O
d
i
v
a
D
PASTO R
R E I
D E
I S RAE L
Como Atingir o Topo sem Perder
de Vista o Mais Importante
2 Samuel 8—12; 21; 23;
1 Crônicas 11:18–20; 23; 27
David Roper
maioria dos livros na seção de autoajuda das livrarias parece falar sobre
como ser bem-sucedido ou como
superar o fracasso. Entre os títulos dessa natureza
estão: A Fórmula do Sucesso Total, A Arte de Vencer,
Nascido para Vencer, Você Pode Se Superar e O
Sistema de Sucesso que nunca Falha. Tais livros
falam sobre como vencer o estresse, o cansaço, a
baixa auto-estima, a depressão, pessoas difíceis, a
raiva, os abusos, o medo e a mágoa. Aparentemente, nenhum livro fala de como lidar com o sucesso.
É grande a necessidade de orientação sobre
como lidar com o sucesso. Quando ocorrem desastres à nossa volta, nós nos mostramos na nossa
melhor forma. Basta um furacão devastar uma
região, enchentes destruírem fazendas e moradias,
incêndios consumirem um bairro, e corremos direto para cima das pessoas afetadas. Sacrificamos
tempo, dinheiro e energia para lhes dar assistência.
Mas é quando as coisas vão bem, que nos tornamos maníacos competitivos, agarrando-nos vorazmente às paredes que levam ao topo do sucesso,
usando pessoas e, a seguir, descartando-as.
Quando o sucesso chega, perdemos a perspectiva. Muitas vezes, reclamamos da situação
econômica, mas ainda estamos em melhor condição do que muitos habitantes do planeta.
Reclamamos de ter de trabalhar muito, mas temos
mais tempo de lazer do que nossos pais tinham.
Neste sentido, temos alcançado o topo do sucesso,
embora muitos tenham perdido de vista o que é
mais importante na vida.
Como lidar com o sucesso? Ao verificarmos
como Davi foi bem-sucedido, vamos reunir
A
algumas sugestões de como ser bem-sucedido
sem perder a alma. Estudaremos os últimos dias
de felicidade antes do pecado projetar uma
sombra encobrindo os últimos anos de Davi.
Daremos ênfase ao império que Davi estabeleceu. Não queremos subestimar a importância
desses acontecimentos. Para os judeus, esses anos
e o início do reinado de Salomão sempre serão
“os anos dourados” de Israel. Ao mesmo tempo,
não devemos superestimar a importância desses
acontecimentos. Na maioria dos casos, a conquista de nações inteiras está narrada em poucos
versículos, em contraste com capítulos inteiros
dedicados a temas espirituais, como o transporte
da arca para Jerusalém. A Bíblia sempre mantém
esses assuntos em perspectiva.
Todavia, um fato é incontestável: Davi foi
bem-sucedido — como guerreiro, chefe de estado
e rei. Ao revermos o registro de seus sucessos,
observemos os fatores que o capacitaram — e capacitam a nós — a atingir o topo do sucesso, sem
perder de vista o que é mais importante na vida.
DAVI ATINGIU O TOPO
Em 2 Samuel 8 a 10, a lista de realizações do
rei Davi atinge um clímax. Esses capítulos armam
o palco para os dias ruins que sobreviriam na
vida de Davi.
Um Império Estabelecido (2 Samuel 8; 21; 23;
1 Crônicas 11; 18; 20)
A maior parte de 2 Samuel 8 é um resum
das vitórias militares de Davi. Ao lermos essas
vitórias, temos de nos lembrar de três fatos:
1) Davi estava cumprindo a promessa da terra
1
prometida dada a Abraão muitos anos atrás
(Gênesis 15:18–21). 2) Davi estava concluindo o
que Josué havia começado anos atrás (Josué 1:4;
21:43). 3) Davi estava estabelecendo a paz que
Deus disse ser necessária antes que o templo
fosse edificado.
Em direção ao Oeste. A lista de vitórias militares
começa com a Filístia, o constante inimigo de
Israel (veja o mapa na página 51). “Depois disto1 ,
feriu Davi os filisteus e os sujeitou; e tomou de
suas mãos as rédeas da metrópole2 [ou seja,
Gate3 ]” (2 Samuel 8:1).
As batalhas de Davi contra os filisteus foram
inúmeras. Examinemos essas batalhas considerando-as como típicas das guerras que Davi lutou
com as nações vizinhas. Já lemos um relato de duas
batalhas decisivas contra essa nação, quando Davi
foi coroado rei sobre todo o Israel (2 Samuel 5).
No apêndice do final de 2 Samuel, encontramos
diversos relatos breves dos combates travados
com os filisteus4 .
Segundo Samuel 21:15–22 fala de quatro
batalhas em que quatro gigantes filisteus foram
mortos, todos aparentemente parentes do famoso
Golias. No primeiro caso, com o decorrer da
batalha, Davi ficou cansado. (Imagino Davi murmurando: “Por que esta espada está parecendo
mais pesada do que de costume? Por que será
que não estou conseguindo me mexer tão rápido
quanto antes? Será que estou ficando velho?
Claro que não!”) Isbi-Benobe, um filisteu que
“descendia dos gigantes” (v. 16), viu que Davi
estava exausto e tentou fazer o nome matando o
“Matador de Gigante”. Ele irrompeu em direção
ao rei com uma lança de bronze maciço5 , afiada
como uma navalha6 . Abisai — irmão de Joabe e
parceiro no crime, aquele que estava sempre
querendo matar alguém7 — viu o que se passava
e correu em defesa de Davi. Desta vez ele não
pediu permissão a Davi para matar o inimigo;
ele simplesmente o matou. (Isto esclarece por
que Davi o mantinha por perto, apesar dele ser
uma constante dor de cabeça.)
O fato deixou os homens de Davi apreensivos.
Eles insistiram para que, na próxima batalha, ele
ficasse em casa: “Nunca mais sairás conosco à
peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel” (21:17). A referência provavelmente é ao
castiçal de ouro que ficava aceso no Santo dos
Santos, a única iluminação para aquela câmara
escura. Eles reconheciam que Davi era o maior
2
recurso nacional de Israel.
Na segunda batalha, um soldado israelita
matou outro “descendente dos gigantes” (v. 18).
Na terceira batalha, um dos “valentes de Davi”8
matou um gigante que parecia ser um parente
próximo de Golias 9 . Na quarta batalha, um
gigante com seis dedos em cada mão e pé foi
morto pelos sobrinhos de Davi (vv. 20, 21).
Além disso, a maioria dos “feitos de valentia”,
citados quando os “valentes de Davi” e suas façanhas são enumerados em 2 Samuel 23, ocorreram
em batalhas com os filisteus. Por exemplo, certa
vez, quando os israelitas estavam lutando com
os filisteus, todos os israelitas recuaram, exceto
um guerreiro. Ele se recusou a retirar-se e lutou
“até lhe cansar a mão e ficar pegada à espada;
naquele dia, o Senhor efetuou grande livramento”
(v. 10). Em outra ocasião, quando todos os
israelitas que lutavam contra os filisteus fugiram,
só um soldado israelita permaneceu de pé, defendendo uma pequena área! Novamente “o
Senhor efetuou grande livramento” (v. 12).
Uma das histórias mais comoventes que
lemos sobre a vida de Davi ocorreu durante um
combate com os filisteus. Os filisteus haviam
ocupado Belém, a cidade natal de Davi. Davi e
seus homens estavam acampados do lado de
fora da cidade. Enquanto pensava em Belém,
ficou cheio de nostalgia e disse em voz alta:
“Quem me dera beber água do poço que está
junto à porta de Belém!” (2 Samuel 23:15). Não
era um pedido; Davi simplesmente desejou poder
beber novamente do velho poço, como fazia
antes, nos velhos tempos de simplicidade. Todavia, Davi era tão amado pelos que o cercavam,
que um desejo dele era para eles uma ordem.
“Três valentes de Davi” abriram caminho lutando
com os filisteus, tiraram água do poço, voltaram
lutando novamente com os filisteus e, por fim,
entregaram a água ao comandante deles.
Vejo esses soldados se prostrando perante
Davi, oferecendo-lhe um copo de água fresca
cheio até a boca. As roupas deles deviam estar
rasgadas e ensangüentadas; os corpos, cheios de
ferimentos — tudo aquilo para trazer um copo
d’água ao seu amado líder. Davi transbordou de
emoção. Ele pegou o copo, mas recusou-se a
beber aquela água que poderia ter custado as
vidas de seus homens. Lentamente, despejou a
água no chão em oferta a Jeová. E enquanto a
terra sedenta absorvia a água, ele disse: “Longe
de mim, ó Senhor, fazer tal coisa; beberia eu o
sangue dos homens que lá foram com perigo de
sua vida?” (v. 17). O tributo de Davi aos seus
homens não foi esquecido tão rapidamente.
Poderíamos citar outros exemplos de vitórias,
ou livramentos, sobre os filisteus. Alistamos estes
para observarmos as poucas palavras que foram
utilizadas para resumi-los: “Depois disto, feriu
Davi os filisteus e os sujeitou” (2 Samuel 8:1).
Guarde isto enquanto fazemos um rápido vôo
panorâmico sobre as vitórias de Davi contra
outras nações. Sangue, suor e lágrimas encharcam
cada versículo. Quanto ao estabelecimento do
império de Davi, as palavras “feriu Davi os
filisteus e os sujeitou” significam que Davi
conquistou seus inimigos do lado oeste.
Em direção ao Leste. Vemos em 2 Samuel 8:2
que Davi conquistou seus inimigos do leste:
Também derrotou os moabitas; fê-los deitar
em terra e os mediu: duas vezes um cordel,
para os matar; uma vez um cordel, para os
deixar com vida. Assim, ficaram os moabitas
por servos de Davi e lhe pagavam tributo.
Os moabitas eram descendentes de Ló, sobrinho
de Abraão10 . Moabe consistia na campina devastada e nas cadeias desertas ao leste do sudeste do
mar do Sal (Morto). O versículo 2 nos induz a
perguntas que não podemos responder. Até onde
vai o registro inspirado, o relacionamento de
Davi com os moabitas era bom. Davi era bisneto
de Rute, uma moabita11 . Ele confiara seus pais
aos cuidados do rei de Moabe, quando virou
fugitivo do rei Saul12 . Apesar disso, Davi tratou
os moabitas derrotados com uma crueldade
jamais demonstrada a nenhuma outra nação13 ,
executando dois terços deles14 . O que o impeliu
a fazer isso? “Escritores judeus afirmam que a
razão de sua severidade particular contra esse
povo foi o fato de terem massacrado os pais e
familiares de Davi, os quais ele havia… confiado
ao rei de Moabe”15 . Talvez tenha sido esse o caso;
talvez não. Como não sabemos a razão para Davi
ter agido assim, embora sua atitude nos cause
repulsa, não podemos dizer com certeza se Davi
estava certo ou errado.
Davi também derrotou os amonitas16 , os
habitantes do deserto que viviam no leste do rio
Jordão, logo ao norte de Moabe. Assim como os
moabitas, os amonitas eram descendentes de
Ló17 . Por isso, os inimigos de Israel que estavam
ao leste foram logo subjugados.
Em direção ao Norte. Voltemos agora as atenções para as vitórias de Davi no norte: “Também
Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, foi
derrotado por Davi, quando aquele foi restabelecer o seu domínio sobre o rio Eufrates” (2 Samuel
8:3). Zobá, que fazia parte da Síria, era um reino
montanhoso ao norte de Damasco. Como o rei de
Zobá estava lutando para reconquistar o território
ao longo do rio Eufrates, Davi atacou o exército
dele por detrás. Davi teve uma grande vitória,
levando 21.700 prisioneiros18 . Ele também capturou muitos cavalos e carruagens19 .
A vitória de Davi tão perto da capital deixou
os siros20 de Damasco apreensivos, e eles correram para socorrer o rei de Zobá. Foi um erro
que custou caro. Davi matou vinte e dois mil
siros e os que sobreviveram tornaram-se escravos
de Israel. Davi expandiu com êxito seu império
para o norte, até o rio Eufrates.
O final de 2 Samuel 8:6 enfatiza como Davi
realizou essa proeza. Davi era um gênio militar;
seus líderes, corajosos; seus homens, máquinas
de combate; mas esses fatores isolados não foram responsáveis pelo seu notável sucesso, pois
“o Senhor dava vitórias a Davi, por onde quer que
ele ia” (grifo meu). Sublinhe essas palavras; elas
são o tema desta seção da lição.
Davi sabia Quem merecia o crédito. Ele tomou
o espólio de suas vitórias e o levou para Jerusalém,
inclusive escudos de ouro e enormes quantidades
de bronze, e os “consagrou ao Senhor” (2 Samuel
8:11). Grande parte da pilhagem foi separada e
reservada para o templo21 .
A riqueza do mundo começou a transbordar
dentro dos cofres de Davi. Quando o rei de
Hamate22 ouviu que Davi havia derrotado seu
antigo inimigo, o rei de Zobá, enviou presentes
de prata, ouro e bronze para Davi23. Metais
preciosos também procediam das nações que
Davi conquistara: Síria, Moabe, Amom, Filístia,
Amaleque 24 , Zobá. Tudo foi consagrado ao
Senhor. (Mais tarde, Davi disse a Salomão que
ele já tinha 100.000 talentos de ouro para o templo
e 1.000.000 de talentos de prata25! Davi tinha um
excedente nacional que equivaleria hoje a uns 100
bilhões de dólares!)
Em direção ao Sul. Davi havia expandido seu
império para o oeste, o leste e o norte. Agora,
voltemos a atenção para o sul, para Edom.
Segundo Samuel 8:13 diz: “Ganhou Davi renome,
quando, ao voltar de ferir os siros, matou dezoito
3
mil homens no vale do Sal”26 . Como o vale de Sal
era o sul do mar de Sal (Morto) e como a referência
cruzada de 1 Crônicas 18:12 traz “edomitas”, a
passagem provavelmente se refere aos edomitas,
e não aos arameus (siros)27 . Derrotar os edomitas
deu a Davi acesso ao Golfo de Ácaba e às rotas
comerciais em direção ao sul.
As palavras chaves desta seção aparecem de
novo no fim de 2 Samuel 8:14: “E o Senhor dava
vitórias a Davi, por onde quer que ia”. O Salmo
60 é um comentário sobre essa verdade. Foi
escrito durante os primeiros estágios da batalha
no vale de Sal28 . No tempo em que foi escrito, a
batalha com Edom não estava indo bem. Ele
começa com as palavras: “Ó Deus, tu nos rejeitaste
e nos dispersaste; tens estado indignado; oh!
Restabelece-nos!” (v. 1). Davi perguntou: “Quem
me conduzirá à cidade fortificada? Quem me
guiará até Edom?” (v. 9). Ele próprio respondeu
sua indagação no final do salmo: “Em Deus
faremos proezas, porque ele mesmo calca aos
pés os nossos adversários” (v. 12). Davi nunca
esqueceu Quem lhe dava a vitória.
Um Reino Organizado (2 Samuel 8;
1 Crônicas 23—27)
A última parte de 2 Samuel 8 resume o reinado
de Davi: “Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel;
julgava e fazia justiça a todo o seu povo” (v. 15).
Outros homens serviram como juízes, mas o rei
era o tribunal de apelação final. Como representante de Deus, o rei devia ser imparcial e justo29 .
Segundo Samuel 8:16–18 diz que Davi foi um
administrador competente, que sabia como
delegar autoridade. Joabe era encarregado do
exército. Davi tinha um “registro” que o mantinha
informado do que acontecia e era o seu arauto,
comunicando ao povo os editos do rei. Zadoque
e Aimeleque serviam como sumos sacerdotes.
(Tudo indica que Israel teve dois sumo sacerdotes
por um período: Zadoque inicialmente, no tabernáculo em Gibeão 30 , e Aimeleque provavelmente na
arca em Jerusalém31 .) Um dos “valentes de Davi”32
era encarregado de seus guarda-costas pessoais
— mercenários da ilha de Creta33 e da Filístia34 .
Um secretário real era responsável por registrar
e preservar os documentos oficiais. Davi também
utilizou seus filhos no seu governo. Segundo
Samuel 8:18 os denomina de “seus ministros” e
1 Crônicas 18:17, de “os primeiros ao lado do rei”35 .
Se você quiser saber mais sobre o surpre-
4
endente organizador que Davi foi, leia 1 Crônicas
23 a 27. A maior parte do registro fala de sua
organização dos levitas para o serviço religioso
(capítulos 23—26), mas Davi também organizou
as forças militares, de modo que sempre havia
um exército permanente pronto para o combate
(27:1–24). Como a agricultura era tão vital, ele
também organizou os responsáveis pela terra
(27:25–31). O registro encerra com uma lista de
outros membros do pessoal de Davi, incluindo
seus conselheiros e até um tutor real para os seus
filhos (27:32–34). Homens de sucesso preocupamse com detalhes.
Uma Promessa Cumprida (2 Samuel 9)
Em 2 Samuel 9 temos “um dos episódios
mais belos e comoventes de toda a vida de Davi”36
— um clímax compatível com a história da
amizade entre Davi e Jônatas.
Cerca de dez anos haviam se passado desde
que Davi foi coroado rei sobre todo o Israel. Com
o império estabelecido e próspero e o governo
organizado e em pleno funcionamento, Davi teve
tempo para refletir. Seus pensamentos concentraram-se num soldado valoroso, o príncipe de Israel
que foi seu amigo, o único amor totalmente abnegado que ele conheceu — e lembrou-se de uma
promessa que fez havia mais de duas décadas.
Quando ele e o jovem príncipe estavam num
campo, pouco antes de Davi fugir para salvar a
própria vida, Jônatas fez seu único pedido: “Se
eu, então, ainda viver [quando tu fores rei],
porventura, não usarás para comigo da bondade
do Senhor, para que não morra? Nem tampouco
cortarás jamais da minha casa a tua bondade;
nem ainda quando o Senhor desarraigar da terra
todos os inimigos de Davi” (1 Samuel 20:14, 15).
Davi tinha prometido sempre usar de bondade
para com Jônatas e sua família (1 Samuel 20:17).
Havia chegado o tempo de Davi cumprir seu
voto. Ele não poderia ajudar Jônatas, pois o
príncipe morrera sob a chuva de flechas lançadas
pelos filisteus no monte Gilboa. Todavia, Davi
poderia cumprir sua promessa a quaisquer
parentes de Jônatas que ainda estivessem vivos.
O problema era como encontrar tais pessoas.
Uma vez que, geralmente, os reis orientais
executavam de imediato os que eram, em potencial, seus rivais ao trono, os parentes de um rei
deposto evitavam chamar a atenção a si mesmos.
Davi, então, questionou: “Resta ainda, porventura,
alguém da casa de Saul, para que use eu de
bondade para com ele, por amor de Jônatas?”
(2 Samuel 9:1). Davi tinha uma das próprias
filhas de Saul em sua casa — Mical — mas, ainda
que ela soubesse onde estava algum membro de
sua família, não diria (ela não tolerava Davi).
Finalmente, alguém localizou um antigo servo
de Saul chamado Ziba, ao qual Davi perguntou:
“Não há ainda alguém da casa de Saul para que
use eu da bondade de Deus para com ele?” E
Ziba respondeu: “Ainda há um filho de Jônatas,
aleijado de ambos os pés” (2 Samuel 9:3)37 .
O nome desse filho de Jônatas era Mefibosete
(ou Meribaal38 ). Ele tinha cinco anos de idade
quando seu pai e seu avô foram mortos39 . Quando
sua babá ouviu que Saul e Jônatas estavam mortos,
ela ficou apavorada — temendo que os filisteus
ou o novo rei de Israel matassem a ambos. Ela
agarrou Mefibosete no colo e correu — mas, na
pressa, caiu. Ela pegou a criança e correu noite
afora. Somente um tempo depois ela percebeu
que os pezinhos do garoto estavam inchados e
deformados. O menino ficou aleijado para sempre.
O jovem Mefibosete encontrou refúgio na
casa de um homem chamado Maquir40 , que vivia
em Lo-Debar, uma cidade alojada no meio do
território de Gileade, a leste do rio Jordão41 — longe
da corte real de Davi. Nessa aldeia isolada, ele
cresceu no anonimato, casou-se e teve um filho42 .
Ele achava que todos haviam se esquecido dele.
Mas, agora, estava prestes a sair do anonimato.
E onde está? Perguntou-lhe o rei. Ziba lhe
respondeu: Está na casa de Maquir, filho de
Amiel 43 , em Lo-Debar. Então, mandou o rei
Davi trazê-lo de Lo-Debar, da casa de Maquir,
filho de Amiel (2 Samuel 9:4, 5).
Não é difícil imaginar o medo e a ansiedade
corroendo o coração de Mefibosete quando,
cercada de guardas armados, a carruagem de
Davi o levou para Jerusalém, a uns oitenta
quilômetros de Lo-Debar. É verdade que Davi
disse que queria mostrar-se “bondoso” para com
ele, mas poderia ser uma cilada para se livrar dos
rivais os rivais ao trono em potencial (uma cilada
usada posteriormente pelo rei Herodes, quando
disse aos magos para lhe contarem onde estava
o menino Jesus, a fim de que ele fosse “adorálO”44 ). Talvez Mefibosete tivesse ouvido a respeito
da amizade de seu pai com Davi e do voto que
Davi fez; talvez não. De qualquer maneira,
certamente ele não queria arriscar a vida por
causa de uma promessa feita vinte anos atrás.
Chegando ao palácio, Mefibosete mancou45
até a presença de Davi. O rei provavelmente
fixou os olhos no jovem aleijado e amedrontado,
em busca de alguma semelhança com o vistoso
príncipe e soldado que fora seu amigo. Ele
chamou Mefibosete46 . O jovem prostrou-se em
terra perante o rei47 e respondeu: “Eis aqui teu
servo!” (2 Samuel 9:6).
Davi sentiu o medo na voz do jovem e,
animando-o, garantiu-lhe: “Não temas, porque
usarei de bondade para contigo, por amor de
Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de
Saul, teu pai, e tu comerás pão sempre à minha
mesa” (2 Samuel 9:7).
Por lei, quando Davi tornou-se rei todos os
bens de Saul passaram para as posses dele. Davi
não tinha nenhuma obrigação de restituir esses
bens aos descendentes de Saul. Fazê-lo seria um
ato de graça, uma expressão de amor pelo pai de
Mefibosete, que ainda estava vivo no coração de
Davi. Da noite para o dia, Mefibosete passou de
objeto de caridade para um homem muito rico.
Mas a maior honra foi ser convidado para morar
no palácio real, ser tratado como um príncipe e
restituir um lugar de proeminência e respeito.
Mefibosete ficou desarmado. Mais uma vez
ele se prostrou perante o rei e exclamou: “Quem
é teu servo, para teres olhado para um cão morto48
tal como eu?” (2 Samuel 9:8). Para assegurar
Mefibosete e provar que sua oferta era genuína,
Davi chamou Ziba e fez dele mordomo das novas posses de Mefibosete49 .
Logo Mefibosete e sua família mudaram-se
para a capital do império. “Morava Mefibosete
em Jerusalém, porquanto comia sempre à mesa
do rei” (2 Samuel 9:13). Foi um ato de bondade
que abençoou a vida de Mefibosete. Sem dúvida,
isso abençoou Davi mais ainda. Vejo Davi à mesa
de jantar, olhando para Mefibosete sentado ali,
sorridente ao recordar os dias felizes em que ele
e Jônatas percorriam os campos juntos 50 . A
bondade tem um jeito de nos abençoar mais do
que a quem demonstramos bondade.
Uma Vitória Ganha (2 Samuel 10—12;
1 Crônicas 19; 20)
A seção sobre os “bons dias” de Davi, 2 Samuel 1—10, encerra-se com uma nota de rodapé
sobre um capítulo anterior. No capítulo 8,
observou-se que “os filhos de Amom” pagavam
5
tributo a Davi (v. 12), mas nesse capítulo não há
nenhum registro da derrota dos amonitas. Os
capítulos 10 a 12 finalmente nos dão detalhes da
guerra com os amonitas. Além disso, lemos no
capítulo 8 que “Davi pôs guarnições na Síria de
Damasco, e os siros [arameus] ficaram por servos de Davi e lhe pagavam tributo” (v. 6). O
capítulo 8 fala de algumas das batalhas com os
siros, mas o capítulo 10 conta o resto da história
— detalhes sobre como e quando os siros foram
finalmente subjugados.
A ligação entre os capítulos 9 e 10 é o tema da
bondade. Em ambos os capítulos, Davi tentou
usar de bondade para com os filhos por amor dos
pais deles. Enquanto no capítulo 9 o dom da
bondade foi gratamente aceito, no capítulo 10 ele
foi asperamente rejeitado.
O capítulo 10 começa com as seguintes
palavras:
Depois disto51 , morreu o rei dos filhos de
Amom, e seu filho Hanum reinou em seu lugar.
Então, disse Davi: Usarei de bondade para com
Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de
bondade para comigo (2 Samuel 10:1, 2a).
Não sabemos que bondade o rei dos amonitas
teve para com Davi. Talvez ele tenha sido
bondoso para Davi durante os dias em que este
fugia de Saul52 . De qualquer forma, Davi quis
retribuir bondade com bondade.
Davi enviou servos a Rabá53 , a capital de
Amom, para expressar seus sentimentos por
Hanum. Quando os servos chegaram a Rabá,
porém, os filhos do rei o convenceram de que os
homens de Davi não estavam lá para levar uma
mensagem de misericórdia, mas sim para espionar. A resposta do rei dos amonitas foi um insulto
duplo. “Tomou, então, Hanum os servos de Davi,
e lhes rapou metade da barba, e lhes cortou
metade das vestes até às nádegas, e os despediu”
(2 Samuel 10:4). Embora alguns homens não
usassem barba, em geral a barba de um homem
simbolizava a sua masculinidade. Tirando metade
da barba de cada um, o rei estava enviando a mensagem de que eles eram inferiores a homens. O
segundo insulto foi cortar as vestes deles até às
nádegas, deixando-os parcialmente desnudos. Era
assim que se tratavam os prisioneiros de guerra54 .
Desconcertados e humilhados, os servos de
Davi voltaram. Davi ficou furioso, mas contevese até ficar sabendo que os amonitas estavam se
preparando para guerrear — e que eles haviam
6
levantado mais trinta e três mil homens para
lutar com eles55 (mais de dois terços deles eram
siros 56 ). Imediatamente, Davi enviou Joabe e
seus melhores soldados para o campo de batalha.
Quando Joabe chegou a Rabá, descobriu que
teria de lutar em duas frentes: os amonitas
estavam defendendo a capital; as outras tropas
estavam prontas para atacar vindo do campo. A
derrota parecia uma possibilidade. Certamente
foi o momento mais decisivo na vida de Joabe.
Ele escolheu seus melhores homens para lutar
contra os mercenários. O restante foi comandado
por seu irmão Abisai, para lutar contra os
amonitas. Depois, ele reuniu seus homens e deu
as seguintes ordens:
…Se os siros forem mais fortes do que eu, tu me
virás em socorro; e, se os filhos de Amom forem
mais fortes do que tu, eu irei ao teu socorro. Sê
forte, pois; pelejemos varonilmente pelo nosso
povo e pelas cidades de nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer (2 Samuel 10:11, 12).
Foi um discurso inspirador, não típico de Joabe,
um discurso do qual todo líder tem o que
aprender. A necessidade de cooperação, coragem,
preocupação com os outros e de complacência
com a vontade de Deus são motivações poderosas. No encerramento do seu discurso, vejo
Joabe baixar a cabeça por um instante. Depois,
ouço os gritos dos homens ecoando pelas colinas.
Finalmente, vejo fogo nos olhos deles enquanto
partem para a batalha com todas as probabilidades contra eles — para a glória de Israel,
para a glória de Deus.
O Senhor deu a Joabe uma grande vitória
naquele dia. Os siros espalharam-se; os amonitas
recuaram para Rabá. O Senhor é com os que
confiam nEle.
Quando os siros derrotados se arrastaram de
volta para a terra deles, os líderes siros57 ficaram
furiosos. Os siros reuniram suas forças para uma
grande ofensiva contra Israel, chegando a recrutar
soldados das regiões dalém do rio Eufrates.
Quando Davi foi informado de que o exército
em massa estava se aproximando, ele sabia que
as conseqüências seriam cruciais demais para
confiar seus soldados a um outro líder. O próprio
Davi “ajuntou a todo o Israel, passou o Jordão”
(2 Samuel 10:17), para interceptar o exército siro.
Mais uma vez Deus deu a Israel uma grande
vitória. Quarenta e sete mil siros morreram,
incluindo o comandante-chefe. Quando os siros
viram “que foram vencidos, fizeram paz com
Israel e o serviram; e temeram os siros de ainda
socorrer aos filhos de Amom” (2 Samuel 10:19)58 .
Isto ainda deixou sem solução a questão de
Rabá, onde o exército amonita havia montado
uma barricada. Na próxima primavera, assim
que ficou possível viajar, Davi enviou Joabe para
conquistar Rabá, enquanto ele mesmo ficou em
Jerusalém59 . (Foi nessa circunstância que Davi
pecou com Bate-Seba. Pularemos essa parte da
história por enquanto. Seguiremos o exemplo do
escritor de Crônicas, que, a seguir, termina o
relato da história da guerra contra os amonitas60 .)
Primeiramente, Joabe desferiu ataques diretos
contra Rabá, mas não conseguiu romper os muros
da cidade61 . Então, atacou e capturou as fortificações ao redor da fonte de água da cidade 62 . Tendo
cortado o suprimento de água deles, Joabe sabia
que, em uma questão de tempo, os habitantes se
renderiam. Ele mandou chamar Davi: “Ajunta,
pois, agora o resto do povo, e cerca a cidade, e
toma-a, para não suceder que, tomando-a eu, se
aclame sobre ela o meu nome” (2 Samuel 12:28)63 .
Davi foi a Rabá e liderou o ataque final. Quando
a cidade foi rendida, a coroa do rei de Amom foi
colocada em Davi como indicação de que ele era
o novo governante deles64 . Então, Davi…
Trouxe também os seus habitantes, designandolhes trabalhos com serras, picaretas e machados,
além da fabricação de tijolos. Davi fez assim
com todas as cidades amonitas. Depois voltou
com todo o seu exército para Jerusalém (2 Samuel 12:31; NVI)65 .
Segundo o registro bíblico, esta foi a última
grande insurreição de uma nação vizinha durante a vida de Davi.
Tempos atrás, Deus prometera a Abraão: “À
tua descendência dei esta terra, desde o rio do
Egito até ao grande rio Eufrates” (Gênesis 15:18).
Através de Davi, Deus finalmente cumpriu essa
promessa. O império de Davi estendeu-se desde
o rio do Egito66 no sul até o Eufrates no norte,
desde o Grande Mar (Mediterrâneo) no oeste até
a região da Transjordânia no leste67 . Davi governou sobre mais de quinze mil quilômetros quadrados. Cerca de noventa po cento das riquezas
daquela região estavam sob o cetro de Davi.
Deus deu ao menino pastor de Belém um
sucesso muito além dos seus sonhos mais extravagantes.
COMO OBTER SUCESSO
SEM PERDER DE VISTA O QUE
É REALMENTE IMPORTANTE
Que lições estão implícitas na história da ascensão de Davi? Especificamente, como podemos ter
sucesso sem perder de vista tudo o que é realmente importante — incluindo nossas almas? Ao analisar o sucesso de Davi, formulei cinco sugestões:
1) Não Se Esqueça do Seu Propósito
O sucesso geralmente traz notoriedade e
popularidade, as quais, por sua vez, provocam
distração; esta, por sua vez, traz o fracasso. Os
exemplos dessa cadeia são múltiplos: o astro de
TV e cinema que não consegue lidar com a pressão
do sucesso e destrói a carreira, voltando-se para
o álcool e as drogas; o time esportivo que vence
o campeonato nacional, depois, no ano seguinte,
atravessa uma temporada terrível por causa de
distrações; o político que se corrompe pelo poder
que lhe é dado.
Na próxima edição de A Verdade para Hoje,
veremos que Davi distraiu-se, desviando-se do
seu propósito — e o desastre resultante disso. Até
esta altura, porém, temos visto Davi concentrado
nos desafios que Deus lhe deu: representa-lO no
trono, estabelecer o império e proteger a nação
por meio da qual o Messias viria. Por ter-se mantido concentrado, Davi cumpriu esses desafios
esplendidamente.
Muito tem se falado a respeito do estabelecimento de alvos. Estabelecer alvos é algo que vale
a pena desde que os alvos valham a pena. Temos
de manter as prioridades bem nítidas: Deus
primeiro, o próximo em segundo (sendo que a
família está na frente) e nós mesmos por último68 .
Todavia, uma vez estabelecidos os alvos, é fácil
nos distrairmos, esquecendo em que consiste a
vida. Temos de nos esforçar para não esquecer o
que é realmente importante.
Recordemos a famosa afirmação de Paulo:
“…uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que
para trás ficam e avançando para as que diante
de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio
da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”
(Filipenses 3:13, 14). Observemos a expressão
“uma coisa faço”. Ele não disse “uma dúzia de
coisas faço”, nem “mil coisas eu me meto a fazer”,
mas “uma coisa faço”. Paulo era um indivíduo
concentrado — concentrado em Cristo.
Gaste tempo refletindo e orando para decidir
7
o que Deus quer que você faça com a sua vida.
Não se esqueça desses alvos e propósitos. Permaneça concentrado.
2) Não Se Esqueça da Sua Dívida
Se você já tem alcançado sucesso, não esqueça
a dívida que você tem com quem tornou possível
esse sucesso. Geralmente, pessoas bem sucedidas
demoram muito para se lembrar das pessoas que
as ajudaram a chegar aonde estão.
Davi reconheceu as contribuições que os
outros fizeram em prol do seu sucesso. Novamente, convém lembrarmos o “quadro de honra”
que Davi apresentou em 2 Samuel 23, a lista dos
“valentes” e seus feitos memoráveis. Acima de
tudo, porém, Davi deu ao Senhor o crédito por
suas vitórias. No Salmo 60, ele disse: “Em Deus
faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés
os nossos adversários” (v. 12; grifo meu). Davi
mostrou sua consideração dedicando os ganhos
de suas conquistas ao Senhor.
Paulo foi outro indivíduo que reconheceu a
contribuição tanto de pessoas como de Deus
para a sua vida. Por exemplo, em Romanos 16 ele
falou de Febe, dizendo: “tem sido protetora de
muitos e de mim inclusive” (vv. 1, 2). Num
capítulo anterior, Paulo disse que o Espírito de
Deus “nos assiste em nossa fraqueza” (Romanos
8:26). Uma irmã piedosa ajudou Paulo, Deus
ajudou Paulo e Paulo quis que nós soubéssemos
dessas duas fontes de ajuda.
Sempre que alcançarmos qualquer sucesso,
por menor que seja, outros contribuíram para
isso. Devemos reconhecer essa contribuição. Pode
ser que nunca tenhamos a oportunidade de ficarmos no pódio durante uma entrega de premiações
e dizermos: “Eu gostaria de agradecer a meus pais,
meus professores, etc.”, mas podemos deixar
que os responsáveis saibam como apreciamos o
que fizeram por nós. Poucas palavras ditas
pessoalmente ou por telefone, ou escritas num
lembrete podem ser um tremendo encorajamento.
Acima de tudo, temos de reconhecer que é
Deus quem possibilita o sucesso. Quando alguém
vence um grande evento atlético, invariavelmente lhe perguntam como conseguiu fazer
aquilo. O vencedor, então, fala dos alvos ambiciosos que ele estabeleceu para si mesmo e do
treinamento torturante a que se submeteu —
como se estes fossem os fatores determinantes.
Certamente, a auto-disciplina é um fato, mas
8
centenas de outros também estavam determinados e se submeteram a vigorosos programas
de treinamento, sem, contudo, vencerem. Por que
esse indivíduo venceu? Em primeiro e principal
lugar, ele venceu porque Deus lhe deu talentos e
capacidades únicos. Ele teve de desenvolvê-los,
mas Deus lhe deu uma capacidade que não foi
dada à maioria de nós.
Quando temos sucesso em qualquer área —
seja em ser aprovado num teste, formar uma
equipe, concluir o ensino médio, conseguir um
emprego, encontrar um namorado, comprar uma
casa, ter um filho, ganhar uma promoção, restabelecer a saúde ou vencer uma corrida de cem
metros nas Olimpíadas — vamos reconhecer que
foi o Senhor quem tornou isso possível. “Toda
boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não pode
existir variação ou sombra de mudança” (Tiago
1:17). Pode ser que não tenhamos a oportunidade
de expressar esses agradecimentos em cadeia
nacional — como um jogador de futebol que se
prostra perante os torcedores após marcar um
gol — mas podemos erguer a voz em agradecimento a Deus e contar aos outros como Ele tem
sido bondoso conosco. Além disso, como Davi,
podemos dedicar tudo o que temos e tudo o que
somos Àquele que nos deu todas as coisas.
3) Não Se Esqueça de Seus Compromissos
Quando muitos atingem o topo, facilmente
esquecem promessas que fizeram e compromissos que assumiram. Um homem pode achar que
a mulher com ele se casou quando passava por
momentos difíceis é, agora, um transtorno — do
qual deve se libertar. Um acordo feito com uma
pessoa num negócio pode parecer caro demais
para ser cumprido — sendo ignorado com a seguinte justificativa: “Nós nunca assinamos nada”.
Quando Davi finalmente chegou ao ponto
em que ele tinha condições para isso, ele cumpriu
um pedido feito uns vinte anos atrás. Considerando-se como Davi foi tratado por Saul, muitos
não o culpariam se ele se esquecesse da sua
promessa. Apesar disso, Davi olhou com respeito
para aquela promessa como sendo um voto
sagrado, feito na presença do Senhor69 , não
devendo ser quebrado. Sendo assim, ele procurou
pelo filho de Jônatas e o tratou honrosamente.
Todos nós já assumimos compromissos. Muitos
de nós somos cristãos e nos comprometemos a
viver para o Senhor, quando confessamos nossa
fé e fomos batizados. Muitos de nós assumimos
o compromisso por toda a vida de “amar, honrar
e cuidar” de uma esposa ou esposo70 . Provavelmente, assumimos outros compromissos também.
Aqui Números 30:2 é digno de consideração:
“Quando um homem fizer voto ao Senhor ou juramento para obrigar-se a alguma abstinência, não
violará a sua palavra; segundo tudo o que prometeu, fará”. Não podemos manter nossa integridade
se não cumprimos nossos compromissos.
4) Não Se Esqueça de que o Sucesso É
Passageiro
Você pode ser “alguém” um dia e “ninguém”
no dia seguinte. Pode ter um milhão de dólares
num dia e nenhum centavo no dia seguinte.
Pode ser presidente de uma grande empresa um
dia e zelador no dia seguinte. Pode ser saudável
num dia e estar numa U.T.I. no dia seguinte.
Pode ser um pai ou mãe orgulhoso hoje e amanhã
estar decepcionado com um filho.
Nem os melhores permanecem no topo do
sucesso para sempre. O campeão envelhece e é
nocauteado. A Miss Universo de 2003 é substituída pela Miss Universo de 2004. As maiores
sensações de hoje são substituídas pelos novos e
atraentes astros de amanhã.
O sucesso era algo com que Davi constantemente tinha de lutar, e não algo que ele colocava
numa caixa de troféu para usufruir pelo resto da
vida. Os povos que ele conquistava reerguiamse e tornavam a importuná-lo. Certos planos não
davam certo e tinham de ser refeitos. Como
veremos na próxima edição deste periódico, um
momento de imprudência — em poucos minutos
de lascívia desenfreada — derrubou Davi do
pináculo e encheu sua vida de dores de cabeça. O
sucesso, tal qual a própria vida, é “como neblina
que aparece por instante e logo se dissipa” (Tiago
4:14).
Se o Senhor achar por bem dar-lhe uma dose
de sucesso na vida, aproveite-a enquanto pode,
mas mantenha a visão correta das coisas para
que, quando o sucesso escapar pela janela, você
não seja tentado a pular pela mesma janela.
Lembre-se de que, no final, o único sucesso que
realmente importa será ouvir Deus dizer: “Muito
bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre
o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”
(Mateus 25:21).
5) Não Se Esqueça da Sua Vulnerabilidade
Não posso encerrar esta lição sem dar uma
prévia do acontecimento que anulou, da noite
para o dia, o sucesso de Davi. Certo palestrante71 ,
observou uma vez que a maioria das pessoas
bem sucedidas caem por causa de um destes
quatro fatores: “ouro”, “ócio”, “sexo” ou “ego”.
O ouro não foi uma grande tentação para Davi,
mas os demais fatores quase o levaram à ruína.
Davi era um homem apaixonado. Isso era elogiável quando ele estava louvando o Senhor, lutando
as batalhas do Senhor ou fazendo planos impetuosos para o futuro. Todavia, essa força se transformou
em fraqueza no que diz respeito a mulheres
bonitas. Certo dia, quando o ócio, a tentação
sexual e o egoísmo convergiram Davi caiu com
uma pancada que repercutiu por todo o reino.
Davi não estava ciente o bastante de sua
vulnerabilidade, ou se estava, não tomou as
devidas precauções para proteger-se. Tiago
admoestou: “Ao contrário, cada um é tentado
pela sua própria cobiça” (Tiago 1:14; grifo meu).
Cada um de nós está vulnerável. Cada um de nós
tem seus próprios pontos de fraqueza. Minhas
fraquezas não são necessariamente as suas, nem
as suas as minhas. Cada um precisa estar ciente
de suas fraquezas para que possa evitar situações
de tentação. Uma coisa é certa: o diabo conhece
nossos pontos fracos e se esforçará ao máximo
para explorá-los.
Se você ainda não fez isto, faça uma avaliação
séria da sua alma para descobrir quais são os
seus pontos de vulnerabilidade; depois, determine como evitar a tentação nesses pontos.
CONCLUSÃO
O que falamos não se refere somente àqueles
que ganham medalhas de ouro, são promovidos
aos mais altos salários ou têm uma foto na capa
de uma revista famosa. O fato de estarmos aqui
hoje, de termos roupas para nos vestir e estarmos
respirando proclama que, num sentido, Deus
nos tem concedido sucesso. Aprendamos com o
sucesso de Davi: por um lado, a dar glória a Deus
e, por outro lado, a evitar as ciladas que o sucesso
pode trazer.
Jesus certa vez desafiou Seus discípulos com
esta pergunta: “Pois que aproveitará o homem se
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16:26a). Não creio que estaremos cometendo
uma injustiça com essa passagem, se ampliarmos
9
a pergunta de Jesus: que aproveitará o homem se
ganhar o mundo inteiro, e perder o seu casamento?
Que aproveitará a mulher se ganhar o mundo
inteiro e perder os seus próprios filhos? Que
aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro
e perder o seu caráter? Que aproveitará a mulher
se ganhar o mundo inteiro e perder sua influência
para o bem? A resposta para todas estas perguntas
é a mesma: não aproveitará nada. Se você perder
o que é mais importante, pode ser o maior
sucesso do mundo e, ao mesmo tempo, o maior
fracasso.
NOTAS SOBRE O SERMÃO
A história de Mefibosete é comovente; ela
pode ser usada como base para uma lição sobre
como superar deficiências — e como deve ser
nossa atitude para com os deficientes físicos.
Essa história também pode ser usada para
ensinar uma lição sobre salvação pela graça. Compare o tratamento de Davi para com o rapaz (não
pelo valor pessoal dele, mas por causa do que
Jônatas fizera) com o tratamento de Deus para
conosco (não pelo nosso valor pessoal, mas por
causa do que Jesus fez).
O leitor astuto notará uma relação entre os
quatro fatores expostos nesta lição e os quatro
fatores demonstrados no discurso de Joabe, em
2 Samuel 10 (“cooperação”, “coragem”, “preocupação” e “complacência”). Esse discurso poderia
ser o texto para um sermão poderoso que
motivasse a congregação a agir e vencer.
Muitos dos salmos serviriam como boas lições
suplementares. Procure os salmos de “vitória” ou
“livramento” de Davi. Alguns pensam que o Salmo
18 foi escrito quando o rei de Hamate foi até Davi
(observe especialmente os versículos 43 a 45). O
Salmo 60 tem relação direta com esta lição. 1
As palavras de abertura do capítulo 8 provavelmente
não são uma referência cronológica, mas uma expressão
com efeito de gancho para a mudança para um novo tópico.
2
A ERC traduz o hebraico literalmente: “E sucedeu,
depois disso, que Davi feriu os filisteus e os sujeitou; e Davi
tomou a Metegue-Amá [que é o freio da cidade-mãe] das
mãos dos filisteus”. Por isso, Davi “feriu o freio [controle]
da cidade mãe” [principal]. “Mãe” ainda é usado hoje num
sentido de “principal” ou “maior” naquela parte do mundo:
“a mãe de todas as guerras”.
3
O escritor de Crônicas nos diz que “a cidade mãe” é
Gate: “Depois disto, feriu Davi os filisteus e os humilhou;
tomou a Gate e suas aldeias das mãos dos filisteus” (1 Crônicas 18:1).
10
4
Só podemos especular quando esses combates ocorreram. Alguns pensam que as quatro batalhas de 2 Samuel
21 ocorreram enquanto Davi fugia de Saul ou durante os
sete anos e meio em que ele reinou sobre Judá somente —
i.e., antes das batalhas decisivas de 2 Samuel 5 e as palavras
definitivas de 2 Samuel 8:1. Outros pensam que eles
ocorreram mais tarde na vida de Davi, quando os filisteus
continuavam transtornando Israel de tempos em tempos
— o que ajudaria a explicar por que Davi ficou “mui
fatigado” (2 Samuel 21:15).
5
Essa lança não era tão grande quanto a de Golias,
mas a ponta dela ainda pesava mais do que uma marreta!
6
Era uma “armadura nova” (2 Samuel 21:16).
7
1 Samuel 26:6–9; 2 Samuel 16:8, 9; 19:21.
8
2 Samuel 23:24.
9
Segundo Samuel 21:19 diz que o nome do gigante era
Golias; 2 Crônicas 20:5 diz que o nome dele era Lami, irmão
de Golias. A ERC presume que “irmão de” foi acidentalmente ocultado do texto de 2 Samuel e o insere. É possível,
porém, que “Golias” fosse um nome de família ou um
título e Lami fosse “um” Golias que tinha um irmão que era
“o” Golias. Alguns, supondo que não seria outra pessoa
diferente de Davi que matou um gigante chamado Golias,
sugerem que “Elanã” era outro nome para Davi. Isto parece
pouco provável uma vez que o pai de Elanã se chamava Jair
(1 Crônicas 20:5) e é alistado entre os valentes de Davi
(2 Samuel 23:24). Este incidente aparentemente ocorreu
muito depois do duelo entre Davi e Golias.
10
Os moabitas vieram a existir como resultado de
incesto (cf. Gênesis 19:37).
11
Rute 4:17–22.
12
1 Samuel 22:3, 4.
13
Possivelmente, uma exceção era os amonitas (veja as
observações sobre 2 Samuel 12:31 mais tarde).
14
O texto é obscuro quanto a se tratarem de dois terços
de soldados, de homens ou do total da população.
15
Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown, Commentary on the Whole Bible (“Comentário de Toda a Bíblia”),
ed. rev.. Grand Rapids, Mich.: Zondervan Publishing Co.,
1961, p. 233.
16
Observe 2 Samuel 8:12. Segundo Samuel 10—12 dá
os detalhes da vitória de Davi sobre os amonitas.
17
Os amonitas também vieram a existir como resultado
de incesto (cf. Gênesis 19:38).
18
Quando as passagens paralelas em Crônicas são
lidas, há variações de números, nomes, etc. Foram usados
métodos de contagem diferentes? Foram usados nomes
diferentes para as mesmas pessoas e locais? Um ou outro
texto foi acidentalmente alterado no decorrer dos anos?
Não podemos responder essas perguntas. Para os propósitos deste estudo, usaremos em geral as figuras e designações
citadas em 2 Samuel.
19
Ele “capturava” os cavalos cortando-lhes os tendões
inferiores das pernas traseiras, deixando-os incapacitados
para o combate. Nos dias atuais, em que há direitos para os
animais, isto soa cruel, mas era melhor do que matá-los.
Para Davi eles tinham pouca utilidade (Deus disse que o rei
não deveria “multiplicar para si cavalos” [Deuteronômio
17:16], além disso as carruagens não eram eficazes nas
terras montanhosas de Israel), e ele não queria que o
inimigo as utilizasse novamente num combate. Davi
reservou cavalos suficientes para cem carruagens; não
sabemos por que (veja as próprias palavras de Davi em
Salmo 20:7). Provavelmente, ele violou o espírito de
Deuteronômio 17:16 agindo assim. (Talvez tenha sido assim
que Absalão adquiriu sua carruagem e cavalos [2 Samuel
15:1]; conforme os registros, Absalão foi o primeiro membro
da família real a usar uma carruagem.)
20
A NVI, que se aproxima mais do texto original, traz
“arameus” no lugar de “siros”. O termo “arameus”
geralmente se referia aos siros. Os súditos do reino de Zobá
também eram arameus, ou siros (veja 2 Samuel 10:6).
21
Veja 1 Crônicas 18:8; 26:26ss.; 1 Reis 7:5; 2 Crônicas 5:1.
22
Hamate localizava-se cerca de 150 quilômetros ao
norte de Damasco.
23
Isto indica que o rei de Hamate fez uma aliança com
Davi, colocando-se em sujeição ao governo de Davi.
24
Davi derrotara anteriormente os amalequitas (1 Samuel 30).
25
1 Crônicas 22:14.
26
As observações no início do Salmo 60 atribuem a vitória a Joabe. O escritor de Crônicas atribuiu a vitória a Abisai,
irmão de Joabe (1 Crônicas 18:12). Isto preocupa alguns,
mas o exército de Davi lutou com Joabe no comando, e Abisai
aparentemente conduziu o ataque que decidiu a vitória.
27
A Septuaginta, a versão Siríaca e onze manuscritos
hebraicos trazem “edomitas” em 2 Samuel 8:13.
28
Veja as observações antes do salmo.
29
Anote isto. Este foi o ponto de ataque de Absalão
para ganhar o coração do povo (Leia “Aquilo que o Homem
Semear”, na próxima edição desta série).
30
1 Crônicas 16:39. Mais tarde, Zadoque ficou responsável pela arca (2 Samuel 15:24–29). De acordo com 1 Crônicas
6:3–8, 50–53, Zadoque era um descendente direto de Arão
(veja também 1 Crônicas 24:3).
31
Aimelque também era descendente de Arão, mas
através de uma linhagem diferente. Há certa confusão
quando a 2 Samuel 8:17 ser “Aimeleque, filho de Abiatar”
ou “Abiatar, filho de Aimeleque”. Abiatar, filho de
Aimeleque, juntou-se a Davi no deserto depois que Saul
massacrou os sacerdotes (1 Samuel 22:20). Desse momento
em diante, Zadoque e Abiatar são alistados como sacerdotes
(2 Samuel 17:15; 20:25). É possível que o Abiatar que foi até
Davi tivesse um filho chamado Aimeleque, que, por sua
vez, tinha um filho chamado Abiatar, sendo que todos os
três serviram como sumo sacerdotes. Também é possível
que Abiatar seja um nome alternativo para Aimeleque.
Não temos informações suficientes para definir a questão.
32
2 Samuel 23:20–23.
33
Os mercenários de Creta eram queretitas.
34
Os mercenários da Filístia eram peletitas. Davi pode ter
recrutado guardas estrangeiros para evitar rivalidade tribal.
35
O original hebraico em 2 Samuel 8:18 diz que os
filhos de Davi eram “sacerdotes”. Visto que não eram da
tribo de Levi e que o escritor de Crônicas de fato usou um
termo diferente de “sacerdote”, eles não eram sacerdotes
no sentido comum. A ERC diz que eles eram “príncipes”
em 2 Samuel 8:18. A New International Version (somente na
versão inglesa) diz “conselheiros reais”.
36
Burton Coffman, Commentary on Second Samuel
(“Comentário de Segundo Samuel”). Abilene, Tex.: ACU
Press, 1992, p. 114.
37
Se os acontecimentos de 2 Samuel 21 ocorreram
depois de 2 Samuel 9, outros descendentes de Saul também
ainda estavam vivos (observe 2 Samuel 21:8). Ziba talvez
conhecesse a afirmação original de Davi, “para que eu use
de bondade por amor de Jônatas”, e tenha mencionado
somente a descendência de Jônatas.
38
Veja 1 Crônicas 8:34. O significado de “Meri-baal”
(ou “Merib-baal”) é incerto; muito depende de “Baal”
significar simplesmente “Senhor” ou se referir ao deus
pagão. Para se evitar o uso da palavra “Baal”, o escritor de
1 e 2 Samuel pode ter substituído a palavra hebraica por
“vergonha” de citá-la (veja as observações anteriores sobre
o nome “Isbosete”). “Mefibosete” significa “aquele que
dissemina vergonha”.
39
Veja 2 Samuel 4:4.
40
Maquir, evidentemente, era um apoiador leal de
Saul e de sua casa. Depois da bondade demonstrada por
Davi para com Mefibosete, Maquir tornou-se um partidário
e apoiador de Davi (2 Samuel 17:27–29).
41
A localização exata de Lo-Debar é desconhecida. Alguns
pensam que ficava a cerca de trinta quilômetros ao norte do
noroeste de Maanaim, que servira de capital para Isbosete.
42
O filho de Mefibosete chamava-se Mica (2 Samuel
9:12). Os descendentes de Mica se tornaram proeminentes
em Israel (veja 1 Crônicas 8:34–40; 9:40–44).
43
Uma vez que o pai de Bate-Seba também é chamado
de Amiel em 1 Crônicas 3:5, existem especulações quanto a
ser este o mesmo Amiel e serem Maquir e Bate-Seba irmãos
— de modo que Maquir teria se tornado, posteriormente,
cunhado de Davi.
44
Mateus 2:8.
45
Talvez Mefibosete tenha sido carregado.
46
Davi disse o nome dele (2 Samuel 9:6). Como
Mefibosete devia ter sido anunciado, presumo que isso
significa que Davi não tinha certeza se ele era realmente
filho de Jônatas.
47
Prostrar-se com o rosto em terra era a maneira normal de apresentar-se perante um membro da realeza.
48
Referir-se a si mesmo como um cão era uma expressão
de auto-depreciação. Davi usara o mesmo termo para
descrever-se a Saul (1 Samuel 24:14).
49
2 Samuel 9:9–11. À luz de acontecimentos subseqüentes
(2 Samuel 16:1–4), creio que Ziba concordou com relutância.
50
A história de Mefibosete ainda não chegara ao fim.
Em algum momento, Davi lhe pouparia a vida (2 Samuel
21:7, 8). E Mefibosete reaparece na história quando Davi
foge de Absalão (2 Samuel 16:1–4; 19:24–30).
51
Provavelmente, esta é mais uma expressão com efeito
de gancho do que um indicador cronológico.
52
Como Naás era inimigo de Saul (1 Samuel 11:1–11),
talvez ele tenha se mostrado bondoso para com Davi, como
um meio de opor-se a Saul.
53
Rabá era “a cidade” mencionada em 2 Samuel 10:3.
Rabá ficava a leste do rio Jordão, cerca de trinta e cinco
quilômetros a leste de Jericó. Hoje é conhecida como Amã,
a capital da Jordânia.
54
Veja Isaías 20:4.
55
O escritor de Crônicas diz que o preço dessa contratação foi “mil talentos de prata” (1 Crônicas 19:6) — perto
de dez milhões de dólares!
56
As outras nações mencionadas, Maacá e Tobe, eram
vizinhas de Amom.
57
Hadadezer, rei de Zobá, foi um dos primeiros
instigadores (2 Samuel 10:16, 19). Já vimos Davi derrotar
Hadadezer no capítulo 8 (vv. 3, 5, 7–10). Não temos
informações suficientes para ter certeza da relação, se é que
existe, entre as batalhas mencionadas no capítulo 8 e as
mencionadas no capítulo 10. Alguns pensam que as batalhas
do capítulo10 ocorreram antes; alguns pensam que eles
participaram da mesma guerra.
58
Isto certamente está relacionado com 2 Samuel 8:6,
que diz que “os siros [ou arameus] ficaram por servos de
Davi e lhe pagavam tributo”.
59
2 Samuel 11:1.
60
1 Crônicas 20:1–3.
61
2 Samuel 11:1, 17–24.
62
2 Samuel 12:27. A ERC e a ERAB dizem “a cidade das
águas”; a NVI diz “reservatórios de água”.
63
Geralmente, os espólios de uma cidade pertenciam a
11
quem a conquistou. Neste incidente, vemos a lealdade impetuosa de Joabe a Davi mesmo após Davi desfavorecê-lo.
64
O termo traduzido por “o rei” também poderia se
referir ao deus amonita. Como um talento de ouro pesava
de 45 a 50 quilos, muitos pensam que a coroa estava na
cabeça de um ídolo. Talvez estivesse, mas tenhamos em
mente que tais coroas eram mais para exibição do que para
uso. (Nota: Essa coroa valeria, hoje, no mínimo, uns
duzentos e cinqüenta mil dólares!)
65
Essa tradução é fiel ao original, mas deixa em aberto
a questão dos amonitas estarem trabalhando como escravos
ou estarem sendo torturados. Como, mais tarde, um
membro da família real de Amom ajudou Davi (2 Samuel
17:27), não creio que Davi os tenha torturado. Todavia,
considerando o tratamento que Davi deus aos moabitas
(primos dos amonitas) e o insulto que seus homens sofreram
pelo rei de Amom, existe a possibilidade de que Davi tenha
torturado os amonitas.
66
Esse rio do Egito não era o Nilo. Veja o mapa na
página 51.
67
Veja 1 Reis 4:21–24.
68
Mateus 22:37, 38; 6:33.
69
O voto de Davi foi feito na presença do Senhor (veja
1 Samuel 20:16, 17).
70
Veja Mateus 19:3–9.
71
Esse palestrante é mencionado, mas seu nome não,
in Charles R. Swindoll, David: A Man After God’s Own Heart
(“Davi: Um Homem Segundo o Coração de Deus”). Fullerton, Calif.: Insight for Living, 1988, p. 80.
©Copyright 2004, 2006 by A Verdade para Hoje
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
12
Download

David Como Atingir o Topo sem Perder de Vista o Mais Importante