Ficha de Campo
1. Identificação da Equipa
Escola:
EB 2,3 Colares
Equipa:
8º ano
Localização
Colares, Concelho de Sintra, Distrito de Lisboa
Vila/cidade/distrito e país
2. Caracterização da Amostra
Nome da
Rocha
Sienito
Peninha, Parque Natural Sintra – Cascais (Lat. 38º46’S.96’’N/Long. 9º27’.08’’W)
Localização
Região, local e as
coordenadas
geográficas do
local, se possível
Descrição
Dimensões, tipo
de minerais,
textura,
propriedades
(compacção,
cimentação,
xistosidade,
porosidade), tipo
As rochas de natureza sienitica apresentam texturas granulares mais ou menos
grosseiras, estabelecendo mineralogicamente a passagem para os granitos e
para os dioritos. Caracterizam-se também pela sua forma arredondada e
geralmente de grandes dimensões.
Dimensões: Tem dimensões variáveis devido ao tempo de cristalização dos
minerais, sendo frequentes grandes blocos – caos de blocos.
Minerais essenciais – Feldspato potássico, oligoclase-andesítica e hornoblenda.
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de fósseis, etc.
Propriedades: No caminho para a Peninha ocorre sienito piroxénico de cor muito
escura e de grão médio. Para Oeste pode observar-se microsienito de cor clara,
biotítico. Na Peninha estão representadas brechas ígneas, formadas por sienito
com cimento básico.
Magmática
Classificação
Sedimentar
Metamórfica
Plutónica
Vulcânica
Detrítica
Biogénica
Quimiogénica
Metamorfismo de Contacto
Metamorfismo Regional
X
O maciço de Sintra é um dos aspectos geológicos mais importantes da
península de Lisboa. A instalação deste maciço teve como reflexo a formação
de uma estrutura em domo de forma aproximadamente elíptica, alongada na
direcção E-W com 10 km de comprimento e 5 km de largura. Deformando e
elevando, na sua ascensão, as camadas sedimentares do Jurássico Superior ao
Cretácico Médio que lhe servem de encaixante.
O granito é sem dúvida a rocha mais abundante, seguindo-se-lhe para o interior,
o núcleo formado por sienitos e microssienitos. Uma rede filoniana radial diverge
a partir do centro magmático. Esta rede está relacionada com a fase de
ascensão, segundo cisalhamentos conjugados. As rochas gabro-dioríticas e
sieníticas parecem ter resultado da diferenciação de um mesmo magma
parental, alcalino, certamente sub-saturado, com teores elevados de titânio,
sódio e também de água, por diferenciação gravítica.
Contexto
Geológico
Informações
sobre as
condições de
formação da
rocha, associação
com outros tipos
de rocha,
tectónica, etc.
Qualquer que tenha sido a génese das diversas rochas do maciço, o seu
conjunto forneceu à sedimentação das zonas baixas não só os clastos
grosseiros, mas também detritos de classes granulométrica das areias e
material argiloso resultante da sua decomposição.
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3. Caracterização do Meio Envolvente
Litologia: este maciço compreende rochas eruptivas, entre as quais, granitos, sienitos, e gabro–
dioritos, apresentando a dominância das formações graníticas e sieníticas, a expressão de uma
paisagem modelada em “caos de blocos”, que compreende parte importante do Património
Geológico-Geomorfológico do concelho.
Flora: A diversidade climática, de composição geológica e consequente riqueza dos solos permitem
grande diversidade de flora, de características essencialmente mediterrânicas, ocidentalmediterrânicas, atlânticas e macaronésicas.
Grande parte da vegetação natural actual é constituída por comunidades que substituíram a floresta
pós-glaciações que teria como dominante o carvalho-cerquinho.
De entre as espécies exóticas que provocam alterações importantes nos ecossistemas, do PNSC
salienta-se pela sua abundância: cana originária da Ásia, azeda originária da África do Sul, árvoredo-incenso originária do Sudeste da Austrália, ailanto originária da China, salgueirinha originária da
Austrália, espinheiro-preto originária da Austrália e da Tasmânia, mioporo originária da Austrália
margacinha-dos-muros rupícola, originária da Argentina.
Nas áreas do litoral, sobretudo na zona Sul do Parque, o chorão oriundo da África do Sul é a
espécie invasora mais espalhada.
Não é ainda conhecida uma solução técnica eficaz aplicável aos ecossistemas nacionais para o
problema da infestação por acácias.
Fauna: A serra de Sintra apresenta um bioclima distinto da plataforma circundante permitindo a
presença de populações isoladas cujo óptimo ecológico se situa em regiões mais setentrionais
como o lagarto-de-água, o musaranho-de-dentes-vermelhos, ou populações nidificantes de aves
como o pisco-de-peito-ruivo e o pombo-torcaz.
Espécies como a geneta (Genetta genetta), a raposa, a salamandra, o tritão-de-ventre-laranja ou a
lagartixa-do-mato são ainda frequentes. Existem outras espécies raras e ameaçadas em Portugal,
protegidas por legislação internacional, como a águia de Bonelli, a venenosa víbora-cornuda ou o
morcego-pequeno-de-ferradura.
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4. Valor Patrimonial (assinalar as situações que se verificam)
Raridade no contexto geológico da região/ilha/país
Integração em área protegida ou classificação como património
Valor científico (objecto de publicações científicas)
Valor pedagógico (ilustra aspectos geológicos como falhas, dobras, estratigrafia, etc.)
Valor cultural (associação à história, aos costumes, a lendas, etc. da região)
X
X
X
X
X
Outros aspectos que realçam o valor patrimonial:
A Peninha apresenta três elementos de interesse fundamentais sob o ponto de vista geológico:
paisagístico, petrográfico e geomorfológico: à riqueza paisagística associa-se uma elevada riqueza
petrográfica e o facto de ser um bom modelo para ilustração dos processos de erosão em rochas
ígneas.
5. Interesse Económico (assinalar as situações que se verificam)
Utilização na indústria extractiva
Utilização como rocha ornamental
Utilização na indústria química
Associação ao turismo
Aquíferos
Minérios
X
X
X
Outros aspectos que realçam o interesse económico:
A serra de Sintra, incluindo a Peninha, apresenta duas perspectivas económicas diferentes. A
primeira está relacionada com a exploração dos recursos geológicos através da indústria
transformadora vocacionada para a construção civil (exploração de rochas ornamentais e extracção
de saibro) e a segunda com o turismo da região, como organização de eventos culturais e
históricos, restauração e hotelaria.
6. Relação com o quotidiano
As rochas que são extraídas da serra de Sintra, nomeadamente o granito, são utilizadas para a
construção de habitações (bancadas de cozinha, pavimentos, entre outros), passeios, suportes de
terras, levadas e construção de socalcos nas propriedades agrícolas e para fins ornamentais
(ornamentação de jardins particulares e espaços públicos). São também, muito utilizadas pelos
canteiros na elaboração de cantarias, aquedutos, calçada para estradas e passeios.
Estas rochas estão também associadas a eventos perigosos, como sismos, visto a serra de Sintra
estar localizada numa zona sísmica, desabamentos, deslizamentos de terra e inundações podem
ocorrer.
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O Sienito da Serra de Sintra