NOVO REGISTRO DE MAMÍFEROS PLEISTOCÊNICOS NO MUNICÍPIO DE NOVA CRUZ, RIO GRANDE DO NORTE
Autores
LUCAS HENRIQUE MEDEIROS DA SILVA, ARIANE FELIX COELHO AZEVEDO, FERNANDO HENRIQUE DE SOUZA
BARBOSA, MARIA DE FÁTIMA CAVALCANTE F. DOS SANTOS, CLAUDE LUIZ DE AGUILAR SANTOS
Resumo
O município de Nova Cruz, região Agreste do Rio Grande do Norte, é paleontologicamente importante, devido a já documentada
ocorrência de mamíferos pleistocênicos no tanque Lagoa da Cruz. Um estudo recente em restos fósseis, abrigados na
coleção Onofre Lopes de Paleontologia de Vertebrados do Museu Câmara Cascudo/UFRN, do mesmo município, na
localidade Carnaúba da Lapa, revelou uma nova ocorrência de mamíferos pleistocênicos procedentes de um tanque
denominado Lagoa de Carnaúba (UTM 0241991, 9282500). O conjunto de fósseis é representado por 68 espécimes,
fragmentados na grande maioria, tendo sido, possível, até o momento, identificar 24 ossos, dentre os quais 23 pertencem à
Eremotherium laurillardi, como por exemplo, duas diáfises de fêmur, um úmero, uma ulna, uma vértebra lombar e dois
metacarpos parcialmente completos, e um fragmento de incisivo (defesa) de Stegomastodon waringi. Este novo registro está
de acordo com as várias análises prévias de restos fósseis encontradas nos tanques do Nordeste do Brasil, sendo que a
composição taxonômica indica a idade Pleistoceno tardio, semelhante ao que ocorre em outros depósitos de vertebrados
quaternários da região. A diminuta representação faunística dessa localidade, com apenas duas espécies identificadas,
quando sabemos que na mesma região há ocorrências documentadas (Lagoa da Cruz) que tratam de uma assembleia
fossilífera mais diversificada, não deve representar sua verdadeira associação, podendo-se atribuir esse fato a coleta ter sido
realizada por trabalhadores do campo, em período de estiagem, com o intuito de aprofundar os reservatórios à espera da
próxima temporada de chuvas.