04 Opinião
SÁBADO, 26 DE ABRIL DE 2014
Folha da Manhã
DESDE 8 DE JANEIRO DE 1978
Fundador Aluysio Cardoso Barbosa (1936-2012) Diretoria Diva dos Santos Abreu Cardoso Barbosa, Aluysio Abreu Barbosa e Christiano Abreu Barbosa
Editor Geral Rodrigo Gonçalves
JOSÉ RENATO
PONTO FINAL
ARTIGO
O conflito
entre Rússia
e Ucrânia
ALUYSIO CARDOSO BARBOSA
China em Campos
A China, que andou meio sumida do noticiário da economia fluminense desde que pulou fora do projeto do Porto do
Açu, agora está de volta. Ontem, o chanceler da China,
Wang Yi, afirmou que seu país quer aumentar os investimentos feitos no Brasil, em especial na área de infraestrutura. Yi se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do
Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, em Brasília. Uma destas
áreas é Campos.
* SÉRGIO AZEVEDO
O mentor
O consultor campista Ayrton Maciel é quem está alinhavando esses contatos e já manteve conversações com representantes do governo chinês mostrando uma gama de possibilidades dos municípios de Campos e São João da Barra. Os
chineses querem obras de infraestrutura, mas para isso
terão que fazer investimentos em pontos estratégicos, e
Campos está rigorosamente na rota.
Iniciativa privada
O ministro chinês disse que nos últimos anos seu país vem
estudando criar um fundo de alto valor para apoiar obras de
infraestrutura na América Latina. Acrescentou, ainda, que
o governo da China vai estimular as empresas do país a
participarem de projetos de interesse do Brasil. A reboque
virão outros investimentos ligados diretamente à iniciativa
privada.
Possibilidades
Não se fala por enquanto da volta dos chineses ao projeto
do Porto do Açu, mas essa possibilidade não é impossível. Os
chineses detêm alta tecnologia em obras de infraestrutura.
No caso de Campos, o que mais interessa é sediar espaços
para empresas que têm essa tecnologia e também possíveis
investimentos na iniciativa privada. São projetos que devem
sair mesmo do papel.
GENILSON PESSANHA
ROBSON MACIEL JR.
“Para inglês ver”
Creio que todo brasileiro tenha ouvido a
expressão “para inglês ver”. Nos livros de
história consta que a expressão nasceu
após o Brasil realizar um acordo com a
Inglaterra onde se comprometia a não
mais trazer escravos da África e, mesmo
assim, ter continuado com a travessia dos
navios negreiros, até mais intensamente,
dizem alguns. Em minhas leituras, principalmente sobre história e direito, me deparei várias vezes com a expressão “para inglês ver”, sempre denotando a falta de sinceridade de autoridades brasileiras em
cumprir as regras por elas próprias criadas.
Fazendo uma associação dessa triste expressão, que faz parte da nossa história,
com o que acontece em nossa realidade
atual, percebo que esse comportamento
ainda se manifesta em boa parte de nossas
instituições. A precariedade de fiscalização
materializa, diuturnamente, a velha expressão “para inglês ver”. Apenas como
exemplo, recordo o caso da polêmica sentença de um juiz de Campos dos Goytacazes que suspendeu a cobrança de pedágios
da BR 101. A sentença em si foi louvável e
declarei meu apoio à época dos fatos.
É entristecedor perceber que, no caso da
BR 101, mesmo com inúmeros órgãos de
fiscalização, como, por exemplo, Tribunal
de Contas da União, Agência Nacional de
Transportes Terrestres e até mesmo o Ministério Público Federal, nada foi feito, até um
órgão estadual se movimentar para tomar
uma atitude. Destaco, neste momento, que
um dos mais fortes argumentos contra a
sentença do juiz de Campos foi o fato de ele
não ser autoridade competente para julgar
o caso. Lastimável!
Quem se ocupa de estudar a legislação
brasileira percebe o imenso número de instituições destinadas a fiscalizar o cumprimento das leis. São tantas as instituições de
fiscalização que seria impossível citar todas aqui, seja por falta de espaço de linhas,
seja por falta de memória capaz de lembrar
todas elas. O fato é que diante de tantas
instituições, vemos a mesma ineficiência
dos serviços públicos, que parecem nunca
ter fim. Agora, quando se aproximam as
eleições, CPIs vão sendo criadas em Brasília
para investigar fraudes em empresas públicas. Com tanto remédio contra a corrupção, acho que o Brasil está intoxicado.
*ADVOGADO
ANÍBAL WAGNER
“CORRIDA MALUCA” Quem trafegava pela avenida Alberto
Lamego, próximo à Uenf na manhã de ontem foi surpreendido
por uma cena no mínimo inusitada. Dois motoristas dirigiam
carros, que mais pareciam sucatas e sem qualquer segurança
Crítico
Por falar em infraestrutura, o complicado trânsito de
Campos volta a ser repensado. Pensando bem, é preciso
pensar muito sobre isso.
Algo tem que ser feito. Se
não for, em mais meia dúzia
de anos, com a previsão de
aumento da frota, ficará impraticável transitar na área
central de Campos. A cidade
já chegou ao limite neste
item. Algo tem que ser feito
o mais rápido possível, senão
complica.
Transporte
urbano
O primeiro passo deveria
ser uma melhoria substancial da qualidade do transporte coletivo urbano, ou seja,
os ônibus. Hoje, a única vantagem é a passagem barata.
Mas não adianta passagem
barata e poucos ônibus. Por
isso, o governo municipal
promete jogar duro com as
empresas cobrando responsabilidades, até porque a passagem é barata, mas existem
compensações.
Aceitou
A Justiça Federal do Paraná aceitou ontem mais uma
denúncia do Ministério Público Federal (MPF), referente
à Operação Lava-Jato. Um
dos nomes que aparecem
nesta denúncia é o do exdiretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa. Outras nove
pessoas, entre elas o doleiro
Alberto Youssef, também
aparecem no processo. Ao
todo, 18 pessoas já foram denunciadas pelo MPF no caso.
Com isso, passam a ser chamadas de réus.
Boi voador
O hospital de Trajano de
Moraes, na Região Serrana,
teve um invasor inusitado.
As imagens registradas pelo
circuito interno de vigilância da unidade só foram divulgadas agora e mostram
um boi correndo pelo corredor atrás de pacientes e funcionários. Após um barranco
situado dentro do terreno do
hospital ceder, o animal caiu
dentro da unidade. A prefeitura da cidade informou que
ninguém ficou ferido e apenas alguns objetos foram
quebrados, como cadeiras e
portas. A direção do hospital
acionou a polícia local para
resgatar o boi.
O voleibol perde Luciano do Valle
A Rede Globo transmite hoje a final da
Superliga ao vivo, às 10h, entre UnileverRio de Janeiro e Sesi-São Paulo, no entanto,
a relação deste evento com Luciano do Valle Queirós é, em parte, desconhecida do
grande público, que tem a última imagem
do mesmo apenas como comentarista da
Rede Bandeirantes. Mas basta retroceder
um pouco no tempo para entender Luciano
do Valle e sua relação com o voleibol.
Ao fazer a final de voleibol pela TV das
Olimpíadas de Montreal, em 1976, o jogo
estourou na previsão do satélite e no último set houve uma interrupção na transmissão. Mas como o público exigia que fosse passada a final, a Globo teve que botar o
teipe no ar no dia seguinte. Nessa época, o
Brasil era um país do futebol e não disputava a final das Olimpíadas. Ele ficou pensando nisso. A partir daí, começou a ver o
voleibol com os olhos mais abertos e aí
entra a história da “Promoação”.
Em 1982, quando ainda trabalhava na
Globo, tentou convencer os diretores a investirem na promissora modalidade, mas o
tempo incerto das partidas não os motivou,
pois consideravam que atrapalhariam a
programação tradicional da emissora. Convencido de tal potencial, foi para a Record.
Juntamente com Luciano, transferiu-se a
recém fundada empresa de promoções esportivas, a Promoação, que, em julho de
1982, adquiriu os direitos de transmissão
exclusiva do Campeonato Mundial Masculino (Argentina) e dos Mundialitos feminino e masculino (Rio de Janeiro). O locutor,
que recebia na época U$$ 3.000 fixos, passou a receber 50% dos lucros obtidos com as
transmissões, promovidas em conjunto por
sua empresa e Record. Desenvolveu a tarefa
de ligação do voleibol com a televisão e patrocinadores com perfeição e a modalidade
ganhou prestígio ao ser tratada com prioridade na programação da Record.
Luciano também contribuiu para que o
voleibol brasileiro entrasse no Livro dos Recordes. No dia 26 de julho de 1983, organizou o Grande Desafio de Vôlei entre as seleções masculinas do Brasil e da União Soviética, no Maracanã. Com transmissão ao
vivo e com chuva, o templo do futebol recebeu 95.887 pagantes, algo inimaginável
para o mais otimista dos esportistas.
Nos últimos anos de carreira, reduziu
suas atividades empresariais, tendo continuado a narrar o Campeonato Brasileiro de
Futebol e provas da IRL pela Rede Bandeirantes. E mesmo afastado do voleibol nos
dias mais recentes, deixa um enorme legado, que nos permite dizer muito obrigado,
“Luciano do Vôlei”.
*MESTRE EM COMUNICAÇÃO/UFRJ
DIRETOR GERAL DA UNIVERSO-CAMPOS
O colapso da União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas, formada por 15
países, em 1991, não foi previsto por
nenhum dos inúmeros grupos de pesquisas das universidades europeias e
norte-americanas que nos anos 80
acompanhavam o dia a dia do “Império Soviético”. Ressalte-se que após o
final da Segunda Grande Guerra (1945)
a expansão dos países socialistas liderados pela URSS cresceu de forma assustadora para o Ocidente. A ocupação
de parte da Europa pelo Exército Vermelho transformou a Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e parte da Alemanha (República
Popular da Alemanha) em membros do
bloco Soviético. O desmanche da União
Soviética, além de enfraquecer a Federação Russa, terminou com a liderança
de Moscou sobre os ex-países socialistas
da Europa. O mais grave ainda foi que
muito deles ingressaram na União Europeia. O mesmo aconteceu com os
países bálticos, Estônia, Letônia e Lituânia, que pertenciam à URSS, sendo
que os dois primeiros possuem mais de
30% de população de origem russa, em
decorrência da política soviética de eslavização de suas fronteiras com o Ocidente. A derrubada de um governo prómoscou da Ucrânia, através de manifestações de massa em favor de uma
integração com o Mercado Comum Europeu, fez com que Moscou se sentisse
ameaçado por dois motivos: o primeiro
é que ficou explícito o desejo dos EEUU
e da Comunidade Europeia de levar a
Ucrânia para a OTAN (aliança militar
ocidental). Isso poderia minar a zona
de separação entre a Federação Russa e
a Europa da qual a Ucrânia faz parte. O
segundo motivo seria a possibilidade
de perder a base naval da Crimeia, que
permite o acesso da marinha russa ao
Mediterrâneo. A ocupação russa da Crimeia já era de fato esperada por todos,
ainda que o governo de Kiev e o Ocidente tenham realizado críticas e sanções
puramente simbólicas. Na verdade, a
Crimeia sempre foi majoritariamente
de população russa, sendo que Nikita
Khruschov, em meados dos anos 50, na
qualidade de Primeiro Ministro da
URSS, resolveu oferecer a Crimeia à
Ucrânia como forma de lograr um forte apoio pessoal do país que foi criado e
trabalhou durante muitos anos de sua
carreira política, antes de ir para Moscou. O problema atual é como resolver
a questão da população russa que vive
em uma outra grande região da Ucrânia e que não deseja ficar sob o domínio
de Kiev. Para o governo ucraniano e os
EEUU, trata-se de “terroristas” que com
apoio informal russo ocuparam várias
cidades. A tentativa de recuperar esses
territórios pela força é vista como inaceitável pelo governo russo, que propõe
um status de maior autonomia para essa região. Nesse momento, estamos em
uma situação difícil! Obviamente que
os russos, do ponto de vista militar,
podem ocupar rapidamente essa região.
Entretanto, isso obrigaria o Ocidente a
criar fortes sanções econômicas e políticas à Rússia. Um enfrentamento militar entre a Rússia e o Ocidente é improvável, pois seria perigoso e poderia
gerar situações não controláveis.
* CIENTISTA POLÍTICO E PROFESSOR DA UENF
Bope
A Polícia Militar iniciou
ontem uma série de operações em Niterói . Policiais do
Batalhão de Operações Especiais (Bope) apreenderam na
comunidade da Grota do Surucucu, em São Francisco,
166 pedras de crack, 19 cápsulas de cocaína, 24 trouxinhas de maconha, 65 trouxinhas de desirée (mistura de
crack e cocaína) e um rádio
transmissor. Homens do Batalhão de Choque e do 12º
BPM (Niterói) também participam das ações. O Bope precisa passar por aqui.
RESPONSÁVEIS: ALOYSIO BALBI, ALUYSIO ABREU BARBOSA,
ALEXANDRE BASTOS E RODRIGO GONÇALVES
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