ESPAÇO DOLORES BORDIGNON
Secretaria Estadual da Saúde
Programa Primeira Infância Melhor
Dolores Maria B. Bordignon
O homem é um ser
geneticamente social e
seu crescimento
intelectual ocorre a
partir da apropriação
de conhecimentos
culturais, ou seja, do
processo de ensino e
aprendizagem. A
criança como um ser
social, tem seu
desenvolvimento entre
outros seres humanos,
em um espaço e
tempo determinados.
Todos sabemos como foi difícil aprender a falar, a
andar, a andar de bicicleta, aprender a nadar, ou
algum outro esporte, etc. Para aprender essas
coisas era preciso incorporar noções de tempo e
espaço, de distância, de equilíbrio e de tantas
outras coisas que desenvolvemos sem falar sério e
sem nos darmos conta.
Apenas tentamos
muito, encorajados
pelos que nos
cuidavam ou por nós
mesmos, simplesmente
com o intuito de nos
divertir e conquistar o
mundo.
E todos aprendemos,
não foi?
A brincadeira é uma
atividade específica da
infância.
Brincando a criança
experimenta,
descobre,inventa,
aprende e confere
habilidades.
Estimula a curiosidade,
a auto-confiança e a
autonomia,
proporcionando o
desenvolvimento da
linguagem, do
pensamento, da
concentração e atenção.
Brincar é tão sério
para a criança
quanto o trabalho
é para o adulto.
Na brincadeira que se
complementa
com o brinquedo,
a criança vai construir
o seu conhecimento
de mundo
e exercitar suas
vivências junto
às demais crianças.
Brincar é indispensável a saúde física, emocional
e intelectual da criança e irá contribuir, no
futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto.
O brinquedo,
visto como
objeto, suporte
da brincadeira,
permite à criança
criar, imaginar e
representar a
realidade e as
experiências por
ela adquiridas.
O brinquedo também pode ser visto como fruto da
imaginação. Através dele a criança representa o mundo
imaginário que ela criou e aprende a agir.
Desde a pré-história as crianças brincam com qualquer
objeto ou material. É no brinquedo que a criança encena
suas construções.
“O brinquedo é um mudo diálogo da criança com seu
povo”. (Benjamim,1984)
Brincar significa
sempre libertação!
A essência do brincar
não está no fazer como
se,mas um
“fazer sempre de novo”!
Um bichinho de pelúcia
pode ser um bom
companheiro; uma bola
é um convite um
exercício motor, um
quebra-cabeças desafia
a inteligência e um colar
faz a menina sentir-se
bonita e importante
como a mamãe.
Bettelheim (1988)
diz que a grande
contribuição da
brincadeira na sua
relação com a
cultura é a
capacidade da
criança de aprender
a não desistir aos
primeiros sinais de
fracasso, e sim,
tentar e tentar
novamente...
“Crianças
que não tem
oportunidade de
brincar
e com as quais
raramente
se brinca
sofrem graves
interrupções,
pois é nas
brincadeiras
que elas
exercitam seus
processos
mentais”.
(Bettelheim,1988)
As crianças entram em
contato o tempo todo,
durante a brincadeira,
com signos produzidos
pela cultura à qual
pertencem.
Por exemplo: a
brincadeira de casinha,
de escola, de loja, de
fazer comidinha, de
guerra interpretando os
heróis da televisão –
polícia e ladrão - desfile
de moda, a escolha da
boneca da Xuxa ou da
Barby de acordo com a
propaganda da TV, ...
Cada faixa etária
representa um momento
de desenvolvimento da
criança
e os brinquedos devem
seguir esse processo.
Brincando a criança
desenvolve
o seu senso de
companheirismo,
aprende a conviver,
aprende a ganhar ou perder,
aprende regras,
aprende a esperar sua vez,
aprende a lidar com as
frustrações
e eleva o nível de motivação.
Desenvolvimento da Criança de 0 - 1 ano
 Movimenta a cabeça e é capaz de levantá-la
ligeiramente quando deitado de costas ou de bruços.
Estende os braços para os lados, sem direção.
Tenta alcançar e agarrar com preensão objeto à sua frente.
Coloca objetos na boca.
Mantém a cabeça ereta e firme quando carregada em pé.
 Deitada de bruços, sustenta cabeça e peito, apoiada nos
antebraços.
Vira de bruços para o lado.
Rola de bruços e de costas para o lado.
Puxa para sentar-se quando agarrada nos dedos do adulto.
Larga um objeto deliberadamente para pegar outro.
Pula para cima e para baixo quando em posição de pé,
enquanto apoiada.
 Coloca-se em posição de joelhos.
 Coloca-se em posição de pé.
 Inicia o processo de engatinhar.
 Fica de pé com o mínimo de apoio.
 Vira a vasilha despejando objetos.
 Faz movimento de enfiar ou tirar com
colher ou pá.
 Coloca objetos grandes em um
recipiente.
 Abaixa-se para sentar.
 Bate palmas.
 Caminha com mínimo de auxílio.
 Dá alguns passos sem apoio.
Idade 1 a 2 anos
 Engatinha.
 Passa da posição sentada para em pé.
 Sobe em cadeira de adulto, vira-se e senta-se.
 Coloca aros num pino.
 Constrói torres.
 Faz rabisco com lápis de cera ou lápis (garatujas).
 Vira páginas de um livro, várias de uma vez.
 Caminha independentemente.
 Desce as escadas sentado.
 Senta-se em cadeira pequena.
 Empurra e puxa brinquedos enquanto
anda.
Idade 2 a 3 anos
 Vira trincos e maçanetas de portas.
 Caminha para trás.
 Desce escadas ainda com ajuda.
 Atira bola para o adulto.
 Vira página, uma de cada vez.
 Desembrulha objeto pequeno.
 Dobra papel.
 Desparafusa brinquedos de encaixe.
 Dá pontapés em bolas grandes.
 Brinca com argila.
 Dá cambalhotas para frente,
com ajuda.
Idade 3 a 4 anos
 Martela pinos.
 Brinca com quebra-cabeça.
 Corta com tesoura.
 Anda na ponta dos pés.
 Segura lápis entre o polegar e o indicador.
 Impulsiona o corpo para frente no balanço, pondo-o em
movimento.
 Trepa e escorrega para baixo em escorregador.
 Dá cambalhota para frente.
 Sobe escada alternando os pés.
 Marcha.
 Agarra bola com as duas mãos.
 Usa molde.
 Pedala triciclo.
Idade 4 a 5 anos
 Fica apoiada num pé só, sem ajuda.
 Corre mudando a direção.
 Caminha sobre tábua de equilíbrio.
 É capaz de pular.
 Bate e agarra bola grande.
 Recorta curva.
 Parafusa objeto rosqueado.
 Desce escadas com pés alternados.
Idade 5 a 6 anos
 Caminha
sobre o meio-fio.
 Dribla bola com direção.
 Usa apontador de lápis.
 Capaz de pular corda sozinha.
Apanha objeto do chão enquanto
corre.
 Anda de bicicleta.
 Permanece num pé só, sem apoio,
com olhos fechados.
Bate na bola com bastão ou vareta.
Recordo ainda
Recordo ainda..e nada mais me importa
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre de lembrança,
Algum brinquedo novo a minha porta...
Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino...acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente”
(Mário Quintana)
"As crianças aprendem com o
que elas convivem.
Se uma criança
vive com criticismo,
ela aprende a condenar.
Se uma criança vive com
hostilidade, ela aprende a
brigar. Se uma criança vive
com tolerância, ela aprende a
ser paciente. Se uma criança
vive com encorajamento, ela
aprende a ser confiante.
Se uma criança vive com
segurança, ela aprende a ter
fé. Se uma criança vive com
aceitação, ela aprende a
encontrar amor no mundo."
Tratamos
nossos filhos
de acordo como
nós
os vemos.
Você tem de me ouvir
com os olhos ,
e não só
com os ouvidos!!
Quando você puder, pai.
Vou esperar lá fora,
envelhecendo!!
Eco
“Um menino/a aprende a caminhar,
não porque tenha pernas,
sim porque seus pais desejam que
ele caminhe e o consideram
capaz de caminhar.
Apesar de saber que quando sozinho ,
poderá “escapar-se” e ir para onde
eles não poderão controlá-lo.
Sabem que poderia
deixar de necessitá-los
para que o levem no colo e ainda assim,
promovem o caminhar.”
Alícia Fernández
Torcida
Carlos Drummond de Andrade
Formatação: Ria
[email protected]
Mesmo antes de nascer,
já tinha alguém torcendo por
você.
Tinha gente que torcia para
você ser menino.
Outros torciam
ser menina.
Torciam para você puxar a
beleza
da mãe,
o bom humor
do
pai.
para você
Estavam torcendo
para você nascer
perfeito.
Daí continuaram torcendo...
Torceram pelo seu
primeiro
sorriso,
pelo primeiro
passo.
pela primeira
palavra,
O seu primeiro
dia de escola
foi a maior
torcida.
E de tanto torcerem
por você,
você aprendeu a
torcer.
E o primeiro gol, então?
Começou a torcer para ganhar muitos presentes
e flagrar
Papai Noel.
Torcia o nariz para o
quiabo e a escarola.
Mas torcia por hambúrguer e
refrigerante.
Começou a torcer até
para um time.
Provavelmente, nesse dia, você descobriu
gente que torce diferente de você.
que tem
Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho,
escovar os dentes, estudar inglês e piano.
Eles só estavam torcendo para você
ser uma
pessoa bacana.
Seus amigos torciam para
você usar brinco,
cabular aula, falar palavrão.
Eles também estavam
torcendo para você ser
bacana.
Nessas horas, você
só torcia para não
ter nascido.
E por não saber
pelo que você
torcia,
torcia torcido.
Torceu para seus irmãos se ferrarem,
torceu para o mundo explodir.
E quando os hormônios começaram a torcer,
torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso.
Depois começou a torcer pela sua liberdade.
Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua.
Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.
Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã,
para as idéias dos professores
e para qualquer opinião dos seus pais.
Todo mundo queria era torcer
seu pescoço.
o
Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro.
Torceu para ser médico, músico, advogado.
Na dúvida, torceu para ser físico nuclear
ou jogador
de futebol.
Seus pais torciam para passar logo essa fase.
No dia do vestibular, uma grande torcida se formou.
Pais, avós, vizinhos, namoradas
e todos os santos torceram por você.
Na faculdade, então, era torcida pra todo lado.
Para a direita, esquerda, contra a corrupção,
a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.
E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo
de tanto olhar
para ela.
Primeiro, torceu para ela não ter outro.
Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo,
muito magro.
Descobriu que ela torcia igual a você.
E de repente vocês estavam torcendo
acordar desse sonho.
Torceram para ganhar a geladeira, o microondas
grana para a viagem de lua-de-mel.
E daí pra frente você entendeu que a vida
uma grande torcida.
para não
ea
é
Porque, mesmo antes do seu filho nascer,
já tinha muita gente torcendo por ele.
Mesmo com toda essa torcida, pode ser que você ainda
conquistado algumas coisas.
Mas muita gente ainda torce por você!
não tenha
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