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Apresentação
A modernização agrícola brasileira baseou-se em mudanças na composição das colheitas
pela diversificação, incorporação de novas tecnologias e em modificações na estrutura e na
organização dos fatores de produção. A mais notável mudança, no que toca à diversificação de
culturas, ocorreu na composição da produção na direção de culturas caracterizadas por mercado em
forte expansão no comércio internacional, com destaque para as culturas de maior interesse para a
exportação, como a soja. Além disso, a mecanização, a pesquisa agrícola e o uso de insumos
químicos também foram fundamentais para a expansão da fronteira agrícola na direção centro-oeste
de nosso País. Graças a esses fatores, nas décadas de 70 e 80 os ganhos de produtividade passaram a
ser uma importante fonte de crescimento da produção agrícola, especialmente das culturas mais
modernas, ao contrário do que ocorreu nas décadas anteriores. Na década de 80, em particular, os
ganhos de produtividade explicam cerca de 3/4 do aumento da produção agrícola obtida no Brasil.
O avanço da área de mecanização agrícola registrado já é tão grande que o termo agricultura
de precisão (AP) vem sendo adotado no meio agronômico para identificar um conjunto de
tecnologias modernas oriundas de adaptações informatizadas com uso direto em equipamentos
agrícolas, no sentido de melhorar a eficiência e racionalidade de seu uso nas diversas operações da
propriedade rural. O emprego de computadores acoplados à máquinas agrícolas em conjunto com
informações geoposicionadas levaram ao campo o que existe de mais avançado em termos de
gerenciamento de dados e estratégias de informática viáveis à melhoria da atividade agropecuária.
Um dos grandes desafios de quem trabalha envolvido com máquinas agrícolas sempre foi a
correta modelagem, com resultados confiáveis, para predizer o que o trator pode exercer de força
numa dada condição e o que a máquina ou implemento vai exigir de força para ser tracionada nessa
mesma condição.
Existiram muitas tentativas e modelos propostos, principalmente após a 1a Guerra Mundial,
quando os veículos fora de estrada passaram a ter grande importância. O trator agrícola apenas
pegou carona e desenvolveu-se uma linha de pesquisa aplicada à mecanização agrícola.
Essa diferença entre um veículo de transporte de pessoal e armamentos e um veículo de
tração é evidente e por isso a linha agrícola acabou tomando seu próprio caminho. Mesmo assim,
muita coisa em comum continuou existindo e as teorias de relação pneu-solo e esteira-solo são
frequentemente revistas e confrontadas entre as grandes áreas (aplicações agro florestais, máquinas
para construção civil e veículos fora de estrada).
Aquele veículo que hoje é conhecido como trator já passou por muitas fases e variações.
Inicialmente, na primeira metade do século passado, já existia uma quantidade significativa de
máquinas a vapor sobre rodas. As primeiras esteiras, ainda primitivas são dessa época, e justamente
para sustentar máquinas pesadas sobre solo. Na última década do século passado é que começaram
a surgir os tratores com motor de combustão interna. A partir de então surgiram inúmeras variações
e formas construtivas tanto do trator em si quanto do seu sistema de rodado que é, em última
análise, o dispositivo responsável pela transformação da potência disponível no motor em força de
tração.
Algum tempo depois do seu surgimento é que esse veículo passou a ser chamado de trator,
pela suas características e função. Um anúncio de um deles, datado de 1906, o chamava pela
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primeira vez de “tractor machene”. Essa é a maior função do trator que hoje impulsiona uma grande
fatia da economia, na agricultura e silvicultura.
1-TRAÇÃO ANIMAL
Em alguma época incerta da pré-história da humanidade, o homem das cavernas domesticou
um animal exótico e lhe atrelou um toco com ramificações pontiagudas por meio de cipós. Tocando
o animal, deslocava este implemento primitivo e rústico, que rasgava terra, onde nosso agricultor
pioneiro da Idade da Pedra iria lançar algumas sementes.
Surgia a tração animal na agricultura, com uma evolução em relação ao processo anterior de
abertura de sulcos no solo, por via manual, com auxílio de pedras, ossos ou garranchos de pontas
agudas. Podemos admitir, com base em investigações pré-históricas que isso deva ter ocorrido entre
4.000 e 7.000 anos a.C no período da Idade da Pedra Polida.
O primeiro arado de tração animal surgiu na China ao redor de 2.800 anos a.C., de acordo
com pesquisas arqueológicas, considerando esta data podemos afirmar que o homem, há cerca de
4.700 anos, vem extraindo seu sustento do solo por meio de trabalho animal ou humano. No ano de
1892, John Forlich, fazendeiro e mecânico do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, alterou o
processo criado pelo nosso ancestral para trabalhar o solo, inventando o primeiro trator movido à
gasolina.
Surgem as primeiras indústrias de trator na Inglaterra, no início do século XX. Isto causa
uma verdadeira revolução na agricultura: nos Estados Unidos, um homem tratorizado alimenta
outros trinta e substitui o dobro. Em consequência, enormes massas populacionais migram para as
cidades em busca de emprego nas indústrias, a esse fato denominamos de “êxodo rural” Este
movimento espalha-se pelos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil. A tração animal vai
sendo colocada gradativamente de lado. Na década de 70, a crise do petróleo modifica a orientação
das nações, no que diz respeito à utilização da energia; outras fontes de energias não ligadas aos
combustíveis fósseis voltam a ser estudadas: energia eólica, energia solar, biomassa e tração animal.
A partir desta época, no Brasil, o êxodo rural passa a ser um fenômeno totalmente indesejável, com
a recessão da economia, as oportunidades de trabalho da mão de obra proveniente do campo
tornam-se ilimitadas, gerando assim, um aumento de desemprego e marginalidade. Para combater
esse processo, faz-se necessário uma política de fixação do homem ao campo.
2-SITUAÇÃO ATUAL
Existe por parte do governo brasileiro, interesse em fomentar a tração animal sempre que se
mostrar viável. Há alguma restrição por parte das elites rurais, no tocante ao emprego de tração
animal na agricultura. Essa restrição baseia-se no fato de considerarem a mobilização do solo um
retrocesso em nossa evolução tecnológica agrícola. Contudo, a elite, esquece que vivemos
problemas sociais de grande magnitude, em relação aos chamados “sem terra”, que não podem, de
imediato, partir para uma agricultura intensamente motomecanizada, por sua baixa condição
cultural e por não ser o trator um elemento de fixação da mão de obra no campo. Além disso, existe
infraestrutura para a utilização de animais de trabalho e nossas indústrias produzem ótimos
implementos para uso em tração animal.
3-QUANDO UTILIZAR A TRAÇÃO ANIMAL
Excelente trabalho pode ser encontrado no livro escrito especificamente sobre o tema da
tração animal na agricultura. Ótima fonte de pesquisa, dados, conhecimentos que agricultores,
proprietários, estudantes podem pesquisar para se aprimorar e conhecer mais sobre esse tema, ou
seja, a tração animal na agricultura.
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3.1 Tração animal e tração motora
Podemos considerar o animal como um “motor”, que transforma a energia contida nos
alimentos em trabalho mecânico. O animal, comparado ao motor, apresenta muitas vantagens e
também desvantagens.
Como vantagens podemos citar:
- autodeslocamento, reserva de força, até cinco vezes maiores que a normal e que pode ser utilizada
temporariamente em situações de emergência. Neste particular, o “motor” é superior a qualquer
outro; grande adaptabilidade, podendo ser utilizado praticamente em qualquer serviço que exija
força trativa e em qualquer terreno; preço de aquisição relativamente baixo; pode ser reproduzido na
própria fazenda; consome (ao invés de combustível) alimentos produzidos na própria fazenda;
melhor qualidade de serviço realizado no campo; maior utilização da mão de obra.
Em desvantagens do uso do animal, temos:
- sua alimentação deve ser provida durante todo o dia, para um aproveitamento de 8 a 10 horas
diárias; o período de trabalho não é totalmente aproveitado, porque ocorrem paradas para descanso,
determinando uma baixa na eficiência, que é reduzida a 75 ou 80%; o grau de eficiência também é
afetado pelas condições climáticas (principalmente calor excessivo), pelo estado de saúde, pela
alimentação , pelo treinamento, etc.; desempenho mais lento do trabalho agrícola.
Segundo pesquisadores, as áreas rurais em condições de usarem a tração animal seriam
aquelas compreendidas entre 10 e 200 há. Outro autor, indica que a área ideal para uso de tração
animal seria aquela ate 5 há, considerando, no entanto, que poderia ser usada uma área de até 15 há
de forma econômica, nas fases de plantio e cultivo, depois do preparo do solo pelo trator. Nesses 15
há, seria necessário destacar a renda de 1 há para pasto, para tratar, no mínimo, de quatro juntas de
bois ou burros; quanto a áreas de 5 há, basta uma junta de bois, cuja alimentação não é
considerável. Outro fator relevante esta relacionado com a declive do terreno. O trator pode ser
operado com segurança num limite de declividade entre 15 e 18%, sendo que, além desses valores,
há sérios riscos de erosão. Para a tração animal, estes riscos também existem, mas em menor escala.
Como os animais andam naturalmente em nível, a erosão é bem menor, sendo possível utilizá-los
em declives de até 30%.
3.2 Tração animal e trabalho humano.
O trabalho animal tem um desempenho bem melhor e mais econômico comparado ao
trabalho humano. O homem sob esforço contínuo pode desenvolver, em média, um potencia de 0,1
cv. As potencias desenvolvidas pelos animais seriam as seguintes:
Espécie Potência
Boi, cavalo, burro ou mula....................................................................1,00 cv
Vaca......................................................................................................0,25 cv.
A potência média aplicada durante o trabalho, entretanto, é de cerca de 6/10 potência
normal. Para plantar e adubar 1 ha de lavoura de milho são necessários mais de sete dias de serviço
manual, enquanto o uso de tração animal requer pouco mais de um dia.
Considerando um alqueire mineiro (4,8 ha) de milho, teremos: dois lavradores, usando
tração animal, plantam, adubam e capinam esta área em pouco mais de nove dias. Este mesmo
serviço, feito manualmente, leva quase 50 dias, a um custo sete vezes mais caro.
3.3 Custos comparativos entre tração animal, tração motora e trabalho humano.
Um dos aspectos mais importantes a ser considerado, entre tração animal e tração motora,
são seus custos operacionais. Tomemos um exemplo prático, baseado em trabalho elaborado pelo
Engº. Agrº. M.S. João Bosco de Oliveira.
Na tração animal, foi utilizada uma junta de bois e um chassi do Policultor 1500 com seus
respectivos implementos. Os dados de rendimento das operações por hectare foram obtidos nas
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condições nordestinas, com animais, solos e clima desta região. Na tração motora tomaremos um
trator de 61 cv com seus respectivos implementos. Serão levados em conta os rendimentos médios
de cada implemento, bem como o custo horário de casa operação. Fora considerado no trabalho de
tração animal um total de 224 dias úteis por ano; no caso do trator, considerou-se o trabalho de mil
horas por ano. A vida útil estimada de uma junta de bois foi de 10 anos e para o trator de sete anos.
4-TRAÇÃO MOTORIZADA
Primeiro trator produzido no Brasil pelo FORD. Era chamado de “cinquentinha”.
"A produção do primeiro trator nacional foi iniciada em 1960, sendo que coube à Ford
Motor do Brasil S.A. a apresentação do 1º trator brasileiro, cujo lançamento se deu a 09/12/1960,
em solenidade especial."
"Nesse mesmo ano de 1960, segundo a ANFAVEA, foram produzidos no país, 37
unidades.”
No ano seguinte, a produção nacional de tratores se elevou a 2.466 e, em 1962, o número de
tratores atingiu a marca de 11.092 unidades. Em 1963 e 1964, os recordes de produção foram
quebrados, alcançando as cifras de 22.110 e 33.399 unidades respectivamente, sendo que em 1964,
os dados se referiam até o mês de Outubro."
"Até o final dos anos 50 e início dos anos 60, todos os tratores vendidos no Brasil eram
importados. A produção de um trator no país começou a tomar forma na década de 60, com a
implantação de empresas estrangeiras por aqui, e o encarecimento do produto importado.”
"Mas por coincidência, por correria das grandes montadoras também, na mesma época três
grandes marcas iniciaram a produção de tratores no país, sendo elas: a Ford com seu famoso 8 - BR
Diesel, a Massey-Ferguson com seu famoso MF 50 ou cinquentinha, e a Valmet com o também
famoso Valmet 360.”
“O mais prazeroso em se comentar essa história é que fica aquela velha discussão entre as
empresas sobre quem realmente "fabricou" o primeiro trator no país. O mais importante é saber que
na época de 1960 em diante iniciou-se uma nova era da mecanização agrícola no país, com a
produção de tratores tão valentes que até hoje são vistos com facilidade trabalhando nas lavouras,
mesmo depois de quase 50 anos!”
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4.1 Objetivo.
O presente estudo tem por objetivo proporcionar aos alunos conhecimentos teóricos práticos
relativos à:
a) conceito e importância da mecanização agrícola;
b) teoria da tração de tratores e suas aplicações;
c) constituição; regulagem, operação de campo, uso, seleção manutenção e capacidade operacional
de máquinas e implementos agrícolas usados na mecanização das principais operações agrícolas;
d) custo operacional de conjuntos mecanizados e planejamento e projeto de mecanização;
e) medidas e normas de segurança para o operador;
f) legislação de trânsito, segundo o CNT (Código Nacional de Trânsito).
5- INTRODUÇÃO À MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
Podemos dizer que a mecanização é o conjunto de máquinas (trator/implemento) capazes de
realizar todas as atividades agrícolas, que vão desde o preparo do terreno, passando pela
implantação da cultura até a sua colheita. Porém, todo o planejamento do trabalho pode dar errado
se não for bem dimensionada a escolha dos equipamentos adequados e sua manutenção durante o
trabalho, pois a paralisação da máquina em fases importantes como o plantio ou a colheita pode
acarretar em grandes prejuízos ao produtor rural.
5.1 O trator agrícola.
Os tratores agrícolas são maquinas autopropelidas projetadas para tracionar, transportar e
fornecer potência para máquinas e implementos agrícolas. Existem no mercado diversas marcas e
modelos de tratores agrícolas, deste os microtratores com potência de 11 cv até tratores de grande
porte com potências acima de 500 cv. Os rodados podem ser de pneus ou de esteiras. Os tratores de
rodados de pneus podem ser de tração 4x2 ou 4x4. Os tratores de tração 4x4 recebem duas
denominações: 4x4 verdadeiro e 4x4 TDA (tração dianteira auxiliar). A diferença é que o 4x4
verdadeiro deve apresentar mesma capacidade de tração nos eixos dianteiro e traseiro.
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Esquema geral de um trator agrícola de pneus
5.2 Constituição geral de um trator agrícola.
Os tratores agrícolas são constituídos de motor, sistema de transmissão, sistema hidráulico e
rodados. Todos esses componentes estão montados em uma estrutura denominada chassi. O chassi é
a estrutura geral do trator, formada pela união de todos os seus constituintes e deve oferecer
resistência aos esforços de torção provenientes da tração. Os tratores agrícolas podem ser montados
em quatro tipos de estruturas de chassis:
· Monobloco
· Chassi propriamente dito
· semichassi
· Chassi articulado
5.2.1 Monobloco.
A estrutura monobloco é formada pela união dos próprios componentes do trator (motor,
transmissão, diferencial). Esses componentes recebem diretamente os esforços de torção devido à
tração desenvolvida pelo trator. A vantagem deste tipo de chassi é a
significante redução nos custos de fabricação.
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Estrutura de chassi em monobloco de tratores agrícolas. Fonte John Deere
5.2.2 Chassi propriamente dito.
O chassi propriamente dito, normalmente equipa os tratores acima de 90 cv. Este tipo de
estrutura foi desenvolvido com objetivo de não submeter à transmissão nem o motor do trator a
esforços de torção devido à tração desenvolvida do trator. A estrutura de chassi permite montar o
motor sobre coxins de borracha, facilita o acoplamento de equipamentos frontais e facilita na
adequação de pesos frontais.
Estrutura de chassi propriamente dito. Fonte John Deere.
5.2.3 Semichassi.
A estrutura de semichassi é geralmente utilizada para montar tratores entre 180 e 350 cv. O
objetivo deste conjunto é evitar que os esforços sejam diretamente absorvidos pelo motor. O
semichassi apresenta características de trator rígido, fácil de fazer manobras e de adequar
implementos.
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5.2.4 Chassi articulado.
Os tratores com o chassi articulado foram desenvolvidos com o objetivo de conseguir
aumentar a transferência de potência do trator para o solo. Com um chassi articulado é possível o
uso de pneus de maior diâmetro no eixo dianteiro e com isso aumentar a capacidade de tração dos
tratores. Contudo, este tipo de chassi tem menos versatilidade para acoplamento de implementos e
menos facilidade de manobras.
6-MOTOR DO TRATOR
Os motores são maquinas térmicas alternativas, de combustão interna, destinadas ao
suprimento de energia mecânica ou força motriz de acionamento, que utilizam o óleo diesel como
combustível.
Os motores de combustão interna são máquinas que transformam a energia calorífica do
combustível, em energia mecânica diretamente utilizável. São chamados de combustão interna,
porque o combustível é queimado internamente, ao contrário da maquina a vapor, em que o
combustível é queimado exteriormente, fornecendo calor para o seu funcionamento por meio das
paredes da caldeira.
Nos motores utilizados nos tratores, o trabalho é realizado por órgãos com movimento
alternativo e, por isto, são geralmente chamados de motores alternativos. O combustível (diesel ou
gasolina) é queimado na câmara de combustão, liberando calor, água, monóxido e dióxido de
carbono. Para isto, é necessária certa quantidade de oxigênio misturado ao combustível.
Combustível + oxigênio (ar) = calor + água + Co + Co2
Por meio de um mecanismo constituído de embolo, biela e arvore de manivelas (eixo
virabrequim),o calor é prontamente convertido em energia mecânica. O movimento alternativo (vai
e vem) do embolo ou pistão dentro do cilindro é transformado em movimento rotativo pó r meio da
biela e manivela. Os motores de tratores possuem um ou mais cilindros e em cada um deles se
encontra um embolo provido de anéis. O embolo esta montado sobre a biela, a qual, por sua vez, é
ligada a arvore de manivelas. Todos os motores de combustão interna, independente de tamanho,
tipo e cilindros, são constituídos de partes fundamentais, complementares e acessórios.
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6. A. ÓRGÃOS FUNDAMENTAIS
6.1 Bloco.
Constitui o maior órgão do motor e suporta todas as outras partes. Nele contido o cilindro,
onde a mistura gasosa sofre as transformações para fornecer potencia do motor, razão de
compreensão, arranjamento do sistema de válvulas, tipo de arrefecimento, etc. Em geral, os motores
de tratores têm os cilindros em linha numa única peça. Normalmente, os blocos são fabricados de
ferro fundido, que apresenta certas vantagens: boa resistência, facilidade de usinagem, bom
comportamento em altas temperaturas, além de um custo menor.
Ao ferro fundido podem ser adicionados outros elementos para melhorar sua propriedade,
como resistência ao desgaste. Os blocos possuem tubos removíveis que formam as paredes dos
cilindros e são chamados “camisas”. Estas camisas podem ser “úmidas” ou “secas” conforme
entrem ou não em contato com água de refrigeração.
6.2 Cabeçote.
É o órgão que fecha o bloco na sua parte superior, a união é por meio de parafusos e uma
junta de vedação de cobre-asbesto. Nos cabeçotes se encontram:
(se for a água);
a elementos que completam o motor.
Normalmente, o cabeçote é fabricado com o mesmo material do bloco, podendo, no entanto,
ser utilizado outro material.
6.3 Carter.
É o órgão que fecha a parte inferior do bloco e serve como deposito do óleo lubrificante.
Normalmente, contém a arvore de manivelas e o eixo de comando de válvulas, como também a
bomba de óleo lubrificante ou seu dispositivo captador. Na sua parte inferior temos um bujão que
serve para o escoamento do óleo lubrificante.
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Partes de um motor: cabeçote, bloco e carter.
6.4 Embolo.
É o órgão do motor que recebe o movimento de expansão dos gases. Está preso à biela por
intermédio do pino. É desejável que o embolo seja tão leve quanto possível, sem afetar a necessária
resistência às tensões e ao desgaste. O formato do embolo é mais ou menos cônico e um pouco
ovalado.
6.5 Anéis de segmento.
Os anéis de segmento são fabricados com ferro fundido, baixo custo e boas características,
contra agarramento (grimpamento). Os anéis têm a função de vedação e lubrificação, são macios e
estão sempre colocados em canaletas próximas da cabeça do embolo. Os anéis de lubrificação
localizam-se na parte inferior e tem a função de lubrificar as paredes do cilindro.
6.6 Pino do embolo.
Tem a função de ligar o embolo à biela de forma articulada. A fixação do pino pode ser feita
a quente, para complementar, existem arruelas de trava que o fixam diametralmente.
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6.7 Biela.
É um dos órgãos que transformam o movimento etilinio alternado do embolo em circular
continuo da arvore da manivela. É caracterizada por três partes: cabeça, corpo e pé. A cabeça esta
presa ao embolo pelo pino e o pé esta ligado ao eixo de manivelas por meio de um material antifricção, chamado casquilho ou bronzina.
6.8 Árvore de manivelas (eixo virabrequim)
Também chamado eixo de manivelas ou eixo virabrequim, é caracterizado por possuir
munhões de dois tipos:
· Munhões excêntricos - estão ligados ao pé da biela;
· Munhões de centro sustentam a a.d.m. ao bloco.
6.9. Volante.
Tem a função de acumular energia cinética, propiciando uma regulagem da velocidade
angular, apesar das variações periódicas do momento do motor e da energia. Absorve ou libera para
manter mais ou menos constante a velocidade angular do motor.
6. B ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
São os elementos auxiliares indispensáveis ao funcionamento do motor, tais como: sistemas
de válvulas, de alimentação, de ignição, de arrefecimento, de lubrificação.
6. C – ÓRGÃOS ACESSÓRIOS
São todos os outros órgãos que não se enquadram na relação de órgãos fundamentais, tais
como: cobertura do comando de válvulas, suportes, filtros de combustível e de óleo,
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7-PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTAO INTERNA
Os motores de combustão interna, segundo o tipo de combustível que utilizam, são
classificados em motores de ciclo Otto e motores do ciclo Diesel, homenagem aos seus
descobridores.
Motores de ciclo Otto são aqueles que aspiram a mistura ar-combustivel preparada antes de
ser comprimida no interior dos cilindros. A combustão da mistura e provocada por centelha
produzida numa vela de ignição. E o caso de todos os motores a gasolina, álcool, gás, ou metanol,
que são utilizados, em geral, nos automóveis.
Motores do ciclo Diesel são aqueles que aspiram ar, após ser comprimido no interior dos
cilindros, recebe o combustível sob pressão superior aquela em que o ar se encontra. A combustão
ocorre por autoignição quando o combustível entre em contato com o ar aquecido pela pressão
elevada. O combustível que e injetado ao final da compressão do ar, na maioria dos motores do
ciclo Diesel e o óleo diesel comercial, porem outros combustíveis, tais como nafta, óleos minerais
mais pesados e óleos vegetais combustíveis. O processo Diesel não se limita a combustíveis
líquidos, podendo ser usado carvão em pó, produtos vegetais e também gás, nos motores
conhecidos como de combustível misto ou conversíveis, que já são produzidos em escala e
considerados os motores do futuro.
7.1 Principio de funcionamento dos motores de ciclo diesel quatro tempos.
Um ciclo de trabalho estende-se por duas rotações da arvore de manivelas, ou seja, quatro
cursos do pistão.
 E No primeiro tempo, com o pistão em movimento descendente (↓), da-se a admissão, que
se verifica na maioria dos casos, por aspiração automática da mistura ar combustível
(motores Otto), ou apenas ar (motores Diesel). Nos motores Diesel modernos, uma
ventoinha empurra a carga para o cilindro (turbo compressão).
 E No segundo tempo, ocorre a compressão, com o pistão em movimento ascendente (↑).
Pouco antes do pistão, completar o curso ocorre à ignição por meio de dispositivo adequado (no
motor Otto), ou a autoignição (no motor Diesel).

E No terceiro tempo, com o pistão em movimento descendente (↓) temos a ignição, com a
expansão dos gases e transferência de energia ao pistão (tempo motor).
 E No quarto tempo, o pistão em movimento ascendente (↑), empurra os gases de escape
para a atmosfera.
Durante os quatro tempos. ou duas rotações . Transmitiu-se trabalho ao pistão só uma vez. Para
fazer com que as válvulas de admissão e escapamento funcionem corretamente, abrindo e fechando
as passagens nos momentos exatos, a arvore de comando de válvulas (ou eixo de cames) gira a meia
rotação do motor, completando uma volta a cada ciclo de quatro tempos.
7.2 Motor aspirado e motor com turbo. Alimentador.
Motor aspirado e aquele em que o ar ou a mistura ar/combustível entra para o interior do
cilindro através do movimento descendente dos seus pistões na fase de admissão. No motor
turbinado, esta tarefa e executada pela turbina, ou seja, e ela quem empurra para dentro do motor
sob pressão, o ar ou a mistura ar/combustível aproveitando os gases do escapamento para
acionamento da turbina. Cabe lembrar que um motor aspirado, por mais eficiente que seja
originalmente não consegue através da aspiração, encher mais que 70% da capacidade dos seus
cilindros, já com o turbo consegue-se praticamente 100%. O motor turbo e uma evolução ao motor
aspirado idealizado para compensar as perdas de potencia em altitudes elevadas devido à rarefação
do ar.
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O ar que sai do escapamento entra direto na parte quente do turbo (em vermelho), girando a
turbina e consequentemente girando o compressor (na parte azul) que está ligado ao mesmo eixo. O
compressor suga o ar e o comprime na entrada de admissão do motor. Esse ar mais comprimido no
motor, junto com mais combustível, gera uma potência maior que a do motor sem turbo. Nos
motores Diesel, tem a finalidade de elevar a pressão do ar no coletor de admissão acima da pressão
atmosférica, fazendo com que, Esquema de funcionamento de uma turbina no mesmo volume, seja
possível depositar mais massa de ar, e, consequentemente, possibilitar que maior quantidade de
combustível seja injetada, resultando em mais potência para o motor, além de proporcionar maior
pressão de compressão no interior do cilindro, o que produz temperaturas de ignição mais altas, e
por consequência, melhor aproveitamento do combustível com redução das emissões poluentes.
7.3 “Sangria” do sistema de combustível (para eliminação do ar contido no mesmo).
1. Afrouxe o bujão inferior do filtro substituído e encha-o de combustível, acionando
manualmente a bomba alimentadora: aperte novamente o bujão de drenagem do filtro (fez. 104 e
105).
2. Afrouxe os parafusos sangradores da bomba injetora e acione manualmente a bomba
alimentadora, até que o combustível flua isento de bolhas de ar pelo sangrador “A”; (figs. 105 a
106).
3. Aperte o sangrador “A” e continue acionando a bomba alimentadora ate que o
combustível flua isento de bolhas de ar pelo sangrador “B”; (fig. 106);
4. Aperte o sangrador “B” e afrouxe uma das conexões junto aos bicos injetores de
combustível no cabeçote do motor; (fig. 107-a);
5. Dê partida com o acelerador na posição de máxima rotação: quando o motor entrar em
funcionamento, reduza a aceleração para marcha lenta e reaperte a conexão afrouxada;
6. Verifique, com o motor funcionando, todas as conexões, eliminando eventuais
vazamentos.
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Fonte: manual do operador trator Massey Ferguson 265
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8-SISTEMA DE TRANSMISSÃO
O sistema de transmissão de um trator é composto pela embreagem, caixa de marchas,
diferencial e a redução final. Ele é responsável em levar a potência produzida pelo motor até as
rodas motrizes.
Componentes do sistema de transmissão. Caixa de marcha, embreagem, diferencial e
redução Para que seja adaptado a todas as operações agrícolas, um trator deve se deslocar na faixa
compreendida entre 0,8 e 40 km/h. Na tabela abaixo, temos valores aproximados de velocidades a
serem usados para alguns implementos agrícolas, em (km/h).
8.1Embreagem
A embreagem localiza-se entre o volante do motor e o eixo primário da caixa de câmbio, é
um dispositivo destinado a efetuar o acoplamento ou separação entre estas. O acoplamento faz-se
necessário para que a potência do motor seja transmitida à caixa de câmbio. Esse acoplamento é
feito gradualmente, quando do trator parado para iniciar o movimento e quando das mudanças de
marchas, isso é importante para que não ocorra um esforço brusco no sistema de transmissão.
A interrupção do movimento de rotação do motor para o restante da transmissão é necessária
para que o trator possa parar sem desligar o motor e para selecionar a combinação de engrenagens
na caixa de câmbio. Outro ponto é permitir que se dê a partida no motor, com este desacoplado da
transmissão, tornando a partida mais leve.
Nos tratores que possuem tomadas de potência (TDP), pode existir a embreagem dupla, que tem por
finalidade a movimentação do trator e da TDP conjuntamente, ou apenas a TDP em funcionamento.
A embreagem tem seu funcionamento baseado no atrito entre duas partes, uma motora e
outra movida. O acoplamento e desacoplamento da embreagem ao volante são feito pelo
acionamento do pedal de embreagem localizado do lado esquerdo do operador.
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Em tratores de esteiras e microtratores, por exemplo, existem duas embreagens, uma para
cada esteira ou roda, e além das funções já descritas, é utilizada para dar direcionamento ao trator.
(Esquema de uma embreagem dupla de um trator MF 265.Fonte: maquete do IFET Campus
Barbacena-MG)
Existem dois tipos de embreagem de fricção usados em tratores: monodisco e de discos
múltiplos. A embreagem de discos múltiplos pode ser de dois tipos: operando em banho de óleo ou
operando a seco. Os discos de aço, faceados com asbesto ou outro material fibroso com boas
características contra desgaste e aquecimento.
A embreagem de dupla ação, controlada por um único pedal, é usada para controlar o
acionamento da tomada de potência e o deslocamento do trator. Quando a alavanca (pedal) da
embreagem estiver, totalmente, acionada, ambas as unidades estão paradas. Levantando um pouco o
pedal da embreagem aciona-se o eixo da tomada de potência. À medida que o pedal é totalmente
levantado, o trator começa a mover-se.
As embreagens monodisco (disco simples) operam a seco e são semelhantes na sua forma
construtiva com as embreagens de discos múltiplos, exceto pelo fato do diâmetro do disco ser
usualmente maior.
OBS: o pedal da embreagem deve ser usado apenas para a troca de marchas e não para “descansar”
o pé
8.2 Caixa de marchas
Um conjunto de transmissão por engrenagens é necessário para conjugar a velocidade
correta do motor com as cargas envolvidas e, também para dar a marcha-a-ré no trator. A maioria
das transmissões proporciona varias velocidades de deslocamento tanto para frente quanto para trás,
nos tratores mais modernos.
A redução obtida, quando esta acoplada a engrenagem de 1ª marcha (engrenagem maior),
incluindo-se a redução final é comumente da ordem de 25 a 50 para um.
Devido a grande redução obtida na caixa de marchas e na redução final, é possível arrancar
com o trator mesmo ele não estando engrenado na primeira marcha.
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A caixa de marcha contém usualmente um par de engrenagens para cada marcha, com uma
engrenagem do par girando solidária ao eixo principal e a outra engrenagem do mesmo par girando
em um eixo intermediário. Uma engrenagem de cada marcha é deslizante num eixo entalhado
(ranhurado), permitindo o acoplamento com sua correspondente solidária ao outro eixo.
Nas caixas de marchas sincronizadas, que permitem a seleção de força ou velocidade com o
veículo em movimento, todas as engrenagens das marchas à frente se encontram acopladas. Mas, no
chamado “ponto morto”, todas elas estão livres no eixo que pertence às rodas motrizes. Ao se
promover uma marcha, a engrenagem correspondente é presa ao eixo por meio de uma luva
solidária ao eixo, que é movimentado pelo mecanismo de troca de marchas.
Como o eixo está em rotação devido ao deslocamento do veículo, a luva também estará. O
sincronismo é obtido por meio de um anel de bronze que, girando juntamente com a luva, vai se
acoplando lateralmente na engrenagem, obrigando-a a obter a mesma rotação do eixo e luva.
Como as engrenagens já estão acopladas (do eixo do motor as do eixo das rodas),
empregam-se engrenagens de dentes helicoidais, que são mais eficientes e silenciosos. Nas caixas
de engrenagens deslizantes (caixa seca), estas possuem dentes retos, devido ao acoplamento ser
feito deslizando uma engrenagem sobre a outra.
As engrenagens trabalham imersas até um determinado nível de óleo lubrificante. Nos
tratores mais antigos, usava-se o óleo SAE 90; nos tratores atuais têm-se usado, conforme
determinação de sues respectivos fabricantes, o mesmo fluido usado para o sistema hidráulico do
trator.
(Caixa de
marchas de um trator MF 265, sem sincronizado. (caixa seca)).Fonte: IFET Barbacena-MG
Atualmente as fabricantes de tratores, oferecem uma infinidade muito grande de opções de
numero de marchas, podendo o comprador escolher qual modelo mais se adequar a sua propriedade,
terreno, tipo de cultura, etc.como, por exemplo , podemos citar o trator marca NEW HOLLAND
modelo TL 80 que possuem 12 velocidades a frente e 4 velocidades a marcha-a-re; assim como
exemplo o trator marca MASSEY FERGUSON modelo 283 que também possui 12 velocidades a
frente e 4 velocidades a marcha-a-re .
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8.3 Diferencial
A potência gerada pelo motor e levada para a caixa de marchas e em seguida para o
diferencial que por sua vez a conduz ate as rodas motrizes do trator. Quando um trator se desloca
em linha reta, ambas as rodas motrizes desenvolvem a mesma velocidade , quando um trator faz
uma curva, a roda interna gira a uma menor rotação que a roda externa.
O mecanismo que compensa esta “diferença de rotação” e chamado diferencial. Com este
mecanismo de compensação, o eixo traseiro e dividido em dois semi-eixos e ambos são acionados
por meio de um jogo de pequenas engrenagens cônicas. Na parte final do eixo de transmissão,
achamos montada uma engrenagem cônica, chamada de “pinhão”, que transmite o movimento a
uma engrenagem de forma circular, denominada de “coroa”. Como a coroa e bem maior que o
pinhão, haverá uma sensível redução na velocidade de rotação. Ligado a coroa existe uma armação
que comporta um eixo geralmente em forma de cruz, onde se montam duas ou quatro pequenas
engrenagens cônicas (satélites) que giram no eixo mencionado. Sendo fixa a coroa o movimento
desta será transmitido a todo o conjunto.
Os satélites engrenam-se com as engrenagens cônicas montadas uma em cada terminal
interno dos semi-eixos (planetárias) os dois semi-eixos ficam, desta forma, independentes um do
outro, permitindo, assim em uma curva que uma roda caminhe mais depressa que a outra, evitandose a derrapagem. Quando o trator for datado de tração nas quatro rodas, haverá outro diferencial
para o eixo dianteiro.
Os tratores vem com um dispositivo denominado bloqueio do diferencial. O bloqueio de
diferencial e obtido normalmente travando-se uma planetária (engrenagem do semi-eixo), na
carcaça do diferencial, impedindo o seu movimento independente. Seu acionamento se da pisando o
pedal característico. Seu uso e aconselhável em terrenos lavrados, para evitar que a roda que esta do
lado de fora patine; se uma das rodas motoras se encontra em terrenos irregulares, lamacentos ou
escorregadios e tende a patinar. Nos tratores mais novos, uma luz indica no painel que o bloqueio
esta acionado.
OBS: quando se estiver usando o bloqueio de diferencial não se pode fazer curvas com o trator, ou
seja, deve-se guia-lo de forma mais reta possível, para evitar quebra do diferencial, caixa de
marchas, etc.
1.
2.
3.
1.Foto de uma coroa de um diferencial de um trator MF 265
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2.Foto de uma caixa de satélites de um trator MF 265
3.Foto de um semi-eixo de transmissão da caixa para o pinhão MF 265
8.5 Tração Dianteira
Existem tipos diferentes de tração nas quatro rodas. Parece que cada fabricante possui
soluções diferentes para levar potência a todas as rodas. A linguagem usada pelos diferentes
fabricantes pode ser um pouco complicada. Então, antes de começarmos a explicar como tudo
funciona, vamos esclarecer algumas terminologias:
· Tração nas quatro rodas: geralmente, quando os fabricantes dizem que o carro tem tração nas
quatro rodas, estão se referindo ao sistema temporário. Por razões que iremos explorar mais adiante
nesse artigo, esses sistemas são designados apenas para situações de pouca aderência, como fora da
estrada ou na neve ou gelo.
· Tração em todas as rodas: esses sistemas também são chamados
De tração permanente nas quatro rodas e tração integral. Esses sistemas são feitos para utilização
em todas as superfícies, tanto nas estradas como fora delas. A maioria deles não pode ser
desativada.
8.6 Diferencial nas rodas dianteiras
Carros de tração nas quatro rodas possuem dois diferenciais: um localizado entre as rodas
dianteiras e outro entre as rodas traseiras. Eles enviam o torque da árvore de transmissão ou do
câmbio para as rodas do trator. Permitem também que as rodas da esquerda e da direita girem em
velocidades diferentes ao se fazer uma curva.
Em uma curva, as rodas internas fazem um caminho diferente das externas, assim como as
rodas da frente fazem um caminho diferente das de trás, de modo que cada uma das rodas gire em
uma velocidade diferente. Os diferenciais permitem que a velocidade seja diferente nas rodas
internas e externas à curva . Os sistemas temporários e permanentes de tração nas quatro rodas
podem ser avaliados utilizando-se os mesmos critérios. O melhor sistema irá enviar exatamente a
quantidade certa de torque para cada roda e é essa quantidade máxima de torque que não deixará o
pneu patinar.
Caixa de transferência, em um sistema de tração nas quatro rodas temporário, engata a
árvore de transmissão dianteira à árvore de transmissão traseira, para que as rodas sejam obrigadas a
girar na mesma velocidade. Isso requer que os pneus deslizem quando o carro fizer uma curva.
Sistemas temporários como esses devem ser usados somente em condições de pouca aderência, em
que é relativamente fácil os pneus deslizarem. Em solo seco é difícil os pneus deslizarem, de modo
que a tração nas quatro rodas deve ser desengatada para evitar trepidação nas curvas e desgaste
prematuro dos pneus e de toda a transmissão.
Algumas caixas de transferência, normalmente aquelas em sistemas temporários, contêm
também um conjunto de marchas adicional, a marcha reduzida. Essa relação de marcha “extra”
proporciona ao veículo mais torque e uma velocidade de saída na transmissão extremamente baixa.
A reduzida atua sobre todas as marchas do câmbio.
9-AJUSTES DAS BITOLAS DOS EIXOS DIANTEIROS E TRASEIROS
Bitola é a medida entre os centros das rodas. É possível ajustar as bitolas dos tratores para
que eles possam executar os mais diferentes serviços em diferentes tipos de terrenos, declividades,
espaçamentos entre culturas, ou seja, podemos, abrir ou fechar a largura das rodas tanto dianteiras
quanto traseiros dos tratores agrícolas.
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(Ajuste de bitolas de um eixo dianteiro.Fonte: Manual do operador trator Massey Ferguson 265).
10-LASTREAMENTO DO TRATOR
O lastreamento consiste em adequar o peso do trator para cada situação de trabalho.
Nas operações que exigem maior força de tração, o peso deve ser maior, pois nestas
situações, a patinagem tende a aumentar para níveis excessivos, o que acarreta:
· Perda de força de tração;
· Aumento do consumo de combustíveis;
· Maior desgaste dos pneus e partes mecânicas do trator;
· Menor rendimento operacional (necessidade de mais tempo para uma determinada área
trabalhada)
Por outro lado o lastreamento excessivo causa maior compactação do solo, maior resistência
ao deslocamento do trator e em consequência, maior consumo de combustível.
A regra básica do lastreamento é usar o mínimo de peso adicional (lastro), desde que a
patinagem se mantenha dentro de certos limites. Uma patinagem correta indica que o trator está
corretamente lastreado.
– 5,0 a 7,0 %
– 7,0 a 12,0 %
– 13,0 a 183,0%
Uma maneira prática de verificar se o índice de patinagem esta dentro do recomendado é analisar o
formato do rastro deixado pelas rodas traseiras no solo. Veja a seguir:
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1) Marcas no solo pouco definidas: patinagem excessiva,aumente a quantidade de lastro
2) Marcas claramente definida – patinagem insuficiente diminua o lastro.
3) O lastreamento e a patinagem estão corretos quando no centro do rastro houver sinais de
deslizamento e as marcas nas extremidades laterais estiverem definidas.
(Fonte: Manual do operador trator Massey Ferguson 283, ano 2006).
10.2 Lastreamento com água
Consiste em introduzir água nos pneus traseiros através da válvula de calibragem ate o
Maximo de 75% , os 25% restantes são preenchidos com ar.
Vale ressaltar que a água e apenas para dar maior aderência do trator ao solo, sendo necessário
manter uma correta calibragem para que os pneus não sofram um desgaste excessivo e irregular. A
calibragem correta e fornecida pelo fabricante do pneu de acordo com seu tamanho.
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Fonte: manual do operador tratores Massey Ferguson 265,ano 2006
11-PONTOS DE DISPONIBILIDADE DE POTENCIA
São aqueles onde as maquinas e implementos agrícolas são acoplados para aproveitamento
da potência disponível para a realização dos trabalhos agrícolas. São eles: a barra de tração, tomada
de potência e o sistema hidráulico de três pontos.
11.1 – Barra de tração – é o ponto utilizado para tracionar os implementos ou equipamentos de
arrasto, pode ser usada fixa ou oscilante, esta situada no centro do trator na altura do seu centro de
gravidade. A potência disponível na barra de tração,é geralmente de 40 a 70% da potência máxima
do trator.
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Tipos de barra de tração:
a) Barra de tração reta: trabalha posicionada numa única altura em relação ao solo, sem opção de
regulagem de altura de engate de implemento.
b) Barra de tração com degrau: permite duas opções (para cima ou para baixo) de regulagem de
engate de implemento.
c) Barra de tração com degrau e cabeçote: oferece quatro opções para engate de implemento.
Existem as seguintes alternativas de regulagem:
1. Degrau para baixo, com o cabeçote para cima.
2. Degrau e cabeçote para baixo.
3. Degrau para cima e cabeçote para baixo.
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11.2 – Tomada de potência (TDP) ou de força (TDF)
E o ponto do trator ligado diretamente a caixa de cambio que transmite potencia na forma de
movimento rotativo ao mecanismo da maquina que esta acoplada ao trator. Possuem o seu padrão
de giros a 540 r.p.m. com eixo de 6 estrias e 1000 r.p.m. com eixo de 21 estrias. A TDP pode ser
ligada e desligada por uso de alavanca própria, quando não estiver sendo usada devera ser protegida
com a capa protetora para evitar danos as estrias.
Vale ressaltar que não são todos os fabricantes de tratores que optam pelo sistema de dupla
embreagem. Em outros fabricantes a tomada de potência e seu acionamento é totalmente
independente do pedal de embreagem que aciona a caixa de marchas.
Um acessório importante no uso da TDP/TDF é o eixo cardan, que é o responsável pela
transmissão de potência gerada pelo trator para os implementos que delem necessitam para girarem.
Devemos atentar para este importante detalhe:
- antes de encaixarmos o eixo cardan no trator, os garfos telescópicos devem estar no mesmo plano
e os garfos da luva de TDF e caixa de engrenagens em outro plano deslocados 90º em relação ao
anterior, conservando assim um perfeito balanceamento do cardan. A finalidade desta inspeção é de
evitar que o mesmo trabalhe desbalanceado, com a consequente quebra das cruzetas e do próprio
eixo cardan. Normalmente, os eixos cardan vem em comprimento superior ao que precisamos para
acopla-los aos tratores e seu respectivo implemento.
Devemos efetuar o corte , tanto no eixo macho quanto no eixo fêmea, de acordo com o
comprimento desejado.
11.3 – Sistema hidráulico de três pontos
É o ponto disponível para acoplar implementos chamados de montados. Os três pontos de
acoplamento são: a barra de elevação esquerda (1º ponto), a barra de elevação direita (2º ponto) e o
braço superior de engate (3º ponto). O 2º e 3º pontos são móveis: já o 1º ponto é fixo, fazendo com
que a ordem de acoplamento seja definida da seguinte forma: Primeiro faz-se o acoplamento no 1º
ponto, depois se faz o acoplamento do 3º ponto e por ultimo do 2º ponto, ficando definida a ordem
1-3-2. Atualmente, os tratores vêm sendo fabricados com o 1º ponto móvel, facilitando mais ainda o
acoplamento do implemento a ser usado.
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ATENÇÃO
Após o acoplamento é necessário fazer o nivelamento do implemento. O nivelamento
transversal é feito através do 2º ponto, para tratores que apresentem o 1º ponto fixo. Nos tratores
com 1º e 2º ponto móveis, esse ajuste pode ser feito em ambos os pontos. O nivelamento
longitudinal é feito através do 3º ponto.
Para se operar o sistema hidráulico dos tratores, temos as alavancas de controles, sendo
necessário apenas ter conhecimento da função de cada uma para uma perfeita utilização do
equipamento. O que varia nos tratores é a posição de cada alavanca na estrutura dos mesmos.
a) Alavanca de posição : permite selecionar as diversas alturas dos braços inferiores, obtendo
variações da altura do implemento ao solo. Deverá ser usada para implementos que não recebem
reação do solo, ou seja, que operem acima do nível do solo por exemplo: pulverizadores, trado, etc.
b) Alavanca de profundidade : por meio desta, obtém se um domínio sobre a profundidade de
ataque ao solo. Todos os implementos que trabalhem abaixo do solo devem ser manipulados pela
alavanca de profundidade, tais como, arado, subsolador, etc.
c) Alavanca de reação : é um dispositivo que permite controlar a descida do implemento de forma
lenta ou rápida. Recomenda-se a reação lenta para implementos pesados e rápida para implementos
mais leves.
O sistema hidráulico possui três posições (furos) de engate do 3º ponto do trator:
A.furo superior – terrenos de textura leve
B.furo médio – terrenos de textura mediana
C.furo inferior – terrenos de textura pesada
Fonte: Manual do operador trator Massey Ferguson 265
11.4 – Sistema de controle remoto:
Atualmente, os tratores vêm com o controle remoto, que permite controlar equipamentos
semi-montados e de arrasto pelo controle remoto. Esse dispositivo permite a retirada do óleo sob
pressão por meio de mangueiras acopladas por engate rápido em pontos próprios do trator e acionar
pistões hidráulicos localizados no implemento. O controle se faz pelo operador, diretamente no
banco, por meio de alavancas ou interruptores constantes no painel do trator.
Pelo controle remoto podemos levantar e abaixar implementos de grande porte que excedam
a capacidade de levante do hidráulico convencional, Normalmente são duas válvulas de conexão,
podendo ser quatro, caso requeira o implemento adquirido pelo produtor .
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Alavancas de profundidade e de posição
Fonte: manual do operador tratores MF 265,ano 2006
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Componentes do sistema hidráulico de 3 pontos
Fonte: manual do operador trator Massey Ferguson 283,ano 2000.
11.6 – Sistema de Arrefecimento
O sistema de arrefecimento tem a finalidade de eliminar o excesso de calor produzido pelo
motor. A queima de combustível e o atrito das peças em movimento geram calor, por isso o motor
deve ter um sistema que o mantenha a temperatura adequada de funcionamento.
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O controle da temperatura no sistema é feito através da válvula termostática, que controla o
fluxo d’água.
Quando a válvula está fechada, a água não passa pelo radiador, o que facilita o aquecimento
inicial do motor. Com a válvula termostática aberta, a água passa pelo radiador, onde ocorre a troca
de calor. Para o motor trabalhar em condições normais de funcionamento.
Diariamente, antes de dar partida no motor, verifique o nível d’água do radiador e completeo com água potável se necessário. A cada 1000 horas trabalhadas substitua a água do radiador.
Adicione um inibidor de corrosão, na proporção recomendada pelo fabricante.
ATENÇÃO: Nunca utilize o trator se a válvula termostática. Verificar se há vazamento nas
mangueiras, reapertando-as se necessário. Limpar regularmente as colmeias do radiador, máscara e
tela protetora, com ar comprimido, de dentro para fora. Verificar palhetas do ventilador e o defletor
do radiador (saia). Verificar se o marcador de temperatura está funcionando
É extremamente importante manter a tampa do radiador, que é equipada com válvula de
pressão e de vácuo em perfeitas condições de funcionamento.
TAMPA DO RADIADOR: A principal finalidade da Tampa do radiador é retardar o ponto
de fervura da água e regular a pressão interna do sistema. Periodicamente verifique se os
mecanismos internos da tampa não estão oxidados ou trancados. Caso necessário substitua a tampa.
VERIFICAÇÃO DA TAMPA DO RADIADOR: Verifique as condições de junta de
vedação da tampa. Se a mesma apresentar defeito, troque a tampa. Aperte com os dedos a válvula
de vapor. Verifique o movimento livre e se a mola apresenta mais ou menos a mesma resistência
que quando nova. Se a mesma estiver emperrada ou com a mola muito fraca, troque a tampa.
Importante: Observar sempre o número gravado na parte superior da tampa, pois ele
determina a pressão correta do sistema de arrefecimento.
O ventilador: O ventilador está acoplado à polia da bomba d’água. Ele proporciona uma
corrente de ar através das colmeias do radiador, promovendo o resfriamento d’água.
Correia do ventilador: A correia do ventilador aciona a bomba d’água, o ventilador e o
alternador através da polia do virabrequim. Periodicamente verifique a tensão da correia entre o
ventilador e a polia de acionamento. Esta deve ceder cerca de 1 a 2 cm. Caso necessário, ajustar a
tensão da correia.
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12 MANUTENÇÕES DE TRATORES E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
Introdução
O trator agrícola é o grande parceiro do produtor no fornecimento de potência no trabalho
diário desde o preparo do solo ate a colheita, agilizando o trabalho com o ganho de tempo, mão de
obra,como também proporcionando mais conforto, segurança, praticidade e tantos outros fatores ao
produtor rural.
A correta utilização do conjunto trator-equipamento, pode gerar uma economia substancial
de consumo de energia e, portanto, menor custo de produção e maior lucro para o produtor.
Existe no mercado uma grande variedade de modelos de tratores com potências diferentes,
diversos acessórios específicos para cada implemento e cada cultura, alem de maior conforto,
segurança e praticidade para o operador.
O conceito antigo de “tratorista”, ou seja, aquele que somente dirigia que somente sabia
“tocar” o trator já não tem espaço mais na atualidade. Há alguns anos atrás essa filosofia foi
evoluída e hoje nos atribuímos a este profissional do campo, a denominação de “operador de
máquinas agrícolas”, pois ele tem não somente a função de movimentar o trator, mas, também fazêlo de forma correta, consciente, segura, eficiente e de forma produtiva.
Com a alta tecnologia empregada no campo, esses profissionais devem ser motivados,
treinados, qualificados, capacitados, pois a tecnologia embutida em um trator requer um
treinamento para que possa se extrair dele um perfeito aproveitamento do seu potencial.
Sendo assim, um dos grandes fatores para que se tenha em mãos um trator eficiente, seguro,
rentável, pronto para o trabalho é fazer uma boa e correta manutenção.
TRABALHAR COM SEGURANÇA
· Leia atentamente o manual do trator
· Trator foi feito para fins agrícolas, portanto use o apenas para tal finalidade.
· O trator deve ser utilizado apenas por pessoas capacitadas e que estejam autorizadas a trabalhar
com a máquina
· Não use roupas folgadas que possam ser facilmente apanhadas pelas peças em rotação.
Verifique sempre se todos os componentes em rotação e ligados ao eixo da TDP estão previamente
protegidos.
· Evite utilizar o trator em condições impraticáveis; é preferível parar o trabalho.
· Ao sair do trator, utilize sempre os degraus de acesso e os corrimões, desça e suba sempre pelo
lado esquerdo do trator.
· Antes de dar a partida no motor, assegure-se de que baixou o implemento até o solo.
· Quando realizar manobras, faça-o sentado a partir do respectivo posto de condução (banco).
· Antes de arrancar com o trator, assegure-se que não tenha ninguém na frente ou atrás do trator.
· Nunca dê partida em locais fechados, assegure-se que tenha uma boa ventilação, pois os gases
emitidos são prejudiciais à saúde a podem ser até mortais.
· Soltar lentamente a embreagem: soltar a embreagem demasiadamente rápida, especialmente ao
sair de uma vala, terrenos lamacentos ou ao subir um declive, pode fazer com que o trator capote.
Pise imediatamente a embreagem e pise firme os pedais dos freios (conjugado) se as rodas
dianteiras começarem a levantar. Se o implemento estiver levantado, abaixe o imediatamente.
· Quando descer uma encosta, mantenha o trator engrenado. Jamais pise no pedal da embreagem
nem ponha a alavanca de marchas em ponto morto (banguela) em descidas. Use a mesma marcha
que usaria para subir a encosta.
· Não salte ou sair do trator com ele em movimento.
· Evite fazer curvas em alta velocidade.
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· Se tiver que de conduzir em terrenos inclinados, conduza o trator a uma velocidade moderada
(reduzido), especialmente se tiver que fazer curvas.
· Quando estiver conduzindo, não apoie os pés sobre os pedais de freio ou de embreagem.
· Ao remover os cabos da bateria remova sempre o “negativo” primeiro para assegurar-se
De não provocar um curto-circuito com a massa através da chave.
· Desligue o motor quando do abastecimento.
· USE SEMPRE O CINTO DE SEGURANÇA
· Nunca leve passageiros no trator, nem mesmo na cabine, a não ser que esta possua o assento
próprio para um passageiro.
· Não permita pessoas próximas ao trator quando estiver trabalhando com implementos que usem a
TDP.
· Legislação sobre tratores:abaixo segue a Resolução do Contran, no tocante a legislação pertinente
a locomoção de tratores agrícolas.
· Sempre que trabalhar com pulverizadores, usar o EPI.
12.1– Manutenção de tratores agrícolas
A correta operação do trator e a prática de sua manutenção de rotina são os principais
requisitos para assegurar sua durabilidade, mas isto raramente ocorre no campo, principalmente
devido à carência de mão de obra qualificada que é causa mais importante do desgaste das
máquinas agrícolas.
A formação de tratoristas é improvisada nas próprias fazendas. Nelas eles aprendem com
outro tratorista que não passou por nenhum curso de formação.
Os cursos para instrução adequada do correto funcionamento dos mecanismos do
equipamento e das práticas para a manutenção do trator são escassos.Por isso os produtores, de
maneira geral conservam mal seu trator, que é sucateado antes de atingir o período de vida útil
ideal, de 10 anos.
Os cuidados garantem uma melhor execução dos serviços do trator, e também prolonga sua
vida útil. Os manuais dos fabricantes orientam o que deve ser feito e como deve ser feito a cada
período de funcionamento da máquina, mas dificilmente são lidos pelo proprietário ou pelo
tratorista.
Os números mostram, que no Brasil o processo de mecanização é lento, e conta com cerca
de oito tratores para cada mil hectares de terra cultivada.
a) Trator novo: é aquele que ainda se encontra no período de garantia do fabricante, podendo variar
entre número de horas trabalhadas ou meses de uso. Como, cada fabricante faz uma recomendação
específica para seu equipamento, o recomendável é que se sigam às orientações, geralmente, bem
explicadas no manual do proprietário.
Nesse período que, normalmente vai até as 100 primeiras horas de trabalho, a recomendação
é que se trabalhe apenas com implementos que requeiram esforço do motor, como por exemplo,
aração.
b) Trator usado: considera-se usado aquele trator que se encontra fora do período de garantia
estipulado pelo fabricante, normalmente em torno de 6 meses ou 1000 horas. A estes é que a
manutenção preventiva deve ser bem executada pelo proprietário para que tenha sempre em mãos
uma maquina em perfeitas condições de uso para não ter “problemas” na hora de executar seu
trabalho no campo. Uma manutenção periódica é sempre a certeza de um trator pronto para
trabalhar.
Em geral, a manutenção pode ser dividida em quatro partes: diária, semanal, mensal e anual.
A) manutenção diária (a cada 8 horas de trabalho)
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ia
B) manutenção semanal
dos pneus, água (completar se necessário).
diferencial, cubos das
rodas,diferencial dianteiro (4x4).
elétrica (fusíveis,lâmpadas queimadas,etc.)
es da bateria, solução da mesma (completar se necessário).
C) Manutenção mensal (200 a 300 horas) seguir recomendações do fabricante.
fabricante).
-filtro de combustível, lave o sedimentador, conforme o trator.
A) Manutenção Anual (500 a 750 horas) seguir recomendações do fabricante.
são, diferencial, caixas de redução,sistema hidráulico,
Redutores finais do eixo dianteiro (modelo 4x4)
Normalmente a recomendação com a manutenção acima de 100 horas de trabalho, requer a
presença de um técnico (mecânico) especializado, uma vez que requer alguns equipamentos e ate
mesmo chaves que nem sempre o produtor dispõe em sua totalidade na sua propriedade.
12.2) - A importância da lubrificação
“A lubrificação é a vida do motor”.
Pode parecer exagero, mas é a realidade. As condições em que um motor trabalha, são as
mais diversas possíveis e, e em muitos casos severas: altas temperaturas, elevadas pressões e
esforços nos componentes móveis, operação contínua durante muitas horas e em outras épocas
longos períodos inativos, as vezes a umidade do ar elevada e ainda, um certo nível de contaminação
resultante da combustão, principalmente devido ao enxofre presente no óleo diesel.
O motor é sem duvida nenhuma o item mais crítico em termos de lubrificação.
Esta,portanto, é a maior aliada ao bom funcionamento e longevidade da vida útil do motor,
evitando-se o sucateamento precoce.
Por isso a recomendação da troca de óleo no período certo e o uso de óleos lubrificantes de
boa qualidade, de classificação API – CF ou CF-4, multiviscoso 15W40.
Ao contrario do que se imaginar, o óleo desempenha outras funções, além das lubrificações
propriamente ditas, o que nos da à ideia da responsabilidade do mesmo:
de calor (arrefecimento). O óleo transporta calorias em excesso, que são
dissipadas diretamente através do bloco e cárter.
leo.
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Estes dissolvem incrustações e borras, carregando-as até o(s) filtro(s) que as retém.
ATENÇÃO:
a) Para evitar a formação de parafina no inverno, que provoca obstruções no sistema de
combustível, inclua em torno de 5 a 7% de querosene puro em cada abastecimento completo.
b) Óleos fluidos: a utilização na lubrificação do equipamento resulta em degradação termoxidtiva e
acumulo de contaminantes, o que torna necessária a troca. Jamais jogue óleo ou fluidos diretamente
na natureza. Recolhe-os e leve ao posto de combustíveis de onde comprou o produto. Os óleos
podem ser rerefinados ou, em ultimo caso, incinerados em aterros industriais regularizados por lei.
12.3 - Classificação dos óleos lubrificantes (SAE e API)
Os óleos lubrificantes são substâncias utilizadas para reduzir o atrito lubrificando e
aumentando a vida útil das máquinas Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal
(óleos graxos), derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos
sintéticos), podendo ainda ser constituído pela mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos).
As principais características dos óleos lubrificantes são a viscosidade, o índice de
viscosidade (IV) e a densidade.
A viscosidade mede a dificuldade com que o óleo escorre (escoa); quanto mais viscoso for um
lubrificante (mais grosso), mais difícil de escorrer, portanto será maior a sua capacidade de manterse entre duas peças móveis fazendo a lubrificação das mesmas.
Densidade indica o peso de uma certa quantidade de óleo a uma certa temperatura, é importante
para indicar se houve contaminação ou deterioração de um lubrificante. Para conferir-lhes certas
propriedades especiais ou melhorar alguma já existentes, porém em grau insuficiente, especialmente
quando o lubrificante é submetido a condições severas de trabalho, são adicionados produtos
químicos aos óleos lubrificantes, que são chamados aditivos.
Os principais tipos de aditivos são: antioxidantes, anti-corrosivos, anti-ferrugem, antiespumantes, detergente-dispersante, melhoradores do Índice de Viscosidade, agentes de
Extrema pressão, etc.
Óleos para motores – Classificações
Para facilitar a escolha do lubrificante correto para veículos automotivos várias são as
classificações, sendo as principais SAE e API.
Classificação SAE:
Estabelecida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos Estados Unidos, classifica os
óleos lubrificantes pela sua viscosidade, que é indicada por um número. Quanto maior este número,
mais viscoso é o lubrificante e são divididos em três categorias:
· Óleos de Verão: SAE 20, 30, 40, 50, 60.
· Óleos de Inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W.
· Óleos multiviscosos (inverno e verão): SAE 15W-40. ***
Obs.: a letra “W” vem do inglês “winter” que significa inverno.
13 IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
Introdução
O preparo do solo surge da necessidade de se dar melhores condições para que a cultura que
se deseja implantar venha a desenvolver-se de forma adequada. Assim, busca-se com o preparo do
solo, propiciar um ambiente favorável à germinação, crescimento, desenvolvimento e produção de
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uma determinada cultura, melhorando as condições do solo, quanto à sua capacidade de absorção,
seu arejamento, sua retenção de água e sua fertilidade.
Tais condições poderão ser obtidas a partir do momento em que através de um preparo do
solo, sejam feitas as operações de forma correta, onde serão controladas as ervas daninhas que
concorrerão com a cultura em termos de luminosidade, umidade, nutrientes e espaço.
O preparo de forma errônea acarreta problemas, de tal forma que mesmo os solos mais
férteis podem se tornam improdutivos. Os problemas de um mau preparo do solo são trazidos pela
sua desestruturação, a qual proporciona dificuldades de desenvolvimento radicular da planta,
encharcamento rápido e formação de uma camada de solo compactada a uma determinada
profundidade, chamada “pé de arado” ou “pé de grade”. Esses fatores facilitam o processo de
erosão e dificultam o desenvolvimento da cultura.
O pé de arado surge pela passagem do arado sempre a uma mesma profundidade de trabalho
ao longo dos anos. Sua formação faz com que o solo diminua sua capacidade de absorção de água e
retenção da mesma, saturando-se, já que a água é impedida de atingir as camadas mais profundas.
O uso excessivo de gradagem também faz com que o solo fique totalmente desestruturado
na sua parte superficial, ocasionando menor aeração e menor capacidade de absorção e retenção de
água.
Podemos dividir o preparo do solo em duas partes:
· Preparo primário – são as operações iniciais da camada do solo na qual se desenvolverão as
plantas, objetivando uma condição física e química melhor para o crescimento e desenvolvimento
das plantas. Essa operação, normalmente, é executada por arados, escarificadores, grades aradoras,
etc.
· Preparo secundário – refere-se ao nivelamento e destorroamento da camada de solo que já sofre o
preparo primário, a afim de que se tenha facilitada à semeadura; os equipamentos utilizados nesta
fase podem ser grades niveladoras, rolos destorroadores, enxadas rotativas, etc.
Atualmente a tendência, no que se refere ao preparo do solo,é o que muitos chamam de
preparo conservacionista, ou seja, o mínimo de mobilização do solo, utilizando escarificadores para
sua realização. Dessa forma, procura-se fazer numa mesma passada o preparo primário e
secundário; a fim de evitar problemas de erosão, tanto eólica, quanto hídrica, compactação
superficial e a desagregação total do solo, que, ocorre no preparo excesso do solo.
Outra modalidade de preparo do solo que visa obter uma maior economia de combustível e o
mínimo de preparo do solo vem a ser a semeadura direta, onde se faz a semeadura da planta apenas
com uma passagem de produtos químicos (dessecantes) e, em seguida faz-se a semeadura no solo
sem a necessidade de aração, gradagem, etc.
14 CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS E IMPLEMENTOS DE PREPARO DO
SOLO
Podemos classificar as maquinas e implementos da seguinte forma:
A) quanto a fonte de potência:
– utilizam como fonte de potência , animais de tração
– utilizam como fonte de potência, motores
B) quanto do engate à fonte de potência:
– acoplamento à fonte de potência ocorre através de um único ponto.
montados - a união do implemento à fonte de potência (trator) é feita pelo sistema de três pontos.
– este acoplamento dá-se através dos dois braços inferiores de sistema de engate
de três pontos, sendo que a parte traseira do equipamento é sustentada por duas ou mais rodas.
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C) quanto à aplicação
realização das
operações iniciais de mobilização do solo. Como exemplo, arados, as grades aradoras,
escarificadores e subsoladores.
função
principal é nivelar e destorroar o solo mobilizado anteriormente. Como exemplo, grades
niveladoras, enxadas rotativas.
atização e conservação do solo: são as maquinas e
implementos agrícolas utilizados para realização dos trabalhos complementares de preparo do solo,
que vem, em muitos casos, também visar à conservação do mesmo. Como exemplo, sulcadores, as
lâminas, os rolos compactadores, etc.
14.1 – Arados
Sua função é realizar as funções primárias do preparo do solo, bom como controlar as
plantas que concorrerão com a cultura a ser implantada em termos de espaço, fertilidade, umidade e
luminosidade, e propiciar ao solo melhores condições de aeração, infiltração, armazenamento de
água e homogeneização da fertilidade. Os arados podem ser classificados segundo vários aspectos,
a seguir:
a) Quanto ao tipo:
coluna, devendo
apresentar facão ou sega circular.
possuindo roda
estabilizadora.
b) Quanto à fixação:
formando um
ângulo horizontal com a direção de deslocamento e ângulo vertical diferente de zero.
ângulo horizontal
com a direção de deslocamento e ângulo vertical igual à zero.
c) Quanto à reversibilidade
leiva apenas para a
direita.
os de ardo são reversíveis, movimentando a leiva tanto
para a direita quanto para a esquerda.
14.1.1 Arados de Aivecas
Arados de aivecas são caracterizados por uma superfície torcida, denominada aiveca, a qual
é responsável pela elevação, torção, fraturamento e queda com inversão parcial da leiva
previamente cortada pela relha. São formados basicamente pela relha, aiveca, sega rastro, coluna e
chassis.
– este componente tem por finalidade realizar o corte transversal da leiva de solo e iniciar a
elevação desta;
– tem por finalidade realizar em alguns casos o corte vertical e completar a reversão da
leiva de solo.
– este elemento é quem realiza o corte vertical da fatia de solo a ser invertido, ela tem a
finalidade de cortar a vegetação, quando existe uma grande quantidade de cobertura vegetal no solo
a ser preparado.
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– é o componente responsável pela estabilidade do arado. Ele é arrastado na parede do
sulco, equilibrando as forças do implemento.
– tema finalidade de prender as outras partes no chassi.
– a função é prender vários órgãos ativo, para que possam ser dimensionados para
tratores de diversas potencias.
– para evitar a quebra dos componentes do arado de aiveca, existe um
fusível ou m olas que evitam cargas elevadas no implemento no sentido de não danifica-los.
O arado de aiveca é um marco na agricultura e no próprio meio de produção de alimentos.
Foi inventado na Escócia, em 1760. Na época, é claro, era tracionado por animais sendo atualmente,
utilizado como um implemento tracionado por tratores.
Em caso de solos muito secos ou compactados, a sua penetração é melhor do que o arado de
discos, atingindo uma profundidade de 20 a 25 cm. Apresenta melhor desempenho em terrenos
planos, principalmente em várzeas drenadas, rompendo as camadas compactadas, e melhorando a
infiltração de água. Eliminam, de forma eficiente, as plantas invasoras, trabalhando neste caso,
melhor que o arado de discos.
Como inconvenientes, entre outros, podemos citar que deixa a terra sem resíduos vegetais,
aumentando o risco de erosão. A regulagem é mais complicada do que o arado
De discos, dificultando o trabalho do agricultor. Este tipo de arado não é eficiente em solos muito
argilosos que ultrapassem 30% no teor de argila, fazendo com que o solo grude na aiveca. Nos solos
arenosos ou com um baixo teor de argila, o arado fica limpo e pode fazer um bom trabalho.
Como no arado de discos, o de aiveca joga a terra para um dos lados, provocando um
acúmulo de terra nos terraços, que pode ser contornado com a alternância da posição das leivas.
14.1.2 – Arados de discos
O arado de disco é formado pelos discos, cubo e coluna. É acoplado ao trator por meio dos
três pontos. Os discos são em números e tamanhos diferentes, apresentando o formato de uma
calota esférica, sendo sua função promover o corte, elevação e a mobilização lateral da leiva.
Podem ter a borda lisa ou recortada, neste caso, para facilitar o corte de restos vegetais que se
encontrem sobre a superfície do terreno.
A escolha do tipo e tamanho dos discos depende do tipo de solo e a quantidade de matéria
vegetal sobre o terreno; para solos arenosos são indicados os discos lisos. Já para solos mais duros,
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com raízes ou restos de culturas são indicados os discos com borda recortada por apresentarem
maior penetração no solo.
Junto à face interna do disco, encontram-se os limpadores de discos, de formato semelhante
de uma aiveca, cuja função é limpar o acumulo de solo nos discos e complementar o giro que a
leiva deve sofrer para que sua inversão parcial seja mais adequada. Na parte posterior do arado,
encontra-se a roda estabilizadora, que é um disco plano com a borda afiada deslocando-se pelo
ultimo sulco.
Ela também tem a função no seguinte sentido: levantando-se a roda estabilizadora, diminuise a pressão ou peso sobre ela e aumenta a pressão sobre os discos forçando-os a um maior
aprofundamento. Esse efeito é similar à sucção vertical dos arados de aiveca, o que é obtido
diminuindo-se a pressão sobre a roda que se encontra unida ao parafuso regulador desta roda.
Os arados de discos podem ser fixos ou reversíveis. Nos fixos a leiva de terra é jogada
apenas para o lado direito e possibilita apenas um sentido de aração. Nos arados reversíveis a leiva é
jogada tanto para a direita quanto para a esquerda, dependendo apenas que o operador ao manobrar
o trator, desloque o corpo do arado no sentido inverso.
Arado de discos reversível com acionamento pelo controle remoto
Arado de discos fixo
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Ilustração de como se faz uma aração usando o arado de discos fixo e o arado reversível.
14.1.3 – Arado subsolador
“Um equipamento muito utilizado atualmente e o subsolador. Subsolagem e uma operação
de preparo do solo que serve para romper e/ou quebrar camadas compactadas formadas nas
camadas inferiores do solo, causados pelo intenso cultivo das culturas, utilizando cada vez mais
maquinas pesadas e maiores, de forma a diminuir o tempo gasto nas operações agrícolas.”
Camada compactada ou adensada; ação no sistema radicular;
O subsolador e recomendado apenas quando houver uma camada muito endurecida, em
profundidades não atingidas por outros implementos. Para melhorar a penetração no solo, alguns
subsoladores permitem a regulagem de inclinação das hastes, sendo outros fixos.
Os resultados obtidos com a subsolagem não são duradouros se houver trafego intenso
posteriormente, variando de acordo com a densidade, umidade, textura do solo e o numero de
operações agrícolas subsequentes a subsolagem. A subsolagem e a primeira operação de preparo do
solo realizada pelos agricultores, normalmente. Entretanto, o elevado numero de passagens
subsequentes de tratores e implementos, tem feito com que a resposta do solo a subsolagem seja
pequena, as vezes ate mesmo negativa. Contudo tem sido uma pratica relevante no preparo do solo
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uma vez que aumenta a infiltração de água, evita a erosão, diminui os gastos com tempo,
combustível, implementos, favorece a penetração das raízes, quebra a camada compactada evitando
a formação do chamado “efeito plástico”, etc.
Existem vários tipos de subsoladores com diferentes tamanhos e números de hastes. O
subsolador opera a uma profundidade superior a 30 cm, por isso, as hastes são mais reforçadas,
exigindo um esforço de tração maior, ou seja, um trator mais potente e mais robusto. Vários autores
recomendam a subsolagem em intervalos de três a cinco anos e somente quando a compactação
subsuperficial do solo exigir este tipo de tratamento, pois, caso contrario, poderá ocorrer prejuízos
ao solo, ao invés de benefícios.
Os subsoladores podem ser de engate de três pontos, arrasto, via controle remoto. A
estrutura do subsolador (chassi) é a peça na qual são acopladas as hastes do subsolador. Deve
permitir que se façam as regulagens de localização das hastes. Colocadas lateralmente ao chassi,
estão as rodas, normalmente de aço, sendo sua função permitir que o implemento trabalhe na
profundidade escolhida, isto é, regular sua profundidade de trabalho, deixando o sistema hidráulico
do trator livre, sem sobrecarga excessiva.
14.1.4 Grades Aradoras e grades niveladoras
É o método mais utilizado no Cerrados. As grades aradoras intermediárias ou pesadas
realizam, numa só operação, a aração e a gradagem. O perfil do solo preparado pela maioria das
grades aradoras é superficial, da ordem de 10 cm a 15 cm de profundidade. A estrutura superficial
do solo apresenta-se extremamente fina e frágil. O solo preparado constantemente com esse
implemento apresenta nítida descontinuidade entre o perfil preparado e o solo imediatamente
abaixo. O corte superficial e a pressão dos pneus do trator e dos discos da grade sobre o solo
adensam a sua camada subsuperficial, resultando na formação do pe-de-grade, com 5 cm ou mais de
espessura, dificultando o crescimento das raízes e favorecendo a erosão laminar.
Normalmente, são necessárias duas passagens de grade ar adora no preparo do terreno.
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Em alguns casos, a segunda gradagem é substituída por uma ou duas gradagens leves. Em
todos os casos, a tendência é a formação de uma superfície ainda mais pulverizada e de um “pé-degrade” mais denso, que varia de acordo com o número de passadas do implemento e o teor de
umidade do solo. Na superfície pulverizada pode originar-se uma camada endurecida de 2 cm a 3
cm de espessura, prejudicando a emergência das plântulas e a infiltração da água no solo.
O trabalho com grades aradoras requer uma marcha mais lenta, originando uma velocidade
em torno de 5 a 6 km/h.
Tipo de grade niveladora de discos de arrasto e hidráulica em formato de “V”.
Normalmente as grades aradoras são tracionadas via barra de tração e usam o controle
remoto para que possa movimentá-las, uma vez que são excessivamente pesadas para serem
levantadas do solo através dos três pontos.
Dentre as utilidades das grades, podemos destacar a incorporação de adubos (orgânicos/químicos),
enterrio de sementes dispostas a lanço, destorroamento, desmatamento, nivelamento do terreno,
eliminação de plantas daninhas,etc.
Existem diferentes tipos de grade de discos e dentes, cabendo ao produtor identificar qual será mais
útil ao seu terreno, levando-se em conta a potência requerida pelo implemento para se adequar ao
trator adquirido .
14.1.5 Semeadoras
A semeadura consiste em colocar a semente no solo, de forma correta para que encontrem
condições favoráveis no solo para crescerem saudáveis e produtivas. Realizada de forma manual ou
com o auxílio de “matracas”, antigamente, hoje em sua quase totalidade a operação de semeadura e
adubação é feita de forma mecanizada com as semeadoras adubadoras.
OBS. No caso de máquinas e implementos agrícolas, o sufixo “ora” deve ser preferido. Em primeiro
devemos atentar para o seguinte: máquinas que semeiam sementes graúdas são chamadas de
plantadoras e maquinas que semeiam sementes miúdas de semeadoras. Na prática, esses termos
devem ser mais utilizados, deixando o termo “plantadora” reservado para designar maquinas que
dosam e colocam no solo partes vegetativas, tais como colmos (cana, mandioca), bulbos (alho),
tubérculos (batata), etc.
Assim, todas as máquinas que dosam e colocam “sementes” no solo são denominadas
semeadoras . As semeadoras de sementes graúdas ou de tamanho médio, como por exemplo, milho,
feijão, soja, são chamadas de “semeadoras de precisão”. As semeadoras de sementes miúdas, como,
trigo e arroz, são denominadas “semeadoras de fluxo contínuo”.
As cinco funções principais de uma semeadora-adubadora são:
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1. Abrir os sulcos de fertilizantes e sementes no solo;
2. Dosar o fertilizante e as sementes;
3. Localizar (depositar) o fertilizante e as sementes no sulco;
4. Cobrir as sementes;
5. Firmar o solo em torno das sementes.
O cumprimento de todas essas etapas mencionadas é essencial para que se obtenha um bom
estande de semeadura e um desenvolvimento satisfatório das plantas, principalmente a dosagem e o
espaçamento entre plantas na linha de plantio, pois dela depende a exploração de água, nutrientes e
a luz incidida sobre cada planta. A dosagem das sementes é a função que mais distingue os vários
tipos de semeaduras de precisão Nas plantadoras de plantio direto, temos a frente dos sulcadores,
discos específicos, com finalidade de cortar a palha da ou mesmo o capim dessecado com herbicida.
14. (A) Semeadoras adubadoras de precisão
Algumas culturas como milho, feijão, soja, sorgo, requerem uma maior precisão quanto à
regularidade e uniformidade de distancias entre plantas, ou seja, essas culturas em linha onde
variações nas distribuições de sementes entre e dentro das linhas de plantio, além da população
(plantas/há) , afetam a produtividade. Por isso essas culturas necessitam de uma implantação de
precisão exigindo, máquinas específicas para esse fim, as quais chamamos de semeadoras de
precisão.
De acordo com cada região o plantio com semeadoras de precisão pode ser feito de três
formas:
b) Semeadura no plano: é mais indicada quando as condições de solo são favoráveis.
c) Semeadura em camalhões: é utilizada em regiões onde a pluviosidade é elevada ou em áreas sob
irrigação, para melhorar a frenagem do solo.
a) Semeadura em sulcos: é utilizada para regiões semiáridas, para um maior aproveitamento da
umidade do solo, e uma maior proteção da ação dos ventos sobre a planta.
Semeadora adubadora com disco especifico de corte de palhada (plantio semi direto)
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