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HISTÓRIA GENEALÓGICA DA CASA REAL PORTUGUESA
Bruno de Cerqueira1
Com título tão auspicioso, convidou-me a secretária do IHGRJ, caríssima Profª. Rogéria de
Ipanema, a palestrar sobre a vinda da Corte Portuguesa ao Brasil em seu aspecto históricogenealógico. Desde o início, contudo, advoguei que o limite de tempo para exposição (30 minutos)
não permitiria, em hipótese alguma, que eu pudesse sequer resumir a história das dinastias
portuguesas.
Com efeito, o demandado era que eu apenas introduzisse a história genealógica da descendência de
D. João VI, o monarca luso-brasileiro que tanto festejamos neste Bicentenário. A propositura e a
conseqüente limitação de conteúdo me animaram bastante.
Antes, contudo, de iniciar a narrativa da história da descendência de D. João, é forçoso, necessário e
imperativo homenagear, aí sim, o autor da verdadeira História Genealógica da Casa Real
Portuguesa, o cônego setecentista D. Antonio Caetano de Sousa (*1674 †1759), cuja obra magna
acaba de ser reeditada em Portugal, pela Academia Portuguesa da História e a Editora QUIDNOVI2.
Tive eu a honra de ser chamado, juntamente com a Profª. Dra. Isabel Lustosa, a dar conta da
descendência de D. Pedro I no Volume XV da obra, que constitui uma complementação à coleção
original, haja vista ter ela terminado com a progênie dos filhos de D. João V o Magnânimo (*1689
†1750), Rei de Portugal a quem D. Antonio Caetano servia.
Dito isso e consignado o devido preito, passo a comentar — não mais do que isso — o que constitui
a história genealógica de D. João VI e sua descendência e em que medida isso importa na análise e
apreciação dos fatos que conduziram a antiga colônia luso-americana a se tornar o Império do
Brasil.
A importância dessa história genealógica é bem maior do que podem supor os desleixados
historiadores brasileiros que menosprezam a Genealogia e seus aportes e suportes ao exercício da
historiografia. Sob não poucos pontos de vista, o Brasil independente é fruto de acordos
diplomáticos, arranjos dinásticos e jogos políticos bastante bragantinos.
Bruno da Silva Antunes de Cerqueira (*1979) é historiador e pós-graduando em Relações Internacionais pela Univ. Cândido Mendes.
Cf. SOUSA, D. Antonio Caetano de. História Genealógica da Casa Real Portuguesa. (QuidNovi e Academia Portuguesa da História, Lisboa, 2008). A primeira
edição foi impressa entre os anos de 1735 e 1749.
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Os historiadores que, em todo século XX, tentaram negar aos Bragança o seu lugar na edificação
do Estado e da própria nacionalidade, conseguiram muito parcialmente fazê-lo. Se por um lado
existe um esforço notório de construir uma nova memória oficial a partir da República de 1889 e
neste esforço coube menosprezar o legado de D. João, dos dois D. Pedro e de D. Isabel, por outro,
no que tange à memória popular, é inegável que os membros da realeza, por mais descurados que
tenham sido em suas apreciações biográficas até aqui, são estimados e quiçá, alguns, venerados,
pelos brasileiros em geral.
A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, autora do célebre trabalho de história da
iconografia As Barbas do Imperador3, acaba de abordar a situação em entrevista à Revista de
História da Biblioteca Nacional. À pergunta “É possível comparar o sucesso das celebrações pelo
Bicentenário da chegada da Corte este ano com o relativo fracasso da festa pelos 500 anos do Brasil
em 2000?”, ela respondeu: “Não é tão fácil manipular as pessoas. É necessário que haja um desejo
da manipulação e uma recepção favorável. O tema dos 500 anos não é tão popular, pois destituído
de qualquer aura de sacralidade. (...) a celebração não pegou, não teve impacto popular.” Depois, ao
ser questionada sobre por que “D. João pegou”, isto é, por que as festas dos 200 anos da Corte no
Brasil foram bastante celebradas por cariocas e outros povos brasileiros, ela respondeu: “É possível
arriscar dizer que somos absolutamente órfãos da realeza. Quando comecei a pesquisa para escrever
As Barbas do Imperador, fui pela primeira vez ao carnaval no Rio. Na avenida, parecia que estava
passando um verdadeiro desfile de reis e rainhas, príncipes e princesas. Percebi que no Brasil todo
mundo que é bom vira rei: ‘rei da voz’, ‘rei Pelé’. Isso denota um imaginário forte e enraizado.”4
Nos comentários da professora da USP, se encontram dois elementos interessantes para o debruçar
de qualquer historiador: o imaginário monárquico que permeia os brasileiros e o saldo
extremamente positivo das figuras do período joanino e do restante da Monarquia no Brasil (18081889) na memória popular. Embora correlatos, eles não se igualam.
Se é fato que o rei “fujão” e “comedor de franguinhos” da historiografia de um Luiz Edmundo
(*1878 †1961)5, por exemplo, ainda persistia nas mentes de muitos brasileiros até o Bicentenário —
sobretudo por causa da massiva impressão dessas informações nos livros didáticos e para-didáticos
com que as crianças aprendem História do Brasil nas escolas —, também é fato que a imagem de D.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. Companhia das Letras, São Paulo, 1998.
Cf. Revista de História da Biblioteca Nacional. Assim é se lhe parece. Entrevista com Lilia Schwarcz. Ano 3. Número 34. Rio de Janeiro, Julho 2008.
5 Cf. EDMUNDO, Luiz (Luiz Edmundo de Melo Pereira da Costa). A Corte de D. João VI no Rio de Janeiro. 3 vols. Rio de Janeiro, 1940.
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João como monarca habilidoso e perspicaz, agradável a um historiador como o grande Oliveira
Lima (*1867 †1928)6, tinha inumeráveis defensores.
O interessante é notar que, talvez pela “orfandade da realeza” — no dizer de Lilia Schwarcz — D.
João e sua linhagem cada vez mais têm sido exaltados aqui. Se conseguirmos depreender os porquês
dessas permanências, quem sabe não possamos analisar alguma espécie de monarquismo ou de
sebastianismo difuso dos brasileiros? Dentro do estudo a que me dedico desde os mais tenros anos,
a monarcologia, elucidar nosso inebriamento envers nossos príncipes, é algo fulcral.
A verdade é que interpretar o Brasil enquanto legado da Casa de Bragança e seus conselheiros e
ministros de Estado (1640-1808-1889) e, antes deles no trono de Portugal, dos Aviz (1500-1580) e
dos Habsburgo espanhóis (1580-1640), é algo tão válido quanto enxergar este mesmo Brasil como
fruto do trabalho escravo dos africanos trazidos aos milhões nos séculos de colonização que
antecederam a transmigração da Corte e nas décadas que a ela se seguiram...
Destarte, o sui generis Brasil nasceu como uma monarquia americana, com dinastia européia e
súditos ultra-mestiços. Nada mais freyreano. Aliás, o gênio de Apipucos várias vezes comentou
nossa epopéia monárquica. Certa feita declarou que “graças aos Bragança, o Brasil, que não tem
neve, tem príncipes...”7.
D. JOÃO E SUA PROGÊNIE
O casamento de D. João com sua prima, D. Carlota Joaquina (*1775 †1830), Infanta de Espanha,
Princesa de Bourbon-Anjou etc., ocorreu em 25 de maio de 1785 e foi consumado cerca de cinco
anos mais tarde, quando a Princesa do Brasil — título a que fazia jus desde o consórcio com o
herdeiro da coroa lusa —, já havia tomado “compleição de mulher”.
A estirpe proveniente de D. João e D. Carlota certamente os coloca na condição de Avós da
Europa, nomenclatura com a qual alguns historiadores costumam classificar os soberanos Christian
IX da Dinamarca (*1818 †1906) e Victoria I da Grã-Bretanha (*1819 †1901), que são obviamente
de duas gerações posteriores, mas cuja descendência se encontra mais presente nas dinastias
protestantes e greco-ortodoxas.
Cf. OLIVEIRA LIMA, Manuel de. D. João VI no Brasil. 4ª. edição, Topbooks, Rio de Janeiro, 2006. A primeira edição, como é sabido, deu-se no Centenário da
Corte (1908).
7 Em artigo no Diário de Pernambuco (23.09.1926), Gilberto Freyre se referia a D. Pedro Henrique (*1909 †1981), Chefe da Casa Imperial que aniversariava em 13
de setembro, como o “Messias real” do Brasil e dizia claramente que era uma superioridade nossa, em relação aos nossos vizinhos de “aventura republicana”,
termos às nossas ordens uma realeza nacional.
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Obras clássicas na abordagem do tema são o livro de Frederico Gavazzo Perry Vidal8,
primeiramente publicado em 1923 — Descendencia de S. M. El-Rei o Senhor Dom João VI (28º
Rei de Portugal) — e a coleção Nobreza de Portugal e do Brasil, que traça em cada capítulo a
biografia do monarca em questão e sua descendência imediata9. O livro de Perry Vidal teve
republicação há mais ou menos cinco anos, em São Paulo e em Portugal. Trabalho genealógico e
iconográfico de fôlego, não abrangeu, contudo, dados biográficos dos citados.
Sobre a união de D. João e D. Carlota já se escreveram centenas e centenas de páginas: as
laudatórias e as execratórias. Dada a revisão historiográfica dos últimos anos10, a figura da rainhaconsorte de D. João tem tomado novos ares. Está longe de ser canonizada. Mas só de ter deixado de
ser demonizada, já valeu, e muito, a pena. Afinal, D. Carlota Joaquina esposa e mãe foi sempre uma
incógnita aos estudiosos do Brasil joanino. Havia uma equivalência surda entre legenda negra e
história biográfica para essa soberana portuguesa, que agora ruiu. Vale lembrar, contudo, que foram
necessários quase 200 anos para que isso ocorresse...
A descendência do casal é motivo de várias pilhérias, pela suspeita da infidelidade conjugal de D.
Carlota. Ainda que não haja nenhum indício documental das traições da Rainha, é certo que ela
tendia ao adultério. Sempre advogo, contudo, que a mentalidade das princesas até o século XIX não
comportava uma clivagem entre sua condição de “eleita pelos Céus” para a continuidade das
dinastias e das monarquias — aliás, comumente chamadas de repúblicas, vez que não se fazia
diferenciação ontológica entre uma comunidade nacional (res publica) e uma forma de organização
estatal em que o chefe do Estado fosse outro que não o monarca — e uma pessoa com desejos
próprios, acima daqueles interesses societais.
Desse modo, é bastante pouco provável que as rainhas e as princesas adúlteras produzissem frutos
de suas relações extra-maritais, pois sua profissão de fé cristã arraigada e atávica não o permitia. O
que era prática corrente, não só entre elas, como entre todas as mulheres nobres ou comuns, era o
aborto, cuja condenação moral era tênue, mesmo pelas autoridades eclesiásticas. Santo Tomás de
Aquino (*1225 †1274), por exemplo, não classificava como pecado mortal, na Summa Theologica,
o aborto praticado até o terceiro mês de gestação...
Cf. PERRY VIDAL, Frederico Gavazzo. Descendencia de S. M. El-Rei o Senhor Dom João VI (28º Rei de Portugal). Guimarães e Cia. Editôres. Lisboa, 1923.
ZUQUETTE, Affonso E. M. et alii: Nobreza de Portugal e do Brasil, 3 vols. Editorial Enciclopédia, Lisboa, 1961.
10 Sobretudo levada a cabo pela Profª. Dra. Francisca Nogueira de Azevedo (UFRJ), a quem todas as homenagens devem ser rendidas. Ver Bibliografia.
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Fosse a protestante Elizabeth I da Inglaterra (*1533 †1603), a ortodoxa Yekaterina II da Rússia
(*1729 †1796)11, ou a nossa católica D. Carlota Joaquina, essas monarcas tidas por inimigos
políticos como “Messalinas”, provavelmente, não passavam de mulheres a tentar encontrar no
mundo ultra-patriarcalista e em grande medida misógino em que viviam, arestas para a realização
de motivações/anseios/demandas pessoais. Tem sido esta, em geral, a visão dos historiadores,
mormente das historiadoras, que se dedicam à análise de gênero dos personagens femininos
demonizados em certas obras clássicas da historiografia.
Todavia, é necessário ressalvar, em nome do espírito anti-generalista do historiador, que se as
princesas européias do Medievo ao Renascimento tinham uma determinada tendência no agir, isso
se alterará parcialmente com o advento dos tempos modernos. Ainda assim, as exceções
confirmarão a regra, no que tange ao pavor que a imensa maioria delas sentia do Inferno e, portanto,
da infidelidade conjugal e de uma eventual procriação não-dinástica como geradora desse “destino
espiritual”.
Voltando a D. João e D. Carlota, de seu amor endogâmico12 e catolicizado13 nasceram nove
dinastas:
1. D. MARIA THEREZA (*1793 †1874). Princesa da Beira, como ficou conhecida toda a sua
vida, mesmo na velhice. Perdeu o título logo que nasceu o próximo irmão e, mais tarde,
quando ele morreu e D. Pedro de Alcântara assumiu a titulatura. Foi o primeiro membro de
uma realeza européia a contrair núpcias na América (1810), quando se casou com o primo
D. Pedro Carlos (*1786 †1812) e deu à luz o primeiro príncipe europeu nascido aqui: D.
Sebastião Gabriel (*1811 †1875), Infante de Espanha e de Portugal. A descendência do
filho único de D. Maria Thereza é tratada por mim na mini-biografia dela apresentada no
Museu do Primeiro Reinado, em 25.06.2008.
2. D. ANTONIO PIO (*1795 †1801). Príncipe da Beira. Criança enfermiça, teve a mesma sina
que todos os primogênitos da Casa de Bragança14.
Nascida princesa Sophie Friederike Auguste de Anhalt-Zerbst, pequena dinastia fortemente luterana da órbita da Casa Real prussiana.
A endogamia das dinastias é outro motivo para controvérsias, postulações ignaras e galhofas. No texto sobre a descendência de D. Pedro I acima citado, digo a
respeito: Alguns autores defendem que essa endogamia prejudicou as dinastias católicas, uma vez que a Igreja a consentia com medo de casamentos com Casas
protestantes ou ortodoxas. Recentemente, Chantal de Badts chega a ironizar no Petit Gotha12 que a “Igreja preferia acordar dispensas de casamentos várias vezes
consangüíneos, que ela interditava ao comum dos mortais. Curiosa maneira de proteger as dinastias católicas”.
Não é esse o nosso pensamento. Ainda está por se fazer um estudo acurado sobre a endogamia das linhagens soberanas e principescas européias, mas é certo
que, conforme esclarecem diversos antropólogos do século XX, entrelaçamentos praticados no mesmo etnos durante séculos não podem provocar anomalias
físicas ou mentais, per se. Contudo, também parece óbvio que determinadas doenças com propensões predominantemente genéticas se mantivessem em algumas
Casas (hemofilia, epilepsia etc.). Cf. CERQUEIRA, Bruno da S.A. de. Descendência de D. Pedro IV, Rei de Portugal e I Imperador do Brasil, in História
Genealógica da Casa Real Portuguesa. vol. XV (QuidNovi e Academia Portuguesa da História, Lisboa, 2008), pp. 255-256.
13 O termo está empregado aqui tanto no sentido religioso, quanto no político, dada a união Igreja-Estado. É amplamente sabido que os matrimônios principescos
eram corolários da Razão de Estado.
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3. D. MARIA IZABEL (*1797 †1818). Infanta de Portugal e Rainha de Espanha pelo casamento
com o tio D. Fernando VII (*1784 †1833), celebrado em 1816. Gerou duas filhas, mortas ao
nascerem. No segundo parto, a Rainha D. Maria Izabel foi morta pelos médicos, na tentativa
de salvar a criança...
4. D. PEDRO
DE
ALCANTARA (*1798 †1834). Príncipe da Beira etc. 29º Rei de Portugal
(1826). Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil (1822). Ao fim da vida,
usou o título de Duque de Bragança e tutor e natural defensor da Rainha de Portugal,
D. Maria II.
5. D. MARIA FRANCISCA DE ASSIS (*1800 †1834). Infanta de Portugal e Infanta de Espanha,
pelo casamento com o tio D. Carlos María Isidro (*1788 †1855). Geraram os Infantes D.
Carlos (*1818 †1861), D. Juan (*1822 †1887) e D. Fernando (*1824 †1861), que
brigaram pela sucessão do trono com a prima-irmã D. Isabel II de Espanha (*1830 †1904).
6. D. IZABEL MARIA (*1801 †1876). Infanta de Portugal e Regente do Reino (1826-1828).
Apesar de se ter planeado seu consórcio com o sucessor da Coroa austríaca em 1816,
Arquiduque herdeiro Ferdinand (*1793 †1875), futuro Ferdinand I, não logrou êxito o
Marquês de Marialva nas tratativas. D. Izabel Maria foi uma princesa triste e, ao que parece,
extremamente neurastênica. De qualquer forma, coube-lhe governar Portugal nos duríssimos
dois anos que se seguiram à morte de D. João VI. Morreu idosa e caquética em Benfica,
tendo feito três peregrinações a Roma15.
7. D. MIGUEL MARIA DO PATROCÍNIO (*1802 †1866). Ver abaixo.
8. D. MARIA
DA
ASSUMPÇÃO (*1805 †1834). Infanta de Portugal. Morreu solteira em
Santarém, após ter vivido uma vida de dedicação à mãe e ao irmão D. Miguel.
9. D. ANNA DE JEZUZ MARIA (*1806 †1857). Infanta de Portugal e Marquesa de Loulé pelo
casamento com Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto (*1804 †1875), 2º
Marquês e 1º Duque de Loulé, 9º Conde de Vale de Reis, 24º Senhor de Azambuja etc.
A descendência da Infanta D. Anna de Jezuz Maria é bastante grande, incluindo-se não
somente a casa ducal de Loulé, como a casa marquesal de Funchal e as casas condais de
Belmonte, de Linhares, de Mendia, de Paraty, de São Martinho, de Azambuja, de Marim, da
Figueira, de Proença-a-Velha etc. Há ainda várias casas titulares italianas e espanholas
descendentes da Infanta.
Reza a lenda que um mendigo teria esmolado a D. João IV (*1604 †1656) e este o teria repelido. A praga do mendigo, de que todos os varões primogênitos dos
Bragança pereceriam, teve longa duração, pois nenhum primeiro filho nascido na dinastia real portuguesa e, depois, imperial brasileira, vingou além da primeira
infância...
15 Cf. ZUQUETTE, Affonso E. M. et alii: D. João VI e a sua Descendência in Nobreza de Portugal e do Brasil, vol. I, Editorial Enciclopédia, Lisboa, 1961 (p. 716).
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Na vida familiar, D. João se alegrava mais nos momentos em que estava com as filhas queridas (D.
Maria Thereza, D. Izabel Maria) ou quando ainda viviam a mãe e as tias, D. Maria Anna Josefa
(*1736 †1813) e D. Maria Francisca Benedita (*1746 †1829), com quem partilhava do gosto por
orações e música sacra.
O relacionamento com a esposa teve altos e baixos desde o início do enlace. Trazida menina para a
Corte lisboeta, D. Carlota Joaquina era extremamente ciosa de sua condição de infanta espanhola e
princesa bourbônica. Identificava a parcimônia e a introversão do marido com as feições dos
membros da Casa de Bragança e não se acostumava a isso. Em certo sentido, a vida de D. Carlota
foi toda ela uma sucessão de frustrações. Nota-o Francisca Nogueira de Azevedo nas pesquisas que
realizou nos últimos vinte anos em arquivos espanhóis, portugueses, brasileiros, argentinos e
uruguaios e que embasam seu livro Carlota Joaquina na Corte do Brasil, saído em 2003.
Costumo brincar com a história de D. João e D. Carlota comparando suas carícias/repulsas com a
própria relação de amor/ódio entre portugueses e espanhóis. A semelhança não é pequena... Seja
como for, a descendência do casal é ilustríssima, através de seus dois filhos homens.
DESCENDÊNCIAS DE D. PEDRO E D. MIGUEL
Dentre os netos de D. João VI, dois serão monarcas célebres: D. Maria II de Portugal e D. Pedro
II do Brasil. O último é tido por alguns autores, entre os quais me incluo, como fortemente
parecido com o avô: D. Pedro II podia ser um perfeito Habsburg fisicamente, mas tinha um certo
conservantismo melomaníaco e nostálgico bem bragantino...
Outros dois netos serão igualmente célebres, não enquanto monarcas reinantes, mas enquanto
Pretendentes: D. Miguel (II) de Portugal (*1853 †1927) e D. Carlos (VI) de Espanha, este já
citado, filho de D. Maria Francisca de Assis.
Da descendência do primogênito de D. João, nosso D. Pedro I (D. Pedro IV dos portugueses),
procede a Casa Imperial do Brasil que reina aqui de 1822 a 1889; a Casa Real de Portugal (dinastia
Bragança-Saxônia-Coburgo-Gota), que reina de 1826 a 1910; a Casa Real da Saxônia, a Casa
Imperial da Áustria, Real da Hungria e da Bohêmia etc.; a Casa Principesca de Hohenzollern e a
Casa Real da Romênia; a Casa Real da Sérvia; a Casa Real da França; a Casa ducal de Magenta; a
Casa principesca de Orleans-e-Bragança; um ramo da Casa Real dinamarquesa e um da Casa Ducal
de Saxe-Coburgo-Gotha.
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Além disso, das linhas legitimadas de D. Pedro, provêm: em Portugal, os Condes de Seisal, os
Viscondes de Asseca, os Condes de Carnide; na Alemanha, os Condes de Treuberg e Barões de
Holzen, os Barões de Tanzl-Trazberg etc. No Brasil, a descendência dos Condes de Iguassu (ramo
dos Caldeira Brandt) e inúmeras outras linhagens nobres nacionais.
D. Miguel era o rebento do casal real no qual mais dúvidas de paternidade se lançavam. Muitos
cronistas contemporâneos o descreviam como fruto de uma ligação da Rainha com o Marquês de
Marialva.16 Na hipótese de ser crível esta historieta de alcova, então a varonia da atual Casa Real
portuguesa é de Meneses... Conforme teoria já exposta, tendo a não crer nesta hipótese.
De qualquer forma, no tortuoso relacionamento que teve El-Rei D. João seja com o primogênito,
seja com D. Miguel, é certo que os dissabores foram muitos. No primeiro caso, pelo excesso de
intrigas fomentadas pelos conselheiros de D. João com seu herdeiro e, no segundo, por causa do
amor edipiano extremado de D. Carlota por D. Miguel.
A descendência de D. Miguel é conhecidíssima na Europa, por contar, ainda hoje, com monarcas
reinantes. O atual Rei dos Belgas, Albert II (*1934), é trineto de D. Miguel; seu sobrinho, o atual
Grão-Duque de Luxemburgo, Henri I (*1955), é um trineto-tetraneto17; o Príncipe de
Liechtenstein, Hans-Adam II (*1945), é outro trineto.
Aliás, a bisavó de Henri, a Grã-Duquesa consorte Maria Anna de Luxemburgo (*1861 †1942),
foi outra neta de D. João VI que gozou de muita fama na Europa. Nascida no exílio austríaco de seu
pai, enamorou-se do príncipe-herdeiro de Nassau (dinastia Nassau-Weilburg), um protestante, na
década de 1880. O casamento foi adiado por anos e anos, pela falta do beneplácito do pai do rapaz,
o velho Duque Adolf de Nassau18 (*1817 †1905) e os escrúpulos da viúva de D. Miguel, D.
D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho (*Lisboa, c. 1775 †Paris, 22.11.1823), 6º Marquês de Marialva, 8º Conde de Cantanhede etc. Filho do 5º
Marquês de Marialva e de D. Margarida Caetana de Lorena Álvares Pereira de Mello (Cadaval). Cadete no regimento de Alcântara aos 11 anos, seguiu depois vários
postos na hierarquia militar portuguesa até atingir o posto de brigadeiro em 1807, ano em que entrou para a diplomacia. Pertenceu à delegação enviada pelo
Regente D. João para cumprimentar Napoléon, sendo bastante repelido. Em 1814, com a restauração bourbônica em França, foi encarregado de representar
Portugal junto a Louis XVIII. Por fim, atuou como o grande ministro português junto a Viena no processo matrimonial do Príncipe Real D. Pedro com a Arquiduquesa
Leopoldine. Morreu sem aliança, legando o marquesado de Marialva e suas possessões à Casa Ducal de Lafões, uma vez que sua irmã era a mulher do 2º Duque
de Lafões, D. João Carlos de Bragança Sousa Ligne Tavares Mascarenhas da Silva (*1719 †1806). O Marquês de Marialva deixou descendência ilegítima, a qual
passou ao Brasil, sendo um seu neto Seraphim José de Meneses (†1867), titulado Barão de Araçuaí por D. Pedro II a 14.03.1855.
17 Seu pai, o Grão-Duque Jean I (*1921), é bisneto duas vezes, pois filho do casal de primos-irmãos Charlotte I de Luxemburgo (*1896 †1985) e Felix de Parma
(*1893 †1970). Ao desposar a prima JosÈphine-Charlotte da Bélgica (*1927 †2005), irmã de Baudouin I e Albert II dos Belgas e filha de Leopold III (*1901 †1983)
— filho de Elisabeth (*1876 †1965), rainha belga que visitou com o marido, Albert I (*1875 †1934), o Brasil, em 1920. A Rainha Elisabeth, nascida duquesa em
Baviera, era filha de D. Maria José de Portugal (*1857 †1943) e neta de D. Miguel. Como prova inconteste da falta de conhecimento dos brasileiros sobre a temática
aqui tratada, leia-se na supramencionada Revista de História da Biblioteca Nacional o artigo Bom mesmo é banho de mar, do historiador Paulo Francisco Donadio
Baptista, onde se relatam os detalhes da visita de Albert e Elisabeth. O texto é muito bom, mas em nenhum momento o autor expõe que a rainha era bisneta de D.
João VI... Cf. RHBN. Ano 3. Número 34. Rio de Janeiro, Julho 2008 (pp. 79-83).
18 O Duque Adolf havia sido destronado de Nassau em 1866 pelas tropas prussianas. Contudo, pelo Pacto de Família (1783) entre os ramos da Casa de Nassau
(Orange-Nassau, Nassau-Weilburg etc.), ele seria o sucessor do Rei dos Países Baixos como Grão-Duque de Luxemburgo, na hipótese de morte sem sucessão
masculina. Isto ocorreu em 23 de novembro de 1890, quando Willem III dos PaÌses Baixos (*1817 †1890) faleceu e foi sucedido por Wilhelmina I (*1880 †1962),
avó da atual Rainha neerlandesa. Desde então, o Luxemburgo é um estado soberano.
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Adelaide19. Finalmente, em princípios de 1893, o Papa Leão XIII consentiu na união, que se
realizou com toda pompa no castelo bávaro de Fischhorn, já sendo o noivo o Grão-Duque
hereditário Guillaume Alexandre de Luxemburgo20, em 21 de junho de 1893. A história é
rapidamente contada pela página oficial da Corte grã-ducal luxemburguesa:
En 1884, Guillaume avait demandé à son père l'autorisation de mariage avec la princesse MarieAnne de Bragance, Infante du Portugal, mais Adolphe refusa car la Maison de Nassau était
luthérienne, alors que la princesse était catholique. Étant devenu Grand-Duc de Luxembourg, pays
très catholique, Adolphe révisa son opinion et donna son autorisation en 1893.
Le 22 juillet 1893, le jeune couple fit son entrée solennelle au Luxembourg. Ils choisirent le château
de Berg comme résidence.21
O Grão-Duque Guillaume IV (*1852 †1912) reinou somente por três anos, logo adoecendo
gravemente. Foi então que ele designou a esposa como Regente do Grão-Ducado, cargo em que ela
permaneceu até a maioridade da primogênita do casal (Marie-Adelaïde), que assumiu o trono em 18
de junho de 1912.
D. Maria Anna de Bragança, Grã-Duquesa Mãe de Luxemburgo, refugiou-se com sua família em
Portugal em maio de 1940, quando os nazistas invadiram o Grão-Ducado, até outubro do mesmo
ano, quando partiram para a América do Norte. Pouco tempo depois, sua filha caçula, Sophie de
Luxemburgo (*1902 †1941), Princesa Ernst Heinrich da Saxônia22, faleceu em Munique, o que a
fez adoecer. Meses depois, em 1º de agosto de 1942, ela findou seus dias em Nova York, após uma
cirurgia. Está sepultada na Catedral de Luxemburgo e sua memória é bastante presente entre os
luxemburgueses.
19 D. Adelaide nasceu em 3 de abril de 1831, no Castelo de Kleinheubach (Baviera), como princesa Adelheid Sophie Amelie Luise Johanna Leopoldine de
L˜ wenstein-Wertheim-Rosenberg, filha do Príncipe hereditário Constantin de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg (*1802 †1838) e da Princesa hereditária, nascida
princesa Maria Agnes Henriette de Hohenlohe-Langemburgo (*1804 †1835). Seu casamento com D. Miguel foi autorizado pelo irmão, Karl (*1834 †1921), Príncipe
titular de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, e se realizou no Castelo de Kleinheubach em 24 de setembro de 1851. A Casa de Löwenstein-Wertheim é um ramo
morganático da dinastia Wittelsbach, nascido em 1470, pelo casamento do Eleitor Friedrich I do Palatinado Renano (*1425 †1476) com Klara Tott. O filho do casal,
Ludwig (*1463 †1524), foi titulado Conde de Löwenstein ao nascer. Sua descendência se dividiu, no século XVIII, nas Casas de Löwenstein-Wertheim-Freudenberg
(luterana) e Löwenstein-Wertheim-Rosenberg (católica). O ramo primogênito (Freudenberg) somente adquiriu condição principesca em 1812; já o secundogênito era
Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico desde o início do Setecentos. A Rainha D. Adelaide terminou a vida no Convento de Santa Cecília, em Cowes, Ilha
de Wight (Inglaterra), onde havia sido consagrada como Sóror Adelaide.
20 A expressão é esta mesma: grão-duque hereditário. Significa, obviamente, herdeiro do trono, mas se trata de filigrana na versão do título germânico que inclui a
partícula Erb no início, diferenciando-se do Kron. Erbgrossherzog e Erbprinz, distintos de Kronprinz.
21 Cf. http://www.monarchie.lu/fr/L_histoire/Les_souverains/Guillaume_IV/index.html acessado em 03.08.2008.
22 Trineto de D. Pedro I, pois filho de Friedrich August III (*1865 †1932), último monarca reinante da Saxônia, filho, por sua vez, de Geörg I (*1832 †1904) e da
Infanta D. Maria Anna (*1843 †1884), quarta filha de D. Maria II.
10
O IMPÉRIO DO TEMPO:
PRÍNCIPES PEDRISTAS E MIGUELISTAS SE UNEM
Em 3 de julho de 1993, o Príncipe hereditário de Liechtenstein, Alois (*1968) — filho de HansAdam II — se casou na Igreja de São Floriano, em Vaduz, com a Princesa Sophie da Baviera
(*1967), neta de Albrecht (*1905 †1996), Chefe da Casa Real e Duque da Baviera. O Augusto
Senhor Albrecht era um Wittelsbach und Wittelsbach, pois filho do último Príncipe-herdeiro da
Baviera, Rupprecht (*1869 †1955) e da Princesa Marie Gabrielle (*1878 †1912), Duquesa em
Baviera — ramo caçula da dinastia Wittelsbach donde provém a celebérrima Sissi, tia de Marie
Gabrielle. Ocorre que a mãe desta era justamente a Infanta D. Maria José, quarta filha de D. Miguel,
citada em nota acima.
Isto significa que a endogamia dos Bragança-descendentes persiste de forma pujante. Mas o
interessante é notar as uniões que os descendentes de D. Pedro e D. Miguel celebraram, durante
todo o século XX. Uma das primeiras já citei acima, sem especificar: o casamento de Sophie de
Luxemburgo com Ernst Heinrich da Saxônia em abril de 1921. Outra mais conhecida e muito
frutuosa foi a do futuro herdeiro do Império austro-húngaro-tcheco, Karl23, em outubro de 1911,
com a prima Zita de Parma. Karl é o Bem-Aventurado Carlos, desde outubro de 2004, quando o
Papa João Paulo II o beatificou em Roma, perante vintenas de descendentes de D. João VI...
Sobre essas alianças pedro-miguelistas, comentei:
Outra união fundamental para a superação definitiva de qualquer resquício da velha guerra entre
portugueses absolutistas e liberal-constitucionalistas foi o consórcio do neto do Manno Miguel — D. Duarte
Nuno de Bragança (*1907 †1976) — com a bisneta do Pedrinho — D. Maria Francisca de Orleans-eBragança (*1914 †1968) —, celebrado com enorme pompa na Catedral de São Pedro de Alcântara
(Petrópolis), em outubro de 1942. O casal gerou o atual Duque de Bragança, D. Duarte Pio (*1945), de jure
D. Duarte III, Rei de Portugal...
Boda menos retumbante, mas igualmente jubilosa para a Realeza brasileira, foi a do já citado Príncipe
D. Antonio João do Brasil com sua prima, a Princesa belga Christine de Ligne (*1955), que se realizou em
Karl Franz Josef Ludwig Hubert Georg Otto Maria von Habsburg-Lothringen, Arquiduque e Príncipe Imperial da Áustria, Príncipe Real da Hungria e da Bohêmia,
Príncipe Ducal de Lorena e de Bar, Príncipe de Habsburgo-Lorena, nasceu em 17 de agosto de 1887, no pequeno Castelo de Persenbeug. Era o filho mais velho do
Arquiduque Otto (*1865 †1906) e da Arquiduquesa Maria Josepha (*1867 †1944), nascida Princesa da Saxônia. Maria Josepha era filha de Georg I da Saxônia
etc., e da Rainha, nascida Infanta D. Maria Anna de Portugal, já citados. O pai de Karl era irmão e herdeiro dinástico do Arquiduque herdeiro Franz Ferdinand
(*1863 †1914), cujo assassinato em Sarajevo provocou a guerra da Áustria com a Sérvia e deu início à I Guerra Mundial. Franz Ferdinand era o herdeiro imediato do
velho Imperador Franz Josef I (*1830 †1916) — marido da Imperatriz Elisabeth, a Sissi —, cujo reinado se estendeu de 1848 até 1916 e que perdera o filho,
Arquiduque herdeiro Rudolf (*1859 †1889), na tragédia familiar conhecida como Mayerling, lugarejo em que se suicidaram Rudolf e sua amante, a baronesa Maria
Vetsera.(*1871 †1889).
KARL tornou-se herdeiro imediato do tio-avô em junho de 1914; desde outubro de 1911 ele era casado com a prima Zita de Bourbon (*1892 †1989), princesa de
Parma etc., que lhe deu oito filhos, o mais velho dos quais, Otto (*1912), acaba de completar 95 anos e receber uma gloriosa Missa de Ação de Graças na Catedral
de Viena. O Bem-Aventurado Carlos faleceu precisamente em território português, na cidade de Funchal (Madeira), no 1º de abril de 1922, com os mesmos 35 anos
de idade em que falecera seu trisavô D. Pedro I e IV. Está enterrado lá até hoje.
23
11
Beloeil (Hainaut), em 1981, e cuja descendência garantiu a continuidade da Casa Imperial brasileira.
D. Christine é filha da Princesa Alix de Luxemburgo (*1929), duas vezes bisneta de D. Miguel I. Imagine-se o
quanto esses casamentos não aportaram de paz às almas dos que, em vida, eram chamados de “irmãos em
desatino”.24
A descendência de D. Miguel foi motivo da obra que o grande historiador português Caetano
Maria de Abreu Beirão (*1892 †1968) intentou em 1943 e que consta da bibliografia. Rico
trabalho de pesquisa e pleno de registros históricos importantíssimos para a análise dos sucessos e
das desventuras do ramo miguelista da Casa de Bragança.
Já a posteridade de D. Pedro é mais complexa. Ela se constitui de três tipos: legítima, legitimada e
ilegítima25. Isso dificulta, em muito, o trabalho dos historiadores e genealogistas que a queiram
investigar. De forma resumida, dei conta dela na seção da História Genealógica recentemente
publicada em Portugal. O Abade emérito de São Bento do Rio de Janeiro, D. José Palmeiro Mendes
OSB, e o atual presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia (CBG), Carlos Eduardo Barata,
estão entre os pesquisadores que já adiantaram bastante os dados de atualização dessa árvore de
descendência.
Para findar este artigo, resta dizer que, por motivo do Bicentenário, o Instituto Cultural D. Isabel I a
Redentora (IDII) projetificou o Portal da Corte Brasileira na Internet (www.cortebr.com.br), que
visa disponibilizar de forma ampla e democrática as informações concernentes aos grandes fatos e
personagens do Brasil joanino e do I, II e III Reinados brasileiros, além de todos os dados sobre os
príncipes referidos aqui.26
Cf. CERQUEIRA. Op. cit. P. 236.
Idem. P. 233.
26 O produto de divulgação do portal da Corte é precisamente a Genealogia Resumida da Realeza Brasileira, que mostra a descendência de D. João VI até o início
do século XX.
24
25
12
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Portal Histórico-Cultural da Monarquia Constitucional Brasileira (www.imperialereal.com)
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