A Narrativa
Géneros da Narrativa
Narrativa
–
Texto,
normalmente de ficção,
que procura cumprir as
funções
socioculturais
das épocas em que
surge.
Lenda
Facto histórico transfigurado pela imaginação popular
que pretende explicar a origem ou a razão de um
fenómeno ou de um facto geográfico
Conto
Narrativa
de
pouca
extensão, de um número
reduzido de personagens,
de um tempo restrito e de
uma acção muito simples.
Popular – Reenviando
para a sua origem (o
povo), circula oralmente
de geração em geração.
Literário – Reenviando
para a sua origem (autor),
é também conhecido
como conto de autor.
Novela
Narrativa que, na sua extensão, é menor do que o
romance e maior do que o conto.
Romance
Narrativa que se distingue do conto e da novela pela
dimensão e pela profundidade da história em que a
acção é extensa e complicada e as personagens são
numerosas, complexas e atravessadas por conflitos
íntimos.
Epopeia
Narrativa que se distingue do romance por ser seu
objecto o passado épico nacional, por ser sua fonte a
tradição nacional, e por estar o seu mundo separado
do presente (tempo do autor) por uma distância épica.
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A Acção
• Acção: é qualquer acontecimento que se desenrola
num determinado espaço e num tempo mais ou
menos extenso, sem a vinculação a um princípio de
causalidade e a um desenlace.
• Intriga: é também uma forma de acção, mas difere
desta na medida em que se subordina ao princípio
da causalidade e ao princípio do desenlace. Isto
significa que a intriga é uma acção fechada; o último
acontecimento inviabiliza qualquer continuidade.
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• Intriga principal: é o conjunto de
sequências narrativas que ocupam a maior
parte do universo narrado e
consequentemente detêm a maior
importância.
• Intriga secundária: é o conjunto de
acontecimentos de menor relevo e cujo
interesse é definido em relação à intriga
principal.
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Construção da intriga
As sequências narrativas podem articular-se
por encadeamento. Neste caso, os
acontecimentos sucedem-se como elos de
uma cadeia, podendo a sua estruturação
visualizar-se desta maneira:
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•
O espaço
Espaço físico: é constituído por todos os elementos que servem de
cenário ao desenrolar da acção e à movimentação das personagens.
Assim, podemos falar em espaço exterior e em espaço interior.
•
Espaço social: é composto pelas camadas sociais representadas na
obra. Nesta também se inclui o espaço cultural.
•
Espaço psicológico: é a zona interior das personagens, isto é, toda a
gama de notações que nos deixam ver a alma dos intervenientes da
acção. Tem que ver com as vivências íntimas e, por isso, com a
problemática do tempo subjectivo e da perspectiva da narrativa.
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O tempo
Tempo da história: é determinado pela sucessão cronológica de
acontecimentos susceptíveis de serem datados com maior ou menor
rigor. Todos sabemos que qualquer acontecimento dura um
determinado tempo.
Tempo do discurso: resulta da elaboração do tempo da história levada a
cabo pelo narrador.
o tempo da história representa-se assim numa sequência linear:
A  B  C  D  E  F  G  ...
o tempo do discurso representa-se numa sequência não linear:
B  A  C  D  F  E  A  ...
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Tempo psicológico: é o tempo filtrado pelas vivências subjectivas
das personagens. Está directamente relacionado com a
problemática existencial da personagem, revelando a sua
mudança, o seu desgaste, as suas contradições e a sua erosão,
tudo isto provocado pela passagem do tempo e as vivências
felizes ou infelizes.
Tempo histórico: é revelado pelos acontecimentos de um certo
período da história de uma sociedade referidos no texto. Podemos
assim falar de um tempo medieval, de um tempo do
Renascimento, de um tempo da Revolução Socialista, etc.
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A personagem
Composição
Personagens planas: sem evolução, estáticas e sem vida
interior;
Personagens modeladas ou caracteres: dinâmicas,
dotadas de densidade psicológica e de conflitos;
Personagens-tipo: as que representam um determinado
espaço social;
Personagens colectivas: as que representam um grupo,
evidenciando a desqualificação do indivíduo;
Personagens individuais: as que configuram um herói;
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Relevo
As personagens têm papel diferente na economia da
narrativa.
Personagem protagonista: tem papel central, é o herói da
obra.
Personagem secundária: o seu papel é de menor relevo na
economia da obra.
Personagem figurante: tem um papel irrelevante no
desenrolar da intriga, mas para a acção pode desempenhar
um papel importante para ilustrar uma atmosfera, uma
profissão, uma ideologia, etc. Neste caso, quase sempre se
identifica com a personagem-tipo.
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Caracterização
Caracterização directa: consiste na descrição das
características da personagem quer pela própria
personagem (autocaracterização) quer pelo narrador ou
por outra personagem (heterocaracterização). Esta
modalidade de caracterização é eminentemente estática.
Caracterização indirecta: é aquela que resulta dos actos,
dos discursos e das reacções da personagem face aos
estímulos que lhe são oferecidos por outras personagens.
É a mais dispersiva e dinâmica.
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O Narrador
O narrador é uma entidade fictícia a quem cabe o papel de enunciar o
discurso.
Presença do narrador no universo narrado:
Narrador participante na acção de que é personagem principal: narrador
autodiegético.
Narrador participante na acção de que é personagem secundária:
narrador homodiegético. Este narrador pode ser também testemunha
imparcial do que narra.
Narrador não participante na acção: narrador heterodiegético.
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O Narrador
Posição do narrador face ao universo narrado:
Narrador objectivo, se não faz comentários;
Narrador subjectivo, se emite juízos de valor.
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Modos de Apresentação
Narração
A narração é o acto e o processo do discurso
narrativo, implicando necessariamente o
narrador enquanto sujeito responsável por
esse processo.
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Há que distinguir duas modalidades de
narração: aquela em que o narrador “mostra”
os acontecimentos, usando a técnica da
representação dramatizada, e aquela em que o
narrador resume, sumaria, manipula a história.
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Descrição
A descrição é o processo de fornecer
informações sobre as personagens, sobre os
objectos, sobre o espaço e sobre o tempo.
É um momento de pausa na progressão dos
acontecimentos.
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Para a construção de cenários ou de retratos, o
narrador tem de seguir uma determinada
técnica: do geral para o particular, ou viceversa, de cima para baixo ou vice-versa, de
grandes planos para pequenos planos, etc. A
descrição assemelha-se à pintura. Por isso se
diz que descrever é “pintar com palavras”.
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A descrição pode assumir várias funções:
decoração, criação de suspense,
acumulação de informantes, motivação de
um percurso narrativo, verosimilhança, etc.
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Discurso
Por discurso entende-se, no campo, da
narrativa, o conjunto dos elementos
linguísticos que sustentam a história que é
narrada. Ao lermos um conto, uma novela ou
um romance, como também ao ouvir contar ou
cantar uma história, apercebemo-nos de que
há modalidades discursivas diferentes, que
servem objectivos também diferentes.
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Discurso directo: é a “voz” das personagens que
se assumem como sujeitos de enunciação.
Este discurso é habitualmente introduzido por
indicadores gráficos: dois pontos, travessão
ou aspas. A presença do eu é imediatamente
detectável através do uso da primeira pessoa
verbal e de expressões que localizam os
acontecimentos em função do aqui e do agora
da enunciação da passagem.
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Discurso indirecto: o narrador representa o
discurso das personagens mas procedendo às
alterações que quiser e que lhe são, além
disso, impostas pelo uso obrigatório da
terceira pessoa. É, pois, um discurso
“mediatizado”, deixando de estar presente a
qualidade “teatral” e actualizadora do
discurso directo. Por isso, é habitual a
presença dos verbos declarativos ou
introdutórios do discurso, como “(ele) disse
que..., (ele) declarou que...”, etc.
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