Poder da Imagem
Maria Beatriz Gomes da Silva
http://www.ufrgs.br/psiq/vio_imag.html
Uma expressão popular muito utilizada diz: um exemplo vale por mil palavras. Se
considerarmos que a imagem é também um exemplo, podemos, por analogia, fazer a mesma
afirmação.
Os educadores, talvez mais do que outros profissionais, sabem o poder didático que qualquer
imagem tem e se utilizam deste recurso com grande freqüência, pode-se dizer, até,
diariamente. A imagem tem o poder de criar e recriar a realidade independentemente do
tempo e do espaço que se pretenda representar.
Desta verdade, há muito tempo cientificamente reconhecida e pesquisada, emergiram várias
aplicações não só no dia a dia das escolas, mas no de cada cidadão ao longo de toda sua vida,
e, dentre elas, a mais utilizada é, sem dúvida, a TELEVISÃO.
A televisão, avanço tecnológico criado fundamentalmente para o entretenimento das pessoas,
mostrou-se, desde logo, instrumento inculcador de ideologias, de costumes, de modas e,
sobretudo, de valores que concorrem com os da família e da escola.
Não haveria problema se tal concorrência viesse a reforçar aqueles valores universalmente
reconhecidos como essenciais à sobrevivência e à paz da humanidade. No entanto, nem
sempre, ou muito pouco, isto acontece. Especialmente nos últimos anos, o que se observa é o
uso das imagens não para reforçar valores como a VIDA, a SOLIDARIEDADE, o
RESPEITO às DIFERENÇAS e tantos outros, mas, sim, a exacerbação do ÓDIO, da
MORTE como solução da VIOLÊNCIA, como caminho para qualquer coisa que se deseje.
O mal não está na TELEVISÃO, mas no uso que dele está sendo feito.
Neste cenário, só existe uma saída para pais e educadores que queiram realmente formar
cidadãos e este caminho não é o de apagar a telinha ou simplesmente o de mudar o canal. A
imagem é um texto e como tal precisa ser refletida e analisada, em conjunto, pelos seus
usuários para impedir que, especialmente, a VIOLÊNCIA continue sendo explorada de forma
tão sensacionalista pela mídia.
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