A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A POSTURA CORPORAL NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
LIMA, Luciana Rainieri Fernandes - GEPEDUC/UENP
RESUMO
A Educação Física Escolar pode ser efetiva na conscientização sobre a
postura corporal adequada para minimizar as alterações e desconfortos
decorrentes de posições inadequadas que resultam em dores na coluna
vertebral humana. Por meio da socialização de conteúdos científicos, o
professor deve ensinar os conceitos, bem como, o incentivo a prática de
comportamentos posturais preventivos e necessários à saúde humana. Vê-se
então, a necessidade de conhecer se as ações de intervenção, de caráter
preventivo, contribuem à aprendizagem de conceitos e comportamentos
adequados aos hábitos posturais no ambiente escolar. O estudo objetiva
descrever os resultados obtidos sobre as ações interventivas à conscientização
sobre a postura corporal adequada a saúde, aos educandos do ensino
fundamental I, sob a ótica da Educação Física Escolar. A metodologia utilizada
foi a pesquisa descritiva, com análise qualitativa e quantitativa dos dados
coletados por meio de questionários aplicados em momento pré e pósintervenção aos estudantes de uma escola de um município do Norte do
Estado do Paraná. Os resultados comprovaram que as ações interventivas
realizadas por meio das aulas de Educação Física contribuíram à
conscientização e a aprendizagem de conhecimentos sobre a postura corporal
adequada. O estudo evidencia a necessidade do ensino efetivo de conteúdos
sobre a postura corporal humana no Ensino Fundamental I, bem como, o
envolvimento e as orientações aos pais sobre atitudes preventivas quanto à
saúde postural do filho (a). E ainda, reforçar os incentivos à prática de
atividades físicas para prevenir os problemas de saúde, seja no âmbito físico,
emocional, mental, e entre outros.
Palavras-chave: Intervenção. Postura Corporal. Educação Física Escolar.
INTRODUÇÃO
Pesquisas relacionadas à saúde da postura corporal demonstram
elevados índices de desvios posturais na infância e na adolescência. Estas
alterações e desconfortos na coluna vertebral decorrem de diversos fatores,
tais como: sócio-ambientais, anátomo-funcionais, psicológicos e emocionais,
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que resultam dores nas costas e desvios que podem acompanhar até a vida
adulta.
A ausência de intervenção com trabalhos de orientação postural, seja
de forma terapêutica ou preventiva, colabora para o surgimento de dores nas
costas, que interferem na qualidade de vida do ser humano. Vê-se então, a
necessidade de conhecer se as ações de intervenção, de caráter preventivo,
contribuem à aprendizagem de conceitos e comportamentos adequados aos
hábitos posturais no ambiente escolar. O estudo objetiva descrever os
resultados obtidos sobre as ações interventivas para a conscientização sobre a
postura corporal adequada à saúde, aos educandos do ensino fundamental I,
sob a ótica da Educação Física Escolar.
No decorrer do estudo são abordadas as seguintes especificidades: a
postura corporal e seus aspectos na infância; a intervenção preventiva sobre a
postura corporal na Educação Física escolar; os resultados e considerações
finais sobre o estudo.
A metodologia utilizada é a pesquisa descritiva, com análise qualitativa
e quantitativa dos dados coletados por meio de questionários aplicados aos
estudantes de uma escola do ensino fundamental l de um município do Norte
do Estado do Paraná.
É fato a contribuição da Educação Física Escolar à qualidade postural,
que pode acontecer por meio de conteúdos de orientação à conscientização
aos hábitos posturais praticados no cotidiano do educando. Prática esta que
deve transformar as ações em atitudes preventivas para evitar ou reduzir as
alterações na coluna para a boa qualidade de vida e saúde.
1
POSTURA CORPORAL E SEUS ASPECTOS NA INFÂNCIA
Diversos estudos sobre a postura corporal humana a definem sob a
ótica
de
aspectos
somáticos
ou
biomecânicos,
com
características
individualizadas à imagem corporal que o próprio ser humano tem de si e as
partes físicas do corpo. Para Candotti (2011, p. 43), postura corporal é “a
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posição que o corpo assume no espaço em função do equilíbrio dos quatros
constituintes anatômicos da coluna vertebral: vértebras, discos, articulações e
músculos”.
Na infância, o crescimento e desenvolvimento da estrutura óssea
precisam acontecer de forma equilibrada e harmoniosa para obtenção da
postura adequada, e consequentemente, uma vida mais saudável e com
qualidade de vida. No entanto, Detsch et al (2007) afirma que grande parte dos
problemas relacionados a postura corporal, tem seu princípio no período de
crescimento e desenvolvimento da criança, decorrentes dos ajustes que
ocorrem em função das mudanças constantes e específicas do corpo e do
psicossocial.
Na escola, existem situações que favorecem o aparecimento de
alterações posturais devido à permanência da postura sentada no mobiliário
por longos períodos do dia, com esforços intensos das estruturas que fazem a
manutenção do equilíbrio corporal. Souchard (1996 apud STAEL; LIMA, 2008
p. 5) comenta que:
[...] as síndromes posturais da coluna vertebral nem sempre
são bem visíveis ou definidas. A evolução é lenta e muitas
vezes, indolor e imperceptível na fase de crescimento,
frequentemente na fase adulta, com o problema já instalado, é
que o individuo tem a consciência da gravidade da situação.
Leboeuf-Yde e Kyvik (1998 apud MOREIRA, 2008, p. 11) no estudo
com 29.424 gêmeos, propuseram identificar em qual idade a dor na coluna
lombar começaria a se tornar um problema comum. O resultado indicou que
7% relataram sentir dores nas costas e estavam no início da adolescência. Em
continuidade, 67% destes sentiram dores também na fase adulta, ou pelo
menos sentiram uma vez na vida.
Sjolie e Ljunggren, Feldmann et al (2001, apud MOREIRA, 2008, p. 12),
Vanícola (2007) em pesquisas com crianças, verificaram que muitos dos
distúrbios posturais acometidos na infância estão relacionados à falta de
flexibilidade, de mobilidade e força muscular, causando instabilidade na
estrutura músculo-esquelética humana.
Na fase de desenvolvimento infantil, dores na região lombar e escoliose
foram os problemas mais identificados no estudo de Araujo (2012, p. 106) ao
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relatar que, “[...] 80% dos problemas posturais tem inicio da infância e
confirmando-se na adolescência, devido aos maus hábitos do cotidiano [...]
principalmente durante o período escolar”.
De todo o exposto, é necessário conhecer a importância da intervenção
preventiva sobre a postura corporal no ambiente escolar por meio das aulas de
Educação Física, e contribuir para a prevenção de possíveis alterações na
coluna vertebral.
2 A INTERVENÇÃO PREVENTIVA SOBRE A POSTURA CORPORAL NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Pesquisas relatam problemas relacionados à postura corporal no âmbito
educacional. No entanto, alguns atuam com o processo de intervenção para
prevenção ou tratamento após a detecção de alterações posturais e dores nas
costas dos educandos.
Vanícola et al (2007) conceitua a intervenção postural como a ação
pedagógica com aprendizagem de conhecimentos e comportamentos que
influenciam nos hábitos posturais realizados ao longo da vida. Candotti (2011)
pontua que a educação postural orienta quanto ao posicionamento do corpo e
as conseqüências de adoção de postura corporal irregulares, bem como,
informa as maneiras preventivas de realizar as atividades cotidianas.
No que tange a educação postural, a Educação Física Escolar pode
contribuir com a realização de diagnósticos e intervenções para conscientizar
os educandos sobre a necessidade de conhecer o próprio corpo, tanto nos
aspectos anatômicos e cinesio-fisiológicos, quanto o corpo no espaço social,
com ações conscientes e preventivas sobre os problemas posturais. Candotti et
al. (2011, p. 59) reforça esse pensamento ao destacar:
[...] a importância do ensino de conhecimentos de anatomia e
biomecânica, e hábitos posturais adequados nas atividades de
vida diária na infância, visto que a postura adequada ou a
correção precoce de desvios posturais nessa fase possibilitam
padrões posturais adequados na vida adulta.
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Barbosa (2010, p. 38) pontua que o professor de Educação Física deve
colaborar nas ações preventivas para possíveis alterações posturais, bem
como na detecção precoce das mesmas, pois, “[...] podem planejar formas de
intervenção pedagógica objetivando a consciência corporal do aluno, [...] adotar
cuidados com a sua postura dentro e fora do ambiente escolar”.
Shumaway-Cook e Woollacott (2003 apud VANÍCOLA, 2007, p. 307)
comentam quanto à necessidade de utilizar diferentes metodologias de
aprendizagem, e assim:
[...] a implementação de programas de exercícios, voltados a
reeducação postural, [...] estratégias como a utilização de
feedback visual e somatosensorial devem ser empregadas,
como seria esperado em qualquer ambiente de aprendizagem
de movimentos.
Estudos demonstraram que programas de intervenção realizados com o
propósito de ensinar e corrigir problemas posturais, de forma preventiva e
terapêutica obtiveram bons resultados. Gómez-Conesa (2001, apud RITTER,
2003, p. 16) descreve em sua pesquisa com escolares, obteve-se melhoria
quanto ao conhecimento e práticas corporais, articulando aulas teóricas e
práticas com abordagens anato-funcional e biomecânica aplicada às ações do
cotidiano, e assim, auxiliaram na prevenção de dores nas costas.
Rebolho (2005) realizou intervenções por meio de histórias em
quadrinho como estratégia educativa sobre a postura corporal na infância
escolar, e verificou ser uma metodologia precisa para mediar conhecimentos
científicos de forma atrativa e divertida para a aprendizagem de conteúdos
sobre a postura corporal com ações preventivas à saúde do educando.
Do exposto, verifica ser função da escola propiciar ambientes à
aprendizagem de conhecimentos à manutenção da saúde e qualidade de vida
dos educandos. Ao professor de Educação Física é de sua responsabilidade
social, mediar conhecimentos científicos, pedagógicos e técnicos, com uso de
metodologias e estratégias preventivas à formação do ser humano com
consciência corporal e interação crítica com o outro e o seu meio social.
5
3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo em questão é a continuidade de um trabalho realizado desde
2012, publicado por Lima (2013), cujo objetivo foi conhecer a incidência de
dores nas costas, e quais os fatores principais que resultam no incomodo ou
alterações posturais no ambiente escolar. Os resultados da pesquisa
comprovaram que as crianças tinham ou já sentiram dores nas costas, e o fator
com maior queixa foi ao transportar a mochila escolar. Sendo assim, foi
estruturada a implementação à conscientizar e adoção de atitudes posturais
positivas
com
intencionalidade
interventiva
à
manutenção
músculo-
esqueléticas da pesquisa de 2013.
O estudo caracteriza-se como pesquisa descritiva, com análise
qualitativa e quantitativa dos dados, que objetiva descrever os resultados
obtidos sobre ações de intervenção à conscientização sobre a postura corporal
adequada à saúde, por meio das aulas de Educação Física aos estudantes do
ensino fundamental I.
Após a permissão para realização da pesquisa, houve a convocação
do público alvo por meio de comunicação verbal à aplicação dos questionários.
Participaram do estudo 47 estudantes do 4º e 5º anos, matriculados na rede
municipal de uma cidade do Norte do Estado do Paraná. Desses, 25 (52%) são
do gênero masculino e 22 (45,83%) são do gênero feminino.
A coleta de dados foi realizada em duas etapas: a primeira em maio de
2013, e a segunda em agosto de 2013.
Os questionários foram idênticos
quanto às abordagens, sendo 10 questões fechadas sobre a concepção de
postura corporal, porém com aplicação em momentos diferentes, momento préintervenção e pós-intervenção.
As questões com múltiplas escolhas indagaram sobre a posição
postural sentada, em pé, deitada, no transporte de mochila escolar e a
mudança de objetos com levantamento do peso desde o chão até outro
espaço. Em cada uma das opções, eles tinham que assinalar qual postura era
a mais adequada para uma determinada posição.
6
Após o diagnóstico (pré-orientação/intervenção), foi realizada ações de
intervenção para aprendizagem de conceitos e comportamentos sobre a
postura corporal por meio das aulas de Educação Física Escolar.
As ações interventivas ocorreram: a) por meio de palestra para
professores, alunos, equipe pedagógica e funcionários da escola, ministrada
por um Fisioterapeuta, que prestou orientações específicas sobre postura
corporal; b) aulas práticas com situações corretas e incorretas sobre a postura
corporal e o comportamento das posições no cotidiano escolar; c) sessões
educativas com estudo de conceitos sobre anatomia músculo-esqueléticas da
postura corporal e doenças causadas por adoção de má postura; d)
demonstrações de figuras músculo-esqueléticas, desvios, alterações posturais
relacionadas; e) aulas expositivas e dialógicas com técnica de movimentos
corporais que atuam na manutenção da boa postura.
Posteriormente,
foi
reaplicado
o
questionário
pós-
orientação/intervenção para analisar se houve mudança de conceitos quanto à
postura corporal, com questões seguindo o mesmo padrão no diagnóstico da
pré-orientação/intervenção.
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As questões 1, 2, 3, abordam sobre postura corporal na posição
sentada. Na questão 1, pergunta-se aos educandos qual o jeito adequado de
ficar
com
as
costas
na
posição
sentada.
Nas
repostas
da
pré-
orientação/intervenção foram 80,86%, pós-orientação/intervenção 93,61%
disseram que deve estar reta encostada na carteira. Quanto a questão 2,
questiona-se sobre a adequação do bumbum no acento. Na situação préorientação/intervenção, 93,02%, e na pós-orientação/intervenção 91,49%
alegaram ser perto da cadeira sem escorregar para frente. Na questão 3,
questiona-se sobre a maneira adequada dos pés ficarem. No momento da préorientação/intervenção 91,49%, na pós-orientação/intervenção 93,61% dos
educandos disseram que deve alcançar o chão, ficando retos e apoiados.
7
Nota-se que nas três primeiras questões os resultados revelaram que o
trabalho de orientação/intervenção de educação postural provocou mudanças
positivas na conscientização sobre a postura adequada ao sentar. Vê-se como
essencial socializar os conhecimentos teóricos e práticos para evitar possíveis
alterações da postura corporal. Eastman (1976 apud BANKOF, 2004) em sua
pesquisa com foque na ergonomia da posição sentada em escolares observou
que quanto mais ereta estiver a coluna do educando, resulta na redução da
fadiga e desconfortos da postura corporal sentada.
As questões 4, 5, 6, abordam a postura corporal em pé. Na questão 4,
questiona-se sobre a maneira adequada de posicionar a cabeça, e 93,61% na
pré-orientação/intervenção; 95,74% na situação pós-orientação/intervenção
apontaram que a maneira adequada da cabeça é olhando para frente. Quanto
ao posicionamento adequado das costas, na questão 5, 93,61% na situação
pré-orientação/intervenção, e 95,74% na situação pós-orientação/intervenção,
disseram que o adequado é ficar com as costas na posição reta. Na questão 6,
questiona-se sobre a maneira adequada dos pés ficarem, e 63,82% préorientação/intervenção; e na pós-orientação/intervenção, 87,23% assinalaram
que devem ficar juntos.
Ao observar os resultados, nota-se que houve mudanças no
aprendizado das atitudes posturais, tanto no pré, como no pós, sendo efetiva e
notável a conscientização sobre o alinhamento corporal em pé com consciência
postural adequada, que permite ao corpo um equilíbrio corporal mais estável, e
minimiza os esforços e desconfortos da coluna vertebral. Rasch e Burke (1977
apud BANKOFF, 2004) sugerem que a posição em pé deve satisfazer
funcionalmente as necessidades do corpo com respeito às individualidades de
cada pessoa.
Na questão 7, questiona-se sobre a maneira de carregar a mochila. Na
pré-orientação/intervenção
95%,
na
pós-orientação/intervenção
93,61%,
destacaram que a mochila deve ser transportada nas costas, com uma alça em
cada
ombro.
Percebe-se
modificações
nos
resultados,
devido
aos
conhecimentos socializados na palestra sobre como carregada a mochila
escolar, revezando o tempo em cada parte do corpo ao transportá-la. Essa
informação influenciou nas respostas na pós-orientação/intervenção sobre a
8
ergonomia adequada ao transportar a mochila escolar. A literatura já se opõe a
esta afirmação quando Rebolho (2005) comenta, “[...] o transporte deve
acontecer com apoio nos dois ombros e que as crianças devem ser orientadas
sobre o uso correto das mochilas”.
Quanto a forma adequada de ficar deitado, referente à questão 8, na
situação pré-orientação/intervenção obteve resultados diferenciados em duas
opções, 44,68% acreditam ser de lado, enquanto que 34,04% disseram ser de
barriga para cima. Na situação pós-orientação/intervenção, 74,47% apontou
ser de lado, enquanto que 21,27% apontaram ser para cima.
Verifica-se que no momento da pós-orientação/intervenção ocorreu um
aumento do percentual quanto à opção deitar de lado ser a mais adequada.
Nota-se a importância das ações educativas quanto a postura ao dormir.
Pesquisa realizada por Rebolho (2005) mostrou que as ações interventivas de
ensino, memorização de conceitos e nas demonstrações práticas quanto à
forma adequada para dormir também foram efetivas quanto à mudança no
aprendizado, tanto na pré, como na pós-intervenção.
Nas questões 9 e 10, ambas abordam sobre o levantamento e
transporte de objetos. Na questão 9 questiona-se sobre o jeito adequado de
abaixar,
pegar
e
levantar
um
objeto
do
chão.
Na
situação
pré-
orientação/intervenção os percentuais obtidos se igualaram em duas opções,
46,80% assinalaram que os objetos devem ser levantados com a ajuda das
costas, e na outra opção, com a ajuda dos joelhos. Na situação pósorientacão/intervenção 87,23% afirmaram que o adequado ao levantar objetos
é com a ajuda dos joelhos, na posição agachada. Após a intervenção, os
educandos demonstraram apropriação de conhecimentos e conceitos sobre a
postura adequada para o transporte de pesos.
Quanto a questão 10, questiona-se sobre o jeito adequado de mudar
ou transportar um objeto. Na pré-orientação/intervenção 70%, e na pós
89,37%, destacam que seria realizada de frente para o objeto, segura nas duas
mãos e gira com o objeto próximo ao corpo. Panjabi (1990 apud TEIXEIRA &
VANÍCOLA, 2001) reforça que o peso deve ser transportado próximo ao corpo
para evitar sobrecarga nos discos lombares e sobre a coluna vertebral devido
ao aumento do braço de alavanca na realização do movimento.
9
Por fim, conhecer as técnicas à proteção da coluna vertebral, evita
sobrecargas que prejudicam a funcionalidade do movimento ao segurar ou
deslocar-se com pesos que possam provocar alterações posturais.
5
CONSIDERAÇÕES
Com base na proposta estabelecida de descrever os resultados obtidos
com as ações interventivas para a conscientização sobre a postura corporal
adequada aos educandos do ensino fundamental I, os resultados comprovaram
que as ações interventivas realizadas nas aulas de Educação Física
contribuíram à conscientização e a aprendizagem de conhecimentos sobre a
postura corporal adequada a ser praticada no cotidiano. Estas ações atuam
como prevenção contra possíveis desconfortos, alterações ou desvios na
região da coluna, ocasionadas pela prática de má postura no ambiente
educativo, já que a criança permanece na escola por longo período.
Nas
aulas
de
orientações
educativas,
os
alunos
obtiveram
aprendizagem de mecanismos que os auxiliaram na aprendizagem de técnicas
de equilíbrio e consciência corporal para alinhamento postural e a redução dos
desconfortos e a fadiga das estruturas envolvidas na sustentação da coluna
vertebral.
Quanto às ações de pré-orientação/intervenção, verificou-se que
conheciam sobre o posicionamento corporal adequado à manutenção da
postura corporal no cotidiano. No entanto, com os resultados obtidos na pósintervenção notaram-se percentuais ainda mais elevados. Acredita-se que a
aplicação das aulas teóricas à aprendizagem de conceitos e comportamentos
relacionados à postura, palestra, aulas práticas com sessões educativas das
situações corretas e incorretas, bem como, prática de técnica de movimentos
que atuam na manutenção da boa postura influenciou positivamente nos
resultados alcançados. A satisfação dos resultados sugere que foram
motivadas pela participação da comunidade escolar e a ação interventivas por
meio das aulas de Educação Física.
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A escola é o ambiente propício à ocorrência de alterações posturais.
Logo, é imprescindível o compromisso do professor de Educação Física com o
desenvolvimento humano, e a otimização em conscientizar, preventivamente, a
todos da comunidade escolar sobre adoção de hábitos posturais saudáveis,
utilizando-se das mais variadas metodologias e instrumentos à manutenção da
saúde e qualidade de vida dos envolvidos.
Por fim, é importante a inclusão efetiva de conteúdos sobre a postura
corporal no Ensino Fundamental I, bem como orientações junto aos pais, para
que os mesmos sejam ativos em participar na saúde postural do filho(a) no
cotidiano, e continuar com os incentivos à prática de atividades físicas como
prevenção aos malefícios à saúde em todos os seus aspectos.
6
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R. Justino Marques Bonfim, 12. Conjunto Vitor Dantas. Cornélio Procópio. PR.
2- Fundamentos teórico-metodológicos do processo ensino-aprendizagem e avaliação
em Educação Física.
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