TRAVESSIA DE SANTOS A ILHABELA – 1987 Desde cedo senti um impulso para ir mais além, sair do lugar comum e buscar novas experiências. A expectativa sobre o desconhecido, o aprendizado para se chegar lá, as pedras no caminho, a busca pela liberdade e a satisfação de se atingir os objetivos propostos, fez com que minha vida ondulasse entre altos e baixos. Mesmo assim, os ganhos sobrepõem às perdas e as lições aprendidas solidificaram a minha maneira de entender a vida. Passei por diversas experiências fora da canoagem, porém foi nela que me realizei definitivamente, a ponto de estar deixando nessas linhas, momentos especiais para serem compartilhados. Quando se busca uma aventura, nunca se sabe o que iremos ter pela frente; não estou me referindo às previsões para o sucesso da empreitada, mas às situações e os envolvimentos em que iremos nos encontrar durante a jornada. Minhas aventuras estão longe de serem as mais audaciosas realizadas no Brasil, porém elas me transformaram numa pessoa mais humana, menos arrogante, mais humilde e com um semblante mais leve. Conheço alguns canoístas que realmente realizaram feitos incríveis; tive o prazer de conhecer alguns pessoalmente, e outros, através da mídia. Gostaria de algum dia ter tempo livre suficiente para me “aproximar” dessas pessoas, não para igualar as suas marcas, mas para reviver as suas aventuras. E O SONHO SE MATERIALIZOU A história que vou contar agora aconteceu na Páscoa de 1987 e foi para mim o ponto de partida para a descoberta de uma nova forma de enxergar a canoagem. Entre todas as coisas que antecedem os preparativos para uma viagem de aventura, o mais difícil é romper com o lugar comum e ter impulso para partir. Eram 9:00 horas do dia 17 de abril quando Valdir, Boni, Carlos e eu saímos por um pequeno canal, sob os olhares de admiração e ao mesmo tempo de preocupação de nossos familiares e amigos. Uma salva de palmas repentina encheu o nosso ímpeto e impulsionou com mais firmeza as primeiras remadas da travessia. Saímos pelo Porto de Santos em direção ao Canal de Bertioga e ao nosso destino final: Ilhabela. Observávamos uns aos outros, tentando imaginar o que cada um sentia naquele momento. No tocante aos barcos, a preocupação maior era com a linha d'água e a distribuição de peso, pois estávamos transportando toda a nossa bagagem, sem apoio algum por terra. Por onde passávamos, despertávamos a atenção alheia; nas margens ou nas barcas que fazem a travessia do canal, todos olhavam tentando imaginar o significado de 4 caiaques repletos de carga, navegando por aquelas bandas. Poucos minutos se passaram e já estávamos no Canal de Bertioga. Embora tivéssemos saído no final da maré de vazante, sabíamos que logo mais ela estaria a nosso favor. Navegando pelo canal, passando por suas pontes e fazendo curvas, íamos seguindo pela parte mais afunilada e tortuosa até atingimos uma bóia de sinalização. Durante o percurso avistamos garças, martins-pescadores, gaviões-marisqueiros e uma paisagem maravilhosa. O tempo estava bom, porém as nuvens foram se avolumando, cobrindo boa parte do céu, o que para nos foi bom, pois conseguimos um filtro solar natural; contudo, o mormaço era forte e alguns mosquitos marcaram presença. Chegamos à bóia de sinalização às 11h40min, o que pelos nossos cálculos era um ótimo sinal, pois estávamos desenvolvendo urna velocidade de 3 nós (5.5 km/h). Nessa área, o canal é bastante raso, apresentando vários baixios, os quais se encontram assinalados na Carta Náutica. Na bóia, ainda percebíamos a condições favoráveis da maré de enchente, mas já nos preparávamos para sentir seus efeitos contrários. Às 12h50min já sentíamos o esforço de remar contra a corrente; esse efeito e bastante acentuado quando se está confinado dentro de um canal. Aproximamo-nos o máximo possível de uma das margens, para aliviar a força d'água do meio do canal, e assim continuamos seguindo o nosso caminho. Nesse trecho do canal pudemos avistar os restaurantes de beira de estrada, as marinas e galpões para guarda de embarcações. Numa dessas marinas, aproximamo-nos da escuna “Black Caesar " que conheci nas águas de Angra dos Reis; puxando conversa com um dos seus marinheiros, ficamos sabendo que seu proprietário havia falecido e suas cinzas lançadas em alto mar. Bem próximo da escuna estava o veleiro Gipsy, de São Francisco do Sul, o qual tornaríamos a encontrar ao longo da nossa jornada. Às 15h15min encostamos os caiaques junto ao Forte São João, em Bertioga, cumprindo uma etapa de 15 milhas da nossa viagem. Após uma rápida verificação, percebemos o tempo que perdemos no canal com a maré contra e também nas paradas desnecessárias. Esticamos um pouco as pernas, nos abastecemos com água fresca e seguimos nosso caminho. O céu estava bem encoberto e o calor era forte. Saímos às 16:00 horas no rumo da Ponta da Enseada e daí em diante, começamos a sentir os efeitos do mar aberto, onde éramos mais vulneráveis ao vento e as ondas. Por fim, às 17h40min chegamos à Praia do Indaiá, perfazendo um total de 20 milhas náuticas desde o ponto de partida. A primeira etapa havia sido vencida e todos estavam vibrando, principalmente eu, pois tínhamos voltado a desenvolver uma velocidade de 3 nós, percorrendo as 5 milhas que separam o Forte São João da Ponta da Enseada em 1h40min. Por obra do acaso, tínhamos parado os barcos bem em frente de um camping. Tomamos todas as providências e fomos logo montando as nossas barracas na área escolhida. As pessoas que acampam têm o hábito de se ajudarem mutuamente, mas para nosso grupo foi uma surpresa bastante agradável ter conhecido o casal Mário e Eunice, freqüentadores assíduos daquele camping. Eles foram tão prestativos e amigáveis que dificilmente sairão de nossas lembranças. Com a orientação deles, fomos procurar um restaurante para nossa primeira refeição quente. O dia estava por terminar, a primeira etapa havia sido cumprida, era hora de ir para a cama, ou quase isso. Ao amanhecer do dia seguinte, já estávamos desarmando as barracas e preparando os barcos para sair. Perdemos um pouco de tempo para organizar tudo, tomar café e nos despedirmos do casal amigo. Só as 08h30min deixamos a Praia do Indaiá; o mar estava um espelho, havia bastante névoa, mas o tempo era bom, prometendo bastante mormaço. Céu e mar se confundiam, numa tonalidade acinzentada. Nosso destino era Barra do Sahy, porém faríamos uma escala em Guaratuba, se o mar permitisse um desembarque seguro em suas praias; caso não fosse possível, tentaríamos em Boracéia. Como a visibilidade era bem precária, decidimos tirar o rumo que nos levaria até Guaratuba. A bússola estava à mão, porém não foi necessária desta vez; quando chegamos à ilhota chamada Monte Pascoal, pudemos identificar no meio da névoa o nosso objetivo. Sempre estávamos próximos uns dos outros, pelo menos dois a dois e assim, trocávamos muitas informações e confidências, questionando os mais variados assuntos. Às vezes nos revoltávamos com o que víamos, indignados com o descaso das autoridades e outras, entrávamos em êxtase, contemplando as belezas da natureza. Deixamos para trás a Praia de São Lourenço, com suas “torres de concreto" contrastando completamente com a paisagem local. Íamos seguindo de peito aberto, absorvendo toda a energia do embalo das ondas, dos borrifos lançados pelo vento, do sobrevôo das gaivotas, era maravilhoso estar ali e compartilhar com os amigos todas aquelas sensações. Após 2 horas de remo, estávamos no través da torre de transmissão situada num local chamado Três Morretes, um ponto bem conhecido para os motoristas que trafegam na rodovia Rio-Santos, pois é onde se encontra uma curva bem acentuada no topo de uma pequena elevação, próxima a uma estação de controle da Petrobrás, e onde se tem uma visão plena do oceano. Chegamos ao canto de Guaratuba, onde o rio de mesmo nome despeja suas águas e sentimos que seria difícil chegar até a praia, pois havia uma forte arrebentação e as águas estavam bem turbulentas. Decidimos fazer uma pequena pausa para relaxar e depois seguirmos para Boracéia, onde sem dúvida teríamos todas as condições para desembarcar. Com bastante dificuldade, podíamos ver o Monte do Trigo, com seus 300 metros de altura despontando em meio a toda aquela névoa. As horas foram se passando, o sol foi conseguindo mais espaço, a névoa foi se dispersando e após 05h10min de viagem, cumpridas mais 15 milhas náuticas, chegávamos a Praia de Boracéia. Ela estava cheia, mas não chegamos a despertar a atenção de curiosos. Apenas esticamos as pernas e nos alimentamos para dar seqüência à viagem. Saímos às 14h50min, passando pela ilhota do Maracujá e a Praia da Juréia com apenas 30 minutos de remo; já podíamos ver com nitidez a Ilha das Couves, As Ilhas, Ilha dos Gatos e também o contorno imponente de llhabela, a qual se eleva a mais de 1.300 metros do nível do mar. Começamos então a sentir o efeito do vento Sul, que enrugava o mar e nos retardava a progressão. Seguíamos em frente com certa dificuldade quando, próximos à Barra do Una, pudemos constatar algumas lanchas aguardando a maré atingir um ponto mais favorável para poderem entrar no canal de acesso ao late Clube, o que para nos era um fato curioso, pois após nossa jornada, podíamos demandar qualquer barra, pelo menos teoricamente. O vento foi diminuindo e o céu voltou a nublar. O mormaço aumentava, mas íamos em frente, ora dois a dois, ora os quatro juntos, trocando impressões sobre a viagem e contando histórias curiosas de nossas vidas. Às vezes parávamos para observar a topografia da costa, conferindo com a Carta Náutica cada detalhe impresso; observávamos nossa posição e nos orgulhávamos pelos avanços conseguidos. O melhor de tudo em constatar que nossas previsões estavam certas. Foi nas proximidades de Juquey que avistamos nosso amigo Walter, remador e incansável explorador do litoral. Ele havia saído de Santos com um dia de antecedência, pois por não se ter acostumado ao caiaque, decidiu que remaria no seu “velho e valente” barquinho de alumínio. Daí em diante, Walter passou a fazer parte do nosso grupo e continuamos remando até a Praia de Barra do Sahy, ponto previsto para pernoite. Lá chegando, tivemos a grata satisfação de encontrar um velho conhecido, Fernando Mota, canoísta experiente e detentor de vários títulos na canoagem. Entre muitos abraços, não conseguíamos conter a emoção de estar ali e no meio de toda aquela paisagem, olhávamos para trás, tentando “enxergar” a esteira de espuma deixada desde Santos. Quebrando aquele momento de magia, demo-nos conta de que ainda teríamos que armar nossas barracas em algum lugar; foi quando se aproximou um casal bastante simpático, demonstrando um interesse especial e informado (pelo jornal) sobre a nossa aventura. Nem conseguíamos acreditar: acabávamos de receber um convite para pernoitar na casa dos nossos novos amigos Sandra e Daniel, o argentino. Como é bom descobrir que ainda existem pessoas assim, desprovidas de interesse, querendo apenas ajudar! Nossa acolhida foi completa: além de terem colocado a casa a nossa disposição, oferecendo um bom banho e local para dormir, ainda nos brindaram com um delicioso churrasco. O que poderíamos esperar de melhor? Na manhã seguinte, após o café, vieram as despedidas. Deslocamo-nos até a praia, aonde iríamos nos preparar para mais uma etapa da viagem. Os barcos haviam ficado na casa à beira mar do nosso amigo Fernando, que só não nos abrigou, por já estar com muitos convidados e desprovido de acomodações. Voltando aos barcos, o primeiro a ir para água foi o do Walter, que, sem perder tempo, foi abrindo sua vantagem. O barco de alumínio, por ter mais espaço, permitia uma rápida acomodação da bagagem, fazendo com que nosso amigo não desperdiçasse tempo; contudo, por ser mais lento que os caiaques, necessitava de uma margem de diferença nas partidas, para posterior reencontro com o grupo. Só conseguimos sair às 09:00 horas. O céu estava azul e o mar tranqüilo, mas fomos informados de que o tempo já havia virado no Sul. Nosso amigo Fernando ficou tão entusiasmado, que resolveu na última hora acompanhar o grupo com seu caiaque. Após contornarmos a costeira do Sahy, avistamos a Ilha dos Gatos e a magnífica Ilhabela com o Pico do Papagaio marcando presença, com seus 1.370 metros. Remando agora com mais determinação, fomos passando pelas praias da Baleia, de Camburi e Boiçucanga, quando nas proximidades da Praia Brava, avistamos o Walter. Paramos para orientá-lo sobre o local escolhido para pernoitar. Havíamos previsto inicialmente a Praia de Toque-Toque Pequeno, mas, na última hora optamos por Paúba. Fernando Mota, que vinha nos acompanhando até aquele momento, decidiu voltar pra Barra do Sahy; antes, porém, conseguiu iniciar um discurso em pé no caiaque, terminando com um “inesperado” mergulho na água. No través da Praia Brava, podíamos ver Maresias com sua extensa faixa de areia branca e a linha de arrebentação das ondas. Carlos e Valdir seguiam um pouco mais a frente, Boni e eu vínhamos mais ai retaguarda, conversando muito. Estávamos aproximadamente a 1 milha da praia, Paúba estava bem à nossa proa e o tempo continuava bom. Quando os barcos tocaram na areia de Paúba, eram 11h50min. A praia estava cheia, mas as pessoas não mostraram nenhuma reação à nossa presença. Fomos checar a possibilidade de permanência no local, pois o Valdir já nos havia dito que um amigo seu teria condições de nos acomodar em sua casa. Como não seguiríamos viagem naquele dia, resolvemos aproveitar o tempo para um bom almoço, seguido por um descanso a sombra das árvores. Às 14:00 horas já havíamos almoçado num bom restaurante, com direito a sorvete de sobremesa. Valdir conseguiu encontrar o seu amigo, porém não haveria lugar para todos. Ficou então decidido que ele e Carlos dormiriam na casa e os outros iriam pernoitar num rústico abrigo à beira da praia, que carinhosamente foi chamado de “Barco de Pau a Pique”; nosso refúgio nada mais era do que o velho barquinho do Walter, semi-emborcado, apoiado sobre os remos e coberto por uma lona. Com toda essa imaginação, quem precisa de barraca para acampar? No dia seguinte acordamos ouvindo o som do mar, acompanhado pelas músicas caipiras do rádio do Walter. Eram 05h58min dizia o locutor; estávamos felizes por estar ali e tudo era motivo para risos, acho que nunca rimos tanto! Às 07h45min o dia estava lindo e a frente iria que ameaçou entrar ao entardecer do dia anterior tinha dado uma trégua. Com sol forte e mar favorável, seguimos para nosso destino. Após contornarmos a costeira de Paúba, lá estava ela, Ilhabela, mais imponente do que nunca, distante apenas mais algumas poucas horas. Marcávamos a Ilha de Toque-Toque aos 20 graus relativos, tínhamos a Praia de Toque-Toque Pequeno pelo nosso través e olhando para o horizonte, podíamos observar a entrada da Frente Fria, com as nuvens mais pesadas e baixas vindo em nossa direção; bem acima de nós, as nuvens do tipo Cirrus (rabos de galo) iam mostrando a “rota do mau tempo”. Seguíamos caminho e, na boca do canal de São Sebastião, o vento de WSW to começou a aumentar de intensidade. O mar já estava ficando mais agitado; as nuvens que vinham do Sul, por um instante pareciam ter se dispersado, enquanto uma camada de Stratus cobria a parte mais alta de Ilhabela, deixando-a visível só da metade para baixo. O vento estava com força de 3 para 4 na escala Beaufort, tornando o mar “encarneirado". Esta etapa seria sem dúvida a mais difícil da viagem; na verdade já deveríamos ter terminado a aventura no dia anterior, pois tínhamos previsto três etapas; porém, como iríamos chegar ao anoitecer na Ilha, resolvemos transferir a chegada para o dia seguinte. O sol incidia quase que diretamente em nossa proa, dificultando a visão. Eram 09h35min e já estávamos remando há quase 2 horas quando avistamos algumas lanchas de grande porte, que retornavam para Santos após os feriados da Páscoa; iriam ter mau tempo pela frente. Nuvens do tipo Cumulus se formaram sobre o continente; o sol ainda penetrava com intensidade, mantendo o céu com uma tonalidade azul maravilhosa, em contraste com as nuvens que iam crescendo sem parar. Remando próximos à faixa costeira, estávamos recebendo muitas ondas refratadas e também refletidas, fazendo os barcos sacudir pra valer. Tínhamos verificado a Tábua das Marés de São Sebastião e não teríamos muita amplitude, embora fôssemos pegar a vazante; contudo, tínhamos o vento a nosso favor. Fomos passando por Guaecá, Baraqueçaba e rumamos para a Laje dos Moleques, onde existe um pequeno farol. Na altura do farol, decidimos atravessar o canal no rumo da llha das Cabras. Foi uma travessia difícil, porém estávamos conseguindo controlar bem os barcos. Lá chegando, avistamos o Walter, que havia saído com uma boa margem à nossa frente. O grupo não quis parar, estavam todos ansiosos para encontrar os amigos e familiares que estariam à espera. Nossa travessia estava quase para terminar. Depois ficamos sabendo que o Walter teve que fazer uma parada forçada na Praia das Cabras para relaxar a musculatura; foi uma precipitação nossa, mas devíamos ter parado junto com ele. Eram 11h50min e estávamos nos aproximando da Praia de Itaguaçu, mas ainda não conseguíamos ver nossos familiares. Às 12h20min tocamos a areia da praia com nossos barcos: olhamo-nos, sorrimos e nos abraçamos. Naquele curto espaço de tempo e por urna “estrada” sem limites, havíamos não só vencido as 63 Milhas (116 km) que nos separavam do nosso objetivo, mas também conquistado definitivamente o impulso de partir. REMADORES: Valdir Seabra – Bonifácio Vieira (Boni) – Carlos Sergio Ramos – Luis Vitor Hilsdorf OBSERVAÇÕES FINAIS: A travessia foi realizada com caiaques individuais de fibra de vidro modelo Turismo , com 4 metros de comprimento, que desenvolviam uma velocidade de cruzeiro de 5,5 Km/h. Os barcos não possuíam compartimentos específicos para bagagem, linha de perímetro, apoio lombar ou leme. Os coletes flutuadores eram bem desconfortáveis e serviam mais como encosto. Ainda não existiam no mercado as bombas de porão manuais, os suportes de hidratação (camelback), os sacos estanques e o GPS. Todos os itens necessários para a travessia (alimentos, vestuário, barracas e demais acessórios) foram acondicionados de forma precária e improvisada pelos canoístas. Um dos remadores chegou a utilizar tubos de PVC munido com tampas como bagageiro e outros lançaram mão de sacos plásticos espalhados pelo deck; porém, as infiltrações foram inevitáveis.