Ano 5 - Número 62 - setembro 2007 O Natal já chegou A ACIL antecipou a campanha de Natal deste ano. O lançamento da “Londrinatal Show”, nome que resulta da fusão dos títulos das duas principais campanhas já feitas pela entidade, Londrinatal e Londrishow, será feito no dia 9 de outubro, durante palestra com o especialista em treinamento comportamental Dr. Jô Furlan, no Teatro Marista. A antecipação vai permitir que os empresários possam agregar a “Londrinatal Show” às suas estratégias comerciais e promoções de fim de ano. A campanha foi formatada para atender empresas de todos os portes e de vários segmentos. Páginas 14 e 15 Fotos: Josoé de Carvalho SCPC, proteção indispensável Páginas 16 a 18 Predomínio do ilegal O fechamento dos números da Operação Capitão Gancho II, realizada pela Receita e Polícia Federal no dia 5 de julho, confirmou o que a ACIL vinha afirmando há meses. As atividades ilegais predominam no Camelódromo de Londrina. O percentual apresentado pela RF, porém, supera qualquer alerta feito anteriormente: de todos os boxes fiscalizados, apenas 2% estavam totalmente regulares. Um número alto que justifica a ação dos órgãos federais. Páginas 6 e 7 Sensação de segurança Menos de três meses atrás, Londrina respirava insegurança. O tema havia tomado a Cidade, e adesão maciça ao ato “Chega de Luto” foi um retrato da situação. Com as medidas implantadas desde então pelos órgãos policiais, com a chegada de um grupo de 175 soldados e realização de operações sistemáticas, Londrina experimenta hoje a sensação de segurança. Páginas 3 a 5 JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 2 editorial Muito a comemorar, muito ainda a fazer Reportagem especial publicada nesta edição do Jornal da ACIL deixa claro que Londrina vive um clima muito diferente do que o que prevalecia na Cidade poucos meses atrás. De uma situação em que a criminalidade havia, ao menos do ponto de vista psicológico, invadido o cotidiano do cidadão, hoje temos o sentimento de segurança. O que ocorreu na Cidade de julho para cá, com a chegada de novos policiais e a adoção de uma linha de trabalho mais intenso, trouxe resultados imediatos. Essa nova realidade, determinada pela presença maciça dos policiais, era um dos principais pontos defendidos pelas entidades que promoveram o protesto “Chega de Luto!”, no dia 5 de julho. A polícia, na avaliação da ACIL, é a alma da segurança. A ela devemos acrescer os recursos materiais e tecnológicos, mas sem ela não há o que possa fazer com resultados efetivos. A presença dos policiais nas ruas é mais do que bem-vinda, é fundamental. Por isso devemos comemorar as afirmações do novo comandante do 5º BPM, major César Kogut, segundo as quais os novos PMs que hoje fazem o policiamento na Cidade vão permanecer em Londrina. Outro fator positivo é o lançamento, que a ACIL fará no dia 9 de outubro, da “Londrinatal Show”, campanha de fim de ano com a qual a entidade pretende movimentar a economia local. Exatamente por isso, o lançamento está sendo feito agora, em outubro, para que todos tenham a oportunidade de participar e de agregar a campanha às suas estratégias comerciais e de marketing de Natal. A ”Londrinatal Show” será um importante argumento de vendas para as empresas locais e também uma ferramenta para reforçar o caráter de pólo regional, atraindo cada vez mais consumidores para um dos maiores centros comerciais do interior brasileiro. Londrina tem um comércio dinâmico, que mantém seu crescimento a despeito de qualquer dificuldade e que se renova permanentemente. O segmento, que é vital para a economia da Cidade, vai mais uma vez fazer a sua parte na geração e multiplicação de riquezas locais. E a “Londrinal Show” será uma fomentadora. Se o comércio londrinense faz a sua parte, já não podemos dizer o mesmo da classe política acomodada em Brasília. A engenharia criada pelo governo para fazer passar a “perpetuação” da CPMF no Congresso Nacional é de causar indignação em qualquer cidadão. O que já era um erro, por seu perfil confiscatório e penalizador, deverá deixar de ser uma contribuição para se transformar em imposto. Como se houvesse espaço na economia brasileira para mais um tributo. A fome do governo por arrecadar mais custa muito caro para o brasileiro, que paga impostos em excesso e recebe benefícios de volta muito abaixo do nível que merece e que seria razoável. Uma parte muito triste do episódio da CPMF é que, em meio à batalha vexatória pela manutenção de Renan Calheiros, o Congresso se transformou numa praça de barganha. Um apoio aqui vale uma ajuda ali e um acordo acolá. Já o não agora representará, em represália, a paralisação de tal projeto num futuro próximo. Ou seja, enquanto o País luta para trabalhar e crescer com dignidade, os políticos mergulham numa grande piscina onde o que importa é o que está dentro dela, os que estão mais próximos e aquilo que o outro pode oferecer em troca. O Brasil, que não faz parte dessa piscina, não é consultado e, se exigir participar, não é ouvido. A grande piscina da CPMF e de Renan Calheiros abriga a orgia política da qual tanto nos envergonhamos. E o que é pior: a responsabilidade por eles estarem lá e se comportarem dessa forma é nossa. Mudar isso, portanto, cabe a nós mesmos. A mobilização batizada como “Xô CPMF!” é um exemplo do exercício de cidadania que todos precisamos fazer. A assinatura de cada um no documento que será enviado no dia 30 a Brasília é muito valiosa. Rubens Benedito Augusto NOVOS ASSOCIADOS Razão Social Nome Fantasia V.V. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA...............................................................................................................................FLORA COSMÉTICA NORTE PLANO DO BRASIL S/C LTDA.......................................................................................................................................................................................... GNB JACKSON LUIS VICENTE......................................................................................................................................... JL ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA THC IND. E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA.........................................................................................................................................................HOMEN S/A KOYAMA E OHARA LTDA........................................................................................................................................................ERO ARMAZÉM DA CONSTRUÇÃO AGOSTINHO FALANCA....................................................................................................................................................................... TOMATE SECO CAFÉ TETRO BRASTOX IND. E COM. DE PRODUTOS QUIMICOS LTDA.............................................................................................................................................BRASTOX Fundada em 5 de junho de 1937 Rua Minas Gerais, 297, 1º Andar, Ed. Palácio do Comércio. Londrina – PR CEP 86010-905 Telefone (43) 3374-3000 Fax (43) 3374-3060 E-mail [email protected]. Rubens Benedito Augusto Presidente Marcelo Massayuki Cassa Vice- Presidente Nivaldo Benvenho Diretor-Secretário Rogério Pena Chineze Segundo Diretor-Secretário Juliana de Souza Diretora-Tesoureira Sérgio Yoshimi Obara Segundo Diretor-Tesoureiro Silvana Martins Cavicchioli Diretora-Comercial Jurandir Costa Segundo Diretor-Comercial Herson Rodrigues Figueiredo Junior Diretor Industrial Ary Sudan Segundo Diretor-Industrial Bruno Veronesi Diretor de Serviços Marcelo bisatto cardoso Segundo Diretor de Serviços Fernando Lopes Kireeff Diretor de Relações Metropolitanas Flavio Montenegro Balan Segundo Diretor de Relações Metropolitanas Enio Luiz Sehn Júnior Diretor de Relações com Shopping Centers Edivaldo Gomes de Souza Segundo Diretor de Relações com Shopping Centers Francisco Henrique Francovig Diretor de Relações Comerciais com Bairros Carlos Henrique Dias Segundo Diretor de Relações Comerciais com Bairros Razão Social Nome Fantasia J.P TRISTÃO IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE AUTO PEÇAS LTDA..................................................................................................ORIGINALLPARTS LONDRINALAR IMÓVEIS S/S LTDA.............................................................................................................................................................LONDRILAR IMÓVEIS M.H.F DA SILVA CALÇADOS . ..................................................................................................................................................................VALENTINA CALÇADOS NOGUEIRA DE AZEVEDO ADVOGADOS ASSOCIADOS.................................................................NOGUEIRA DE AZEVEDO ADVOGADOS ASSOCIADOS ROYAL COMÉRCIO DE CALÇADOS LTDA...................................................................................................................................................................CASAS AJITA T.C.F. GONÇALVES & CIA LTDA........................................................................................................................................................CRIS BABY MODA INFANTIL SOCIEDADE ESPIRITA DA PROMOÇÃO SOCIAL - SEPS........................................................................................ARAGUAIA MÓVEIS - NOVOS E USADOS Rosângela Khater Presidente do Conselho da Mulher Empresária CONSELHO DELIBERATIVO Francisco Ontivero Eduardo Yoshimura Ajita Nestor Dias Correia Leonardo Makoto Yoshii José Augusto Rapcham David Dequech Neto Helenida Taufik Tauil da Costa Branco CONSELHO FISCAL TITULARES Yukio Agita Luis Bernardo da Veiga Valter Luiz Orsi SUPLENTES Cristiane Yuri Toma Moisés de Souza José Mario Tarozzo O “Jornal da ACILé uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências para o “Jornal da ACIL”, incluindo reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]. Coordenação e edição Roberto Francisco Fotografia Josoé de Carvalho e Divulgação Revisão Maria Christina Boni Colaboradores Aurélio Albano Fernanda Bressan Helizama Carvalho Katia Baggio Ricardo Vilches Diagramação e tratamento de imagens Alessandro Camargo Impressão Folha de Londrina Tiragem 11.000 exemplares JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 3 NOVOS ARES Sensação é de segurança Após dois meses do protesto Chega de Luto, lideranças contabilizam os benefícios do movimento Ricardo Vilches Especial para a ACIL Passados dois meses do movimento Chega de Luto, que lotou o Calçadão de manifestantes e mobilizou Londrina em protesto pela falta de segurança na Cidade, alguns dos idealizadores do movimento fazem uma análise positiva dos resultados práticos da ação que mobilizou entidades de classe e representantes da sociedade civil. Há quem argumente o aumento do efetivo policial nas ruas e quem aponte a queda do índice de criminalidade como sintomas dessas análises positivas, mas há algo novo no vocabulário das pessoas procuradas a falar sobre o tema, um argumento que não se mede, não se vê em números, não se toca com a mão. É a tal sensação de segurança que parece ter sido resgatada pelo londrinense. Bastar ler o jornal, ver a televisão ou ouvir o rádio. Quando o tema é segurança você irá ouvir: a sensação de segurança aumentou em Londrina. A reportagem do Jornal da ACIL foi atrás de números que pudessem ligar essa sensação às estatísticas policiais, saber se o número de furtos e assaltos – historicamente os crimes mais praticados contra o cidadão – aumentou ou diminuiu depois do protesto do dia 5 de julho. Mas tanto o comando da Polícia Militar como o da 10ª Subdivisão Policial alegam estar impedidos de divulgar essas estatísticas. Na Secretaria de Segurança Pública do Estado, a resposta foi ainda mais lacônica. A própria Secretaria de Segurança também está à espera do levantamento desses números – a ser feito pela PM em conjunto com a Polícia Civil de todo o Estado – para poder divulgar à imprensa. Não apenas os números dos crimes dos últimos dois meses são mistérios, mas, oficialmente, dos três últimos anos. Diante dessa impossibilidade real de tentar justificar o aumento da sensação de segurança pelos números restaram os depoimentos. E é aí que surgem os mais diferentes argumentos para justificar esse sentimento. Para o vice-presidente do Conselho Municipal de Segurança Cláudio Espiga, esse aumento da sensação de segurança está diretamente ligado a um fato real. “Há mais policiais nas ruas. Se antes nós comentávamos com um amigo sobre um assalto ou furto ocorrido com um outro colega, hoje o assunto é outro, que há viaturas nas ruas, que há policiais fazendo ronda. É uma boa sensação, contagiante até, que se propaga naturalmente”, disse. De fato há mais policiais Policiamento na área central: presença dos PMs coíbe ação dos marginais e deixa população menos receosa Blitz confere documentação de veículos e condutores, presença de armas e outras irregularidades e tira o “conforto” dos marginais nas ruas, exatos 175 novos soldados que estavam sendo treinados no Batalhão de PM e que um dia antes do protesto Chega de Luto foram para as ruas incrementar o efetivo total. O presidente da ACIL Rubens Benedito Augusto concorda com o exposto pelo membro do Conselho de Segurança e acrescentou também um outro dado. “Quando foi a última vez que vimos o secretário de Segurança vir para Londrina tantas vezes num curto espaço de tempo como agora?”, perguntou. “A presença de uma autoridade como ele na cidade ajuda a criar esse clima de sensação de segurança”, diz. O secretário Luiz Fernando Delazari veio a Londrina em duas situações diferentes para anunciar um grande feito da polícia. Na primeira vez, no dia 13 de agosto, para mostrar os 12 presos em Ortigueira depois de um arrastão a bancos, comércio e até a delegacia da cidade. Na segunda vez, no dia 29 de agosto, para anunciar a prisão de 14 pessoas envolvidas com o cartel do combustível em Londrina, numa ação que envolveu também o Ministério Público Estadual e a Receita Estadual. Ambos os casos ganharam ampla divulgação na mídia e geraram repercussão nos dias posteriores. A estes acontecimentos, o delegadochefe da 10ª Subdivisão soma um outro também de boa repercussão para ajudar a dar consistência à sensação de segurança. “Prendemos o homem que dava golpes em velhinhos, dando remédios para depois assaltá-los”, disse. Tudo isso aconteceu num curto espaço de tempo – em vinte dias – e quando nenhum caso de assalto ou homicídio de repercussão foi registrado. “O período que antecedeu (o protesto Chega de Luto) era outro”, diz. Na semana antes do protesto, um pastor foi assassinado dentro da igreja e um filho foi morto na frente do pai ao tentar defendê-lo de um assalto. “Os criminosos foram identificados e no caso do Jardim Presidente (do filho assassinado) estão presos”, diz. Ainda hoje Sérgio Barroso é crítico quanto aos méritos do movimento. “Os policiais (reforço de 175 homens) já estavam sendo treinados e era questão de tempo para irem para as ruas”,diz. “Sempre disse que em Londrina o índice de criminalidade estava baixando” afirmou, para logo mostrar um gráfico impresso no papel sob a mesa que compara os homicídios ocorridos em 2005, 2006 e 2007 entre os meses de janeiro e agosto. Segundo ele, os homicídios eram 91 (2005), caíram para 77 (2006) e este ano estão reduzidos a 47. “E quanto à sensação de segurança”?, é a pergunta a seguir. “Ouço os comentários e todo mundo fala que melhorou”, responde. “Mas é só acontecer outro crime de repercussão para voltar a cobrança”, reconhece. Talvez a Polícia Militar saiba usar como ninguém as estratégias envolvendo as sensações do cidadão. O porta-voz do 5º Batalhão, tenente Ricardo Eguedis, reconhece que elas existem. “(o cidadão) Precisa ver a polícia e o policial precisa se mostrar. É uma recomendação – por exemplo – viatura andar com o giroflex ligado durante a noite”, diz. A ação preventiva também envolve o policiamento ostensivo em locais de grande movimento como as duplas de PMs no calçadão. Nos bairros, a demonstração de força acontece com a realização de blitzes à noite. “A sensação de segurança existe e aumentou. Mas a polícia não pode estar em todo o lugar ao JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 4 “Viver é perigoso”, diz psicólogo Dimensionar a sensação de segurança do londrinense após o protesto Chega de Luto é algo que nem um estudioso sobre o tema na cidade consegue dimensionar. “Minha preocupação não é nem essa (se é grande ou não), mas saber quando termina”, diz o professor do setor de Psicologia Social da UEL, Paulo Roberto de Carvalho. Ainda neste mês, o professor – que é mestre e doutor pela PUC/SP – irá apresentar um trabalho num congresso internacional de Psicologia. O tema é “Violência e Sociedade: uma abordagem histórica” que se apega às teorias do comunista Karl Marx, do psicanalista Sigmund Freud e do pensador Friedrich Nietzsche para explicar a relação histórica que a violência tem com a justiça ou a falta dela na sociedade. “Acompanhei o movimento (Chega de Luto) pela imprensa é só tive elogios a ele”, afirmou. “A sociedade se organizar e passar a imagem de que a cobrança gera resultados é o que tem de melhor.” O professor é instigado a falar sobre a origem do movimento que envolveu entidades de classe e representantes da sociedade. “O ato de protesto acontece via quem tem condições e meios para realizá-lo. A elite (financeira e intelectual) se manifestou e convidou o cidadão a participar. Teve presença de todas as classes, não procede a afirmação de que seja um movimento típico da elite. Essa (violência) é uma preocupação de todas as classes sociais”, diz. Morador em Londrina há 15 anos, o professor afirma nunca ter sido assaltado, mas disse ter tido o carro furtado por cinco vezes nesse período. “Hoje me abstenho de um consumo básico (ter um aparelho de som no carro) por falta de segurança. Isso é inaceitável, por isso não é normal”, diz. Quando lembrado das orientações básicas de segurança recomendadas pela polícia aos donos de carros (guardar em local iluminado, ter alarme e evitar locais abandonados) ele pergunta: “Mas qual é o tamanho da ‘sua parte’ que cabe a cumprir nestes casos? Sou do tempo em que ir a um lugar público em Londrina ainda não era sinônimo de risco. Percebe que agora ter contato com outras pessoas passou a ser perigoso? A diferença está em espaços fechados, como uma boate, onde a pessoa paga para entrar num lugar com seguranças.” Para o professor não há um único fator que ajude a entender a razão da existência em Londrina da sensação de segurança. “A presença de policiais (nas ruas) é importante, mas também o tratamento que a mídia dá a um determinado assunto. Essa é uma preocupação psicológica que influencia não na formação de uma opinião, mas no agir e no sentir do coletivo das pessoas”, afirma. Por fim, o professor avalia que a condição de segurança absoluta “não existe”. “Em casa mesmo estamos sujeitos a formas de violência e acidentes. Viver é perigoso”, conclui. "Sou do tempo em que ir a um lugar público em Londrina não era sinônimo de risco" Troca de comando Que reação esperar da Secretaria de Segurança Pública do Estado ao ser informada de que um comandante da Polícia Militar fez uma visita a um preso indiciado por exploração de jogos de azar, formação de quadrilha e corrupção de agente público? O secretário Luiz Fernando Delazari não pensou duas vezes: no último dia 6 mandou afastar o comandante do 5º Batalhão Luiz Carlos Deliberador por esse mesmo motivo. Certo? Errado? O fato é que até hoje ainda restam muito mais perguntas do que respostas sobre o episódio. A visita que ganhou tamanha repercussão aconteceu num sábado, dia 1º de setembro. “Almocei com meu irmão e o chamei para uma visita a um ex-cliente preso no CDR (Centro de Detenção para presos ainda não condenados pela Justiça)”, informou o advogado Garibaldi Deliberador, irmão mais velho do ex-comandante. “Isso é perseguição ” Do lado de dentro da cela estava o também advogado José Ricardo Pinto, preso desde o dia 14 de agosto. Ele é um dos donos da Unig Diversões Eletrônicas, que atua em Londrina, Curitiba e em Santa Catarina. Foi esta empresa que, no começo de agosto, sofreu uma devassa da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) e da Gerco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado) com a apreensão de mais de 200 máquinas caça-níquel, 11 veículos e fechamento de uma casa no Jardim Coliseu que funcionava como marcenaria da empresa. O preso José Ricardo tem como sócio Richard Silveira Leitão, também preso nessa operação, e que permanece detido no 2º Distrito Policial. A partir dessas operações a PIC aprofundou as investigações sobre a chamada máfia do jogo em Londrina e chegou até a policiais e ex- policiais militares. Leonardo Militão da Silva e Daniel Aparecido Sanitá, PMs da reserva, foram denunciados em ação que tramita na 2ª Vara Criminal. Eles atuavam como chefes de segurança da Unig e, segundo os promotores, agiam também na cooptação de ex-colegas de farda. Um deles, o tenente da P2 - serviço reservado da PM - Diogo Andrade Ferreira dos Santos também foi indiciado. No final do ano passado, o tenente Diogo foi o responsável por uma ação que terminou com o fechamento de uma banca de jogo do bicho do grupo Ferradura. Foi o estopim para ser procurado pelos dois ex-PMs que “ofereceram vantagens” a ele em troca “da omissão do trabalho de ofício”. A vantagem se deu com a oferta de pagamento de aluguel de R$ 420 mensais num apartamento do Centro da Cidade de propriedade de José Maria Pinto, pai de José Ricardo. O tenente Diogo permanece na ativa, mas trabalhando em Guarapuava. Ele foi transferido para lá pelo Comando do Policiamento do Interior antes do início das investigações realizadas pelo Gerco e, por ironia, ainda servia à PIC de Londrina. “Foi uma surpresa para nós quando (o nome do tenente) apareceu nas investigações”, afirma o promotor Cláudio Esteves. Esta estreita relação entre investigados, policiais e o irmão advogado poderia ser a deixa para atitudes mais cuidadosas por parte do comandante. “Não me arrependo de nada do que fiz”, disse ele, após o episódio em entrevista ao Jornal de Londrina. A reportagem do Jornal da ACIL tentou contato telefônico e na residência do ex-comandante, mas não teve sucesso. Na mesma entrevista, Deliberador não negou a visita ao preso investigado e confirmou que ficou “apenas 15 minutos“ com ele. “Não posso dizer que foi uma ingenuidade (fazer a visita), pois desconheço essa razão. A priori não haveria problemas. Mas ele era comandante da PM”, avalia Luiz Alberto Pereira Ribeiro, mestre em Direito Processual Civil e diretor do curso de Direito da PUC/Londrina. Foi exatamente desta maneira que pensaram os promotores da PIC ao ficarem sabendo da visita. “Por acaso pedimos uma relação de visitantes ao preso José Ricardo. E surpreendentemente o nome do comandante estava lá”, explica o promotor Cláudio Esteves. A PIC comunicou o caso à Secretaria de Segurança Pública e o afastamento foi anunciado. “Considero que foi uma medida severa”, analisa o professor da PUC/Londrina. “Prefiro não opinar (sobre o afastamento), pois investigações ainda estão em curso”, argumenta o promotor. “Nós (PIC) não pedimos o afastamento do comandante. Não nos cabe decidir sobre o futuro administrativo de policiais. Essa é uma tarefa da secretaria”, ressalva. A reportagem do Jornal da ACIL procurou o comando do Policiamento do Interior – que fica em Curitiba – para comentar essa decisão e foi aconselhada a procurar a secretaria de Segurança Pública. Lá, a assessoria informou que “nada mais havia para acrescentar sobre o episódio”. Em nota divulgada no dia 6, o secretário Luiz Fernando Delazari preferiu citar a denúncia formalizada pela PIC para justificar o afastamento. Ainda neste mês começam os depoimentos de nove indiciados no fórum local. “Vou provar que não há nada contra mim nem meu irmão e (após os depoimentos) falarei mais com vocês”, disse Garibaldi Deliberador. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 5 “Eu gosto de rua” Novo comandante do 5º BPM passa parte de seu primeiro dia no cargo trabalhando em operações policiais. Novos soldados, garante ele, vão permanecer na Cidade atendeu a todos os repórteres e respondeu a todas as perguntas feitas. Se mostrou acessível e de respostas diretas. As únicas perguntas que ficaram sem resposta eram aquelas relacionadas a decisão da secretaria de Segurança Pública em afastar o ex-comandante Deliberador. “Sobre isso não falo”, disse. Afirmou apenas que recebeu um telefonema do secretário Luis Fernando Delazari ainda na quinta-feira (dia do afastamento de Deliberador) e que nessa conversa surgiu o convite – que aceitou na hora – para comandar o Batalhão de Londrina. Sobre os 143 novos PMs que estão na rua desde julho, ressaltou que devem permanecer na Cidade. “Eles estão sendo formados para o 5º Batalhão, vão ficar por aqui mesmo, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana e Jataizinho. Mas o foco principal é aqui (Londrina), Major César Kogut: “Vou trazer minha família para cá. Quero viver aqui” O primeiro dia de trabalho do novo comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar foi literalmente na rua participando das operações que compõem a estratégia do projeto Londrina Segura. O major César Vinicius Kogut – que deve ter oficializada a promoção a capitão ainda neste mês – atendeu a boa parte da imprensa na principal avenida de acesso ao conjunto União da Vitória, na zona sul de Londrina, em frente a uma empresa de reciclagem de lixo. “Já tinha combinado com o comandante (Mello, do interior) que não iria participar da coletiva (entrevista com a imprensa no Batalhão)”, afirmou. “Eu gosto de rua, por isso até tenha sido escolhido para vir para Londrina.” Kogut vem transferido do Batalhão de Apucarana. Esta é a 14ª vez na carreira de 25 anos que isso acontece. “Sempre atendi aos pedidos do comando (...) mas vou trazer minha família para cá. Quero viver aqui”, diz. Kogut tem 42 anos, é casado e tem uma filha de 12 anos. Por ter vivido boa parte desse tempo todo em cidades do Norte do Paraná, mantém o sotaque típico da região alternado com jeito de falar do curitibano. Durante o tempo em que ficou parado na rua, o direcionamento será aqui.” Questionado sobre o protesto Chega de Luto, assumiu um tom conciliador. “Toda manifestação pacífica e organizada é legítima. Foi benéfica para a sociedade. Espero que no diálogo do diaa-dia a gente venha a ter com a Associação Comercial isso não se faça mais necessário, que a gente discuta os problemas de outras formas. Vamos fazer de tudo para que isso não ocorra novamente.” Junto com o novo comandante vêm também para Londrina dois outros oficiais da confiança do major Kogut. O tenente Alexandre Cardoso vem de Apucarana para assumir o comando da 4ª Companhia de Polícia Militar, o destacamento localizado na Zona Norte. Já o tenente Jéferson Souza vem de Paranavaí para assumir funções de “operações de rua”. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 6 CAPITÃO GANCHO 2 Só 2% dos camelôs atuavam legalmente Apenas 4 lojas tiveram todas as mercadorias devolvidas. Outros 144 donos de boxes sequer foram à Receita Federal para tentar reaver seus produtos Fernanda Bressan Especial para a ACIL O balanço final da Operação Capitão Gancho 2, realizada no dia 12 de julho por ordem da Justiça Federal, revela que 98% das lojas do Camelódromo de Londrina que tiveram suas mercadorias apreendidas apresentaram algum tipo de irregularidade. Isso comprova o que havia antecipado o Jornal da ACIL sobre a presença maciça de produtos irregulares no local, seja por contrabando, descaminho, falsificação, pirataria e problemas de ordem fiscal. Essas 98% das lojas ou tiveram suas mercadorias apreendidas, ou receberam autuação fiscal, com multas que podem variar de R$ 500,00 a R$ 100 mil, ou ainda a combinação das duas, informa o delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Gomes Nunes. Dos 320 boxes verificados no dia da operação, representando 234 lojas (algumas ocupam espaço de mais de um box), 305 tiveram mercadorias retidas na hora, 12 estavam fechados e sem mercadoria e outros três não tiveram os produtos apreendidos. Nunes informa que das 234 lojas com produtos apreendidos, apenas quatro tiveram as mercadorias devolvidas na totalidade ao final das averiguações. Os lojistas das outras 230 tiveram problemas em sua totalidade ou em parte dos produtos que eram comercializados. O percentual de 80% de produtos retidos, divulgado na última edição do Jornal da ACIL, se manteve no fim das apurações. Ao todo, foram apreendidos 2.420 volumes no dia 12 de julho e apenas 490 foram devolvidos aos lojistas que comprovaram legalidade com nota fiscal. Convertidos em real, o valor desses produtos pelo preço de mercado seria de R$ 3.074.982,27. O valor de custo, estimado pela tabela FOB, é de R$ 1.568.835,33. Um fato chama muita atenção no balanço final da operação: o alto número de lojistas irregulares na inscrição cadastral. Dentre os 234, 79 estavam sem cadastro ou com problemas no CNPJ. Outro fato curioso é o grande percentual de lojistas do Camelódromo que sequer procuraram a Receita para reaver as mercadorias. Do total, 90 apre- Fachada do Camelódromo de Londrina, no dia da apreensão das mercadorias: dados da Receita Federal confirmam que local é foco de comércio de produtos irregulares sentaram notas fiscais (total ou parcial) e outros 144 sequer compareceram à instituição. Entre as lojas campeãs em produtos retidos, uma apresentou o expressivo valor de R$ 99.731,05. A soma se refere ao dinheiro estimado com as vendas das mercadorias. Outras duas lojas somaram valores igualmente altos: R$ 70.493,88 e R$ 45.536,29. Como era esperado, a Operação comprovou a venda irregular de CDs e DVDs piratas: 28% das lojas comercializavam esse tipo de produto. O delegado contabiliza que a Operação Gancho 2 apreendeu 268.482 unidades de CDs e DVDs irregulares. Somado à primeira fase da operação, o volume chega a 313.465 unidades retiradas de circulação. Dentre as outras mercadorias, destacam-se as caracterizadas por bazar (tênis, óculos, bolsas, relógios, etc.) com 108.345 unidades apreendi- das; vestuário com 25.228; eletrônicos com 20.472; brinquedos com 9.899 e informática com 1.870. Além disso, foram retidos 68 pacotes de cigarro, 249 unidades de bebidas e 44 caixas de medicamentos. “A autuação de 98% das lojas mostra que havia irregularidades lá dentro”, resume Nunes. Ele acrescenta que o foco principal do trabalho foi o combate à pirataria, o que de fato ocorreu. Nunes faz uma ressalva: “Isso não é um ponto final, o trabalho continua”. Para isso, o delegado espera contar com a participação de todos, tanto dos poderes constituídos quanto da população em geral. “O caminho para solucionar esse problema está aliado à educação, conscientização, redução de carga tributária e dos custos das mercadorias”, acrescenta. Para quem acredita que um erro justifica o outro, o delegado alfineta: “Não se pode ter uma atitude permissiva frente Delegado da RF, Sérgio Nunes: “Não se pode ter uma atitude permissiva frente a esses crimes. Nossos representantes precisam mudar esse conceito” a esses crimes (contrabando, descaminho e pirataria). Nossos representantes precisam mudar esse conceito”. Nunes finaliza informando que o trabalho da operação continua em outras esferas. As averiguações serão feitas pela Polícia, Justiça e Ministério Público Federal. E em Londrina o combate a esses crimes continua, quer em pequenas ou grandes operações. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 7 Receita aperta cerco ao comércio via web No mesmo dia em que a Receita Federal divulgava à imprensa o resultado da Operação Gancho 2, outra tinha prosseguimento em Londrina e em todo o Brasil para coibir os crimes de contrabando e descaminho pela Internet, Operação Leão Expresso II. No último dia 11, uma equipe da instituição se dirigiu ao centro de distribuição dos correios em Londrina e selecionou 72 encomendas para verificação. O resultado foi que 50 delas ficaram retidas com fortes indícios de irregularidades. Nenhuma estava com nota fiscal. O valor estimado dos produtos retidos é de US$ 33,8 mil, que em real dá algo em torno de R$ 65 mil. As caixas fiscalizadas continham itens como notebooks, projetores, filmadoras, processadores, impressoras, toca-DVDs para carros, monitores de LCD, HDs e webcams. A Receita vem fechando o cerco contra o comércio de produtos adquiridos via Internet e postados pelo correio. O foco é verificar a origem e legalidade dessas mercadorias. A Leão Expresso II foi realizada em todo o País no dia 12. Em Londrina foi antecipada em um dia em virtude da possibilidade de greve nos correios. Ao todo 185 servidores inspecionaram 28 centros de distribuição dos correios em 25 cidades. A expectativa era que fossem retidos cerca de R$ 1,5 milhão em mercadorias irregulares. As investigações se concentrarão nos remetentes das encomendas, cabendo processo caso fiquem constatados os crimes de contrabando e descaminho. Principais Constatações: 98% das lojas autuadas 80% das mercadorias retidas foram apreendidas 34% das empresas com problemas cadastrais ANÁLISE João Tavares de Lima Filho e Fabrício Massi Salla Especial para o Jornal da ACIL O mal da ilegalidade O que era de conhecimento geral tornou-se fato juridicamente incontroverso. Com a divulgação feita pelo delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Nunes, em diversas matérias veiculadas na mídia local, do balanço geral da denominada Operação Gancho II, comprovou-se a nefasta irregularidade no exercício das atividades no Camelódromo de Londrina. Foram verificadas 320 pequenas lojas, algumas fechadas e sem produtos, num total de 305 com apreensão das mercadorias. Apenas 3 lojas, no dia da operação, não tiveram mercadoria alguma apreendida. O que impressiona é que apenas 4 lojas comprovaram a higidez documental das suas transações, enquanto as demais, ou não apresentaram, ou as que foram apresentadas não foram suficientes para a autoridade tributária considerá-las legais. Vale dizer, 98% não apresentavam documentos que justificassem a atividade, muitas nem mesmo alvará de funcionamento, cadastro na Receita Federal, mercadorias sem nota No dia 12 de julho – data da operação – fora encontrado o impressionante valor de R$ 1.568.835,33 de mercadorias que, segundo o delegado da Receita Federal seriam vendidas por mais de R$ 3.000.000,00, sem qualquer recolhimento tributário. Sob o falso pretexto de superar os graves problemas sociais, provenientes da ausência de política vertical de educação e, conseqüentemente, de emprego, estimulou-se a abertura e funcionamento de um comércio absolutamente à margem da norma. Ao contrário do equivocado propósito, o prejuízo é claro e direto, exatamente para aqueles que mais necessitam dos recursos públicos, provenientes da arrecadação tributária que ocorre com o comércio regular. Num exercício de especulação simplista, sem apego a situações particulares e considerando a enorme carga tributária incidente nas diversas operações mercantis, como Imposto de Produtos Industrializados, de Importação, de Circulação de Mercadorias e Serviços, Contribuições dia 12 de julho de 2007 fossem vendidas as mercadorias apreendidas por R$ 3.000.000,00, com uma alíquota linear de 8%, a sonegação tributária importaria em R$ 240.000,00. Em apenas um único dia de venda de todo o estoque, que se não pode ser considerado real porque à margem do controle oficial, além de que o espaço físico é fracionado em boxes, deixou-se de distribuir entre os menos favorecidos, o correspondente a 1.738 cestas básicas, tomando-se por base o valor de R$ 138,05, incluído na remuneração divulgada no Edital 005/2005, de concurso público destinado ao cargo de promotor de saúde pública, realizado pela Prefeitura de Londrina. Se levado em conta o programa federal da Bolsa Família, tendo como referência do benefício básico de R$ 58,00, não se pode contemplar 4.138 famílias em situação de pobreza, ou com renda per capita mensal de até R$ 60,00. Ao instituir benefício, sem o devido processo legislativo adequado, em favor de um pequeno grupo de lojistas – so- – é contrariar a verdadeira política de distribuição de renda, finalidade atual dos tributos, de um modo geral. A maioria dos produtos apreendidos, como, por exemplo, os DVDs e CDs gravados sub-repticiamente, não podem ser legalizados, e terão como destino as incinerações, com mais despesas aos cofres públicos. Não se esquecendo o prejuízo para a legal atividade artística e desestímulo ao comércio lícito. Assusta ainda a revelação da apreensão de 44 caixas de remédio, pelo simples fato de que afeta diretamente a saúde pública, colocando em risco a população que, iludida na sua boa-fé, adquire produto sem comprovação alguma de origem, controle e qualidade. É chegado o momento de responsabilizar as autoridades públicas que se omitiram no estrito cumprimento dos deveres de fiscalização, para que cesse o mal causado pela ilegalidade e a cidade caminhe no justo e produtivo rumo do desenvolvimento. João Tavares de Lima Filho e Fabrício Massi Salla, consultores jurídicos da ACIL JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 8 TRIBUTAÇÃO 'Xô CPMF!' tem 6,2 mil adesões em Londrina Mobilização pretende pressionar os congressistas a votar contra a manutenção da contribuição até 2011 Londrina participa da mobilização nacional iniciada pela Fiep – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e que hoje está em todo o País para derrubar o projeto de prorrogação da CPMF até 2011. Contra a articulação do governo, interessado em reforçar seu caixa, as entidades, entre elas a ACIL e a Fiep – Federação das Indústrias do Paraná, buscam a adesão maciça da população ao movimento “Xô CPMF!”. Pelos menos 6,2 mil assinaturas foram colhidas em Londrina entre os dias 15 e 19 deste mês. Foram montados postos de arrecadação de adesões no Calçadão, Catuaí Shopping e em empresas locais. O objetivo é juntar 15 milhões de assinaturas para serem entregues ao Congresso Nacional até o final deste mês, obedecendo ao calendário de votações da Casa para que o documento chegue aos políticos antes de o projeto entrar em votação final. Aqueles que não tiveram a oportunidade de aderir ao abaixoassinado podem fazê-lo diretamente no site www.xocpmf.com.br. A página traz também informações, opiniões e fatos importantes ligados à contribuição. Uma calculadora virtual mostra o “placar” da arrecadação da CPMF acumulada este ano e os totais recebidos pelo governo federal em 2006 e 2005. Você sabia? n Que um valor qualquer de dinheiro, depois de passar por 263 transações financeiras, vai inteirinho para os cofres do governo por causa da CPMF; n Que o governo cobra a CPMF quando você vai pagar um empréstimo feito no banco; n Que a CPMF deveria vigorar por apenas 2 anos mas que já dura mais de 10; n Que em Janeiro de 2007, em relação ao mesmo mês do ano passado, a CPMF teve um aumento de 21%; n Que a CPMF tem efeito cascata; n Que estados e municípios não têm participação na arrecadação com a CPMF. Ponto de arrecadação de assinaturas montado pela FIEP e ACIL no Calçadão: população participa Fonte: site www.cpmf.com.br Conjove e universitários promovem palestra no dia 28 O Conjove – Conselho do Jovem Empresário de Londrina, da ACIL, e a Câmara Universitária Desenvolve Londrina promovem a palestra “A Importância do Empreendedorismo no Processo do Desenvolvimento", que será realizada no dia 28 de deste mês (uma sexta-feira), no Hotel Sumatra, a partir das 19h. O evento tem apoio do Londrina Convention & Visitors Bureau. O palestrante, Ricardo Garcia, coordenador do Empretec e do Desafio Sebrae, participou junto com Roberto Justus na seleção dos candidatos do programa “O Aprendiz 4 - O Sócio”. Durante o evento será lançada oficialmente a Câmara Universitária Desenvolve Londrina, que congregará jovens universitários preocupados com o desenvolvimento local. A participação é gratuita. O objetivo é inserir o jovem em um contexto que há tempos vem sendo discutido em Londrina: desenvolvimento e empreendedorismo. Segundo o membro da Câmara Universitária Desenvolve Londrina, Nilson Filatieri, está na hora de levar a discussão para a juventude da Cidade e mostrar que ela é igualmente responsável por gerar negócios, empregos, renda e promover o desenvolvimento. Na ocasião serão apresentadas importantes iniciativas, na quais os jovens poderão se inserir e participar ativamente. O Conjove, que busca integrar jovens empresários da Cidade, abre as portas para a participação dos universitários, com o lançamento da Câmara, sejam eles empre- sários ou não. Também serão realizadas ações que pretendem promover o desenvolvimento sustentável do município. A Câmara Universitária Desenvolve Londrina será vinculada e aliada ao Fórum Desenvolve Londrina, que atua há dois anos. Interessados em participar devem acessar o site www.unopar.br ou contatar os telefones: (43) 3371.7801 ou (43) 3374.3000. O evento está sendo divulgado nas universidades e faculdades de Londrina, que também são parceiras. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 9 COOP. DE ECO. E CRÉDITO MÚTUO DOS COM. DE CONF. DO NORTE DO PARANA - SICOOB NORTE PARANA CNPJ Nº 05.582.619/0001-75 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROCEDIDAS EM 31/08/2007 BALANCETE PATRIMONIAL ATIVO 31/08/2007 PASSIVO 31/08/2007 R$R$ ATIVO CIRCULANTE............................................................. 77.840.188,95 PASSIVO CIRCULANTE.................................................... 62.492.864,02 DISPONIBILIDADES............................................................... 33.035.653,77 DEPOSITOS....................................................................... 60.307.186,49 OPERAÇÕES DE CRÉDITO................................................... 43.718.530,17 Depositos à vista......................................................... 11.770.222,03 Operações de Créd.Setor Priv.................................... 45.665.642,22 Depositos sob aviso................................................... 48.536.964,46 (-)Prov. p/Operações de Crédito................................. 1.947.112,05 OUTROS DEPOSITOS.................................................................... 237,58 OUTROS CRÉDITOS................................................................... 513.018,31 Depositos para Investimentos............................................. 237,58 Rendas a Receber.................................................................. 352.151,77 RELAÇÕES INTERDEPENDENCIAS........................................... 3.374,78 Diversos................................................................................... 160.866,54 Recursos em Transito de terceiros................................ 3.374,78 OUTROS VALORES E BENS........................................................ 572.986,70 OBRIGAÇÕES P/ EMPR. E REPASSES.................................. 464.874,21 Despesas Antecipadas......................................................... 516.291,69 Obrigações por Empréstimos e Repasses................. 464.874,21 Material em Estoque.............................................................. 12.195,01 OUTRAS OBRIGAÇÕES..................................................... 1.717.190,96 Bens Não de Uso Próprio..................................................... 44.500,00 Cobrança e Arrec.de Trib. E Assemelhados.................. 165,72 PERMANENTE......................................................................... 3.111.197,64 Sociais e Estatutárias..................................................... 195.036,51 INVESTIMENTOS...................................................................... 1.561.602,07 Fiscais e Previdenciárias................................................. 87.440,58 Ações e Cotas.................................................................... 1.561.602,07 Diversas........................................................................... 1.434.548,15 IMOBILIZADO DE USO............................................................... 716.248,23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO.................................................... 18.458.522,57 Instalações, Moveis e Equip.............................................. 443.593,32 Capital de Domic. No País....................................... 14.959.476,85 Outras Imob. De Uso............................................................. 609.371,00 Reservas de Lucros...................................................... 1.284.991,07 (-) depreciações Acum....................................................... 336.716,09 Sobras ou Perdas Acum. 1º Sem/2007...................... 1.634.107,92 DIFERIDO................................................................................... 833.347,34 Sobras ou Perdas Acum. No Periodo....................... 579.946,73 Gastos de Org. Expansão.............................................. 1.259.708,45 COMPENSAÇÃO.......................................................... 275.495.233,41 (-)Amortizações Acum....................................................... 426.361,11 Custódia de Valores................................................. 11.263.083,96 COMPENSAÇÃO............................................................... 275.495.233,41 Controle.................................................................... 218.566.507,23 Custódia de Valores...................................................... 11.263.083,96 Classificações de Cart. De Créditos................... 45.665.642,22 Controle......................................................................... 218.566.507,23 . ............................................................................................................... Classificação da cart. de Créditos......................... 45.665.642,22 . ................................................................................................................ TOTAL DO ATIVO............................................................... 356.446.620,00 TOTAL DO PASSIVO...................................................... 356.446.620,00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 31/08/2007 Descrição 31/08/2007 R$ 10. RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA............................................................................................................... 2.187.852,64 Operações de Crédito........................................................................................................................................................ 2.187.852,64 15. DESPESAS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA............................................................................................................. (1.225.588,71) Operações de Captação no Mercado............................................................................................................................ (872.486,68) Despesas de Obrigações por emprestimos e repasses....................................................................................................... (7.232,36) Provisão para Operações de Crédito Líquid. Duvidosa.................................................................................................. (345.869,67) 20. RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (10-15).................................................................................... 962.263,93 50. OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS.............................................................................................................. (383.189,20) Receitas de Prestação de Serviços...................................................................................................................................... 280.192,75 Despesas de Pessoal............................................................................................................................................................ (583.269,37) Outras Despesas Administrativas........................................................................................................................................ (717.631,29) Despesas Tributárias................................................................................................................................................................ (36.692,31) Outras Receitas Operacionais.............................................................................................................................................. 720.240,37 Outras Despesas Operacionais............................................................................................................................................. (46.029,35) 60.RESULTADO OPERACIONAL (20+50)................................................................................................................................. 579.074,73 65. RESULTADO NÃO OPERACIONAL........................................................................................................................................... 872,00 75. RESULTADO ANT.TRIB. LUCRO E PART. (60+65)............................................................................................................... 579.946,73 80. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL.............................................................................................................................. 85. PARTICIP.ESTATURÁRIAS NO LUCRO ................................................................................................................................................ 90. SOBRAS OU PERDAS (75-80-85)........................................................................................................................................ 579.946,73 NOTAS EXPLICATIVAS - 31/08/2007 NOTA 01 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS a) Estão sendo apresentadas de acordo com a Legislação específica do Sistema Cooperativo e preceitos do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional - COSIF. NOTA 02 - OUTROS CRÉDITOS O saldo de R$ 160.866,54 - classificado no Ativo Circulante como Diversos, grupo Outros Créditos está assim composto: ContaSaldo Adiantamentos e Antecipações Salariais ................................................................. 55.535,92 Adiantamentos Para Pagamentos de Nosa Conta.................................................... 6.886,71 Adiantamentos por Conta de Imobilizações . .......................................................... 32.500,00 Cheques a Receber........................................................................................................... 433,33 Devedores por Depósitos em Garantia........................................................................ 5.043,71 Impostos e Contribuições a Compensar...................................................................... 5.256,87 Títulos e Créditos a Receber........................................................................................... 3.386,13 Valores em Compensação.......................................................................................... 51.823,87 TOTAL............................................................................................................................ 160.866,54 NOTA 03 - PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS a) Apuração do Resultado: As Receitas e Despesas são apropriadas mensalmente, pelo regime de competência. b) Operações Ativas e Passivas: As operações Ativas e Passivas com encargos pré e pós-fixados são registradas pelo valor principal, com acréscimo dos respectivos encargos incorridos inclusive atualização monetária observada a periodicidade da capitalização contratual. c) Efeitos Inflacionários: Não efetuada a Correção Monetária dos valores que compõem o Ativo Permanente e Patrimônio Líquido, em obediência a Lei 9249 de 26.12.95, art. 4º, a que veda a tal providência no âmbito das demonstrações financeiras. d) Investimentos: Estão demonstrados ao custo de aquisição, deduzido, conforme o caso, das Provisões para Perdas. e) Imobilizado: Demonstrado pelo custo de aquisição. As depreciações são calculadas pelo método linear com base em taxas determinadas pelo prazo de vida útil estimado: *Instalações, móveis e equipamentos de uso 10% a . A *Sistema de transportes e equipamentos Proc. Dados 20% a . A *Bens imóveis sujeitos à depreciação 4% a . A NOTAS 04 - OUTRAS OBRIGAÇÕES DIVERSAS a) O Saldo de R$ 1.434.548,15 - classificado no Passivo Circulante como Diversos, grupo Outras Obrigações está assim composto: Conta.................................................................................................................................... Saldo Cheques Administrativos............................................................................................ 101.237,61 Fornecedores................................................................................................................ 14.184,35 Provisão para pagamento de pessoal.................................................................... 348.590,87 Outras Despesas Administrativas.............................................................................. 177.766,94 Outros Pagamentos.................................................................................................... 100.000,00 Provisão para Passivos Contingentes......................................................................... 14.227,24 Credores Diversos....................................................................................................... 678.541,14 TOTAL...................................................................................................... 1.434.548,15 NOTAS 05 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO a) O Capital Social está representado pela participação de 2.875 associados, atingindo o montante de R$ 14.959.476,85 b) Sobras no Período refere-se ao valor antes das destinações estatutárias, ou seja, Fates 5% e Reserva Legal 20%. GEORGE HIRAIWA Diretor Vice-Presidente CPF. 486.511.508-06 FRANCISCO ONTIVERO Diretor Presidente CPF.115.577.969-04 ANTONIO LUIZ BARÃO CONTADOR CPF.408.585.539-53 CRC-PR. 026.496/O-3 JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 10 TRIBUTAÇÃO Super Simples ainda impõe prejuízos Muitas empresas, principalmente as micro, vão pagar o dobro em encargos trabalhistas se não conseguirem negociar dívidas com o município Katia Baggio Especial para a ACIL Depois do primeiro impacto com as mudanças no Simples Nacional, os empresários começam a se ajustar às exigências da nova lei. Muitos contadores percebem, no entanto, que aumentou o número de micro e pequenos empresários que não conseguiram se adequar às novas exigências e voltaram para o regime normal. Essa situação implica em aumento de custo com o pagamento de tributos que antes tinham seus percentuais reduzidos pelo benefício do Simples antigo. Há casos de microempresas que vão pagar o dobro de encargos trabalhistas, por exemplo, pois não conseguiram negociar dívidas com o Município e por essa razão foram impedidas de aderir ao novo Simples. E há setores que não estavam autorizados a aderir ao Simples e foram incluídos na nova lei, mas com alíquotas desfavoráveis. Vista “de cima”, a Lei Complementar 123/2006 - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - tem vantagens e desvantagens, inclusive a partir da realidade de cada unidade federativa do Brasil. Mesmo a Lei Complementar 127/2007, aprovada no mês passado para corrigir distorções, não reduziu alíquotas para muitos segmentos. Mas a própria lei do regime simplificado deixa claro que em caso de legislação estadual mais benéfica, esta prevalece, apenas é preciso uma adequação. No Paraná, os micro e pequenos ficariam prejudicados se fossem obrigados a seguir as regras estabelecidas para pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O Estado já dispunha de legislação que isentava as micro e pequenas empresas do ICMS. O novo Simples apresenta uma tabela que obriga empresas do comércio (Anexo I) com faturamento anual até R$ 120 mil a pagar 4% de tributo único e inclui nesse percentual o ICMS. O governo do Paraná já aprovou a isenção de ICMS (Lei 15.562/2007, regulamentada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional e publicada no Diário Oficial do Luís César Alves: “A união das categorias, sindicatos e instituições representativas pode conseguir a redução de alíquotas, entre outros benefícios.” Estado), para empresas com faturamento anual de até R$ 360 mil. O contador Luís César Alves atende empresas de vários segmentos e afirma que essa isenção representa “uma redução significativa da carga tributária para os setores da indústria e comércio”. Uma notícia ruim é a revogação da data de 31 de outubro como prazo limite para quem esperava parcelar débitos relativos a tributos do Governo Federal. Foi mantida a data de 20 de agosto, informada na primeira versão da Lei 127/2007. Quem não negociou com certeza vai pagar mais caro e sem o benefício do parcelamento em até 120 vezes. Agora, é ficar atento para o próximo ano, pois a opção pelo Simples tem renovação anual. Apesar de algumas mudanças benéficas, aprovadas pela LC 127/2007, há vários casos de prestadores de serviço que continuam com a carga tributária elevada. Luís César Alves diz que préescolas e escolas de ensino fundamental tinham uma alíquota de 2% para o Imposto Sobre Serviços (ISS), independente do faturamento. Com o Super Simples, a alíquota subiu para 5%. Ele sugere que as classes que se sentem lesadas se mobilizem para conquistar mudanças. “A união das categorias, sindicatos e instituições representativas pode conseguir a redução de alíquotas, entre outros benefícios.” Há casos de sucesso, como alguns prestadores de serviço que foram reenquadrados pela LC 127/2007 e conquistaram o benefício da redução na alíquota. Outro exemplo de sucesso foi o movimento do Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo, que convocou seus filiados a pressionar o Senado. Eles conseguiram permissão legal para optar pelo Simples. O setor estava excluído porque há produtos gravados com alíquota superior a 20%, um impeditivo, segundo a versão original do Simples Nacional. Apesar da complexidade e “prejuízo” que o Simples Nacional representa para muitos, Alves é otimista em relação a benefícios da Lei não relacionados ao pagamento de tributos. Muitos acreditam que se não optaram pelo Simples para pagar seus tributos não podem participar de outros processos previstos na lei 123/2006 e isso não é verdade. E ressalta que “não se pode confundir a Lei das Micro e Pequenas Empresas com o Simples Nacional”. Ele acrescenta que essa lei é muito mais abrangente, não se limita à questão tributária e o empresário deve se informar sobre possibilidades como a participação em licitações para vender para o poder público, consórcio de empresas, acesso ao crédito, entre outros. O contador admite que esses benefícios ainda dependem de regulamentação pelo Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e encarregado de regulamentar a lei nos aspectos que não envolvem tributação, como desenvolver e acompanhar políticas públicas voltadas às microempresas e empresas de pequeno porte. Mas avalia que é uma questão de tempo. “O Governo Federal sabe o que as micro e pequenas empresas representam em termos de geração de emprego e renda, por isso acredito que as regulamentações não devem demorar.” JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 11 Receita SUPER RECEITA e INSS unificam atendimento e fiscalização Fernanda Bressan Especial para a ACIL Empresas que possuam dívidas com o Fisco ou precisem acertar tributos federais têm agora um único endereço a seguir em Londrina: o posto da antes denominada Receita Federal (na Avenida Brasil). Antes porque agora ela se uniu à Previdência Social (INSS) para formar a Secretaria da Receita Federal do Brasil, ou simplesmente Super Receita. A junção foi formalizada pela Lei 11.457 de 16 de março de 2007 e, conforme ela, o novo órgão passa a ser responsável por “planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais (...)”. O delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Gomes Nunes, diz que as duas instituições tinham características semelhantes no que se refere à fiscalização de tributos e, dessa forma, a união diminuiu a burocracia e facilitou o trabalho. “O tempo de espera reduziu e vamos atender das 7 às 19 horas”, adianta Nunes. Se antes o contribuinte precisava se deslocar a dois lugares, agora ele é atendido em endereço único, poupando tempo. Nunes faz questão de frisar que o INSS continuará atendendo questões relativas a benefícios e aposentadorias. “O que for arrecadação e fiscalização é na Receita”, reforça. A Super Receita atenderá apenas empregadores. Empregados continuarão a ser atendidos separadamente: os que tiverem problemas com impostos tradicionais, como o Imposto de Renda, devem se dirigir a uma unidade da Receita Federal do Brasil; já os que tiverem dúvidas ou problemas com contribuição previdenciária própria do trabalhador, devem continuar procurando os postos do INSS. Com sistemas e informações unidas, a Super Receita terá mais facilidade para controlar os tributos federais. Não há mais sigilo de dados entre as duas instituições. “A fiscalização passa a ser mais eficiente, assim como o combate ao ilícito fiscal”, aponta o delegado. Os fiscais têm hoje acesso a todos os dados e uma informação complementa a outra, facilitando o cruzamento de dados previdenciários e tributários. Assim será mais fácil identificar sonegadores. A Super Receita trouxe outras pequenas alterações, como a unificação dos prazos de recursos para defesa de multas de tributos federais e de autuações da Previdência Social em 30 dias. Já as certidões negativas de débito continuam a ser expedidas separadamente: uma para tributos federais e outra para a contribuição ao INSS. Mesmo separadas, elas passarão a ser emitidas somente na página da Receita Federal e terão validade de 180 dias. A estrutura da Super Receita começou a existir em 2006, quando foram instaladas 10 unidades-piloto em 10 Estados brasileiros para testar o modelo de atendimento integrado. Ela funcionará com 716 postos de atendimento no País e o processo deve ser concluído até o ano que vem. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 12 MEGA EMPREENDIMENTO A cara do novo ‘Marco Zero’ Projeto arquitetônico inicial prevê centro de eventos, hotel e teatro municipal; contrato com investidores portugueses do shopping já foi assinado Edo Rocha, durante apresentação do projeto arquitetônico: “Conversamos já sobre o projeto em Londrina (com a diretoria da Sonae Sierra Brasil), mas nada está definido por enquanto” JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 13 Imagem digital mostra como deverá ser o futuro empreendimento: es paços amplos, boulevard, hipermercado e grande centro de eventos Ricardo Vilches Especial para a ACIL Desde a última visita dos arquitetos do escritório paulista Edo Rocha a Londrina, no dia cinco de setembro, os londrinenses passaram a conhecer detalhes do projeto de revitalização e investimentos no terreno da antiga Anderson Kleyton – que sediou nos últimos anos a Comércio Industrial Coinbra S/A –, uma área de 236 mil metros quadrados entre as avenidas Teodoro Victorelli e Dez de Dezembro. Como adiantou no mês passado o Jornal da ACIL, o projeto inicial prevê um centro de eventos, hotel, teatro municipal e um shopping que será administrado pelo grupo português Sonae Sierra Bra- sil. O contrato foi assinado e o grupo já estaria negociando espaços do empreendimento considerado âncora e que vai ocupar 80 mil metros quadrados da área total. A apresentação à Imprensa do projeto arquitetônico do que foi considerado “novo conceito para o Marco Zero” aconteceu por acaso. Os dois sócios do escritório de arquitetura vieram a Londrina para apresentar ao menos três esboços diferentes de utilização da área total da Anderson Kleyton. Todos eles prevêem hotel, shopping, teatro municipal, estacionamento subterrâneo, galerias para escritórios e um boulevard (calçadão) cortando toda a área. Mas durante o almoço de negócios, o representante dos donos da área, o imobilia- rista Raul Fulgêncio, decidiu anunciar a boa nova, agora em coletiva à Imprensa. A apresentação foi feita no escritório do imobiliarista. À mesa foram colocadas as plantas com diversas perspectivas da proposta. A entrevista durou cerca de 20 minutos, pois os arquitetos estavam com hora marcada para o vôo de volta a São Paulo. “É um trabalho que todo arquiteto gostaria de fazer. Começar do zero, criar algo a partir do nada”, disse Sérgio Fischer, sócio de Edo Rocha, que falou mais com os jornalistas. “Será um conceito auto-suficiente com ar condicionado movido a energia solar; sistemas modernos darão possibilidade de captação, drenagem e recuperação de água. Tudo isso num espaço que prevê a integração entre diferentes empreendimentos”, afirmou Edo Rocha. O valor da elaboração do projeto não foi revelado. Em 2003, o escritório foi premiado entre 17 participantes pelo projeto da sede da operadora de telefonia celular Vivo em São Paulo. A torre de 105 metros é considerada hoje um marco visual para quem passa no Morumbi. Mais recentemente o escritório desenvolveu o projeto para a Cidade Pirelli em Santo André (SP), um centro empresarial com miniparque público, calçadão comercial e novo sistema viário. “É meu maior desafio no interior do País”, admitiu ele, ao constatar a ousadia da proposta para Londrina. “Cidades como Bilbao e Barcelona (na Espanha) tinham suas regiões degradadas e abandonadas. Mas bastaram alguns investimentos para que se valorizassem”, afirmou, ao relacionar a região onde está localizado o Marco Zero com o cenário atual. Edo Rocha explica que o projeto pode ter algum tipo de alteração, em especial porque há envolvimento do poder público por conta do Teatro Municipal. “É normal que conceitos e idéias sejam alterados e até melhorados ao longo do tempo.” Entre todas as propostas apontadas no projeto, a que já foi definida é a construção de um novo shopping. “Conheço o Henrique (Falzoni, diretor da Sonae Sierra no Brasil), estudei com ele e já fiz alguns trabalhos para ele”, afirmou Sérgio Fischer. “Conversamos já sobre o projeto em Londrina, mas nada está definido por enquanto”, despistou. “O contrato com eles (Sonae) já foi assinado”, confirmou Raul Fulgêncio. Fontes do Jornal da ACIL confirmaram que a comercialização de espaços ainda não começou, o que só deve ocorrer em 90 dias, tempo para definição dos nomes das lojas âncoras. Sobre isso, sabe-se que a rede de cinemas Cinemark poderá chegar a Londrina com até 12 salas e que também o grupo Muffato poderá ser o parceiro para instalação de um novo hipermercado no local. A Sonae terá até abril de 2009 para concluir as obras do shopping. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 14 CAMPANHA ACIL lança Lon Nome composto vem da união dos conceitos da Londrinatal e da Londrishow. Associação apresentará campanha no dia 9 de outubro, durante palestra com o médico Jô Furlan, especialista em treinamento comportamental Aurélio Albano Especial para o Jornal da ACIL Uma notícia boa e muito importante para os comerciantes de Londrina: a Associação Comercial e Industrial (ACIL) está antecipando o lançamento da promoção de Natal, que neste ano foi batizada de Londrinatal Show. O nome tem o objetivo de unificar duas iniciativas da ACIL que já deram bons resultados. Ou seja, a Londrinatal Show está unindo a força da Londrinatal, a tradicional campanha de Natal da Cidade, com o sucesso do Londrishow, uma das maiores promoções comerciais já feitas em Londrina, que teve participação intensa de comerciantes e consumidores quando foi realizada, em 2005 e 2006. O lançamento da Londrinatal Show será feito no dia 9 de outubro, com uma palestra proferida pelo médico e especialista em treinamento comportamental Dr. Jô Furlan que terá como tema as formas de otimizar as vendas no período natalino. O tema da palestra, que será gratuita, é “Venda mais neste Natal”. O objetivo da ACIL é convocar os comerciantes a participar e mostrar a eles como aproveitar melhor iniciativas estratégicas como a promoção. Como sempre acontece com as campanhas de Natal, a Londrinatal Show terá ampla divulgação nos veículos de comunicação de Londrina e região. O maior atrativo será a distribuição de prêmios no valor total de R$ 55 mil, com vales-compras que variam de R$ 200,00 a R$ 1 mil. Os comerciários também vão participar. O vendedor do tíquete premiado ganhará um valor correspondente a 10% do vale-compra. A primeira ação da Londrinatal Show será a promoção da palestra “Venda mais neste Natal”, evento gratuito destinado aos empresários, no dia 29 de setembro. Nas semanas seguintes, a ACIL promoverá mais 3 palestras destinadas às equipes de vendas dos comerciantes. A expectativa da ACIL é de que a Londrinatal Show seja mais uma promoção de sucesso. Mas para que isso aconteça é preciso que o comércio participe de forma maciça. Isso dará grande abrangência à campanha, atingindo todas as regiões comerciais. A Londrinatal Show está sendo concebida de forma que a participação seja aberta e acessível a todos os segmentos e tamanhos de empresas. De redes de varejo a oficinas mecânicas, de concessionárias de veículos a salões de cabeleireiros. O objetivo é ter um maior número de ganhadores, pois esse tipo de campanha alimenta o comércio. Segundo o presidente da ACIL, Rubens Benedito Augusto, a proposta é alavancar as vendas, motivando as pessoas de Londrina e região a comprar mais no comércio local. “Estamos estimulando os empresários a participarem, aproveitando melhor essa época de boas vendas, que é o Natal, para fortalecer o seu negócio. Além disso, ressaltamos o papel da ACIL, como entidade representativa dos comerciantes, no sentido de dar as ferramentas de marketing, de qualificação de pessoal, e de proteção ao crédito”, destaca. Rubens Augusto afirma que as perspectivas de vendas para o Natal deste ano são muito boas. “Sentimos que o comerciante que investe bem está tendo o retorno. Muitos estão reformando suas lojas para atender melhor. Com a ajuda da Londrinatal Show, o retorno desse investimento será garantido”, afirma. O vice-presidente da ACIL, Marcelo Cassa, lembra que a campanha vale para a Cidade como um todo e principalmente para as empresas que estão em centros comerciais mais afastados, nos bairros, para que eles também possam ganhar com a promoção. “A participação maciça fortalece a campanha”, reforça Cassa. Segundo ele, para as empresas que não estão instaladas em shoppings, por exemplo, a Londrinatal Show é um instrumento de vendas mais barato que a opção por uma campanha própria, isolada. É que, além dos prêmios, o comerciante que participar terá material de merchandising e de identificação promocional. “Os custos da campanha serão divididos entre os associados da ACIL. Isoladamente, o comerciante não tem o poder que uma associação consegue atingir. Qualquer coisa que for feita fora certamente ficará mais cara”, completa. Qualquer comerciante pode participar da Londrinatal Show. É importante ressaltar que os empresários interessados devem entrar logo em contato com a ACIL para se informar e conhecer a forma de participação que mais lhe trará resultados. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 15 A DE NATAL ndrinatal Show Dr. Jô Furlan, o treinador comportamental Formado em medicina pela Universidade Gama Filho, em 1993, dedicou sua formação posterior às áreas de Clínica Médica, Medicina do Trabalho, Nutrologia e Gestão Ambiental. Na área comportamental começou sua formação em Programação Neurolingüística, acrescentando hipnose, meditação, terapia cognitiva comportamental. Em 2001 e 2002 foi co-orientador do mestrado em Valores Humanos com ênfase em PNL na Unicapital. Após este período foi convidado a integrar o corpo docente do curso de especialização em Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Escola Paulista de Medicina), coordenando o módulo de Tecnologia da Comunicação na Relação TerapeutaPaciente, no qual desenvolveu os primeiros conceitos do que hoje conhecemos como Inteligência Comportamental. Na época era chamado por ele de Tecnologia Comportamental. Autor de livros, áudio books, DVDs e diversos conteúdos de programas de treinamento para TVs corporativas na área de Motivação, Liderança, Relacionamento Intra e Interpessoal, Alta Performance e Inteligência, traduzindo assim um pouco do universo do comportamento. Sua abordagem é diferenciada, utilizando as ferramentas da Neurociência. Furlan é o pioneiro na utilização da termo “Treinador Comportamental”. Desde 2000 já treinou dezenas de milhares de pessoas em suas palestras, seminários e programas de treinamento. Rubens Augusto e Marcelo Cassa: campanha deverá ter participação maciça de empresas de todas as regiões da Cidade, de tamanhos e segmentos diversificados JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 16 ESPECIAL SCPC, o guardião do varejo S erviço Central de Proteção ao Crédito, criado pela ACIL em 1960, é uma ferramenta fundamental para a segurança dos negócios no varejo. Tratase de uma proteção contra vendas de risco e contra a ação de golpistas. Em épocas de inadimplência alta e margens de lucro apertadas, o SCPC oferece informações seguras e abrangentes, reunindo dados de todo o País. O conjunto dos SCPCs forma o mais tradicional e confiável serviço de proteção ao crédito do País, uma história que começou em 1955 e, desde então, passou por uma série de transformações tecnológicas. Hoje, o SCPC da ACIL faz parte de uma rede nacional que permite às empresas saber se um potencial consumidor tem restrição em qualquer parte do País. Conheça o sistema que ajudou a escrever a história do comércio no Brasil. Aurélio Albano Especial para a ACIL Houve um tempo em que as relações de comércio – mais especificamente as vendas a prazo – eram feitas basicamente na relação de confiança entre o comerciante e o consumidor. Se o comprador era uma pessoa desconhecida, simplesmente o comerciante na maioria das vezes optava por não vender, deixando de realizar o negócio porque era muito arriscado dar crédito. Se fosse um amigo, um conhecido, uma pessoa idônea, o comerciante anotava a compra em uma caderneta e esperava que o comprador pagasse. Normalmente o débito era quitado no fim do mês, ou “na colheita”, como se fazia em Londrina – e ainda se faz hoje nas áreas rurais. Os tempos modernos trouxeram uma mudança que viabilizou as relações comerciais de varejo da forma como entendemos hoje. São os serviços de proteção ao crédito, que garantem segurança tanto para comerciantes como para consumidores. Hoje, uma consulta a um cadastro de inadimplentes é feita em apenas 3 segundos. Se houver algum registro, o crédito não é concedido. Mas em 92% dos casos, a compra é realizada. Para se chegar a essa maneira de Balcão de atendimento na sede do SCPC da ACIL: consumidores também ganham com o serviço, que permite saber se a pessoa está ou não com o crédito suspenso vender a prazo, como conhecemos hoje, houve um processo de evolução que começou nos anos 50 no Brasil. Os primeiros SPCs (Serviços de Proteção ao Crédito) foram criados em 1955, nos grandes centros - em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Segundo o gerente do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial e Industrial de Londrina, Antônio Celso Zanoni, as coisas começaram a mudar no Brasil com a eleição de Juscelino Kubitschek. “Ele trouxe as montadoras, de carro principalmente, mas também de outros produtos, como eletrodomésticos. Começou aí uma nova era nas relações comerciais”, diz Zanoni. Era preciso montar uma estrutura para atender os novos consumidores. Então, as associações comerciais começaram a discutir maneiras de dar crédito com segurança, e sem as dificuldades que existiam até então. As antigas cadernetas começaram a se transformar em cadastros de consumidores. Nascia aí o embrião dos SPCs. As associações comerciais das cidades maiores começaram a incentivar as entidades do interior, onde ainda havia muita resistência. Sobrava medo dos avanços que os novos tempos traziam. Zanoni conta que, em Londrina, o SPC foi fundado 5 anos depois das primeiras iniciativas nos grandes centros, em 18 de maio de 1960. “Edílio D’Ávila era o diretor da Associação Comercial na época, foi o pioneiro na criação do que hoje chamamos de SCPC.” As cidades grandes ficaram responsáveis por toda a organização dos SPCs. Na medida em que os serviços de proteção ao crédito foram se expandindo, criou-se um intercâmbio tanto de registro como do pedido de informação, que se fazia por telefone. “Era um processo complicado. Um consumidor de Cambé, por exemplo, que vinha fazer compras em Londrina, vivia muitos aborrecimentos para ter seu crédito aprovado, porque o processo era muito demorado.” JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 Os fichários com os dados dos consumidores ocupavam um espaço físico muito grande, e havia a necessidade de vários funcionários para fazer o trabalho. Na ACIL, conta Celso Zanoni, havia uma estrutura com 70 funcionários apenas para dar as informações dos consumidores de Londrina. Eram grandes mesas com vários telefones instalados em dois conjuntos de salas, que ocupavam uma grande área das instalações da ACIL. “Para se ter uma idéia, o SPC de São Paulo tinha mais de 500 funcionários”, compara. Esse perfil existiu até o final dos anos 1980. A partir daí, a informática permitiu a revolução nos serviços de proteção de crédito. Em Londrina, isso Sem 17 começou a acontecer em 1987. O processo de obtenção de informações ganhou muita agilidade, com grandes vantagens tanto para comerciantes como para os consumidores. Rede de informações - Em dezembro de 1999 começou a formação de uma rede de informação no País. No início se chamava RIPC – Rede de Informação e Proteção ao Crédito. Hoje se chama Renic – Rede Nacional de Informações Comerciais. Os dados dos SCPCs das associações comerciais foram unidos para que todos compartilhassem as informações. “Foi o maior avanço em termos de atendimento ágil para o consumidor e para o comerciante”, afirma o gerente do SCPC. Reduziu-se muito os custos dos empresários, e essa vantagem foi repassada para o custo final dos produtos. A burocracia também praticamente não existe mais. “Hoje, o SCPC funciona perfeitamente, com atualizações constantes, sempre buscando atender da melhor forma o empresário e seus clientes”, afirma a empresária Silvana Martins Cavichiolli, diretora da ACIL e presidente do Conselho de Administração do SCPC da entidade. Ela explica que, para usar o serviço de proteção ao crédito, o empresário tem que estar filiado à Associação, conhecer o regimento interno e seguir as regras de forma a otimizar os resultados e respeitar os direitos do consumidor (os consumidores também pode ter acesso às infor- ele, comércio se tornaria O Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial e Industrial de Londrina é considerado pelos empresários do comércio como uma ferramenta fundamental para a manutenção e fortalecimento de seus negócios. Para o empresário Francisco Ontivero, diretor da Móveis Brasília, empresa que está há 40 anos no mercado londrinense, se não fossem as informações do SCPC, seria praticamente impossível trabalhar. “Bancamos nosso próprio crediário e temos mais de 50 mil clientes ativos. Se tivermos um índice muito alto de inadimplentes, nosso negócio fica inviabilizado”, afirma. Ele lembra que, tempos atrás, a inadimplência era menor, na média de 3%. Hoje, afirma, fica em 8% ou 9%, um índice muito alto. “Quarenta por cento dos nossos clientes novos não têm o crédito aprovado. Dos clientes cadastrados, esse número é de 20%”, revela. Isso comprova, segundo ele, que crédito baseado na confiança é coisa do passado. “Hoje o cliente não está inadimplente por malandragem, e sim por uma sobrecarga de contas que não consegue saldar”, explica Ontivero. Para o consultor da Bolivar Calçados, Brasílio Armando Fonseca, o SCPC é uma forma de todo o comércio se unir contra a inadimplência que, segundo ele, “come” diretamente o lucro líquido do comerciante. “A rentabilidade líquida do comércio é de 4%. Se você vender para uma pessoa inadimplente, todo custo é absorvido como venda saudável, ou seja, tem a comissão do empregado, os impostos, etc.” A perda, dessa forma, é maior do que parece. Fonseca também concorda que se não houvesse o SCPC seria impossível trabalhar. “É como se você ficasse doente e não tivesse um remédio”, compara o consultor. Para ele, o serviço de proteção ao crédito é também uma ferramenta para fazer cobrança. “Quando precisa de um nome limpo, a pessoa paga o que deve e volta a ser consumidor”, explica. Proteção também contra empresas inadimplentes Desde o último dia 10 de setembro a Associação Comercial e Industrial de Londrina está oferecendo o SCPC Jurídico, um serviço que funciona nos mesmos moldes do Serviço de Proteção ao Crédito das pessoas físicas, mas voltado para a indústria e o atacado. Ou seja, inclui empresas inadimplentes e dá a proteção que o empresário precisa para fazer os seus negócios. Segundo o gerente do SCPC da ACIL, Celso Zanoni, “a idéia é formar uma rede de informações tão eficiente como é o SCPC Pessoa Física”. Francisco Ontivero, diretor da Móveis Brasília: " Se tivermos um índice muito alto de inadimplentes, nosso negócio fica inviabilizado” mações sobre sua situação de crédito; basta ir à ACIL com RG e CPF). “A consulta ao SCPC é uma ferramenta ágil, segura e com um custo muito pequeno, que está à disposição do empresário. Atende a qualquer tipo de empresa desde o pequeno empresário até as grandes redes de lojas”, afirma Silvana. Ela acrescenta que o serviço atua também como um apoio importante na recuperação de dívidas não pagas pelos consumidores. “A inclusão de um título não pago no SCPC funciona também como um instrumento de cobrança para o empresário, uma vez que o consumidor sempre procura ter seu nome sem restrições para poder efetuar suas compras no crediário.” inviável JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 18 Perdeu os documentos? Vá ao SCPC O cadastro do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) não viabiliza apenas as compras a prazo. Permite mais segurança e evita aborrecimento para comerciantes e consumidores, através do serviço de Alerta de Roubo de Documentos. É um aliado fundamental nestes tempos de alta criminalidade. A pessoa que perdeu ou teve furtados os seus documentos deve se dirigir diretamente ao SCPC da Associação com o Boletim de Ocorrência e pedir o cadastramento do seu caso. Com este procedimento simples, os estelionatários que estiverem com os documentos ficarão impedidos de usá-los para fazer compras no comércio, abrir contas em bancos ou fazer financiamentos em qualquer parte do País. O serviço de Alerta de Roubo de Documentos é gratuito. O QUE É O SCPC? n É o maior banco de dados de pessoas físicas inadimplentes do País. Para os lojistas, é um instrumento fundamental de trabalho. Tem o maior poder de cerceamento de crédito, o que dá segurança para o empresário. n Dá condições para que, mesmo sem dinheiro, as pessoas que estejam adimplentes (sem registro) tenham acesso aos bens de consumo. Ou seja, viabiliza as vendas a prazo. n Permitiu o desenvolvimento e a expansão do comércio. As relações comerciais são que são hoje graças ao SCPC. n Em 92% por cento das consultas a resposta é “nada consta”. Ou seja, a maioria das pessoas consegue concretizar suas compras. Zanoni: “Os lojistas são orientados a tratar as pessoas com todo o cuidado e atenção, e principalmente com respeito” Atendimento exige calma e respeito ao consumidor Logo nos primeiros meses que começou a trabalhar no Serviço de Proteção ao Crédito da Associação Comercial, o gerente Celso Zanoni teve um de seus casos mais difíceis para resolver. Ele conta: “Um homem chegou muito nervoso e revoltado. Pedi que entrasse na minha sala e ele foi logo dizendo que eu precisava resolver o caso, nem que fosse à bala. E mostrou o revólver na cinta”. Zanoni lembra que, depois de uma conversa e das orientações, o homem ficou mais calmo. “Ele desabafou e acabou pedindo desculpas.” O gerente do SCPC está nessa função “espinhosa” desde julho de 1976 e hoje é o funcionário mais antigo da ACIL. Ele diz que nunca mais teve que enfrentar uma situação como a que enfrentou no começo, e que os casos normalmente não são complicados. “Mas às vezes a situação fica um pouco difícil”, revela. É por isso que o trabalho no SCPC exige sempre muita calma, paciência e jogo de cintura. Celso Zanoni atende, diariamente, os casos que as atendentes não têm como resolver na recepção. “Às vezes as pessoas chegam chateadas porque são inscritas no cadastro de inadimplentes de forma indevida. Elas chegam bravas, mas saem calmas.” Zanoni também faz as filiações das empresas no serviço de proteção ao crédito, tirando todas as dúvidas que os empresários possam ter. “Os lojistas são orientados a tratar as pessoas com todo o cuidado e atenção, e principalmente com respeito”, reitera Celso Zanoni, que não reclama do seu trabalho. “Vale a pena porque gosto, faço com prazer.” Além da gerência do SCPC, ele também é membro do Conselho da Federação das Associações Comerciais do Paraná. Sua incumbência é orientar 19 SCPCs na regional de Londrina. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 19 artigo Eduardo Petit e Rafael Molina Especial para a ACIL Clima e neutralização de carbono As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global representam hoje a maior ameaça econômica, social e ambiental que a humanidade está enfrentando. Seus efeitos podem ser sentidos por todos, na pele e através da ampla cobertura da mídia sobre a elevação da temperatura, degelo e elevação do nível dos oceanos, secas, aumento da potência devastadora e freqüência de furacões, etc. É nítido o crescimento do grau de conscientização que desperta a atenção de todos e remete à reflexão sobre o que fazer para garantir a sobrevivência e a qualidade de vida em nosso planeta para as gerações futuras. O aquecimento global é conseqüência do efeito estufa, um fenômeno natural e necessário para a vida no planeta. Sem ele, não haveria vida na Terra. Mas o acúmulo dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis e da decomposição de material orgânico, impede a dispersão do calor irradiado pela superfície da Terra, aumentando a temperatura. É como um automóvel estacionado sob sol forte, com os vidros fechados. O sol aquece todo o interior do veículo, e este calor não é liberado. Desde a revolução industrial, a humanidade vem extraindo grandes quantidades de combustíveis fósseis (gás natural, petróleo e carvão mineral) para impulsionar nosso rápido crescimento econômico. A queima destes combustíveis juntamente com as queimadas e desmatamento de florestas, e outras atividades industriais e agrícolas é que geram os GEE. Portando, os responsáveis por este problema somos nós. A solução seria a diminuição drástica no consumo dos combustíveis fósseis. Mas, infelizmente, nossos carros, aviões, parte das usinas geradoras de energia elétrica, indústrias, casas, necessitam de grandes quantidades destes combustíveis. Até que a ciência encontre alternativas para uma troca da matriz energética do mundo, somente com uma mudança radical e profunda no relacionamento da sociedade com a natureza, com revisão de hábitos e estilo de vida, conseguiremos esta diminuição. Reduzir as emissões de GEE é hoje fator imperativo para a sobrevivência humana na Terra. Diversas iniciativas foram criadas para tentar controlar este problema. Algumas mandatórias, outras voluntárias. A principal iniciativa mandatória é o Protocolo de Kyoto. Um tratado internacional entre países que se comprometem a reduzir suas ção aos níveis de 1990. Criou-se então um mercado internacional de créditos de carbono – certificados emitidos para empresas que reduzem suas emissões de GEE – que deve movimentar US$ 1 bilhão só em 2007. Um terço das emissões está sendo controlado pelas iniciativas mandatórias. Se os países conseguirem atingir suas metas estabelecidas em Kyoto, em torno de 5% das emissões em relação aos níveis de 1990 seriam reduzidas até 2012. O Protocolo prevê uma revisão de metas em 2012, quando devem ser estabelecidas reduções mais severas, e a inclusão de países que ainda estão desobrigados do cumprimento de metas como China, Índia, Brasil e Indonésia, entre outros. O reconhecimento definitivo do alto grau de ameaça que o aquecimento global representa para a humanidade, de acordo com as conclusões, previsões e análises dos cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), estimulou o surgimento de ações voluntárias para colaborar para a melhoria do meio ambiente. É o caso da Neutralização de Carbono, que começou a ser praticada a partir de 1998, por empresas que visualizaram o poder de ameaça à continuidade de seus negócios, a longo prazo. Com base nas metodologias de cálculo de volume de emissões e formas de compensação ambiental, aceitas e referendadas pela ONU, no Protocolo de Kyoto, as empresas iniciaram uma prática de não contribuir para o aumento do efeito estufa e, assim, sensibilizar a sociedade e os públicos de seus interesses. Passaram a neutralizar o volume de GEE emitido por suas atividades, através do investimento em projetos ambientais que retirem da atmosfera a quantidade equivalente desses gases. Hoje, todos nós podemos fazer alguma coisa para contribuir para o combate às mudanças climáticas. Os cidadãos, organizações e órgãos públicos podem reduzir e/ou compensar suas emissões de GEE. O Programa Carbono Neutro, pioneiro na introdução dessa prática no Brasil, permite que desde empresas de qualquer porte ou natureza de atividade até pessoas físicas possam neutralizar suas atividades no todo ou em parte. Utilizando ferramentas científicas, pré-avaliadas e certificadas internacionalmente, é feito um levantamento completo das emissões relativas à atividade selecionada baseado em três fatores principais: consumo de energia elétrica, consumo de combus- lixo orgânico. A neutralização efetiva se dá através da recuperação ou conservação de florestas ou da compra de Certificados de Créditos de Carbono gerados por projetos de energia limpa ou processos de tratamento de material orgânico, que comprovadamente deixaram de emitir GEE na atmosfera. No plantio de árvores, pelo processo de fotossíntese, o CO2 é absorvido da atmosfera e oxigênio é liberado. O CO2 absorvido é estocado nos caules, raízes e folhas durante o crescimento das árvores. Além de contribuir para minimizar o aquecimento global, com o seqüestro de carbono, o plantio de árvores traz inúmeros benefícios ao meio ambiente e à população. Preserva bacias hidrográficas e nascentes, recupera ecossistemas completos, incluindo água, solo e fauna, conserva a biodiversidade, gera emprego na conservação e permite geração de renda, através de manejo sustentável. A divulgação do status CarbonoNeutro por uma empresa, produto ou serviço, gera positivismo interno, reconhecimento de boa governança corporativa e postura de liderança. Para produtos de exportação a Neutralização já pode ser considerada uma barreira não tarifária, pela preferência por parte das empresas da Europa, Japão e outros. Hoje, as empresas que neutralizam suas emissões de CO2 ganham em competitividade em relação aos concorrentes. No mercado nacional e internacional os consumidores já sinalizam atitudes de preferência e reconhecimento por produtos CarbonoNeutro, que atuam no combate aos efeitos do aquecimento global. Eduardo Petit e Rafael Molina, da Max Ambiental. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 20 VAREJO Convenção resgata abertura até 18h em dois sábados por mês Acordo foi assinado pelos sindicatos Patronal e dos Comerciários no dia 13 deste mês. Abertura no dia 23 de dezembro está garantida Katia Baggio Especial para a ACIL Depois de quase cinco meses sem Convenção Coletiva, finalmente no último dia 11 deste mês os sindicatos dos patrões e dos comerciários fecharam o acordo anual da categoria. A Convenção Coletiva de Trabalho foi assinada no dia 13. A queda de braço se estendeu muito além da data-base porque o Sindicato Patronal buscava manter o acordo firmado no ano passado, que garantiu a abertura até as 18 horas por dois sábados a cada mês. Por sua vez, o Sindicato dos Comerciários pedia aumento salarial de 8,5%. O reajuste foi fechado em 6,06% com aceitação pelo Sindicato dos Comerciários dos dois sábados por mês, mais a volta da abertura do comércio em horário diferenciado no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, perdida em 2006. O piso salarial dos comerciários passa a R$ 472,00 e o dos comissionados, R$ 519,00, com efeito retroativo a maio. Abrir ou não além das 13 horas em dois sábados por mês foi a verdadeira disputa que emperrou o acordo. Pelo Código de Posturas do Município, que regulamenta o assunto, é permitida a abertura apenas em um sábado por mês, imediatamente posterior ao quarto dia útil. A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval), Nájila Nabhan, considerou o resultado final satisfatório. “Era importante manter a abertura do comércio pelo menos dois sábados até as 18 horas e também reconquistamos o funcionamento do comércio no dia 24 de dezembro”, avalia. Para o assessor jurídico da ACIL, Ed Nogueira de Azevedo Júnior, o aumento real concedido em relação ao piso salarial foi de mais 75% superior ao INPC do mesmo período (3,4405%). “Trata-se de uma concessão absolutamente irrevogável e todos os aumentos salariais futuros terão como base de cálculo este acréscimo salarial superior à inflação.” O advogado também avalia a contrapartida, já que a convenção coletiva prevê a possibilidade de abertura dos estabelecimentos comerciais nos dois primeiros sábados do mês. “São dois os pontos a serem observados. Ao contrário do aumento salarial definitivamente concedido, o direito de trabalhar nos dois primeiros sábados do mês desaparece no prazo final de vigência da convenção e deverá ser objeto de nova negociação em maio do ano que vem em troca de novas concessões. Outro aspecto, em troca do aumento salarial real de mais de 75% acima do INPC, os comerciários obtiveram um direito que não pode ser concedido pelo sindicato dos comerciários, já que a regulamentação do horário de funcionamento do comércio se dá, exclusivamente, pelo Código de Posturas do Município que, por sua vez, autoriza a abertura do comércio no período da tarde do sábado somente em relação ao primeiro sábado após o quarto dia útil de alguns meses.” Código de Posturas - A flexibilização do horário do comércio, que inclui a abertura aos sábados além das 13 horas, é polêmica antiga em Londrina e sempre gerou discussões calorosas. O prefeito Nedson Micheleti esquentou ainda mais o tema em julho, quando apresentou à Câmara de Vereadores um projeto com várias alterações no Código de Posturas. O artigo 21 ganha um parágrafo que transforma em lei a necessidade de um acordo entre o sindicato patronal e o Datas promocionais Pela convenção coletiva assinada entre os sindicatos Patronal e o dos Comerciários, as próximas datas promocionais e horários de funcionamento aos sábados das 9h às 18h são: n outubro: dias 06 e 13 (Dia das Crianças) n novembro: dias 03 e 10 n dezembro: dias 01, 08, 15 e 22 n janeiro/2008: dias 05 e 12 n fevereiro: dias 02 e 09 n março: dias 08 e 22 (Páscoa) n abril: dias 05 e 12. dos funcionários para o funcionamento em horários diferenciados. Ou seja, o que hoje é irregular pode, em breve, ser legal. A proposta foi criticada pela direção da ACIL, que acredita que a idéia engessa ainda mais o tema. Até o fechamento desta edição, o projeto estava sob análise da Comissão de Justiça da Câmara Municipal e poderia ainda passar por outras comissões na Casa, portanto sem prazo para ir à votação em plenário. O Sincoval abrange 40 municípios e Nájila avalia os ajustes e reajustes como razoáveis em comparação aos benefícios conquistados. “Buscamos equilibrar o momento econômico do País e a posição dos trabalhadores, antes de fechar a convenção, um cálculo difícil”, avalia. Dezembro - Pelo acordo, o comércio vai funcionar até as 22 horas a partir do dia 6 até 22 de dezembro. E aos sábados o horário será até as 18 horas nos dias primeiro, 8, 15 e 22. Ano passado o Sindicato Patronal concordou em não abrir em plena véspera de Natal, dia considerado praticamente o melhor para vendas em todo o ano. O comércio da região funcionou e lucrou com o fechamento em Londrina. “Foi desastroso, mas este ano será diferente”, garante Nájila. A convenção inova em relação ao horário de funcionamento no dia 10 de dezembro, aniversário da Cidade, e nos dias 23 e 24, quando as portas vão abrir a partir das 9 horas e fechar às 17h. “Pela nossa experiência sabemos que esse horário é mais proveitoso e permite que tanto o comerciante quanto o funcionário estejam em casa mais cedo para ficar com a família”, diz Nájila. O trabalho no dia 10 será compensado no dia 2 de janeiro de 2008 e o dia 23 será compensado na segunda-feira de carnaval (4 de fevereiro). Como já é rotina, o comércio abre novamente na QuartaFeira de Cinzas, a partir do meio-dia. As mudanças não abrangem mercados, supermercados e hipermercados, que trabalham em horários diferenciados do comércio convencional. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 21 ANÁLISE Luís Hasegawa Especial para a ACIL Novos procedimentos do Procon No último dia 14 de agosto, o Procon Londrina realizou audiência pública para apresentar as novas normas de seu procedimento administrativo e divulgar a forma de inclusão de empresas em um cadastro de defesa do consumidor. A questão diz respeito a todos os cidadãos, pois afeta diretamente as relações de consumo e, por conseqüência, os consumidores e empresários. E, diante da importância do tema, é imperioso que o Poder Público e as entidades organizadas promovam a mais ampla publicidade e divulgação do Decreto Municipal nº 436/2007, em razão das alterações e inovações procedimentais por ele trazidas. Antes de abordar o tema em destaque, vale ressaltar a modernização alcançada em nosso sistema legal, com o advento do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, que estabeleceu normas de ordem pública e interesse social, para garantir a proteção e defesa do consumidor e, ainda, a transparência e a harmonização das relações de consumo. Cumpre, também, esclarecer que o Procon Londrina é o órgão municipal responsável pela Política Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, desde seu planejamento e elaboração à sua execução, sempre com vistas a fazer cumprir as normas referentes ao Direito do Consumidor, tendo como missão promover a cidadania. Já no campo das alterações introduzidas pelo Decreto Municipal nº 436/2007, a nosso ver, 02 são mais significativas e merecem uma análise mais aprofundada. A primeira é a atenção especial que o PROCON conferirá ao pré-atendimento do consumidor e a uma fase denominada CIP, na qual será oportunizado ao fornecedor (empresário) um prazo para se manifestar sobre a reclamação e promover a composição com o consumidor. Ocorrendo a composição, o caso será arquivado. Na hipótese de não haver acordo, o consumidor poderá formalizar a reclamação, com designação imediata de audiência de conciliação e instrução, nas quais deverão estar presentes o consumidor e representante ou preposto do fornecedor. Após a audiência e não efetivado um acordo, ocorrerá a apreciação sobre a fundamentação (mérito) da reclamação. Em palavras mais simples, o PROCON decidirá se a reclamação procede ou não. Nesse ponto, apresenta-se a segunda alteração de grande relevância, pois, anteriormente, o Procon não emitia decisão, em caso de não-composição entre as partes. E essa decisão vem acompanhada de um registro, no recém-criado Cadastro de Reclamações Fundamentadas, que será de conhecimento público, podendo ser divulgado pelo Procon, com utilização das mais diversas mídias. Esse Cadastro de Fornecedores será formado pelas inclusões de nomes de empresas com registro de reclamações fundamentadas, atendidas ou não atendidas, sendo que os registros no cadastro permanecerão por 5 anos, com atualizações periódicas. Independentemente dessas alterações, permanecerão vigentes os atos de fiscalização, na forma prevista na legislação e o processo administrativo sancionatório, que poderá culminar em penalidade ao fornecedor infrator. As alterações apresentadas conduzem a algumas reflexões e indagações. De início, deve se reconhecer que os atos do Procon ganharão em importância, efetividade e repercussão. É de conhecimento geral que muitas empresas dão pouca atenção a essa instância administrativa, pois, até então, o não-comparecimento às audiências ou a falta de resposta às intimações daquele órgão implicavam em quase nada. A possibilidade de inscrição em um Cadastro de Fornecedores - que poderá ter influência similar à conferida pelos órgãos de restrição de crédito (SCPC, por exemplo) aos maus pagadores, só que direcionada para os maus fornecedores – e seus reflexos negativos devem ser considerados pelos empresários. É de se crer que as presenças das empresas serão mais constantes aos atos do Procon e a atenção será redobrada, sob pena das sanções identificadas. De outro lado, não há como não se questionar a legalidade dessas alterações, não só as formais, mas em especial ao modo que o Procon Londrina conduzirá tais reformas. É preciso que haja transparência e justiça nas decisões e, sobretudo, que o órgão invista e esteja preparado para bem fundamentar os seus atos, a fim de que os empresários não sejam prejudicados com inscrições indevidas, as quais certamente trarão abalo para seus negócios. Na audiência pública realizada e em contatos posteriores, melhores foram as impressões e os objetivos transparecidos pelo Coordenador do Procon, Flávio Henrique Caetano de Paula. Todavia, cumpre à sociedade organizada, além de divulgar os novos procedimentos adotados pelo Procon, participar com efetividade sempre que convocada, para que também possa se manifestar e se insurgir, em caso de excessos ou arbitrariedades, sempre indesejados. Luís Hasegawa, advogado em Londrina JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 22 ADMINISTRAÇÃO A gestão sob um olhar mais amplo Iniciativas inovadoras ou idéias bastante simples transformam e aprimoram a realidade de duas empresas de Londrina. Resultados são reconhecidos dentro e fora do País Katia Baggio Especial para a ACIL Eficiência e ambiente de trabalho harmônico orientam ações em todos os departamentos, para organizações que almejam conexão entre sua imagem e o mercado. Estratégias como racionalização de energia e tempo, otimização de espaços, redução de custos e satisfação dos colaboradores são desafios diários. Empresas de Londrina vêm obtendo reconhecimento nacional e até internacional por atuarem dentro desses conceitos. No dia quatro de junho, Dia da Indústria, o empresário de Londrina Ary Sudan, sócio da Rondopar Energia Acumulada e Tamarana Metais, recebeu a Medalha do Mérito Industrial do Estado do Paraná 2007, em Curitiba. O prêmio é oferecido anualmente, há 35 anos, pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). A honraria é destinada a empresários que se destacam pelo empreendedorismo, serviços prestados em benefício do desenvolvimento industrial do Estado, defesa dos interesses da livre empresa e manutenção de serviços de assistência e formação profissional dos trabalhadores. Também receberam a homenagem os empresários Natal Lachi, de Arapongas, e Hélio Bampi, de Curitiba. Os premiados foram escolhidos por uma comissão formada por representantes dos sindicatos empresariais, dos trabalhadores e dos conselhos consultivos da Fiep, Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, destacou a importância de iniciativas que ajudam a “desenvolver trabalhos em benefício do meio ambiente”. Surpresa foi a primeira reação de Sudan, ao saber do prêmio. “Sempre acompanhei as homenagens apenas como espectador, porque me considerava distante dos grandes empresários que a receberam. Então, foi especial ver que estamos em sintonia com o modelo de administração preconizado pelos organismos do setor.” As ações que motivam premiações desse tipo incluem os setores administrativo e produtivo, mas também de responsabilidade social e ambiental. A Tamarana Metais foi a primeira empresa da América Latina a ser certificada com a ISO 14.001 (meio ambiente), em Ary Sudan: programas para as áreas ambiental e social, de inserção de jovens no mercado de trabalho e acompanhamento (custeio) da educação de adolescentes até a universidade 2001, por promover a reciclagem de chumbo, material altamente poluente. Já o Projeto Bom Aluno, criado em 1999 pela empresa, adota estudantes carentes e os acompanha até a universidade. O Projeto Pingo d´Água leva informações sobre o uso racional da água a alunos da quarta série do ensino fundamental de escolas públicas. O Programa de Educação do Trabalhador foi criado há oito anos, quando a direção percebeu que entre os 250 funcionários das empresas, muitos queriam terminar os estudos. Através de um convênio com o Sesi e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), professores garantem ensino fundamental e médio. “Muitos já fazem curso superior”, orgulha-se Ary Sudan. Depois da formatura da maioria, a direção decidiu manter a estrutura e atender os familiares, como esposas e filhos adultos de colaboradores. São cerca de 40 alunos nas duas escolas, uma na Rondopar, em Londrina, e outra em Tamarana. No ano passado, as empresas também implantaram o projeto Escola de Fábrica, do Governo Federal. Durante seis meses, 20 jovens foram preparados para o mercado de trabalho, permanecendo meio período do dia nas empresas. Eles foram selecionados na comunidade onde ficam as indústrias e oito foram contratados pela Tamarana Metais. Paralelamente, são oferecidas mais de 50 horas de treinamento por ano. A Rondopar foi uma das paradas do projeto Cozinha Brasil, do Sesi, que divulga técnicas de preparo visando o aproveitamento de alimentos, redução de desperdício e geração de renda. Durante uma semana, no mês de junho, a empresa cedeu a associação de funcionários e doou os alimentos necessários para o curso. No caminhão-cozinha, nutricionistas atenderam mais de 100 pessoas, entre donasde-casa da comunidade e funcionárias de outras empresas. Para a dona-de-casa Roseli Alves da Silva, fazer sucos e cobertura de bolo, com casca de frutas, foi uma das dicas criativas. “A gente jogava fora muita coisa importante e nutritiva. Elas também mostraram a economia que se pode fazer em casa.” O empresário diz que não JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 23 Luciana Siqueira Fernandes: “O segredo é aprofundar o relacionamento com as lideranças, pois elas são as multiplicadoras dos propósitos da empresa.” adota esses projetos esperando ganhar prêmios, mas “por perceber que é preciso ter um comprometimento maior do que apenas o pagamento do salário”. E afirma que receber a homenagem “aumenta a responsabilidade, pois passamos a ser referência, mas nos mantém alertas para melhorar nossos projetos”. A cada seis meses a empresa faz uma pesquisa interna de satisfação, para detectar pontos deficitários. “Há três anos, tínhamos um grande problema de calor no ambiente de trabalho. Pesquisamos o melhor sistema de isolamento térmico para nosso caso e outras melhorias. Depois de um tempo, fomos citados na revista Proteção, especializada em segurança e medicina do trabalho, como referência em conforto térmico no ambiente de trabalho, o que mostra que tomamos a decisão acertada.” As medidas nem sempre são adotadas com objetivos de reduzir a rotatividade e aumentar a produtividade, mas muitas acabam trazendo esses resultados. Em 1995, quando a Tamarana Metais foi instalada, a direção decidiu contratar moradores de Tamarana, mas se viu com um pelotão de mão-deobra despreparada para o setor metal-mecânico, pois a região é agrícola. “Muitos trabalhavam pelos benefícios agregados, como décimo terceiro salário e FGTS e pediam demissão assim que tinham alguma quantia para receber. Também ocorriam muitos acidentes de trabalho e resolvemos investir em treinamento.” Também foi ativado o Programa de Distribuição de Resultados (PDR), com oito metas a serem cumpridas e que estimulam tanto a união do grupo como de cada setor e o desempenho individual. Nesse caso, os alvos são a saúde e a freqüência. Os trabalhadores recebem diariamente uniformes limpos e devem tomar banho duas vezes ao dia, antes do almoço e antes de ir para casa. Têm atendimento médico e restaurante. Há três anos, Sudan afirma que eles recebem 100% do PDR. Os acidentes de trabalho, faltas sem justificativa e rotatividade estão em índices perto de zero. As empresas também têm participação ativa em associações de classe e sindicatos (Ary Sudan é diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Londrina – Sindimetal). Também integram a ACIL e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). “Participar de associações e sindicatos é uma forma de contribuir para a evolução do segmento”, avalia o empresário. A empresa Milenia Agrociências é outro exemplo de gestão reconhecida. A empresa foi classificada como uma das 100 melhores empresas para trabalhar na América Latina em 2006, pelo instituto americano Great Place to Work. O resultado foi publicado na Revista Época. Com 750 colaboradores entre as unidades de Londrina, Cruz Alta e Taquari (ambas no Rio Grande do Sul), a Milenia foi a única no setor de agroquímicos. No ano passado, ficou entre as 100 melhores para trabalhar no Brasil. A empresa se inscreveu para o ranking latino junto com mais de 300 organizações brasileiras e competiu com cerca de mil companhias, de nove países da América Latina. No caso da Milenia, o processo incluiu a distribuição de 500 formulários aos funcionários, que foram convidados a responder 60 questões, de forma sigilosa, sobre a quali- dade das relações de trabalho na empresa. E uma visita da equipe do instituto. Segundo a assessoria de comunicação, 80% dos formulários foram respondidos. A metodologia classificou as empresas em cinco grandes dimensões: imparcialidade, credibilidade, respeito, orgulho e camaradagem. Para a coordenadora de Desenvolvimento de Recursos Humanos da empresa, Luciana Siqueira Fernandes, a grande vantagem de estar no ranking é “saber que os funcionários deram um feedback altamente favorável e para alguém de fora da empresa”. Das 300 concorrentes brasileiras, a Milenia ficou entre as 30 classificadas, ao lado de grandes como Microsoft, Magazine Luiza, ABN Amro Real e outras. No Paraná, está ao lado apenas da Landis+Gyr, de Curitiba, e da Pormade Portas, de União da Vitória. A decisão pela gestão participativa ocorreu em 2001, quando a direção passou de familiar para executiva. Passou-se a trabalhar diretamente com os líderes de setores, que buscam sugestões dos colaboradores. São implantados planos de ação de curto, médio e longo prazos e a empresa vem registrando efeitos positivos junto à equipe. Quando há uma nova decisão, todos se reúnem e a explicação é pessoal e não por e-mail. “É importante ter o feedback na hora, além de ser uma forma de valorização do colaborador”, diz Luciana. No ano passado, houve o desafio de manter a produtividade, frente ao cenário desolador que a agricultura enfrentou. Criou-se a meta de redução de despesas de forma criativa e otimização do tempo. “Desde os diretores até os (funcionários) operacionais adotaram a idéia, formaram-se grupos e os resultados foram duas vezes mais satisfatórios do que o almejado”, relata Luciana. Nesse período, foi preciso realizar eventos com o próprio pessoal da casa. “Deu tão certo que a empresa criou um centro de treinamento, com recursos caseiros e não precisou mais locar espaços. Até os brindes passaram a ser adquiridos de artesãos da comunidade, o que refletiu em valorização deles, além da redução de custos.” Também há os momentos de comemoração, caso da classificação no ranking latino. Champanhe e bolo para que todos compartilhem do sucesso da empresa e uma mensagem do presidente, está entre as práticas da organização. “Faz parte da nossa rotina dividir as preocupações e vitórias com os colaboradores, pois eles são a força que vai manter ou solucionar cada situação.” Também há um programa de avaliação das metas propostas para reorientação dos problemas reincidentes. Uma das reivindicações dos funcio- nários, especialmente a equipe da linha de produção, era obter conhecimento sobre Internet e manuseio do computador. Criouse o espaço “Saber e Cia.”, onde eles têm acesso à informação e podem buscar o autodesenvolvimento, com o auxílio de outros colaboradores. O Programa Pais e Filhos é ativado nas férias escolares e permite que os pais levem seus filhos para passar um dia na empresa, com o objetivo de aproximar o jovem da realidade profissional dos pais. “Notamos o aumento da satisfação e da produtividade, com essa iniciativa simples, mas fundamental para os funcionários”, relata Luciana. Também se investe em treinamento, na empresa. O Programa de Educação Continuada (PEC) busca a reciclagem das lideranças, para reforçar a comunicação com os colaboradores. E o Balanço Anual Milenia (BAM) é a reunião de final de ano em que todos os funcionários expõem as metas atingidas e planejam as seguintes. “É um momento no qual percebemos a participação com orgulho dos nossos colaboradores.” Sobre índice de rotatividade, ela afirma que não chega a 1%, “baixo para o segmento e para a região”. Ela concorda que ficar em destaque aumenta a responsabilidade, mas diz que esse é um desafio constante da empresa. “Buscamos exemplos no mercado, sobre como atrair e reter pessoas, pois é o que a faz crescer.” E complementa, dizendo que as empresas devem ficar atentas aos “modismos” de gestão, que muitas vezes não são adequados. “O segredo é aprofundar o relacionamento com as lideranças, pois elas são as multiplicadoras dos propósitos da empresa.” JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 24 Convention de Londrina treina Profissionais do Táxi com sucesso profissionais do táxi participam de palestra Durante dois dias, 150 profissionais do táxi de Londrina participaram da palestra “Eu Vou de Táxi”, organizada pelo Londrina Convention & Visitors Bureau (LCVB – Londrina/PR) com o palestrante e também taxista gaúcho, José Antônio Cestari Ávila. O evento foi um sucesso e para a direção e equipe do LCVB atingiu o objetivo. . “Estamos fazendo nosso papel que é fomentar o turismo de eventos e negócios da região”, coloca Nivaldo Benvenho, presidente do LCVB. A palestra foi realizada em duas turmas, uma no dia primeiro e a outra no dia 2 de setembro, no auditório menor, João Alfredo de Menezes, da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), com o propósito de sensibilizar e treinar os taxistas na melhoria do atendimento ao turista ou visitante, assumindo uma postura profissional e melhorando os ganhos da profissão. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Londrina, Adilson Aparecido Valero Moreira, o município tem 355 automóveis utilizados como táxis e cerca de 700 taxistas. “Esta parceria com o Convention foi muito proveitosa e outras mais virão”, coloca Moreira. Finalizando o evento, um churrasco de confraternização com os participantes. A palestra “Eu Vou de Táxi” fez parte do Programa de Qualificação e Projeto de Treinamento da entidade e contou com o apoio, do Sindicato dos Condutores Autônomos de Táxis Rodoviários de Londrina, dos hotéis filiados ao LCVB, da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL) e teve o patrocínio da Marajó Bella Via Automóveis - concessionária Fiat. Projeto Paraná de Todos os Roteiros mostrou Londrina e região em São Paulo e Minas Painel Roteiros do Paraná Entre os dias 1º e 4 de outubro, com encontros de negócios agendados em Maringá (2/10), Londrina (3/10) e Curitiba (4/10) será realizada a Ação 2 do Projeto Paraná de Todos os Roteiros. Os encontros possibilitarão a participação de empresários da cadeia do turismo, bem como de associados dos Conventions. O Londrina Convention & Visitors Bureau (LCVB), como entidade anfitriã, no dia 3, recepcionará os empresários e viabilizará com a organização do evento os contatos em Londrina. NOTAS Seminário Aduaneiro O 1º Seminário Logístico e Aduaneiro de Londrina será realizado entre nos dias 25 e 26 de outubro no auditório da Infraero, no Aeroporto de Londrina. O evento é uma realização da IDEL (Codel- associada do convention) e INFRAERO. O objetivo de divulgar os benefícios se facilidades que o funcionamento do Terminal Alfandegado de Carga Internacional da Infraero de Londrina oferecerá a importadores e exportadores, com serviços semelhantes a um “Porto Seco”. Informações: Promidia (43) 3347.1705 e CODEL (43) 3379.2300 A primeira fase do Projeto - uma realização do SEBRAE, Governo do Paraná e Federação dos Convention & Visitors Bureaux do Paraná – ocorreu entre os dias 29 de agosto e 4 de setembro, com a participação da gestora executiva do LCVB, Milena Holthausen. O projeto divulgou os destinos paranaenses para um público focado na cadeia turística em São Paulo, Ribeirão Preto (SP) Uberlândia (MG) e São José do Rio Preto (SP), em ações promocionais e comerciais, no formato de “road-shows”. O potencial de Londrina e região para Ambiente construído é tema de congresso em Londrina Abertas as inscrições para o 1º Congresso Nacional do Ambiente Construído, que será realizado de 25 a 28 de setembro em Londrina, no Centro de Eventos do Catuaí Shopping (associado do LCVB). Promovido pelo Sinduscon Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina, é dirigido a profissionais e acadêmicos das áreas de engenharia, arquitetura, planejamento urbano e mercado imobiliário. As inscrições podem ser realizadas diretamente no site www. sinduscon-nortepr.com.br . No site também está a programação completa, com horário, temas e relação de palestrantes. Informações também nas secretarias do Sinduscon Norte (43) 3327-6777. o turismo de eventos (cultural) e negócios e a infra-estrutura dos associados da entidade foi apresentada em rodadas de negócios, como visitante na Feira da Associação de Agências de Viagens de Ribeirão Preto (AVIRRP), no contato com agentes de viagens com interesses no agronegócio em São José do Rio Preto (SP) e principalmente troca de informações e experiências entre as entidades para interesses comuns. Empresários interessados em participar do evento em Londrina, contatar o LCVB; (43) 33441700 2º Rural Tecnoshow Evento técnico está com inscrições abertas Já estão abertas as inscrições para a 2ª edição do Rural Tecnoshow, evento técnico que será realizado pela Sociedade Rural do Paraná (SRP – associada do convention) entre 1º e 7 de outubro no Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina. A meta do encontro é atender as necessidades de atualização e profissionalização dos integrantes da cadeia do agronegócio, através do investimento em tecnologia e conhecimento. Para garantir a participação, o interessado deve acessar o site do evento, através do banner do 2º Rural Tecnoshow na página da Sociedade Rural: www.srp.com.br. As inscrições também poderão ser feitas através do material impresso que será distribuído pela entidade. Contatos: (43) 3378.2000. JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 25 Paraná MUNDO FASHION Businesse Collection é o novo espaço para moda Evento realizado em Curitiba é vitrine para a produção de indústrias de todo o Paraná. Quatro marcas de Londrina participaram Helyzama Carvalho Especial para a ACIL A indústria de moda do Paraná tem um novo e bem-sucedido evento e caminha para abocanhar uma fatia maior do mercado brasileiro. Essa é uma das principais conclusões tiradas das avaliações feitas agora sobre os resultados da primeira edição do Paraná Business Collection, realizado em Curitiba no final de julho. O evento abriu uma nova janela no mercado nacional para as empresas do Estado, mostrou que o Paraná tem plenas condições de sediar um grande evento fashion e teve uma característica marcante: o cuidado com a questão comercial. Entre showroom e desfiles, o evento contou com participação de 30 marcas de todo o Estado, sendo quatro de Londrina: Züe, marca que investe em fibras naturais e tons neutros; Ruah, marca de streetwear muito forte entre o público jovem; Lua Morena, que desfila “Vinho” e “Samba” homenageando o Rio Grande do Sul e as mulatas de Di Cavalcanti; e Ronaldo Silvestre, que leva o amor da poesia de Carlos Drummond de Andrade, “O Caso do Vestido”. Com o evento, a produção de moda em Londrina terá visibilidade dentro do cenário fashion do Paraná, já que o objetivo do APL (Arranjo Produtivo Local) da Confecção é estabelecer uma identidade da moda londrinense, com presença comercial mais agressiva e fortalecida. Para Joel Franzin Junior, consultor do Sebrae/PR e coordenador do APL do setor, o evento foi um sucesso. Ele alcançou as expectativas tanto de compradores, que puderam ver que a moda do Paraná tem conceito e potencial competitivo no mercado, quanto dos expositores, que entraram nas passarelas de um evento que não deixa a desejar em organização a nenhum dos grandes eventos de moda do País. Desfile da Ruah: público jovem O Paraná Business Collection tem tudo para se firmar como um marco na união e apoio à moda paranaense, uma vez que o público brasileiro quer ver o que existe além de São Paulo e Rio de Janeiro. Com objetivos alcançados, é hora de colher os frutos e para as próximas edições os organizadores pretendem dobrar não só o número de expositores, como também pretendem realizar duas edições por ano, uma para a coleção outono/inverno e outra para a primavera/verão. Joel Franzim acrescenta que o Paraná é o segundo maior produtor do País, com 150 milhões de peças ao ano e um movimento de R$ 4 bilhões. Por isso, diz ele, um evento como este é de grande importância para as empresas do vestuário, que ganham oportunidade de mostrarem sua criatividade e capacidade de negócios dentro de um evento que trabalha para entrar no circuito de moda nacional, dentro de no máximo três anos. Para Luciana Khouri, diretora e estilista da Züe que participou do desfile e da roda de negócios, a visibilidade do evento foi exce- Desfile da Lua Morena: Rio Grande e mulatas lente. “Tivemos uma mídia muito positiva, e ainda fizemos contatos com várias marcas e compradores do Brasil e internacionais”, afirma Luciana. Para Elizeo Penco, administrador da área comercial da La Playa/Lua Morena, o bairrismo dentro do Paraná tem que acabar. Quando as empresas se unem para mostrar o que têm de bonito e sua capacidade de atender ao Desfile de Ronaldo Silvestre: cooperativa de mulheres mercado nacional, diz ele, elas só têm a ganhar. Por isso investe na idéia de que o evento deve continuar, sem deixar de frisar que com novos participantes o Paraná Business Collection deve se fortalecer para atrair novos compradores. O estilista Ronaldo Silvestre, mineiro que escolheu Londrina para viver, colocou nas passarelas do Paraná Business Col- Desfile da Züe: fibras naturais lection um pouco do trabalho que desenvolve na Cooperativa de Lidianópolis (PR). Ronaldo afirma que acredita no evento, na sua evolução, e pretende continuar fazendo parte do projeto, que une as empresas do Paraná. “Pude mostrar às mulheres da cooperativa e a todos esse trabalho social, que desenvolve moda, gera renda, além de auto-estima.” 26 JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 JORNAL DA ACIL/Setembro 2007 27 O/2007 BR OUTUBRO/NOVEM 1, 3, 5, 10 e 11 de Outubro BOAS VENDAS “Curso Gratuito” Horário: 18h30 às 22h30 Carga Horária: 24 horas Investimento: Curso Gratuito Vagas Limitadas 15 a 18 de Outubro COMO ATENDER BEM Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados DESENVOLVENDO EQUIPES E OTIMIZANDO RESULTADOS Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 16 e 17 de Novembro 05 a 08 de Novembro COMO COBRAR E RECEBER DÍVIDAS Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 05 a 08 de Novembro 22 a 25 de Outubro COMO GERENCIAR COMPRAS E CONTROLAR ESTOQUES Horário: Dia 16 - 19 às 22h Dia 17 – 8:00 as 12:00 hs e das 13h ás 17h Carga Horária: 11 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados DESENVOLVIMENTO GERENCIAL Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 19 a 22 de Novembro ADMINISTRAÇÃO EFICAZ DO TEMPO Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 8 a 11 de Outubro ANÁLISE DE CRÉDITO Horário: 19 às 22h Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 19 a 22 de Novembro QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES Horário: 19h às 22h Carga horária: 12 horas R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 22 a 25 de Outubro NEGOCIAÇÃO E FECHAMENTO DAS VENDAS Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 29 de Outubro a 01 de Novembro GERENCIANDO SEUS RECURSOS HUMANOS Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 Horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 26 a 29 de Novembro DESENVOLVENDO COMPETÊNCIA EM VENDAS Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL 26 a 29 R$ 80,00 para não-Associados de Novembro CHEFIA E LIDERANÇA Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 80,00 para não-Associados 28 JORNAL DA ACIL/Setembro 2007