Língua Portuguesa, criado pela União Latina em parceria com a Fundação
para a Ciência e a Tecnologia e com a colaboração da Direcção-Geral de Tradução da União Europeia,
foi atribuído à obra Utopia de Thomas Morus, traduzida por Aires A. Nascimento.
Também o PEN Clube Português distinguiu a mesma obra com o Prémio de Tradução, tendo ainda
atribuído o Prémio de Ensaio à obra Pensar o Trágico de José Pedro Serra.
Foram editadas obras nas séries de Manuais Universitários, Textos Clássicos, Cultura Portuguesa,
Textos de Educação e Guia de Portugal. Foi ainda publicado o livro Educação, Inovação e
Desenvolvimento, contendo os textos das comunicações apresentadas na conferência que, sob a
mesma designação, fora organizada em 2006. Há uma vertente de trabalho específica, resultante de
um protocolo celebrado com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com vista à publicação da
série de Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas.
Em 2007, foi editado um total de 68 títulos, sendo 37 títulos novos e 31 reedições.
Manuais Universitários
Nesta série, foram publicados 27 títulos, sendo nove obras novas e 18 reedições. As novas obras
publicadas foram as seguintes:
› História do Constitucionalismo Moderno. Novas Perspectivas, de Horst Dippel;
› A Magia do Sensível, de David Abram;
› A Arte da Investigação com Estudos de Caso, de Robert Stake;
› A Sociedade e o Estado Providência. O Modelo Finlandês, de Manuel Castells e Pekka Himanen;
120.121
120.
Relatório Balanço e Contas 2007
› Plantas Aromáticas em Portugal: Caracterização e Utilizações, de A. Proença da Cunha,
José Alves Ribeiro e Odete Rodrigues Roque;
› Mais Conhecimento e Tecnologia para Desenvolver a Economia Portuguesa, de António Carvalho
Fernandes;
› Plantas na Terapêutica: Farmacologia e Ensaios Clínicos, de A. Proença da Cunha, Frederico
Teixeira, Alda Pereira da Silva e Odete Rodrigues Roque;
› O Universo da Indústria Petrolífera. Da Pesquisa à Refinação, de Fernando Barata Alves e Jorge
Salgado Gomes;
› Matemática não Standard. Uma Introdução com Aplicações, de Augusto José Franco de Oliveira
e Imme Pieter Van Den Berg.
As reedições publicadas foram as seguintes:
› O Poder da Identidade. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, 2.ª ed.,
de Manuel Castells;
› Educar a Criança, 4.ª ed., de Mary Hohmann e David P. Weikart;
› Tecnologia da Fundição, 2.ª ed., de José M. G. de Carvalho Ferreira;
› O Conceito de Direito, 5.ª ed., de Herbert L. A. Hart;
› Filosofia do Direito, 2.ª ed., de Arthur Kaufmann;
› Acústica Musical, 2.ª ed., de Luís L. Henrique;
› A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, 3.ª ed.,
de Manuel Castells;
› Sociologia, 5.ª ed., de Anthony Giddens;
› Gestão Estratégica de Cidades e Regiões, 2.ª ed., de António Fonseca Ferreira;
› Psicologia, 7.ª ed., de Henry Gleitman;
› A Galáxia Internet: Reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade, 2.ª ed., de Manuel Castells;
› Educação de Bebés em Infantários: Cuidados e Primeiras Aprendizagens, 3.ª ed., de Jacalyn Post;
› Catálise Heterogénea, 2.ª ed., de J. L. Figueiredo e F. Ramôa Ribeiro;
› Economia da Empresa, 4.ª ed., de José Mata;
› A Ética da Comunicação e os Media Modernos, 3.ª ed., de João Pissarra Esteves;
› História da Arte, 8.ª ed., de H. W. Janson;
› Método Sequencial para Automação Electropneumática, 5.ª ed., de José Novais;
› Hidráulica, 10.ª ed., de António de Carvalho Quintela.
Textos Clássicos
Nesta série foram publicados sete títulos, sendo duas obras novas e cinco reedições. Os novos títulos
são os seguintes:
› Introdução à Filosofia Matemática, de Bertrand Russell;
› Últimos Escritos sobre a Filosofia da Psicologia, de Ludwig Wittgenstein.
As reedições:
› Poética, 2.ª ed., de Aristóteles;
› Antígona, 7.ª ed., de Sófocles;
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
› Filoctetes, 4.ª ed., de Sófocles;
› A República, 10.ª ed., de Platão;
› Dos Delitos e das Penas, 2.ª ed., de Cesare Beccaria.
Cultura Portuguesa
Nesta série foram editados seis títulos, sendo cinco obras novas e uma reedição.
Obras novas publicadas nesta série:
› Obra Completa do Padre Manuel Antunes, tomo IV, coord. Hermínio Rio;
› Obra Completa do Padre Manuel Antunes, tomo I, vol. IV, coord. Luís Filipe Barreto;
› Obra Completa do Padre Manuel Antunes, tomo I, vol. I, coord. Arnaldo do Espírito Santo;
› Obras Completas de Faria de Vasconcelos, 3 vols., coord. José Ferreira Marques;
› Obras Poéticas de António Barbosa Bacelar, ed. crítica de Mafalda Férin da Cunha.
A reedição:
› Obras Completas de Delfim Santos 1928-1945 I Vol., 3.ª ed., org. e notas de Cristiana de Soveral.
Textos de Educação
Nesta série foram publicados quatro títulos, sendo dois obras novas e duas reedições.
Obras novas publicadas nesta série:
› Contado às Crianças – XVII Encontro de Literatura para Crianças – comunicações do encontro;
› Educação, Inovação e Desenvolvimento – comunicações da conferência internacional com o mesmo título.
As reedições:
› Alfabetização e Escola em Portugal nos Séculos XIX e XX: Os Censos e as Estatísticas, 2.ª ed.,
de António Candeias, Ana Luísa Paz e Melânia Rocha;
› Se Houvera quem me Ensinara... A Educação de Pessoas com Deficiência Mental, 3.ª ed.,
de Fernando David Vieira e Mário do Carmo Pereira.
Extra-Série
Nesta série foram publicados sete títulos, sendo três obras novas, duas num volume duplo,
e quatro reedições.
Títulos novos:
› HALP, vol. I, coord. Isabel Allegro de Magalhães;
› HALP, vol. II, tomo I, coord. Isabel Allegro de Magalhães;
122.123
122.
Relatório Balanço e Contas 2007
Plano Nacional de Leitura – I Conferência PNL – A Leitura em Portugal: Desenvolvimento e Avaliação, 22 e 23 de Outubro de 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
› HALP, vol. II, tomo II, coord. Isabel Allegro de Magalhães.
› Histórias de Livros para a História do Livro, de José V. de Pina Martins.
As reedições:
› Adolescência e Maternidade, 3.ª ed., de J. M. Ramos de Almeida;
› O Tempo e o Modo, 2.ª ed., coord. Centro Nacional de Cultura;
› As Origens de Portugal: História Contada a Uma Criança, 5.ª ed., de Rómulo de Carvalho;
› Políticas Urbanas: Tendências, Estratégias e Oportunidades, 2.ª ed., de Nuno Portas.
Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas
Nesta série, publicada ao abrigo de um protocolo com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia,
saíram 16 títulos, sendo 15 novos e uma reedição.
A despesa bruta (incluindo despesas de pessoal), em 2007, resultante da produção de livros
(excluindo a série de Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas por se reger
segundo orientação específica), elevou-se a
[3922 417]
No que se refere à receita do Plano
de Edições, o montante apurado
foi de € 650 838, de onde resulta que se trata
de uma actividade com um elevado grau de
autofinanciamento.
Plano de Edições [2000-2007]
Títulos publicados nos últimos seis anos
Valor médio:
Ano 2007
Livros:
56
68 originais e reedições
23 já aprovados, em preparação
Colóquios de educação
O Serviço de Educação e Bolsas promoveu a realização, em 2007, da conferência internacional
“Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade”, que decorreu entre 19 e 20 de Novembro,
na Fundação Calouste Gulbenkian, e que contou com a presença de cerca de 800 pessoas.
Da reflexão que se levou a cabo, são de salientar alguns dos temas dos quais se aprofundou
o debate: “Relações entre Neurociências e Educação”, “Sucesso ou Insucesso Escolar”,
“Economia da Educação e Formação de Capital Humano” e “Sociedade Civil e Formação
de Capital Social”. Cada um destes temas foi abordado por prestigiados especialistas nacionais
e estrangeiros.
O Serviço de Educação e Bolsas promoveu ainda mais três reuniões internacionais com a participação
de qualificados especialistas estrangeiros.
124.125
124.
Relatório Balanço e Contas 2007
O seminário “Aprender a Viver em Conjunto, Uma Utopia Necessária”, que se destinou a comemorar
os dez anos da publicação do Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século
XXI (Relatório Delors) “Educação: Um Tesouro a Descobrir”, foi realizado a 21 de Junho e organizado
em colaboração com o European Journal of Education.
O seminário “Um Olhar sobre o PISA”, realizado no dia 1 de Outubro, contou com a participação de
um especialista da National Science Foundation dos EUA (Larry Suter), em avaliação de resultados do
Programme for International Student Assessment – PISA e destinou-se a analisar a importância deste
programa e os seus efeitos nos países nele participantes e, em especial, em Portugal.
A conferência internacional “A Leitura em Portugal: Desenvolvimento e Avaliação”, realizada entre 22
e 23 de Outubro, nas instalações da Fundação Calouste Gulbenkian, foi organizada em colaboração
com o Plano Nacional de Leitura do Ministério da Educação. Durante esta conferência foram
apresentados alguns estudos realizados no âmbito do Plano Nacional de Leitura.
A verba despendida na actividade de conferências, reuniões e seminários foi de
[3137 655]
Outras iniciativas
Nesta rubrica são de salientar os seguintes projectos:
› “Arte e Cultura na Escola” que visa, entre outros objectivos, desenvolver no público escolar o
interesse pela cultura, produzindo efeitos na capacidade de apreciação e de recepção da produção
artística e na consciência dos valores patrimoniais. Em 2007, concluiu-se a produção de materiais
didácticos do 7.º e 8.º anos de escolaridade das disciplinas de Língua Portuguesa, História, Educação
Visual, Física, Matemática, Francês e Inglês. Simultaneamente, realizaram-se acções de formação de
professores para a utilização destes materiais didácticos. Procedeu-se ainda à concepção e
construção de um website onde ficam alojados os materiais produzidos.
› “BECAS LÍDER”, destinado a proporcionar a líderes emergentes da América Latina e da Península
Ibérica um melhor e mais profundo conhecimento da realidade portuguesa, espanhola e da União
Europeia, através de uma visita de recém-licenciados, com altas classificações, daqueles países,
a Portugal, Espanha e Bruxelas. Em 2007, decorreu um encontro de bolseiros na Colômbia.
› “Reinserção pela Arte”, iniciativa conjunta com o Ministério da Justiça, articulada com o Ministério
da Educação e o Ministério do Trabalho e Segurança Social. Este projecto-piloto visa contribuir,
através de dinâmicas de base cultural e artística, para a criação de um modelo de intervenção nos
centros educativos do Instituto de Reinserção Social (IRS) que promova a autonomia e o sentido de
comunidade dos adolescentes e jovens internados. Autonomia pessoal e sentido de comunidade são
elementos decisivos para a reinserção social de adolescentes e jovens delinquentes. A utilização da
dimensão cultural e artística para o efeito é uma experiência de construção pessoal e social que pode
ter aplicações futuras em campos mais alargados (1. adolescentes e jovens pré-delinquentes e
2. adolescentes e jovens em risco).
O programa está a decorrer como experiência-piloto em três centros educativos da zona da Grande
Lisboa (Benfica, Graça e Caxias). Intervêm no terreno artistas contemporâneos, acompanhados por
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Educação e Bolsas
uma equipa de monitorização. Durante este ano prosseguiram as actividades, no terreno, e realizou-se um colóquio sobre a temática do projecto.
Foram ainda apoiados a organização e o tratamento do espólio documental de David Mourão-Ferreira
e dos arquivos de Eduardo Lourenço.
› “Casa das Ciências: O Portal Gulbenkian para os Professores” é um projecto, com a duração
prevista de oito anos, destinado a criar na internet um espaço próprio, através da constituição de um
portal, de apoio às actividades dos professores de Matemática, Física, Química, Biologia e Geologia
em todos os níveis de educação não superior.
Pretende-se recolher neste novo portal um conjunto de materiais educativos que apoiem os referidos
professores nas suas actividades de ensino e que tenham, para além disso, um carácter de formação
em serviço desses professores.
O portal servirá ainda para divulgar experiências pedagógicas dos professores e para publicitar os
seus trabalhos desde que, em ambos os casos, os materiais a divulgar sejam avaliados e validados
pelos responsáveis científicos do projecto.
[3303 922]
O valor global despendido com estas actividades foi de
126.127
126.
Relatório Balanço e Contas 2007
“Biblioteca Particular de Calouste Gulbenkian” – site elaborado no âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação Calouste Gulbenkian.
Biblioteca de Arte
Valores em euros
Encargos com pessoal
Despesas de funcionamento
Iniciativas próprias
Investimento
1 645 526
29 672
776 655
239 186
2 256 334
Total
Receitas
195 519
Criada em 1969, a Biblioteca de Arte
assume-se essencialmente como uma biblioteca
especializada, de investigação, especialmente
vocacionada para servir públicos com actividades
artísticas, críticas, didácticas ou académicas,
principalmente interessados nos domínios
da arquitectura e das artes visuais. Os recursos
e serviços da Biblioteca destinam-se a dar
suporte tanto a actividades individuais como
institucionais, assumindo especial relevo
a contribuição para a realização de iniciativas
culturais como a publicação de estudos
e a apresentação de exposições. Ainda nesse
contexto, a Biblioteca cumpre funções práticas
de gestão centralizada de um património
documental diversificado, não exclusivo das
áreas artísticas, incluindo o tratamento
biblioteconómico e a conservação de todas
as publicações produzidas e apoiadas pela
Fundação.
Para além de um fundo geral em constante
actualização, englobando títulos nos mais
variados suportes, possui um acervo em que
se destacam diversas colecções especiais,
como os espólios de Amadeo de Souza-Cardoso,
Diogo Macedo, Luís Reis Santos, Raul Lino
ou Cristino da Silva, entre outros, as colecções
fotográficas de Mário e Horácio Novaes ou
o Fundo de Teatro de Cordel. Mantém ainda,
em assinatura, um conjunto de 200 títulos
de publicações periódicas.
128.129
128.
Relatório Balanço e Contas 2007
Il Battistero di San Giovanni a Firenze = The Baptistery of San Giovanni Florence. Modena: Franco Cosimo Panini, 1984.
O Livro de Cesário Verde – Livro de Artista, criado pelo pintor João Vieira em 2005, a partir da edição original de 1887.
Fundação Calouste Gulbenkian
Biblioteca de Arte
Em 2007, e tal como é desejável numa biblioteca, as actividades desenvolvidas tiveram como objectivo
principal assegurar a qualidade e a diversidade do serviço ao público, procurando sistematicamente
disponibilizar mais informação, de melhor qualidade e pertinência, correspondendo assim à sua primeira
e mais importante missão. Nesse sentido, devem salientar-se as actividades desenvolvidas para ampliar e
actualizar os fundos documentais, essencialmente na área da sua vocação específica, para prosseguir o
plano de conservação e preservação do património e, naturalmente, para estabelecer os procedimentos
adequados para uma divulgação e utilização da informação existente sempre mais alargada.
Novos conteúdos disponíveis ao público mediante serviços de informação electrónica
Arquivo digital
Prosseguindo os objectivos da Biblioteca de Arte, o aumento dos recursos digitais ligados ao catálogo
tem continuado a ser uma prioridade. Deste modo, após processamento bibliográfico e digitalização,
foram integradas no catálogo, sob formato digital, as colecções “Estuques Decorativos do Norte
de Portugal”, “Fotografias do Oriente”, “Colecção Varela Pécurto” e, em simultâneo com a publicação
do catálogo raisonné, o “Espólio Amadeo de Souza-Cardoso”.
Foi ainda durante o ano de 2007 que a Biblioteca de Arte concluiu o projecto “Biblioteca Particular
de Calouste Gulbenkian”, integrado nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação, tendo
apresentado o site resultante desse projecto, em Abril de 2007, cujo endereço electrónico
é http://www.bibliotecaparticular.gulbenkian.pt
Este projecto implicou a participação contínua e intensiva de todos os sectores da Biblioteca, tal como
já tinha acontecido no ano anterior e, de uma forma geral, baseou-se na concepção de um modelo
de estruturação do site por facetas e subfacetas, reflectindo aspectos da vida e obra de Calouste
Gulbenkian, passíveis de ilustração pelas obras da sua colecção particular. Para tal, foram elaborados
18 textos a incluir no site e destinados a contextualizar a sua organização temática por facetas
e subfacetas, exigindo uma pesquisa exaustiva de dados biográficos e biobibliográficos sobre Calouste
Gulbenkian e a sua biblioteca, de que resultou a localização e aquisição de vários documentos
e o fornecimento de informação de apoio à criação dos conteúdos do site.
Ainda no ano em apreço, a Biblioteca de Arte desenvolveu um novo projecto denominado
“Arquivos de Arquitectura”, com o apoio do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento,
visando a disponibilização pública, em formato digital, dos espólios de Raul Lino e Cristino da Silva.
Para além do processamento bibliográfico de toda a colecção, o que se consubstancia na descrição
física e de conteúdo de todas as espécies, foram ainda digitalizadas 35 mil imagens de desenhos
de arquitectura, memórias descritivas e outra informação respeitante a estes espólios. O lançamento
público do resultado deste projecto encontra-se agendado para Fevereiro do próximo ano.
Por último, foi ainda efectuada a digitalização e integração de 4351 páginas relativas a monografias
e periódicos, resultando que no final de 2007 a informação digital de sumários disponibilizada na base
de dados ascendia a cerca de 47 351 páginas de capa e sumário de publicações.
Gestão Horizon
As alterações de parametrização e configuração do sistema Horizon realizadas no ano de 2007
resultaram, por um lado, da necessidade de melhorar os outputs de informação para a gestão e,
por outro, da decisão de automatizar determinadas tarefas que se verificou poderem ganhar eficiência.
130.131
130.
Relatório Balanço e Contas 2007
Assim, realizaram-se intervenções mais substanciais nas seguintes áreas:
a) reconfiguração (junção de novos campos de informação, novos índices, etc.) dos seguintes
relatórios do sistema: Relatório de Exemplares, Relatório dos Leitores, Histórico das Devoluções;
b) configuração de outputs de informação para as tarefas na área da conservação e preservação;
c) automatização dos pedidos de reservados para tipologias de leitores definidas;
d) transferência e actualização automática de campos de informação entre os módulos de aquisições
e catalogação.
Ainda durante o ano de 2007 foi possível prover a disponibilização de um acesso wi-fi aos leitores da
Biblioteca, permitindo-lhes aceder, a partir da sala de leitura, não só a todos os conteúdos disponíveis
na rede local, função anteriormente confinada ao Espaço Multimédia, como à própria internet.
Actividades de cooperação e participação em eventos
A nível interno, importa salientar o apoio prestado pela Biblioteca de Arte às investigações
e actividades realizadas por outros serviços da Fundação Calouste Gulbenkian ou no âmbito
de programas específicos, nomeadamente o programa “O Estado do Mundo”, a exposição “50 Anos
de Arte Portuguesa”, organizada pelo Serviço de Belas-Artes e o catálogo raisonné de Amadeo de
Souza-Cardoso, da responsabilidade do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão.
A Biblioteca de Arte foi também solicitada a colaborar com outras instituições, nomeadamente, o
Centro Cultural de Belém, a Fundação de Serralves, a Casa da Cerca, o Museu do Chiado, o projecto
“ANAMNESE”, o Museu Nacional de Soares dos Reis e diversas galerias de arte nacionais, na
elaboração de informação biobibliográfica para catálogos de exposição de artistas portugueses.
Foi ainda prestado apoio bibliográfico a pesquisas efectuadas pela equipa de Jorge Silva Melo,
com vista à realização de documentários sobre artistas portugueses contemporâneos.
Estas colaborações implicaram não só a pesquisa no catálogo da Biblioteca de Arte, com a posterior
elaboração de bibliografias, como também a pesquisa noutras fontes de informação, a gravação
de registos e envio através de correio electrónico. Refira-se ainda que, e de acordo com a vocação
da Biblioteca de suporte às actividades artísticas e de investigação institucionais, estes pedidos de
informação implicaram a consulta de diversas colecções especiais ainda não disponíveis ao público.
Ainda no âmbito da cooperação, refira-se o apoio à publicação do Catálogo de Edições da Fundação
Calouste Gulbenkian, em papel e na intranet, quer a nível de arquitectura e definições normativas,
quer ainda através da manutenção de rotinas com o Serviço de Vendas pelo envio sistemático
de registos bibliográficos processados em Horizon e referentes a obras publicadas pela Fundação.
A Biblioteca de Arte manteve a sua representação nos seguintes grupos de trabalho e participou
nos seguintes eventos:
a) A nível nacional
› Grupo de Utilizadores do Sistema Horizon em Portugal, que reúne representantes das instituições
portuguesas detentoras deste sistema;
› Grupo de trabalho do Clip de Belas-Artes, que tem como finalidade a elaboração de terminologias
controladas para a indexação na área das artes.
b) A nível internacional
› IFLA – International Federation of Librarians and Associations – como membro dos Standing Committees,
respectivamente, das secções “Art Libraries”, “Classification and Indexing” e “Cataloguing”;
› EBLIDA – European Bureau of Library, Information and Documentation Associations.
Fundação Calouste Gulbenkian
Biblioteca de Arte
Formação
A Biblioteca de Arte tem mantido a preocupação de promover a actualização e valorização profissional
dos seus colaboradores. Assim, durante o ano de 2007 os colaboradores da Biblioteca participaram
em cerca de 40 acções de formação, seminários e congressos, quer sob o ponto de vista de
actualização de conhecimentos na área das ciências documentais, quer em história da arte.
Informação e serviços disponibilizados ao público
Considerações gerais
Em 2007, o número de leitores activos apresentou uma subida (4608), tendo-se verificado um total
de empréstimos de 75 188 espécies.
No mesmo período registou-se um novo crescimento das solicitações de informação bibliográfica
ao Serviço de Referência, relativamente ao verificado nos últimos anos. Mantém-se a tendência para
a preponderância dos pedidos de informação enviados via correio electrónico (398 contabilizados)
os quais continuaram a ser de natureza diversa, abrangendo desde simples perguntas sobre o modo de
acesso ao catálogo da Biblioteca de Arte, até pedidos que implicaram pesquisas mais elaboradas, quer em
obras de referência aqui existentes quer na internet. Também como anteriormente, os pedidos nacionais
chegaram através do preenchimento do formulário criado na página web da Biblioteca para esse fim,
o que confirma a continuação do funcionamento pleno do serviço de referência virtual.
O ano em análise apresentou uma subida muito significativa de empréstimos, quando comparado com
anos anteriores, somando um total de 75 188 empréstimos (mais 21 por cento do que em 2006)
efectuados por 4608 leitores activos no ano (mais 12 por cento do que no ano transacto).
Evolução do movimento de empréstimos
80000
Crescimento da base de leitores
35000
32500
70000
30000
27500
60000
25000
22500
50000
20000
40000
17500
15000
30000
12500
10000
20000
7500
5000
10000
2500
0
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
132.133
132.
Relatório Balanço e Contas 2007
Análise estatística
O perfil do utilizador da Biblioteca não sofreu alteração em relação a anos anteriores, continuando
a ser maioritariamente do sexo feminino (67 por cento), no grupo etário dos 16 aos 25 anos (72 por
cento), sendo os grupos etários dos 36 aos 50 anos e acima dos 50 anos, os de mais elevada taxa de
actividade (respectivamente, 19 e 18 por cento).
Os utilizadores da Biblioteca mantêm-se, no
que respeita a áreas de interesse,
maioritariamente na esfera da arquitectura e
urbanismo (24 por cento), história da arte
(15 por cento), artes plásticas (12 por cento)
e design (15 por cento). Na repartição por
actividades profissionais exercidas, surge em
primeiro lugar o ensino superior artístico
(39 por cento, entre estudantes e
professores), seguido pelas profissões
artísticas e investigadores, número que tem
vindo a aumentar gradualmente.
Leitores activos por área de interesse
2007
Urbanismo e arquitectura
Arqueologia
Artes plásticas
Museologia e museus
Fotografia
Artes decorativas
Conservação e restauro
Literatura
Artes gráficas
Artes performativas
Outros interesses
Design
História da arte
Durante o período em apreço, a globalidade dos fundos documentais apresentou uma taxa de
utilização de 30 por cento, mantendo-se, naturalmente, uma elevada utilização das “Monografias de
Arte” (taxa de utilização de 78 por cento), das “Monografias Complementares” (32 por cento) e, como
destaque deste ano, a utilização da colecção de periódicos de arte atingiu o valor de 18 por cento.
Destaque também para a crescente utilização da colecção “Fundos Especiais” (12 por cento em 2007
contra os 10 por cento de 2006), originando uma elevada taxa de utilização de fundos reservados
(nove por cento) e da utilização do Espaço Multimédia, o qual permite o acesso em rede a versões
digitalizadas de um conjunto essencial de fontes de informação no âmbito da história da arte.
Destacamos ainda a utilização crescente da colecção “Sector não lucrativo”, com uma taxa de
utilização de 46 por cento.
O facto de a Biblioteca de Arte ter alargado o horário até às 19 horas, permitiu uma crescente
utilização dos fundos, sendo de realçar o grande número de empréstimos efectuados entre
as 17 e as 19 horas: dos 75 188 empréstimos efectuados durante o ano em análise, 10 099 foram-no
neste período de tempo.
Em 2007 registou-se um aumento
significativo de informação disponível
ao público (248 923 exemplares
referenciados na base de dados), mediante
uma constante actualização dos fundos
e novas incorporações de dados,
disponibilizando-os em linha. Assim,
em termos de registo de exemplar,
foram criados 8880 e modificados
(acrescentando dados ou refazendo-os)
57 628 registos.
Fundação Calouste Gulbenkian
Biblioteca de Arte
Distribuição dos empréstimos por tipo de colecção
2007
Monografias de Arte
Monografias Complementares
Material não-livro
Fundos Especiais
Fundo internacional
Obras de referência
Edições da Fundação
Periódicos
Sector não lucrativo
Estágios e visitas de estudo
Tal como tem vindo a ser referido em anos anteriores, a Biblioteca de Arte prossegue a política
de visitas de estudo e estágios profissionais, tendo como objectivo promover o intercâmbio institucional
e colaborar na formação de utilizadores, destacando-se as que foram dirigidas a estudantes
de licenciaturas e mestrados nas áreas das artes visuais e arquitectura e ciências da informação.
Para além de numerosas visitas de estudo, proporcionaram-se sete estágios profissionais,
todos curriculares, e fez-se o acompanhamento de numerosas investigações, quer para trabalhos
de mestrado quer para teses de doutoramento.
Aquisição de espécies documentais
As verbas destinadas à aquisição de fundos documentais permitiram apenas, em 2007, a actualização
de monografias e catálogos de exposições, manter o número de títulos de publicações periódicas
assinadas, edições fac-similadas e de títulos importantes apresentados em leilões, alguns dos quais
nos possibilitaram completar colecções já existentes. Durante este período, foram adquiridos
850 títulos e incorporados, por oferta, 1250. Encargos globais de
[3131 453]
Preservação e conservação
de espécies documentais
Intervenção de preservação
e conservação em documentos
do Espólio Raul Lino.
Durante 2007, esta área
de intervenção foi maioritariamente
destinada ao apoio ao projecto
“Arquivos de Arquitectura”.
Procedeu-se ao diagnóstico do estado
de conservação dos espólios
dos arquitectos Raul Lino e Cristino
da Silva, identificando-se as
necessidades ao nível da preservação
e conservação das colecções, tanto
no que diz respeito às questões
de armazenamento como
ao acondicionamento de espécies.
De seguida, foi efectuado, em regime
de out sourcing, todo o trabalho
conducente ao bom armazenamento
das duas colecções.
Para além deste trabalho, foram ainda
alvo de acções de conservação
e restauro 993 espécies. Nesta rubrica
foi feito um investimento de
[356 912]
134.135
134.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Ciência
Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação 2007, entrega das distinções.
Serviço de Ciência
Valores em euros
Encargos com pessoal
401 450
Despesas de funcionamento
171 234
Iniciativas próprias
741 281
Subsídios
738 016
2 051 981
Total
20 326
Receitas
De acordo com os seus fins estatutários e no
quadro da orientação que a Fundação imprime
às acções no domínio da ciência, foram três os
vectores estruturantes da actividade do Serviço
durante o ano de 2007.
› estimular a criatividade e o rigor na
prática científica;
› favorecer as ligações entre ciência e cultura;
› fortalecer a interacção entre ciência
e sociedade.
Estimular a criatividade e o rigor
na prática científica
Programa de Estímulo à Investigação
No âmbito do Programa Gulbenkian de
Estímulo à Investigação prosseguiram as
actividades destinadas a apoiar e estimular
os investigadores mais jovens, tendo sido
aberto um concurso em quatro áreas científicas.
O programa distingue, anualmente, duas
propostas de grande qualidade em cada área
científica e, simultaneamente, apoia as
condições da sua execução durante o ano
subsequente em centros de investigação
portugueses. Foram submetidas 33 candidaturas
a concurso, inseridas nas quatro áreas
científicas. Em função da avaliação efectuada,
recomendou o Júri que fossem distinguidos
138. 139
Relatório Balanço e Contas 2007
Programa Gulbenkian de Apoio à Investigação nas Ciências da Vida, entrega do prémio e visita ao Instituto de Medicina Molecular.
oito candidatos, a quem foi atribuído um incentivo financeiro total de € 12 500, repartido em duas
parcelas: uma, de € 2500 para o investigador, e outra de € 10 000, destinada a suportar os
encargos com a execução da investigação, atribuída à instituição onde decorrerão os trabalhos.
Programa de Apoio à Investigação nas Ciências da Vida
O programa tem como objectivo incentivar a originalidade e o desenvolvimento de novas ideias
criativas no trabalho de investigação nas ciências da vida (cutting-edge research) e resultou
da vontade de induzir nos centros de excelência a capacidade de apostar e arriscar
nos investigadores mais jovens, em áreas de fronteira.
Em 2007, foram distinguidas as seguintes instituições:
› Instituto de Medicina Molecular, Laboratório Associado, Universidade de Lisboa,
para permitir apoiar a realização do projecto “Deciphering the Molecular Role of DJ-1
in the Etiology of Parkinson’s Disease”, da responsabilidade de Tiago Fleming Outeiro.
› Instituto de Biologia Molecular e Celular, Laboratório Associado, Universidade do Porto,
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Ciência
Programa Gulbenkian “Novos Talentos em Matemática”, encontro nacional do programa, Fundação Calouste Gulbenkian, Setembro de 2007.
para permitir a realização do projecto “Application of Fluorescent Speckle Microscopy and
Laser Microsurgery to Unravel Force Production Mechanisms behind Chromosome Movement”,
da responsabilidade de Helder Maiato.
Cada uma das instituições recebeu um subsídio no valor de € 50 000.
Programas de reforço do potencial de investigação
O apoio à investigação fundamental concretizou-se através da concessão de vários subsídios,
sendo de destacar o concedido ao Centro Internacional de Matemática para a realização
da Escola de Verão de 2007, no valor de € 15 000.
Programa “Novos Talentos em Matemática”
O Programa Gulbenkian “Novos Talentos em Matemática” distingue, anualmente,
estudantes universitários de Matemática que evidenciem um elevado mérito académico
140.141
140.
Relatório Balanço e Contas 2007
Capa do catálogo da exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia, 1846-2006”.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Ciência
e incentiva o desenvolvimento da sua cultura e aptidões matemáticas, apoiando o seu
trabalho junto de reconhecidos especialistas que exercerão o papel de tutores.
A Fundação, após concurso público, atribuiu 20 bolsas de mérito para estudantes
a frequentarem o 1.º, 2.º e 3.º anos de uma licenciatura em Matemática no ano lectivo
de 2007-2008.
Decorreu a 4.ª Escola de Verão – Escola Diagonal, entre 3 e 7 de Setembro de 2007,
na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que contou com a participação
de cerca de 80 estudantes (sendo mais de 30 estudantes do ensino secundário e os restantes
do ensino superior). Realizaram-se quatro cursos, cada um com cinco lições complementadas
por sessões de trabalho. Esta “Escola Diagonal” antecedeu o 7.º Encontro Nacional do
Programa “Novos Talentos em Matemática”, que decorreu na Fundação de 7 a 8 de Setembro,
e teve como objectivos fundamentais: dar oportunidade aos bolseiros de todo o país de se
conhecerem e trocarem experiências sobre os respectivos ambientes académicos; fazer
um balanço do trabalho desenvolvido no âmbito do programa; realizar sessões de discussão
científica envolvendo todos os participantes (bolseiros e tutores). O encontro incluiu uma
série de conferências proferidas por alguns dos bolseiros e por professores convidados,
nacionais e estrangeiros.
Favorecer as ligações entre a ciência e a cultura
Colóquios e seminários
No âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, foi a 14 de Maio de 2007
lançado o livro A Nova Primavera do Político, resultante do trabalho de investigação anteriormente
financiado pela Fundação. Esta iniciativa foi acompanhada por uma conferência proferida por
Michel Wieviorka subordinada ao tema “Globalização e Multiculturalismo”.
A realização do seminário “A Ciência e a Política”, iniciativa integrada nas Comemorações
do Cinquentenário da Fundação, foi reprogramada para Janeiro de 2008. Este seminário
reunirá um conjunto de especialistas e decisores políticos com o objectivo de contribuir
para uma melhor compreensão dos processos de tomada de decisão que envolvem
criticamente a ciência, bem como o impacto do conhecimento científico na definição
de estratégias com vista ao futuro.
O concurso “Rómulo de Carvalho/António Gedeão, O Poeta da Ciência” foi uma iniciativa
conjunta do Plano Nacional de Leitura e da Comissão Organizadora das Comemorações
do Centenário do Nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão, que contou com
o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. As escolas e estudantes premiados neste concurso
apresentaram os seus trabalhos numa sessão pública, que decorreu a 4 de Junho de 2007
na sede da Fundação no decorrer da qual foram entregues os prémios.
Decorreram os trabalhos preparatórios do ciclo de colóquios “Na Fronteira da Ciência”,
com a realização a 12 de Dezembro da primeira conferência, “Conjectura de Poincaré:
Geometria para Entender o Universo”, proferida por Marcelo Viana do Instituto
de Matemática Pura e Aplicada do Rio de Janeiro.
142.143
142.
Relatório Balanço e Contas 2007
Ainda no quadro das conferências e seminários realizou-se, a 6 de Junho, uma conferência
proferida por Pierre Cartier, reconhecido matemático, seguida pelo lançamento
do livro Os Desafios e as Grandes Direcções Actuais da Investigação Matemática.
Exposições de divulgação científica
A exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia, 1846-2006”, organizada no âmbito
das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, esteve patente ao público na Galeria
de Exposições Temporárias da sede, entre 9 de Fevereiro e 6 de Maio, tendo sido visitada
por 21 321 pessoas.
Esta exposição, comissariada por Jorge Calado, reuniu mais de três centenas de fotografias,
históricas e actuais, vindas de todo o mundo. Foi posteriormente apresentada no Palais des
Beaux Arts – BOZAR, em Bruxelas, entre 6 de Julho e 9 de Setembro de 2007, por ocasião
da presidência portuguesa da União Europeia.
A acompanhar a exposição, foi editado um catálogo, com edição em português e inglês,
contendo ensaios da autoria do comissário.
Decorreram os contactos e trabalhos de preparação de uma outra exposição de natureza
científica a realizar em 2009.
Foi apoiada a produção de uma série de 13 programas televisivos intitulada Indisciplinas.
Esta série foi concebida como um projecto dedicado às áreas da ciência, das tecnologias
e da cultura, pretendendo disponibilizar uma informação rigorosa e acessível ao grande
público, tendo sido emitida ao longo do ano pelo canal 2:
Foi também desenvolvida uma actividade continuada de concessão de subsídios a iniciativas
com mérito por parte de associações, academias e instituições universitárias.
Fortalecer a interacção entre a ciência e a sociedade
Programa “Ciência e Sociedade”
No âmbito deste programa foram concedidos subsídios às seguintes instituições:
› Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais para a realização do 2.º ano do projecto
“Lisbon Agenda Group”;
› Centro de Investigação e Estudos de Sociologia/ISCTE para o projecto de investigação
“Estímulo à Investigação e Trajectórias Científicas”, o qual fará a análise dos percursos
académicos, científicos e profissionais dos investigadores distinguidos pelo Programa
Gulbenkian de Estímulo à Investigação de 1994 a 2006;
› Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais para o projecto “Diálogos para Um
Desenvolvimento Sustentável”, no valor de € 50 000;
› Yale University para o projecto de investigação “Linear vs Polarizing Trends in World
Social Processes”, no montante de € 35 000.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Ciência
Publicações
Foi editado, em parceria com a Gradiva, um livro contendo os textos das conferências proferidas
em 2004 e 2005, no âmbito dos ciclos “Despertar para a Ciência”.
Comemorações do cinquentenário
› Livro A Nova Primavera do Político (ver “Colóquios e seminários”);
› Seminário “A Ciência e a Política” (ver “Colóquios e seminários”);
› Exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia” (ver “Exposições”).
144.145
144.
Relatório Balanço e Contas 2007
Crianças em idade pré-escolar numa visita ao Instituto Gulbenkian de Ciência.
Instituto Gulbenkian de Ciência
Descrição das actividades realizadas
A missão do Instituto Gulbenkian de Ciência
(IGC) é a de conduzir investigação científica
e formação pós-graduada em biomedicina,
contribuindo para a formação de novas
lideranças na comunidade científica nacional
e para a internacionalização da ciência
portuguesa. O IGC funciona como
host-institution, oferecendo um excepcional
ambiente intelectual, bem como excelentes
instalações, equipamentos e serviços a jovens
investigadores portugueses e estrangeiros,
que aqui criam autonomamente os seus grupos
de investigação e desenvolvem os seus
projectos por períodos de tempo limitados.
Valores em euros
Encargos com pessoal
1 545 257
Despesas de funcionamento
1 874 659
Iniciativas próprias
4 986 610
Subsídios e bolsas
1 263 145
Investimento 1 103 451
Total
9 669 671
Receitas
4 144 048
* Os valores afectados referem-se a verbas geridas pela
Fundação Calouste Gulbenkian, excluindo outros
financiamentos atribuídos directamente aos investigadores,
estudantes e técnicos ou geridos por outras entidades.
Os interesses científicos do Instituto caracterizam-se pela sua diversidade e transversalidade, geradoras
de uma densa rede de interacções dos seus grupos, dentro e fora do Instituto, na procura de um
objectivo comum, nomeadamente, as bases genéticas e moleculares do desenvolvimento e evolução de
sistemas complexos. Assente numa sólida base evolutiva e em abordagens centradas no organismo,
usando múltiplos modelos animais que vão das bactérias e leveduras, à mosca da fruta e aos ratinhos,
a investigação do IGC dá prioridade a áreas biomédicas definidas, como a genética de doenças
complexas e de resistência a infecções, a auto-imunidade, o stress e a inflamação, a biologia do
desenvolvimento em animais e plantas e as neurociências. São igualmente características marcantes do
IGC o forte apoio à biologia teórica e computacional e a sua intensa actividade em seminários, cursos
de pós-graduação, workshops e simpósios, bem como no intercâmbio com várias instituições
estrangeiras. O IGC dispõe de plataformas tecnológicas e serviços de grande qualidade em
equipamentos e competências humanas (separação de células a alta velocidade, microscopia
electrónica, microscopia confocal e multifotónica, sequenciação de DNA e genotipagem, GenechipTM,
preparação de anticorpos monoclonais, biotério com produção de ratinhos Specific Pathogen Free e
Germ-Free e animais transgénicos), de uma biblioteca, de laboratórios com grau de biossegurança de
nível 3 e de uma infra-estrutura de computação de alto desempenho para computação em
bioinformática. Entre os serviços de apoio aos investigadores e à actividade institucional, contam-se
ainda as unidades de ensino, de organização de reuniões, de comunicação de ciência, de
administração de contratos e de propriedade intelectual.
A investigação no IGC foi realizada em 2007 por 32 grupos de investigação autónomos
e 14 grupos de investigação associados em outras instituições. O ano passado ficou marcado
pelo lançamento do Programa Champalimaud de Neurociência no IGC, ao abrigo do qual foram
instalados os primeiros grupos de investigação. Todos os grupos no IGC têm apoio financeiro exterior
na condução dos seus projectos, em temáticas que foram progressivamente consolidadas:
146.147
146.
Relatório Balanço e Contas 2007
Manipulando tecidos ao microscópio.
ciclo celular e mitose, respostas celulares e moleculares ao stress, biologia do desenvolvimento
em animais e plantas, tolerância imunológica, doenças auto-imunes e inflamação, interacção
vírus-hospedeiro, desenvolvimento de vacinas contra infecções crónicas, genética de resistência
à malária, genética da diabetes tipo I, do lúpus e do autismo, evolução, neurobiologia
comportamental e biologia teórica e computacional. Em 2007, foram publicados 103 artigos
de investigação em revistas internacionais, 22 artigos de revisão e/ou capítulos em livros
e apresentadas 314 comunicações em congressos ou reuniões científicas. Foram preparadas,
em parte ou na totalidade, no IGC, 19 teses de doutoramento, oito teses de mestrado
e quatro teses de licenciatura.
O ensino ao nível pós-graduado foi sempre uma forte aposta do IGC, contando com o apoio
sistemático da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta tradição manteve-se no ano de 2007
através do Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina, do Programa de Doutoramento
em Biologia Computacional – conduzido em colaboração com a Siemens Academia, e agora, por
acordo com a Fundação Champalimaud, do Programa Gulbenkian/Champalimaud de Doutoramento
em Neurociência. Por outro lado, o Programa Gulbenkian de Doutoramento do IGC, devotado ao
recrutamento de estudantes para os seus próprios laboratórios, foi agora aberto com sucesso a
Fundação Calouste Gulbenkian
Instituto Gulbenkian de Ciência
Neurónios (células do sistema nervoso) em cultura num laboratório, em que o núcleo (azul) e os prolongamentos (verdes)
foram marcados com compostos fluorescentes, para permitir a sua visualização.
estudantes estrangeiros por concurso internacional, como passou a ser de norma em todos os
programas. Em 2007, o IGC organizou também vários outros cursos internacionais, nomeadamente,
o EMBO Course on Lihgt Microscopy in Living Cells, bem como várias conferências e workshops,
onde sobressaem as conferências “Reconstrução do Passado” e “Biologia Evolutiva das Religiões”,
em colaboração com o Serviço de Ciência da Fundação, bem como os primeiros Champalimaud
Neuroscience Workshops Neural Basis of Reward and Decision Making e Theoretical and
Experimental Perspectives on Serotonin Function, os encontros anuais dos estudantes e
investigadores que já passaram no IGC (GAMeets) e dos alunos dos vários programas de
doutoramento em curso. O IGC organizou ainda 149 seminários individuais.
Outra das iniciativas do IGC mantida em 2007 foi a de promover o diálogo entre os cientistas
e a sociedade. Para esse efeito, o IGC organizou ciclos de conferências e sessões informais entre
investigadores e o público em geral, com o objectivo de fomentar o entusiasmo e o conhecimento
das questões fundamentais da biomedicina actual, bem como de encontrar formas de melhorar
os canais de comunicação entre os cientistas, os meios de comunicação social, os professores
de biologia do ensino secundário e o público em geral. À semelhança de anos anteriores
o IGC foi visitado por cerca de 400 alunos de escolas do ensino secundário de norte a sul do País.
148.149
148.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Ib.
Estrangeiro
Cartaz do espectáculo de marionetas “Vie du grand dom Quichotte et du gros Sancho Pança”.
Serviço Internacional
Em 2007, por intermédio do Serviço
Internacional, a Fundação Calouste Gulbenkian
continuou a exercer, em países estrangeiros,
acções dirigidas à promoção da cultura
portuguesa e a apoiar iniciativas
de organizações internacionais que visem
encontrar soluções para os problemas que
afectam o mundo de hoje.
Valores em euros
Encargos com pessoal
Despesas de funcionamento
Subsídios e bolsas
Iniciativas próprias
Total
284 897
137 776
1 130 314
36 576
1 589 563
Receitas
6 965
Enumeram-se a seguir, resumidamente,
alguns dos projectos mais significativos
realizados no decurso do ano.
Iniciativas próprias
[336 576]
Publicações
Foram adquiridos, para oferta a instituições
vocacionadas para o estudo de temas ligados
à cultura portuguesa, exemplares de livros
nas seguintes línguas: em dinamarquês,
Kvintessensen (Forlaget Orby, Copenhaga,
Dinamarca); em português, Viagem ao Brasil
de Alexandre Rodrigues Ferreira, 4.º vol.
(Kapa Editorial, Petrópolis, Brasil),
Arca de Pessoa – Novos Ensaios (Imprensa
de Ciências Sociais, Lisboa, Portugal),
Portugal no “Mercure de France”
– Aspectos Literários, Artísticos, Sociais
de Fins do Séc. XIX a Meados do Séc. XX,
de Philéas Lebesgue (Roma Editora, Lisboa,
Portugal), Cartas de Amor à Viscondessa
da Luz, de Almeida Garrett (Quasi,
Vila Nova de Famalicão, Portugal); em francês,
Quadrant nr. 23 (Université Paul Valéry,
Montpellier, França), Noeuds 25 poèmes
sur Paula Rego (Fédèrop, Gardonne, França),
Sigila nrs. 19 e 20 (Association Gris-France,
Paris, França); em inglês, Metahistory/
/Metahistória, de Charles J. Borges e M. N.
Pearson (Nova Vega, Lisboa, Portugal).
Cartas de Amor à Viscondessa da Luz, de Almeida Garrett,
introdução, organização, fixação do texto e notas de Sérgio Nazar David,
com apresentação de Ofélia Paiva Monteiro.
152. 153
Relatório Balanço e Contas 2007
Edição de livros
Iniciaram-se os trabalhos de preparação da publicação bilingue intitulada Indo-Portuguese Museum
– Bishop’s House – Cochin/Museu Indo-Português – Paço Episcopal – Cochim, a lançar em 2008,
por ocasião das celebrações do encerramento do ano jubilar coincidente com as comemorações
dos 450 anos da criação daquela diocese.
Prosseguiu o trabalho com vista à publicação, em português, da obra de Adolf Heuken,
The Earliest Portuguese Sources for the History of Jakarta.
Subsídios e bolsas
[31 130 314]
Património histórico português no mundo
Foram concedidos dois subsídios para a recuperação de património de origem portuguesa existente
no estrangeiro destinados, respectivamente, a obras de preservação da igreja do Convento
de Santa Mónica, em Goa, e à recuperação do exterior da Catedral de Calecute, ambas na Índia.
Participações em iniciativas de organizações internacionais
Foi renovada a adesão da Fundação Calouste Gulbenkian à Network of European Foundations
for Innovate Cooperation, Bélgica, com vista ao desenvolvimento de estratégias de acção
comuns a diversas fundações da Europa e ao estabelecimento de uma cooperação
transnacional na área cultural.
Foram aprovados subsídios para o Centre for Social Investment na Universidade de Heidelberg
destinados às actividades a desenvolver no triénio 2007-2009 e para o projecto
“A Soul for Europe” com vista ao fortalecimento das relações culturais entre vários
parceiros europeus.
Foi renovado o apoio financeiro concedido desde 2005 ao European Strategy Forum para
promover o debate sobre questões estratégicas que afectem os Estados-membros da União
Europeia, e atribuída uma contribuição para apoiar o projecto “LAB – Laboratory of European
Cultural Cooperation”, experiência pioneira para a construção a longo prazo de uma política
cultural sustentada, desenvolvida pela European Cultural Foundation, Holanda.
Ao projecto “Mobilité Artistique en Méditerranée”, desenvolvido pelo Fonds Roberto Cimetta
em colaboração com a Fondation Européenne de la Culture, foi concedido um novo subsídio
para a realização das actividades previstas para 2007. A exposição “Encompassing the Globe:
Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries”, organizada pelo Smithsonian Institution,
em Washington, no segundo semestre de 2007, beneficiou igualmente de um novo apoio.
Foi concedido um subsídio ao German Marshall Fund of the United States para a organização
da conferência “Transatlantic Approach to North Africa & the Mediterranean”.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço Internacional
Promoção da cultura portuguesa
em países estrangeiros
Prosseguiram em 2007 os programas de
cooperação com entidades estrangeiras entre as
quais se destacam: a Johns Hopkins University,
em Washington, Estados Unidos da América;
o Institut Universitaire Européen, em Florença,
Itália; e o King’s College of London,
no Reino Unido. Foi igualmente concedido
o patrocínio exclusivo, da parte de Portugal,
da exposição “Um Novo Mundo, Um Novo
Império – A Corte Portuguesa no Brasil
1808-1822”, organizada pelo Museu Histórico
Nacional do Rio de Janeiro, que comemorará,
em 2008, os duzentos anos da chegada da
família real ao Brasil.
O Serviço Internacional continuou a apoiar
a edição de livros e a conceder bolsas
de estudo.
Foram igualmente atendidos pedidos de
instituições sediadas nos seguintes países:
na Alemanha, a Körber-Stiftung, Hamburgo,
Portugal no “Mercure de France” – Aspectos Literários, Artísticos, Sociais,
e a Technische Universität Cheminitz,
de Fins do Séc. XIX a Meados do Séc. XX, de Philéas Lebesgue.
Chemnitz; no Brasil, a Cátedra Jorge de
Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
a Academia Brasileira de Filologia do Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Professores de
Literatura Portuguesa de São Paulo, a Universidade Federal de Ouro Preto, e o Centro de Estudos
Americanos Fernando Pessoa, São Paulo; em França, a Université Blaise-Pascal, Clermont-Ferrand,
o Centre d’Information de Recherche de Création et d’Études Littéraires et Artistiques – Circé, Paris,
e a Casa Amadis, Montpellier; na Holanda, a Universiteit Utrecht, Utreque; na Índia, o Institute for
Research in Social Sciences and Humanities – IRISH, Thalassery; e, em Itália, a Universitá degli
Studi di Bari, Bari.
Foi concedido ao Centre de Recherche du Château de Versailles um subsídio para os trabalhos
preliminares do projecto de identificação e sistematização das plantas ornamentais utilizadas
nos séculos XVII e XVIII em jardins da Europa, e que se irá prolongar por um período de três
anos (2008-2010), e ao Mudam Luxembourg – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, foi atribuído
um subsídio para produção do catálogo da exposição “Portugal Agora – A Propos des Lieux
d’Origine”, organizada naquele museu.
154.155
154.
Relatório Balanço e Contas 2007
Projecto de identificação e sistematização das plantas ornamentais utilizadas nos séculos XVII e XVIII em jardins da Europa.
Edições apoiadas
Foi concedido apoio para a edição das seguintes obras: em português, Metamorfoses,
n.º 8 (Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros – UFRJ, Rio de
Janeiro, Brasil), Semear n.º 12 (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil),
Os Americanos e Portugal 1941-1976, de José Freire Antunes (Tribuna da Memória Multimedia,
Lisboa, Portugal); em romeno, Vanitas, de Almeida Faria (Vivaldi, Bucareste, Roménia);
em francês, Voyage de François de l’Estra aux Indes Orientales – 1671-1675, Histoire
des Juifs Portugais e Le Voyage de Magellan (Chandeigne, Paris, França); Álvaro Siza
au Thoronet – Parcours Comme Œuvre (Parenthèses, Marselha, França), Lisbonne, Histoire,
Promenades, Anthologie, Dictionnaire (Robert Laffont, Paris, França), La Maison sur la Dune,
de Carlos de Oliveira (José Corti, Paris, França), Desassossego, Lisbonne et Pessoa (Gallimard,
Paris, França).
Foi concedido um subsídio ao Musée d’Art et d’Histoire du Judaisme, destinado ao catálogo
da exposição “Rembrant et la Nouvelle Jérusalem: Juifs et Chrétiens à Amsterdam au Siècle d’Or”.
Oferta de bibliotecas
Foram oferecidos conjuntos de livros às seguintes instituições: no Brasil, ao Centro de
Orientação Educacional da Biblioteca Rui Barbosa, Minas Gerais, à Universidade do Grande Rio
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço Internacional
– UNIGRANRIO, Rio de Janeiro,
à Universidade de São Paulo,
Universidade Federal do Rio Grande,
à Universidade Federal Rural de
Pernambuco, à Universidade Federal
de Grande Dourados e à Fundação
Educacional de Divinópolis
– Biblioteca Prof. Nocolaas Gerardus,
em Minas Gerais, e à Universidade
Federal de Rondônia; nos Estados
Unidos da América, à Rhode Island
College Foundation, em Providence;
na Índia, ao Xavier Centre of Historical
Research, em Goa; na Suíça,
ao Núcleo de Intervenção Cultural
e Expressiva, em Scaffhausen,
e à Pestalozzi Bibliothek Zürich.
Bolsas de estudo e subsídios de viagem
No âmbito do concurso anual,
foram atribuídas 17 bolsas de estudo
a investigadores estrangeiros para
realizarem pesquisas em Portugal
sobre temas relacionados com
a cultura portuguesa. Foram
beneficiados estudiosos das
seguintes nacionalidades: Brasil (oito),
França (três), Austrália, Eslováquia,
Espanha, Itália, República Checa,
Rússia (um cada).
Cartaz do documentário The Night Fernando Pessoa Met Constantine Kavafy.
Foram ainda contemplados com subsídios de viagem investigadores estrangeiros e portugueses,
num total de oito beneficiários, para participarem em iniciativas culturais ou para realizarem
pesquisas nas áreas da literatura, história, museologia e património histórico.
Música, teatro e exposições
Foram concedidos subsídios nas áreas da música, teatro e exposições, com o objectivo de
promover a participação de artistas portugueses em certames internacionais. Foram apoiadas
as seguintes instituições: Espace Européen pour la Sculpture ASBL para o transporte das obras
de José Guimarães que integraram a exposição que teve lugar em Bruxelas; Fundación Albeniz,
para a realização da 16.ª edição do Concurso Internacional de Piano de Santander Paloma O’Shea;
Collectif Hic et Nunc, de Paris, para a representação da peça Mort d’un Heteronyme, de Fernando
Pessoa, que integra o projecto teatral “Metisse”, na Cartoucherie de Vincennes; Comédie-Française,
156.157
156.
Relatório Balanço e Contas 2007
Escultura de José Guimarães, exposição “Les Voix Nomades” no Parc Régional Tournay-Solvay, Bruxelas.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço Internacional
para as despesas com a produção do espectáculo de marionetas Vie du grand Don Quixote
de la Mancha et du gros Sancho Pança, de António José da Silva; Centre Georges Pompidou,
para a produção de dois concertos monográficos integralmente dedicados ao compositor
Emmanuel Nunes, no âmbito do Festival Agora; Boston Portuguese Festival, para a deslocação
de um especialista português.
Foram igualmente apoiadas deslocações ao estrangeiro dos seguintes agrupamentos: A Barraca,
para a representação de uma peça de teatro no festival “Na Ponta da Língua”, no Brasil; grupo
de música e dança EKVÂT, para realizar um espectáculo integrado na iniciativa “Encompassing
the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries” e Grupo de Teatro Rainha,
para uma série de apresentações da peça Ella, ambos nos Estados Unidos da América;
RE.AL – João Fiadeiro, para apresentar em França e na Bélgica dois espectáculos – Onde Vai a Luz
quando Se Apaga e Dido e Eneias; Quinta Parede, para apresentar o espectáculo Peur Bleue
na Biennale Théâtre Jeunes Publics, em Lyon, França; Grupo Musical Português Kalaf, para um
concerto no âmbito do encontro sobre “Perspectiva Europa” realizado pela Akademie der Künste,
Berlim, Alemanha; membros do Conservatório Nacional de Lisboa, a fim de participarem na edição
do Festival Culturel de l’Agglomération de Rouen 8éme Transeuropéennes, França.
A Cité de la Musique beneficiou de um subsídio para a execução da programação clássica
do ciclo “Lisbonne”.
Foi ainda atribuído um subsídio à Fundação Eva Klabin, Brasil, para pagamento das despesas
de transporte, seguros e desalfandegamento dos materiais da exposição de Rui Chafes,
apresentada no Rio de Janeiro.
Outros projectos
Foi oferecido equipamento informático e audiovisual para o recém-criado Institute for Portuguese
and Lusophone World Studies, no Rhode Island College, Providence, EUA, e para o Vasco da Gama
Research History Centre, inaugurado no corrente ano no Paço Episcopal de Cochim, Índia.
Foi atribuída uma comparticipação ao produtor grego Thanos Lambropoulos, da Periplus
Film & Television Productions, para a realização do documentário The Night that Fernando Pessoa
Encoutered Constantine Cavafy, sobre um encontro imaginário entre os dois célebres poetas.
Foram concedidos apoios ao PEN Clube Português, para a participação de alguns dos seus
membros em reuniões internacionais programadas para 2007, e ao Palais des Beaux-Arts,
em Bruxelas, para o retorno das peças que integraram a exposição “Ingenium”.
158.159
158.
Relatório Balanço e Contas 2007
Projecção do documentário de Manoel de Oliveira O Improvável não É Impossível.
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
Valores em euros
Encargos com pessoal
Subsídios
1 220 075
6 000
Despesas de funcionamento
710 445
Iniciativas próprias
791 286
2 727 806
Total
19 113
Receitas
O Centro Cultural Calouste Gulbenkian
é o departamento da Fundação responsável
pela difusão da cultura portuguesa em França,
através da realização de actividades directas.
Durante o ano de 2007, prosseguiu a preparação
para a transição para o seu novo espaço. O Centro
valorizou a biblioteca, a qual, com cerca de 90 mil
volumes, é a maior e melhor biblioteca portuguesa
na Europa, fora de Portugal.
Foram realizadas quatro exposições,
em colaboração com a sede e com museus
franceses e portugueses. O Centro tem vindo a
abrir no Verão, com uma exposição que pretende
atrair não apenas os residentes na capital francesa
como os visitantes que na altura
se encontrem em Paris.
Em colaboração com o Serviço de Música,
o Centro organizou recitais e concertos
de música de câmara fora das suas instalações,
na Sala Gaveau.
Tiveram lugar, igualmente, várias conferências,
lançamentos de livros, leituras de adaptações
teatrais e de poesia portuguesa por reputados
actores franceses.
No futuro próximo, o Centro deverá apostar
nas valências da biblioteca, bem como
em exposições e conferências internacionais,
160.161
160.
Relatório Balanço e Contas 2007
Inauguração da exposição de Arshile Gorky.
acompanhadas de catálogos e de actas que possam registar documentalmente aqueles
acontecimentos. Esta missão deverá ser prosseguida em estreita colaboração com os serviços
da sede, no âmbito dos fins estatutários da Fundação e em parceria com outras instituições
portuguesas, francesas e europeias.
Principais actividades realizadas em 2007
Exposições
Comissariada por José Luís Porfírio, foi realizada uma exposição de obras de António Dacosta
durante os meses de Fevereiro e Março. Em Abril, no âmbito do “Ano da Arménia em França”,
e em parceria com o Centre Georges Pompidou, foi realizada simultaneamente nos dois espaços
uma exposição de desenhos e pinturas de Arshile Gorky. Esta mostra contou com a colaboração
do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e do Serviço das Comunidades Arménias.
Em colaboração com a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e o Centro de Arte Moderna
José de Azeredo Perdigão foram apresentadas obras de Vieira da Silva, de Junho a Setembro.
Uma exposição de fotografia de Mark Power, “Signes/Signs”, comissariada por Jorge Calado,
foi apresentada no Centro em Novembro e Dezembro. Esta mostra contou com a parceria
de Magnum Photos, e será apresentada em Cambridge (Reino Unido), no Churchill College
em parceria com a Delegação no Reino Unido.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
Inauguração da exposição Mark Power.
Concertos
Foram realizados cinco concertos pelos seguintes artistas: Opus Ensemble, com apresentação
de Carlos Pontes Leça, em homenagem a Fernando Lopes-Graça na Sala Gaveau; igualmente
na Sala Gaveau, apresentou-se o grupo de música barroca Les Caractères, com versão de concerto
da ópera de António Teixeira e António José da Silva Les Métamorphoses de Protée; Bernardo
Sassetti, no Centro, com algumas improvisações a partir de composições da sua autoria, destinadas
ao cinema; Adriana Calcanhoto (voz e guitarra), acompanhada por Dé Palmeira, Ricardo Palmeira
e Marcelo Costa igualmente no Centro; Stephen Beus, 1.º prémio do Concurso Internacional
de Piano Vendôme em 2006, na Sala Gaveau.
Edições
Publicado pela editora alemã Harrassowitz Verlag, foi lançado no Centro o volume de actas
da conferência internacional “Portugal Sri Lanka 500 Ans”, coordenada por Jorge Flores,
em 2005, e também realizda no Centro.
De outros editores exteriores ao Centro, foram lançadas as seguintes obras: Le Printemps Politique,
de Michel Wieviorka, e La Longue Marche des Arméniens, de Laurence Ritter, na colecção
“Le Monde comme il va”, edições Robert Laffont; na editora La Différence, La Vie en Vers, de Teresa
Rita Lopes, Poésies Complètes, de Mário de Sá-Carneiro, Les Yeux d’Ulysse, de António Osório,
162.163
162.
Relatório Balanço e Contas 2007
e Une Lettre en Hiver, de Vasco Graça Moura; na Alphamédian & Johanet, Gorky: Sept Thèmes
Majeurs, de Alexandre Beredjiklian.
O número 19 da revista Sigila foi também apresentado no Centro, assim como Noeuds, de Ana
Marques Gastão (ed. Fédérop), e ainda Le Portugal, de Pierre Léglise-Costa, colecção “Les idées
reçues”, Le Cavalier bleu éditions. Do editor Christian Bourgois, foi realizado o lançamento de
Fantaisie pour Deux Colonels et Une Piscine, de Mário de Carvalho. Michel Chandeigne apresentou
Voyage de Magellan (1519-1522) e La Relation
d’Antonio Pigafetta & Autres Témoignages, duas obras editadas com subsídio da Fundação. Foi
ainda lançada a edição portuguesa de Le Portugal dans “Mercure de France”, Aspects Littéraires,
Artistiques, Sociaux, de la Fin du XIXe au Milieu du XXe.
Foi lançado o Vocabulaire Portugais, Portugal/Brésil de Solange Parvaux, Jorge Dias da Silva
e Nina Atsuko Mabuchi, publicado pela editora Pocket com o apoio da Fundação. Tratou-se
da última presença de Solange Parvaux no Centro, dez dias antes do seu falecimento. No decurso
do primeiro semestre de 2008, será prestada homenagem a esta figura cimeira da cultura
portuguesa em França.
Inauguração da exposição de Vieira da Silva.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
Conferências, colóquios, encontros
Um colóquio internacional e um ateliê coordenado por Carlos Mendes de Sousa foram
consagrados a Miguel Torga com a participação de José Manuel Esteves, Eduardo Lourenço,
Clara Rocha, Catherine Dumas, Cristina Robalo Cordeiro, Eloisa Alvarez, Ettore Finazi-Agro,
Fernando J. B. Martinho, Graça dos Santos, Luís Mourão, Manuel Alegre, Marcello Duarte Mathias,
Maria Alzira Seixo, Maria de Fátima Marinho, Maria Graciete Besse, Maria Helena Carreira,
Maria Helena Santana, Paulo de Medeiros, Teresa Araújo, Teresa Rita Lopes e Vicenzo Arsillo.
A sessão de encerramento foi presidida pelo presidente da Fundação.
O Centro realizou a conferência internacional “Les Portugais à Ormuz (1507-1622)”, com Dejanirah
Couto, Elio Brancaforte, Hélder Carita, Hughes Didier, Jean-Louis Bacqué-Grammont, João Campos,
João Lizardo, Jorge Manuel Flores, José Manuel Garcia, Luís Gil Fernandez, Mansur Sefatgol, Maria
Helena Mendes Pinto, Nader Nasiri-Moghaddam, Nicolas Mellis, Nuno Vassallo e Silva, Rui Manuel
Loureiro, Svat Soucek, Valeria Fiorani Piacentini, Vasco Resende, Willelm Floor e Zoltan Biedermann.
Maria de Medeiros organizou uma “Carte Blanche” para a qual contou com a participação
de artistas plásticos, actores e músicos.
“Carte Blanche à Maria de Medeiros”.
164.165
164.
Relatório Balanço e Contas 2007
Lançamento de Vocabulaire Portugal, de Solange Parvaux, aqui acompanhada pelo embaixador de Portugal em França.
Participaram em conferências e mesas-redondas os seguintes convidados: José Luís Porfírio,
Artur Luís Piza e Alain Tapié (mesa-redonda sobre António Dacosta), Cleonice Berardinelli
e Gilda Santos (conferências sobre Gil Vicente e Jorge de Sena, respectivamente), Michel Fardeau,
Miguel Palha e Fernando Tomé (mesa-redonda sobre a deficiência e a Europa social).
Em parceria com a associação “Textes et Voix”, foram organizadas leituras de textos de António
Lobo Antunes por Michael Lonsdale, e de José Luís Peixoto por Thibault de Montalembert. Com
encenação de Isabelle Desage, Jacques Lallié leu textos de Fernando Pessoa. A partir de um texto
da sua autoria, Nouritza Matossian recreou cenas e personagens da vida de Arshile Gorky num
espectáculo denominado A Life of Arshile Gorky. Foi realizada uma projecção do documentário
encomendado pela Fundação ao realizador Manoel de Oliveira, L’Improbable n’Est pas Impossible,
com a presença do realizador. O Centro apoiou ainda o espectáculo de dança e voz de Sosana
Marcelino Só no Espace Kiron. Beneficiando do apoio da Fundação, foi apresentado no Théâtre
de l’Epée de Bois (Cartoucherie de Vincennes) o espectáculo Mort d’Un Hétéronyme, de Fernando
Pessoa, pela Companhia Hic et Nunc e ainda, no Théâtre de la Ville de Sèvres, Le Cul de Judas,
de António Lobo Antunes, numa adaptação, encenação e interpretação de François Duval.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
No seguimento dos anos anteriores
foram organizados, em colaboração
com as Universidades de Paris III,
IV, VIII e X, seminários sobre cultura
portuguesa que contaram com a
presença de Isabel Margarida Duarte,
Nuno Júdice, Maria Isabel Barreno,
Catarina Madeira Santos, Lígia
Chiappini e Maria Helena Serôdio.
Espaço Biblioteca
Por ocasião da sua jubilação,
o Centro homenageou Maria Teresa
Salgado (que durante muitos anos
dirigiu a respectiva biblioteca) com
uma sessão de música e de teatro.
O embaixador de Portugal agraciou
a homenageada nessa oportunidade
com a Comenda da Ordem do
Infante D. Henrique.
Para além de um acervo de 90 mil
volumes colocados à disposição
dos leitores, a Biblioteca organiza
diversos eventos destinados
ao seu público habitual.
Assim, numa organização conjunta
com a Cátedra Lindley Cintra da
Universidade de Paris X e em
colaboração com a Universidade
Charles-de-Gaulle – Lille 3, o Centre
José Saramago – Centre de langue
portugaise CLP-ICA / Lille 3 e a
Associação Agostinho da Silva, foi
realizada uma jornada consagrada
a Agostinho da Silva no âmbito das
comemorações do centenário do
seu nascimento, que contou com
a participação de António Braz
Teixeira, Eduardo Lourenço,
Fernando Cristóvão, Guilherme
de Oliveira Martins, José Eduardo
Reis, Paulo Borges, Miguel Real
e Renato Epifânio.
Inauguração da exposição de António Dacosta.
“Textes et Voix”, António Lobo Antunes por Michael Lonsdale.
166.167
166.
Relatório Balanço e Contas 2007
Concerto de Bernardo Sassetti.
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
Fernando Tomé e António Coimbra Martins apresentaram numa conferência-debate as 101 edições
da Histoire de la Conjuration du Portugal, de Abbé de Vertot.
No âmbito do festival “1, 2, 3 Cultures” foi realizada uma sessão dedicada a “Le Cinquième
Péché Mortel: La Gourmandise” que contou com a participação de Mário de Castro, Eric Morin,
Peter Zupnik, Sergi Mas, Marie Amélie Robilliard e ainda a cantora Adriana Kucerova que
deu um pequeno recital acompanhada pelo pianista Robert Pechanec.
Em parceria com a Caixa Geral de Depósitos e a Fidelidade – Mundial, François Cadiou animou
uma conferência-debate consagrada à Aldeia do Bispo.
No âmbito do evento “Parfums de Lisbonne” a companhia de teatro “Cá e lá” apresentou,
no café Lapeyronie, Eclats de Scènes, numa encenação de Graça dos Santos.
Enquadrado na iniciativa “Lire en Fête”, do Ministério da Cultura francês, e em colaboração
com o Instituto Camões e os departamentos de Português das Universidades de Paris III, IV, VIII
e X, foi realizada uma leitura de textos por Anny Romand, seguida de um espectáculo
acompanhado pelas vozes de Océane Gomes, Christine Vasco, numa encenação de Graça
dos Santos e ainda de uma leitura de Nacional e Transmissível em homenagem a Eduardo
Prado Coelho e de um conto português.
Sandra Teixeira falou da obra de Vasco Graça Moura numa conferência com a presença do autor,
e João Paes da música que compôs para os filmes de Manoel de Oliveira.
168.169
168.
Relatório Balanço e Contas 2007
Crianças em volta da “Chama da Memória”.
Serviço das Comunidades Arménias
Valores em euros
Encargos com pessoal
622 515
Despesas de funcionamento
123 661
Bolsas
2 095 728
Subsídios
659 916
Actividades próprias
8 317
3 510 137
Total
1 822
Receitas
As actividades do Serviço têm por objectivo
prestar apoio às comunidades arménias
em todo o mundo, com maior destaque
para as áreas associadas à educação. Neste
enquadramento, são definidos os principais
eixos da intervenção do Serviço:
› apoio ao nível da educação escolar em
todas as suas componentes: bolsas, manuais
escolares, aplicações educativas em multimédia,
computadores, mobiliário escolar e obras de
construção e saneamento das instalações dos
estabelecimentos escolares;
› apoio ao nível da educação superior através
da atribuição de bolsas universitárias
e pedagógicas;
› financiamento de inúmeros projectos de
publicações de obras essenciais para a
conservação e difusão da língua arménia,
assim como para a preservação da história
e da própria identidade do povo arménio;
› financiamento de projectos na área
do desenvolvimento científico e apoio
às iniciativas culturais.
A orientação geral do Serviço, no que se refere
aos métodos de organização do trabalho, assim
como ao nível da realização dos seus projectos,
inclina-se cada vez mais no sentido de uma
utilização intensiva dos meios informáticos.
Assim, aumentou o número de projectos com
uma forte componente informática, como,
170.171
170.
Relatório Balanço e Contas 2007
por exemplo, a edição de CD multimédia com programas educativos ou recurso aos suportes
digitais para o restauro e conservação dos antigos manuscritos. Mesmo nos contactos com
o exterior, o Serviço privilegia as novas formas de comunicação, tornando assim muito mais rápido
e transparente todo o processo de tratamento dos pedidos de bolsa, permitindo ainda uma consulta
fácil de toda a informação relevante para o processo de candidatura. Também nas equipas
de trabalho criadas para a realização dos projectos externos, o Serviço incentiva fortemente
o recurso às novas tecnologias, o que permite revolucionar todo o processo funcional e criativo
comparativamente com os métodos tradicionais utilizados até agora.
Bolsas
[32 095 728]
É a rubrica mais importante das actividades do Serviço, que abrange praticamente todos os níveis
de percurso educacional, do ensino básico ao ensino universitário. O principal objectivo é disponibilizar
os meios para permitir o acesso dos jovens provenientes das famílias com fracos recursos financeiros
às instituições de ensino. No entanto, os critérios da selecção dos beneficiários divergem de acordo com
o nível de ensino e as condições particulares dos países em que se inserem as instituições educativas.
No caso das bolsas escolares, pretende-se apoiar sobretudo os alunos que não têm meios suficientes
para frequentar as escolas arménias, assim como ajudar as próprias escolas a facilitarem o ingresso
destes alunos. Quanto à selecção das candidaturas para as bolsas universitárias, o critério baseado
na avaliação das condições financeiras do candidato é completado pela avaliação do seu sucesso ao
nível do estudo, visto que se pretende incentivar os estudantes com o melhor desempenho académico.
Bolsas escolares e seminaristas
[31 178 529]
As bolsas escolares constituem a rubrica
com o maior valor global no quadro da execução
orçamental do Serviço. Elas destinam-se
às crianças que frequentam as instituições
de ensino da diáspora arménia, desde os jardins
de infância às escolas secundárias, assim como
aos alunos dos quatro principais seminários
arménios num total de 94 instituições repartidas
por 19 países da Europa, Médio Oriente,
América, África e Austrália.
Bolsas escolares e seminaristas
2007
Líbano 41%
Turquia 18%
Arménia 3%
França 7%
Israel 4%
Jordânia 2%
Outros 10%
Síria 15%
No âmbito deste programa, durante o ano de 2007 foram atribuídas 3701 bolsas no valor global
de € 1 178 529. Em termos comparativos, notam-se ligeiras diferenças com o esquema de
distribuição que se tinha verificado no ano anterior. As escolas do Líbano e da Síria, dois países
do Médio Oriente que tradicionalmente ocupam uma posição privilegiada no quadro da distribuição
de bolsas escolares, continuam sujeitas a graves dificuldades financeiras provocadas pela instabilidade
e o declínio económico vivido nesta região. No entanto, estas escolas conseguiram em 2007
assegurar importantes doações e patrocínios, que aliviaram a crise financeira. Por conseguinte,
o Serviço recolocou uma parte das bolsas previamente atribuídas às escolas destes países,
aumentando por contrapartida o valor da ajuda financeira destinada às escolas localizadas noutros
países, tais como a Turquia, a Jordânia, Israel, a Bulgária e a Roménia.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço das Comunidades Arménias
Estudantes de uma universidade do Médio Oriente apoiada pela Fundação.
[3687 480]
Bolsas universitárias
No total, 460 estudantes de origem arménia
beneficiaram de apoio financeiro no âmbito
deste programa num valor global de
€ 687 480. Relativamente ao período
anterior, o valor global das bolsas sofreu
pela segunda vez consecutiva uma ligeira
redução, na ordem dos dois por cento.
O número de bolseiros teve uma redução
de 14,5 por cento relativamente ao ano de 2006.
A forte desvalorização do dólar norte-americano,
utilizado para o pagamento das bolsas nos
países fora da Zona Euro, obrigou ao aumento
significativo do valor das bolsas e por conseguinte
à redução do número de beneficiários.
Bolsas universitárias
2007
Médio Oriente 53%
América do Sul 10%
Europa 27%
Arménia 2%
Austrália 1%
Canadá 7%
No que se refere aos procedimentos de apresentação de candidatura e de tratamento
administrativo dos pedidos de bolsa, todo este processo encontra-se totalmente informatizado.
Os formulários são preenchidos on-line na página dedicada às candidaturas no site geral
da Fundação. Esta mesma página serve para o registo e consulta da correspondência,
com os dados actualizados diariamente e acessíveis do exterior através de introdução
da senha de acesso secreta atribuída a todos os candidatos.
Este sistema continua a receber modificações orientadas para a melhoria contínua das suas
componentes. O balanço dos dois últimos anos em que o sistema na sua versão completa
se encontra em funcionamento é muito positivo. Todos os procedimentos administrativos
de tratamento de candidaturas beneficiaram de melhorias significativas:
172.173
172.
Relatório Balanço e Contas 2007
› arquivo 100 por cento digital e aberto para consulta
dos candidatos;
› eliminação dos custos e problemas de correio postal,
como extravios, atrasos, etc.;
› informatização directa dos dados de candidatura
e rapidez de resposta do Serviço;
› eliminação dos suportes em papel;
› facilidades de controlo e maior qualidade
de informação.
Bolsas pedagógicas
[3203 852]
Ao nível das bolsas pedagógicas, foram atribuídas
83 bolsas no valor global de € 203 852, o que
representa uma diminuição na ordem dos 38 por
cento relativamente ao valor registado em 2006.
Esta redução reflecte a situação que se vive nas
instituições educativas da Arménia e da diáspora
arménia nos países do Médio Oriente que, para além
da crise económica, acusam uma significativa perda
ao nível dos professores que cada vez mais optam
pela emigração para os países com melhor situação
económica e maior estabilidade política.
Relembramos que as bolsas pedagógicas têm por
objectivo incentivar os investigadores arménios na
área da educação, privilegiando sobretudo aqueles
Alunos de uma escola arménia
que trabalham na edição de novos manuais escolares,
do Médio Oriente apoiada pela Fundação.
assim como no desenvolvimento de novos meios
pedagógicos (aplicações informáticas de ensino, bases
de dados lexicológicos e lexicográficos, etc.). Tendo em conta a falta de professores arménios nas
escolas da Diáspora, ou ainda algumas lacunas na formação académica e pedagógica necessária
para estes professores, as bolsas também pretendem promover a organização e participação em
cursos de formação indispensáveis para garantir a elevada qualidade na transmissão de
conhecimentos aos alunos. Outra finalidade destas bolsas é o estímulo à investigação científica
na forma de apoio para a participação em seminários, conferências, estágios, etc. Finalmente,
o Serviço das Comunidades Arménias disponibiliza uma ajuda a favor de algumas instituições
no seio da Academia Nacional de Ciências e da Universidade Estatal da Arménia. De forma geral,
o objectivo é melhorar as condições de vida destes pedagogos e cientistas e garantir a sua inserção
activa no domínio da colaboração internacional.
Bolsas científicas – assistência à investigação
Em 2007, foram atribuídas 12 bolsas destinadas aos cientistas que fazem parte do programa de
pesquisas científicas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em Genebra (€ 25 867,53).
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço das Comunidades Arménias
Subsídios
[3659 916]
A rubrica de “Subsídios” engloba diversas actividades do Serviço em todas as áreas em que
se define a sua missão. Naturalmente, a área da educação é a mais privilegiada, seguida pela
beneficência, pela ciência e pela arte.
Os subsídios de educação concentram-se nas seguintes actividades: construção e recuperação
das instalações escolares, fornecimento de equipamento informático e mobiliário escolar, assim
como a publicação dos manuais escolares, de CD-ROM com aplicações multimédia e assistência
directa aos autores destes mesmos manuais e de outros livros na área da educação.
Os subsídios na área da ciência geralmente privilegiam os projectos de aquisição de equipamentos
para os centros arménios de pesquisa científica, assim como certas publicações científicas.
Finalmente, os subsídios de arte e beneficência, normalmente de valor relativamente reduzido,
encerram o conjunto das actividades do Serviço.
[3297 031]
Reconstrução e equipamentos educativos
De forma geral, esta rubrica, dedicada ao financiamento dos trabalhos de reconstrução e ampliação
dos edifícios e das instalações escolares e culturais da Diáspora, destina-se a apoiar as indispensáveis
melhorias das condições de ensino e dos espaços recreativos destas instituições. Inscreve-se
no quadro de uma acção determinada e global e abrange, principalmente, os edifícios das escolas
situadas nos países do Médio Oriente.
O valor global registado em 2007 teve um aumento significativo face ao que se verificou em 2006,
o que foi condicionado por uma acção especial a favor da construção do Liceu Nevarte Gulbenkian
na região parisiense. Esta obra já tinha sido iniciada em 2006, sendo a comparticipação da
Fundação baseada no subsídio especial atribuído pela Presidência. Lembramos que este liceu
é criado em memória da esposa de Calouste Gulbenkian, Nevarte, que legou as suas jóias para
a construção de uma instituição educativa arménia em França.
Assim, dos sete subsídios atribuídos em 2007, podem ser destacados três de maior valor financeiro:
› € 200 000 para a construção do Liceu Nevarte Gulbenkian em Raincy, na região
parisiense (França);
› € 28 087 para a aquisição de equipamentos tipográficos Heidelberg destinados à Tipografia
Gulbenkian do Catolicossato da Grande Casa de Cilícia (Líbano);
› € 41 350 para a aquisição de equipamentos do laboratório audiovisual, destinado ao estudo
de línguas e ciências e que inclui também uma sala de projecção de vídeo, a favor do Liceu
Arménio Getronagan de Istambul (Turquia).
É preciso referir também a inauguração solene, em Jerusalém, da reabertura da Biblioteca Calouste
Gulbenkian em Outubro de 2007, na presença do administrador da Fundação Calouste Gulbenkian,
engenheiro Martin Essayan, assim como dos membros da Sarkis Charity Trust de Londres,
organização que também participou no financiamento desta iniciativa. Mesmo que este
acontecimento não faça parte da execução orçamental de 2007, ele representa a finalização
dos cinco anos de implementação de um projecto de reabilitação desta biblioteca que foi totalmente
174.175
174.
Relatório Balanço e Contas 2007
restaurada, reorganizada e
dotada com novos equipamentos
informáticos. Foi igualmente
organizada uma pequena equipa
de trabalho que ficou encarregue
da classificação e do restauro
das obras guardadas na
biblioteca, assim como de
acolhimento dos leitores cada
vez mais numerosos. Outras
actividades previstas incluem
os projectos de organização
de seminários e conferências.
Biblioteca Calouste Gulbenkian em Jerusalém.
Publicações e assistência
�
[3310 264]
O programa de edições do Serviço das Comunidades Arménias, que representa uma parte
relativamente modesta do orçamento do Serviço, é único no seu género e é muito apreciado pelos
especialistas da Arménia e da Diáspora. Em relação ao ano de 2006 o programa de publicações teve
um aumento na ordem dos 10 por cento. É preciso sublinhar que o seu objectivo não é comercial
e pretende ajudar à publicação das obras científicas, assim como à reedição das obras antigas que
fazem parte do património da cultura arménia e que correm risco de se perderem para sempre.
O Serviço apoia também a edição de diversas revistas dedicadas à cultura e língua arménia.
O apoio dado pelo Serviço no âmbito deste programa abrange não só o financiamento, mas também
a redacção e assistência à edição. Actualmente, o programa de publicações apoiadas pelo Serviço
é realizado principalmente através de duas editoras: uma que pertence à Universidade Estatal de
Yerevan (Arménia) e outra que faz parte do Catolicossato da Grande Casa de Cilícia (Líbano). Estas
duas instituições respondem pela preparação e publicação da maior parte das edições financiadas pelo
Serviço. Outra editora que mantém uma estreita colaboração com o Serviço é a Editora Cilícia localizada
na cidade de Alepo (Síria).
Uma outra actividade que tem vindo a ganhar importância nos últimos anos é o apoio à criação dos
sites na internet dos principais centros de edição com o intuito de favorecer os esforços no sentido de
maior difusão e acessibilidade dos trabalhos realizados na área de armenologia e orientalismo, assim
como dos novos meios pedagógicos.
A título ilustrativo, citamos alguns dos projectos de publicação que beneficiaram do apoio do Serviço
durante 2007:
› Monumentos de Literatura Arménia, vols. III-VIII (€ 59 284);
› Almanaque para Todos, de Theotig, 3 vols. (€ 10 455);
› História da Comunidade Arménia de Constantinopla, de Albert Kharatian (€ 3807);
› História da Diáspora, de Karlen Dallakian, vol. II (€ 3940);
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço das Comunidades Arménias
› Nareg, versões em língua clássica e moderna (€ 5852);
› Catálogo Arménio de St. James (€ 5074);
› Os Cruzados e os Arménios, de Levon Ter-Petrossian (€ 7802).
Assistência à investigação
[327 818]
�
Em 2007, esta rubrica teve a seguinte distribuição:
› comparticipação nos custos de funcionamento da associação que apoia a integração dos
cientistas arménios nas equipas de pesquisa do CERN (€ 3 120,80);
› subsídio atribuído a um cientista arménio para apoiar a sua participação na conferência
internacional “2007 European Meeting of the Society for Free Radical Research” (€ 1 291,23);
› subsídio de apoio à organização RESEARCH ON ARMENAIN ARCHITECTURE que, sob a direcção
do arquitecto Armen Hakhnazaryan, realiza projectos de pesquisa histórica e arqueológica
dedicados ao estudo e preservação do património arquitectural arménio dentro e fora das actuais
fronteiras da Arménia (€ 23 406).
Assistência individual
�
[36 380]
Foram distribuídos quatro subsídios destinados a pequenos apoios individuais, nomeadamente
para aquisição de medicamentos e outras necessidades pontuais por parte de emigrantes arménios
que vieram para Portugal.
Apoio a projectos artísticos
[318 423]
�
Esta rubrica registou uma diminuição de 10 por cento no valor global de financiamentos em
relação ao ano de 2006. Os subsídios atribuídos no seu enquadramento foram repartidos entre
os seguintes projectos:
› exposição de pinturas dos artistas arménios em Roma (€ 4500);
› participação do conjunto musical Trio Chel (Arménia) no 15.º Concurso Internacional de Música
em Haute Alsace (€ 3120,80);
› concerto de música arménia em Salzburg organizado pelo Armenia Music Ensemble (€ 3000);
› organização do festival de música clássica pela União de Compositores da Arménia (€ 3901);
› gravação de um CD de música clássica por David Harouthounian (€ 3901).
�
Actividades próprias
[38 317]
No âmbito das actividades próprias do Serviço podem ser destacados os seguintes projectos:
› publicação da versão em russo do livro C. S. Gulbenkian – O Homem e a Sua Obra (€ 1722);
› publicação do livro Arshile Gorky: Sept Thèmes Majeurs, dedicado a um dos mais proeminentes
pintores arménios do século passado (€ 6493).
176.177
176.
Relatório Balanço e Contas 2007
Euan Myles
Pallant House Gallery em Chichester, onde está alojada uma das mais importantes colecções de arte britânica do século XX,
vencedora do quinto e último Prémio Gulbenkian para Museus e Galerias.
Delegação no Reino Unido
Relatório do director
Valores em euros
Custos com pessoal
845 442
Penso que não há muitas organizações,
Despesas de funcionamento
586 746
sejam elas privadas, públicas ou do sector
148 000
Prémio Gulbenkian
do voluntariado, que não necessitem de
para Museus e Galerias
administrar as suas receitas e despesas.
Iniciativas
444 347
Embora, evidentemente, tenhamos de
Subsídios
2 804 739
trabalhar com os meios orçamentados,
Total
4 829 274
estamos na posição privilegiada de ter acesso
Receitas
97 144
a fundos que não somos nós que geramos.
Isto permite-nos uma enorme liberdade
de acção mas traz, também, a responsabilidade de obter o máximo de proveito dos meios
de que dispomos e de trabalharmos com um verdadeiro espírito de colaboração com os nossos
beneficiados e parceiros. A nossa independência, e o empenhamento com que trabalhamos,
são apenas duas das características que distinguem a história da Gulbenkian.
É um privilégio contar essa história e ajudar a moldar a futura história. Contudo, o mérito
dos resultados do ano anterior é da minha antecessora, Paula Ridley, e dos quadros técnicos
que a acompanharam durante os oito anos em que foi directora, e também do nosso administrador
de tutela, Martin Essayan.
Os futuros desafios
A qualidade das pessoas – o seu empenhamento, capacidade e experiência – é apenas um
dos factores do sucesso alcançado. O principal esforço é realizado pelos nossos beneficiados e
parceiros, que trabalham arduamente para obterem alguns dos excelentes resultados aqui relatados.
Não vejo, porém, o nosso papel como sendo apenas o de conceder subsídios. Parece-me que
temos um objectivo mais amplo: trabalhar com os outros para enriquecer e alargar os horizontes
das pessoas através da exploração e experimentação, através da troca de ideias, explicando-as
àqueles que podem fazer a diferença. Centrando-nos na melhoria das experiências humanas,
permite-nos a cooperação entre os potencialmente diferentes interesses culturais, educacionais
e de mudança social; renovar a clareza de propósitos é essencial num ambiente de maior
competitividade – embora, ao mesmo tempo, com mais oportunidades – do que aquele que,
talvez, enfrentámos nos nossos cinquenta e um anos de existência.
Experimentámos um maior envolvimento em termos de gestão com aqueles que investiram
significativamente em arte e em educação. Verifica-se também um genuíno interesse nos meios
políticos em equacionar as doenças sociais e promover um acesso mais amplo aos resultados
do sucesso económico. Beneficiamos também, como sociedade, de um ambiente de
competitividade em termos de ideias mais dinâmico do que no passado, com um maior número
178.179
178.
Relatório Balanço e Contas 2007
de grupos de reflexão, de institutos que elaboram políticas e muitas mais fundações benevolentes
despendendo cada vez maiores somas de dinheiro.
As questões também mudaram: com um número cada vez maior de pessoas na terceira idade;
um maior consumo de drogas e problemas de sanidade mental; uma plataforma de realizações
educacionais acompanhadas, por vezes, por um mau comportamento nas escolas; um nível
de imigração sem precedentes; e uma quebra dos laços que tradicionalmente consolidam
as famílias e as comunidades. São problemas prevalecentes em toda a Europa, bem como
noutros países, dos quais deveremos estar preparados para aprender com a sua experiência.
A agenda para 2008
Dediquei uma boa parte dos meus primeiros meses de trabalho procurando estabelecer
relações mais estreitas entre a Delegação e a sede da Fundação e identificando oportunidades
de colaboração. Por exemplo, este ano trabalharemos num programa conjunto para a terceira
idade. Iremos analisar e identificar as necessidades de uma sociedade envelhecida de modo
a podermos comparar experiências em dois países diferentes. Espero que este projecto seja
um modelo para a colaboração que desejamos no futuro.
Em 2008, é com orgulho que podemos dar continuidade ao festival – agora com uma nova
designação – Atlantic Waves: London Internacional Festival of Exploratory Music, que se
fundamenta no nosso interesse em promover a cultura portuguesa no Reino Unido.
No âmbito das artes, a Delegação no Reino Unido está também empenhada em apoiar
colaborações com instituições altamente cotadas: The Liverpool Biennial International Festival
of Contemporary Art, Tate Britain, The Natural History Museum in London e The Galapagos
Conservation Trust. Com os dois últimos parceiros financiaremos actividades da preparação
do bicentenário de Charles Darwin.
As questões ambientais são importantes para nós, o que se traduz não só através da forma como
operamos, mas também através do programa de subsídios com os quais pretendemos patrocinar
a preocupação com as questões ambientais. Em 2007, apoiámos um audacioso projecto de arte
pública, “Newspaper House”, que envolveu membros do público na construção de uma casa com
papel de jornais usados, um meio particularmente vivo e efectivo de demonstrar como objectos
tão comuns na nossa vida podem ter impacto no nosso mundo.
Na educação, através do Programa das Escolas com Escala Humana, estamos a financiar projectos
que tenham em atenção o impacto do ambiente escolar na aprendizagem e no relacionamento
das crianças. A teoria da “escala humana” argumenta que, por vezes, há consequências educativas
adversas, assim como outro tipo de consequências, para as crianças em resultado do aumento,
em anos recentes, da dimensão das escolas. Quarenta projectos estão a testar estas ideias – ao nível
da arquitectura escolar, da modificação de currículos (para que os alunos tenham menos professores) ou
da criação de escolas dentro das escolas (para que os alunos se sintam mais seguros e menos isolados).
Da essência destes, e de todos os projectos aqui reportados, esperamos algo verdadeiramente
diferente. Este é o objectivo qualitativo que prosseguimos para a totalidade do nosso trabalho.
Simplesmente não temos recursos para apoiar os grandes projectos tão necessários, pelo que temos
Fundação Calouste Gulbenkian
Delegação no Reino Unido
de apoiar projectos experimentais, com novas ideias, que possamos avaliar e que forneçam modelos
e exemplos que inspirem outros.
2008 é um ano de transição para a Delegação no Reino Unido. Cada vez mais iremos avaliar
os nossos subsídios sobre o prisma dos três is (innovative, international e involving [“inovativo,
internacional e envolvente”]). Inovativo significa não apenas único mas com potencial para uma
alargada aprendizagem e replicação. A dimensão internacional significa qualquer coisa que
traga ou tenha o potencial de influência em Portugal ou noutro país. E o teste final, envolvente,
significa a colaboração com outros, o potencial de alargar o que alcançámos através de impactos
consequentes no trabalho de outros.
Artes
(£ 803 559) [31 189 267]
Em 2007, financiámos o quinto e último Prémio Gulbenkian para Museus e Galerias (£ 100 000,
€ 148 000), o maior prémio de arte no Reino Unido, que se transformou num reconhecido
símbolo de confiança, originalidade e iniciativa, testemunhando para o público em geral e para
os profissionais em particular um renovado vigor no sector. O prémio de 2007 foi ganho pela Pallant
House Gallery, Chichester, onde se aloja uma das melhores colecções de arte moderna britânica.
Estamos muito contentes com o facto de o Art Fund ter tomado a responsabilidade pelo prémio,
e estamos certos que continuará cada vez mais forte.
A Delegação no Reino Unido foi sempre inspiradora de novas ideias, projectos e formas
de trabalhar e, com este espírito, identificámos quatro parcerias originais com as quais planeamos
colaborar durante um período de três anos, financiando-os num montante superior ao usual.
Embora pondo sempre a tónica da experimentação e da originalidade no centro dos nossos
interesses, em substituição do Prémio Gulbenkian para Museus e Galerias estamos a apoiar
o Gulbenkian European Commissions no Liverpool Biennial International Festival of Contemporary
Art de 2008 a 2010 (£ 100 000 ano, € 148 000, durante três anos). Esta parceria
é particularmente apropriada no ano de 2008, quando Liverpool for a Capital Europeia
da Cultura, visto a Fundação Gulbenkian ser uma instituição europeia.
A segunda parceria é com a Tate Britain, onde estamos a financiar o Gulbenkian Curator
of Contemporary Art para o Tate Triennial (£ 100 000, € 148 000). O próximo Triennial terá lugar
em 2009, o que nos permitirá ficar com uma perspectiva sobre as artes visuais no Reino Unido,
caracterizando o trabalho de um largo conjunto de artistas. O curador residente em Paris, Nicolas
Bourriard, foi nomeado para o posto de curador e nos próximos dois anos, até à exposição,
trabalhará com a equipa da Tate, familiarizando-se com as práticas correntes no Reino Unido.
As outras duas grandes parcerias estão associadas, porque ambas têm a ver com a extraordinária
influência de Charles Darwin, cujo aniversário – do seu nascimento, duzentos anos atrás,
e da publicação, cento e cinquenta anos atrás, da Origem das Espécies – ocorre em 2009.
Fomos, durante algum tempo, um importante apoiante do Museu de História Natural, ajudando-os
a desenvolver o que é agora um programa de arte muito forte, um modelo para outros museus
seguirem. Em 2007, decidimos apoiar dois projectos inovadores. Um, a investigação
e desenvolvimento necessários a uma nova exposição conjugando arte, literatura contemporânea
180.181
180.
Relatório Balanço e Contas 2007
e objectos históricos, inspirada pelo livro de Darwin de 1872 The Expressions of the Emotions
in Man and Animals (£ 30 000, € 44 400). Este projecto tem vindo a ser planeado em colaboração
com o Centro de Estudos Literários e Culturais em Berlim, e estamos agora a detalhar
as condições para uma visita a Lisboa para envolver os colegas do Serviço de Ciência.
O outro projecto do Museu de História Natural é o da organização de um concurso para seleccionar
um artista e encomendar-lhe uma obra, Darwin’s Canopy, para os painéis do tecto da galeria
interior do hall de recepção do Museu (£ 65 000, € 96 200). Dez dos principais artistas
do país foram listados e as actividades educacionais envolverão a presença de jovens de áreas
desfavorecidas no Encontro Internacional de Estudantes sobre Darwin e Ciência Contemporânea
que se realizará no Museu em 2009.
A nossa segunda parceria sobre Darwin é ainda mais ousada e surgiu de conversas informais com
o Galapagos Conservation Trust de Londres. O Programa Gulbenkian “Galapos Artists’ Residencies”
levará 12 artistas ao Charles Drawing Research Station nas ilhas Galápagos, no oceano Pacífico,
ao largo do Equador, por um período de três anos (£ 75 000, € 111 000). Em 2007, a artista
Doroty Cross e a actriz Fiona Shaw fizeram uma visita-piloto às Galápagos (subsidiada no âmbito
do quinquagésimo aniversário da Fundação Gulbenkian). As residências, com a curadoria
de Greg Hilty da Plus Equals, estão a ser preparadas com o objectivo de estabelecer
um modelo de referência duradouro e para incentivar os artistas a reflectir na complexidade
– política, social, científica, ambiental – da vida num território que está ameaçado. Espera-se
que o trabalho produzido pelas residências seja exibido no Reino Unido durante o bicentenário
de Darwin, em 2009, e que venha a ser exposto também em Lisboa.
Voltando agora aos nossos programas usuais, o projecto
“Artes e Ciência” acabou em 2007, mas ainda
apoiávamos algumas pequenas colaborações finais.
Como temos conhecimentos nesta área continuaremos
a ajudar a promover ideias quer no Reino Unido,
quer internacionalmente, e, também, a organizar um
simpósio anual que junte artistas e cientistas. Em 2007,
elaborámos um relatório sobre o excelente simpósio de
dança e neurociência – “Mind, Brain and Performance” –,
que se realizou no final de 2006 em Sadler’s Wells em
colaboração com o Department of Cognitive Neuroscience,
University College em Londres. Em 2007 providenciámos
apoios e recursos para sk-interfaces, uma conferência
internacional sobre pele e bioengenharia artística em FACT,
Liverpool (£ 10 000, € 14 800), tendo também atribuído
um subsídio ao Instituto de Astronomia da Universidade
de Cambridge, para um simpósio sobre “Aesthetics
of Space”, no Outono de 2008 (£ 10 000, € 14 800).
Publicámos uma nova antologia: Signs and Humours:
The Poetry of Medicine, editada por Lavinia Greenlaw, na
sequência da sua residência na Royal Society of Medicine,
e que inclui 22 poemas encomendados a destacados
poetas. A nossa terceira antologia de poesia e ciência,
Fundação Calouste Gulbenkian
Delegação no Reino Unido
Signs and Humours: The Poetry of Medicine,
editado por Lavinia Greenlaw.
Euan Myles
Performance em Achnabreck. Parte do evento “Hafe Life” realizado por NVA, em colaboração com o Teatro Nacional da Escócia,
em Kilmartin Glen, Argyll, em Setembro de 2007. A estrutura foi especialmente concebida para o evento por James Johnson
e deixada para uso permanente do povo de Argyll.
a poesia do espaço, editada por Maurice Riordan em conjunto com a cientista espacial Dame
Jocelyn Bell Burnell, estará concluída no próximo ano.
Em 2007, o “Artes em Espaços Públicos” entrou no seu segundo ano. O objectivo tem sido o de
apoiar a encomenda de excelentes e até controversos novos trabalhos e encorajar os residentes
locais a sentirem que os podem entender e mesmo apropriarem-se deles. Temos vindo a procurar
novos modelos para além dos experimentados e testados projectos de comunidade e educação
pela arte, de acordo com o tipo originariamente lançado pela Delegação no Reino Unido e que hoje
são comuns. Desencorajámos as candidaturas para trabalhos em espaços públicos convencionais,
aqueles aonde a audiência vai de propósito ver experiências artísticas, em benefício de ruas,
bosques, estações de comboio, vias para ciclistas, parques, etc. Isto representa um verdadeiro
desafio – colocar, em “áreas de beleza natural”, obras de arte que, por esse facto, poderão
parecer estranhas fora do seu espaço específico. Um projecto excelente foi o trabalho de NVA
para a Forestry Commission em Argyll. Em colaboração com o Teatro Nacional da Escócia criaram
novos e imaginativos passeios para peões, instalações e um auditório ao ar livre com actuações
relacionadas simultaneamente com a história antiga e as preocupações futuras – um exemplo
excelente: o de uma agência nacional apelar a artistas para, com ideias inventivas, atrair público
(£ 20 000, € 29 600).
182.183
182.
Relatório Balanço e Contas 2007
Educação
(£ 524 422) [3776 144]
O objectivo da Delegação no Reino Unido
em matéria de educação é tentar identificar
necessidades educativas que não sejam
tratadas por outros, incluindo o Governo,
e tentar resolvê-las. Fazemo-lo através
de iniciativas proactivas, trabalhando
em estreita colaboração com instituições
benevolentes de relevância na área educativa
e também através das nossas publicitadas
prioridades subsidiadas.
Em 2007, o apoio e promoção do programa
“Escolas com Escala Humana”, agora
no seu segundo ano, permaneceu a principal
prioridade da Delegação, tendo como
parceiro na iniciativa a representação
Um pequeno grupo, com idades entre os 11 e os 16 anos, participando
do
programa em Bristol. O objectivo deste
numa lição de educação pessoal, social e para a saúde na escola Holyhead
em Birmingham, uma das muitas escolas apoiadas pela Delegação
programa
é ajudar as escolas secundárias
no programa “Escolas com Escala Humana”.
de grandes dimensões, cujo número
cresceu muito nos últimos anos, a adoptarem diferentes práticas em termos de “escala humana”
e assim contrariar alguns dos efeitos negativos das escolas demasiado grandes: a necessidade de
uma relação apropriada entre os quadros da escola e os estudantes; o sentimento de ausência de
pertença à escola que frequentam por parte de alguns alunos; e o efeito pernicioso destas situações
na capacidade dos alunos para aprenderem.
Quando o programa “Escolas com Escala Humana” se iniciou, em 2006, escrevemos para todas
as escolas do secundário alertando-as para a existência do programa. Recebemos cerca de
200 pedidos de informação adicional. Quando tornámos a fazê-lo no início de 2007, recebemos
quase um milhar de pedidos, o que sugere um aumento fulgurante da consciência da importância
da questão. A publicidade que o programa “Escolas com Escala Humana” agora recebe deriva
indubitavelmente, em parte, desse facto.
O nosso financiamento permite às escolas “comprarem” tempo para reflexão, consultadoria
e planeamento. Durante o ano de 2006 apoiámos 13 escolas em todo o país e mais 21 em 2007.
Existe um largo conjunto de projectos, embora a necessidade de planear a construção de um novo
edifício, aproveitando a oportunidade para mudar para uma escala humana, seja o tema recorrente.
Em complemento do apoio directo às escolas, financiámos também projectos que ajudassem
a “causa” de outras formas. Por exemplo, demos aos professores de Televisão um subsídio
para uma série de programas acerca de escolas com escala humana que chamou a atenção
para algumas das experiências das escolas que apoiámos e também para a prática de escolas
na América (£ 20 000, € 29 600). Encomendámos a Wendy Wallace, autor e jornalista, a visita
a um conjunto de escolas por nós apoiadas e a escrita de um livro, a ser publicado em 2009,
com o estudo dos casos relevantes. Vemos este método como complementar de uma avaliação
mais formal do projecto que será feita para nós pela LC Research Associates e que será publicado
Fundação Calouste Gulbenkian
Delegação no Reino Unido
Managed Moves: A Complete Guide to Managed
Moves as an Alternative to Permanent Exclusion,
por Adam Abdelnoor.
No Fear: Growing Up in a Risk
Averse Society, por Tim Gill.
em 2010. Para 2008, planeámos encomendar uma série de estudos dispersos, estudos de reflexão,
sobre o tema de escolas com escala humana, como forma de assegurar que a dimensão teórica
deste trabalho seja adequadamente divulgada e debatida.
Entre outras iniciativas subsidiadas em 2007, inclui-se a visita a Boston e a Nova Iorque, em Outubro,
de 12 professores de escolas que apoiámos – uma oportunidade de testemunharem a prática em
escolas americanas líderes nas práticas relativas a esta questão (£ 34 000, € 50 320). No final
do ano organizámos uma conferência no National College for School Leadership para professores
responsáveis das escolas subsidiadas em 2006, dando-lhes oportunidade de se encontrarem
e trocarem informações acerca dos seus respectivos projectos e de discutirem os planos para o futuro.
A conferência, na realidade, testemunhou o início da constituição de uma rede de professores
responsáveis em escolas com escala humana, o que tínhamos planeado construir em 2008.
Em 2008, a ênfase será colocada na ajuda a escolas públicas para que participem no futuro
sistema, o que vemos como uma forma de agregar e sustentar a educação com escala humana,
e na disponibilização de um apoio ainda maior às escolas que já apoiámos, como forma de integrar
e desenvolver ainda mais o seu trabalho.
184.185
184.
Relatório Balanço e Contas 2007
2007 foi também o segundo ano do nosso outro projecto prioritário, o Projecto de Trabalho
Intercultural Escola/Juventude, que visa encorajar uma maior empatia e compreensão, nas escolas
e em grupos de jovens, entre os jovens provenientes de culturas diferentes. Durante o ano
de 2007 apoiámos alguns projectos ousados. Um, foi uma iniciativa do National Children’s Bureau,
da Irlanda do Norte, que teve o objectivo de alertar os decisores políticos, e os prestadores de
serviços, para as necessidades das crianças de imigrantes e dos que procuram asilo, e encorajá-los
a planear uma integração adequada das crianças, promovendo assim uma relação saudável entre
o país de acolhimento e as crianças imigradas (£ 17 049, € 25 233).
Excepcionalmente, financiámos iniciativas fora das nossas prioridades. Disso foram exemplos
duas publicações: No Fear: Growing Up in a Risk Averse Society, de Tim Gill, e Managed Moves,
de Adam Abdelnoor, o primeiro guia integrado para devolver ao sistema educativo jovens em risco.
Como a educação das crianças excluídas é, por vezes, irrevogavelmente interrompida, com
todas as consequências que daí advêm, uma proposta que ofereça outro caminho deve ser
acolhida calorosamente.
O nosso trabalho nesta área, apoiando quer o Managed Moves, quer as actividades artísticas
na Pupil Referral Units e in-school Learning Support Units, provou ser relevante para os nossos
colegas em Portugal. Esperamos colaborar ainda mais durante o ano de 2008, e os seguintes,
através da troca de visitas e da partilha das práticas que tenham sucesso.
(£ 590 006) [3873 209]
Mudança social
Pode-se dizer que todas as áreas subsidiadas pela Delegação no Reino Unido incluem projectos
que implicam transformações sociais e que existe um nível, inevitável, em que os programas
se sobrepõem dentro e entre eles. Em 2007, o nosso trabalho em “mudança social” compôs-se
de três programas que foram, sem dúvida, autónomos uns dos outros: “Inclusão Financeira”,
“Consciência Ambiental”, “Terceira Idade”. Em cada um destes desígnios procurámos “novos,
bem pensados e inovadores caminhos com os quais se pudesse aprender algo de novo”. Muitos
dos projectos aqui analisados continuam e esperamos que originem novos conhecimentos através
dos projectos individuais ou da sua elaboração conjunta.
O Programa de Inclusão Financeira apoia ideias que possam gerar melhorias dos conhecimentos
financeiros e no acesso à gestão financeira, ou ao aconselhamento do serviço de dívida,
para pessoas que não estejam bem servidas pelo actual sistema. Assim, analisámos propostas
que identifiquem grupos de pessoas que, por diversas razões, estejam excluídas dos serviços
financeiros – jovens mães solteiras, como parte de um programa de tutoria entre pares, casais
asiáticos, adultos incapacitados, para os que tomam conta de familiares, para os refugiados
e para os que procuram asilo – oferecendo-lhes apoio ou conselho individualizado. Cada um
dos projectos subsidiados distinguiu-se, de uma forma ou outra, dos programas normalizados
de aconselhamento de endividamento, por um mecanismo original de serviço ou por uma
outra visão da norma.
Estamos particularmente interessados em projectos que tentem descortinar soluções de longo
prazo para o problema da exclusão financeira, especialmente com aqueles que estabelecem
contactos com instituições financeiras e desenvolvem novos e apropriados produtos financeiros.
Fundação Calouste Gulbenkian
Delegação no Reino Unido
Foram menos os projectos dos que desejávamos, mas fomos capazes de apoiar alguns com
conceitos bem originais e com potencialidade de um impacto alargado. Abrir a colaboração
com bancos do Reino Unido para disponibilizar contas bancárias a detidos que estão no fim
da sua detenção, já que a falta de uma conta bancária é vista por aqueles como uma barreira
maior na obtenção de emprego do que o seu próprio registo criminal (£ 15 000, € 22 200).
Rainbow Saver Anglia Credit Union lançou um cartão “Maestro”, pré-pago, em colaboração
com um banco e uma sociedade de construções, que possibilitará a trabalhadores imigrantes,
e a outros excluídos, o acesso aos serviços de financiamento bancário (£ 15 000, € 22 200).
No próximo ano planeamos centrarmo-nos na questão que os imigrantes enfrentam nas
negociações com o nosso sistema fiscal. Também nos propomos realizar um encontro no qual
os bolseiros possam explorar conhecimentos comuns nesta área.
O tema da consciência ambiental consta de vários dos programas por nós financiados. Na área
da mudança social estamos interessados em trabalho inovador com o objectivo de promover
a responsabilidade pessoal e soluções realmente acessíveis e realizáveis de algumas das questões
ambientais locais, nacionais ou internacionais.
Um número significativo de projectos lidou com o elevar da consciência sobre as questões
ambientais entre determinados grupos, desde os seminários “Viver Verde” para famílias com
fracos rendimentos, dirigido pela Sustainable Communities Iniciatives (£ 16 634, € 24 618)
à investigação em produção alimentar da Corporate Watch Cooperative, que identificou,
Bimal Airi
Assistentes sociais asiáticos numa visita a “Dynamic Earth”, que integra o programa de saídas de grupos com sessões de trabalho
destinadas a assistentes sociais de minorias étnicas de idade e para as pessoas de que tomam conta.
186.187
186.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gillian McIver
Instalação pública
Creative City's
Newspaper House,
uma resposta
imaginativa a uma
questão local
de ambiente. Autoria
de Sumer Erek.
em benefício de empresários e consumidores, os processos de produção que utilizam energia
fóssil (£ 5000, € 7400). Outros projectos encorajaram as pessoas a envolverem-se nos processos
de decisão que afectam as suas áreas, tal como o trabalho com comunidades desfavorecidas
do Nordeste da Friends of Earth Trust (£ 15 000, € 22 200). Apoiámos também alguns esquemas
originais para encorajar a reciclagem, como a Creative City’s Newspaper House – uma instalação
em espaço público feita inteiramente de papel de jornal usado (£ 15 000, € 22 200).
Estamos especialmente satisfeitos com o facto de termos apoiado um esquema de prémios
ambientais na Fundação Sheila McKechnie que disponibilizará apoio e conselho a propagandistas
do ambiente – em resultado de investigação que mostrou que 35 por cento das pequenas
organizações de voluntariado sentem que têm falta de conhecimentos de técnicas de propaganda
(£ 18 653, € 27 606).
Fundação Calouste Gulbenkian
Delegação no Reino Unido
A terceira área, a da terceira idade, foi responsável pela maior fatia de subsídios do ano.
Estivemos interessados em projectos que oferecessem novos caminhos de envolvimento
e apoio à terceira idade dentro das suas comunidades locais. A maioria das propostas teve
como preocupação central o combate ao isolamento e ao medo e propôs um leque de serviços
amigáveis, desde o projecto “Age Concern’s Meet to Eat, Local Link Volunteers” e um serviço
telefónico amigável para pessoas da terceira idade que vivem sozinhas (£ 16 500, £ 16 500
e £ 11 750; € 24 420, € 24,420 e € 17 390) ao projecto “Cornerstone Vesey Home Link”
em Birmingham, que desenvolveu uma rede de agências locais para ajudar pessoas da terceira
idade a obterem acesso a serviços e benefícios (£ 11 230, € 16 620). Também subsidiámos
projectos para grupos com necessidades especiais, incluindo “Age Concern’s ‘Dementia Café’”
(£ 14 547, € 21 530) e o projecto de melhoria do apoio a pessoas de idade com HIV/sida
do Cara Trust (£ 8270, € 12 240).
Houve também boas oportunidades para as pessoas da terceira idade se envolverem plenamente
nas suas comunidades, como o projecto “Minority Ethnic Carers of Older People”, que pôs
à disposição um programa de excursões e de debates pensados para as necessidades
de grupos de pessoas que tomam conta de idosos e para elas próprias (£ 14 892, € 22 040).
Em 2008, estamos a cooperar com os nossos colegas de Lisboa num novo programa de trabalho
que visa identificar, e apoiar, a condução de um conjunto de soluções para alguns dos problemas
com que as pessoas da terceira idade se confrontam, em Portugal e no Reino Unido, com
o objectivo de obter um impacto benéfico nesta área e nas próprias pessoas da terceira idade.
Estes três programas de mudança social continuarão a ser financiados em 2008. Esperamos
disseminar as lições colhidas de uma forma mais alargada através de uma série de seminários
e juntando os utilizadores dos fundos concedidos para se partilharem experiências.
(£ 377 342) [3558 466]
Relações culturais anglo-portuguesas
Nos anos recentes focámo-nos particularmente na promoção da música contemporânea portuguesa.
A Delegação no Reino Unido lançou o festival Atlantic Waves em 2001, como a primeira grande
mostra de música e de músicos portugueses no Reino Unido e como forma de dar a conhecer
a melhor música contemporânea portuguesa, de todos os géneros, ao público britânico
– a “Exploratory Music from Portugal” de seu título original. Este objectivo mantém-se, mas,
ao longo dos anos, temos encorajado cada vez mais artistas internacionais a participarem em
colaborações inovadoras com os seus pares portugueses. Em 2007, o festival apresentou mais
de 70 artistas da Austrália, Ásia, África, Américas e do Médio Oriente bem como da Europa
Ocidental e do Leste. Reflectindo essa forte presença internacional o festival mudou o seu nome
para Atlantic Waves: London International Festival of Exploratoy Music.
Este ano houve uma oferta extraordinária de música diferente. As “Grand Divas of Fado”,
no Queen Elizabeth Hall, e “Portuguese Guitar Masters”, em St. Giles Cripplegate, esgotaram
e tiveram um enorme sucesso. Os “Three Lusophone Clubnights”, em Cargo, com música alternativa
– soundclash, techno/electro e ghettotrash –, tocaram para audiências compactas, tal como em três
noites de “World Class Experimental Audiovisual Electronica” no ICA. Ficámos contentes e honrados
188.189
188.
Relatório Balanço e Contas 2007
Pedro Amaral conduz a London Sinfonietta na sua primeira gravação de um CD – Works for Ensemble.
Justin Piperger
com o facto de o festival de 2007 ter recebido apoio suplementar do Turismo de Portugal e de
termos tido como parceiros dos media Songlines, Resonance FM e Jungle Drums.
Dois folhetos com o programa do Atlantic Waves foram publicados e distribuídos pelas revistas
Songlines e The Wire. A primeira caracterizou a “música do mundo” e a segunda a sound art
e a electronic music.
Potenciando o sucesso do festival e como final das Comemorações do Cinquentenário da Fundação,
a Delegação no Reino Unido lançou uma nova série de CD, que estará disponível em lojas
de discos, para promover internacionalmente a música e os músicos portugueses. O primeiro
lançamento, Works for Ensemble, do jovem compositor português Pedro Amaral (foi também o seu
primeiro CD), incluiu quatro estreias mundiais, na melhor tradição (Berio, Boulez, Stockhausen)
da música clássica contemporânea e foi registada pela London Sinfonietta. O CD e a série foram
lançados durante um concerto no LSO St. Luke’s com Pedro Amaral a reger a London Sinfonietta
em dois dos seus cintilantes trabalhos (Spirales e Paraphrase) entre outras peças.
Durante o ano, proporcionámos a muitos músicos portugueses a possibilidade de participarem em
festivais e sessões de trabalho no Reino Unido e na Irlanda, como Buraka Som Sistema, Cool Hipnoise
e Raquel Tavares (£ 12 000, € 17 760) e, em 2008, financiaremos duas residências para músicos
– João Pedro Oliveira no NOVARS Research Centre for Electroacustic Composition, Performance and
Sound Art, em Manchester, e Adriana Sá no Sonic Arts Research Centre, em Belfast (£ 6000, € 8880).
Este ano, é também de destacar a presença de músicos num intercâmbio anglo-português de visitas
no âmbito cultural e educacional, como, por exemplo, o efectuado por Margarida Garcia e Alfredo
Costa Monteiro ao festival Music Lover’s Field Companion, em The Sage Gateshead, e o London
Musicians’ Collective 16th Annual Festival of Experimental Music, em Londres.
Fundação Calouste Gulbenkian
Delegação no Reino Unido
Um valioso programa de trocas culturais foi incluído no apoio que damos às artes visuais
– entre Huntly, na Escócia, e Nave do Barão, no Algarve. Deveron Arts envolveu Nuno Sacramento,
do Algarve, onde se baseou a Capital da Cultura, como curador oculto para avaliar o trabalho deles
e facilitar as trocas (£ 10 000, € 14 800). Grandes exposições pelos artistas Joana Vasconcelos
e João Penalva foram encomendadas pela New Art Gallery Walsall e Mead Gallery em Warwick
(£ 15 000 e £ 15 000, € 22 200 e € 22 200).
No campo da educação e da literatura ficámos contentes por subsidiar um escritor português,
um tradutor sénior de sessões de trabalho e um grupo de linguistas portugueses para participarem
no International Summer School in Literary Translation de 2007 na University of East Anglia
(£ 4000, € 5920). Lisbon, City of the Sea, de Malcolm Jack (autor de Sintra: A Glorious Eden),
foi publicado por IB Tauris com o nosso apoio; e a nova tradução de Margaret Jull Costa
de Os Maias, de Eça de Queirós (Dedalus), foi lançada na Embaixada de Portugal durante
a presidência portuguesa da União Europeia.
As artes teatrais estiveram bem presentes no nosso programa de subsídios, levando a audiências
britânicas, professores e praticantes um alargado conjunto de excelentes companhias portuguesas.
Em 2008, o coreógrafo Rui Horta estreará e fará a itinerância no Reino Unido de um significativo
trabalho (£ 20 000, € 29 600) e a Galleon Theatre Company apresentará, em estreia mundial, uma
nova peça de Alice de Sousa sobre Aristides de Sousa Mendes (£ 10 000, € 14 800). Os pontos
altos de 2007 incluíram um trabalho de dança pela DanceEast envolvendo coreógrafos e jovens
portugueses (£ 10 000, € 14 800) e actuações no segundo International Festival of Puppet Theatre,
em Norwich, por Circolando, João Calixto e o Teatro de Marionetas do Porto, apresentando
a prática contemporânea mais inovativa do teatro de marionetas português (£ 10 000, € 14 800).
A cada vez maior natureza intercultural da cultura portuguesa foi evidenciada por dois grupos que
participaram no 17th Brouhaha International Street Festival de Merseyside. A Companhia Multicultural
Diáspora trabalhou com jovens artistas para desenvolverem formas tradicionais de música
e dança cabo-verdiana no contexto
Roberto Rubalcava
contemporâneo português, enquanto
a associação cultural “Ecludir Azul”
formou um conjunto de percussão
com gente nova de comunidades
minoritárias que criaram o seu próprio
estilo de música urbana – com
elementos de street dance e hip-hop
– usando instrumentos de todo
o mundo (£ 9000, € 13 320).
Instalação de João Penalva na Mead Gallery, Warwick Arts Centre.
190.191
190.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Ic.
Projectos
Transversais
e Inovadores
Projecto SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos
SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos
[372 928]
Iniciado em 2004 e com uma duração prevista de quatro anos, este projecto procura analisar
a relação entre a qualidade do ar (exterior e interior) e a saúde humana numa determinada
região e a evolução previsível dessa relação nessa área geográfica com base nos planos
de desenvolvimento existentes.
O projecto desdobrou-se em quatro fases: selecção da região como zona de estudo, caracterização
da situação actual nessa mesma região, previsão da evolução da situação e preparação de um
programa de sensibilização e formação.
A região seleccionada foi o concelho de Viseu, tendo-se procedido em 2007 a duas campanhas
experimentais, uma no Inverno e outra na Primavera/Verão, destinadas a monitorizar dois grupos
de crianças do 1.º ciclo do ensino básico com exposições distintas à poluição atmosférica;
procedeu-se, ainda, à recolha dos dados de afluência ao Serviço de Urgência de Pediatria
do Hospital de São Teotónio, acções destinadas a avaliar a saúde das crianças envolvidas; foi feita
uma avaliação acarológica e avaliação à qualidade do ar com a análise científica dos respectivos
resultados, de forma muito detalhada, como se pode comprovar através do relatório anual de 2007.
A título de exemplo, podemos acrescentar que para além da avaliação da qualidade do ar na rua,
foi avaliada também a qualidade do ar nas respectivas escolas e nas habitações das crianças, com
recomendações fornecidas por uma empresa de consultoria ambiental no que respeita à prevenção
das alergias domésticas, com detalhe para todas as divisões de uma habitação e respectivos
materiais usados, animais de estimação, sistemas de ar condicionado, factores tóxicos, plantas
de interior, etc.
Criaram-se cenários futuros de desenvolvimento que permitem avaliar as condições futuras
de qualidade do ar na cidade e possíveis efeitos sobre os doentes asmáticos.
Os resultados obtidos no caso de estudo poderão, posteriormente, ser utilizados/adaptados
para outras situações nacionais.
O projecto é da responsabilidade do Serviço de Educação e Bolsas e do Serviço de Saúde
e Desenvolvimento Humano e é realizado por uma equipa de investigação com membros
da Universidade de Aveiro e da Universidade Nova de Lisboa.
Fundação Calouste Gulbenkian
Projectos Transversais e Inovadores
Programa Interuniversitário de Reforço
da Capacidade Científica
Programa Interuniversitário de Doutoramento em Matemática
[3150 000]
Iniciado em 2007 e com uma duração prevista de três anos lectivos, o Programa Interuniversitário
de Doutoramento em Matemática resultou da vontade conjunta das comissões científicas
dos departamentos de Matemática Pura da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
e de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra de criar
um programa de formação pós-graduada que se possa constituir numa escola de referência de
investigação em matemática, ambicionando, para isso, qualidade internacionalmente reconhecível.
A comissão coordenadora do programa, através de concursos promovidos pelas faculdades
participantes, seleccionou quatro estudantes (dois de cada universidade) para a frequência
deste programa. O apoio traduz-se no pagamento das propinas, num subsídio mensal e nos
correspondentes encargos sociais.
194.195
194.
Relatório Balanço e Contas 2007
Políticas Urbanas II – Um Território Urbano com Cidades
O projecto “Políticas Urbanas II – Um Território Urbano com Cidades”, iniciado no ano de 2007,
vem na sequência do primeiro projecto iniciado em 2001 e que esteve na origem do livro Políticas
Urbanas – Tendências, Estratégias e Oportunidades, publicado em 2003.
No ano de 2007, a equipa que coordena o projecto, conduzida por Nuno Portas, realizou na sede
da Fundação Gulbenkian um workshop com a participação de 12 equipas de responsáveis por
projectos urbanos nacionais que deverão ser incluídos como best practices na publicação que será
editada no final deste projecto.
Para além deste workshop a equipa seleccionou um vasto conjunto de trabalhos, designadamente
os planos regionais do Norte e do Centro, que constituem uma valiosa contribuição de informação
sobre o fenómeno de urbanização extensiva e de grande escala territorial.
Prevê-se realizar nos próximos meses um segundo workshop dedicado agora aos casos de cidades
médias do Interior e Sul do País. Em princípio, prevê-se que o projecto esteja terminado durante
o ano de 2008 com a apresentação de uma publicação organizada em três partes correspondentes
a três escalas territoriais: a supra e intermunicipal, a municipal e a mais pontual ou sectorial.
Os exemplos de best practices atrás referidos serão distribuídos pelos textos de diagnóstico
dos problemas e propostas alternativas para a Política de Cidades.
Fundação Calouste Gulbenkian
Projectos Transversais e Inovadores
Novas Estratégias Imunobiológicas de Combate à Malária
A malária é uma das principais “doenças da pobreza”, que mata anualmente 1-3 milhões
de crianças e atinge mais de 500 milhões de pessoas, representando um dos maiores entraves
ao desenvolvimento socioeconómico de muitos países das zonas tropicais e subtropicais.
Dadas as missões que a Fundação atribuiu ao Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e a sua história
de intervenção em África através do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano (SSDH),
o objectivo deste projecto foi lançar as bases de um programa de investigação científica em malária,
sob a responsabilidade directa da Fundação.
Foi assim possível, ao longo dos últimos anos, instalar nos laboratórios de Oeiras vários grupos de
investigação fundamental sobre a epidemiologia (Gabriela Gomes), a imunobiologia (Sylvianne Pied,
António Coutinho e Miguel Soares), a genética (Carlos Penha Gonçalves) e a biologia celular
(Maria Mota, Miguel Seabra) da malária, dirigidos por jovens cientistas, quase todos atraídos
a Portugal no âmbito do programa, que também acolhe em formação de doutoramento
e pós-doutoramento cientistas e médicos de Angola e São Tomé e Príncipe. Ainda em estreita
colaboração com o SSDH, foi instalado um laboratório no Hospital do Príncipe, que permitiu iniciar
a formação de pessoal local e o levantamento epidemiológico, clínico e genético da endemia nesta
população. Uma vez estabilizados em Portugal, com uma só excepção, aqueles grupos de
investigação – que continuam agora a sua investigação com outros financiamentos –, o programa
atingiu os seus objectivos e foi encerrado em 2007.
As contribuições científicas deste trabalho têm incidido sobre a identificação de regiões
cromossómicas envolvidas no controlo da resistência/susceptibilidade à malária, sobre as bases
moleculares da patologia das complicações cerebrais e hepáticas da doença grave que,
eventualmente, desvendem novas estratégias terapêuticas, sobre a fisiopatologia das relações
parasita-hospedeiro e sobre aspectos moleculares e celulares da imunidade, cujo desconhecimento
tem impedido derivar vacinas eficazes contra a infecção. Por outro lado, a caracterização completa
da endemia numa população restrita deverá permitir ajustar modelos epidemiológicos e, se possível,
testar novas formas de intervenção terapêutica e profiláctica.
196.197
196.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Id.
Programas
Gulbenkian
Sessão de formação para organizações não governamentais.
Programa Gulbenkian
de Ajuda ao Desenvolvimento
O Programa Gulbenkian de Ajuda ao
Desenvolvimento (PGAD), criado em 2003,
procura, no âmbito dos fins estatutários,
reequacionar a lógica de actuação da Fundação
nos novos estados de língua portuguesa.
Tem como objectivo estratégico fortalecer a
capacidade interna dos países onde actua
(países africanos lusófonos e Timor-Leste),
promovendo o seu desenvolvimento institucional,
de forma a melhorar o desempenho e a
qualidade dos serviços prestados e a sua
adequação e capacidade de resposta às
necessidades das populações, no quadro de um
desenvolvimento económico e social sustentável.
Este programa procura estruturar a intervenção
da Fundação, baseada numa definição rigorosa
e criteriosa de prioridades, fazendo realçar as
áreas em que as acções realizadas podem ter
importantes efeitos de demonstração e de escala
e onde a falta de acção pode provocar efeitos
adversos ao desenvolvimento económico e social
dos países abrangidos por este programa
– Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O PGAD, de natureza transversal, é executado
por diferentes serviços da Fundação (Belas-Artes,
Educação e Bolsas e Saúde e Desenvolvimento
Humano) e de acordo com uma abordagem
integrada dos problemas do desenvolvimento.
Componente “educação”
Em termos globais, o PGAD, na componente
“educação”, atingiu um valor de [31 416 000]
Subsídios de educação
[3488 988]
No domínio da educação, foi atribuído, em
2007, um total de 57 subsídios, perfazendo um
200. 201
Relatório Balanço e Contas 2007
montante global de € 488 988. Em termos de repartição geográfica dos subsídios atribuídos
no domínio da educação foram abrangidos projectos em todos os países africanos lusófonos
e em Timor-Leste, fundamentalmente tendo como objectivo primordial o apoio à consolidação
dos sistemas educativos desses países.
A estratégia de intervenção no âmbito dos subsídios concedidos passou, em regra, pela dinamização e
prossecução de um projecto estruturante de médio prazo por país abrangido, devendo ser destacados,
pela sua relevância e importância determinante para a melhoria da qualidade dos sistemas educativos,
nomeadamente os seguintes: projecto de apoio à reforma do ensino básico em São Tomé e Príncipe,
projecto de apoio à formação de formadores de professores do ensino primário em Angola, projecto
de estruturação do novo programa-quadro a celebrar com a Universidade Eduardo Mondlane, em
Moçambique, para apoio ao desenvolvimento do ensino superior naquele país, e, ainda, o projecto
integrado de apoio ao desenvolvimento da educação, em Cabo Verde. A par destes projectos
estruturais, o programa ainda apoia um conjunto de outros projectos, na sua maioria dinamizados
por outras entidades, cuja intervenção no domínio educativo se revela de relevância e oportunidade
para os países abrangidos e suas populações.
Em termos de estruturação de acordo com as principais linhas de intervenção, referem-se
os seguintes subsídios:
› Projectos de apoio ao ensino básico e secundário, que, no seu conjunto, apresentaram como
objectivo fundamental o de contribuir para a melhoria qualitativa desses níveis de ensino, tendo
ainda como quadro de referência a prossecução do segundo objectivo de Desenvolvimento
do Milénio de até 2015 se alcançar a universalidade da educação primária. Merece especial
realce o projecto de apoio à reforma do ensino básico em São Tomé e Príncipe, consubstanciado
em protocolo celebrado entre a Fundação e o Ministério da Educação, Juventude e Desporto desse
país, e onde se prevê uma intervenção consistente e integrada nas áreas do desenvolvimento
curricular para seis anos de escolaridade, elaboração de materiais didácticos (manuais do aluno
e guias do professor), actividades de formação de docentes e de técnicos do ministério e elaboração
de projectos de diploma legal de suporte à preconizada reforma do ensino. Durante o ano de 2007,
prosseguiram os trabalhos iniciados no ano anterior, tendo-se garantido a elaboração dos Manuais
do Aluno, Manuais de Professor e Caderno de Actividades para a 3.ª e 4.ª classes, bem como
a formação de metodólogos, formação de professores das turmas experimentais e, ainda,
prosseguir a fase de experimentação, crucial para a aferição e avaliação das metodologias de
ensino e dos materiais produzidos. Nesse mesmo país, destaca-se também o subsídio concedido
à Fundação Mãe Santomense para desenvolvimento do projecto “Sementes do Futuro”, que se
destina a promover o acesso ao ensino básico e secundário de crianças com elevado potencial
académico, tendo sido abrangidas 40 crianças. Deve também ser dado especial realce ao projecto
de apoio à formação de formadores de professores do ensino primário em Angola, no quadro da
reforma do ensino primário para seis anos, tendo como objectivo geral o de contribuir para a melhoria
da qualidade e eficácia desse nível de ensino, promovendo, essencialmente, a aquisição e reforço
das competências técnicas e pedagógicas de formadores de escolas do magistério primário;
a intervenção realizada em 2007, centrada na Escola do Magistério Primário de Benguela, de acordo
com orientações ministeriais, caracterizou-se, por um lado, pelo reforço da formação das disciplinas
de base e, por outro, por uma forte vertente de formação-acção, no sentido de proporcionar
a apropriação de conceitos e de favorecer a construção de perspectivas sobre o trabalho a co-produzir;
complementarmente, no domínio da criação do Centro de Recursos da referida escola de Benguela,
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento
dinamizou-se a formação de docentes no domínio das TIC, documentação e organização
de arquivos e procedeu-se à definição da constituição do Fundo Documental e dos equipamentos
básicos para apetrechamento do centro; o apoio ao sistema educativo em Cabo Verde prosseguiu
no âmbito do desenvolvimento das actividades previstas no protocolo celebrado entre a Fundação
e o Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos desse país, podendo referir-se
em particular a missão técnica realizada com o objectivo de analisar in loco as potencialidades de
um projecto de assistência técnica na área do “ensino e da aprendizagem do português no contexto
cabo-verdiano” para apoio ao Instituto Pedagógico no desenvolvimento de um modelo de formação
de formadores do ensino básico, que permita responder ao enquadramento formativo de português
como segunda língua. Esta missão tinha ainda em vista estruturar um eventual projecto e analisar
as condições técnicas e financeiras para a sua implementação; no quadro do referido protocolo
está também inserido o desenvolvimento de cursos tecnológicos de curta duração em multimédia
para educação, tendo-se finalizado nesse ano, com a realização dos dois últimos módulos,
o conjunto de actividades formativas previstas nessa área.
› Projectos de apoio ao desenvolvimento do ensino superior, tendo como objectivo principal o de
contribuir para a consolidação das instituições de ensino superior dos países abrangidos pelo PGAD.
Entre os diversos subsídios concedidos, podem destacar-se o do prosseguimento do apoio à Faculdade
de Direito da Guiné-Bissau, promovendo a formação/estágio de investigação para docentes dessa
instituição de ensino superior na Faculdade de Direito de Lisboa e o apoio à edição de uma colectânea
de legislação guineense. Nesta linha de intervenção deve ainda ser realçado o projecto de estruturação
e construção de um novo programa de apoio à Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique,
com o objectivo de apoiar essa universidade na melhoria da qualidade do ensino que realiza em
algumas áreas de conhecimento e reforçar a capacidade de investigação. Partindo-se de uma proposta
apresentada por essa universidade, sobre a qual foram identificadas as áreas de formação a privilegiar
e as modalidades de intervenção do programa, está desenhado e acordado um programa de acção que
põe em destaque os seguintes domínios formativos: língua portuguesa, hotelaria e turismo e ensino à
distância. Em Angola, prosseguiu a estreita articulação com a Universidade Agostinho Neto, tendo-se
avançado na preparação de um conjunto de intervenções de apoio ao desenvolvimento da formação
pós-graduada no próprio país, focando-se, em especial, a formação no domínio da língua portuguesa,
através do apoio à participação de docentes universitários portugueses na preparação e orientação
de teses de licenciatura e mestrado a realizar em Luanda e no Huambo. Em Cabo Verde, no âmbito do
referido protocolo estabelecido com o Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos,
e tendo em conta o papel fundamental de que se reveste para o desenvolvimento dos recursos
humanos do país, o lançamento da Universidade de Cabo Verde, foi estabelecido um conjunto
de áreas de apoio a essa instituição de ensino superior, designadamente, o apoio à realização do curso
de mestrado em Engenharias Renováveis, que irá ser ministrado em São Vicente. No que respeita
a Timor-Leste, destaca-se o apoio à componente de investigação no país, levada a cabo por bolseiros
timorenses que se encontram a realizar estudos pós-graduados em Portugal.
› Projectos de apoio à consolidação de bibliotecas escolares e municipais, em que o objectivo
fundamental tem sido o de melhorar, quantitativa e qualitativamente, o espólio documental de
bibliotecas existentes nos diferentes países abrangidos por este programa. Nesta linha de acção
foram concedidos 12 subsídios, sendo a distribuição de bibliotecas apoiadas por país, a seguinte:
Angola – três, Cabo Verde – três, Guiné-Bissau – três, Moçambique – duas; em Portugal apoiou-se
a estruturação e organização da Biblioteca Central de Estudos Africanos do Centro de Estudos
Africanos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Deve ainda destacar-se que
202. 203
Relatório Balanço e Contas 2007
diversas solicitações foram satisfeitas no domínio da concessão de livros do Plano de Edições
do Serviço de Educação e Bolsas, em especial para instituições de ensino superior.
› Projectos de apoio a actividades de cooperação entre associações de estudantes e organismos
juvenis, área de intervenção em que foram atribuídos 11 subsídios, a que correspondeu um esforço
financeiro de € 22 000. As iniciativas apoiadas tiveram como objectivo fundamental o da melhoria
das condições de vida das populações abrangidas nos respectivos programas de acção, através de
intervenções intensivas e articuladas nos vectores determinantes do desenvolvimento, designadamente,
educação, formação, saúde, saneamento básico e ambiente. Os projectos acima referenciados
apresentavam algumas características comuns que importa salientar: (i) a realização dos projectos
ficou a cabo de jovens, a grande maioria universitários, que em regime de voluntariado prestaram o
seu contributo para a melhoria das condições de vida da população carenciada dos países africanos
lusófonos; (ii) a vertente educativa fazia parte integrante destes projectos, promovendo-se
a componente de língua portuguesa e o apoio educativo em diversas outras áreas do conhecimento;
(iii) o estabelecimento de redes/parcerias com entidades locais permitiu um maior entrosamento
com as realidades locais e possibilitou ainda o estabelecimento de parâmetros para a continuação
e sustentabilidade das iniciativas. A incidência regional das iniciativas apoiadas assumiu particular
realce em Cabo Verde, na Guiné-Bissau e em Moçambique.
› Projectos de apoio à cooperação entre instituições profissionais/sectoriais, tendo como principal
objectivo o reforço da articulação entre organizações e profissionais dos mesmos sectores/áreas de
actividade, promovendo a partilha de conhecimentos e informações, e viabilizando a criação de redes
de conhecimento no mundo da lusofonia. De entre as iniciativas apoiadas podem destacar-se:
I Congresso da Lusofonia, I Bienal da Matemática, Encontro da Associação das Universidades
de Língua Portuguesa, III Encontro de Professores de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa,
II Encontro de Jovens Investigadores Cabo-verdianos.
[3731 962]
Bolsas de estudo
No que respeita à atribuição de bolsas de estudo, no ano de 2007 foram concedidas 115 bolsas,
a que correspondeu um encargo financeiro de € 731 962. A valorização dos recursos humanos dos
países abrangidos por este programa, sendo um instrumento crucial ao desenvolvimento económico
e social desses países, constitui uma das principais linhas de intervenção do PGAD, assumindo
um peso relativo de cerca de 30 por cento do esforço financeiro global.
Durante o ano de 2007 prosseguiu-se a estratégia de reforçar a importância relativa do número de bolsas
de pós-graduação face ao número de bolsas de licenciatura concedidas, tendo em conta a existência
de uma importante oferta de cursos e áreas de formação superior em alguns dos países abrangidos neste
programa. Esta situação é particularmente relevante para Angola e Moçambique, registando Cabo Verde
e a Guiné-Bissau alguma oferta,
ainda e apenas em algumas áreas
Número de bolseiros – evolução por níveis de formação
formativas. De destacar, a este respeito,
que, dada a recente criação da
2003 2004 2005 2006 2007
Universidade de Cabo Verde,
Bolsas de licenciatura
117
107
92
79
67
é expectável que nos próximos
Bolsas de pós-graduação
anos se assista a um cenário de
e especialização
33
32
43
58
48
profundas alterações no quadro da
Total
150
139
135
137
115
oferta de formação superior no país.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento
A estratégia prosseguida assentou na concessão de um número reduzido de bolsas de licenciatura
somente para Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, focalizando a concessão de bolsas
para os restantes países apenas para a realização de formação pós-graduada.
A repartição por países de origem dos bolseiros foi a seguinte: Angola – 15, Cabo Verde – 42,
Guiné-Bissau – 24, Moçambique – sete, São Tomé e Príncipe – 15, Timor-Leste – 10 e dois bolseiros
de outros países estrangeiros.
[3175 919]
Iniciativas próprias
Em 2007, a Fundação Gulbenkian, em parceria com o Banco Mundial, organizou e realizou
o workshop internacional “Vencer os Desafios da Educação nos Países Africanos de Língua
Portuguesa”. Este workshop visava o diálogo e a troca de conhecimentos e experiências na
área do ensino básico, focando em particular as diferentes situações e perspectivas nos países
africanos de expressão oficial portuguesa. Participaram nesta iniciativa delegações dos cinco PALOP,
chefiadas pelos respectivos ministros da Educação, nos casos de Angola, Cabo Verde, São Tomé
e Príncipe, e secretários de Estado da Educação, nos casos da Guiné-Bissau e Moçambique.
Estiveram ainda representados os principais organismos doadores do sector da educação em cada
um dos PALOP e ainda diversos conferencistas e especialistas de educação. No final dos trabalhos foi
possível estruturar sínteses conclusivas sobre as perspectivas para o sector da educação e principais
linhas de acção estratégica para cada um dos países africanos de expressão oficial portuguesa, bem
como uma síntese conclusiva do grupo de trabalho dos organismos doadores e uma declaração dos
ministros da Educação dos PALOP.
No âmbito das actividades directas, no domínio da educação, deve ainda referir-se a assistência
técnica aos projectos que a Fundação tem em desenvolvimento nos países africanos lusófonos,
nomeadamente, aos projectos de formação de formadores de professores, em Angola, e ao projecto
de apoio à reforma do sistema educativo, em São Tomé e Príncipe. Deve ainda ser realçado que
durante o ano de 2007 se apoiou a realização de uma exposição da colecção fotográfica de Michael
Teague – “Na Rota dos Navegadores Portugueses” –, na República Checa.
No âmbito das missões realizadas no domínio da educação deve salientar-se a visita de trabalho
realizada a Cabo Verde, que permitiu analisar detalhadamente e estabelecer as linhas de intervenção
actuais e futuras no âmbito da acção da Fundação Gulbenkian em prol da valorização dos recursos
humanos cabo-verdianos. Deve também ser destacada a missão realizada a Angola com o intuito de
equacionar e debater localmente as questões ligadas à concepção e desenho de um programa de
acção para os próximos anos nesse país, no que respeita ao desenvolvimento de um programa de
ensino à distância, a nível do ensino não superior, utilizando uma variedade de meios tecnológicos,
abrangendo vastas áreas de Angola e envolvendo um conjunto de instituições, de que se destacam,
fundamentalmente, a Fundação Gulbenkian, a Fundação Luso-Americana e a Fundação Portugal
África, os ministérios da Educação dos dois países, a Universidade Católica de Angola e empresas
privadas de Angola e Portugal.
Prosseguiram os trabalhos de desenvolvimento da base de dados de bolseiros e ex-bolseiros
do PGAD, que tem como objectivo fundamental o de integrar toda a informação existente
e ainda possibilitar a inserção de informação adicional sobre a carreira académica e profissional
deste grupo populacional.
204.205
204.
Relatório Balanço e Contas 2007
Componente “saúde”
Em 2007, o PGAD, na sua componente
“saúde”, com cerca de um milhão de
euros do orçamento da Fundação,
manteve o seu compromisso com
os Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio, centrando a sua actuação
na redução da pobreza dos PALOP
e Timor-Leste, pelo impacto
que causa a pobreza na vulnerabilidade
à doença devido ao limitado acesso
a cuidados de saúde, informação,
água potável, saneamento
e alimentação adequada.
Saúde materno-infantil
3 172 117
Doenças infecciosas
3 280 180
Formação de recursos humanos
3 262 563
Iniciativa “STOP TB”
3 120 000
Capacitação de ONGD
3 28 639
Centro de Investigação em Saúde de Angola
3 43 672
Reforço ao Instituto de Ciências da Saúde
3 43 539
Conferência “Developing Partnership for a
Developed World: Foundations & Governments
Learning to Work Together”
3 16 860
Assistência técnica, estudos e consultoria
3 27 975
No que respeita aos subsídios, os projectos apoiados pretenderam dar resposta aos graves problemas
sanitários que os países beneficiários enfrentam: elevadas taxas de mortalidade materna e infantil,
as doenças enraizadas na pobreza – HIV/sida, malária e tuberculose –, fracos sistemas de saúde
e a necessidade de formação de recursos humanos em áreas prioritárias do sector.
Reconhecendo ainda o papel fundamental das organizações não governamentais para
o desenvolvimento (ONGD), no âmbito da ajuda ao desenvolvimento, realizou-se a primeira
edição do ciclo “Formação ONGD 2007: Acesso a Fontes de Co-financiamento Alternativas.
Da Teoria à Prática”, organizado pela Plataforma Portuguesa das ONGD com o apoio da Fundação.
Esta iniciativa surgiu como resposta à necessidade de incentivar a diversificação das fontes
de financiamento dos projectos executados pelas ONGD nacionais e à concentração da intervenção
dos projectos no contexto dos países lusófonos, sobretudo em África, revelando a necessidade
de uma estratégia de diversificação também geográfica de intervenção.
Os apoios distribuíram-se pelas seguintes áreas de intervenção predefinidas:
› saúde materno-infantil;
› doenças infecciosas;
› formação de recursos humanos;
› iniciativa “STOP TB”;
› capacitação de ONGD.
No âmbito dos projectos especiais, pelo seu carácter inovador, dimensão e complexidade inserem-se
os seguintes projectos plurianuais:
› criação do Centro de Investigação em Saúde em Angola;
› Reforço Institucional do Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste.
Ambos nascem de uma estreita parceria com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
(IPAD) e instituições dos países beneficiários, e passam pela existência de equipas no terreno. No seu
conjunto, e durante três anos de execução, estima-se que mobilizem cerca de 4,2 milhões de euros.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento
Relativamente aos projectos apoiados, podemos destacar os seguintes:
Saúde materno-infantil
› Projectos de formação teórico-prática na área da saúde materna e saúde pediátrica dirigidos
aos técnicos de saúde que irão integrar um Centro de Saúde Materno-Infantil na Paróquia de
Nossa Senhora da Graça, distrito de Benguela, Angola, cujo apetrechamento e reabilitação
do sistema de abastecimento de água já tinham sido financiados pela Fundação no ano transacto.
› Subsídio atribuído ao Ministério da Saúde da Guiné-Bissau correspondente à contrapartida
nacional do financiamento pelo Fundo Africano de Desenvolvimento ao Programa de Desenvolvimento
Sanitário, daquele país, aprovado já em 1997, visando, sobretudo, a construção de centros
de saúde na Guiné-Bissau.
Doenças infecciosas
› Projecto “Informar para Prevenir na Saúde Oral” na Guiné-Bissau, que tem como objectivo não só
melhorar os níveis de saúde oral através de informação, aconselhamento e apoio organizacional nos
serviços hospitalares, mas também efectuar o rastreio de doenças infectocontagiosas e a formação
de profissionais de saúde na perspectiva da prevenção do HIV/sida.
› Pretendendo minorar o sofrimento de crianças abandonadas, órfãs de sida, sem os cuidados
mínimos de saúde e higiene, proporcionando-lhes condições de vida mais dignas e, por outro lado,
uma mudança de atitudes e comportamentos e a prevenção de doenças como o HIV/sida, a malária
e a tuberculose, o projecto em Moçambique, na província de Tete, implementado pela Fundação
Gonçalo da Silveira, visa a integração social de 60 crianças órfãs de sida, através do seu acolhimento
em seis casas-lar.
› Oferta de equipamento ao Hospital de Cumura, na Guiné-Bissau, antiga leprosaria situada
a 15 quilómetros da capital que, dada a insuficiência dos serviços de saúde pública no país,
começou também a dar assistência quer a doentes terminais de sida, quer a doentes de tuberculose.
Formação de recursos humanos
› Continuação do apoio dirigido à capacitação dos principais institutos de formação de técnicos de
saúde de nível médio de São Tomé e Príncipe (Instituto de Ciências da Saúde Victor Sá Machado),
e de Moçambique (Instituto de Ciências de Saúde de Maputo).
› Projecto “Biblioteca Móvel”, implementado pela Ordem dos Enfermeiros em Portugal, com o objectivo
de proporcionar aos enfermeiros dos PALOP a trabalhar em locais de difícil acesso à informação,
um conjunto de documentos em língua portuguesa que os ajudem na resolução dos problemas com
que se deparam na prestação de cuidados de saúde às populações.
› Tendo em conta a necessidade de formação de especialistas em diversas áreas do sector da saúde
em Moçambique, foi concedido apoio à Fundação Ulls del Món, com sede em Barcelona, para
a concretização de um programa de formação oftalmológica de técnicos, enfermeiros e médicos
do Hospital Central de Maputo e de Centros de Saúde de Maputo e Inhambane.
› Apoio a um programa de formação e reciclagem, em Portugal, de técnicos e enfermeiros dos dois
hospitais centrais de Cabo Verde – Hospital Agostinho Neto e Hospital Baptista de Sousa –, tendo
em conta a necessidade de assegurar níveis mais elevados na prestação dos serviços de saúde
à população de Cabo Verde.
Iniciativa “STOP TB”
› Enquadrado nos objectivos desta parceria estabelecida em 2000 para a eliminação da tuberculose
como um problema de saúde pública, foi concedido apoio a actividades de formação de profissionais
206.207
206.
Relatório Balanço e Contas 2007
de saúde e assistência técnica na área da tuberculose em Angola, na Guiné-Bissau e em Moçambique,
dando seguimento à estratégia adoptada pelos mesmos países, onde a incidência da tuberculose
atinge valores preocupantes.
Criação do Centro de Investigação em Saúde de Angola
› Pretendendo encontrar soluções cientificamente fundamentadas para combater as principais doenças
que afectam a população angolana, foi celebrada, em Setembro, uma parceria entre o Ministério da
Saúde de Angola, o Governo Provincial do Bengo, o IPAD e a Fundação Gulbenkian, para a criação do
Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), a localizar no Caxito; a equipa técnica foi instalada
no terreno, dando início ao lançamento do projecto que se focou no melhor conhecimento da realidade
sanitária da região, na ligação do projecto às estruturas de saúde locais e nacionais e na melhoria de
alguns procedimentos na prestação dos cuidados de saúde.
Reforço Institucional do Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste (ICS)
› No âmbito do projecto “Reforço Institucional do Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste”,
uma parceria entre a Fundação, o IPAD e aquele instituto, foi iniciada a implementação das actividades
de arranque do projecto, através da colocação, em finais de Setembro, de uma assessoria técnica no
ICS, simultaneamente responsável pela gestão do projecto. Esta assessoria técnica permitiu um melhor
reconhecimento e análise ao nível das políticas de desenvolvimento de recursos humanos do sector da
saúde, assim como da situação e funcionamento do ICS. Desta forma, e com a colaboração das escolas
portuguesas parceiras na implementação do projecto, a Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha
Portuguesa e a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, foram preparadas e adaptadas
as intervenções a realizar no próximo ano.
A Fundação participou e promoveu ainda um conjunto de iniciativas, de que se salientam:
› Em Março de 2007, a Fundação acolheu a conferência internacional “Developing Partnerships
for a Developed World: Foundations and Governments Learning to Work Together”, iniciativa conjunta
do Centro Europeu de Fundações, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do Comité
da Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE). A promoção da cooperação e o diálogo político entre diferentes actores – fundações, governos e
instituições multilaterais –, no sentido de se assegurar uma maior eficácia da ajuda ao desenvolvimento,
designadamente no que respeita à erradicação da pobreza e à concretização
dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, foram os objectivos desta reunião.
› Participação no 13.º Joint Action Forum do African Programme for Onchocerciais Control (APOC),
que tem como objectivo a erradicação da oncocercose em África. A Fundação apoia os Programas
de Luta contra a Oncocercose em África, coordenados pela Organização Mundial de Saúde e geridos
financeiramente pelo Banco Mundial, desde 1989, atendendo à incidência que esta doença tinha em
alguns PALOP, em especial na Guiné-Bissau.
› Participação na reunião preparatória do lançamento do programa de bolsas para investigação na
área das doenças tropicais negligenciáveis (DTN), a decorrer no âmbito da iniciativa “Knowledge for
Tomorrow – Cooperative Research Projects in Sub-Saharan Africa”. Este programa, congregando
diferentes fundações europeias (Volkswagen, Mérieux, Nuffield e Calouste Gulbenkian), pretende apoiar
o desenvolvimento da investigação sobre as DTN nos países africanos, onde estas têm um impacto
significativo sem, contudo, merecerem grande atenção por parte das políticas de saúde
e dos doadores internacionais.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento
No âmbito da “Assistência Técnica, Estudos e Consultoria”, foi possível levar a cabo uma missão
de acompanhamento dos projectos apoiados em São Tomé e Príncipe.
Componente “arte”
[363 900]
No âmbito deste programa foram apoiados nove projectos enquadrados nos seus objectivos –
contribuir para a divulgação e promoção da cultura artística dos PALOP: apoios ao Programa de
Formação AfricaDOC, da Lx. Filmes; ao projecto intercultural “Translocating/African Cities in Dialogue
em Joanesburgo e Maputo”; à deslocação ao Art Forum Berlim de um artista e de uma historiadora da
arte de Moçambique; a um workshop realizado no quadro do projecto
“Linha Imaginária”, em Maputo; à realização de uma exposição e workshop realizado por Ana Telhado
no Centro Cultural Português de Bissau; à realização de uma exposição de fotografia de Eduardo Nery
no Musée d’Art Africain de Dacar, Senegal; ao Kanema – Festival Internacional dos Cinemas Africanos,
organizado pela associação “Tamarindo”, que teve lugar em Lisboa; à exposição “Agora Luanda”,
na IWALEWA-Haus da Universidade de Bayreuth, na Alemanha; à realização de uma exposição
na Cidade da Praia, em Cabo Verde, dos resultados do projecto “Guardar Águas”.
Cabe ainda informar que no quadro do PGAD se deslocou à Universidade de Bayreuth o seu consultor,
para participar no workshop “Off-Centering Viewpoints – Artistic Positions and Recent Dynamics in
Contemporary Art in Africa”. Foi ainda recebida a coordenadora do programa “AMA (Art Moves Africa)”,
com quem se iniciaram contactos com vista à participação do PGAD neste programa de mobilidade
de agentes artísticos em África, para passar a integrar os PALOP. O projecto “artafrica” entrou em fase
de funcionamento normal no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, com o apoio do consultor do PGAD.
208.209
208.
Relatório Balanço e Contas 2007
Programa Gulbenkian
de Língua Portuguesa
O Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa (PGLP) foi criado em 2003 com o objectivo de incentivar
a promoção e o desenvolvimento da língua portuguesa, mediante a concessão de apoios a actividades
executadas por entidades externas à Fundação, ou através de iniciativas próprias.
Subsídios
[3895 870]
O PGLP concedeu subsídios a um vasto conjunto de projectos e acções, tendo esse apoio sido orientado
por critérios de qualidade e rigor quer no que respeita à selecção de propostas
apresentadas, quer relativamente a projectos e acções conduzidos por terceiros, mas cuja iniciativa
foi estimulada pelo PGLP.
De realçar os concursos de apoio a projectos de promoção da leitura em bibliotecas escolares/centros
de recursos e em bibliotecas públicas municipais, incentivo à leitura em pequenas bibliotecas,
promoção da língua e da literatura, bem como o apoio a conferências e outras reuniões. Foram
ainda concedidos subsídios a outras bibliotecas escolares, no âmbito do protocolo assinado entre
a Fundação Calouste Gulbenkian e o Plano Nacional de Leitura.
O Concurso de Apoio a Projectos de Promoção da Leitura em Bibliotecas Escolares/Centros
de Recursos visa apoiar projectos inovadores na área da promoção da leitura em bibliotecas escolares,
mediante a realização de um concurso anual. O regulamento do concurso privilegiou, mais uma vez,
projectos cujo objecto se focalize na promoção da leitura autónoma e da leitura na sala de aula.
Em 2007, as candidaturas foram limitadas a escolas/agrupamentos inseridos na área de influência
da DREL e da DREAlgarve.
Foram recebidas 198 candidaturas, tendo 42 projectos obtido financiamento. De entre estes,
salientamos os seguintes:
› “Diferentes Diálogos em Torno do Livro”, que visa fomentar uma cultura de valorização da leitura na
escola e na comunidade, apresentado pelo Agrupamento Vertical Fernando Casimiro Pereira da Silva;
› “Oficin@ d@s p@l@vr@s”, desenvolvido pelo Agrupamento de Escolas de Josefa de Óbidos
com o objectivo de valorizar as aulas de substituição, aplicando ferramentas de desenvolvimento
das literacias;
› o projecto “Biblioteca (Inter)Activa” pretende aumentar significativa e qualitativamente
a oferta da Biblioteca/Centro de Recursos e foi proposto pelo Agrupamento Vertical de Escolas
de Vila Nova de Cacela;
› “A Arte pela Leitura”, do Agrupamento Vertical de Escolas de Estoi, vai organizar actividades
que, através da leitura e da pesquisa, sensibilizem os alunos para a literatura, a música, a fotografia,
o cinema, etc;
› o projecto “Por Um Centro de Recursos ao Serviço da Comunidade Educativa”, proposto
pela Escola Secundária de Sampaio, tem como objectivo contribuir para a formação do aluno
e apoiar a acção do professor.
210. 211
Relatório Balanço e Contas 2007
Entrega do Prémio Branquinho da Fonseca.
No âmbito do protocolo assinado com o Plano Nacional de Leitura foram apoiadas 85 escolas,
das quais se destacam: Escola Básica 2, 3 de Miragaia; Escola Básica 2, 3 Maria Veleda; Escola
Básica 2, 3 de Cinfães; e Escola Básica 2, 3 de Melgaço.
O Concurso de Apoio a Projectos de Promoção da Leitura em Bibliotecas Públicas visa apoiar projectos
inovadores em bibliotecas públicas, tendo sido aberto para o efeito um concurso ao qual concorreram
70 projectos. Pretende-se, com estes apoios, incentivar o aparecimento de projectos inovadores,
no âmbito da promoção da leitura, cuja qualidade origine um efeito disseminador. De entre os projectos
apresentados foram seleccionados 20, dos quais poderão ser destacados os relacionados com
as propostas das seguintes bibliotecas municipais:
› Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira: “Livrolândia: A Aldeia Global da Leitura”,
projecto inovador no contexto da promoção da leitura em Portugal, que visa promover,
em torno da leitura, o encontro solidário entre pessoas de culturas diferentes, que todos os dias
se entrecruzam e se desconhecem.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa
› A Biblioteca Municipal de Odivelas, através do projecto “Bibliófilo Vai a Casa”, vai desenvolver
um serviço de empréstimo de livros ao domicílio para um público-alvo com idade igual ou superior
a 65 anos;
› Biblioteca Municipal de Oeiras: o “Oeiras a Ler em Família” é um projecto que tem como objectivo
criar adultos mediadores de leitura e articular relações com o espaço familiar;
› Biblioteca Municipal de Loures: “Ler por Sacavém”, projecto inovador que visa implementar
uma biblioteca de 200 títulos, de acessibilidade permanente, sem chave e sem funcionários no local.
O Apoio a Conferências e Outras Reuniões tem como objectivo permitir a realização, por instituições
externas à Fundação Calouste Gulbenkian, de encontros que, de alguma forma, sejam susceptíveis
de aprofundar o estudo e a discussão de questões ligadas à língua e/ou literatura portuguesa.
No ano de 2007, foram atribuídos oito subsídios, de que salientamos as seguintes iniciativas
e acontecimentos:
› ciclo de cursos de formação sobre “Literaturas Africanas de Língua Portuguesa”, organizado
pelo Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
› congresso internacional “A Unicidade do Conhecimento”, organizado pela Universidade de Évora;
› I Colóquio Internacional Queiroziano, organizado pela Fundação Eça de Queiroz.
O Apoio a Projectos de Promoção da Língua e Literatura tem como finalidade contribuir para
a execução de iniciativas levadas a cabo por entidades externas à Fundação, numa perspectiva
de consolidação daquelas duas vertentes em que a aposta da Fundação Calouste Gulbenkian
foi reforçada com a criação do PGLP. Dos cinco projectos subsidiados salientamos, pela sua
importância, os seguintes:
› Livros Viajantes – Documentário sobre Bibliotecas Itinerantes em Portugal, da responsabilidade
da produtora David & Golias, Audiovisuais e Eventos Culturais;
› Comemorações dos 50 Anos da Biblioteca Itinerante da Batalha, projecto desenvolvido pela Câmara
Municipal da Batalha;
› Grande Prémio de Romance e Novela 2007, organizado pela Associação Portuguesa de Escritores.
Foram ainda concedidos 10 subsídios destinados a projectos de Incentivo à Leitura em Pequenas
Bibliotecas. Pretende-se, com esta linha de subsídios, apoiar, sobretudo, a aquisição de fundos
documentais em bibliotecas de pequena dimensão, sediadas em juntas de freguesia, associações
culturais ou centros sociais, e que, por essa razão, não são elegíveis no Concurso de Apoio a Bibliotecas
Públicas. De entre as entidades contempladas, salientamos a Associação Amigos de Monte Gordo
(Castelo Branco), Casa Pia de Lisboa, o Balleteatro Contemporâneo do Porto, o Hospital Sousa Martins
– Braga, e a Academia Cultural e Social de Maceira.
Iniciou-se o projecto denominado “Turmas Bilingues”, conduzido pelo Instituto de Linguística Teórica
e Computacional (ISCTE). Este projecto dá continuidade ao Projecto Gulbenkian Diversidade Linguística
na Escola Portuguesa, concluído ainda em 2007, e procura dar resposta aos resultados e conclusões
que dele se extraíram. Este projecto tem uma duração prevista de sessenta meses.
O projecto denominado Projecto Gulbenkian “A Casa da Leitura”, com uma duração de três anos
(até final de 2008), assenta num portal, composto por dois sites (“Serviço de Orientação da Leitura”
e “ABZ da Leitura”), lançado no início de 2007.
212.213
212.
Relatório Balanço e Contas 2007
“Clássicos na Gulbenkian”. 3 de Junho de 2007.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa
O “Serviço de Orientação da Leitura” reúne o essencial da informação acerca das edições (recentes,
sobretudo, mas também as clássicas, nalguns casos até de língua estrangeira) do vasto ramo da
literatura para a infância e juventude. O “ABZ da Leitura” é dedicado aos mediadores e especialistas
e aí são disponibilizadas, além de bibliografia específica, seleccionada segundo uma avaliação
criteriosa das carências nacionais na área, orientações teóricas, informações sobre projectos em curso
e, sobretudo, os diferentes laboratórios – espalhados pelo País e distribuídos por vários contextos
e idades – que testam no terreno as numerosas sugestões práticas ali apresentadas. Uma outra
vertente do projecto, denominada “Biblioteca Viva”, pretende desenvolver um “receituário” de práticas
de animação à leitura, que estão a ser experimentadas em duas bibliotecas públicas municipais
(de Odivelas e de Beja) e em duas bibliotecas escolares (em Ferreira do Alentejo), que se constituirão
como “laboratórios” de boas práticas.
Iniciativas próprias
[3434 610]
Em 2007, teve lugar mais uma edição do Prémio Branquinho da Fonseca – Expresso/Gulbenkian,
prémio criado com o objectivo de incentivar o aparecimento de jovens autores (de 15 a 30 anos
de idade) de literatura para crianças e jovens. Foram recebidas a concurso 76 obras candidatas
à modalidade “Infantil” e 57 à modalidade “Juvenil”.
O prémio foi atribuído, na modalidade “Infantil”, à obra O Menino Árvore, da autoria de
Luísa Costa Cabral, e na modalidade “Juvenil” à obra O Dono da Festa, da autoria de Estêvão
Luís Bertoni e Silva.
O Prémio Mário António, nesta edição dedicado a obras de teatro, não foi atribuído, dado que
as obras concorrentes não se enquadravam na categoria do concurso.
A última edição dos “Clássicos na Gulbenkian”, apresentada pelo grupo Há4 (Maria João Seixas,
Helena Vasconcelos e Paula Moura Pinheiro) versou o tema “Os Mecenas”. A sessão esteve a cargo
de Jorge Silva Melo, director da companhia de teatro Artistas Unidos. A sessão foi composta por textos
originais da autoria de Almeida Faria, Jorge Silva Melo, Jacinto Lucas Pires, Miguel Castro Caldas
e José Vieira Mendes e as respectivas leituras encenadas estiveram a cargo dos actores
dos Artistas Unidos.
Continua em preparação a exposição sobre literatura que decorrerá no hall de exposições,
entre final de Setembro de 2008 e início de Janeiro de 2009, e cujo comissário é António M. Feijó.
O site leitur@gulbenkian continua a ser regularmente actualizado. De salientar a inclusão
de uma selecção de obras para dar destaque a diversas efemérides, tais como o Dia do Livro
ou o Dia da Mulher; para o Natal, a escolha foi feita por algumas editoras, às quais endereçámos
convite para o efeito.
Foi editado o livro de actas do seminário internacional denominado “Ter ou não Ter Bibliotecário
Escolar – Valor e Impacto dos Recursos Humanos nas Bibliotecas Escolares”.
Foi publicado o número 37 da História e Antologia da Literatura Portuguesa, com coordenação
científica de Isabel Allegro de Magalhães, último fascículo desta História e Antologia
e que se refere à literatura portuguesa do século XVII.
214.215
214.
Relatório Balanço e Contas 2007
Em 2007, a revista Colóquio/Letras editou dois números duplos com o guião dos programas “Imagens
da Poesia Europeia” que David Mourão-Ferreira apresentou na RTP entre 1969 e 1974. Num total
de quase mil páginas, dá-se a conhecer a um público não iniciado, de forma extremamente didáctica
e simples, a evolução da poesia europeia desde o século VIII antes de Cristo ao século XIX da nossa
era. Esta edição, que contou com o apoio da RTP, é acompanhada por um DVD com alguns programas
literários de David Mourão-Ferreira.
Durante o ano de 2007 prosseguiu-se a preparação dos volumes dedicados a Sebastião
da Gama e Almada Negreiros e iniciaram-se os trabalhos de edição de dois números dedicados,
respectivamente, aos poetas Ruy Belo e Cristovam Pavia.
Finalizou-se a construção do site da Colóquio/Letras (www.coloquio.gulbenkian.pt), que permite
a consulta dos números publicados desde 1971 bem como o acesso a informação indexada
e sistematizada sobre o conteúdo da revista.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa
Programa Gulbenkian
Criatividade e Criação Artística
[3574 780]
Em 2007 realizaram-se três acções de formação no âmbito do Programa Gulbenkian
Criatividade e Criação Artística (PGCCA).
Entre 22 de Janeiro e 3 de Março decorreu a segunda edição do Curso de Encenação de Teatro,
novamente em colaboração com a companhia Third Angel e sob a orientação de Alexander Kelly,
director artístico da companhia. O curso teve 55 candidatos, tendo sido seleccionados 12,
um dos quais oriundo de Cabo Verde, numa estratégia de alargamento do PGCCA a jovens artistas
dos países lusófonos. As seis semanas do curso foram de intensa experimentação e no final foram
apresentados os trabalhos criados quer em grupo, quer individualmente. A mostra decorreu na
Sala Polivalente do CAMJAP, em três programas distintos, nos dias 27 de Fevereiro, 1 e 3 de Março
de 2007. No mês de Junho (entre 21 e 24), quatro destes trabalhos foram seleccionados para
integrar o programa “Exercícios do Futuro”, iniciativa do Teatro Municipal Maria Matos, destinada
a divulgar projectos teatrais de jovens artistas criados em contexto pedagógico.
Pauliana Valente Pimentel
Curso de Encenação de Ópera (2.ª edição). Raphaël, reviens!, de Bernard Cavanna. Encenação de Jean Paul Bucchieri.
Na foto: Cesário Costa, Marco Pereira, Paulo Jorge Ferreira, João Rodrigues e Ricardo Ceitil.
216.217
216.
Relatório Balanço e Contas 2007
Seguidamente, entre 16 de Abril e 6 de Julho, durante doze semanas, decorreu a segunda
edição do Curso de Realização de Cinema, desta vez em colaboração com a Deutsche Filmund Fernsehakademie, sediada em Berlim. Concorreram 159 pessoas, para um total de
12 vagas, tendo uma delas sido preenchida por um jovem realizador brasileiro. Os participantes
dividiram-se em dois grupos, cada um com seis elementos, e trabalharam em estreita cooperação,
o que permitiu que cada um pudesse escrever, dirigir e montar o seu próprio filme mas também
trabalhar, rotativamente, como director de fotografia, operador de câmara, assistente de câmara e
responsável pela iluminação do filme de outro colega, de forma a obter a compreensão global de
todo o processo que conduz à criação de um filme. Foram realizadas 12 curtas-metragens, com
uma duração variável de seis a catorze minutos na Sala Polivalente do CAMJAP nos dias 6 e 7 de
Julho. Durante o curso, foi também organizada uma master class aberta ao público em geral com o
consagrado realizador chinês Wang Bing.
Finalmente, entre 27 de Agosto e 1 de Dezembro, dirigida apenas a seis participantes,
decorreu a segunda edição do Curso de Encenação de Ópera, novamente em colaboração
com o Teatro Nacional de São Carlos, mas, desta vez, com a orientação pedagógica global
de Christian Gangneron, encenador-professor, director do Arcal – Atelier de Recherche et de
Création pour l'Art Lyrique, que colaborou já na primeira edição deste curso. As obras encenadas
pelos seis participantes do curso, pertencentes a diversos períodos da história da música (barroco,
modernismo, contemporâneo), tiveram, nalguns casos, apenas acompanhamento de piano, e,
noutros, de um pequeno agrupamento musical, sendo de destacar, neste âmbito, a colaboração
com o Curso de Música Antiga da ESMAE no Porto. A diversidade de repertórios, bem como dos
artistas envolvidos, entre músicos e cantores, e a realização de um conjunto de lições teóricas com
personalidades destacadas da cena operática (Marco Beghelli, Gavin Plumley, Jean-François
Sivadier, Paulo Ferreira de Castro) tornou este curso uma experiência particularmente enriquecedora
para todos quantos nele participaram. O curso terminou com a apresentação pública
das obras encenadas, também na Sala Polivalente do CAMJAP, nos dias 27 e 29 de Novembro
e 1 de Dezembro.
Obras do PGCCA em circulação em 2007
Curso de Realização de Documentários (1.ª edição)
Em colaboração com os Ateliers Varan (de 12 de Janeiro a 27 de Março de 2004).
Vestígios, de Tiago Afonso
› ARTFEST 2007, Cineclube de Tavira (30 de Abril de 2007)
› ARTFEST 2007, Fórum Luísa Todi, Setúbal (17 de Maio de 2007)
› ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (27 de Maio de 2007)
Antes da Estreia, de André Godinho
› ARTFEST 2007, Cineclube de Tavira (30 de Abril de 2007)
› ARTFEST 2007, Fórum Luísa Todi, Setúbal (17 de Maio de 2007)
› ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (27 de Maio de 2007)
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística
Curso de Encenação de Teatro “Follow Up”
[Homem-Legenda], de Pedro Gil 3
› ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (24 de Maio de 2007)
› Teatro Lethes, Faro (5 e 6 de Junho de 2007)
› Festival Gil Vicente, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães (9 de Junho de 2007)
Espectáculos resultantes de um convite feito pela coordenação do PGCCA aos alunos do Curso
de Encenação de Teatro (1.ª edição), após a conclusão do curso, para a apresentação de propostas
de novas criações a apoiar pelo programa.
Curso de Coreografia
(de 7 de Fevereiro a 6 de Junho de 2005)
Ser Humano, de Luís Guerra
› Best of Lucky Trimmer, Freiburgo e Heidelberg – Alemanha (20-21 de Janeiro de 2007)
› BIPOD Dance Festival – Theatre Monnot, Beirute, Líbano (27 de Abril de 2007)
› Lucky Trimmer – Tanz im August Festival – Podewil Theatre, Berlim, Alemanha
(23, 24 e 26 de Agosto de 2007)
› Platforma Mladih Koreografa 2007 – Tvornica kulture, Zagreb, Croácia
(21 de Outubro de 2007)
› Festival Jamais Vue – Theatre de Vanves, Paris, França (1 de Fevereiro de 2007)
Curso de Coreografia “Follow Up”
À Sombra, de Dora Fonseca
› Festival 4 Estações – Primavera, Casa de Teatro de Sintra (23-24 de Março de 2007)
› Eira 33, Lisboa (26 de Maio de 2007)
Subterrâneos do Corpo, de Ana Martins
› Festival 4 Estações – Primavera, Casa de Teatro de Sintra (23-24 de Março de 2007)
› Festival de Juventude Alcains 2007, Casa do Povo de Alcains (19 de Maio de 2007)
› Festival En Pé de Pedra, Santiago de Compostela (22-24 de Junho de 2007)
› Bomba Suicida, Lisboa (30 de Junho e 1 de Julho de 2007)
› Audio Art Festival, Krzysztofory Gallery, Cracóvia, Polónia (25 de Novembro de 2007)
Ausência (memória descritiva), de Vera Santos
› Festival da Fábrica, Teatro Helena Sá e Costa, Porto (19 de Maio de 2007)
› Serralves em Festa, Fundação de Serralves, Porto (3 de Junho de 2007)
Espectáculos resultantes de um convite feito pela coordenação do PGCCA aos alunos do Curso
de Coreografia, após a conclusão do curso, para a apresentação de propostas de novas criações
coreográficas a apoiar pelo programa.
218. 219
Relatório Balanço e Contas 2007
Tatiana Macedo
Curso de Encenação de Teatro (2.ª edição). No 33, espectáculo de e por Joana Craveiro.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística
Curso de Realização de Cinema (1.ª edição)
Em colaboração com a The London Film School (4 de Julho a 30 de Setembro de 2005).
No Início, de Pedro Pinho
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
Dispersão, de João Constâncio
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
A minha Mãe É Pianista, de João Rosas
› Iniciativa “7 pecados patrimoniais”, Escola Superior de Educação do Porto (4 de Maio de 2007)
Domingo, de José Filipe Costa
› Canal de televisão ARTE (França e Alemanha) (19 de Fevereiro, 4, 12 e 19 de Março,
e 4 de Julho de 2007)
O Dedo, de Luís Miguel Correia
› Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Lisboa (15 de Outubro de 2007)
Curso de Realização de Documentários (2.ª edição)
Em colaboração com os Ateliers Varan (9 de Janeiro a 25 de Março de 2006)
Quinta da Curraleira, de Tiago Hespanha
› Musée du Quai Branly, Paris – 25 Anos dos Ateliers Varan
(26 de Abril de 2007)
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
O Auto das Velas, de Filipa Serejo
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
(Menção Honrosa)
Entre Tempos, de Frederico Lobo
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
Alda, de Miguel Coelho
› Ciclo de Cinema [des]confortáveis, Associação Bacalhoeiro, Lisboa (3 de Abril de 2007)
Se Eu me Chamasse Raimundo, de Isabel Dias Martins
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
220.221
220.
Relatório Balanço e Contas 2007
Pé na Terra, de João Vladimiro
› ARTFEST 2007, Cineclube de Tavira (30 de Abril de 2007)
› ARTFEST 2007, Fórum Luísa Todi, Setúbal (17 de Maio de 2007)
› ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (27 de Maio de 2007)
O Sonho de Dom Arménio, de Rosa Branca Almeida
› Ciclo de Cinema [des]confortáveis, Associação Bacalhoeiro, Lisboa (3 de Abril de 2007)
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007)
Curso de Cinema de Animação 3D
Em colaboração com a SUPINFOCOM (17 de Abril a 18 de Agosto de 2006)
Split, de Catarina Romano, Do-Arte e Emanuel Raimundo
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela [Competição Oficial] (29 de
Junho de 2007)
› 15.ª Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema [Secção Take One!]
(7-15 de Julho de 2007)
› IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007)
› Animatu – Festival de Cinema de Animação Digital, Beja [Competição Oficial]
(17-21 de Outubro de 2007)
The Doubtful Guest, de Diogo Pereira e Vasco Portugal
› 15.ª Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, [Secção Take One!] (7-15 de Julho
de 2007)
› IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007)
Tilt, de Bruno Canas, Catarina Barata e Elsa Loff
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela
(29 de Junho de 2007) [Prémio Animação]
› IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007)
› Animatu – Festival de Cinema de Animação Digital, Beja [Competição Oficial]
(17-21 de Outubro de 2007)
The Meltdown, de João Batista, João Real e Pedro Almeida
› TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela
[Competição Oficial] (29 de Junho de 2007)
› IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007)
› Encounters 13th International Short Film Festival, Bristol, Reino Unido
[Competição Oficial] (21-25 de Novembro de 2007)
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística
Segundo Curso de Realização de Cinema. Superfície, de Rui Xavier.
Curso de Realização de Cinema (2.ª edição)
Em colaboração com a Deutsche Film- und Fernsehakademie – dffb
(de 16 de Abril a 6 de Julho de 2007)
Fim-de-Semana, de Cláudia Varejão
› 12.º Festival Internacional de Pusan, Coreia do Sul [Competição Oficial]
(4-12 de Outubro de 2007)
222.223
222.
Relatório Balanço e Contas 2007
Rui Gonçalves
Exposição “Estado do Mundo”.
Fórum cultural “O Estado do Mundo”
[32 015 373]
O fórum cultural “O Estado do Mundo”,
integrado nas Comemorações do
Cinquentenário da Fundação, foi estruturado
em três plataformas de actividades distintas,
sendo que a primeira se realizou ainda
em 2006 (com a conferência inaugural
por Homi K. Bhabha, e com o lançamento
do livro O Estado do Mundo). Os primeiros
meses deste fórum serviram para criar pontes
com as universidades, relação esta que
se traduziu na incorporação de temáticas
relacionadas com o projecto nos curricula
de inúmeras faculdades e cursos. A Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova criou, inclusivamente, em colaboração
com “O Estado do Mundo”, uma pós-graduação
subordinada ao tema “Culturas e Discursos
Emergentes: Da Crítica às Manifestações
Artísticas”. Também o tema do Mestrado
de Ciências da Comunicação da Faculdade
de Ciências Humanas da Universidade Católica
foi dedicado a “O Estado do Mundo”.
A 18 de Maio de 2007 iniciou-se a Plataforma 2
que se prolongou até 7 de Agosto e durante
a qual foram realizadas mais de 200
actividades – espectáculos de dança e teatro,
apresentaram-se duas óperas, um ciclo
de cinema, comissariado por Jacob Wong,
director do Festival Internacional de Cinema
de Hong Kong, concertos de música urbana
e com a Orquestra Gulbenkian, um ciclo
de conferências – reunindo 13 dos mais
proeminentes pensadores da actualidade –,
um concerto com a West-Eastern Divan
Orchestra dirigida por Daniel Baremboim,
um programa intenso de actividades
interculturais no jardim, entre várias outras
actividades – envolvendo múltiplas companhias
artísticas, associações culturais e de imigrantes,
realizadores de cinema, produtores
externos e vários serviços da Fundação.
224. 225
Relatório Balanço e Contas 2007
Cerca de 500 pessoas, entre artistas e técnicos nacionais e estrangeiros, participaram nestas
actividades, com um total de cerca de 50 mil espectadores, incluindo a programação do jardim.
Entre os espectáculos apresentados, há duas criações de teatro (Desempacotando a minha
Biblioteca, encenado por Jorge Andrade, e Ensaio, com encenação de Vítor Hugo Pontes) e duas
óperas (Metanoite, música de João Madureira e encenação de André Teodósio, e Montanha, com
música de Nuno Corte-Real e encenação de Carlos Antunes) que são estreias mundiais, criadas
em especial para este programa. Destacamos ainda, de entre todas estas actividades, a selecção
do filme O Estado do Mundo – obra em seis partes, realizada por seis destacados realizadores da
actualidade, Apichatpong Weerasethakul (Tailândia), Chantal Akerman (França), Ayisha Abraham
(Índia), Pedro Costa (Portugal), Vicente Ferraz (Brasil), Wang Bing (China) – para a “Quinzaine
des Réalisateurs”, em Cannes.
Tarrafal. Bucha e Bucinda, de Pedro Costa.
Fundação Calouste Gulbenkian
Fórum cultural “O Estado do Mundo”
Henrique Figueiredo
Jardim Gulbenkian.
A 28 de Setembro de 2007 foi editada a obra A Urgência da Teoria, compilando a conferência
inaugural de “O Estado do Mundo” assim como as conferências realizadas em Maio no Auditório 2
(que tiveram a participação de Paul Gilroy, Andy C. Pratt, Marc Ferro, entre outros pensadores).
A 6 de Outubro, inaugurou-se a exposição “Um Atlas de Acontecimentos”, com a curadoria
de António Pinto Ribeiro, Debra Singer e Esra Sarigedik Öktem – actividades que integram
e definem a Plataforma 3 – dando assim por concluído o fórum cultural “O Estado do Mundo”.
Da análise da quantidade e dos conteúdos da informação produzida nos media
(nos tradicionais e nos mais inovadores) conclui-se que “O Estado do Mundo” teve
um impacto positivo, gerou discussão pública, disseminou informação e produziu
acontecimentos culturais.
Do ponto de vista dos públicos eles foram diversos – dos mais académicos,
que participaram nas Lições e assistiram aos filmes, aos mais populares como muitos
dos que participaram nas actividades do jardim da Fundação Calouste Gulbenkian,
tendencialmente com idades entre os 20 e os 50 anos (avaliação empírica), muitos dos
quais eram iniciados na frequência desta instituição. Em traços gerais, o contributo para
uma discussão sobre o estado cultural do mundo terá sido atingido.
226.227
226.
Relatório Balanço e Contas 2007
Seminário “O Quarto Relatório sobre Alterações Climáticas”.
Programa Gulbenkian Ambiente
Valores em euros
Encargos com pessoal
27 871
Iniciativas próprias
103 125
Subsídios
196 399
Total
327 395
Criado em Fevereiro de 2007, com duração
prevista de três a cinco anos, sob coordenação
científica de Viriato Soromenho-Marques,
o Programa Gulbenkian Ambiente (PGA) iniciou
as suas actividades públicas no mês de Abril.
O seu campo de intervenção está centrado na
análise das diversas vertentes da crise
ambiental, privilegiando um triângulo constituído
pelas seguintes áreas: ambiente e cidadania;
ambiente e saúde; ambiente e inovação.
A implementação das orientações temáticas
do PGA revela-se mediante a concessão
de apoios e/ou subsídios a acções executadas
por entidades externas à Fundação ou através
de iniciativas próprias.
Na prossecução dos seus objectivos o PGA
promoveu, no âmbito das suas temáticas,
iniciativas de informação, reflexão e debate,
e apoiou projectos de investigação e
disseminação do conhecimento.
Áreas de intervenção
Ambiente e cidadania
A 19 de Abril teve lugar o colóquio “Crise do
Ambiente e Interface Ciência/Sociedade”, uma
iniciativa conjunta do PGA e do Joint Research
Centre (JRC) da Comissão Europeia.
228. 229
Relatório Balanço e Contas 2007
Este colóquio teve como pano de fundo e objecto privilegiado para a sua realização a apresentação
e abordagem das temáticas do livro Interfaces Between Science and Society publicado em 2006
pelo JRC, e cuja coordenação esteve a cargo de três autoras, sendo duas de nacionalidade
portuguesa, Ângela Guimarães Pereira e Sofia Guedes Vaz, e outra, Sylvia Tognetti, de nacionalidade
italiana.
Para além das atrás mencionadas coordenadoras portuguesas da obra, registou-se a participação
neste evento de outras personalidades do mundo académico português, como Hermínio Martins
(Oxford e Instituto de Ciências Sociais), Maria Eduarda Gonçalves (Instituto de Ciências do Trabalho
e da Empresa), Olga Pombo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), Luísa Schmidt
(Instituto de Ciências Sociais), Helena Jerónimo (Instituto Superior de Economia e Gestão) e António
Dias Figueiredo (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra).
Sob o tema “Sociedade Civil, Empresas e Biodiversidade”, teve lugar, a 26 de Setembro, este
seminário, realizado no âmbito do desafio “Business and Biodiversity” lançado pela presidência
portuguesa da União Europeia, seminário que propõe o envolvimento voluntário das empresas,
a nível internacional, em iniciativas para a defesa da biodiversidade.
O seu público-alvo foram as empresas e associações empresariais, ONG de ambiente, universidades
e outros centros de investigação, organismos estatais e fundações.
Este acontecimento traduziu-se numa modalidade construtiva de associação com a referida iniciativa
da presidência portuguesa por parte das entidades promotoras (Fundação “Cuidar o Futuro”,
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza (ANCN) e Fundação Calouste
Gulbenkian), e pretendeu contribuir para o estabelecimento de parcerias sociais e ambientais
inovadoras, mediante profunda discussão de algumas questões fundamentais: Que critérios serão
definidos para uma adequada intervenção das empresas? Que tipo de empresas ou sectores
deverão envolver-se prioritariamente? Que possibilidades existem para uma colaboração
bem-sucedida entre ONG e empresas?
Abordou-se, por último, a forma de encontrar com as empresas compromissos e soluções
consistentes e de longo prazo, compatíveis com a necessidade de alguns resultados a curto prazo
para a defesa da biodiversidade.
Participaram os seguintes oradores: Fátima Grácio (presidente da Fundação “Cuidar o Futuro”),
Hélder Spínola (presidente da Quercus – ANCN), João Menezes (presidente do Instituto da
Conservação da Natureza e Biodiversidade), Shulamit Alony (The World Conservation Union, IUCN),
Andrew Jones (Instituto Europeu de Política Ambiental), Paula Silva (Quercus – ANCN), Helmut
Röscheisen (Deutscher Naturschutzring, DNR), Arthur Eijs (Ministério da Habitação, Ordenamento
do Território e Ambiente da Holanda), Luís Rocharte (BCSD – Portugal, Conselho Empresarial para
o Desenvolvimento Sustentável), Zbig Karpowicz (Royal Society for the Protection of Birds, RSPB),
António Neves de Carvalho (EDP – Energias de Portugal), José Paulo Martins (Quercus – ANCN),
Luís Costa (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, SPEA), e Carlos Teixeira (Liga para
a Protecção da Natureza, LPN).
A fechar o ciclo das iniciativas directas do programa, foi realizada a 21 de Novembro a conferência
“Política Marítima Europeia e Biodiversidade” sobre a política para os oceanos da União Europeia,
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Ambiente
onde foram abordados, sob prismas diversos e complementares, as apostas e obstáculos que nos
separam ainda de uma efectiva Política Marítima Europeia sustentável.
Registou-se o contributo dos seguintes especialistas nacionais na matéria: Tiago de Pitta e Cunha
(Comissão Europeia), Emanuel Gonçalves (European Environmental and Sustainable Development
Advisory Councils, EEAC), e João Falcato Pereira (Oceanário de Lisboa).
Nas seis iniciativas do PGA atrás mencionadas estiveram presentes mais de 900 participantes.
Nota: Todas as comunicações produzidas pelos diversos oradores dos eventos atrás relatados,
à excepção das realizadas na conferência da União Europeia, encontram-se disponibilizadas,
em formato PDF, na página da Fundação Calouste Gulbenkian, em www.gulbenkian.pt, com ligação
ao sítio do Programa Gulbenkian Ambiente (www.gulbenkian.org/ambiente.asp).
No âmbito dos concursos “AGIR – Ambiente” e “Ambiente e Saúde”, que decorreram em
simultâneo, entre 23 de Abril e 28 de Maio, o PGA recebeu um total de 161 candidaturas.
Assim, das 131 candidaturas apresentadas no concurso “AGIR – Ambiente” (Acções Gulbenkian
de Informação e Realização em Ambiente), foram contemplados 11 projectos que se enquadram
na área das alterações climáticas, e que se agrupam nas cinco seguintes categorias: medidas
de adaptação; biodiversidade; energia; expressão artística; formação e informação.
As actividades dali decorrentes, e a realizar até Maio de 2008, são as seguintes:
› “Oásis num Deserto de Montanha”, proposta pela Associação dos Amigos do Parque Ecológico
do Funchal.
Descrição e objectivos: Na sequência do trabalho de florestação, realizado pela Associação desde
2001, no Pico do Areeiro está a ser criado um oásis num deserto de montanha, que já funciona
como foco difusor das plantas indígenas.
Pretende-se realizar uma campanha de divulgação desta experiência pioneira na Região Autónoma
da Madeira, que tem por objectivo central mostrar que é possível fazer algo de concreto para
inverter o processo de desertificação das montanhas da cordilheira central da ilha da Madeira, que
decorre desde o século XV e que tenderá a agudizar-se com as alterações climáticas previstas nos
estudos realizados no âmbito dos projectos “SIAM II” e “CLIMAAT II”.
› “Educação para a Prevenção das Alterações Climáticas”, proposta pela EDV Energia.
Descrição e objectivos: Este projecto visa divulgar informação e dados científicos
sobre a temática das alterações climáticas aos sectores mais jovens da sociedade,
e em particular à comunidade escolar.
Esta candidatura propõe a organização e promoção de seminários dedicados ao tema das alterações
climáticas nas escolas (EB1, EB2, 3 e ES) da região de Entre Douro e Vouga, em particular nos
municípios de Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Santa Maria da Feira e São João da Madeira
– recorrendo a especialistas nacionais como oradores.
› “Falta Aqui Qualquer Coisa”, proposta pelo Grupo de Teatro Marionetas, Actores & Objectos.
Descrição e objectivos: Pretende ser um espectáculo com uma linguagem científico-poética que
tenta construir uma ponte entre a ciência e a poesia. Pretende despertar a atenção do público
infantil sobre os problemas ambientais e alterações climatéricas sem cair no erro comum de
transformar o palco numa sala de aula, permitindo o riso, a boa-disposição e a participação.
230.231
230.
Relatório Balanço e Contas 2007
Seminário “Sociedade Civil, Empresas e Biodiversidade”.
A realização “Falta Aqui Qualquer Coisa”, nas escolas ou no teatro para as escolas, terá uma
vertente científica, dando lugar, depois dos espectáculos, a uma reflexão/discussão sobre o tema
desenvolvido e focado no espectáculo.
› “Alterações Climáticas e Responsabilidade Ambiental”, proposta pela Associação de Professores
de Filosofia (APF).
Descrição e objectivos: Trata-se de um projecto de parceria entre a Sociedade de Ética Ambiental
(SEA) e a APF que integra a realização de dois colóquios e três “Cafés com Filosofia”. São objectivos
gerais do programa, entre outros: a consciência dos valores sócio-ambientais, ecológicos, estéticos
e éticos como estruturantes de uma cidadania responsável; a construção de uma forma de pensar
fundada no conhecimento das inter-relações entre os diferentes subsistemas que compõem
a realidade; o entretenimento do humano como ser que faz parte da natureza; a compreensão
de que o ser humano é o único ser responsável entre todos os seres e que tal implica uma acção
de preservação e respeito do mundo que o rodeia. O desenvolvimento de uma sensibilidade em
estreita sintonia com as realidades naturais.
› “Alterações Climáticas – Guia do Cidadão Portador de Deficiência”, proposta pela Secção
de Geografia da Universidade dos Açores.
Descrição e objectivos: O projecto tem por base a criação de instrumentos de comunicação
e educação, sobre alterações climáticas, na vertente da responsabilidade social. Estes instrumentos
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Ambiente
Conferência internacional “The Global Challenge of Energy and Climate Change”.
serão especialmente desenhados e adaptados a cidadãos (faixas etárias mais jovens) portadores de
deficiência visual ou auditiva. Considera-se que esse segmento da população tem sido largamente
descurado no fornecimento de informação sobre esta temática. Por outro lado, estes cidadãos
podem representar um contributo significativo na promoção de práticas ambientalmente correctas.
› Congresso para Alunos do Ensino Secundário “Viver Ambiente”, proposta pela
Universidade do Minho.
Descrição e objectivos: Este projecto consiste num congresso (dois dias), destinado a alunos
do ensino secundário da área das ciências naturais, cujo tema principal serão as alterações
climáticas. O primeiro dia de congresso destinar-se-á à apresentação de comunicações orais
e em poster pelos alunos, enquanto que o segundo dia será dedicado a saídas de campo,
com vista a valorizar e divulgar o património natural. Pretende-se, desta forma, sensibilizar os
participantes para a problemática ambiental e desenvolver neles um conjunto de competências
que os tornarão cidadãos activos na resolução de problemas globais.
› “A Matriz Energética do N21 e a Promoção da Eficiência Energética”, proposta pela Escola
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto.
Descrição e objectivos: Propõe-se a elaboração da matriz energética dos concelhos integrantes
do Nordeste 21, projecto regional que visa a elaboração da Agenda 21 Local, nomeadamente em
232.233
232.
Relatório Balanço e Contas 2007
Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela,
Mogadouro, Vila Flor e Vimioso, como forma de diagnosticar a situação actual da região a nível
de consumos energéticos e avaliar o respectivo impacto a nível de emissões de GEE, colmatando
a falta de estudos existentes nesta área.
› “Kit Vídeo Ambiente”, proposta pela Podes (Associação para o Desenvolvimento Sustentável).
Descrição e objectivos: Esta acção consiste em levar a seis escolas de seis distritos diferentes
do País um workshop-vídeo sobre o ambiente. O que diferencia este conceito é que serão
os alunos de cada escola a realizar um documentário próprio, a partir de uma vasta série
de conteúdos ambientais previamente preparados. Teremos acesso a seis diferentes visões
das preocupações ambientais de uma geração, e esses vídeos serão posteriormente compilados
num DVC e distribuídos a escolas de todo o país, para permitir que sejam visionados e discutidos.
É portanto uma acção de formação diferenciada porque expande o seu impacto e raio de acção
a todo o país, em momentos diferenciados.
› “Formação sobre Vulnerabilidade e Adaptação Local às Alterações Climáticas”, proposta pelo
Instituto Superior Técnico.
Descrição e objectivos: Acção de formação dirigida aos municípios algarvios, em matéria de
alterações climáticas, vulnerabilidade e adaptação das actividades localizadas em territórios mais
susceptíveis. O objectivo da acção proposta é sensibilizar os municípios algarvios para a
necessidade de acção local em matéria de alterações climáticas em prol do desenvolvimento
sustentável da região algarvia e da melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes.
› “Importância da Biomassa Florestal para a Diminuição das Emissões de CO2”, proposta pela
Escola Superior Agrária de Viseu.
Descrição e objectivos: Divulgação dos produtos desenvolvidos no projecto “WESST” junto
de diversos públicos-alvo. Consciencialização dos participantes sobre a importância da utilização
de energia provenientes de fontes renováveis, nomeadamente a energia produzida a partir de
biomassa florestal. Fornecer informações sobre os processos que conduzem à diminuição
das emissões de CO2 para a atmosfera com a utilização da biomassa florestal. Demonstração
da produção de estilha e de briquetes a partir de biomassa florestal para utilização
com fins energéticos.
› “Alterações Climáticas e seu Impacto nas Florestas”, proposta pela Universidade de Évora.
Descrição e objectivos: Pretende-se com esta acção sensibilizar um público vasto (estudantes,
técnicos e produtores florestais, e público em geral) para a problemática do efeito das
alterações climáticas na floresta, e em particular para o declínio de espécies importantes como
o pinheiro-bravo e o pinheiro-manso. Utilizar-se-á o caso da doença do nemátode da madeira do
pinheiro (NMP), causada pelo nemátode Bursaphelenchus xylophilus, que desde 1999 tem sido
responsável por danos consideráveis na península de Setúbal. Através da elaboração de uma
web page, PowePoints, textos técnicos, um poster e um artigo de divulgação, far-se-á chegar
esta acção de disseminação a escolas, associações de produtores florestais e público em geral,
dos distritos de Évora e Setúbal.
Ambiente e saúde
Em pleno período de consulta pública sobre o projecto do Plano Nacional de Acção Ambiente
e Saúde, realizou-se, a 20 de Junho, o colóquio “Alimentação e Qualidade do Ar em Portugal”,
uma co-organização do PGA e do CNADS (Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento
Sustentável).
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Ambiente
Promoveu-se, assim, o debate sobre dois domínios do ambiente considerados prioritários:
a alimentação e a qualidade do ar.
A escolha do tema deveu-se à relevância dessas duas dimensões no interface ambiente-saúde e à
manifesta relação entre a falta de qualidade do ar e/ou da nutrição e o consequente aumento de
riscos para a saúde dos indivíduos e populações.
Contou-se com a participação de especialistas nacionais sobre a matéria, a saber: João Lavinha
(Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável), Pedro Graça (Faculdade de
Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto), Isabel do Carmo (Faculdade de
Medicina da Universidade de Lisboa), Maria Antónia Calhau (Centro de Segurança Alimentar e
Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge), Artur Teles Araújo (Observatório
Nacional de Doenças Respiratórias), Olga Mayan (Centro de Saúde Ambiental e Ocupacional do
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge) e José Rocha Nogueira (Centro Regional de Saúde
Pública do Norte).
Em relação às 30 propostas apresentadas no concurso “Ambiente e Saúde” (Investigação e
Desenvolvimento), foram aprovados três projectos que se enquadram na área da poluição do ar
(dois dos quais relativos ao ar interior).
Os correspondentes estudos a implementar no período 2007-2009 são os que se seguem:
› “Avaliação da Exposição ao Fumo do Tabaco Ambiental nos Locais de Trabalho e da
Prevalência de Sintomas Relacionados. Contributo para a Monitorização da Efectividade
da Nova Legislação Nacional”, proposta pela Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade da Beira Interior.
Descrição e objectivos: Para a OMS o fumo ambiental do tabaco (FAT) é carcinogénico e factor de
risco para doenças cardiovasculares, respiratórias e outras. Desconhece-se o nível de exposição dos
portugueses. Pretende-se: avaliar a exposição ao FAT em locais de trabalho (indústria da
restauração/diversão) através da avaliação da qualidade do ar e de monitorização biológica; avaliar a
prevalência de sintomas e sinais associados ao FAT; contrastar a exposição ao FAT e consequências
nos trabalhadores de instituições com e sem políticas efectivas de controlo; desenvolver indicadores
de base visando a avaliação da efectividade da nova legislação nacional.
› “RISKAR LX – Avaliação do Risco Associado à Poluição Atmosférica em Lisboa”, proposta pela
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Descrição e objectivos: O projecto visa sistematizar e operacionalizar a recolha de dados de
morbilidade, avaliando o impacte da poluição do ar sobre a saúde humana em Lisboa, em
particular sobre as crianças. A metodologia a utilizar estender-se-á à avaliação dos efeitos sobre
morbilidade, passando pelo desenvolvimento de uma ferramenta informática de recolha e
organização de dados epidemiológicos.
› “Tobacco smoke at recreation establishments: health effects and biological damage”, proposta
pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Descrição e objectivos: Este projecto visa o estudo da QAI (Qualidade do Ar Interior) em
restaurantes, bares e discotecas localizados na região de Lisboa (preferencialmente com mais de
100 metros quadrados) e a investigação de possíveis associações entre a exposição a ETS,
presumíveis disfunções respiratórias e dano biológico (DNA e alterações do proteoma) entre os
trabalhadores.
234.235
234.
Relatório Balanço e Contas 2007
As implicações deste projecto incluem futuras intervenções preventivas no controlo da QAI
e benefícios para a saúde das pessoas mais expostas ao ETS.
Espera-se também contribuir para a descoberta de novos biomarcadores de doenças respiratórias
associadas à exposição ao ETS.
Ambiente e inovação
Sob o ciclo “Alterações Climáticas”, realizaram-se dois seminários, a 21 e 28 de Maio,
subordinados, respectivamente, aos temas: “Conservação de Energia e Energias Renováveis no
Sector Doméstico” e “O Quarto Relatório sobre Alterações Climáticas – Perspectivas para Portugal”.
Foram ambos realizados em torno do despertar da consciência mundial para as implicações
negativas resultantes do fenómeno das alterações climáticas, em virtude de acontecimentos
presentes ou futuros que afectam ou podem vir a afectar irremediavelmente a vida no nosso
planeta. Para tal terá contribuído a publicação, em 2006, do livro Uma Verdade Inconveniente,
de Al Gore, e também a publicação do Relatório Stern: Economia das Alterações Climáticas.
Já em 2007, o Quarto Relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas
(IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change), veio confirmar as previsões feitas no relatório
anterior, datado de 2001.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Ambiente
O primeiro seminário foi realizado em parceria com a Quercus – ANCN, e contou com os
apoios da EDP, da Fundação Luso-Americana, do British Council e do UK Trade & Investment.
O seu objectivo primordial foi o de analisar as medidas que se podem tomar no campo
da gestão da procura e da alteração do comportamento dos consumidores domésticos,
nomeadamente na conservação da energia, assim como nas inovações em marcha que poderão
alargar consideravelmente a possibilidade de utilização de energias renováveis nos serviços
e no sector doméstico.
Para o bom andamento dos trabalhos, contribuiu a participação dos seguintes oradores:
Francisco Ferreira (Direcção Nacional da Quercus – ANCD), Elisa Boelman (Direcção-Geral
da Energia e dos Transportes da Comissão Europeia), Alexandre Fernandes (director-geral
da Agência para a Energia), Aline Delgado (Quercus – ANCD), Pedro Verdelho (director
de Tarifas e Preços da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), Gene Rodrigues
(director of Energy Efficiency, Southern Califórnia Edison Company), Martins de Carvalho
(Direcção-Geral de Geologia e Energia), João Peças Lopes (Instituto de Engenharia de Sistemas
e Computadores do Porto), Andreas Russo (Proven Energy Ltd.), Ana Rita Antunes
(Quercus – ANCD), Isabel Oliveira (DECO Proteste) e Sarah Darby (Oxford University
Environmental Change Institute).
O segundo evento focou a sua atenção na análise das perspectivas que se abrem para Portugal
a partir da publicação do atrás citado Quarto Relatório do IPCC sobre alterações climáticas.
Neste âmbito, foram debatidos, sob diversos ângulos, os desafios relacionados com os impactes
e medidas de adaptação, bem como as acções conducentes à redução de emissões de gases
poluentes para a atmosfera.
Participaram os seguintes oradores: Pedro Miranda (Universidade de Lisboa), Rodrigo Oliveira
(Universidade Nova de Lisboa), Miguel Araújo (Museo Nacional de Ciências Naturales, Madrid),
Carlos de Sousa Reis (Universidade de Lisboa), Filipe Duarte Santos (Universidade de Lisboa),
Ricardo Aguiar (INETI), Pedro Martins Barata (Center for Clean Air Policy), Ricardo Moita
(Ecoprogresso), Manuel Lemos de Sousa (Universidade do Porto) e Bettina Menne (Global Change
and Health Unit, OMS).
Promovidas pela presidência portuguesa da Comissão Europeia realizaram-se na Fundação,
a 29 de Outubro, a “Reunião do Grupo de Conselheiros para a Energia e Alterações Climáticas”
(Advisory Group Meeting) e a conferência internacional “The Global Challenge of Energy and
Climate Change: The EU Vision for a Sustainable Future After 2012”, cujo principal objectivo foi
o de debater as negociações internacionais com vista ao acordo global pós-2012 sobre o combate
às alterações climáticas.
A conferência contou com a participação do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão
Barroso, do presidente do Conselho Europeu, José Sócrates, e ainda Michael Zammit Cutajar,
Claude Mandil, Isabel Mota e Viriato Soromenho-Marques.
Estas iniciativas contaram com a colaboração e apoio do PGA.
Dando resposta a algumas solicitações, foram ainda atribuídos outros financiamentos,
extraconcurso, que apoiaram os seguintes projectos/acções:
236.237
236.
Relatório Balanço e Contas 2007
Antárctida: projecto português para o estudo das alterações climáticas.
› “PERMADRIL – 2007 (Permafrost Drilling in the Maritime Antarctic) – O Primeiro Projecto Científico
Português na Antárctida para o Estudo das Alterações Climáticas”, por financiamento enquadrado
na área de apoio a projectos de investigação e desenvolvimento, que contempla o registo com a
designação de “Gulbenkian 1” e “Gulbenkian 2” na “Global Terrestrial Network for Permafrost”
(GTN-P), de duas perfurações a efectuar naquele distante continente. O projecto foi apresentado
pela Fundação da Universidade de Lisboa.
Ainda no âmbito do apoio prestado ao “PERMADRILL – 2007”, o PGA acolheu o 1st Iberian
Worlshop on Antartic Peninsula Permafrost and Climate Change. Na referida iniciativa participaram
20 cientistas e técnicos provenientes de Portugal, Espanha, Bulgária e Suíça.
› “Plantação de 20 Mil Carvalhos na Serra da Estrela”, proposta pela Associação Amigos da Serra
da Estrela.
› Impressão do catálogo da exposição intitulada “Biodiversidade”, realizada em Novembro último,
no Museu de História Natural, proposta pela Sociedade de Ciências Naturais.
› IX Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente, proposto pela Associação Portuguesa de
Engenharia do Ambiente.
Fundação Calouste Gulbenkian
Programa Gulbenkian Ambiente
Actividades próprias
[3130 996]
› Colóquio “Crise do Ambiente e Interface Ciência/Sociedade”;
› Ciclo “Alterações Climáticas”: seminários “Conservação de Energia e Energias Renováveis no
Sector Doméstico” e “O Quarto Relatório sobre Alterações Climáticas – Perspectivas para Portugal”;
› Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde: colóquio “Alimentação e Qualidade do Ar em
Portugal”;
› Seminário “Sociedade Civil, Empresas e Biodiversidade”;
› Reunião do Grupo de Conselheiros para a Energia e Alterações Climáticas (Advisory Group
Meeting) e conferência internacional “The Global Challenge of Energy and Climate Change:
The EU Vision for a Sustainable Future After 2012”;
› Conferência “Política Marítima Europeia e Biodiversidade”.
Actividades distributivas
[3196 399]
Concursos
› “AGIR – Ambiente” (projectos apoiados):
· “Oásis num Deserto de Montanha”;
· “Educação para a Prevenção das Alterações Climáticas”;
· “Falta Aqui Qualquer Coisa”;
· “Alterações Climáticas e Responsabilidade Ambiental”;
· “Alterações Climáticas – Guia do Cidadão Portador de Deficiência”;
· Congresso para Alunos do Ensino Secundário “Viver Ambiente”;
· “A Matriz Energética do N21 e a Promoção da Eficiência Energética”;
· “Kit Vídeo Ambiente”;
· “Formação sobre Vulnerabilidade e Adaptação Local às Alterações Climáticas”;
· “Importância da Biomassa Florestal para a Diminuição das Emissões de CO2”;
· “Alterações Climáticas e seu Impacto nas Florestas”.
› “Ambiente e Saúde” (projectos apoiados):
· “Avaliação da Exposição ao Fumo do Tabaco Ambiental nos Locais de Trabalho e da Prevalência
de Sintomas Relacionados. Contributo para a Monitorização da Efectividade da Nova Legislação
Nacional”;
· “RISKAR LX – Avaliação do Risco Associado à Poluição Atmosférica em Lisboa”;
· “Tobacco smoke at recreation establishments: health effects and biological damage”.
Financiamentos extraconcurso
› “PERMADRIL – 2007 (Permafrost Drilling in the Maritime Antarctic) – O Primeiro Projecto Científico
Português na Antárctida para o Estudo das Alterações Climáticas”.
› “Plantação de 20 Mil Carvalhos na Serra da Estrela”.
› Impressão do catálogo da exposição intitulada “Biodiversidade”.
› IX Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente.
238.239
238.
Relatório Balanço e Contas 2007
Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Ie.
Serviços
de Apoio
Serviços Centrais
Enquadramento da actividade
Os Serviços Centrais têm como
responsabilidade:
› a preservação e modernização dos
Valores em euros
Encargos com pessoal
6 422 254
Despesas de funcionamento
10 513 931
Iniciativas próprias
42 992
Investimento 4 243 485
edifícios e jardins, que constituem património
Total
16 979 177
da Fundação;
Receitas
319 528
› a gestão do funcionamento geral da Instituição,
procurando manter os padrões de qualidade
esperados, equilibrando o esforço constante
da racionalização de custos com a optimização das condições de acolhimento dos colaboradores
e dos públicos que a visitam;
› a logística de apoio à realização das actividades promovidas na Fundação, designadamente,
organização, segurança, cena, meios audiovisuais e relações públicas;
› a coordenação dos canais de venda (lojas, bilheteiras, montra virtual e bilheteira on-line)
e da política de preços das publicações, espectáculos e produtos que constituem um importante
instrumento de divulgação da imagem da Instituição.
Em 2007, coincidindo com o final do período das Comemorações do Cinquentenário da
Fundação, concluiu-se praticamente a remodelação dos espaços e infra-estruturas técnicas
constantes do Plano de Reorganização dos Espaços, iniciado em 1999.
A renovação do jardim, com um desenvolvimento que teve em consideração as novas
exigências de acessibilidade e a existência de novos espaços para usufruto dos visitantes,
encontra-se também praticamente finalizada.
A conclusão destas intervenções permitiu criar condições para que a Fundação pudesse
mostrar mais activamente à sociedade a sua intenção de maximizar a utilização e o usufruto
destes espaços pelos públicos, respeitando sempre as preocupações ambientais.
Assim, desenvolveu-se, pela primeira vez, um programa educativo sobre o Jardim Gulbenkian.
Reforçaram-se as medidas conducentes a um funcionamento geral do edifício caracterizado
pela obtenção de maior eficiência energética e mais respeitador do ambiente, podendo assim
ser considerado como “edifício saudável”.
Com a implementação de novos instrumentos de informação de gestão, que permitiram
alcançar melhorias na gestão do funcionamento geral da Fundação e com uma
reorganização interna que reforçou a importância atribuída à função de planeamento
e organização, os Serviços Centrais dinamizaram o seu papel multidisciplinar de planeamento
e coordenação dos eventos e do apoio logístico solicitado pelos demais serviços na promoção
das suas actividades.
242. 243
Relatório Balanço e Contas 2007
Deste modo, em 2007, privilegiaram-se os seguintes objectivos:
› dinamização de uma maior co-responsabilização de todos os serviços na prossecução
dos objectivos de gestão do funcionamento, transversais a toda a Fundação;
› sensibilização interna para a importância da racionalização de recursos e protecção
do ambiente;
› promoção contínua da qualidade do serviço prestado;
› reforço da divulgação da percepção do contributo social da Fundação junto da comunidade
nacional e internacional.
Principais actividades realizadas em 2007
Intervenções nos espaços da Fundação
a) Modernização dos espaços da sede
i) Renovação das instalações electromecânicas
Prosseguiu o desenvolvimento do programa de renovação das instalações electromecânicas
conforme planeado, nas componentes:
› Instalação eléctrica
No cumprimento das exigências legais e tendo por objectivo a introdução da gestão técnica
para efeitos de controlo e monitorização de consumos concluíram-se:
· a substituição do Quadro Geral, respectivos alimentadores de potência e quadros parciais
do Grande Auditório;
· a substituição do Quadro Geral de Baixa Tensão do Museu e respectivos alimentadores
de potência;
· início da automatização dos circuitos de iluminação das zonas de circulação
e gabinetes da sede;
· a substituição da instalação eléctrica no jardim na zona circundante ao Museu
e Biblioteca de Arte.
› Instalação de ar condicionado
Deu-se continuidade ao programa de renovação das Unidades de Tratamento de Ar (UTA)
com vista à melhoria da qualidade do ar e de acordo com o projecto de classificação do edifício
da sede como “edifício saudável”.
Neste âmbito, foi iniciada a obra de renovação da Central de Ar Condicionado do Museu.
ii) Renovação do sistema de abastecimento de água
Procedeu-se, numa primeira fase, a trabalhos de recuperação da rede primária da conduta
de abastecimento de água.
iii) Renovação da zona dos congressos
Instalaram-se os novos sistemas de tradução simultânea para servir o Auditório 2, salas 1 e 2
da zona de congressos, tendo passado a haver compatibilidade entre estes e o sistema instalado
no Auditório 3.
iv) Iluminação exterior do edifício-sede
Deu-se continuidade ao processo de renovação da fachada do edifício-sede, com a conclusão
da obra de iluminação da fachada e da pala do Museu.
v) Renovação Espaços 02
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviços Centrais
Concluída desde o ano transacto, os ensaios relativos às condições de funcionamento
da câmara fria (5º) na zona do Arquivo apontaram para a necessidade de execução,
em 2007, de trabalhos de afinamento.
Dando continuidade aos trabalhos iniciados em 2006 na zona circundante ao átrio,
em particular ao nível da instalação eléctrica e iluminação, desenvolveram-se em 2007
os trabalhos de renovação da componente de ar condicionado e remodelação das instalações
sanitárias existentes junto da entrada da garagem.
vi) Renovação dos espaços do Sector Educativo do CAMJAP
Foram realizadas obras de requalificação e adaptação dos espaços que pertenciam
ao antigo Sector de Documentação e Pesquisa, pisos 0, 1 e 2, para neles se instalar
o Serviço Educativo do Centro de Arte Moderna. Foi completamente renovada a instalação
eléctrica, substituído o pavimento, efectuados pequenos trabalhos de construção civil/pintura
e construídas bancadas de trabalho e adquirido diverso mobiliário.
vii) Pavimentação da zona do terraço e do lago poente – piso 3
Dando cumprimento à versão original definida para a zona do terraço e lago poente do piso 3,
em particular a uniformização de todo o piso, procedeu-se à obra de pavimentação em deck
de madeira daquele espaço e à transformação do canteiro da zona poente em lago.
viii) Renovação da sala de refeições do piso 3
Procedeu-se a trabalhos de renovação e requalificação da sala de refeições do piso 3 tendo
em vista a beneficiação das condições acústicas, de iluminação e acondicionamento de ar
das salas de refeições dos directores e da administração.
b) Instituto Gulbenkian de Ciência
i) Centro de Biologia
Renovação da última ala que estava por intervencionar – piso 3 – do Centro de Biologia, em todas
as especialidades (construção civil, electricidade, AVAC, segurança) e equipamentos, no sentido
de acolher a Unidade de Genotipagem e Expressão Genética.
c) Renovação dos jardins
i) Plano de Renovação Paisagística do Jardim
Continuação da intervenção do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, com a requalificação da área situada
entre o Centro de Arte Moderna e o grande lago, com extensão à envolvente do Anfiteatro
ao Ar Livre que incluiu a renovação da rede de rega e drenagem, e intervenção nas zonas anexas
à zona de congressos (roseiral).
ii) Remodelação do Anfiteatro ao Ar Livre
Na continuidade das obras de renovação do Anfiteatro ao Ar Livre realizadas em 2006,
encontram-se concluídos os trabalhos de consolidação e reforço de toda a estrutura
e instalado um truss e um novo sistema de iluminação, técnica e cénica.
d) Projecto de eficiência energética
Iniciou-se em 2007 o projecto de auditoria energética às condições de consumo
de energia dos edifícios da sede e do Centro de Arte Moderna e central de produção
térmica, complementado pelo estudo de avaliação e possibilidade de utilização
de energias renováveis.
244.
244.245
Relatório Balanço e Contas 2007
e) Segurança
Deu-se continuidade ao investimento em equipamentos de segurança, e up-grades
aos equipamentos existentes bem como a realização de acções de formação.
Complementarmente realizou-se o acompanhamento a todos os espectáculos, congressos,
exposições, etc., foram feitos vários simulacros de emergência e exercícios de evacuação,
em particular no Grande Auditório.
Planeamento, organização e acompanhamento técnico e logístico de eventos
Os Serviços Centrais dão apoio transversal aos restantes serviços que promovem actividades
nos espaços da Fundação, e asseguram as condições técnicas e logísticas necessárias ao seu
funcionamento normal, pelo que os objectivos para a sua gestão decorreram, naturalmente,
do planeamento de actividades daqueles. Assim:
› Reforçou-se a função de planeamento e coordenação do apoio às actividades
promovidas na Fundação, disponibilizando aos vários intervenientes informação
mais integrada, no espaço e no tempo, da sequência dessas actividades, de forma
a oferecer um panorama geral dos eventos proporcionados pela Fundação
em cada momento.
› Reforçou-se a participação de todos os sectores dos Serviços Centrais no planeamento
e organização das necessidades decorrentes da actividade da Fundação, tendo-se atingido
melhores padrões de qualidade dos serviços prestados.
› Potenciou-se, ainda, o papel da Central de Compras no controlo da qualidade dos dados
que alimentam a execução orçamental, de forma a que reflicta a cada momento a realidade
com o máximo rigor.
Em 2007, os Serviços Centrais asseguraram o apoio técnico e logístico a 258 espectáculos
a que assistiram 136 mil pessoas e apoiaram 292 congressos, colóquios e conferências
que trouxeram cerca de 58 mil pessoas à Fundação.
Sensibilização interna para preocupações ambientais
A Fundação, no seu quotidiano, não pôde ficar alheia à questão fulcral do
“aquecimento global” a que se tem vindo a assistir, e que tem acentuado a preocupação
pela correcta utilização dos recursos naturais essenciais à vida, que estão a ser consumidos
a uma velocidade superior àquela a que a Natureza consegue responder.
A sensibilização na Fundação para esta problemática passou então pela
interpelação junto de cada indivíduo, no sentido de assumir uma atitude mais
responsável pelo meio ambiente.
Nesse sentido, e na sequência das intervenções nos seus espaços efectuadas recentemente,
a Fundação procurou sensibilizar os seus colaboradores e o público para a importância
do contributo individual na protecção do ambiente:
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviços Centrais
› Realizou-se uma campanha junto dos colaboradores para uma utilização mais racional
dos recursos energéticos, tais como a electricidade, de forma a minimizar os desperdícios.
› A transformação progressiva do edifício da Fundação num “edifício saudável” foi apoiada por
medidas de restrição ao fumo para as quais se sensibilizou públicos e colaboradores, tendo,
no final do ano, entrado em vigor a interdição total.
Qualidade
A promoção da qualidade da actuação da Fundação tem sido uma prioridade constante
nas opções estratégicas escolhidas.
› Assim, prosseguiu-se com a formação em contínuo sobre atendimento a todos os colaboradores
da frente casa e das vendas dando especial ênfase à coerência da imagem da Fundação
no exterior e à preocupação em elevar continuamente o nível do serviço prestado.
› Atendeu-se ainda às questões que impliquem a qualidade do ambiente de trabalho e dos
espaços públicos da Fundação.
Divulgação
Os Serviços Centrais recorreram a novas estratégias de divulgação e comunicação,
em concertação com os outros serviços envolvidos e interessados, naturalmente em articulação
com o Serviço de Comunicação, não só para promover as vendas de produtos e actividades
desses serviços, como também para dar a conhecer internamente as preocupações e políticas
da Fundação nas áreas de racionalização dos recursos naturais, bem como, externamente,
os benefícios a retirar da utilização dos seus espaços, em especial do jardim.
Assim, levou-se a cabo um programa de divulgação que integrou a implementação
das seguintes medidas:
› Redefinição da oferta de produtos
Consolidou-se a oferta de produtos, enriquecendo as linhas já lançadas em 2006, tendo dado,
em 2007, uma especial atenção aos produtos para crianças e adolescentes, através de um
trabalho em constante articulação com os sectores educativos do Museu, do Centro de
Arte Moderna e do Serviço de Música.
› Consolidação da nova política de distribuição
Reforçou-se a nova política de distribuição directa de publicações e linhas de papelaria
junto das universidades e do mercado livreiro, através de novas formas de comunicação
e interacção.Reforçou-se ainda a monitorização e acompanhamento dos resultados obtidos
com o novo modelo de distribuição adoptado, identificando-se os clientes-alvo para a
prossecução da estratégia comercial.
Incentivou-se ainda a formação on the job dos funcionários do sector de vendas que já
se encontram desde o último trimestre de 2006 com a tarefa de reactivar ligações com
clientes antigos e angariar novos.
246.
246.247
Relatório Balanço e Contas 2007
› Programa educativo no jardim
Em 2007, os Serviços Centrais estrearam-se nas actividades directas com uma programação que
visou descobrir o Jardim Gulbenkian enquanto espaço natural e referência do desenho e da paisagem
do movimento moderno, tanto a nível nacional como internacional. Este programa educativo alcançou
em 2007 o seu objectivo de sensibilizar e formar os diferentes públicos para as temáticas do ambiente
e da paisagem, e ofereceu uma diversidade de actividades que abrangeram visitas guiadas,
cursos temáticos para adultos e oficinas e jogos para famílias, cruzando públicos de diferentes
esferas culturais e faixas etárias.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviços Centrais
Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo
O Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo
Valores em euros
tem por missão assegurar a preparação técnica
Custos com pessoal
730 896
do Orçamento e Plano de Actividades e efectuar
Despesas de funcionamento
1 464 914
o acompanhamento físico e financeiro das
Investimento 396 265
acções aprovadas, designadamente através da
Total
2 195 810
realização de relatórios periódicos. Assegura,
também, a gestão dos sistemas de informação
e a realização de projectos de reorganização
dos processos de trabalho quer do ponto de vista dos procedimentos, quer informático. As funções
de Auditoria Interna da Fundação inserem-se, igualmente, na esfera de actuação deste serviço.
Sistemas de informação
Os principais projectos de investimento desenvolvidos em 2007, foram os seguintes:
› “Gestão Documental” – associado à gestão dos processos de subsídios e bolsas de estudo
– é uma iniciativa que visa modernizar a gestão dos documentos relacionados com os processos
de subsídios e bolsas, tais como: expediente, arquivo, avaliação de candidaturas via web, alteração
de processos de workflow, etc. Teve início no final de 2006 e terá continuidade em 2008. É um
projecto experimental, que nesta fase se aplicará ao Serviço de Educação e Bolsas e ao Serviço
de Saúde e Desenvolvimento Humano. Em fases subsequentes, estender-se-á aos outros serviços.
› “Intranet”, que visou a alteração da organização, dos conteúdos e do design da intranet
da Fundação, bem como a substituição da ferramenta informática que lhe dava suporte.
› “Montra Virtual”: numa primeira fase, este projecto consistiu na instalação do catálogo
de publicações para venda na página da internet, com as funcionalidades de pesquisa
e de encomenda electrónica. Em 2007, as funcionalidades foram alargadas de modo a permitir
o pagamento electrónico nas compras pela internet.
› “Comércio Electrónico – Bilheteiras”, que consistiu em desenvolver o site da Fundação
na internet, para permitir melhorias no módulo de bilheteiras. Passou a ser possível efectuar
compras de bilhetes em quantidade de uma só vez (sistema vulgarmente designado por “carrinho
de compras”), o design foi remodelado e houve melhorias na performance e no acesso.
› “Registo de Tempos de Trabalho”, que visou introduzir um sistema de controlo
de presenças, com base no registo dos dados biométricos dos colaboradores.
› “Solução Servidor Fax/SMS”, aplicação informática que permite o envio das notas
de encomenda e de outros documentos dirigidos aos fornecedores, directamente a partir do SAP,
por via electrónica, o que permite diminuir os custos de correio.
O desenvolvimento de novas funcionalidades para as aplicações já instaladas, com vista a aumentar
a sua utilidade e a satisfação das necessidades sempre crescentes dos utilizadores, continua
a ser uma actividade relevante.
A renovação do parque informático envolveu, como é habitual, a substituição dos equipamentos
obsoletos e, ainda, investimentos significativos no alargamento da capacidade de alojamento de dados
248.249
248.
Relatório Balanço e Contas 2007
(Projecto de Storage), em especial para servir as necessidades de suporte aos dados da Biblioteca
de Arte que têm crescido em resultado da digitalização de imagens. Ficou concluído o projecto
“Equipamentos da Rede de Dados”, iniciado em 2006, e que consistiu na substituição de todos
os bastidores e outros equipamentos activos da rede informática instalada.
A mudança do sistema operativo informático para o novo ambiente Microsoft Vista e Office 2007
começou a ser operada, em 2007, e estender-se-á ao longo de 2008. O novo sistema operativo
tem grandes potencialidades, além de que integra ferramentas de programação, o que evitará algumas
compras de software avulso, sendo vantajoso do ponto de vista financeiro. No entanto, o seu grau
de inovação irá implicar uma formação faseada dos utilizadores.
Os custos das actividades desenvolvidas pela área de Sistemas de Informação atingiram
€ 1 271 000, dos quais € 858 000 (67 por cento) correspondem aos encargos com os contratos
de manutenção e licenciamento das aplicações e ao contrato de gestão dos sistemas informáticos.
A restante parcela diz respeito a projectos de desenvolvimento (€ 239 000) e à renovação do parque
informático (€ 174 000).
Organização
O ano de 2007 ficou marcado pela realização de um Estudo de Diagnóstico e Reorganização,
encomendado a uma firma externa por iniciativa do Conselho de Administração. Foram abrangidos
a Biblioteca de Arte, o Instituto Gulbenkian de Ciência, o Serviço de Música e o Serviço de Educação
e Bolsas tendo, ainda, envolvido uma análise transversal da actividade de concessão de bolsas
de estudo. Este trabalho implicou um acompanhamento técnico muito relevante por parte do sector
de Organização.
No âmbito da reorganização do sistema de informação de subsídios e bolsas, deu-se
continuidade à melhoria dos regulamentos, procedimentos e formulários (estes últimos têm
sido reformulados no sentido de responder efectivamente às necessidades dos avaliadores
e jurados). Este trabalho foi articulado com o da equipa de desenvolvimento da nova aplicação
de gestão documental.
Foram introduzidas, ainda, melhorias nos procedimentos relativos a bilheteiras e pontos de venda,
designadamente no que respeita ao encerramento de caixas e entrega de valores na Tesouraria.
Auditoria Interna
No âmbito da Auditoria Interna – cuja missão é verificar o cumprimento das normas e procedimentos
instituídos na Fundação e propor as correcções ou melhorias consideradas adequadas – realizaram-se
as seguintes acções:
› auditoria aos recebedores divergentes do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano;
› auditoria aos processos de bolsas de estudo do Serviço de Educação e Bolsas;
› auditoria às autorizações das despesas dos vários serviços e verificação da sua conformidade
com os limiares de autorização fixados nas Normas de Execução Orçamental.
Fundação Calouste Gulbenkian
Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo
Para além dos processos de auditoria referidos, mantiveram-se as seguintes acções
de acompanhamento corrente:
› verificação do cumprimento das decisões do Conselho de Administração relativas à atribuição
de subsídios e bolsas e sua conformidade com os registos informáticos;
› análise das contas correntes de terceiros;
› análise às reconciliações bancárias: verificação dos cheques pendentes.
250.
250.251
Relatório Balanço e Contas 2007
II. Situação Económico-Financeira
Demonstrações Financeiras
Esta parte do Relatório respeita à situação económico-financeira da
Instituição, através da publicação dos respectivos Balanço e Contas
e do Relatório dos Auditores.
Situação Económico-Financeira
Situação financeira
O crescimento da economia mundial em 2007 foi de 4,8 por cento, com as economias avançadas
a progredir 2,7 por cento. O aumento da taxa real do PIB nos Estados Unidos foi de 2,2 por cento,
menos que no ano de 2006; as economias da Ásia, excluindo o Japão, cresceram 4,5 por cento;
o PIB japonês aumentou 2,1 por cento; o crescimento da Zona Euro foi de 2,6 por cento,
igual ao do ano de 2006.
A taxa de inflação para o consumidor manteve-se controlada (2,9 por cento nos Estados Unidos
e 2,1 por cento na Zona Euro).
Receia-se que a crise do crédito que se iniciou em Agosto de 2007 afecte negativamente o
crescimento da economia mundial em 2008 e que a inflação aumente, alimentada pelo aumento
dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares.
A volatilidade dos mercados de acções aumentou claramente face a anos anteriores, tendo atingido
particularmente as acções das companhias financeiras. Os mercados de acções tiveram resultados
bastante variáveis: enquanto que, em euros, o índice mundial caiu 3,1 por cento e os mercados
dos EUA e do Japão desceram 6,3 por cento e 14,3 por cento, respectivamente, a Zona Euro
cresceu 5,6 por cento e os mercados emergentes aumentaram 23,5 por cento.
O Banco Central dos Estados Unidos reduziu em 2007 as taxas a curto prazo, de 5,25 por cento
no início do ano para 4,25 por cento em Dezembro. No mesmo período, o Banco Central Europeu
aumentou as taxas de juro de 3,5 por cento para 4,0 por cento. Em 2007 as taxas de juro a longo
prazo desceram nos EUA e no Reino Unido e aumentaram na Zona Euro.
O Dólar dos Estados Unidos depreciou-se de 10,5 por cento em relação ao Euro durante 2007.
Carteira de investimentos
Em 2007 o retorno total obtido pela carteira de investimentos da Fundação foi de 4,8 por cento.
O retorno anualizado a dez anos foi de 4,0 por cento, continuando a ser negativamente afectado
pelo colapso do mercado de acções verificado entre 2000 e o primeiro semestre de 2003; este
retorno ficou aquém do objectivo de retorno total de 7,6 por cento da Fundação. Os retornos a
3 e a 5 anos, no entanto, foram de 6,6 por cento e 7,4 por cento ao ano, não estando muito longe
dos objectivos anualizados, de 7,3 por cento e 7,5 por cento, respectivamente.
No princípio de cada ano, a Fundação estabelece um objectivo de retorno total para os seus
gestores. Este retorno é definido de forma a permitir: i) manter o poder de compra da carteira de
investimentos no médio e no longo prazo, ii) assegurar uma apreciação real da carteira tendo em
linha de conta o crescimento da economia e iii) assegurar os fundos necessários para o orçamento
254. 255
Relatório Balanço e Contas 2007
da Fundação. O seu cálculo é baseado em previsões económicas, incluindo a inflação
e o crescimento real das principais economias.
Como nos anos anteriores, a variação nos retornos obtidos pelos diferentes gestores da Fundação
foi significativa, embora todos tivessem o mesmo objectivo e as mesmas directrizes de investimento.
Cada gestor tem o seu estilo próprio e a variação nos retornos depende da capacidade de cada um
de antecipar ou reagir perante as mudanças nos mercados.
A distribuição da carteira por principais classes de activos em 31 de Dezembro de 2007,
era a seguinte:
Acções
Obrigações
Liquidez
Imobiliário e outros investimentos
Moeda (Currency hedges)
49
37
8
5
1
100
por
por
por
por
por
por
cento
cento
cento
cento
cento
cento
Esta alocação dos activos traduzia uma abordagem mais defensiva do que a verificada no final de
2006; no decurso de 2007 a alocação em acções foi diminuindo enquanto que a das obrigações foi
aumentando. A liquidez e as obrigações destinam-se a reduzir a volatilidade e o risco da carteira,
considerando a natureza conservadora da Fundação.
Interesses petrolíferos
Os preços spot do petróleo brent aumentaram cerca de 57 por cento durante 2007, de USD 60
no início do ano para USD 94 no final do ano. O preço médio foi de USD 73, mais alto que em
2006 (USD 65). O preço mais elevado de USD 96 foi, uma vez mais, significativamente superior
ao equivalente em 2006.
O Grupo Partex obteve um aumento de 10 por cento no valor das vendas de petróleo e gás.
As participações em companhias petrolíferas foram reavaliadas ao justo valor, em 31 de Dezembro
de 2007, de acordo com as normas internacionais de relato financeiro, por um banco de
investimento. Estas participações foram originalmente avaliadas ao justo valor em 2001 e os
respectivos valores actualizados líquidos foram recalculados no final de cada ano para assegurar a
sua razoabilidade em novas circunstâncias.
O valor líquido contabilístico consolidado da Partex Oil Gas (Holdings) Corporation aumentou,
em USD, 13 por cento ao longo de 2007. Como resultado da depreciação do USD, o aumento em
euros foi de 0,5 por cento.
As concessões do grupo no Brasil continuam numa fase inicial de exploração enquanto
no Cazaquistão o plano de desenvolvimento do campo Dunga (full field development plan)
já foi aprovado.
Fundação Calouste Gulbenkian
Situação Económico-Financeira
A concessão na Argélia reverteu para as autoridades nacionais em 2007.
A introdução de novas normas internacionais de relato financeiro e a consequente reformulação
do investimento acumulado, conduziu a alterações na apresentação do balanço. Direitos e custos
associados à exploração de petróleo foram identificados como activos intangíveis, e foram separados
dos activos fixos tangíveis, tais como poços e outros equipamentos de produção e armazenagem.
Essa reformulação resultou, também, na identificação de poços não produtivos na Argélia e Brasil
que, juntamente com os custos da reversão dos interesses na Argélia, foram levados à
demonstração de resultados: o custo total desta imparidade foi de Euro 20 milhões.
O Grupo Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation pagará à Fundação um dividendo de
USD 32 400 000 relativo aos resultados líquidos de 2007 (USD 45 milhões em 2006).
Actividades e indicadores
Os dados relativos à execução do Orçamento e Plano de Actividades da Fundação no exercício
de 2007 revelam, em síntese, o seguinte:
› A execução orçamental cumpriu globalmente as previsões iniciais, apesar de ter havido aumento
de encargos associados ao lançamento de novas obras e à realização de acções não previstas,
designadamente alguns eventos integrados nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação.
› O reforço extraordinário, de cerca de 2 milhões de euros, decidido pelo Conselho de
Administração em Dezembro de 2007, permitiu cobrir os saldos negativos perspectivados para
as novas acções. No entanto, os saldos positivos conseguidos noutras actividades foram de
montante superior ao défice anunciado, o que veio a determinar um superavit.
› O nível de actividade da Fundação aumentou – os gastos com subsídios, bolsas de estudo e
prémios cresceram 3 por cento e as iniciativas próprias registaram um acréscimo de 2 por cento,
relativamente a 2006.
› A execução dos custos com pessoal foi positiva, ficando dentro das disponibilidades orçamentais.
Relativamente ao ano anterior, os encargos com o pessoal no activo aumentaram 2,8 por cento
e os custos com pensionistas tiveram uma ligeira redução (-1,1 por cento), apesar do efeito da
actualização da tabela salarial. Verificou-se um aumento de seis pessoas no número de activos
(sendo que houve uma redução de dois elementos do pessoal dos quadros e o aumento de
oito contratados a prazo) e uma estabilização do número de pensionistas. No final de 2007,
havia 540 activos e 1042 pensionistas.
› Os custos de investimento baixaram cerca de 36 por cento relativamente ao ano anterior mas
ficaram acima do orçamento, traduzindo um abrandamento deliberado na realização de grandes
obras de remodelação das estruturas físicas, sem contudo prejudicar a prossecução de vários
projectos de modernização, designadamente ao nível dos sistemas informáticos.
› Os custos com o funcionamento corrente mantiveram uma tendência de crescimento,
quer em relação ao ano anterior (mais 6 por cento), quer em relação às previsões orçamentais
(mais 2,7 por cento).
› Os proveitos subiram bastante, quer em relação a 2006, quer ao previsto no Orçamento.
As comparticipações externas, designadamente para projectos de investigação científica, continuam
a ser a parcela mais significativa dos proveitos. As outras fontes de proveito tiveram algumas
oscilações relativamente ao padrão do passado – de notar o aumento da importância das receitas
256.257
256.
Relatório Balanço e Contas 2007
de bilheteira (concertos, museus e exposições) e uma redução do peso relativo da venda
de publicações.
› A distribuição pelas finalidades estatutárias apresentou uma estrutura semelhante à do
ano anterior – com ligeiras reduções nos pesos relativos das finalidades Arte e Educação
(0,4 e 0,9 pontos percentuais, respectivamente) e consequente aumento nas finalidades Ciência
e Beneficência (1,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente).
› A repartição dos custos, considerando a actividade dos Serviços da Fundação em Portugal
e no estrangeiro foi idêntica à do ano anterior: 84 por cento no País e 16 por cento no estrangeiro.
› A implementação das novas formas de intervenção lançadas nos anos anteriores foi prosseguida,
através dos Programas Gulbenkian “Língua Portuguesa”, “Ajuda ao Desenvolvimento”, ”Criatividade
e Criação Artística” e “Ambiente”, bem como dos seguintes Projectos Transversais e Inovadores:
”Interuniversitário de Doutoramento em Matemática”, “Investigação em Malária”,
“SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos” e “Um Território Urbano com Cidades”.
› O Programa das Comemorações do Cinquentenário foi cumprido e a execução orçamental ficou
globalmente dentro do orçamento. Apesar de se terem realizado iniciativas que não estavam
previstas e efectuados ajustamentos pontuais à programação inicial, os objectivos foram plenamente
conseguidos.
A comparação dos vários tipos de custos e dos proveitos de acordo com a perspectiva orçamental,
nos dois últimos anos, está patente no quadro seguinte:
Custos e proveitos realizados
Euros
Custos e proveitos
Custos com pessoal no activo
Realizado
2006
1
Realizado
2007
2
Variação
Valor absoluto
3=2-1
%
4=2/1
30 630 701
30 186 199
-444 502
-1,5
› Pessoal no activo
› Bónus
29 359 701
30 186 199
826 498
2,8
1 271 000
0
-1 271 000
–
Custos de estrutura
21 641 939
19 430 843
-2 211 096
-10,2
› Investimento
› Funcionamento
8 273 881
5 260 513
-3 013 386
-36,4
13 368 058
14 170 330
802 272
6,0
Subsídios, bolsas e prémios
22 894 148
23 583 133
688 985
3,0
Iniciativas próprias
25 506 466
26 028 133
521 667
2,0
Custos com pensionistas
16 979 378
16 786 962
-192 416
-1,1
Custos de reestruturação
Custo total bruto
Proveitos (-)
Custo total líquido
Fundação Calouste Gulbenkian
425 361
0
-425 361
–
118 077 993
116 015 270
-2 062 723
-1,7
8 985 726
9 842 584
856 858
9,5
109 092 267
106 172 686
-2 919 581
-2,7
Situação Económico-Financeira
Comparativamente ao ano anterior, a estrutura de custos apresentada denuncia um aumento
do peso relativo dos custos com pessoal no activo (de 25 para 26 por cento) e uma estabilização
do peso dos custos com pensionistas.
No que respeita às actividades, é de assinalar um aumento do peso dos subsídios, bolsas de
estudo e prémios (de 19,5 para 20,4 por cento) bem como da participação das iniciativas próprias
(de 21,7 para 22,4 por cento). O funcionamento corrente aumentou o seu peso na estrutura de
custos (de 11,4 para 12,2 por cento) e o investimento baixou bastante a sua importância, passando
de 7 para 4,5 por cento.
Custos totais
Realizado 2006
Realizado 2007
25,0% Pessoal no activo 26,0%
1% Bónus 26,0%
21,7% Iniciativas próprias 22,4%
19,5% Subsídios, bolsas e prémios 20,4%
11,4% Funcionamento 12,2%
7% Investimento 4,5%
14,4% Pensionistas 14,5%
Para efeitos da repartição percentual da despesa bruta, não se consideraram os custos de
reestruturação de 2006, por terem um carácter transitório e extraordinário.
Repartição de custos entre Portugal e o estrangeiro
A repartição dos custos, considerando a actividade dos serviços da Fundação em Portugal
e no estrangeiro foi idêntica à do ano anterior: 84 por cento no País e 16 por cento no estrangeiro.
Rateio de custos comuns
Após o encerramento das contas, os custos comuns – suportados pelos Serviços Centrais,
Contabilidade, Finanças e Investimentos, Comunicação e SOPC bem como os encargos com o
Conselho de Administração – foram repartidos pelos outros Serviços e Programas, para permitir
avaliar o custo real das actividades.
Como resultado deste rateio, os custos dos Serviços com actividades directas representam 55 por
cento do total, enquanto que os custos dos Serviços com actividades distributivas representam 36 por
cento. A expressão relativa do conjunto dos Projectos e Programas, após rateio, é de 7 por cento.
258.259
258.
Relatório Balanço e Contas 2007
Pessoal
Os movimentos de pessoal verificados ao longo do ano cifraram-se no aumento total de seis pessoas,
resultante de variações líquidas de menos duas pessoas ao serviço nos Quadros Geral e Artístico e
de mais oito contratados, tendo os pensionistas mantido o mesmo número.
Pessoal ao serviço
› Efectivos
› Contratados
Pensionistas
› Pré-reformas
› Reformas antecipadas
› Reformas por velhice/invalidez
› Pensões de sobrevivência
Total
31.12.2006
31.12.2007
534
540
525
523
9
17
1 042
1 042
80
72
251
249
528
522
181
199
1 576
1 582
Fonte: SRH.
Actividade da Fundação em 2007
A importância e a diversidade das actuações da Fundação – as quais contemplam duas vertentes
distintas: a concessão de subsídios, bolsas de estudo e prémios e a realização de iniciativas
próprias – e o seu impacto em termos de beneficiários, número de eventos e meios financeiros
envolvidos, está bem patente nos quadros que seguem:
Actividades distributivas
Beneficiários
Custo directo
N.º
Euros
Subsídios
1 870
15 765 869
Bolsas de estudo
5 959
7 289 264
9
528 000
Acontecimentos
Custo directo
Prémios
Iniciativas
Exposições
N.º
Euros
37
3 775 290
12 178 802
Concertos (n.º de sessões)
184
Cinema e outros espectáculos (n.º de sessões)
112
948 322
Publicações
147
3 082 389
160
1 531 712
3 124
987 170
Colóquios e conferências
Actividades educativas
Cursos de formação
Projectos
Aquisição de obras de arte
Outras iniciativas
Fundação Calouste Gulbenkian
Situação Económico-Financeira
64
752 891
184
3 823 585
12
205 076
–
1 441 793
Actividades permanentes
Visitantes/Utentes
Custo directo
[Museus, bibliotecas e instituições]
N.º
Euros
224 899
2 567 286
41 673
2 125 845
–
4 970 729
Biblioteca de Arte
4 608
2 114 190
Biblioteca do Centro Cultural de Paris
1 114
711 115
Museu Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna
Instituto Gulbenkian de Ciência
Beneficiários e acontecimentos
O impacto das actividades desenvolvidas pela Fundação, medido através dos indicadores físicos,
excedeu, em termos gerais, o conseguido no ano anterior.
Público beneficiário
Beneficiários de subsídios
Bolseiros
2006
2007
N.º
N.º
Variação
%
1 707
1 870
10
6 186
5 959
-4
Visitantes dos museus
238 351
266 572
12
Visitantes das exposições temporárias
317 925*
403 739
27
Presenças nos concertos
119 413
156 421
31
Presenças nos espectáculos de cinema e outros espectáculos
11 747
29 473
151
Utilizadores das actividades educativas
25 778
77 071
199
5 448
5 722
5
2006
2007
Variação
N.º
N.º
N.º
Exposições temporárias
35
37
2
Concertos (n.º de sessões)
189
184
-5
Leitores/Utilizadores de bibliotecas e arquivos
* Valor ajustado por mudança de critério.
Acontecimentos
Cinema e outros espectáculos (n.º de sessões)
Publicações
›› Edições
›› Exemplares
Colóquios e conferências
Actividades educativas
Cursos de formação
Prémios
Projectos de investigação
Aquisição de obras de arte
27
112
85
123
147
24
297 080
304 830
7 750
205
160
-45
2 729
3 124
395
54
64
10
1
9
8
106
184
78
22
12
-10
260.261
260.
Relatório Balanço e Contas 2007
Custo das actividades
A evolução dos meios financeiros afectos ao desenvolvimento das várias actividades, nos dois
últimos anos, é apresentada nos quadros que seguem:
Actividades distributivas
Subsídios
Bolsas de estudo
Prémios
Iniciativas
2006
2007
Variação
Euros
Euros
%
15 047 062
15 765 869
5
7 700 086
7 289 264
-5
147 000
528 000
259
Variação
2006
2007
Euros
Euros
%
Exposições
3 361 672
3 775 290
12
Concertos
11 857 436
12 178 802
3
120 335
948 322
688
Publicações
3 395 815
3 082 389
-9
Colóquios e conferências
1 353 032
1 531 712
13
Actividades educativas
1 060 917
987 170
-7
780 919
752 891
-4
2 171 916
3 823 585
76
Cinema e outros espectáculos
Cursos de formação
Projectos
Aquisição de obras de arte
1 350 129
205 076
-85
Outras iniciativas
2 039 953
1 441 793
-29
Variação
Actividades permanentes
Museu Calouste Gulbenkian
2006
2007
Euros
Euros
%
2 593 731
2 567 286
-1
Centro de Arte Moderna
2 079 880
2 125 845
2
Instituto Gulbenkian de Ciência
5 825 441
4 970 729
-15
Biblioteca de Arte
2 244 011
2 114 190
-6
488 461
711 115
46
Biblioteca do Centro Cultural de Paris
Fundação Calouste Gulbenkian
Situação Económico-Financeira
Análise às Demonstrações Financeiras Consolidadas
No exercício de 2007 o património líquido representado pelo fundo de capital atingiu
os 2 799,4 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo de 32,3 milhões de euros
em relação ao ano anterior.
O Balanço apresenta, em 31 de Dezembro de 2007, um total do activo de 3 142,1 milhões
de euros, o que representa um acréscimo de 59 milhões de euros em relação ao final de 2006.
Para este valor contribuíram fundamentalmente, os seguintes factores:
› a carteira de investimentos financeiros – Investimentos correntes e Outras aplicações
de tesouraria – no montante de 2 196,4 milhões de euros, que apresentou um aumento de cerca
de 27,6 milhões de euros, relativamente a 2006;
›
os investimentos no sector da energia – incluídos em Investimentos não correntes e activos
fixos tangíveis e intangíveis –, no valor de 630,9 milhões de euros, representando um acréscimo
de 22,7 milhões de euros relativamente a 2006, apesar do efeito penalizador da forte apreciação
do Euro face ao USD, moeda de referência destes activos, na consolidação em euros.
O passivo passou de 316 milhões de euros em 2006 para 342,7 milhões de euros em 2007,
consequência do aumento do valor dos credores, que reflecte, principalmente, o acréscimo
em cerca de 21,2 milhões de euros do valor dos credores ligados aos interesses petrolíferos.
Relativamente à Demonstração das operações, o retorno total situou-se nos 204,1 milhões de euros.
Deste montante, o retorno financeiro representou cerca de 140 milhões de euros e o retorno
das actividades petrolíferas 64,2 milhões de euros. O valor dos outros proveitos situou-se nos
11,3 milhões de euros.
Os recursos afectos à distribuição e actividades directas foram de 78,2 milhões de euros.
Os custos administrativos e operacionais situaram-se nos 33,9 milhões de euros, um aumento
de cerca de 6,7 milhões de euros relativamente ao ano anterior, que ficou a dever-se,
fundamentalmente, à Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation.
5 de Maio de 2008
262.263
262.
Relatório Balanço e Contas 2007
Demonstrações Financeiras
Demonstração consolidada das operações
para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
Notas
2007
Vendas de petróleo e gás
Custo das vendas
Outros rendimentos do petróleo e gás
3
Retorno das actividades petrolíferas
Proveitos financeiros
Custos financeiros
2006
771 933
765 200
(729 996)
(718 179)
22 245
25 284
64 182
72 305
318 556
275 001
(178 607)
(154 327)
Retorno financeiro
4
139 949
120 674
Outros proveitos
5
11 301
11 875
Distribuição e actividades directas
6
(78 212)
(77 348)
Outros custos administrativos e operacionais
7
(33 903)
(27 158)
Custos de restruturação
–
8
(425)
Provisões
10
(12 950)
(13 391)
Imparidade
11
(14 570)
14 197
Amortizações
12
(9 479)
(2 494)
(16)
(5)
Impostos e taxas
Transferência para o Fundo de Capital
66 302
98 230
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
264. 265
Relatório Balanço e Contas 2007
Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
Notas
2007
Activos intangíveis
13
83 486
–
Activos fixos tangíveis
14
53 653
143 159
Investimentos não correntes
15
502 692
466 161
Adiantamentos
15
73 244
69 926
713 075
679 246
2006
ACTIVO
Activo não corrente
Activo corrente
Investimentos correntes
17
2 074 741
2 089 601
Outras aplicações de tesouraria
18
121 615
79 201
Devedores
19
128 504
97 785
Caixa e equivalentes de caixa
20
104 162
137 290
2 429 022
2 403 877
3 142 097
3 083 123
Total do activo
FUNDO DE CAPITAL
Capital recebido do Fundador
21
11 747
11 747
Reservas
22
2 721 382
2 657 197
Transferência para o Fundo de Capital
66 302
98 230
2 799 431
2 767 174
23
222 458
225 027
Passivos financeiros correntes
17
4 634
5 596
Subsídios e bolsas
24
6 989
7 253
Credores e outros passivos
25
Total do fundo de capital
PASSIVO
Passivo não corrente
Provisões
Passivo corrente
Total do passivo
Total do fundo de capital e passivo
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
108 585
78 073
120 208
90 922
342 666
315 949
3 142 097
3 083 123
Demonstração de fluxos de caixa consolidados
para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
2007
2006
64 182
72 305
Actividades operacionais
Recebimentos de actividades petrolíferas e de gás
Realizações/investimentos em activos financeiros correntes
120 751
12 400
Distribuição e actividades directas
(76 671)
(74 706)
Pagamentos de pensões
(16 523)
(16 752)
Outros pagamentos relativos à actividade operacional
(12 534)
(20 055)
79 205
(26 808)
(33 571)
(15 292)
Fluxo gerado pelas actividades operacionais
Actividades de investimento
Investimentos financeiros não correntes
Dividendos
22 489
19 716
Aquisições de imobilizado
(28 681)
(61 350)
Outros pagamentos
(30 156)
(12 731)
Fluxo gerado pelas actividades de investimento
(69 919)
(69 657)
Variação líquida em caixa e equivalentes
9 286
(96 465)
Caixa e equivalentes no início do período
216 491
312 956
225 777
216 491
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
266.267
266.
Relatório Balanço e Contas 2007
Mapa dos movimentos consolidados do Fundo de Capital
para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
Saldos em 31 de Dezembro de 2005
Total
do Fundo
de Capital
Capital
recebido
do Fundador
Diferenças
cambiais
Reserva
de justo
valor
Outras
reservas
2 755 833
11 747
18 360
431 219
2 294 507
–
–
Reserva de justo valor
(50 760)
Diferença cambial
(36 129)
–
98 230
–
2 767 174
11 747
Transferência para o Fundo de Capital
Saldos em 31 de Dezembro de 2006
Reserva de justo valor
Diferença cambial
Transferência para o Fundo de Capital
Saldos em 31 de Dezembro de 2007
6 550
–
(40 595)
–
66 302
–
2 799 431
11 747
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
(36 129)
–
(17 769)
–
(40 595)
–
(58 364)
(50 760)
–
–
–
–
98 230
380 459
2 392 737
6 550
–
–
–
–
66 302
387 009
2 459 039
Demonstração individual das operações
para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
Notas
2007
Proveitos financeiros
Custos financeiros
2006
306 258
297 338
(177 802)
(154 112)
128 456
143 226
Retorno financeiro
4
Outros proveitos
5
11 301
11 682
Distribuição e actividades directas
6
(78 212)
(77 348)
Outros custos administrativos e operacionais
7
(18 328)
(17 619)
Custos de restruturação
8
Provisões
10
Imparidade
11
Amortizações
12
–
(12 764)
–
Impostos e taxas
Transferência para o Fundo de Capital
(425)
(12 311)
(159)
(2 019)
(2 182)
(16)
(5)
28 418
44 859
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
268.269
268.
Relatório Balanço e Contas 2007
Balanço individual em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
Notas
2007
2006
Activos fixos tangíveis
14
16 902
15 756
Investimentos não correntes
15
64 620
54 680
Investimentos em empresas subsidiárias
16
ACTIVO
Activo não corrente
Activo corrente
717 009
713 681
798 531
784 117
Investimentos correntes
17
2 074 741
2 089 601
Outras aplicações de tesouraria
18
121 615
79 201
Devedores
19
48 278
61 790
Caixa e equivalentes de caixa
20
792
1 502
2 245 426
2 232 094
3 043 957
3 016 211
Total do activo
FUNDO DE CAPITAL
Capital recebido do Fundador
21
11 747
11 747
Reservas
22
2 759 266
2 710 568
28 418
44 859
2 799 431
2 767 174
23
218 251
220 691
Passivos financeiros correntes
17
4 634
5 596
Subsídios e bolsas
24
6 989
7 253
Credores e outros passivos
25
14 652
15 497
26 275
28 346
244 526
249 037
3 043 957
3 016 211
Transferência para o Fundo de Capital
Total do Fundo de Capital
PASSIVO
Passivo não corrente
Provisões
Passivo corrente
Total do passivo
Total do Fundo de Capital e Passivo
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Demonstração de fluxos de caixa
para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
2007
2006
Realizações/investimentos em activos financeiros correntes
106 331
4 851
Distribuição e actividades directas
(76 671)
(74 706)
Pagamentos de pensões
(16 284)
(16 488)
Outros pagamentos relativos à actividade operacional
(16 041)
(16 295)
(2 665)
(102 638)
Investimentos financeiros não correntes
(9 429)
(14 394)
Dividendos
44 498
55 403
Aquisições de imobilizado
(4 999)
(8 409)
Outros recebimentos
14 299
2 484
Fluxo gerado pelas actividades de investimento
44 369
35 084
Variação líquida em caixa e equivalentes
41 704
(67 554)
Caixa e equivalentes no início do período
80 703
148 257
122 407
80 703
Actividades operacionais
Fluxo gerado pelas actividades operacionais
Actividades de investimento
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
270. 271
Relatório Balanço e Contas 2007
Mapa dos movimentos do Fundo de Capital
para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006
(103 Euros)
Saldos em 31 de Dezembro de 2005
Reserva de justo valor
Total
do Fundo
de Capital
Capital
recebido
do Fundador
Reserva
de justo
valor
Outras
reservas
2 755 833
11 747
748 976
1 995 110
(33 518)
Transferência para o Fundo de Capital
Saldos em 31 de Dezembro de 2006
Saldos em 31 de Dezembro de 2007
Demonstrações Financeiras
–
44 859
–
–
44 859
11 747
715 458
2 039 969
3 839
–
3 839
–
28 418
–
–
28 418
2 799 431
11 747
719 297
2 068 387
Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras.
Fundação Calouste Gulbenkian
(33 518)
2 767 174
Reserva de justo valor
Transferência para o Fundo de Capital
–
Notas às Demonstrações Financeiras
Consolidadas e Individuais
31 de Dezembro de 2007 e 2006
Nota 1
Actividades
A Fundação Calouste Gulbenkian (Fundação)
é uma instituição constituída sem fins lucrativos
com sede em Lisboa, Portugal. A Fundação foi
criada pelo testamento do seu fundador Senhor
Calouste Sarkis Gulbenkian, sendo-lhe atribuído
o estatuto de utilidade pública pelo Decreto-Lei
n.º 40690, de 18 de Julho de 1956. A acção
da Fundação exerce-se através da concessão
de subsídios e realização de outras formas
de actividade com os seguintes fins estatutários:
Arte, Beneficência, Ciência e Educação.
As actividades das companhias subsidiárias (Grupo)
estão relacionadas com as suas participações nos
interesses petrolíferos e do gás no Médio Oriente,
Norte de África, Brasil, Cazaquistão, Angola e Portugal.
Nota 2
Políticas contabilísticas
a) Bases de apresentação
As demonstrações financeiras agora apresentadas
foram aprovadas pelo Conselho de Administração
da Fundação em 15 de Maio de 2008. Estas
reflectem os resultados consolidados das operações
da Fundação e das suas subsidiárias, para
os exercícios findos em 31 de Dezembro
de 2007 e de 2006.
As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas
pelo International Accounting Standards Board (“IASB”)
e as interpretações emitidas pelo International Financial
Reporting Interpretations Committee (“IFRIC”) e pelos
respectivos órgãos antecessores.
Divulgações, e a IFRS 6 – Exploração e Avaliação
de Recursos Minerais. Estas normas, de aplicação
obrigatória com referência a 1 de Janeiro de 2007,
tiveram impacto ao nível das divulgações
apresentadas, não tendo tido qualquer impacto
no Fundo de Capital. De acordo com as disposições
transitórias destas normas, são apresentados
valores comparativos relativamente às novas
divulgações exigidas.
As demonstrações financeiras são apresentadas
em Euros, arredondadas ao milhar mais próximo e
foram preparadas de acordo com as IFRS aprovadas
pela União Europeia e em vigor nessa data.
As demonstrações financeiras foram preparadas
de acordo com o princípio do custo histórico
e modificadas pela aplicação do justo valor para os
investimentos, conforme mencionado na alínea h).
A preparação das demonstrações financeiras
de acordo com as IFRS requer que a Fundação
formule julgamentos, estimativas e pressupostos
que afectam a aplicação das políticas contabilísticas
e os montantes de proveitos, custos, activos
e passivos. As estimativas e pressupostos
associados são baseados na experiência
histórica e noutros factores considerados razoáveis
de acordo com as circunstâncias e formam a base
para os julgamentos sobre os valores dos activos
e passivos cuja valorização não é evidente através
de outras fontes. Os resultados reais podem diferir
das estimativas. As questões que requerem
um maior índice de julgamento ou complexidade,
ou para as quais os pressupostos e estimativas
são considerados significativos, são apresentadas
na alínea s).
b) Bases de consolidação
Datas de referência
Na preparação das suas demonstrações financeiras
referentes a 31 de Dezembro de 2007, a Fundação
adoptou a IFRS 7 Instrumentos Financeiros:
As demonstrações financeiras consolidadas
reflectem os activos, passivos e resultados
272.273
272.
Relatório Balanço e Contas 2007
da Fundação e das suas empresas subsidiárias,
tal como definido na nota 16, relativamente aos
exercícios findos em 31 de Dezembro de 2007
e 2006. As políticas contabilísticas foram
aplicadas de forma consistente por todas
as empresas da Fundação.
Participações financeiras em subsidiárias
São classificadas como subsidiárias as empresas
sobre as quais a Fundação exerce controlo.
Normalmente o controlo é presumido quando
o Grupo detém o poder de exercer a maioria
dos direitos de voto. Poderá ainda existir controlo
quando a Fundação detém o poder, directa ou
indirectamente, de gerir as políticas financeiras
e operacionais de determinada empresa de forma
a obter benefícios das suas actividades, mesmo
que a percentagem que detém sobre os seus
capitais próprios seja inferior a 50 por cento.
As empresas subsidiárias são consolidadas
integralmente desde o momento em que o Grupo
assume o controlo sobre as suas actividades até
ao momento em que esse controlo cessa.
Quando as perdas acumuladas de uma subsidiária
excedem o interesse minoritário no capital próprio
dessa subsidiária, tal excesso é atribuível
ao Grupo na medida em que for incorrido.
Subsequentes lucros obtidos por tal subsidiária
são reconhecidos como proveitos do Grupo
até que as perdas previamente absorvidas
sejam recuperadas.
› Os activos e passivos são convertidos à taxa
de câmbio da data do balanço;
› Os proveitos e custos são convertidos com base
na aplicação de taxas de câmbio aproximadas
das taxas reais nas datas das transacções;
› As diferenças cambiais apuradas entre o valor
de conversão em Euros da situação patrimonial
do início do ano e o seu valor convertido à taxa
de câmbio em vigor na data do balanço a que
se reportam as contas consolidadas são registadas
por contrapartida de reservas. Da mesma forma,
em relação aos resultados das subsidiárias
e empresas associadas, as diferenças cambiais
resultantes da conversão em Euros dos resultados
do exercício, entre as taxas de câmbio utilizadas
na demonstração de resultados e as taxas de câmbio
em vigor na data de balanço, são registadas em
reservas. Na data de alienação da empresa, estas
diferenças são reconhecidas em resultados como parte
integrante do ganho ou perda resultante da alienação.
Contabilização em base individual
das participações financeiras em subsidiárias
Em base individual, os investimentos em entidades
subsidiárias que não estejam classificados como
detidos para venda, ou incluídos num grupo
para alienação que esteja classificado como
detido para venda, são reconhecidos ao justo valor,
com as variações registadas por contrapartida
de reservas de justo valor, sendo sujeitos a testes
de imparidade periódicos.
Saldos e transacções eliminados na consolidação
Participações financeiras em subsidiárias
residentes no estrangeiro
As demonstrações financeiras das subsidiárias
da Fundação são preparadas na sua moeda
funcional. As demonstrações financeiras
consolidadas do Grupo são preparadas em
Euros, que é a moeda funcional da Fundação.
As demonstrações financeiras das empresas
do Grupo cuja moeda funcional difere do Euro
são transcritas para Euros de acordo com
os seguintes critérios:
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Os saldos e transacções entre empresas do Grupo,
incluindo quaisquer ganhos ou perdas não
realizadas resultantes de operações intragrupo,
são eliminados no processo de consolidação,
excepto nos casos em que as perdas não realizadas
indiciam a existência de imparidade que deva ser
reconhecida nas contas consolidadas.
c) Transacções em moeda estrangeira
As transacções em moeda estrangeira são
convertidas à taxa de câmbio da data
da transacção. Os activos e passivos monetários
denominados em moeda estrangeira, que estão
contabilizados ao custo histórico, são convertidos
à taxa de câmbio da data de balanço.
As diferenças cambiais resultantes da conversão
são reconhecidas em resultados. Os activos
e passivos não monetários denominados em
moeda estrangeira, registados ao custo histórico,
são convertidos à taxa de câmbio da data da
transacção. Activos e passivos não monetários
registados ao justo valor são convertidos à taxa
de câmbio da data em que o justo valor
foi determinado.
Quando um ganho ou uma perda num item não
monetário é reconhecido directamente no fundo
de capital, qualquer componente de câmbio desse
ganho ou perda deve ser reconhecido directamente
no fundo de capital. Pelo contrário, quando um
ganho ou uma perda com um item não monetário
é reconhecido nos resultados, qualquer
componente de câmbio desse ganho ou perda
deve ser reconhecido nos resultados.
as despesas com manutenção e reparação
são reconhecidas como custos de acordo
com o princípio da especialização
dos exercícios.
São efectuados testes de imparidade sempre
que eventos ou circunstâncias indiciam que
o valor contabilístico excede o valor realizável,
sendo a diferença, caso exista, reconhecida
em resultados.
Para os imóveis e equipamento de transporte
as amortizações são calculadas pelo método
das quotas constantes. Para os restantes bens
de imobilizado o custo incorrido é reconhecido
no ano de aquisição. As amortizações são
calculadas de acordo com os seguintes períodos
que reflectem a vida útil esperada:
› Edifícios
› Equipamento de transporte
› Outro equipamento
Número de anos
50
4a5
1
d) Activos intangíveis
Os activos intangíveis da Fundação encontram-se
registados ao custo de aquisição deduzido das
respectivas amortizações acumuladas e das perdas
por imparidade.
Custos de aquisição de direitos e de exploração
petrolífera são amortizados em quotas constantes
durante o período remanescente da concessão.
Os custos incorridos com a aquisição de “software”
e com a manutenção de programas informáticos
são amortizados totalmente no ano de aquisição.
e) Activos fixos tangíveis
Os activos fixos tangíveis encontram-se registados
ao custo de aquisição líquido de subsídios
recebidos e das respectivas amortizações
acumuladas e perdas por imparidade. Os custos
subsequentes são reconhecidos apenas se for
provável que deles resultarão benefícios
económicos futuros para a Fundação, pelo que,
As obras efectuadas nos edifícios são
amortizadas pelos períodos remanescentes
de vida útil dos mesmos.
f) Colecções de arte
A colecção de arte da Fundação foi doada
pelo Senhor Calouste Sarkis Gulbenkian e está
incluída nas Demonstrações Financeiras
por um valor simbólico.
As obras de arte são registadas pelo valor
de aquisição e sujeitas a testes de imparidade
numa base periódica, conforme a IAS 36.
g) Locações
A Fundação classifica as operações de locação
como locações financeiras ou locações
operacionais, em função da sua substância e não
da sua forma legal, cumprindo os critérios definidos
na IAS 17 – Locações. São classificadas como
274.275
274.
Relatório Balanço e Contas 2007
locações financeiras as operações em que os riscos
e benefícios inerentes à propriedade de um activo
são transferidos para o locatário. Todas as restantes
operações de locação são classificadas como
locações operacionais.
Locação financeira – como locatário
Os contratos de locação financeira são registados
na data do seu início, no activo e no passivo, pelo
custo de aquisição da propriedade locada, que
é equivalente ao valor actual das rendas de locação
vincendas. As rendas são constituídas i) pelo
encargo financeiro que é debitado em resultados
e ii) pela amortização financeira do capital que
é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros
são reconhecidos como custos ao longo do período
da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro
periódica constante sobre o saldo remanescente
do passivo em cada período.
h) Outros activos financeiros não correntes e correntes
A Fundação classifica os seus outros activos
financeiros no momento da sua aquisição
considerando a intenção que lhes está subjacente,
de acordo com as seguintes categorias:
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Esta categoria inclui i) os activos financeiros
detidos para negociação, adquiridos com
o objectivo principal de serem transaccionados no
curto prazo e ii) os activos financeiros designados
no momento do seu reconhecimento inicial ao justo
valor com variações reconhecidas em resultados.
Activos financeiros disponíveis para venda
Os activos financeiros disponíveis para venda
são activos financeiros não derivados que
i) a Fundação tem intenção de manter por tempo
indeterminado, ii) são designados como disponíveis
para venda no momento do seu reconhecimento
inicial, ou iii) não se enquadram nas categorias
acima referidas.
Reconhecimento inicial, mensuração
e desreconhecimento
Aquisições e alienações de: i) activos financeiros
ao justo valor através de resultados,
ii) investimentos detidos até à maturidade
e iii) activos financeiros disponíveis para venda
são reconhecidos na data da negociação
(trade date), ou seja, na data em que a Fundação
se compromete a adquirir ou alienar o activo.
Os activos financeiros são inicialmente
reconhecidos ao seu justo valor adicionados dos
custos de transacção, excepto nos casos de activos
financeiros ao justo valor através de resultados,
caso em que estes custos de transacção são
directamente reconhecidos em resultados.
Os activos financeiros são desreconhecidos quando
i) expiram os direitos contratuais da Fundação
ao recebimento dos seus fluxos de caixa,
ii) a Fundação tenha transferido substancialmente
todos os riscos e benefícios associados à sua
detenção ou iii) a Fundação não obstante retenha
parte, mas não substancialmente todos os riscos
e benefícios associados à sua detenção, tenha
transferido o controlo sobre os activos.
Investimentos detidos até à maturidade
Mensuração subsequente
Estes investimentos são activos financeiros
não derivados com pagamentos fixados
ou determináveis e maturidades definidas,
que a Fundação tem intenção e capacidade
de deter até à maturidade e que não são
designados, no momento do seu reconhecimento
inicial, como ao justo valor através de resultados
ou como disponíveis para venda.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Após o seu reconhecimento inicial, os activos
financeiros ao justo valor com reconhecimento
em resultados são valorizados ao justo valor, sendo
as suas variações reconhecidas em resultados.
Os activos financeiros disponíveis para venda
são igualmente registados ao justo valor, sendo
no entanto, as respectivas variações reconhecidas
em reservas de justo valor, até que os activos sejam
desreconhecidos ou seja identificada uma perda
por imparidade, momento em que o valor
acumulado dos ganhos e perdas potenciais
registados em reservas de justo valor é transferido
para resultados. As variações cambiais associadas
a estes activos são igualmente reconhecidas em
reservas. Os juros, calculados à taxa de juro
efectiva e os dividendos reconhecidos nas
demonstrações das operações.
resultante de um ou mais eventos que ocorreram
após o seu reconhecimento inicial, tais como:
O justo valor dos activos financeiros cotados
é o seu preço de compra corrente
(“bid-price”). Na ausência de cotação, o Grupo
estima o justo valor utilizando metodologias
de avaliação, tais como a utilização de preços
de transacções recentes, semelhantes e realizadas
em condições de mercado, técnicas de fluxos
de caixa descontados e pressupostos de avaliação
baseados em informações de mercado.
Quando existe evidência de imparidade nos
activos financeiros disponíveis para venda,
a perda potencial acumulada em reservas de justo
valor, correspondente à diferença entre o custo
de aquisição e o justo valor actual, deduzida
de qualquer perda de imparidade no activo
anteriormente reconhecida em resultados,
é transferida para resultados.
Os activos financeiros para os quais não é
possível mensurar com fiabilidade o justo valor
são registados ao custo de aquisição.
Transferências entre categorias
De acordo com as exigências da IAS 39,
a Fundação não procede à transferência
de instrumentos financeiros de e para a categoria
de activos financeiros ao justo valor através
de resultados.
› para títulos cotados, uma desvalorização
continuada ou uma redução significativa de valor
na sua cotação;
› para títulos não cotados, quando esse evento
tenha um impacto no valor estimado dos fluxos
futuros do activo financeiro, ou grupo de activos
financeiros, que possa ser estimado com
razoabilidade.
Se num período subsequente o montante
da perda de imparidade diminui, a perda
de imparidade anteriormente reconhecida
é revertida por contrapartida de resultados
do exercício até à reposição do custo de aquisição
se o aumento for objectivamente relacionado com
um evento ocorrido após o reconhecimento
da perda de imparidade, excepto no que
se refere a acções ou outros instrumentos
de capital, caso em que a reversão da imparidade
é reconhecida em reservas.
i) Instrumentos financeiros derivados
Imparidade
A Fundação avalia regularmente se existe evidência
objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de
activos financeiros, apresenta sinais de imparidade.
Para os activos financeiros que apresentam sinais
de imparidade, é determinado o respectivo valor
recuperável, sendo as perdas por imparidade
registadas por contrapartida de resultados.
Um activo financeiro, ou grupo de activos
financeiros, encontra-se em imparidade sempre
que exista a evidência objectiva de imparidade
Os instrumentos financeiros derivados são
reconhecidos na data da sua negociação (“trade
date”) pelo seu justo valor. Subsequentemente,
o justo valor dos instrumentos financeiros derivados
é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos
ou perdas resultantes dessa reavaliação registados
directamente em resultados do período excepto
no que se refere aos derivados de cobertura.
O reconhecimento das variações de justo valor
dos derivados de cobertura, em resultados do
período, depende da natureza do risco coberto
e do modelo de cobertura utilizado.
276.277
276.
Relatório Balanço e Contas 2007
O justo valor dos instrumentos financeiros
derivados corresponde ao seu valor de mercado,
quando disponível, ou, na sua ausência,
é determinado por entidades externas tendo
por base técnicas de valorização, incluindo modelos
de desconto de fluxos de caixa (“discounted cash
flows”) e modelos de avaliação de opções,
conforme seja apropriado.
j) Devedores
O valor de balanço de devedores é analisado
anualmente por forma a determinar se existe
algum indício de imparidade. Se tal indício existir,
é estimado o valor recuperável do activo.
Uma perda por imparidade é reconhecida por
contrapartida de resultados sempre que o valor de
balanço do activo excede o seu valor recuperável.
Uma perda por imparidade reconhecida de um
activo em anos anteriores deve ser revertida se,
e somente se, houver uma alteração nas
estimativas usadas para determinar o valor
recuperável do activo desde que a última perda
por imparidade foi reconhecida.
k) Subsídios recebidos
Os subsídios recebidos no âmbito do Programa
Operacional da Cultura destinados a financiar
a remodelação de infra-estruturas e equipamentos,
são creditados em resultados, em conformidade
com as taxas de amortização do equipamento
correspondente.
l) Caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa consistem em
numerário e saldos de depósitos em bancos com
maturidade inferior a três meses.
Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa,
a caixa e seus equivalentes englobam os valores
registados no balanço com maturidade inferior
a três meses a contar da data de balanço, onde
se incluem a caixa e depósitos à ordem.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
m) Reconhecimento de custos e proveitos
Os custos e os proveitos são registados no exercício
a que respeitam, independentemente do momento
do seu pagamento ou recebimento, de acordo com o
princípio contabilístico da especialização dos exercícios.
Juros, dividendos, “royalties” e outros proveitos
resultantes dos recursos da Fundação são
reconhecidos como proveitos, quando é provável
que os benefícios económicos associados com
a transacção fluam para a Fundação e o proveito
possa ser mensurado com confiança. Os juros são
reconhecidos com base na periodificação, excepto
se existirem dúvidas quanto ao seu recebimento.
Os “royalties” e outros proveitos são reconhecidos
com base na periodificação dos proveitos, com
referência à substância do acordo relevante.
n) Reconhecimento de proveitos nas actividades
petrolíferas
Os proveitos resultantes da venda de petróleo e gás
são apenas reconhecidos quando os riscos e os
benefícios do direito de propriedade se encontram
transferidos para o comprador e quando não existe
incerteza na determinação dos custos associados.
o) Custos capitalizados nas actividades petrolíferas
(i) Custos de exploração
Os custos incorridos anteriores à fase de exploração
são reconhecidos em resultados quando incorridos.
Os custos com a aquisição de propriedades
ou concessões, poços de exploração petrolífera,
custos de desenvolvimento, incluindo juros
de financiamento, equipamento e instalações
de suporte à actividade petrolífera são capitalizados
em activos fixos tangíveis ou intangíveis, de acordo
com a sua natureza. Os custos com os poços
de exploração sem resultados confirmados são
reconhecidos em perdas. A Fundação procede
a testes de imparidade sempre que eventos ou
acontecimentos indicam que o valor contabilístico
excede o valor recuperável, sendo a diferença,
caso exista, reconhecida em resultados. Os testes
de imparidade sobre os poços de exploração
petrolífera são realizados numa base individual.
(ii) Activos para produção de petróleo e gás
Os custos incorridos com a perfuração de poços
de desenvolvimento na construção de instalações
produtoras são capitalizados, em conjunto com
custos de financiamento incorridos durante a fase
de construção, assim como o valor actual das
responsabilidades futuras para a remoção dos activos.
A amortização dos activos é determinada pelo rácio
de produção do exercício face ao montante de
reservas prováveis (“unit-of-production method”).
função do tempo de serviço de cada empregado.
Para cobrir esta responsabilidade é constituída
uma provisão que representa uma estimativa
do capital necessário para pagar os benefícios
aos actuais pensionistas e os benefícios futuros
a pagar aos empregados actuais.
A Fundação financia as suas responsabilidades
através da constituição de uma provisão
que representa uma estimativa do capital
necessário para pagar os benefícios aos actuais
pensionistas e os benefícios futuros a pagar
aos empregados actuais.
As responsabilidades da Fundação com pensões
de reforma são calculadas anualmente, na data
de fecho das contas, por actuários externos.
p) Impostos
Por despacho do Ministro das Finanças, de 18
de Julho de 1989, foi reconhecida à Fundação
Calouste Gulbenkian a isenção de Imposto sobre
o Rendimento das Pessoas Colectivas.
q) Planos de pensões
Na Fundação existem diversos planos de pensões,
incluindo nomeadamente planos de benefício
definido e de contribuição definida.
A Fundação, sob a forma de plano de benefícios
definidos, assumiu as responsabilidades de pagar
aos empregados pensões de reforma por velhice,
pensões de reforma por invalidez e pensões
de pré-reforma, nos termos estabelecidos
no “Plano de Pensões do Pessoal” (1979)
e no “Plano de Pensões da Fundação” (1997).
As responsabilidades do “Plano Complementar
de Pensões de Contribuição Definida” (2005) são
financiadas através de contribuições para o Fundo
de Pensões Aberto BPI Acções. Os empregados
da Delegação da Fundação no Reino Unido
têm um Plano de Pensões próprio.
As pensões, relativas aos planos de 1979 e 1997,
destinam-se a complementar as pensões atribuídas
pela Segurança Social e são determinadas em
O cálculo actuarial é efectuado com base
no método de crédito da unidade projectada
e utilizando pressupostos actuariais e financeiros
de acordo com os parâmetros exigidos pela IAS 19.
Os custos de serviço corrente e os custos de serviços
passados em conjunto com a provisão apurada são
registados na demonstração das operações.
A responsabilidade da Fundação relativa aos planos
de pensões de benefício definido é calculada
através da estimativa do valor de benefícios futuros
que cada empregado deve receber em troca pelo
seu serviço no período corrente e em períodos
passados. O benefício é descontado de forma
a determinar o seu valor actual. A taxa de desconto
aplicada corresponde à taxa de obrigações sem
risco com maturidade semelhante à data do termo
das obrigações do plano.
Os ganhos e perdas actuariais apurados
anualmente são reconhecidos como um activo
ou um passivo e o seu valor acumulado é imputado
a resultados com base no método do corredor.
Este método estabelece que os ganhos e perdas
actuariais acumulados no início do ano que
excedam 10 por cento do maior de entre os valores
das responsabilidades e do plano, também
278.279
278.
Relatório Balanço e Contas 2007
reportados ao início do ano, sejam reconhecidos
na conta de custos ou proveitos no exercício em
que ocorrem. Os ganhos e perdas actuariais
acumulados no início do ano que se situem dentro
do referido limite, são reconhecidos no corredor
do plano de pensões e não são amortizados.
Anualmente, a Fundação reconhece como custo,
na demonstração dos resultados, um valor total
líquido que inclui i) o custo do serviço corrente
e ii) o custo dos juros.
as Demonstrações Financeiras apresentam de
forma adequada a posição financeira da Fundação
e das suas operações em todos os aspectos
materialmente relevantes. Os resultados
das alternativas analisadas de seguida, são
apresentados apenas para permitir um melhor
entendimento das Demonstrações Financeiras
e não têm intenção de sugerir que outras
alternativas ou estimativas sejam mais apropriadas.
Imparidade dos activos financeiros disponíveis
para venda
r) Provisões
São reconhecidas provisões quando i) a Fundação
tem uma obrigação presente, legal ou construtiva,
ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser
exigido e iii) quando possa ser feita uma estimativa
fiável do valor dessa obrigação.
s) Principais estimativas e julgamentos utilizados
na preparação das Demonstrações Financeiras
As IFRS estabelecem uma série de tratamentos
contabilísticos e requerem que o Conselho
de Administração efectue julgamentos e faça
as estimativas necessárias de forma a decidir
qual o tratamento contabilístico mais adequado.
As principais estimativas contabilísticas
e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios
contabilísticos pela Fundação são analisados como
segue, no sentido de melhorar o entendimento
de como a sua aplicação afecta os resultados
reportados pela Fundação e a sua divulgação.
Uma descrição alargada das principais políticas
contabilísticas utilizadas pela Fundação e empresas
subsidiárias é apresentada na nota 2 às
Demonstrações Financeiras.
Considerando que em muitas situações as normas
contabilísticas permitem um tratamento
contabilístico alternativo em relação ao adoptado
pelo Conselho de Administração, os resultados
reportados pela Fundação poderiam ser diferentes
caso um tratamento diferente fosse escolhido.
O Conselho de Administração considera que
os critérios adoptados são apropriados e que
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
A Fundação determina que existe imparidade
nos seus activos financeiros disponíveis para venda
quando existe uma desvalorização continuada
ou de valor significativo no seu justo valor.
A determinação de uma desvalorização continuada
ou de valor significativo requer julgamento.
A Fundação determina o justo valor através
de avaliações efectuadas por especialistas
independentes ou por recursos internos.
As avaliações reflectem o valor actual líquido dos
fluxos de caixa futuros estimados tendo por base
metodologias de avaliação e informação de mercado.
Metodologias alternativas e a utilização
de diferentes pressupostos e estimativas,
poderão resultar num nível diferente de perdas
por imparidade reconhecidas, com o consequente
impacto nos resultados.
Justo valor dos instrumentos financeiros
O justo valor é baseado em preços de cotação
em mercado, quando disponíveis, e na sua
ausência é determinado com base na utilização
de preços de transacções recentes, semelhantes
e realizadas em condições de mercado ou com
base em metodologias de avaliação, baseadas
em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados
considerando as condições de mercado, o efeito
do tempo, a curva de rentabilidade e factores
de volatilidade. Estas metodologias podem requerer
a utilização de pressupostos ou julgamentos
na estimativa do justo valor.
Nota 4
Consequentemente, a utilização de diferentes
metodologias ou de diferentes pressupostos
ou julgamentos na aplicação de determinado
modelo poderia originar resultados financeiros
diferentes daqueles reportados.
Retorno financeiro
A política da Fundação visa obter uma taxa de retorno
sobre a sua carteira de investimentos, líquida de
despesas directas. Esta taxa é acordada anualmente
com os gestores responsáveis pelo investimento
dos fundos no âmbito de orientações previamente
estabelecidas pela Fundação. A desagregação do
retorno total atingido em 2007 e 2006 é a seguinte:
Imparidade dos activos de longo prazo
Os Activos fixos tangíveis são revistos para
efeitos de imparidade quando existem factos
ou circunstâncias que indicam que o seu valor
líquido não é recuperável.
(103 Euros)
Consolidado
2007
Considerando as incertezas quanto ao valor
de recuperação do valor líquido dos activos fixos
tangíveis e intangíveis pelo facto de se basear
na melhor informação disponível à data,
as alterações dos pressupostos poderão resultar
em impactos na determinação do nível de
imparidade e consequentemente nos resultados.
Fundação
2006
2007
2006
Proveitos financeiros:
Ganhos em investimentos correntes
Juros de obrigações
e títulos de participação
29 994
29 477
29 641
29 236
Dividendos de acções
21 624
19 716
21 624
19 716
Ganhos com realização
de investimentos
134 745
107 629
134 745
107 629
Reavaliação dos
investimentos correntes
95 515
102 026
95 515
102 026
865
756
22 874
36 443
Ganhos em investimentos
não correntes
Planos de pensões
Dividendos de acções
A determinação das responsabilidades pelo
pagamento de pensões requer a utilização
de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização
de projecções actuariais, rentabilidade estimada
dos investimentos e outros factores que podem
ter impacto nos custos e nas responsabilidades
do plano de pensões.
Alterações a estes pressupostos poderiam ter um
impacto significativo nos valores determinados.
Nota 3
Outros rendimentos do petróleo e gás
Ganhos com realização
de investimentos
Diferenças cambiais
Outros proveitos financeiros
8 816
90
–
–
20 591
7 645
704
1 844
6 406
7 662
1 155
444
318 556
275 001
306 258
297 338
Custos financeiros:
Perdas em investimentos
correntes
Perdas com realização
de investimentos
Reavaliação dos
investimentos correntes
–
(2 600)
–
(2 600)
(168 623)
(140 231)
(168 623)
(140 231)
Custos directos
(8 172)
(7 639)
(7 367)
(7 424)
Diferenças cambiais
(1 812)
(3 857)
(1 812)
(3 857)
(178 607)
(154 327)
(177 802)
(154 112)
139 949
120 674
128 456
143 226
A rubrica “Outros rendimentos do petróleo e gás”
é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
Dividendos
Prestação de serviços
2007
2006
18 410
21 251
3 835
4 033
22 245
25 284
280.281
280.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 5
Nota 7
Outros proveitos
Outros custos administrativos e operacionais
A rubrica “Outros proveitos” é assim detalhada:
3
(10 Euros)
Consolidado
Fundação
(103 Euros)
2007
2006
2007
2006
Venda de edições
1 285
1 287
1 285
1 287
Venda de bilhetes
1 935
1 727
1 935
1 727
Comparticipação de outras
entidades
5 066
4 643
5 066
4 643
Outros
A rubrica “Outros custos administrativos
e operacionais” é assim detalhada:
3 015
4 218
3 015
4 025
11 301
11 875
11 301
11 682
A rubrica “Comparticipação de outras entidades”
refere-se a comparticipações para a realização
de projectos de investigação científica e na área
das actividades artísticas.
Consolidado
Custos com o pessoal
Fundação
2007
2006
2007
2006
18 640
16 798
9 597
8 866
Trabalhos especializados
4 663
4 374
3 849
3 941
Conservação e reparação
696
1 048
696
1 048
3 040
Outros fornecimentos e serviços
5 398
3 823
3 841
Outros custos operacionais
4 506
1 115
345
724
33 903
27 158
18 328
17 619
Nota 8
Custos de restruturação
A 31 de Dezembro de 2006, a rubrica “Custos
de restruturação” no montante de € 425 000
refere-se aos custos suportados pela Fundação com o
pagamento de compensações financeiras decorrentes
de medidas de restruturação orgânica e funcional,
decididas pelo Conselho de Administração.
Nota 6
Distribuição e actividades directas
A repartição dos custos pelos fins estatutários
da Fundação, é apresentada como segue:
(103 Euros)
Consolidado
Fundação
2007
2006
2007
2006
8 557
8 228
8 557
8 228
Arte
34 370
35 552
34 370
35 552
Educação
22 362
21 828
22 362
21 828
Ciência
12 923
11 740
12 923
11 740
78 212
77 348
78 212
77 348
Beneficência
Nota 9
Custos com o pessoal
A rubrica “Custos com o pessoal” é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
A rubrica “Distribuição e actividades directas” inclui
o montante de € 1 805 000 (2006: € 2 280 000)
e € 20 806 000 (2006: € 21 874 000) relativo
a custos com amortizações e custos com o pessoal,
respectivamente.
Conselho de Administração
Ordenados e salários
Fundação
2007
2006
2007
1 443
1 248
1 107
2006
957
29 359
29 285
22 428
22 995
Encargos sobre remunerações
6 032
5 634
4 930
4 738
Outros custos com o pessoal
2 612
2 505
1 938
2 050
39 446
38 672
30 403
30 740
O número de efectivos é analisado como segue:
Consolidado
Conselho de Administração
Pessoal
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Fundação
2007
2006
2007
9
9
9
2006
9
604
596
531
525
613
605
540
534
Os custos com o pessoal incluem o montante
de € 20 806 000 (2006: € 21 874 000)
que se encontram afectos à rubrica “Distribuição
e actividades directas”, conforme mencionado
na nota 6.
Nota 11
Imparidade
A “Imparidade” do exercício é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
2007
Nota 10
Imparidade sobre activos
intangíveis
Provisões
As provisões do exercício no Consolidado, líquidas
de reforços e anulações, são assim detalhadas:
2007
2006
–
–
–
14 356
–
–
–
–
(14 173)
Imparidade sobre activos
fixos tangíveis
–
Imparidade sobre investimentos
não correntes
(397)
Imparidade sobre devedores
(103 Euros)
Fundação
2006
–
(14 570)
(159)
14 197
–
–
(159)
–
(159)
2007
Provisão para pensões
Outras provisões
Dotações
Reposições
Total
13 990
–
13 990
289
(1 329)
(1 040)
Nota 12
14 279
(1 329)
12 950
Amortizações
(103 Euros)
A rubrica “Amortizações” é assim detalhada:
2006
Dotações
Provisão para pensões
Outras provisões
12 922
601
13 523
Reposições
Total
–
12 922
(132)
(132)
(103 Euros)
Consolidado
13 391
2006
2007
2006
Direitos de exploração
1 343
–
–
–
Exploração petrolífera
1 908
–
–
–
337
–
337
–
3 588
–
337
–
Activos intangíveis
Software
As provisões do exercício para a Fundação,
líquidas de reforços e anulações, são assim
detalhadas:
Activos fixos tangíveis
Imóveis
(103 Euros)
Provisão para pensões
Outras provisões
13 811
937
796
937
796
Equipamento
2 539
3 755
2 439
3 666
Produção petrolífera
3 909
–
–
–
311
223
111
–
7 696
4 774
3 487
4 462
(1 805)
(2 280)
(1 805)
(2 280)
9 479
2 494
2 019
2 182
Outros activos
2007
Dotações
Fundação
2007
469
Reposições
Total
–
13 811
–
(1 047)
(1 047)
13 811
(1 047)
12 764
Amortizações afectas à rubrica
“Distribuição e actividades
directas”
(103 Euros)
2006
Dotações
Provisão para pensões
Outras provisões
12 432
Reposições
Total
–
12 432
11
(132)
12 443
(132)
(121)
12 311
As amortizações dos exercícios incluem
o montante de € 1 805 000 (2006: € 2 280 000)
que se encontram afectas à rubrica “Distribuição
e actividades directas”, conforme mencionado
na nota 6.
282.283
282.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 13
A rubrica “Direitos de exploração” refere-se a custos
com licenças de exploração e produção petrolífera
existentes no Brasil, Angola e Cazaquistão, que são
amortizados durante o período remanescente da licença.
Activos intangíveis
A rubrica “Activos intangíveis” é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
Fundação
2007
2006
2007
2006
Direitos de exploração
52 104
–
–
Exploração petrolífera
37 009
–
–
–
955
618
955
618
Custo:
Software
Outros activos intangíveis
–
338
338
338
338
90 406
956
1 293
956
Amortizações acumuladas
(4 167)
(956)
(1 293)
(956)
Perdas por imparidade
(2 753)
Amortizações e perdas
por imparidade acumuladas:
(6 920)
83 486
–
(956)
–
A rubrica “Exploração petrolífera” refere-se a
investimentos efectuados em concessões petrolíferas
no Brasil, Argélia, Angola e Portugal.
–
–
(1 293)
(956)
–
–
As Perdas por imparidade no montante de
€ 14 173 000, conforme mencionado na nota 11,
foram determinadas em 2007, tendo por base o
sucesso dos poços exploratórios e as condições do
mercado nas concessões petrolíferas do Brasil e
Argélia. Durante o exercício de 2007, o Grupo procedeu
ao abate de € 11 420 000 de investimentos petrolíferos
no Brasil e Argélia que se encontravam com perda por
imparidade. A 31 de Dezembro de 2007, as perdas
por imparidade reconhecidas na rubrica de “Activos
intangíveis” ascendem a € 2 753 000 decorrentes
da entrega dos activos às autoridades argelinas.
Os movimentos da rubrica “Activos intangíveis” durante os anos de 2007 e 2006, no Consolidado,
são assim detalhados:
(103 Euros)
Direitos
Exploração
Outros
de exploração
petrolífera
Software
activos
Total
956
Custo de aquisição:
Saldo em 31 de Dezembro de 2005
–
–
618
338
Adições
–
–
–
–
–
Saldo em 31 de Dezembro de 2006
–
–
618
338
956
13 919
Adições
Abates
3 686
(7)
337
–
17 942
(11 413)
–
–
(11 420)
88 346
Transferências
52 803
35 543
–
–
Variação cambial
(4 378)
(1 040)
–
–
Saldo em 31 de Dezembro de 2007
52 104
37 009
955
338
90 406
Saldo em 31 de Dezembro de 2005
–
–
618
338
956
Amortizações do exercício
–
–
–
–
–
Saldo em 31 de Dezembro de 2006
–
–
618
338
956
1 908
(5 418)
Amortizações
Amortizações do exercício
1 343
Abates
–
Variação cambial
(84)
Imparidade
Saldo em 31 de Dezembro de 2007
337
–
3 588
(11 420)
–
–
(11 420)
(293)
–
–
–
14 173
–
–
14 173
(377)
6 920
1 259
4 368
955
338
Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2006
–
–
–
–
–
Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2007
50 845
32 641
–
–
83 486
Durante o ano de 2007 foi transferido de activos fixos tangíveis, o montante de € 88 346 000 decorrente
da aplicação da IFRS 6 (Exploração e avaliação de recursos minerais).
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Nota 14
A rubrica “Produção petrolífera” inclui investimentos
efectuados no projecto “Dunga Oil Field” em parceria
com a Maersk e a Oman Oil Company Ltd. no
montante de € 39 370 000 (2006: € 56 092 000).
Activos fixos tangíveis
A rubrica “Activos fixos tangíveis” é assim detalhada:
A 31 de Dezembro de 2001 foi constituída uma perda
de imparidade no montante de USD 43 131 230 para
reflectir o justo valor deste activo. Com a entrada da
Maersk no projecto, a abordagem tecnológica da
exploração do petróleo foi reavaliada, pelo que em
2003 a Administração considerou apropriada
a redução da imparidade em USD 25 000 000.
Em 2006, como consequência do teste de
imparidade aos custos capitalizados no projecto
“Dunga Oil Field”, foi anulada a restante imparidade,
no montante de USD 18 131 230 (€ 14 356 000).
(103 Euros)
Consolidado
Fundação
2007
2006
2007
2006
Imóveis
30 134
28 245
30 134
28 245
Equipamento
39 008
36 930
38 546
36 553
Obras de arte
3 069
2 864
3 069
2 864
39 370
126 767
–
–
3 693
3 029
860
749
115 274
197 835
72 609
68 411
(61 621)
(54 676)
(55 707)
(52 655)
53 653
143 159
16 902
15 756
Custo:
Produção petrolífera
Outros activos
Amortizações acumuladas:
Os movimentos da rubrica “Activos fixos tangíveis” durante os anos de 2007 e 2006,
no Consolidado, são assim detalhados:
Obras
Produção
Outros
Imóveis
Equipamento
de arte
petrolífera
activos
Total
24 874
34 091
1 514
85 193
2 917
148 589
3 380
3 677
1 350
52 613
192
61 212
(831)
–
–
(7)
–
Custo de aquisição:
Saldo em 31 de Dezembro de 2005
Adições
Abates
Variação cambial
Saldo em 31 de Dezembro de 2006
Adições
(9)
–
(11 108)
36 930
2 864
126 767
3 029
197 835
1 889
2 548
205
5 843
242
10 727
–
–
(502)
468
(88 346)
–
(502)
–
Transferências
–
44
–
Variação cambial
(858)
(62)
28 245
Abates
Saldo em 31 de Dezembro de 2007
(11 039)
(18)
–
(12)
–
(88 858)
(4 382)
(46)
(4 440)
30 134
39 008
3 069
39 370
3 693
115 274
13 706
33 159
1 514
15 369
2 424
66 172
796
3 755
–
–
223
4 774
(821)
–
–
(12)
(836)
(5)
–
(1 013)
(60)
(1 078)
(14 356)
–
(14 356)
Amortizações
Saldo em 31 de Dezembro de 2005
Amortizações do exercício
Abates
Variação cambial
Redução de imparidade
Saldo em 31 de Dezembro de 2006
Amortizações do exercício
(3)
–
–
–
–
14 499
36 088
1 514
–
2 575
54 676
937
2 539
–
3 909
311
7 696
–
–
Abates
–
(473)
–
Transferências
–
35
–
(455)
420
Variação cambial
–
(11)
–
(216)
(51)
(473)
–
(278)
Saldo em 31 de Dezembro de 2007
15 436
38 178
1 514
3 238
3 255
61 621
Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2006
13 746
842
1 350
126 767
454
143 159
Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2007
14 698
830
1 555
36 132
438
53 653
Durante o ano de 2007 foi transferido para activos intangíveis o montante de € 88 346 000
decorrente da aplicação da IFRS 6 (Exploração e avaliação de recursos minerais).
284.285
284.
Relatório Balanço e Contas 2007
Os movimentos da rubrica “Activos fixos tangíveis” durante os anos de 2007 e 2006, para a Fundação,
são assim detalhados:
(103 Euros)
Obras
Outros
Imóveis
Equipamento
de arte
activos
Total
24 874
33 804
1 514
749
60 941
3 380
3 541
1 350
–
8 271
–
–
Custo de aquisição:
Saldo em 31 de Dezembro de 2005
Adições
Abates
(9)
Saldo em 31 de Dezembro de 2006
Adições
(792)
36 553
2 864
749
68 411
1 889
2 445
205
111
4 650
–
–
Abates
–
Saldo em 31 de Dezembro de 2007
(801)
28 245
(452)
(452)
30 134
38 546
3 069
860
72 609
13 706
33 019
1 514
749
48 988
796
3 666
–
–
4 462
–
–
Amortizações
Saldo em 31 de Dezembro de 2005
Amortizações do exercício
Abates
(3)
Saldo em 31 de Dezembro de 2006
(792)
(795)
14 499
35 893
1 514
749
52 655
937
2 439
–
111
3 487
–
–
Amortizações do exercício
Abates
–
(435)
(435)
Saldo em 31 de Dezembro de 2007
15 436
37 897
1 514
860
55 707
Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2006
13 746
660
1 350
–
15 756
Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2007
14 698
649
1 555
–
16 902
Nota 15
Investimentos não correntes e adiantamentos
A rubrica “Investimentos não corrrentes”
e “Adiantamentos” é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
Acções
Interesses petrolíferos
e do gás
Outras empresas
Fundos de investimento
Adiantamentos
Interesses petrolíferos
e do gás
Outras empresas
Fundação
2007
2006
2007
2006
399 973
389 104
–
–
20 251
6 748
–
–
82 468
70 309
64 620
54 680
502 692
466 161
64 620
54 680
62 160
65 055
–
–
11 084
4 871
–
–
73 244
69 926
–
–
575 936
536 087
64 620
54 680
A diferença entre o valor de aquisição e o justo
valor encontra-se registada na Reserva de justo
valor do Fundo de Capital, conforme referido
na nota 22.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
As acções em investimentos em interesses
petrolíferos e do gás encontram-se registadas
pelo justo valor, conforme descrito na política
contabilística 2 h). As avaliações, são efectuadas
por entidades independentes e reflectem o valor
actual líquido dos fluxos de caixa futuros estimados
tendo por base pressupostos de mercado.
Esta rubrica, em 31 de Dezembro de 2007 e 2006,
no Consolidado é analisada como segue:
(103 Euros)
Custo
Acções
ADPC/ADCO
PDO/POHOL
MUKHAIZNA
OLNG
Outros interesses
Outras empresas
Fundos de investimento
Fundo NovEnergia II
Office Park Expo
Logística & Distribuição
Outros fundos
Adiantamentos
Interesses petrolíferos e do gás
Outras empresas
Reserva de
Perdas por
Valor de
justo valor
imparidade
Balanço
9 789
1 573
8 303
2 138
6 922
51 280
186 594
9 631
124 960
–
–
–
–
–
(1 217)
61 069
188 167
17 934
127 098
5 705
28 725
372 465
(1 217)
399 973
13 503
6 748
–
20 251
12 419
45 000
8 214
9 039
2 894
886
1 203
2 813
–
–
–
–
15 313
45 886
9 417
11 852
74 672
7 796
–
82 468
–
–
–
–
62 160
11 084
73 244
–
–
73 244
Saldo a 31 de Dezembro de 2007 190 144
387 009
(1 217)
575 936
Acções
ADPC/ADCO
PDO/POHOL
MUKHAIZNA
OLNG
Outros interesses
10 942
1 758
2 602
2 383
7 745
53 371
135 979
45 310
121 681
8 278
–
–
–
–
(945)
64 313
137 737
47 912
124 064
15 078
25 430
364 619
(945)
389 104
3
6 745
–
6 748
5 211
38 750
8 214
9 039
5 626
862
875
1 732
–
–
–
–
10 837
39 612
9 089
10 771
61 214
9 095
–
70 309
65 055
4 871
–
–
–
–
65 055
4 871
Fundos de investimento
Fundo NovEnergia 2010
Office Park Expo
Logística & Distribuição
Outros fundos
Adiantamentos
Interesses petrolíferos e do gás
Outras empresas
Esta rubrica, em 31 de Dezembro de 2007 e 2006,
na Fundação é analisada como segue:
(103 Euros)
Custo
69 926
–
Saldo a 31 de Dezembro de 2006 156 573
380 459
–
69 926
(945)
Reserva de
Valor de
justo valor
Balanço
Fundos de investimento
Office Park Expo
45 000
886
45 886
Logística & Distribuição
8 214
1 203
9 417
Outros fundos
9 037
280
9 317
Saldo a 31 de Dezembro de 2007
62 251
2 369
64 620
Fundos de investimento
Office Park Expo
Logística & Distribuição
38 750
8 214
862
875
39 612
9 089
Outros fundos
Saldo a 31 de Dezembro de 2006
62 160
11 084
Outras empresas
A 31 de Dezembro de 2007, as “Perdas por
imparidade” decorrem da imparidade existente em
investimentos efectuados no Médio Oriente.
5 858
121
5 979
52 822
1 858
54 680
O Grupo efectuou um investimento no fundo
fechado NovEnergia II, em 2007, no montante
de € 12 418 000, sendo o justo valor do fundo no
montante de € 15 313 000. Este fundo tem como
objectivo o investimento em projectos que utilizam
energias renováveis como fonte energética e em
empresas relacionadas com o seu desenvolvimento.
Durante o ano de 2007, o Grupo alienou a sua
participação no Fundo NovEnergia 2010, gerando
uma mais-valia de € 6 711 000.
A Fundação efectuou, durante 2007, um investimento
no montante de € 6 250 000 no fundo Office
Park Expo – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado.
O fundo destina-se à aquisição de terrenos, construção
e arrendamento ou venda de prédios no Parque
das Nações em Lisboa.
536 087
Os movimentos ocorridos nas “Perdas por imparidade” nos
investimentos não correntes são apresentados como segue:
(103 Euros)
Saldo a 1 de Janeiro
Dotações
2007
2006
945
1 055
397
–
Variação cambial
(125)
(110)
Saldo a 31 de Dezembro
1 217
945
286.287
286.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 16
Esta rubrica, no que respeita a títulos cotados
e não cotados, no Consolidado é desgregada
da seguinte forma:
Investimentos em empresas subsidiárias
(103 Euros)
2007
Cotados
Total
(103 Euros)
Acções
Interesses petrolíferos e do gás
Outras empresas
Fundos de investimento
Não cotados
A rubrica “Investimentos em empresas subsidiárias”
é assim detalhada:
–
–
399 973
20 251
82 468
399 973
20 251
–
82 468
Fundação
Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation
Economic and General Secretariat Limited
Adiantamentos
Interesses petrolíferos e do gás
Outras empresas
–
–
62 160
11 084
62 160
11 084
82 468
493 468
575 936
2006
Acções
Interesses petrolíferos e do gás
Outras empresas
Fundos de investimento
–
–
389 104
6 748
389 104
6 748
70 309
–
70 309
–
–
65 055
4 871
65 055
4 871
70 309
465 778
536 087
Adiantamentos
Interesses petrolíferos e do gás
Outras empresas
Esta rubrica, na Fundação, refere-se na totalidade
a Fundos de investimento cotados no montante de
€ 64 620 000 (2006: € 54 680 000).
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os investimentos
não correntes têm o seguinte escalonamento:
(103 Euros)
Consolidado
Fundação
2007
2006
2007
2006
De 3 meses a 1 ano
–
10 836
–
–
De 1 ano até 5 anos
7 671
2 118
–
–
148 042
127 281
64 620
54 680
Mais de 5 anos
Duração indeterminada
420 223
395 852
–
–
575 936
536 087
64 620
54 680
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
2007
2006
716 977
713 647
32
34
717 009
713 681
Os investimentos estão apresentados líquidos
de mais ou menos-valias apuradas de acordo com
a política contabilística 2 h).
O valor destes investimentos foi objecto de
actualização com referência a 31 de Dezembro
de 2007, ascendendo a Reserva de justo valor
a € 716 928 000 (2005: € 713 600 000).
A diferença entre o valor de aquisição e o justo valor
encontra-se registada na Reserva de justo valor
do Fundo de Capital, conforme referido na nota 22.
Em 31 de Dezembro de 2007, as companhias
subsidiárias incluídas na consolidação pelo método
integral da Fundação foram as seguintes:
(103 Euros)
Subsidiárias
Sede
Capital
Moeda
Activos
Passivos
Capital
Proveitos Resultados
próprio
líquidos
%
Actividade
económica
Participações directas:
Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation
Ilhas Caimão
50 000
USD
94 495
60 694
33 801
35 858
32 518
100
c)
Inglaterra
4 000
GBP
32
–
32
–
–
100
b)
Participations and Explorations Corporation
Panamá
2 800
USD
314 232
190 631
123 601
529 188
442
100
a)
Partex (Oman) Corporation
Panamá
2 500
USD
581 765
28 513
553 252
234 302
47 746
100
a)
Partex Gas Corporation
Panamá
2 000 000
USD
36 054
13 273
22 781
29 607
5 577
100
a)
Ilhas Caimão
5 000
USD
53 864
64 332
(10 468)
4 057
(3 990)
100
a)
Economic and General Secretariat Limited (*)
Participações indirectas:
(através da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation)
Partex (Kazakhstan) Corporation
Partex Services Corporation
Panamá
2 300 000
USD
3 880
1 796
2 084
8 811
15
100
b)
Liechtenstein
500 000
CHF
1 265
53
1 212
1 395
53
100
b)
Brasil
1 000 000
BRL
42 261
47 490
(5 229)
10 210
3 825
100
a)
Partex (Brazil) Corporation
Ilhas Caimão
50 000
USD
39 978
37 996
1 982
2 483
(6 886)
100
c)
Partex (Algeria) Corporation
Ilhas Caimão
50 000
USD
–
–
–
–
(36)
100
a)
Brasil
1 000 000
BRL
565
126
439
1 358
62
100
b)
Portugal
50 000
EUR
1 538
1 488
50
18
–
100
a)
Portugal
50 000
EUR
1 325
969
356
5 131
115
100
b)
PMO Services, S.A.
Partex Brasil Ltda.
Partex Services Brasil Petrolíferos Ltda.
Hidrexpand, S.A.
(através da Partex Services Corporation)
Partex Services Portugal – Serviços
para a Indústria Petrolífera, S.A(**)
a) Companhias participantes em concessões petrolíferas ou operações contratuais.
b) Prestação de serviços.
c) Gestora de participações.
* Esta empresa participada encontra-se sem actividade.
** Alteração da denominação social da “Petroprimo – Serviços para a Indústria Petrolífera, S.A.”
Durante o exercício de 2006, ocorreram as seguintes
alterações no perímetro de consolidação: constituição
da Partex Services Brasil Petrolíferos Ltda.
e constituição da Hidrexpand, S.A.
288.289
288.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 17
Investimentos e passivos financeiros correntes
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os investimentos
correntes têm o seguinte escalonamento:
(103 Euros)
A rubrica “Investimentos correntes” é assim
detalhada:
Consolidado
(103 Euros)
Consolidado
2007
Fundação
2006
2007
2006
Obrigações e outros títulos
de rendimento fixo
Até 3 meses
365 211
296 539
365 211
296 539
De outros emissores
302 446
323 496
302 446
323 496
863 152
981 645
863 152
981 645
2007
2006
2007
2006
91 137
87 181
91 137
87 181
De 3 meses a 1 ano
30 287
26 569
30 287
26 569
De 1 ano até 5 anos
266 362
234 818
266 362
234 818
Mais de 5 anos
Duração indeterminada
De emissores públicos
Fundação
226 120
299 258
226 120
299 258
1 456 201
1 436 179
1 456 201
1 436 179
2 070 107
2 084 005
2 070 107
2 084 005
Acções
Outros títulos
de rendimento variável
Fundos de investimento
Liquidez
59 722
56 620
59 722
56 620
Acções
148 530
121 761
148 530
121 761
Obrigações
220 450
208 257
220 450
208 257
81 489
77 712
81 489
77 712
Outros
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, a rubrica
“Investimentos e passivos financeiros correntes”,
no que se refere a títulos cotados e não cotados,
é repartida da seguinte forma:
(103 Euros)
2007
Cotados
Derivados
Instrumentos financeiros
com justo valor positivo
Forwards
33 278
23 184
33 278
23 184
Futuros
279
364
279
364
Opções
184
23
184
23
2 074 741 2 089 601
2 074 741 2 089 601
Derivados
Instrumentos financeiros
com justo valor negativo
Forwards
Futuros
Opções
Não cotados
Total
Obrigações e outros títulos
de rendimento fixo
De emissores públicos
365 211
–
365 211
De outros emissores
296 634
5 812
302 446
859 789
3 363
863 152
Liquidez
57 552
2 171
59 723
Acções
148 530
–
148 530
Obrigações
126 509
93 940
220 449
66 312
15 177
81 489
–
29 243
29 243
Acções
Outros títulos
de rendimento variável
Fundos de investimento
(4 036)
(5 412)
(4 036)
(5 412)
(290)
(184)
(290)
(184)
(308)
(4 634)
–
(5 596)
2 070 107 2 084 005
(308)
(4 634)
–
(5 596)
Outros
2 070 107 2 084 005
Derivados
Decorrente da aplicação da IFRS 7, conforme
referido na nota 2.a), os instrumentos financeiros
com justo valor positivo são incluídos no activo e os
instrumentos financeiros com justo valor negativo são
incluídos no passivo. Em 2006, o justo valor líquido
dos instrumentos financeiros foi incluído no activo.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Forwards
Futuros
(11)
–
(11)
Opções
(125)
–
(125)
1 920 401
149 706
2 070 107
(103 Euros)
(103 Euros)
2006
Cotados
2006
Não cotados
Nocional
Total
Justo valor
Activo
Obrigações e outros títulos
de rendimento fixo
Passivo
Contratos sobre taxas de câmbio
De emissores públicos
296 539
–
296 539
Forward compra
De outros emissores
323 496
–
323 496
Forward venda
1 256 493
(1 256 493)
–
23 184
(5 412)
23 184
(5 412)
364
(184)
Acções
Outros títulos
de rendimento variável
977 807
3 838
981 645
Contratos sobre acções / índices
Futuros
(2 010)
Opções
Fundos de investimento
Liquidez
53 580
3 041
56 621
Acções
121 761
–
121 761
Obrigações
108 124
100 133
208 257
59 974
17 738
77 712
–
17 772
17 772
Futuros
179
–
179
Opções
23
–
23
1 941 483
142 522
2 084 005
Outros
Derivados
Forwards
23
–
(2 009)
387
(184)
(2 009)
23 571
(5 596)
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os investimentos
financeiros derivados têm o seguinte escalonamento:
(103 Euros)
Consolidado
Até 3 meses
De 3 meses a 1 ano
Os investimentos financeiros derivados
em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 são analisados
como segue:
1
Fundação
2007
2006
2007
2006
22 285
16 894
22 285
16 894
6 822
1 081
6 822
1 081
29 107
17 975
29 107
17 975
Nota 18
Outras aplicações de tesouraria
(103 Euros)
2007
Nocional
Justo valor
Activo
Passivo
Contratos sobre taxas de câmbio
Forward compra
Forward venda
1 251 615
(1 251 615)
–
33 278
(4 036)
33 278
(4 036)
A rubrica “Outras aplicações de tesouraria”,
no montante de € 121 615 000
(2006: € 79 201 000), refere-se a aplicações
de tesouraria com um prazo inferior ou igual
a três meses, que se encontram registadas
ao custo amortizado.
Contratos sobre acções / índices
Futuros
2 788
279
(290)
Opções
2
184
(308)
2 790
463
(598)
2 790
33 741
(4 634)
290.291
290.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 19
Complementar de Pensões de Contribuição Definida
(PCPCD).
Devedores
A rubrica “Devedores” é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
Companhias subsidiárias
Devedores (interesses
petrolíferos)
Juros a receber
Corredor do plano de pensões
Devedores diversos
Perdas por imparidade
Fundação
(103 Euros)
2007
2006
2007
2006
–
–
22 960
34 764
89 199
58 458
–
–
251
283
251
283
21 822
20 121
21 633
20 049
17 484
19 194
3 686
6 965
128 756
98 056
48 530
62 061
(252)
128 504
Os movimentos das perdas por imparidade
são assim discriminados:
(271)
97 785
(252)
48 278
Consolidado
Saldo em 1 de Janeiro
Dotações
Fundação
2007
2006
2007
271
112
271
112
–
159
–
159
Utilizações
(19)
Saldo em 31 de Dezembro
252
–
271
2006
(19)
–
252
271
(271)
61 790
Nota 20
Caixa e equivalentes de caixa
A rubrica “Companhias subsidiárias” é assim
detalhada:
A rubrica “Caixa e equivalentes de caixa” é assim
detalhada:
(103 Euros)
(103 Euros)
Fundação
Dividendos atribuídos
Empréstimos
Adiantamentos
Consolidado
2007
2006
22 009
34 169
90
90
861
505
22 960
34 764
A 31 de Dezembro de 2007, a rubrica
“Corredor do plano de pensões”, na Fundação
e no Consolidado, no montante de € 21 633 000
(2006: € 20 049 000) e de € 21 822 000 (2006:
€ 20 121 000), refere-se ao valor do corredor em
conformidade com a política contabilística 2 q).
A rubrica “Devedores diversos” inclui o montante
de € 1 646 000 (2006: € 3 292 000) referente ao
remanescente a receber pela venda de um imóvel
ocorrida no exercício de 2003, pelo montante de
€ 9 976 000. O montante em dívida será pago
em prestações anuais, iguais e sucessivas, com
vencimento a 30 de Junho. A última prestação
será liquidada em 30 de Junho de 2008.
Esta rubrica inclui também o montante
de € 113 000 (2006: € 109 000) relativo
a uma contribuição extraordinária para o Fundo
de Pensões Aberto BPI Acções, no âmbito do Plano
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Caixa
Depósitos
Fundação
2007
2006
2007
57
11
57
11
104 105
137 279
735
1 491
104 162
137 290
792
1 502
Nota 21
Capital recebido do Fundador
A rubrica “Capital recebido do Fundador”,
no montante de € 11 746 690, refere-se, ao
montante recebido do seu Fundador, Senhor
Calouste Sarkis Gulbenkian.
2006
Nota 22
A reserva de justo valor em 2007 e 2006,
no Consolidado e na Fundação, explica-se
da seguinte forma:
Reservas
Durante os anos de 2007 e 2006, os movimentos
ocorridos nestas rubricas no Consolidado foram
os seguintes:
(103 Euros)
Consolidado
2006
2007
2006
–
–
716 928
713 600
387 009
380 459
2 369
1 858
387 009
380 459
719 297
715 458
Empresas subsidiárias
(103 Euros)
Reserva de
justo valor
Outras
reservas
Diferenças
cambiais
Total
Saldo em 31 de Dezembro
de 2005
431 219
2 106 937
18 360
2 556 516
Alterações de justo valor
(50 760)
–
–
Variação cambial
–
–
Incorporação da variação
do Fundo de Capital
–
187 570
Saldo em 31 de Dezembro
de 2006
Alterações de justo valor
Variação cambial
(50 760)
(36 129)
–
(36 129)
380 459
2 294 507
6 550
–
–
–
–
98 230
Saldo em 31 de Dezembro
de 2007
387 009
2 392 737
(17 769) 2 657 197
–
(40 595)
–
2007
2006
2007
2006
Saldo em 1 de Janeiro
380 459
431 219
715 458
748 976
(40 595)
Variação do justo valor
15 366
(50 670)
3 839
Alienações do exercício
(8 816)
(90)
–
–
719 297
715 458
98 230
Saldo em 31 de Dezembro
de 2005
748 134
Alterações de justo valor
(34 534)
842
102 194
–
Saldo em 31 de Dezembro
de 2006
713 600
1 858
3 328
511
716 928
–
2 369
Total
1 892 916 2 641 892
–
–
–
Outras
reservas
1 016
Incorporação da variação
do Fundo de Capital
Saldo em 31 de Dezembro
387 009
380 459
(33 518)
(58 364) 2 721 382
(103 Euros)
Empresas Investimentos
subsidiárias não correntes
Fundação
6 550
Reservas de justo valor
Saldo em 31 de Dezembro
de 2007
(103 Euros)
187 570
Durante os anos de 2007 e 2006, os movimentos
ocorridos nestas rubricas na Fundação foram
os seguintes:
Incorporação da variação
do Fundo de Capital
A variação da reserva de justo valor em 2007
e 2006, no Consolidado e na Fundação, explica-se
da seguinte forma:
Consolidado
Incorporação da variação
do Fundo de Capital
Alterações de justo valor
Investimentos não correntes
Fundação
2007
Na Reserva de justo valor registam-se as variações
acumuladas no justo valor existentes à data de
balanço referentes aos Investimentos não correntes
e aos Investimentos em empresas subsidiárias.
Na rubrica “Variação cambial de consolidação”,
está relevado o montante da variação em moeda
nacional do capital das empresas consolidadas
expressos em moeda estrangeira decorrente
da alteração do câmbio respectivo.
(33 518)
102 194
As taxas de câmbio utilizadas na preparação
das Demonstrações Financeiras são as seguintes:
1 995 110 2 710 568
–
44 859
3 839
44 859
2 039 969 2 759 266
Taxas em 2007
Moeda
Câmbio final
Taxas em 2006
Câmbio médio
Câmbio final
Câmbio médio
Dólar – USD
1,4721
1,3797
1,3170
1,2630
Libra – GBP
0,7334
0,6873
0,6715
0,6819
Franco Suíço – CHF
1,6547
1,6459
1,6069
1,5768
Real Brasileiro – BRL
2,5963
2,6521
2,8118
2,7365
292.293
292.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 23
Os movimentos relativos a provisões para os planos
de pensões são assim detalhados:
Provisões
(103 Euros)
A rubrica “Provisões” é assim detalhada:
Consolidado
(103 Euros)
Consolidado
2007
Provisão para planos
de pensões
Outras provisões
Saldo no início do período
Fundação
2006
2007
2006
Utilizações de provisões
218 031
218 851
215 437
216 326
4 427
6 176
2 814
4 365
222 458
225 027
218 251
220 691
Provisão para planos de pensões
O número de participantes abrangidos por estes
planos de pensões é o seguinte:
Pré-reformados
Reformados
Fundação
2007
2006
2007
2006
502
497
498
493
72
80
72
80
942
936
935
929
1 516
1 513
1 505
1 502
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Transferências
Saldo no fim do período
2007
2006
218 851
222 279
216 326
219 553
13 990
12 922
13 811
12 432
(16 523)
(16 752)
(16 284)
(16 488)
–
–
1 701
12
(372)
744
1 584
829
218 031
218 851
215 437
216 326
Em 31 de Dezembro de 2007 e 2006, as
responsabilidades por serviços passados associados
a estes planos de pensões são as seguintes:
Estas pensões destinam-se a complementar
as pensões atribuídas pela Segurança Social e são
determinadas em função do tempo de serviço de
cada empregado. Para cobrir esta responsabilidade
é constituída uma provisão que representa uma
estimativa do capital necessário para pagar os
benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios
futuros a pagar aos empregados actuais.
Consolidado
Diferenças cambiais
2006
A rubrica “Transferências” refere-se ao montante
de perdas actuariais consideradas em “Devedores”,
no corredor do Plano de Pensões, que se situam
dentro do limite do mesmo.
A Fundação assumiu a responsabilidade de pagar
aos empregados pensões de reforma por velhice,
pensões de reforma por invalidez e pensões
de pré-reforma, nos termos estabelecidos no
“Regulamento do Plano de Pensões do Pessoal”
(1979) e no “Plano de Pensões” (1997).
Activos
Dotação do exercício
Fundação
2007
(103 Euros)
Consolidado
Fundação
2007
2006
2007
2006
218 851
222 279
216 326
219 553
2 088
2 317
2 037
2 258
Custo dos juros
10 129
10 300
10 012
10 174
Benefícios pagos
(16 508)
(16 742)
(16 284)
(16 488)
Perdas actuariais
3 471
697
3 346
829
Responsabilidades no fim
do período
218 031
218 851
215 437
216 326
Responsabilidade por
serviços futuros
191 774
193 117
191 016
192 407
Responsabilidades no início
do período
Custo dos serviços correntes
Após a análise dos indicadores de mercado,
em particular as perspectivas da taxa de inflação
e da taxa de juro de longo prazo para a Zona Euro,
bem como das características demográficas
dos seus colaboradores, foram alterados
os pressupostos actuariais utilizados no cálculo
das responsabilidades com pensões de reforma
com referência a 31 de Dezembro de 2007.
A análise comparativa dos pressupostos actuariais
é a seguinte:
2007
2006
Taxa de rendibilidade real de longo prazo
face ao crescimento dos salários
2,25%
2,00%
Taxa de rendibilidade real de longo prazo
face ao crescimento das pensões
3,50%
3,25%
Taxa de rendimento do fundo
5,00%
4,75%
Taxa de desconto
5,00%
4,75%
Masculina
TV 73/77(M)
TV 73/77(M)
Feminina
TV 88/90(F)
TV 88/90(F)
EKV 80
EKV 80
Tábuas de mortalidade
Tábua de invalidez
Os movimentos relativos a outras provisões são
assim detalhados:
(103 Euros)
Consolidado
Saldo em 1 de Janeiro
Reforço de outras provisões
Redução de provisões
Fundação
2007
2006
2007
2006
6 176
6 366
4 365
4 977
289
601
–
11
(1 329)
(132)
(1 047)
(132)
Utilização de provisões
(504)
(491)
(504)
(491)
Diferenças cambiais
(205)
(168)
Saldo em 31 de Dezembro
4 427
6 176
–
–
2 814
4 365
Nota 24
Subsídios e bolsas
A rubrica “Subsídios e bolsas”, no montante
de € 6 989 000 (2006: € 7 253 000), corresponde
aos subsídios e bolsas já autorizados pela
Administração mas que ainda se encontram
por pagar, por razões não imputáveis à Fundação.
Em 2007, na Fundação e no Consolidado
contabilizaram-se, como custos com pensões
de reforma, os montantes de € 13 811 000
(2006: € 12 432 000) e de € 13 990 000
(2006: € 12 922 000).
Os movimentos ocorridos na rubrica “Corredor
do plano de pensões” relacionados com pensões
para o ano de 2007 são assim detalhados:
(103 Euros)
Corredor do plano de pensões
Saldo inicial
Perdas actuariais do ano
Saldo final
Consolidado
Fundação
20 121
20 049
1 701
1 584
21 822
21 633
Outras provisões
As outras provisões respeitam a compromissos
com outras entidades governamentais
e indemnizações relativas ao termo de contratos
de trabalho de trabalhadores no estrangeiro.
294.295
294.
Relatório Balanço e Contas 2007
Nota 25
O Grupo assumiu um compromisso com o Governo
da República do Cazaquistão em que a Partex
(Kazakhstan) Corporation cumprirá as suas
obrigações em relação à concessão do Dunga.
Credores e outros passivos
A rubrica “Credores e outros passivos”
é assim detalhada:
(103 Euros)
Consolidado
Fundação
2007
2006
2007
2006
78 404
57 161
–
–
933
945
933
945
Fornecedores
3 046
4 460
3 046
4 460
Estado
3 599
1 974
1 807
1 071
14 361
5 783
1 692
1 755
Credores (interesses petrolíferos)
Fornecedores de locação financeira
Credores diversos
Outros credores
Acréscimos e deferimentos
8 242
7 750
7 174
7 266
108 585
78 073
14 652
15 497
A rubrica “Fornecedores de locação financeira”,
pelo prazo residual, é assim detalhada:
(103 Euros)
2007
Capital
Juros
Rendas
Total
Menos de um ano
Entre um e cinco anos
933
363
570
68
33
35
1 001
396
605
560
2006
Capital
945
385
Juros
53
28
25
998
413
585
Rendas
Nota 26
Justo valor de activos e passivos financeiros
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006 não se
verificam diferenças entre o valor contabilístico
e o justo valor de activos e passivos financeiros.
Nota 27
Compromissos
Até 31 de Dezembro de 2007, diversos bancos
emitiram “performance guarantees” no montante
de € 16 417 747 (2006: € 7 831 435) relativamente
a compromissos assumidos pelas concessões
no Brasil.
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Nota 28
Gestão dos riscos de actividade
A Fundação possui investimentos na área
do petróleo e do gás e em instrumentos financeiros.
Desta forma, a Fundação
encontra-se exposta a vários riscos, dos quais
se destacam, risco operacional, risco de mercado,
risco cambial e risco de liquidez.
Risco operacional
O Grupo participa activamente na exploração
e produção de petróleo e gás, e desta forma incorre
no risco de a sua actividade não obter sucesso.
Risco de mercado
O risco de mercado representa a eventual perda
resultante de uma alteração adversa dos preços
do crude e gás natural, taxas de juro, taxas
de câmbio e preços de acções.
Os interesses petrolíferos da Fundação
concentram-se principalmente no Médio Oriente
e no Brasil. A produção de crude e gás natural
é vendida através de contratos celebrados
anualmente, os quais permitem reduzir a exposição
a flutuações de curto prazo.
A Fundação delega a gestão do risco associado
aos seus investimentos em instrumentos financeiros
num banco de investimento internacional.
Risco cambial
O risco cambial surge quando uma entidade
realiza transacções numa moeda diferente
da sua moeda funcional. A Fundação tem como
moeda funcional o Euro, enquanto que a maioria
das suas subsidiárias tem como moeda funcional
o dólar americano.
A repartição dos activos e dos passivos,
a 31 de Dezembro de 2007 e 2006,
por moeda, no Consolidado, é analisada
como segue:
(103 Euros)
2007
Valor de
Balanço
Euro
Dólar dos
Estados Unidos
Libra
Estrelina
Real
do Brasil
Outras
moedas
ACTIVO
Activos intangíveis
83 486
–
43 594
–
39 892
–
Activos fixos tangíveis
53 653
16 902
36 667
–
84
–
502 692
100 183
402 509
–
–
–
73 244
11 084
62 160
–
–
–
2 074 741
877 263
964 538
128 396
–
104 544
Outras aplicações de tesouraria
121 615
110 098
10 079
–
1 889
Devedores
128 504
28 326
100 146
32
–
–
Caixa e equivalentes de caixa
104 162
63 895
39 898
369
–
–
3 142 097
1 207 751
1 649 061
138 876
39 976
106 433
222 458
222 458
–
–
–
–
4 634
457
3 064
392
–
721
Investimentos não correntes
Adiantamentos
Investimentos correntes
(451)
PASSIVO
Provisões
Passivos financeiros correntes
Subsídios e bolsas
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
6 989
6 497
75
417
–
–
108 585
17 038
90 912
37
571
27
342 666
246 450
94 051
846
571
748
2 799 431
961 301
1 555 010
138 030
39 405
105 685
(103 Euros)
2006
Valor de
Balanço
Euro
Dólar dos
Estados Unidos
Libra
Estrelina
Activos fixos tangíveis
143 159
Investimentos não correntes
466 161
Real
do Brasil
Outras
moedas
16 467
88 206
–
38 486
–
72 265
393 896
–
–
–
69 926
4 870
65 056
–
–
–
2 089 601
908 916
983 803
88 705
–
108 177
Outras aplicações de tesouraria
79 201
72 105
3 474
2 047
–
1 575
Devedores
97 785
27 474
69 840
34
437
–
137 290
84 606
52 154
530
–
–
3 083 123
1 186 703
1 656 429
91 316
38 923
109 752
225 027
225 027
–
–
–
–
5 596
114
4 058
397
–
1 027
–
ACTIVO
Adiantamentos
Investimentos correntes
Caixa e equivalentes de caixa
PASSIVO
Provisões
Passivos financeiros correntes
Subsídios e bolsas
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
7 253
6 793
177
283
–
78 073
16 110
58 170
52
3 741
–
315 949
248 044
62 405
732
3 741
1 027
2 767 174
938 659
1 594 024
90 584
35 182
108 725
296.297
296.
Relatório Balanço e Contas 2007
A repartição dos activos e dos passivos,
a 31 de Dezembro de 2007 e 2006,
por moeda, na Fundação, é analisada
como segue:
(103 Euros)
2007
Valor de
Balanço
Euro
Dólar dos
Estados Unidos
Libra
Estrelina
Outras
moedas
ACTIVO
Activos fixos tangíveis
16 902
16 902
–
–
–
Investimentos não correntes
64 620
64 620
–
–
–
717 009
716 977
32
–
–
2 074 741
877 263
964 538
128 396
104 544
121 615
110 098
10 079
1 889
48 278
26 268
22 010
–
–
792
401
22
369
–
3 043 957
1 812 529
986 151
138 844
106 433
218 251
218 251
–
–
–
4 634
457
3 064
392
721
Investimentos em empresas subsidiárias
Investimentos correntes
Outras aplicações de tesouraria
Devedores
Caixa e equivalentes de caixa
(451)
PASSIVO
Provisões
Passivos financeiros correntes
Subsídios e bolsas
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
6 989
6 497
75
417
–
14 652
14 429
159
37
27
244 526
239 634
3 298
846
748
2 799 431
1 572 895
982 853
137 998
105 685
(103 Euros)
2006
Valor de
Balanço
Euro
Dólar dos
Estados Unidos
Libra
Estrelina
Outras
moedas
ACTIVO
Activos fixos tangíveis
15 756
15 756
–
–
–
Investimentos não correntes
54 680
54 680
–
–
–
713 681
–
713 647
34
–
2 089 601
908 916
983 803
88 705
108 177
Outras aplicações de tesouraria
79 201
72 105
3 474
2 047
1 575
Devedores
61 790
27 621
34 169
–
–
1 502
943
29
530
–
3 016 211
1 080 021
1 735 122
91 316
109 752
220 691
220 691
–
–
–
5 596
114
4 058
397
1 027
–
Investimentos em empresas subsidiárias
Investimentos correntes
Caixa e equivalentes de caixa
PASSIVO
Provisões
Passivos financeiros correntes
Subsídios e bolsas
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
Fundação Calouste Gulbenkian
7 253
6 793
177
283
15 497
15 403
42
52
–
249 037
243 001
4 277
732
1 027
2 767 174
837 020
1 730 845
90 584
108 725
Demonstrações Financeiras
Risco de liquidez
O risco de liquidez traduz-se na incapacidade da Fundação em obter os meios de financiamento
necessários para a precursão das suas actividades. A Fundação considera que o risco
de liquidez é reduzido.
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os activos e passivos do Consolidado têm o seguinte escalonamento:
(103 Euros)
2007
Valor de
Balanço
Até 3 meses
De 3 meses
a 1 ano
De 1
a 5 anos
Activos intangíveis
83 486
Activos fixos tangíveis
53 653
502 692
Mais
de 5 anos
Não
sensíveis
–
–
–
–
–
693
–
–
52 960
–
–
–
82 469
420 223
ACTIVO
Investimentos não correntes
Adiantamentos
83 486
73 244
–
–
7 671
65 573
–
2 074 741
95 129
30 929
266 362
226 120
1 456 201
Outras aplicações de tesouraria
121 615
121 615
–
–
–
–
Devedores
128 504
90 875
14 650
7 635
15 312
32
Investimentos correntes
Caixa e equivalentes de caixa
104 162
104 162
–
–
–
–
3 142 097
411 781
46 272
281 668
389 474
2 012 902
PASSIVO
Provisões
222 458
4 071
12 213
65 136
136 831
4 207
Passivos financeiros correntes
4 634
3 992
642
–
–
–
Subsídios e bolsas
6 989
1 322
3 966
1 701
–
–
108 585
90 916
16 099
1 570
–
–
342 666
100 301
32 920
68 407
136 831
4 207
2 799 431
311 480
13 352
213 261
252 643
2 008 695
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
(103 Euros)
2006
Valor de
Balanço
Até 3 meses
De 3 meses
a 1 ano
De 1
a 5 anos
Activos fixos tangíveis
143 159
Investimentos não correntes
466 161
Mais
de 5 anos
Não
Sensíveis
–
–
709
–
142 450
–
10 836
–
59 473
395 852
69 926
–
–
2 118
67 808
–
2 089 601
89 944
29 402
234 818
299 258
1 436 179
Outras aplicações de tesouraria
79 201
79 201
–
–
–
–
Devedores
97 785
61 869
12 569
8 749
14 564
34
ACTIVO
Adiantamentos
Investimentos correntes
Caixa e equivalentes de caixa
137 290
137 290
–
–
–
–
3 083 123
368 304
52 807
246 394
441 103
1 974 515
PASSIVO
Provisões
225 027
4 122
12 366
65 952
138 251
4 336
Passivos financeiros correntes
5 596
2 763
2 833
–
–
–
Subsídios e bolsas
7 253
1 372
4 116
1 765
–
–
78 073
70 509
6 723
841
–
–
315 949
78 766
26 038
68 558
138 251
4 336
2 767 174
289 538
26 769
177 836
302 852
1 970 179
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
298.299
298.
Relatório Balanço e Contas 2007
A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os activos e passivos da Fundação têm o seguinte escalonamento:
(103 Euros)
2007
Valor de
Balanço
Até 3 meses
De 3 meses
a 1 ano
De 1
a 5 anos
Mais
de 5 anos
Não
sensíveis
Activos fixos tangíveis
16 902
–
693
–
–
Investimentos não correntes
64 620
–
–
–
64 620
–
717 009
–
–
–
–
717 009
2 074 741
95 129
30 929
266 362
226 120
1 456 201
121 615
121 615
–
–
–
–
48 278
7 178
20 609
6 816
13 675
–
792
792
–
–
–
–
3 043 957
224 714
52 231
273 178
304 415
2 189 419
ACTIVO
Investimentos em empresas subsidiárias
Investimentos correntes
Outras aplicações de tesouraria
Devedores
Caixa e equivalentes de caixa
16 209
PASSIVO
Provisões
218 251
4 071
12 213
65 136
136 831
–
Passivos financeiros correntes
4 634
3 992
642
–
–
–
Subsídios e bolsas
6 989
1 322
3 966
1 701
–
–
14 652
12 512
1 570
570
–
–
244 526
21 897
18 391
67 407
136 831
–
2 799 431
202 817
33 840
205 771
167 584
2 189 419
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
(103 Euros)
2006
Valor de
Balanço
Até 3 meses
De 3 meses
a 1 ano
De 1
a 5 anos
Mais
de 5 anos
Não
sensíveis
Activos fixos tangíveis
15 756
–
–
709
–
Investimentos não correntes
54 680
–
–
–
54 680
–
713 681
–
–
–
–
713 681
ACTIVO
Investimentos em empresas subsidiárias
Investimentos correntes
15 047
2 089 601
89 944
29 402
234 818
299 258
1 436 179
Outras aplicações de tesouraria
79 201
79 201
–
–
–
–
Devedores
61 790
11 953
29 280
7 888
12 669
–
1 502
1 502
–
–
–
–
3 016 211
182 600
58 682
243 415
366 607
2 164 907
Caixa e equivalentes de caixa
PASSIVO
Provisões
220 691
4 122
12 366
65 952
138 251
–
Passivos financeiros correntes
5 596
2 763
2 833
–
–
–
Subsídios e bolsas
7 253
1 372
4 116
1 765
–
–
15 497
13 348
1 308
841
–
–
249 037
21 605
20 623
68 558
138 251
–
2 767 174
160 995
38 059
174 857
228 356
2 164 907
Credores e outros passivos
Total do Fundo de Capital
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
Nota 29
Normas contabilísticas e interpretações
recentemente emitidas
As normas contabilísticas e interpretações
recentemente emitidas, mas que ainda não
entraram em vigor e que a Fundação ainda não
aplicou na elaboração das suas demonstrações
financeiras, podem ser analisadas como segue:
IFRS 2 (alterada) – Pagamentos em acções:
condições de aquisição
O International Accounting Standards Board (IASB)
emitiu em Janeiro de 2008 uma alteração ao IFRS 2
a qual se torna efectiva a partir de 1 de Janeiro
de 2009.
Esta alteração ao IFRS 2 permitiu clarificar que
(i) as condições de aquisição dos direitos inerentes
a um plano de pagamentos com base em acções
limitam-se a condições de serviço ou de performance
e que (ii) qualquer cancelamento de tais programas,
quer pela entidade quer por terceiras partes, tem
o mesmo tratamento contabilístico.
Não se prevê que a presente norma venha a ter
qualquer impacto ao nível das demonstrações
financeiras da Fundação.
aquando do cálculo do goodwill, à reavaliação,
por contrapartida de resultados, do justo valor de
qualquer interesse sem controlo detido previamente
à aquisição tendente à obtenção de controlo;
(iii) ao registo dos custos directamente relacionados
com a aquisição de uma subsidiária que passam
a ser directamente imputados a resultados; (iv) aos
preços contingentes cuja alteração de estimativa
ao longo do tempo passa a registada em resultados
e não afecta o goodwill; e (v) às alterações das
percentagens de subsidiárias detidas que não
resultam na perda de controlo as quais passam a ser
registadas como movimentos de capitais próprios.
Adicionalmente, das alterações ao IAS 27 resulta
ainda que as perdas acumuladas numa subsidiária
passarão a ser atribuídas aos interesses sem
controlo (reconhecimento de interesses sem controlo
negativos) e que, aquando da alienação de uma
subsidiária, tendente à perda de controlo qualquer
interesse sem controlo retido é mensurado ao justo
valor determinado na data da alienação.
Esta revisão do IFRS 3 e a alteração do IAS 27
são efectivas para exercícios com início a partir
de 1 de Julho de 2009.
A Fundação encontra-se a avaliar o impacto
da adopção destas normas alteradas.
IFRS 8 – Segmentos operacionais
IFRS 3 (revista) – Concentrações de actividades
empresariais e IAS 27 (alterada) – Demonstrações
financeiras consolidadas e separadas
O International Accounting Standards Board (IASB)
emitiu em Janeiro de 2008 o IFRS 3 (revisto) –
Concentrações de actividades empresarias e uma
alteração ao IAS 27 – Demonstrações financeiras
consolidadas e separadas.
Os principais impactos das alterações a estas normas
correspondem: (i) ao tratamento de aquisições
parciais, em que os interesses sem controlo
(antes denominados de interesses minoritários)
poderão ser mensurados ao justo valor (o que
implica o reconhecimento total do goodwill por
contrapartida dos interesses sem controlo) ou como
a parcela atribuível do justo valor dos activos líquidos
adquiridos (tal como actualmente requerido); (ii) aos
step acquisition em que as novas regras obrigam,
O International Accounting Standards Board (IASB)
emitiu em 30 de Novembro de 2006 o IFRS 8 –
Segmentos operacionais, o qual foi adoptado para
uso na União Europeia em 21 de Novembro de 2007.
O IFRS 8 define a apresentação da informação sobre
segmentos operacionais de uma entidade. Esta
norma especifica como uma entidade deverá reportar
a sua informação nas demonstrações financeiras
anuais, e como consequência alterará o IAS 34 –
Reporte financeiro interino, no que respeita
à informação a ser seleccionada para reporte
financeiro interino. Uma entidade terá também
que fazer uma descrição sobre a informação
apresentada por segmento, nomeadamente
resultados e operações, assim como uma breve
descrição de como os segmentos são construídos.
Esta norma é de aplicação mandatória a partir
de 1 de Janeiro de 2009.
300.301
300.
Relatório Balanço e Contas 2007
A Fundação encontra-se a avaliar o impacto
da adopção desta norma.
ao IAS 23 tenha um impacto significativo nas suas
demonstrações financeiras.
IAS 1 (alterado) – Apresentação das demonstrações
financeiras
Alteração ao IAS 32 – Instrumentos financeiros:
apresentação – Instrumentos financeiros “puttable”
e obrigações decorrentes de liquidação
O International Accounting Standards Board (IASB)
emitiu em Setembro de 2007 o IAS 1 (alterado) –
Apresentação de demonstrações financeiras,
o qual é de aplicação obrigatória a partir
de 1 de Janeiro de 2009.
O IAS 1 (alterado) exige que a informação financeira
seja agregada na preparação das demonstrações
financeiras, em função das suas características
de base e introduz a demonstração
de “comprehensive income”.
Na sequência das alterações impostas por esta
norma, os utilizadores das demonstrações financeiras
poderão mais facilmente distinguir as variações
nos capitais próprios de uma entidade decorrentes
de transacções com accionistas, enquanto
accionistas (ex. dividendos, transacções com acções
próprias) e transacções com terceiras partes,
ficando estas resumidas na demonstração
de “comprehensive income”.
A Fundação encontra-se a avaliar o impacto
da adopção desta norma ao nível das suas
demonstrações financeiras.
IAS 23 (alterado) – Custos de empréstimos obtidos
O International Accounting Standards Board (IASB)
emitiu em Março de 2007 o IAS 23 (alterado) – Custos
de empréstimos obtidos, o qual é de aplicação
obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.
Esta norma exige que as entidades capitalizem
os custos de empréstimos obtidos directamente
atribuíveis ao custo de aquisição, construção
ou produção de um activo qualificável, como parte
integrante do custo de aquisição, construção
ou produção desse activo. Assim, a opção de registar
tais custos directamente nos resultados é eliminada.
Activos qualificáveis correspondem àqueles que
necessitam de um período substancial de tempo
para ficar prontos para o seu uso pretendido
ou para venda.
A Fundação não espera que esta alteração
Fundação Calouste Gulbenkian
Demonstrações Financeiras
O International Accounting Standards Board (IASB)
emitiu em Fevereiro de 2008 uma alteração
ao IAS 32 – Instrumentos financeiros: Apresentação
– Instrumentos financeiros “puttable” e Obrigações
decorrentes de liquidação a qual é de aplicação
obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.
Esta alteração afecta a classificação de instrumentos
financeiros “puttable” e de obrigações decorrentes
de liquidação. De acordo com os actuais requisitos
do IAS 32, os instrumentos financeiros
(i) reembolsáveis em dinheiro ou através da entrega
de outros activos financeiros ou (ii) que concedem
ao detentor um direito de exigir que o emitente
proceda à sua reaquisição (instrumentos “puttable”),
são classificados como passivos financeiros.
A alteração agora efectuada a esta norma, implica
que alguns instrumentos, que actualmente
qualificam como passivos financeiros, passem a ser
reconhecidos como instrumentos de capital, caso
os mesmos representem o interesse residual último
nos activos líquidos de uma entidade.
O IASB alterou ainda o IAS 1 – Apresentação
de demonstrações financeiras tendo incluído
requisitos adicionais de divulgação relativos
a este tipo de instrumentos.
Não se prevê que a presente alteração ao IAS
32 venha a ter qualquer impacto ao nível das
demonstrações financeiras da Fundação.
IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções com acções próprias
ou acções de outras entidades do Grupo
O International Financial Reporting Committee (IFRIC)
emitiu em 2 de Novembro de 2006 a IFRIC 11, IFRS 2
– Transacções com Treasury shares e Grupo.
O IFRIC 11 vem esclarecer em que condições os
pagamentos com base em acções previstos no IFRS
2, envolvendo acções próprias ou acções de outras
entidades do Grupo, deverão ser classificados nas
demonstrações financeiras individuais das empresas
do Grupo como sendo pagamentos com base
em acções com liquidação física ou com liquidação
financeira.
Este IFRIC é de aplicação obrigatória a partir
de 1 de Janeiro de 2008.
Não se prevê que a presente norma venha
a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações
financeiras da Fundação.
IFRIC 12 – Contratos de concessão de serviços
1 de Janeiro de 2008.
Esta interpretação define as condições que devem
ser consideradas na avaliação do reconhecimento
de activos relacionados com planos de pensões à luz
dos limites estabelecidos no parágrafo 58 do IAS 19,
e discute a interacção destas regras com os eventuais
requisitos mínimos de financiamento estabelecidos
legal ou contratualmente.
A Fundação encontra-se a avaliar o impacto
da adopção desta norma ao nível das suas
demonstrações financeiras.
O IFRIC 12 – Contratos de concessão de serviços
entra em vigor a 1 de Janeiro de 2008.
O IFRIC 12 aplica-se a contratos de concessão de
serviços público-privados. Esta norma aplicar-se-á
apenas a situações onde o concedente a) controla
ou regula os serviços prestados pelo operador, e b)
controla os interesses residuais das infra-estruturas,
na maturidade dos contratos.
Não se prevê que a presente norma venha
a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações
financeiras da Fundação.
IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes
O IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes
foi emitido em Julho de 2007 e entra em vigor
para exercícios iniciados a partir de 1 de Julho
de 2008, sendo por isso apenas relevante a partir
de 1 de Janeiro de 2009.
Esta interpretação aplica-se a programas
de fidelização de clientes, onde são adjudicados
créditos aos mesmos como parte integrante
de uma venda ou prestação de serviços e estes
poderão trocar esses créditos, no futuro, por serviços
ou mercadorias gratuitamente ou com desconto.
Não se prevê que a presente norma venha a ter
qualquer impacto ao nível das demonstrações
financeiras da Fundação.
IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios
definidos, requisitos de financiamento mínimos
e sua interacção
O IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios
definidos, requisitos de financiamento mínimos e sua
interacção é de aplicação obrigatória a partir de
302.303
302.
Relatório Balanço e Contas 2007
Relatório dos Auditores
Certificação legal das contas consolidadas
Introdução
1. Examinámos as demonstrações financeiras consolidadas da Fundação Calouste Gulbenkian,
as quais compreendem o Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2007 (que evidencia
um total de 3 142 097 milhares de euros e um total de fundo de capital de 2 799 431 milhares
de euros, incluindo a transferência para o fundo de capital de 66 302 milhares de euros),
as Demonstrações consolidadas das Operações, dos Fluxos de Caixa consolidados e das alterações
no fundo de capital consolidado do exercício findo naquela data, e nas correspondentes
Notas explicativas.
Responsabilidades
2. É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de demonstrações financeiras
consolidadas, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”)
em vigor e adoptadas pela União Europeia, que apresentem de forma verdadeira e apropriada
a posição financeira do conjunto das empresas incluídas na consolidação, a transferência para
o fundo de capital consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados, bem como
a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema
de controlo interno apropriado.
3. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente,
baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras.
Âmbito
4. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes
de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo
seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se
as Demonstrações Financeiras consolidadas estão isentas de distorções materialmente relevantes.
Para tanto o referido exame incluiu:
› a verificação das demonstrações financeiras incluídas na consolidação terem sido
apropriadamente examinadas e, para os casos significativos em que o não tenham sido,
a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes
e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho
de Administração, utilizadas na sua preparação;
› a verificação das operações de consolidação;
› a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas, a sua aplicação
uniforme, tendo em conta as circunstâncias;
Fundação Calouste Gulbenkian
Relatório dos Auditores
› a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e
› a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das Demonstrações
Financeiras consolidadas.
5. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão
da nossa opinião.
Opinião
6. Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras consolidadas apresentam de forma
verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira
consolidada da Fundação Calouste Gulbenkian, em 31 de Dezembro de 2007, a transferência para
o fundo de capital consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados no exercício
findo naquela data, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”)
em vigor e adoptadas pela União Europeia.
Lisboa, 16 de Maio de 2008
KPMG & Associados
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A.
representada por
Jean-Éric Gaign
(ROC n.º 1013)
304.305
304.
Relatório Balanço e Contas 2007
Relatório dos Auditores
Certificação legal das contas
Introdução
1. Examinámos as demonstrações financeiras da Fundação Calouste Gulbenkian, as quais
compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2007 (que evidencia um total de 3 043 957
milhares de euros e um total de fundo de capital de 2 799 431 milhares de euros, incluindo
a transferência para o fundo de capital de 28 418 milhares de euros), as Demonstrações das
Operações, dos Fluxos de Caixa e das alterações no fundo de capital do exercício findo naquela
data, e nas correspondentes Notas explicativas.
Responsabilidades
2. É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de demonstrações financeiras,
em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e
adoptadas pela União Europeia, que apresentem de forma verdadeira e apropriada, a posição
financeira da Fundação, a transferência para o fundo de capital das suas operações e os fluxos de
caixa, bem como a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de
um sistema de controlo interno apropriado.
3. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente,
baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras.
Âmbito
4. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes
de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo
seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se
as Demonstrações Financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o
referido exame incluiu:
› a verificação das demonstrações financeiras terem sido apropriadamente examinadas e, para
os casos significativos em que o não tenham sido, a verificação, numa base de amostragem, do
suporte das quantias e divulgações constantes e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e
critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação;
› a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas, a sua aplicação
uniforme, tendo em conta as circunstâncias;
› a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e
› a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das Demonstrações Financeiras.
5. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa
opinião.
Fundação Calouste Gulbenkian
Relatório dos Auditores
Opinião
6. Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e
apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da Fundação
Calouste Gulbenkian, em 31 de Dezembro de 2007, a transferência para o fundo de capital das
suas operações e os fluxos de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as
Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e adoptadas pela União Europeia.
Lisboa, 16 de Maio de 2008
KPMG & Associados
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A.
representada por
Jean-Éric Gaign
(ROC n.º 1013)
306.307
306.
Relatório Balanço e Contas 2007
III. Comissão Revisora de Contas
Relatório e Parecer
Relatório da Comissão Revisora de Contas
1. Introdução
1.1. No cumprimento do disposto nos artigos 25.º e 26.º dos estatutos da Fundação Calouste
Gulbenkian, a Comissão Revisora de Contas apresenta o seu Relatório e o Parecer sobre as contas
do exercício de 2007 apresentadas pelo Conselho de Administração.
1.2. As demonstrações financeiras foram certificadas pelo revisor oficial da Fundação.
2. Análise das Demonstrações Financeiras Consolidadas da Fundação
Politicas contabilísticas
2.1. As Demonstrações Financeiras apresentadas seguem as Normas Internacionais de Relato
Financeiro (IFRS). Em 2007, foram adoptadas as IFRS 6 – Exploração e Avaliação de Recursos
Minerais e IFRS 7 – Instrumentos Financeiros. A adopção destas normas implicou alterações no
activo e no passivo, mas sem impacto no Fundo de Capital da Fundação. Para se manter a
comparabilidade, as demonstrações financeiras de 2006 apresentadas no presente Relatório foram
ajustadas de acordo com a aplicação das referidas normas.
Principais alterações ao balanço consolidado
2.2. No final de 2007, o Fundo de Capital da Fundação ascendia a € 2 799,4 milhões, o que
representa um acréscimo de € 32,3 milhões (1,2 por cento). O activo e o passivo consolidado da
Fundação ascenderam a € 3 142,1 milhões e € 342,7 milhões, respectivamente, correspondendo a
acréscimos de € 59 milhões e € 26,7 milhões.
2.3. O activo corrente apresenta um acréscimo de € 25,1 milhões, enquanto o activo não corrente
aumentou € 33,8 milhões. O aumento do passivo reflecte no essencial o aumento da rubrica de
credores e outros passivos em € 30,5 milhões.
Análise da Demonstração consolidada
2.4. O conjunto do retorno das actividades petrolíferas e do retorno financeiro da Fundação situou-se
em € 204,2 milhões, o que representa um acréscimo de cerca de 5,8 por cento relativamente a 2006.
2.5. Os custos com as actividades directas cresceram 1,1 por cento, enquanto que os outros custos
administrativos e operacionais aumentaram 24,8 por cento. Este acréscimo foi muito concentrado
nas empresas participadas, uma vez que a Fundação apenas apresentou um crescimento de cerca
de 4 por cento nesta rubrica.
310. 311
Relatório Balanço e Contas 2007
2.6. Também é de referir que, este ano, o resultado foi prejudicado pelo aumento da Imparidade
sobre os activos de € 14,6 milhões, enquanto que em 2006 beneficiou da redução líquida da
Imparidade de € 14,2 milhões.
3. Conclusões
3.1. Os membros da Comissão Revisora de Contas dispuseram dos elementos necessários à análise
que lhe competia.
3.2. Nestes termos, a Comissão Revisora de Contas emite, de acordo com o artigo 26.º dos
estatutos, o seguinte parecer:
Fundação Calouste Gulbenkian
Comissão Revisora de Contas
Parecer
› Tendo em conta que as demonstrações financeiras individuais e consolidadas apresentam
de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição
financeira individual e consolidada da Fundação Calouste Gulbenkian, e que os critérios
contabilísticos foram uniformemente aplicados à Fundação e às empresas subsidiárias e que foram
disponibilizados os documentos e dados os esclarecimentos pedidos sobre a evolução económica e
financeira da Fundação;
› Considerando que a acção do Conselho de Administração se processou de acordo com o previsto
nos estatutos;
› Considerando que a Fundação continua a afectar a grande parte dos seus rendimentos aos seus
fins estatutários e ao reforço da sua capacidade financeira;
› A Comissão Revisora de Contas deliberou:
a) Salientar a evolução positiva da situação financeira da Fundação durante o ano de 2007;
b) Realçar o desempenho do Conselho de Administração na gestão da Fundação no ano de 2007;
c) Manifestar o apreço a todos os colaboradores da Fundação pelo empenho e competência no
cumprimento das suas funções;
d) Homologar as Contas da Fundação referentes ao exercício de 2007 da Fundação Calouste
Gulbenkian.
Lisboa, 16 de Junho de 2008
Dr. Luís Morais Sarmento
Director-Geral do Orçamento
Dr. José Nuno Rangel Cid Proença
Director-Geral da Segurança Social
Prof. Doutor Manuel Jacinto Nunes
Vogal designado pela Academia das Ciências de Lisboa
Prof. Arquitecto Augusto Pereira Brandão
Vogal designado pela Academia Nacional de Belas-Artes
Dr. Manuel Maçaroco Candeias
Vogal designado pelo Banco de Portugal em representação dos bancos e casas bancárias
312.313
Relatório Balanço e Contas 2007
Direcções de Serviço
Secretaria do Conselho de Administração
Gabinete do Presidente
› Rui Esgaio, Director
Biblioteca de Arte
› José Afonso Furtado, Director
› Ana Paula Gordo, Directora Adjunta
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
› Jorge Molder, Director
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
› João Pedro Garcia, Director Interino
Delegação no Reino Unido
› Andrew Barnett, Director
Instituto Gulbenkian de Ciência
Serviço de Comunicação
› Elisabete Caramelo, Directora
Serviço das Comunidades Arménias
› Zaven Yegavian, Director
› Astrig Tchamkerten, Directora Adjunta
Serviço de Contabilidade
› João Coelho, Director
Serviço de Educação e Bolsas
› Manuel Carmelo Rosa, Director
› Maria Helena Melim Borges, Directora Adjunta
› Margarida Abecasis, Directora Adjunta
Serviço de Finanças e Investimentos
› Alasdair Mackintosh, Director
Serviço Internacional
› António Coutinho, Director
› José Mário Leite, Director Adjunto
› João Pedro Garcia, Director
Museu Calouste Gulbenkian
› João Castel-Branco Pereira, Director
› Nuno Vassalo e Silva, Director Adjunto
› Luís Pereira Leal, Director
› Rui Vieira Nery, Director Adjunto
› Miguel Sobral Cid, Director Adjunto
Serviço de Belas-Artes
› Manuel Costa Cabral, Director
Serviços Centrais
› António Repolho Correia, Director
› Celso Matias da Silva, Director Adjunto
› Maria João Botelho, Directora Adjunta
Serviço de Ciência
› João Caraça, Director
› Francisca Pereira de Moura, Directora Adjunta
Serviço de Música
Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo
› Cristina Pires, Directora
Serviço de Recursos Humanos
› Ana Rijo da Silva, Directora
Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
› Manuel Rodrigues Gomes, Director
› Sérgio Gulbenkian, Director Adjunto
› Maria Hermínia Cabral, Directora Adjunta
› Maria Luísa Valle, Directora Adjunta
314. 315
Relatório Balanço e Contas 2007
Informações Úteis
Edifício da Sede
Administração, Serviços, Recepção, Auditórios,
Bilheteira, Loja/Livraria, Zona de Congressos
Av. de Berna, 45-A • 1067-001 Lisboa
Tel. 21 782 3000 (geral)
Fax 21 782 3021 (geral)
Site: www.gulbenkian.pt
E-mail: [email protected]
‡ Loja/Livraria [ Átrio da Fundação ]
HORÁRIO:
Segunda a Sábado: das 09h30 às 17h45
Dias de concerto: 1 hora antes do início
e até ao primeiro intervalo
Domingos: encerrado
Edifício do Museu Calouste Gulbenkian
‡ Museu
Fax 21 782 3032
Site: www.museu.gulbenkian.pt
E-mail: [email protected]
Loja
Cafetaria
HORÁRIO:
Terça-feira a Domingo: das 10h00 às 18h00
Segundas e dias 01/01, 01/05, 25/12
e Domingo de Páscoa: encerrado
‡ Biblioteca de Arte
Fax 21 782 3044
Tel. 21 782 3458
Site: www.biblarte.gulbenkian.pt
E-mail: [email protected]
HORÁRIO:
Segunda a Sexta-feira: das 09h30 às 17h30
Sábados, Domingos e Feriados: encerrada
Centro de Arte Moderna José
de Azeredo Perdigão
Rua Dr. Nicolau Bettencourt • 1050-078 Lisboa
Tel. 21 782 3000 (geral)
Fax 21 782 3037
Site: www.camjap.gulbenkian.pt
E-mail: [email protected]
Galeria de Exposições Temporárias
Loja/Livraria
Cafetaria
HORÁRIO:
Terça-feira a Domingo: das 10h00 às 18h00
Segundas e dias 01/01, 01/05, 25/12
e Domingo de Páscoa: encerrado
Instituto Gulbenkian de Ciência
Rua da Quinta Grande, 6 • 2780-156 Oeiras
Tel. 21 440 7900
Fax 21 440 7970
Site: www.igc.gulbenkian.pt
E-mail: [email protected]
‡ Biblioteca
HORÁRIO:
Segunda a Sexta-feira: das 09h30 às 17h00
Sábados, Domingos e Feriados: encerrada
Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris
51, Avenue d’Iéna, 75116 Paris • FRANÇA
Tel. (00331) 53 23 93 93
Fax (00331) 53 23 93 99
Site: www.gulbenkian-paris.org
E-mail: [email protected]
Delegação no Reino Unido
98, Portland Place, London W1B 1ET • REINO UNIDO
Tel. (004420) 7636 5313
Fax (004420) 7908 7580
Site: www.gulbenkian.org.uk
E-mail: [email protected]
Fundação Calouste Gulbenkian
Informações Úteis
Fax e e-mail dos Serviços da Sede
‡ Secretaria do Conselho de Administração
Fax 21 782 3035
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Educação e Bolsas
Fax 21 782 3048/3052
E-mail: [email protected]
‡ Gabinete do Presidente
Fax 21 782 3025
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Finanças e Investimentos
Fax 21 782 3017
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Belas-Artes
Fax 21 782 3054
E-mail: [email protected]
‡ Serviço Internacional
Fax 21 782 3031
E-mail: [email protected]
‡ Serviços Centrais
Fax 21 782 3631
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Música
Fax 21 782 3041
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Ciência
Fax 21 782 3019
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo
Fax 21 782 3051
‡ Serviço de Recursos Humanos
Fax 21 782 3049
‡ Serviço de Comunicação
Fax 21 782 3027
E-mail: [email protected]
‡ Serviço das Comunidades Arménias
Fax 21 782 3114
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano
Fax 21 782 3053
E-mail: [email protected]
‡ Serviço de Contabilidade
Fax 21 782 3042
E-mail: [email protected]
Gulbenkian na Internet
•
www.gulbenkian.pt
Museu Calouste Gulbenkian
Centre Culturel Calouste Gulbenkian (Paris)
www.museu.gulbenkian.pt
www.gulbenkian-paris.org
Serviço de Música
UK Branch (Londres)
www.musica.gulbenkian.pt
www.gulbenkian.org.uk
Bilheteira on-line
Artafrica
www.bilheteira.gulbenkian.pt
www.artafrica.gulbenkian.pt
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
Leitura
www.camjap.gulbenkian.org
www.leitura.gulbenkian.pt
Biblioteca de Arte
Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística
www.biblarte.gulbenkian.pt
www.programacriatividade.gulbenkian.pt
Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC)
Montra Virtual
www.igc.gulbenkian.pt
www.montra.gulbenkian.pt
316.317
316.
Relatório Balanço e Contas 2007
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
Coordenação
Secretaria do Conselho de Administração
Design
[B2 Design]
Fotografia da capa
Thomas Weinberger, 2007
Colecção Fundação Calouste Gulbenkian
Revisão
am edições | antónio alves martins
Impressão
Textype
Lisboa, Julho de 2008
1500 exemplares
ISBN
978-972-31-1246-7
Depósito legal
127 156/98
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Serviço de Ciência - Fundação Calouste Gulbenkian