Ano 5 - Número 62 - setembro 2007
O Natal já chegou
A ACIL antecipou a campanha de Natal deste
ano. O lançamento da “Londrinatal Show”, nome
que resulta da fusão dos títulos das duas principais
campanhas já feitas pela entidade, Londrinatal e
Londrishow, será feito no dia 9 de outubro, durante
palestra com o especialista em treinamento comportamental Dr. Jô Furlan, no Teatro Marista. A
antecipação vai permitir que os empresários possam
agregar a “Londrinatal Show” às suas estratégias
comerciais e promoções de fim de ano. A campanha
foi formatada para atender empresas de todos os
portes e de vários segmentos.
Páginas 14 e 15
Fotos: Josoé de Carvalho
SCPC,
proteção
indispensável
Páginas 16 a 18
Predomínio
do ilegal
O fechamento dos números da Operação Capitão
Gancho II, realizada pela Receita e Polícia Federal no dia
5 de julho, confirmou o que
a ACIL vinha afirmando há
meses. As atividades ilegais
predominam no Camelódromo de Londrina. O percentual apresentado pela RF,
porém, supera qualquer
alerta feito anteriormente:
de todos os boxes fiscalizados, apenas 2% estavam
totalmente regulares. Um
número alto que justifica a
ação dos órgãos federais.
Páginas 6 e 7
Sensação de segurança
Menos de três meses atrás, Londrina respirava insegurança. O tema havia tomado a Cidade, e
adesão maciça ao ato “Chega de Luto” foi um retrato da situação. Com as medidas implantadas
desde então pelos órgãos policiais, com a chegada de um grupo de 175 soldados e realização
de operações sistemáticas, Londrina experimenta hoje a sensação de segurança.
Páginas 3 a 5
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
2
editorial
Muito a comemorar,
muito ainda a fazer
Reportagem especial publicada nesta edição
do Jornal da ACIL deixa claro que Londrina
vive um clima muito diferente do que o que
prevalecia na Cidade poucos meses atrás. De
uma situação em que a criminalidade havia,
ao menos do ponto de vista psicológico, invadido o cotidiano do cidadão, hoje temos
o sentimento de segurança. O que ocorreu
na Cidade de julho para cá, com a chegada
de novos policiais e a adoção de uma linha
de trabalho mais intenso, trouxe resultados
imediatos. Essa nova realidade, determinada
pela presença maciça dos policiais, era um dos
principais pontos defendidos pelas entidades
que promoveram o protesto “Chega de Luto!”,
no dia 5 de julho.
A polícia, na avaliação da ACIL, é a alma da
segurança. A ela devemos acrescer os recursos
materiais e tecnológicos, mas sem ela não há
o que possa fazer com resultados efetivos. A
presença dos policiais nas ruas é mais do que
bem-vinda, é fundamental. Por isso devemos
comemorar as afirmações do novo comandante
do 5º BPM, major César Kogut, segundo as
quais os novos PMs
que hoje fazem o policiamento na Cidade
vão permanecer em Londrina.
Outro fator positivo é o lançamento, que a
ACIL fará no dia 9 de outubro, da “Londrinatal
Show”, campanha de fim de ano com a qual
a entidade pretende movimentar a economia
local. Exatamente por isso, o lançamento
está sendo feito agora, em outubro, para que
todos tenham a oportunidade de participar e
de agregar a campanha às suas estratégias
comerciais e de marketing de Natal.
A ”Londrinatal Show” será um importante
argumento de vendas para as empresas locais
e também uma ferramenta para reforçar o caráter de pólo regional, atraindo cada vez mais
consumidores para um dos maiores centros
comerciais do interior brasileiro. Londrina
tem um comércio dinâmico, que mantém seu
crescimento a despeito de qualquer dificuldade
e que se renova permanentemente. O segmento, que é vital para a economia da Cidade, vai
mais uma vez fazer a sua parte na geração e
multiplicação de riquezas locais. E a “Londrinal
Show” será uma fomentadora.
Se o comércio londrinense faz a sua parte, já
não podemos dizer o mesmo da classe política
acomodada em Brasília. A engenharia criada
pelo governo para fazer passar a “perpetuação”
da CPMF no Congresso Nacional é de causar
indignação em qualquer cidadão. O que já era
um erro, por seu perfil confiscatório e penalizador, deverá deixar de ser uma contribuição para
se transformar em imposto. Como se houvesse
espaço na economia brasileira para mais um
tributo. A fome do governo por arrecadar mais
custa muito caro para o brasileiro, que paga
impostos em excesso e recebe benefícios de
volta muito abaixo do nível que merece e que
seria razoável.
Uma parte muito triste do episódio da
CPMF é que, em meio à batalha vexatória pela
manutenção de Renan Calheiros, o Congresso
se transformou numa praça de barganha. Um
apoio aqui vale uma ajuda ali e um acordo
acolá. Já o não agora representará, em represália, a paralisação de tal projeto num futuro
próximo. Ou seja, enquanto o País luta para
trabalhar e crescer com dignidade, os políticos mergulham numa grande piscina onde o
que importa é o que está dentro dela, os que
estão mais próximos e aquilo que o outro pode
oferecer em troca. O Brasil, que não faz parte
dessa piscina, não é consultado e, se exigir
participar, não é ouvido.
A grande piscina da CPMF e de Renan
Calheiros abriga a orgia política da qual
tanto nos envergonhamos. E o que é pior:
a responsabilidade por eles estarem lá e se
comportarem dessa forma é nossa. Mudar
isso, portanto, cabe a nós mesmos. A mobilização batizada como “Xô CPMF!” é um
exemplo do exercício de cidadania que todos
precisamos fazer. A assinatura de cada um
no documento que será enviado no dia 30 a
Brasília é muito valiosa.
Rubens Benedito Augusto
NOVOS ASSOCIADOS
Razão Social
Nome Fantasia
V.V. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA...............................................................................................................................FLORA COSMÉTICA
NORTE PLANO DO BRASIL S/C LTDA.......................................................................................................................................................................................... GNB
JACKSON LUIS VICENTE......................................................................................................................................... JL ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA
THC IND. E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA.........................................................................................................................................................HOMEN S/A
KOYAMA E OHARA LTDA........................................................................................................................................................ERO ARMAZÉM DA CONSTRUÇÃO
AGOSTINHO FALANCA....................................................................................................................................................................... TOMATE SECO CAFÉ TETRO
BRASTOX IND. E COM. DE PRODUTOS QUIMICOS LTDA.............................................................................................................................................BRASTOX
Fundada em 5 de junho de 1937
Rua Minas Gerais, 297, 1º Andar,
Ed. Palácio do Comércio.
Londrina – PR CEP 86010-905
Telefone (43) 3374-3000
Fax (43) 3374-3060
E-mail [email protected].
Rubens Benedito Augusto
Presidente
Marcelo Massayuki Cassa
Vice- Presidente
Nivaldo Benvenho
Diretor-Secretário
Rogério Pena Chineze
Segundo Diretor-Secretário
Juliana de Souza
Diretora-Tesoureira
Sérgio Yoshimi Obara
Segundo Diretor-Tesoureiro
Silvana Martins Cavicchioli
Diretora-Comercial
Jurandir Costa
Segundo Diretor-Comercial
Herson Rodrigues Figueiredo Junior
Diretor Industrial
Ary Sudan
Segundo Diretor-Industrial
Bruno Veronesi
Diretor de Serviços
Marcelo bisatto cardoso
Segundo Diretor de Serviços
Fernando Lopes Kireeff
Diretor de Relações Metropolitanas
Flavio Montenegro Balan
Segundo Diretor de Relações Metropolitanas
Enio Luiz Sehn Júnior
Diretor de Relações com Shopping Centers
Edivaldo Gomes de Souza
Segundo Diretor de Relações com Shopping Centers
Francisco Henrique Francovig
Diretor de Relações Comerciais com Bairros
Carlos Henrique Dias
Segundo Diretor de Relações Comerciais com Bairros
Razão Social
Nome Fantasia
J.P TRISTÃO IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE AUTO PEÇAS LTDA..................................................................................................ORIGINALLPARTS
LONDRINALAR IMÓVEIS S/S LTDA.............................................................................................................................................................LONDRILAR IMÓVEIS
M.H.F DA SILVA CALÇADOS . ..................................................................................................................................................................VALENTINA CALÇADOS
NOGUEIRA DE AZEVEDO ADVOGADOS ASSOCIADOS.................................................................NOGUEIRA DE AZEVEDO ADVOGADOS ASSOCIADOS
ROYAL COMÉRCIO DE CALÇADOS LTDA...................................................................................................................................................................CASAS AJITA
T.C.F. GONÇALVES & CIA LTDA........................................................................................................................................................CRIS BABY MODA INFANTIL
SOCIEDADE ESPIRITA DA PROMOÇÃO SOCIAL - SEPS........................................................................................ARAGUAIA MÓVEIS - NOVOS E USADOS
Rosângela Khater
Presidente do Conselho da
Mulher Empresária
CONSELHO DELIBERATIVO
Francisco Ontivero
Eduardo Yoshimura Ajita
Nestor Dias Correia
Leonardo Makoto Yoshii
José Augusto Rapcham
David Dequech Neto
Helenida Taufik Tauil da Costa Branco
CONSELHO FISCAL
TITULARES
Yukio Agita
Luis Bernardo da Veiga
Valter Luiz Orsi
SUPLENTES
Cristiane Yuri Toma
Moisés de Souza
José Mario Tarozzo
O “Jornal da ACILé uma publicação da Associação Comercial e Industrial
de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências para o “Jornal da
ACIL”, incluindo reclamações e sugestões de reportagens, devem ser
enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected].
Coordenação e edição
Roberto Francisco
Fotografia
Josoé de Carvalho
e Divulgação
Revisão
Maria Christina Boni
Colaboradores
Aurélio Albano
Fernanda Bressan
Helizama Carvalho
Katia Baggio
Ricardo Vilches
Diagramação e
tratamento de imagens
Alessandro Camargo
Impressão
Folha de Londrina
Tiragem
11.000 exemplares
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
3
NOVOS ARES
Sensação é de segurança
Após dois meses do protesto Chega de Luto, lideranças
contabilizam os benefícios do movimento
Ricardo Vilches
Especial para a ACIL
Passados dois meses do movimento
Chega de Luto, que lotou o Calçadão de
manifestantes e mobilizou Londrina em
protesto pela falta de segurança na Cidade,
alguns dos idealizadores do movimento
fazem uma análise positiva dos resultados
práticos da ação que mobilizou entidades
de classe e representantes da sociedade
civil. Há quem argumente o aumento do
efetivo policial nas ruas e quem aponte a
queda do índice de criminalidade como
sintomas dessas análises positivas, mas
há algo novo no vocabulário das pessoas
procuradas a falar sobre o tema, um argumento que não se mede, não se vê em
números, não se toca com a mão. É a tal
sensação de segurança que parece ter sido
resgatada pelo londrinense.
Bastar ler o jornal, ver a televisão ou
ouvir o rádio. Quando o tema é segurança
você irá ouvir: a sensação de segurança
aumentou em Londrina. A reportagem do
Jornal da ACIL foi atrás de números que
pudessem ligar essa sensação às estatísticas policiais, saber se o número de furtos
e assaltos – historicamente os crimes mais
praticados contra o cidadão – aumentou
ou diminuiu depois do protesto do dia 5
de julho. Mas tanto o comando da Polícia
Militar como o da 10ª Subdivisão Policial
alegam estar impedidos de divulgar essas
estatísticas.
Na Secretaria de Segurança Pública do
Estado, a resposta foi ainda mais lacônica.
A própria Secretaria de Segurança também
está à espera do levantamento desses números – a ser feito pela PM em conjunto
com a Polícia Civil de todo o Estado – para
poder divulgar à imprensa. Não apenas
os números dos crimes dos últimos dois
meses são mistérios, mas, oficialmente,
dos três últimos anos.
Diante dessa impossibilidade real de
tentar justificar o aumento da sensação
de segurança pelos números restaram os
depoimentos. E é aí que surgem os mais
diferentes argumentos para justificar esse
sentimento. Para o vice-presidente do
Conselho Municipal de Segurança Cláudio Espiga, esse aumento da sensação de
segurança está diretamente ligado a um
fato real. “Há mais policiais nas ruas. Se
antes nós comentávamos com um amigo
sobre um assalto ou furto ocorrido com
um outro colega, hoje o assunto é outro,
que há viaturas nas ruas, que há policiais
fazendo ronda. É uma boa sensação,
contagiante até, que se propaga naturalmente”, disse. De fato há mais policiais
Policiamento na área central: presença dos PMs coíbe
ação dos marginais e deixa população menos receosa
Blitz confere documentação de veículos e condutores, presença
de armas e outras irregularidades e tira o “conforto” dos marginais
nas ruas, exatos 175 novos soldados que
estavam sendo treinados no Batalhão de
PM e que um dia antes do protesto Chega
de Luto foram para as ruas incrementar
o efetivo total. O presidente da ACIL Rubens Benedito Augusto concorda com
o exposto pelo membro do Conselho de
Segurança e acrescentou também um
outro dado. “Quando foi a última vez que
vimos o secretário de Segurança vir para
Londrina tantas vezes num curto espaço
de tempo como agora?”, perguntou. “A
presença de uma autoridade como ele na
cidade ajuda a criar esse clima de sensação de segurança”, diz. O secretário Luiz
Fernando Delazari veio a Londrina em
duas situações diferentes para anunciar
um grande feito da polícia. Na primeira
vez, no dia 13 de agosto, para mostrar
os 12 presos em Ortigueira depois de
um arrastão a bancos, comércio e até a
delegacia da cidade. Na segunda vez, no
dia 29 de agosto, para anunciar a prisão
de 14 pessoas envolvidas com o cartel do
combustível em Londrina, numa ação que
envolveu também o Ministério Público
Estadual e a Receita Estadual. Ambos
os casos ganharam ampla divulgação na
mídia e geraram repercussão nos dias
posteriores.
A estes acontecimentos, o delegadochefe da 10ª Subdivisão soma um outro
também de boa repercussão para ajudar a
dar consistência à sensação de segurança.
“Prendemos o homem que dava golpes em
velhinhos, dando remédios para depois
assaltá-los”, disse. Tudo isso aconteceu
num curto espaço de tempo – em vinte
dias – e quando nenhum caso de assalto
ou homicídio de repercussão foi registrado. “O período que antecedeu (o protesto
Chega de Luto) era outro”, diz. Na semana
antes do protesto, um pastor foi assassinado dentro da igreja e um filho foi morto
na frente do pai ao tentar defendê-lo de
um assalto. “Os criminosos foram identificados e no caso do Jardim Presidente
(do filho assassinado) estão presos”, diz.
Ainda hoje Sérgio Barroso é crítico quanto
aos méritos do movimento. “Os policiais
(reforço de 175 homens) já estavam sendo
treinados e era questão de tempo para irem
para as ruas”,diz. “Sempre disse que em
Londrina o índice de criminalidade estava
baixando” afirmou, para logo mostrar um
gráfico impresso no papel sob a mesa que
compara os homicídios ocorridos em 2005,
2006 e 2007 entre os meses de janeiro e
agosto. Segundo ele, os homicídios eram
91 (2005), caíram para 77 (2006) e este
ano estão reduzidos a 47. “E quanto à
sensação de segurança”?, é a pergunta a
seguir. “Ouço os comentários e todo mundo fala que melhorou”, responde. “Mas é
só acontecer outro crime de repercussão
para voltar a cobrança”, reconhece.
Talvez a Polícia Militar saiba usar
como ninguém as estratégias envolvendo
as sensações do cidadão. O porta-voz do
5º Batalhão, tenente Ricardo Eguedis,
reconhece que elas existem. “(o cidadão)
Precisa ver a polícia e o policial precisa se
mostrar. É uma recomendação – por exemplo – viatura andar com o giroflex ligado
durante a noite”, diz. A ação preventiva
também envolve o policiamento ostensivo
em locais de grande movimento como as
duplas de PMs no calçadão. Nos bairros,
a demonstração de força acontece com a
realização de blitzes à noite. “A sensação
de segurança existe e aumentou. Mas a
polícia não pode estar em todo o lugar ao
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
4
“Viver é perigoso”, diz psicólogo
Dimensionar a sensação de segurança do londrinense
após o protesto Chega de Luto é algo que nem um estudioso
sobre o tema na cidade consegue dimensionar. “Minha preocupação não é nem essa (se é grande ou não), mas saber
quando termina”, diz o professor do setor de Psicologia
Social da UEL, Paulo Roberto de Carvalho. Ainda neste
mês, o professor – que é mestre e doutor pela PUC/SP – irá
apresentar um trabalho num congresso internacional de
Psicologia. O tema é “Violência e Sociedade: uma abordagem
histórica” que se apega às teorias do comunista Karl Marx,
do psicanalista Sigmund Freud e do pensador Friedrich
Nietzsche para explicar a relação histórica que a violência
tem com a justiça ou a falta dela na sociedade.
“Acompanhei o movimento (Chega de Luto) pela imprensa é só tive elogios a ele”, afirmou. “A sociedade se
organizar e passar a imagem de que a cobrança gera resultados é o que tem de melhor.” O professor é instigado a
falar sobre a origem do movimento que envolveu entidades
de classe e representantes da sociedade. “O ato de protesto
acontece via quem tem condições e meios para realizá-lo.
A elite (financeira e intelectual) se manifestou e convidou
o cidadão a participar. Teve presença de todas as classes,
não procede a afirmação de que seja um movimento típico
da elite. Essa (violência) é uma preocupação de todas as
classes sociais”, diz.
Morador em Londrina há 15 anos, o professor afirma
nunca ter sido assaltado, mas disse ter tido o carro furtado por cinco vezes nesse período. “Hoje me abstenho de
um consumo básico (ter um aparelho de som no carro)
por falta de segurança. Isso é inaceitável, por isso não é
normal”, diz. Quando lembrado das orientações básicas
de segurança recomendadas pela polícia aos donos de
carros (guardar em local iluminado, ter alarme e evitar
locais abandonados) ele pergunta: “Mas qual é o tamanho
da ‘sua parte’ que cabe a cumprir nestes casos? Sou do
tempo em que ir a um lugar público em Londrina ainda
não era sinônimo de risco. Percebe que agora ter contato
com outras pessoas passou a ser perigoso? A diferença
está em espaços fechados, como uma boate, onde a pessoa
paga para entrar num lugar com seguranças.”
Para o professor não há um único fator que ajude a
entender a razão da existência em Londrina da sensação
de segurança. “A presença de policiais (nas ruas) é importante, mas também o tratamento que a mídia dá a um
determinado assunto. Essa é uma preocupação psicológica
que influencia não na formação de uma opinião, mas no
agir e no sentir do coletivo das pessoas”, afirma. Por fim,
o professor avalia que a condição de segurança absoluta
“não existe”. “Em casa mesmo estamos sujeitos a formas
de violência e acidentes. Viver é perigoso”, conclui.
"Sou do tempo em que ir a um lugar público
em Londrina não era sinônimo de risco"
Troca de comando
Que reação esperar da Secretaria de Segurança
Pública do Estado ao ser informada de que um
comandante da Polícia Militar fez uma visita a um
preso indiciado por exploração de jogos de azar, formação de quadrilha e corrupção de agente público?
O secretário Luiz Fernando Delazari não pensou
duas vezes: no último dia 6 mandou afastar o comandante do 5º Batalhão Luiz Carlos Deliberador
por esse mesmo motivo. Certo? Errado? O fato é
que até hoje ainda restam muito mais perguntas
do que respostas sobre o episódio.
A visita que ganhou tamanha repercussão aconteceu num sábado, dia 1º de setembro. “Almocei
com meu irmão e o chamei para uma visita a um
ex-cliente preso no CDR (Centro de Detenção para
presos ainda não condenados pela Justiça)”, informou o advogado Garibaldi Deliberador, irmão mais
velho do ex-comandante. “Isso é perseguição ”
Do lado de dentro da cela estava o também
advogado José Ricardo Pinto, preso desde o dia 14
de agosto. Ele é um dos donos da Unig Diversões
Eletrônicas, que atua em Londrina, Curitiba e em
Santa Catarina. Foi esta empresa que, no começo
de agosto, sofreu uma devassa da Promotoria de
Investigações Criminais (PIC) e da Gerco (Grupo
Especial de Repressão ao Crime Organizado) com
a apreensão de mais de 200 máquinas caça-níquel,
11 veículos e fechamento de uma casa no Jardim
Coliseu que funcionava como marcenaria da empresa. O preso José Ricardo tem como sócio Richard
Silveira Leitão, também preso nessa operação, e
que permanece detido no 2º Distrito Policial.
A partir dessas operações a PIC aprofundou
as investigações sobre a chamada máfia do
jogo em Londrina e chegou até a policiais e ex-
policiais militares. Leonardo Militão da Silva e
Daniel Aparecido Sanitá, PMs da reserva, foram
denunciados em ação que tramita na 2ª Vara
Criminal. Eles atuavam como chefes de segurança da Unig e, segundo os promotores, agiam
também na cooptação de ex-colegas de farda.
Um deles, o tenente da P2 - serviço reservado da
PM - Diogo Andrade Ferreira dos Santos também
foi indiciado.
No final do ano passado, o tenente Diogo foi o
responsável por uma ação que terminou com o fechamento de uma banca de jogo do bicho do grupo
Ferradura. Foi o estopim para ser procurado pelos
dois ex-PMs que “ofereceram vantagens” a ele em
troca “da omissão do trabalho de ofício”. A vantagem se deu com a oferta de pagamento de aluguel
de R$ 420 mensais num apartamento do Centro
da Cidade de propriedade de José Maria Pinto, pai
de José Ricardo. O tenente Diogo permanece na
ativa, mas trabalhando em Guarapuava. Ele foi
transferido para lá pelo Comando do Policiamento
do Interior antes do início das investigações realizadas pelo Gerco e, por ironia, ainda servia à PIC
de Londrina. “Foi uma surpresa para nós quando
(o nome do tenente) apareceu nas investigações”,
afirma o promotor Cláudio Esteves.
Esta estreita relação entre investigados, policiais
e o irmão advogado poderia ser a deixa para atitudes
mais cuidadosas por parte do comandante. “Não
me arrependo de nada do que fiz”, disse ele, após
o episódio em entrevista ao Jornal de Londrina.
A reportagem do Jornal da ACIL tentou contato
telefônico e na residência do ex-comandante, mas
não teve sucesso. Na mesma entrevista, Deliberador
não negou a visita ao preso investigado e confirmou
que ficou “apenas 15 minutos“ com ele.
“Não posso dizer que foi uma ingenuidade (fazer
a visita), pois desconheço essa razão. A priori não
haveria problemas. Mas ele era comandante da
PM”, avalia Luiz Alberto Pereira Ribeiro, mestre
em Direito Processual Civil e diretor do curso de
Direito da PUC/Londrina. Foi exatamente desta
maneira que pensaram os promotores da PIC ao
ficarem sabendo da visita. “Por acaso pedimos
uma relação de visitantes ao preso José Ricardo.
E surpreendentemente o nome do comandante
estava lá”, explica o promotor Cláudio Esteves. A
PIC comunicou o caso à Secretaria de Segurança
Pública e o afastamento foi anunciado. “Considero
que foi uma medida severa”, analisa o professor da
PUC/Londrina. “Prefiro não opinar (sobre o afastamento), pois investigações ainda estão em curso”,
argumenta o promotor. “Nós (PIC) não pedimos o
afastamento do comandante. Não nos cabe decidir
sobre o futuro administrativo de policiais. Essa é
uma tarefa da secretaria”, ressalva.
A reportagem do Jornal da ACIL procurou o
comando do Policiamento do Interior – que fica
em Curitiba – para comentar essa decisão e foi
aconselhada a procurar a secretaria de Segurança
Pública. Lá, a assessoria informou que “nada mais
havia para acrescentar sobre o episódio”. Em nota
divulgada no dia 6, o secretário Luiz Fernando
Delazari preferiu citar a denúncia formalizada pela
PIC para justificar o afastamento.
Ainda neste mês começam os depoimentos de
nove indiciados no fórum local. “Vou provar que
não há nada contra mim nem meu irmão e (após
os depoimentos) falarei mais com vocês”, disse
Garibaldi Deliberador.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
5
“Eu gosto de rua”
Novo comandante do 5º BPM passa parte de seu primeiro dia no cargo trabalhando
em operações policiais. Novos soldados, garante ele, vão permanecer na Cidade
atendeu a todos os repórteres e
respondeu a todas as perguntas
feitas. Se mostrou acessível e
de respostas diretas.
As únicas perguntas que ficaram sem resposta eram aquelas
relacionadas a decisão da secretaria de Segurança Pública em
afastar o ex-comandante Deliberador. “Sobre isso não falo”,
disse. Afirmou apenas que recebeu um telefonema do secretário
Luis Fernando Delazari ainda na
quinta-feira (dia do afastamento de Deliberador) e que nessa
conversa surgiu o convite – que
aceitou na hora – para comandar
o Batalhão de Londrina. Sobre
os 143 novos PMs que estão na
rua desde julho, ressaltou que
devem permanecer na Cidade.
“Eles estão sendo formados para
o 5º Batalhão, vão ficar por aqui
mesmo, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana e Jataizinho. Mas o
foco principal é aqui (Londrina),
Major César
Kogut: “Vou
trazer minha
família para
cá. Quero
viver aqui”
O primeiro dia de trabalho
do novo comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar foi literalmente na rua participando
das operações que compõem a
estratégia do projeto Londrina
Segura. O major César Vinicius
Kogut – que deve ter oficializada
a promoção a capitão ainda neste mês – atendeu a boa parte da
imprensa na principal avenida
de acesso ao conjunto União da
Vitória, na zona sul de Londrina, em frente a uma empresa
de reciclagem de lixo. “Já tinha
combinado com o comandante
(Mello, do interior) que não iria
participar da coletiva (entrevista
com a imprensa no Batalhão)”,
afirmou. “Eu gosto de rua, por
isso até tenha sido escolhido
para vir para Londrina.”
Kogut vem transferido do
Batalhão de Apucarana. Esta
é a 14ª vez na carreira de 25
anos que isso acontece. “Sempre
atendi aos pedidos do comando (...) mas vou trazer minha
família para cá. Quero viver
aqui”, diz. Kogut tem 42 anos,
é casado e tem uma filha de 12
anos. Por ter vivido boa parte
desse tempo todo em cidades
do Norte do Paraná, mantém
o sotaque típico da região alternado com jeito de falar do
curitibano. Durante o tempo
em que ficou parado na rua,
o direcionamento será aqui.”
Questionado sobre o protesto
Chega de Luto, assumiu um tom
conciliador. “Toda manifestação
pacífica e organizada é legítima.
Foi benéfica para a sociedade.
Espero que no diálogo do diaa-dia a gente venha a ter com a
Associação Comercial isso não
se faça mais necessário, que a
gente discuta os problemas de
outras formas. Vamos fazer de
tudo para que isso não ocorra
novamente.”
Junto com o novo comandante vêm também para Londrina dois outros oficiais da
confiança do major Kogut. O
tenente Alexandre Cardoso vem
de Apucarana para assumir o
comando da 4ª Companhia de
Polícia Militar, o destacamento
localizado na Zona Norte. Já o
tenente Jéferson Souza vem de
Paranavaí para assumir funções
de “operações de rua”.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
6
CAPITÃO GANCHO 2
Só 2% dos camelôs
atuavam legalmente
Apenas 4 lojas tiveram todas as mercadorias devolvidas. Outros 144 donos
de boxes sequer foram à Receita Federal para tentar reaver seus produtos
Fernanda Bressan
Especial para a ACIL
O balanço final da Operação Capitão
Gancho 2, realizada no dia 12 de julho
por ordem da Justiça Federal, revela
que 98% das lojas do Camelódromo de
Londrina que tiveram suas mercadorias
apreendidas apresentaram algum tipo
de irregularidade. Isso comprova o que
havia antecipado o Jornal da ACIL sobre
a presença maciça de produtos irregulares no local, seja por contrabando,
descaminho, falsificação, pirataria e
problemas de ordem fiscal.
Essas 98% das lojas ou tiveram suas
mercadorias apreendidas, ou receberam
autuação fiscal, com multas que podem
variar de R$ 500,00 a R$ 100 mil, ou
ainda a combinação das duas, informa
o delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Gomes Nunes.
Dos 320 boxes verificados no dia da
operação, representando 234 lojas (algumas ocupam espaço de mais de um
box), 305 tiveram mercadorias retidas
na hora, 12 estavam fechados e sem
mercadoria e outros três não tiveram
os produtos apreendidos. Nunes informa que das 234 lojas com produtos
apreendidos, apenas quatro tiveram as
mercadorias devolvidas na totalidade ao
final das averiguações. Os lojistas das
outras 230 tiveram problemas em sua
totalidade ou em parte dos produtos que
eram comercializados.
O percentual de 80% de produtos
retidos, divulgado na última edição do
Jornal da ACIL, se manteve no fim das
apurações. Ao todo, foram apreendidos
2.420 volumes no dia 12 de julho e
apenas 490 foram devolvidos aos lojistas que comprovaram legalidade com
nota fiscal. Convertidos em real, o valor
desses produtos pelo preço de mercado
seria de R$ 3.074.982,27. O valor de
custo, estimado pela tabela FOB, é de
R$ 1.568.835,33.
Um fato chama muita atenção no
balanço final da operação: o alto número de lojistas irregulares na inscrição
cadastral. Dentre os 234, 79 estavam
sem cadastro ou com problemas no
CNPJ. Outro fato curioso é o grande
percentual de lojistas do Camelódromo
que sequer procuraram a Receita para
reaver as mercadorias. Do total, 90 apre-
Fachada do
Camelódromo de
Londrina, no dia
da apreensão das
mercadorias: dados
da Receita Federal
confirmam que local
é foco de comércio
de produtos
irregulares
sentaram notas fiscais (total ou parcial)
e outros 144 sequer compareceram à
instituição.
Entre as lojas campeãs em produtos
retidos, uma apresentou o expressivo
valor de R$ 99.731,05. A soma se refere
ao dinheiro estimado com as vendas
das mercadorias. Outras duas lojas
somaram valores igualmente altos: R$
70.493,88 e R$ 45.536,29.
Como era esperado, a Operação comprovou a venda irregular de CDs e DVDs
piratas: 28% das lojas comercializavam
esse tipo de produto. O delegado contabiliza que a Operação Gancho 2 apreendeu 268.482 unidades de CDs e DVDs
irregulares. Somado à primeira fase da
operação, o volume chega a 313.465
unidades retiradas de circulação.
Dentre as outras mercadorias,
destacam-se as caracterizadas por
bazar (tênis, óculos, bolsas, relógios,
etc.) com 108.345 unidades apreendi-
das; vestuário com 25.228; eletrônicos
com 20.472; brinquedos com 9.899 e
informática com 1.870. Além disso,
foram retidos 68 pacotes de cigarro,
249 unidades de bebidas e 44 caixas
de medicamentos.
“A autuação de 98% das lojas mostra
que havia irregularidades lá dentro”,
resume Nunes. Ele acrescenta que o
foco principal do trabalho foi o combate
à pirataria, o que de fato ocorreu. Nunes
faz uma ressalva: “Isso não é um ponto
final, o trabalho continua”. Para isso, o
delegado espera contar com a participação de todos, tanto dos poderes constituídos quanto da população em geral. “O
caminho para solucionar esse problema
está aliado à educação, conscientização,
redução de carga tributária e dos custos
das mercadorias”, acrescenta.
Para quem acredita que um erro justifica o outro, o delegado alfineta: “Não se
pode ter uma atitude permissiva frente
Delegado da RF, Sérgio Nunes:
“Não se pode ter uma atitude
permissiva frente a esses crimes.
Nossos representantes precisam
mudar esse conceito”
a esses crimes (contrabando, descaminho e pirataria). Nossos representantes
precisam mudar esse conceito”.
Nunes finaliza informando que o trabalho da operação continua em outras
esferas. As averiguações serão feitas pela
Polícia, Justiça e Ministério Público Federal. E em Londrina o combate a esses
crimes continua, quer em pequenas ou
grandes operações.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
7
Receita aperta cerco
ao comércio via web
No mesmo dia em que a Receita Federal divulgava
à imprensa o resultado da Operação Gancho 2, outra
tinha prosseguimento em Londrina e em todo o Brasil
para coibir os crimes de contrabando e descaminho
pela Internet, Operação Leão Expresso II. No último
dia 11, uma equipe da instituição se dirigiu ao centro
de distribuição dos correios em Londrina e selecionou
72 encomendas para verificação. O resultado foi que
50 delas ficaram retidas com fortes indícios de irregularidades. Nenhuma estava com nota fiscal.
O valor estimado dos produtos retidos é de US$ 33,8
mil, que em real dá algo em torno de R$ 65 mil. As caixas
fiscalizadas continham itens como notebooks, projetores,
filmadoras, processadores, impressoras, toca-DVDs para
carros, monitores de LCD, HDs e webcams.
A Receita vem fechando o cerco contra o comércio
de produtos adquiridos via Internet e postados pelo
correio. O foco é verificar a origem e legalidade dessas
mercadorias. A Leão Expresso II foi realizada em todo o
País no dia 12. Em Londrina foi antecipada em um dia
em virtude da possibilidade de greve nos correios.
Ao todo 185 servidores inspecionaram 28 centros de
distribuição dos correios em 25 cidades. A expectativa
era que fossem retidos cerca de R$ 1,5 milhão em mercadorias irregulares. As investigações se concentrarão
nos remetentes das encomendas, cabendo processo
caso fiquem constatados os crimes de contrabando e
descaminho.
Principais Constatações:
98% das lojas autuadas
80% das mercadorias retidas foram apreendidas
34% das empresas com problemas cadastrais
ANÁLISE
João Tavares de Lima Filho e Fabrício Massi Salla
Especial para o Jornal da ACIL
O mal da ilegalidade
O que era de conhecimento geral
tornou-se fato juridicamente incontroverso. Com a divulgação feita pelo delegado
da Receita Federal em Londrina, Sérgio
Nunes, em diversas matérias veiculadas na mídia local, do balanço geral
da denominada Operação Gancho II,
comprovou-se a nefasta irregularidade
no exercício das atividades no Camelódromo de Londrina.
Foram verificadas 320 pequenas lojas, algumas fechadas e sem produtos,
num total de 305 com apreensão das
mercadorias. Apenas 3 lojas, no dia
da operação, não tiveram mercadoria
alguma apreendida.
O que impressiona é que apenas
4 lojas comprovaram a higidez documental das suas transações, enquanto
as demais, ou não apresentaram, ou
as que foram apresentadas não foram
suficientes para a autoridade tributária
considerá-las legais. Vale dizer, 98% não
apresentavam documentos que justificassem a atividade, muitas nem mesmo
alvará de funcionamento, cadastro na
Receita Federal, mercadorias sem nota
No dia 12 de julho – data da operação
– fora encontrado o impressionante valor
de R$ 1.568.835,33 de mercadorias
que, segundo o delegado da Receita
Federal seriam vendidas por mais de
R$ 3.000.000,00, sem qualquer recolhimento tributário.
Sob o falso pretexto de superar os
graves problemas sociais, provenientes
da ausência de política vertical de educação e, conseqüentemente, de emprego,
estimulou-se a abertura e funcionamento
de um comércio absolutamente à margem
da norma.
Ao contrário do equivocado propósito,
o prejuízo é claro e direto, exatamente
para aqueles que mais necessitam dos
recursos públicos, provenientes da arrecadação tributária que ocorre com o
comércio regular.
Num exercício de especulação simplista, sem apego a situações particulares e
considerando a enorme carga tributária
incidente nas diversas operações mercantis, como Imposto de Produtos Industrializados, de Importação, de Circulação
de Mercadorias e Serviços, Contribuições
dia 12 de julho de 2007 fossem vendidas
as mercadorias apreendidas por R$
3.000.000,00, com uma alíquota linear
de 8%, a sonegação tributária importaria
em R$ 240.000,00.
Em apenas um único dia de venda
de todo o estoque, que se não pode ser
considerado real porque à margem do
controle oficial, além de que o espaço
físico é fracionado em boxes, deixou-se
de distribuir entre os menos favorecidos, o correspondente a 1.738 cestas
básicas, tomando-se por base o valor
de R$ 138,05, incluído na remuneração divulgada no Edital 005/2005, de
concurso público destinado ao cargo de
promotor de saúde pública, realizado
pela Prefeitura de Londrina.
Se levado em conta o programa federal da Bolsa Família, tendo como referência do benefício básico de R$ 58,00,
não se pode contemplar 4.138 famílias
em situação de pobreza, ou com renda
per capita mensal de até R$ 60,00.
Ao instituir benefício, sem o devido
processo legislativo adequado, em favor
de um pequeno grupo de lojistas – so-
– é contrariar a verdadeira política de
distribuição de renda, finalidade atual
dos tributos, de um modo geral.
A maioria dos produtos apreendidos, como, por exemplo, os DVDs e CDs
gravados sub-repticiamente, não podem
ser legalizados, e terão como destino as
incinerações, com mais despesas aos
cofres públicos. Não se esquecendo o
prejuízo para a legal atividade artística
e desestímulo ao comércio lícito.
Assusta ainda a revelação da apreensão de 44 caixas de remédio, pelo
simples fato de que afeta diretamente
a saúde pública, colocando em risco a
população que, iludida na sua boa-fé, adquire produto sem comprovação alguma
de origem, controle e qualidade.
É chegado o momento de responsabilizar as autoridades públicas que se
omitiram no estrito cumprimento dos
deveres de fiscalização, para que cesse o
mal causado pela ilegalidade e a cidade
caminhe no justo e produtivo rumo do
desenvolvimento.
João Tavares de Lima Filho e Fabrício Massi
Salla, consultores jurídicos da ACIL
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
8
TRIBUTAÇÃO
'Xô CPMF!' tem 6,2 mil
adesões em Londrina
Mobilização pretende pressionar os congressistas a
votar contra a manutenção da contribuição até 2011
Londrina participa da mobilização nacional iniciada pela Fiep –
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e que hoje está
em todo o País para derrubar o projeto de prorrogação da CPMF
até 2011. Contra a articulação do governo, interessado em reforçar
seu caixa, as entidades, entre elas a ACIL e a Fiep – Federação
das Indústrias do Paraná, buscam a adesão maciça da população
ao movimento “Xô CPMF!”.
Pelos menos 6,2 mil assinaturas foram colhidas em Londrina
entre os dias 15 e 19 deste mês. Foram montados postos de arrecadação de adesões no Calçadão, Catuaí Shopping e em empresas
locais. O objetivo é juntar 15 milhões de assinaturas para serem
entregues ao Congresso Nacional até o final deste mês, obedecendo
ao calendário de votações da Casa para que o documento chegue
aos políticos antes de o projeto entrar em votação final.
Aqueles que não tiveram a oportunidade de aderir ao abaixoassinado podem fazê-lo diretamente no site www.xocpmf.com.br.
A página traz também informações, opiniões e fatos importantes
ligados à contribuição. Uma calculadora virtual mostra o “placar”
da arrecadação da CPMF acumulada este ano e os totais recebidos
pelo governo federal em 2006 e 2005.
Você sabia?
n Que um valor qualquer de dinheiro, depois de passar por 263 transações financeiras,
vai inteirinho para os cofres do governo por causa da CPMF;
n Que o governo cobra a CPMF quando você vai pagar um empréstimo feito no banco;
n Que a CPMF deveria vigorar por apenas 2 anos mas que já dura mais de 10;
n Que em Janeiro de 2007, em relação ao mesmo mês do ano passado, a CPMF teve
um aumento de 21%;
n Que a CPMF tem efeito cascata;
n Que estados e municípios não têm participação na arrecadação com a CPMF.
Ponto de arrecadação de assinaturas montado pela
FIEP e ACIL no Calçadão: população participa
Fonte: site www.cpmf.com.br
Conjove e universitários promovem palestra no dia 28
O Conjove – Conselho do Jovem Empresário de Londrina, da ACIL, e a Câmara Universitária Desenvolve Londrina promovem
a palestra “A Importância do Empreendedorismo no Processo do Desenvolvimento",
que será realizada no dia 28 de deste mês
(uma sexta-feira), no Hotel Sumatra, a partir
das 19h. O evento tem apoio do Londrina
Convention & Visitors Bureau.
O palestrante, Ricardo Garcia, coordenador do Empretec e do Desafio Sebrae,
participou junto com Roberto Justus na
seleção dos candidatos do programa “O
Aprendiz 4 - O Sócio”. Durante o evento será
lançada oficialmente a Câmara Universitária Desenvolve Londrina, que congregará
jovens universitários preocupados com o
desenvolvimento local. A participação é
gratuita.
O objetivo é inserir o jovem em um contexto que há tempos vem sendo discutido
em Londrina: desenvolvimento e empreendedorismo. Segundo o membro da Câmara
Universitária Desenvolve Londrina, Nilson
Filatieri, está na hora de levar a discussão
para a juventude da Cidade e mostrar que
ela é igualmente responsável por gerar
negócios, empregos, renda e promover o
desenvolvimento.
Na ocasião serão apresentadas importantes iniciativas, na quais os jovens
poderão se inserir e participar ativamente.
O Conjove, que busca integrar jovens empresários da Cidade, abre as portas para
a participação dos universitários, com o
lançamento da Câmara, sejam eles empre-
sários ou não. Também serão realizadas
ações que pretendem promover o desenvolvimento sustentável do município. A Câmara Universitária Desenvolve Londrina será
vinculada e aliada ao Fórum Desenvolve
Londrina, que atua há dois anos.
Interessados em participar devem
acessar o site www.unopar.br ou contatar os telefones: (43) 3371.7801 ou (43)
3374.3000. O evento está sendo divulgado
nas universidades e faculdades de Londrina, que também são parceiras.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
9
COOP. DE ECO. E CRÉDITO MÚTUO DOS COM. DE CONF.
DO NORTE DO PARANA - SICOOB NORTE PARANA
CNPJ Nº 05.582.619/0001-75
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROCEDIDAS EM 31/08/2007
BALANCETE PATRIMONIAL
ATIVO
31/08/2007
PASSIVO
31/08/2007
R$R$
ATIVO CIRCULANTE............................................................. 77.840.188,95 PASSIVO CIRCULANTE.................................................... 62.492.864,02
DISPONIBILIDADES............................................................... 33.035.653,77 DEPOSITOS....................................................................... 60.307.186,49
OPERAÇÕES DE CRÉDITO................................................... 43.718.530,17 Depositos à vista......................................................... 11.770.222,03
Operações de Créd.Setor Priv.................................... 45.665.642,22 Depositos sob aviso................................................... 48.536.964,46
(-)Prov. p/Operações de Crédito................................. 1.947.112,05 OUTROS DEPOSITOS.................................................................... 237,58
OUTROS CRÉDITOS................................................................... 513.018,31 Depositos para Investimentos............................................. 237,58
Rendas a Receber.................................................................. 352.151,77 RELAÇÕES INTERDEPENDENCIAS........................................... 3.374,78
Diversos................................................................................... 160.866,54 Recursos em Transito de terceiros................................ 3.374,78
OUTROS VALORES E BENS........................................................ 572.986,70 OBRIGAÇÕES P/ EMPR. E REPASSES.................................. 464.874,21
Despesas Antecipadas......................................................... 516.291,69 Obrigações por Empréstimos e Repasses................. 464.874,21
Material em Estoque.............................................................. 12.195,01 OUTRAS OBRIGAÇÕES..................................................... 1.717.190,96
Bens Não de Uso Próprio..................................................... 44.500,00 Cobrança e Arrec.de Trib. E Assemelhados.................. 165,72
PERMANENTE......................................................................... 3.111.197,64 Sociais e Estatutárias..................................................... 195.036,51
INVESTIMENTOS...................................................................... 1.561.602,07 Fiscais e Previdenciárias................................................. 87.440,58
Ações e Cotas.................................................................... 1.561.602,07 Diversas........................................................................... 1.434.548,15
IMOBILIZADO DE USO............................................................... 716.248,23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO.................................................... 18.458.522,57
Instalações, Moveis e Equip.............................................. 443.593,32 Capital de Domic. No País....................................... 14.959.476,85
Outras Imob. De Uso............................................................. 609.371,00 Reservas de Lucros...................................................... 1.284.991,07
(-) depreciações Acum....................................................... 336.716,09 Sobras ou Perdas Acum. 1º Sem/2007...................... 1.634.107,92
DIFERIDO................................................................................... 833.347,34 Sobras ou Perdas Acum. No Periodo....................... 579.946,73
Gastos de Org. Expansão.............................................. 1.259.708,45 COMPENSAÇÃO.......................................................... 275.495.233,41
(-)Amortizações Acum....................................................... 426.361,11 Custódia de Valores................................................. 11.263.083,96
COMPENSAÇÃO............................................................... 275.495.233,41 Controle.................................................................... 218.566.507,23
Custódia de Valores...................................................... 11.263.083,96 Classificações de Cart. De Créditos................... 45.665.642,22
Controle......................................................................... 218.566.507,23 . ...............................................................................................................
Classificação da cart. de Créditos......................... 45.665.642,22 . ................................................................................................................
TOTAL DO ATIVO............................................................... 356.446.620,00 TOTAL DO PASSIVO...................................................... 356.446.620,00
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 31/08/2007
Descrição
31/08/2007
R$
10. RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA............................................................................................................... 2.187.852,64
Operações de Crédito........................................................................................................................................................ 2.187.852,64
15. DESPESAS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA............................................................................................................. (1.225.588,71)
Operações de Captação no Mercado............................................................................................................................ (872.486,68)
Despesas de Obrigações por emprestimos e repasses....................................................................................................... (7.232,36)
Provisão para Operações de Crédito Líquid. Duvidosa.................................................................................................. (345.869,67)
20. RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (10-15).................................................................................... 962.263,93
50. OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS.............................................................................................................. (383.189,20)
Receitas de Prestação de Serviços...................................................................................................................................... 280.192,75
Despesas de Pessoal............................................................................................................................................................ (583.269,37)
Outras Despesas Administrativas........................................................................................................................................ (717.631,29)
Despesas Tributárias................................................................................................................................................................ (36.692,31)
Outras Receitas Operacionais.............................................................................................................................................. 720.240,37
Outras Despesas Operacionais............................................................................................................................................. (46.029,35)
60.RESULTADO OPERACIONAL (20+50)................................................................................................................................. 579.074,73
65. RESULTADO NÃO OPERACIONAL........................................................................................................................................... 872,00
75. RESULTADO ANT.TRIB. LUCRO E PART. (60+65)............................................................................................................... 579.946,73
80. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL.............................................................................................................................. 85. PARTICIP.ESTATURÁRIAS NO LUCRO ................................................................................................................................................ 90. SOBRAS OU PERDAS (75-80-85)........................................................................................................................................ 579.946,73
NOTAS EXPLICATIVAS - 31/08/2007
NOTA 01 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
a) Estão sendo apresentadas de acordo com a Legislação específica do Sistema Cooperativo e preceitos do Plano
Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional - COSIF.
NOTA 02 - OUTROS CRÉDITOS
O saldo de R$ 160.866,54 - classificado no Ativo Circulante como Diversos, grupo Outros Créditos está assim composto:
ContaSaldo
Adiantamentos e Antecipações Salariais ................................................................. 55.535,92
Adiantamentos Para Pagamentos de Nosa Conta.................................................... 6.886,71
Adiantamentos por Conta de Imobilizações . .......................................................... 32.500,00
Cheques a Receber........................................................................................................... 433,33
Devedores por Depósitos em Garantia........................................................................ 5.043,71
Impostos e Contribuições a Compensar...................................................................... 5.256,87
Títulos e Créditos a Receber........................................................................................... 3.386,13
Valores em Compensação.......................................................................................... 51.823,87
TOTAL............................................................................................................................ 160.866,54
NOTA 03 - PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS
a) Apuração do Resultado: As Receitas e Despesas são apropriadas mensalmente, pelo regime de competência.
b) Operações Ativas e Passivas: As operações Ativas e Passivas com encargos pré e pós-fixados são registradas pelo valor principal, com acréscimo dos respectivos encargos incorridos inclusive atualização monetária observada a periodicidade da
capitalização contratual.
c) Efeitos Inflacionários: Não efetuada a Correção Monetária dos valores que compõem o Ativo Permanente e Patrimônio Líquido,
em obediência a Lei 9249 de 26.12.95, art. 4º, a que veda a tal providência no âmbito das demonstrações financeiras.
d) Investimentos: Estão demonstrados ao custo de aquisição, deduzido, conforme o caso, das Provisões para Perdas.
e) Imobilizado: Demonstrado pelo custo de aquisição. As depreciações são calculadas pelo método linear com base em taxas
determinadas pelo prazo de vida útil estimado:
*Instalações, móveis e equipamentos de uso
10% a . A
*Sistema de transportes e equipamentos Proc. Dados
20% a . A *Bens imóveis sujeitos à depreciação
4% a . A NOTAS 04 - OUTRAS OBRIGAÇÕES DIVERSAS
a) O Saldo de R$ 1.434.548,15 - classificado no Passivo Circulante como Diversos, grupo Outras Obrigações está assim
composto:
Conta.................................................................................................................................... Saldo
Cheques Administrativos............................................................................................ 101.237,61
Fornecedores................................................................................................................ 14.184,35
Provisão para pagamento de pessoal.................................................................... 348.590,87
Outras Despesas Administrativas.............................................................................. 177.766,94
Outros Pagamentos.................................................................................................... 100.000,00
Provisão para Passivos Contingentes......................................................................... 14.227,24
Credores Diversos....................................................................................................... 678.541,14
TOTAL...................................................................................................... 1.434.548,15 NOTAS 05 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
a) O Capital Social está representado pela participação de 2.875 associados, atingindo o montante de R$ 14.959.476,85
b) Sobras no Período refere-se ao valor antes das destinações estatutárias, ou seja, Fates 5% e Reserva Legal 20%.
GEORGE HIRAIWA
Diretor Vice-Presidente
CPF. 486.511.508-06
FRANCISCO ONTIVERO
Diretor Presidente
CPF.115.577.969-04
ANTONIO LUIZ BARÃO
CONTADOR
CPF.408.585.539-53
CRC-PR. 026.496/O-3
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
10
TRIBUTAÇÃO
Super Simples ainda
impõe prejuízos
Muitas empresas, principalmente as micro, vão pagar o dobro em encargos
trabalhistas se não conseguirem negociar dívidas com o município
Katia Baggio
Especial para a ACIL
Depois do primeiro impacto com
as mudanças no Simples Nacional, os
empresários começam a se ajustar às
exigências da nova lei. Muitos contadores
percebem, no entanto, que aumentou o
número de micro e pequenos empresários que não conseguiram se adequar
às novas exigências e voltaram para o
regime normal.
Essa situação implica em aumento de
custo com o pagamento de tributos que
antes tinham seus percentuais reduzidos pelo benefício do Simples antigo. Há
casos de microempresas que vão pagar
o dobro de encargos trabalhistas, por
exemplo, pois não conseguiram negociar
dívidas com o Município e por essa razão foram impedidas de aderir ao novo
Simples. E há setores que não estavam
autorizados a aderir ao Simples e foram
incluídos na nova lei, mas com alíquotas
desfavoráveis.
Vista “de cima”, a Lei Complementar
123/2006 - Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte - tem vantagens e desvantagens, inclusive a partir da realidade
de cada unidade federativa do Brasil.
Mesmo a Lei Complementar 127/2007,
aprovada no mês passado para corrigir
distorções, não reduziu alíquotas para
muitos segmentos.
Mas a própria lei do regime simplificado deixa claro que em caso de legislação
estadual mais benéfica, esta prevalece,
apenas é preciso uma adequação.
No Paraná, os micro e pequenos ficariam prejudicados se fossem obrigados a
seguir as regras estabelecidas para pagamento do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS). O Estado
já dispunha de legislação que isentava as
micro e pequenas empresas do ICMS. O
novo Simples apresenta uma tabela que
obriga empresas do comércio (Anexo I)
com faturamento anual até R$ 120 mil a
pagar 4% de tributo único e inclui nesse
percentual o ICMS.
O governo do Paraná já aprovou a
isenção de ICMS (Lei 15.562/2007, regulamentada pelo Comitê Gestor do Simples
Nacional e publicada no Diário Oficial do
Luís César Alves:
“A união das
categorias,
sindicatos e
instituições
representativas
pode conseguir
a redução de
alíquotas, entre
outros benefícios.”
Estado), para empresas com faturamento
anual de até R$ 360 mil. O contador Luís
César Alves atende empresas de vários
segmentos e afirma que essa isenção
representa “uma redução significativa
da carga tributária para os setores da
indústria e comércio”.
Uma notícia ruim é a revogação da
data de 31 de outubro como prazo limite
para quem esperava parcelar débitos relativos a tributos do Governo Federal. Foi
mantida a data de 20 de agosto, informada na primeira versão da Lei 127/2007.
Quem não negociou com certeza vai pagar
mais caro e sem o benefício do parcelamento em até 120 vezes. Agora, é ficar
atento para o próximo ano, pois a opção
pelo Simples tem renovação anual.
Apesar de algumas mudanças benéficas, aprovadas pela LC 127/2007, há
vários casos de prestadores de serviço
que continuam com a carga tributária
elevada. Luís César Alves diz que préescolas e escolas de ensino fundamental
tinham uma alíquota de 2% para o Imposto Sobre Serviços (ISS), independente
do faturamento. Com o Super Simples,
a alíquota subiu para 5%. Ele sugere
que as classes que se sentem lesadas se
mobilizem para conquistar mudanças.
“A união das categorias, sindicatos e
instituições representativas pode conseguir a redução de alíquotas, entre outros
benefícios.”
Há casos de sucesso, como alguns
prestadores de serviço que foram reenquadrados pela LC 127/2007 e conquistaram o benefício da redução na alíquota.
Outro exemplo de sucesso foi o movimento
do Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador no Estado de
São Paulo, que convocou seus filiados a
pressionar o Senado. Eles conseguiram
permissão legal para optar pelo Simples.
O setor estava excluído porque há produtos gravados com alíquota superior a
20%, um impeditivo, segundo a versão
original do Simples Nacional.
Apesar da complexidade e “prejuízo”
que o Simples Nacional representa para
muitos, Alves é otimista em relação a
benefícios da Lei não relacionados ao
pagamento de tributos. Muitos acreditam que se não optaram pelo Simples
para pagar seus tributos não podem
participar de outros processos previstos
na lei 123/2006 e isso não é verdade. E
ressalta que “não se pode confundir a Lei
das Micro e Pequenas Empresas com o
Simples Nacional”.
Ele acrescenta que essa lei é muito
mais abrangente, não se limita à questão
tributária e o empresário deve se informar
sobre possibilidades como a participação
em licitações para vender para o poder
público, consórcio de empresas, acesso
ao crédito, entre outros.
O contador admite que esses benefícios ainda dependem de regulamentação
pelo Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, ligado
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e encarregado
de regulamentar a lei nos aspectos que
não envolvem tributação, como desenvolver e acompanhar políticas públicas
voltadas às microempresas e empresas
de pequeno porte.
Mas avalia que é uma questão de
tempo. “O Governo Federal sabe o que as
micro e pequenas empresas representam
em termos de geração de emprego e renda,
por isso acredito que as regulamentações
não devem demorar.”
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
11
Receita
SUPER RECEITA
e INSS unificam
atendimento e fiscalização
Fernanda Bressan
Especial para a ACIL
Empresas que possuam dívidas com o
Fisco ou precisem acertar tributos federais
têm agora um único endereço a seguir em
Londrina: o posto da antes denominada
Receita Federal (na Avenida Brasil). Antes
porque agora ela se uniu à Previdência Social
(INSS) para formar a Secretaria da Receita
Federal do Brasil, ou simplesmente Super
Receita. A junção foi formalizada pela Lei
11.457 de 16 de março de 2007 e, conforme
ela, o novo órgão passa a ser responsável por
“planejar, executar, acompanhar e avaliar as
atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento
das contribuições sociais (...)”.
O delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Gomes Nunes, diz que as duas
instituições tinham características semelhantes no que se refere à fiscalização de
tributos e, dessa forma, a união diminuiu a
burocracia e facilitou o trabalho. “O tempo
de espera reduziu e vamos atender das 7
às 19 horas”, adianta Nunes. Se antes o
contribuinte precisava se deslocar a dois
lugares, agora ele é atendido em endereço
único, poupando tempo.
Nunes faz questão de frisar que o INSS
continuará atendendo questões relativas
a benefícios e aposentadorias. “O que for
arrecadação e fiscalização é na Receita”,
reforça. A Super Receita atenderá apenas
empregadores. Empregados continuarão
a ser atendidos separadamente: os que
tiverem problemas com impostos tradicionais, como o Imposto de Renda, devem se
dirigir a uma unidade da Receita Federal
do Brasil; já os que tiverem dúvidas ou
problemas com contribuição previdenciária
própria do trabalhador, devem continuar
procurando os postos do INSS.
Com sistemas e informações unidas,
a Super Receita terá mais facilidade para
controlar os tributos federais. Não há
mais sigilo de dados entre as duas instituições. “A fiscalização passa a ser mais
eficiente, assim como o combate ao ilícito
fiscal”, aponta o delegado. Os fiscais têm
hoje acesso a todos os dados e uma informação complementa a outra, facilitando
o cruzamento de dados previdenciários e
tributários. Assim será mais fácil identificar
sonegadores.
A Super Receita trouxe outras pequenas
alterações, como a unificação dos prazos de
recursos para defesa de multas de tributos
federais e de autuações da Previdência Social em 30 dias. Já as certidões negativas
de débito continuam a ser expedidas separadamente: uma para tributos federais e
outra para a contribuição ao INSS. Mesmo
separadas, elas passarão a ser emitidas
somente na página da Receita Federal e
terão validade de 180 dias.
A estrutura da Super Receita começou a
existir em 2006, quando foram instaladas
10 unidades-piloto em 10 Estados brasileiros para testar o modelo de atendimento
integrado. Ela funcionará com 716 postos
de atendimento no País e o processo deve
ser concluído até o ano que vem.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
12
MEGA EMPREENDIMENTO
A
cara do novo
‘Marco Zero’
Projeto arquitetônico
inicial prevê
centro de eventos,
hotel e teatro
municipal; contrato
com investidores
portugueses do
shopping já foi
assinado
Edo Rocha, durante
apresentação do
projeto arquitetônico:
“Conversamos já sobre
o projeto em Londrina
(com a diretoria da
Sonae Sierra Brasil), mas
nada está definido por
enquanto”
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
13
Imagem
digital mostra
como deverá
ser o futuro
empreendimento:
es paços amplos,
boulevard,
hipermercado e
grande centro de
eventos
Ricardo Vilches
Especial para a ACIL
Desde a última visita dos
arquitetos do escritório paulista Edo Rocha a Londrina,
no dia cinco de setembro, os
londrinenses passaram a conhecer detalhes do projeto de
revitalização e investimentos
no terreno da antiga Anderson Kleyton – que sediou
nos últimos anos a Comércio
Industrial Coinbra S/A –,
uma área de 236 mil metros
quadrados entre as avenidas
Teodoro Victorelli e Dez de
Dezembro. Como adiantou
no mês passado o Jornal da
ACIL, o projeto inicial prevê um
centro de eventos, hotel, teatro
municipal e um shopping que
será administrado pelo grupo
português Sonae Sierra Bra-
sil. O contrato foi assinado e
o grupo já estaria negociando
espaços do empreendimento
considerado âncora e que vai
ocupar 80 mil metros quadrados da área total.
A apresentação à Imprensa
do projeto arquitetônico do que
foi considerado “novo conceito
para o Marco Zero” aconteceu
por acaso. Os dois sócios do escritório de arquitetura vieram
a Londrina para apresentar ao
menos três esboços diferentes
de utilização da área total da
Anderson Kleyton. Todos eles
prevêem hotel, shopping, teatro municipal, estacionamento
subterrâneo, galerias para
escritórios e um boulevard
(calçadão) cortando toda a
área. Mas durante o almoço
de negócios, o representante
dos donos da área, o imobilia-
rista Raul Fulgêncio, decidiu
anunciar a boa nova, agora em
coletiva à Imprensa.
A apresentação foi feita
no escritório do imobiliarista.
À mesa foram colocadas as
plantas com diversas perspectivas da proposta. A entrevista
durou cerca de 20 minutos,
pois os arquitetos estavam
com hora marcada para o vôo
de volta a São Paulo. “É um
trabalho que todo arquiteto
gostaria de fazer. Começar
do zero, criar algo a partir do
nada”, disse Sérgio Fischer,
sócio de Edo Rocha, que falou
mais com os jornalistas. “Será
um conceito auto-suficiente
com ar condicionado movido
a energia solar; sistemas modernos darão possibilidade de
captação, drenagem e recuperação de água. Tudo isso num
espaço que prevê a integração
entre diferentes empreendimentos”, afirmou Edo Rocha. O
valor da elaboração do projeto
não foi revelado.
Em 2003, o escritório foi
premiado entre 17 participantes pelo projeto da sede
da operadora de telefonia
celular Vivo em São Paulo. A
torre de 105 metros é considerada hoje um marco visual
para quem passa no Morumbi.
Mais recentemente o escritório
desenvolveu o projeto para a
Cidade Pirelli em Santo André
(SP), um centro empresarial
com miniparque público, calçadão comercial e novo sistema
viário. “É meu maior desafio
no interior do País”, admitiu
ele, ao constatar a ousadia
da proposta para Londrina.
“Cidades como Bilbao e Barcelona (na Espanha) tinham
suas regiões degradadas e
abandonadas. Mas bastaram
alguns investimentos para que
se valorizassem”, afirmou, ao
relacionar a região onde está
localizado o Marco Zero com o
cenário atual.
Edo Rocha explica que o
projeto pode ter algum tipo de
alteração, em especial porque
há envolvimento do poder público por conta do Teatro Municipal. “É normal que conceitos
e idéias sejam alterados e até
melhorados ao longo do tempo.” Entre todas as propostas
apontadas no projeto, a que já
foi definida é a construção de
um novo shopping. “Conheço
o Henrique (Falzoni, diretor
da Sonae Sierra no Brasil),
estudei com ele e já fiz alguns
trabalhos para ele”, afirmou
Sérgio Fischer. “Conversamos
já sobre o projeto em Londrina,
mas nada está definido por
enquanto”, despistou.
“O contrato com eles (Sonae) já foi assinado”, confirmou Raul Fulgêncio. Fontes
do Jornal da ACIL confirmaram que a comercialização de
espaços ainda não começou,
o que só deve ocorrer em 90
dias, tempo para definição
dos nomes das lojas âncoras.
Sobre isso, sabe-se que a rede
de cinemas Cinemark poderá
chegar a Londrina com até 12
salas e que também o grupo
Muffato poderá ser o parceiro
para instalação de um novo
hipermercado no local. A Sonae
terá até abril de 2009 para concluir as obras do shopping.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
14
CAMPANHA
ACIL lança Lon
Nome composto vem da união dos conceitos da Londrinatal
e da Londrishow. Associação apresentará campanha no
dia 9 de outubro, durante palestra com o médico Jô Furlan,
especialista em treinamento comportamental
Aurélio Albano
Especial para o Jornal da ACIL
Uma notícia boa e muito importante para os comerciantes de
Londrina: a Associação Comercial
e Industrial (ACIL) está antecipando o lançamento da promoção de
Natal, que neste ano foi batizada
de Londrinatal Show.
O nome tem o objetivo de unificar duas iniciativas da ACIL que
já deram bons resultados. Ou seja,
a Londrinatal Show está unindo a
força da Londrinatal, a tradicional
campanha de Natal da Cidade, com
o sucesso do Londrishow, uma das
maiores promoções comerciais já
feitas em Londrina, que teve participação intensa de comerciantes e
consumidores quando foi realizada,
em 2005 e 2006.
O lançamento da Londrinatal
Show será feito no dia 9 de outubro,
com uma palestra proferida pelo
médico e especialista em treinamento comportamental Dr. Jô Furlan
que terá como tema as formas
de otimizar as vendas no período
natalino. O tema da palestra, que
será gratuita, é “Venda mais neste
Natal”. O objetivo da ACIL é convocar os comerciantes a participar
e mostrar a eles como aproveitar
melhor iniciativas estratégicas como
a promoção.
Como sempre acontece com as
campanhas de Natal, a Londrinatal Show terá ampla divulgação
nos veículos de comunicação de
Londrina e região. O maior atrativo será a distribuição de prêmios
no valor total de R$ 55 mil, com
vales-compras que variam de R$
200,00 a R$ 1 mil. Os comerciários
também vão participar. O vendedor
do tíquete premiado ganhará um
valor correspondente a 10% do
vale-compra.
A primeira ação da Londrinatal
Show será a promoção da palestra
“Venda mais neste Natal”, evento
gratuito destinado aos empresários,
no dia 29 de setembro. Nas semanas
seguintes, a ACIL promoverá mais
3 palestras destinadas às equipes
de vendas dos comerciantes.
A expectativa da ACIL é de que
a Londrinatal Show seja mais uma
promoção de sucesso. Mas para
que isso aconteça é preciso que o
comércio participe de forma maciça. Isso dará grande abrangência
à campanha, atingindo todas as
regiões comerciais.
A Londrinatal Show está sendo
concebida de forma que a participação seja aberta e acessível a todos
os segmentos e tamanhos de empresas. De redes de varejo a oficinas
mecânicas, de concessionárias de
veículos a salões de cabeleireiros.
O objetivo é ter um maior número
de ganhadores, pois esse tipo de
campanha alimenta o comércio.
Segundo o presidente da ACIL,
Rubens Benedito Augusto, a proposta é alavancar as vendas, motivando
as pessoas de Londrina e região a
comprar mais no comércio local.
“Estamos estimulando os empresários a participarem, aproveitando
melhor essa época de boas vendas,
que é o Natal, para fortalecer o seu
negócio. Além disso, ressaltamos
o papel da ACIL, como entidade
representativa dos comerciantes,
no sentido de dar as ferramentas
de marketing, de qualificação de
pessoal, e de proteção ao crédito”,
destaca.
Rubens Augusto afirma que
as perspectivas de vendas para o
Natal deste ano são muito boas.
“Sentimos que o comerciante que
investe bem está tendo o retorno.
Muitos estão reformando suas lojas
para atender melhor. Com a ajuda
da Londrinatal Show, o retorno
desse investimento será garantido”,
afirma.
O vice-presidente da ACIL, Marcelo Cassa, lembra que a campanha
vale para a Cidade como um todo
e principalmente para as empresas
que estão em centros comerciais
mais afastados, nos bairros, para
que eles também possam ganhar
com a promoção. “A participação
maciça fortalece a campanha”,
reforça Cassa.
Segundo ele, para as empresas
que não estão instaladas em shoppings, por exemplo, a Londrinatal
Show é um instrumento de vendas
mais barato que a opção por uma
campanha própria, isolada. É que,
além dos prêmios, o comerciante
que participar terá material de
merchandising e de identificação
promocional. “Os custos da campanha serão divididos entre os
associados da ACIL. Isoladamente,
o comerciante não tem o poder que
uma associação consegue atingir.
Qualquer coisa que for feita fora
certamente ficará mais cara”,
completa.
Qualquer comerciante pode
participar da Londrinatal Show. É
importante ressaltar que os empresários interessados devem entrar
logo em contato com a ACIL para
se informar e conhecer a forma de
participação que mais lhe trará
resultados.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
15
A DE NATAL
ndrinatal
Show
Dr. Jô Furlan,
o treinador
comportamental
Formado em medicina pela Universidade Gama Filho, em 1993,
dedicou sua formação posterior às
áreas de Clínica Médica, Medicina
do Trabalho, Nutrologia e Gestão
Ambiental. Na área comportamental
começou sua formação em Programação Neurolingüística, acrescentando
hipnose, meditação, terapia cognitiva
comportamental.
Em 2001 e 2002 foi co-orientador
do mestrado em Valores Humanos
com ênfase em PNL na Unicapital.
Após este período foi convidado a
integrar o corpo docente do curso
de especialização em Medicina Comportamental da Universidade Federal
de São Paulo (Escola Paulista de Medicina), coordenando o
módulo de Tecnologia da Comunicação na Relação TerapeutaPaciente, no qual desenvolveu os primeiros conceitos do que
hoje conhecemos como Inteligência Comportamental. Na época
era chamado por ele de Tecnologia Comportamental.
Autor de livros, áudio books, DVDs e diversos conteúdos
de programas de treinamento para TVs corporativas na área
de Motivação, Liderança, Relacionamento Intra e Interpessoal,
Alta Performance e Inteligência, traduzindo assim um pouco
do universo do comportamento. Sua abordagem é diferenciada,
utilizando as ferramentas da Neurociência. Furlan é o pioneiro
na utilização da termo “Treinador Comportamental”.
Desde 2000 já treinou dezenas de milhares de pessoas em
suas palestras, seminários e programas de treinamento.
Rubens Augusto e Marcelo Cassa: campanha
deverá ter participação maciça de empresas
de todas as regiões da Cidade, de tamanhos e
segmentos diversificados
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
16
ESPECIAL
SCPC, o guardião do varejo
S
erviço Central de Proteção ao Crédito, criado pela ACIL em 1960, é uma
ferramenta fundamental para a segurança dos negócios no varejo. Tratase de uma proteção contra vendas de risco e contra a ação de golpistas.
Em épocas de inadimplência alta e margens de lucro apertadas, o SCPC
oferece informações seguras e abrangentes, reunindo dados de todo o
País. O conjunto dos SCPCs forma o mais tradicional e confiável serviço de
proteção ao crédito do País, uma história que começou em 1955 e, desde
então, passou por uma série de transformações tecnológicas. Hoje, o SCPC
da ACIL faz parte de uma rede nacional que permite às empresas saber se
um potencial consumidor tem restrição em qualquer parte do País. Conheça
o sistema que ajudou a escrever a história do comércio no Brasil.
Aurélio Albano
Especial para a ACIL
Houve um tempo em que as relações de
comércio – mais especificamente as vendas a prazo – eram feitas basicamente na
relação de confiança entre o comerciante
e o consumidor.
Se o comprador era uma pessoa desconhecida, simplesmente o comerciante
na maioria das vezes optava por não
vender, deixando de realizar o negócio
porque era muito arriscado dar crédito.
Se fosse um amigo, um conhecido, uma
pessoa idônea, o comerciante anotava a
compra em uma caderneta e esperava
que o comprador pagasse. Normalmente
o débito era quitado no fim do mês, ou “na
colheita”, como se fazia em Londrina – e
ainda se faz hoje nas áreas rurais.
Os tempos modernos trouxeram uma
mudança que viabilizou as relações comerciais de varejo da forma como entendemos hoje. São os serviços de proteção
ao crédito, que garantem segurança tanto
para comerciantes como para consumidores.
Hoje, uma consulta a um cadastro de
inadimplentes é feita em apenas 3 segundos. Se houver algum registro, o crédito
não é concedido. Mas em 92% dos casos,
a compra é realizada.
Para se chegar a essa maneira de
Balcão de atendimento na sede do SCPC
da ACIL: consumidores também ganham
com o serviço, que permite saber se a
pessoa está ou não com o crédito suspenso
vender a prazo, como conhecemos hoje,
houve um processo de evolução que começou nos anos 50 no Brasil. Os primeiros
SPCs (Serviços de Proteção ao Crédito)
foram criados em 1955, nos grandes
centros - em São Paulo, Rio de Janeiro e
Porto Alegre.
Segundo o gerente do Serviço Central
de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial e Industrial de Londrina,
Antônio Celso Zanoni, as coisas começaram a mudar no Brasil com a eleição
de Juscelino Kubitschek. “Ele trouxe as
montadoras, de carro principalmente, mas
também de outros produtos, como eletrodomésticos. Começou aí uma nova era nas
relações comerciais”, diz Zanoni.
Era preciso montar uma estrutura
para atender os novos consumidores.
Então, as associações comerciais começaram a discutir maneiras de dar crédito
com segurança, e sem as dificuldades que
existiam até então.
As antigas cadernetas começaram a
se transformar em cadastros de consumidores. Nascia aí o embrião dos SPCs.
As associações comerciais das cidades
maiores começaram a incentivar as entidades do interior, onde ainda havia muita
resistência. Sobrava medo dos avanços
que os novos tempos traziam.
Zanoni conta que, em Londrina,
o SPC foi fundado 5 anos depois das primeiras iniciativas nos grandes centros,
em 18 de maio de 1960. “Edílio D’Ávila
era o diretor da Associação Comercial na
época, foi o pioneiro na criação do que
hoje chamamos de SCPC.”
As cidades grandes ficaram responsáveis por toda a organização dos SPCs. Na
medida em que os serviços de proteção
ao crédito foram se expandindo, criou-se
um intercâmbio tanto de registro como
do pedido de informação, que se fazia por
telefone. “Era um processo complicado.
Um consumidor de Cambé, por exemplo,
que vinha fazer compras em Londrina,
vivia muitos aborrecimentos para ter seu
crédito aprovado, porque o processo era
muito demorado.”
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
Os fichários com os dados dos consumidores ocupavam um espaço físico
muito grande, e havia a necessidade de
vários funcionários para fazer o trabalho.
Na ACIL, conta Celso Zanoni, havia uma
estrutura com 70 funcionários apenas
para dar as informações dos consumidores de Londrina. Eram grandes mesas
com vários telefones instalados em dois
conjuntos de salas, que ocupavam uma
grande área das instalações da ACIL.
“Para se ter uma idéia, o SPC de São
Paulo tinha mais de 500 funcionários”,
compara.
Esse perfil existiu até o final dos
anos 1980. A partir daí, a informática
permitiu a revolução nos serviços de
proteção de crédito. Em Londrina, isso
Sem
17
começou a acontecer em 1987. O processo de obtenção de informações ganhou
muita agilidade, com grandes vantagens
tanto para comerciantes como para os
consumidores.
Rede de informações - Em dezembro
de 1999 começou a formação de uma
rede de informação no País. No início
se chamava RIPC – Rede de Informação
e Proteção ao Crédito. Hoje se chama
Renic – Rede Nacional de Informações
Comerciais. Os dados dos SCPCs das
associações comerciais foram unidos
para que todos compartilhassem as informações. “Foi o maior avanço em termos
de atendimento ágil para o consumidor
e para o comerciante”, afirma o gerente
do SCPC. Reduziu-se muito os custos
dos empresários, e essa vantagem foi
repassada para o custo final dos produtos. A burocracia também praticamente
não existe mais.
“Hoje, o SCPC funciona perfeitamente, com atualizações constantes, sempre
buscando atender da melhor forma o
empresário e seus clientes”, afirma a
empresária Silvana Martins Cavichiolli,
diretora da ACIL e presidente do Conselho
de Administração do SCPC da entidade.
Ela explica que, para usar o serviço de
proteção ao crédito, o empresário tem
que estar filiado à Associação, conhecer
o regimento interno e seguir as regras de
forma a otimizar os resultados e respeitar
os direitos do consumidor (os consumidores também pode ter acesso às infor-
ele, comércio se tornaria
O Serviço Central de Proteção ao
Crédito (SCPC) da Associação Comercial
e Industrial de Londrina é considerado
pelos empresários do comércio como
uma ferramenta fundamental para a
manutenção e fortalecimento de seus
negócios.
Para o empresário Francisco Ontivero,
diretor da Móveis Brasília, empresa que
está há 40 anos no mercado londrinense,
se não fossem as informações do SCPC,
seria praticamente impossível trabalhar.
“Bancamos nosso próprio crediário e
temos mais de 50 mil clientes ativos.
Se tivermos um índice muito alto de
inadimplentes, nosso negócio fica inviabilizado”, afirma.
Ele lembra que, tempos atrás, a
inadimplência era menor, na média de
3%. Hoje, afirma, fica em 8% ou 9%, um
índice muito alto. “Quarenta por cento
dos nossos clientes novos não têm o
crédito aprovado. Dos clientes cadastrados, esse número é de 20%”, revela.
Isso comprova, segundo ele, que crédito
baseado na confiança é coisa do passado.
“Hoje o cliente não está inadimplente por
malandragem, e sim por uma sobrecarga de contas que não consegue saldar”,
explica Ontivero.
Para o consultor da Bolivar Calçados,
Brasílio Armando Fonseca, o SCPC é
uma forma de todo o comércio se unir
contra a inadimplência que, segundo
ele, “come” diretamente o lucro líquido
do comerciante. “A rentabilidade líquida
do comércio é de 4%. Se você vender para
uma pessoa inadimplente, todo custo
é absorvido como venda saudável, ou
seja, tem a comissão do empregado, os
impostos, etc.” A perda, dessa forma, é
maior do que parece.
Fonseca também concorda que se
não houvesse o SCPC seria impossível
trabalhar. “É como se você ficasse doente
e não tivesse um remédio”, compara o
consultor. Para ele, o serviço de proteção
ao crédito é também uma ferramenta para
fazer cobrança. “Quando precisa de um
nome limpo, a pessoa paga o que deve e
volta a ser consumidor”, explica.
Proteção também contra
empresas inadimplentes
Desde o último dia 10 de setembro a Associação Comercial
e Industrial de Londrina está oferecendo o SCPC Jurídico,
um serviço que funciona nos mesmos moldes do Serviço de
Proteção ao Crédito das pessoas físicas, mas voltado para
a indústria e o atacado.
Ou seja, inclui empresas inadimplentes e dá a proteção
que o empresário precisa para fazer os seus negócios. Segundo o gerente do SCPC da ACIL, Celso Zanoni, “a idéia
é formar uma rede de informações tão eficiente como é o
SCPC Pessoa Física”.
Francisco Ontivero, diretor
da Móveis Brasília: " Se
tivermos um índice muito
alto de inadimplentes,
nosso negócio fica
inviabilizado”
mações sobre sua situação de crédito;
basta ir à ACIL com RG e CPF).
“A consulta ao SCPC é uma ferramenta ágil, segura e com um custo
muito pequeno, que está à disposição
do empresário. Atende a qualquer tipo
de empresa desde o pequeno empresário
até as grandes redes de lojas”, afirma
Silvana. Ela acrescenta que o serviço atua
também como um apoio importante na
recuperação de dívidas não pagas pelos
consumidores. “A inclusão de um título
não pago no SCPC funciona também
como um instrumento de cobrança para
o empresário, uma vez que o consumidor
sempre procura ter seu nome sem restrições para poder efetuar suas compras
no crediário.”
inviável
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
18
Perdeu os documentos?
Vá ao SCPC
O cadastro do Serviço Central
de Proteção ao Crédito (SCPC) não
viabiliza apenas as compras a prazo. Permite mais segurança e evita
aborrecimento para comerciantes e
consumidores, através do serviço de
Alerta de Roubo de Documentos. É um
aliado fundamental nestes tempos de
alta criminalidade.
A pessoa que perdeu ou teve furtados os seus documentos deve se
dirigir diretamente ao SCPC da Associação com o Boletim de Ocorrência
e pedir o cadastramento do seu caso.
Com este procedimento simples, os
estelionatários que estiverem com
os documentos ficarão impedidos de
usá-los para fazer compras no comércio, abrir contas em bancos ou fazer
financiamentos em qualquer parte do
País. O serviço de Alerta de Roubo de
Documentos é gratuito.
O QUE É O SCPC?
n É o maior banco de dados de pessoas físicas
inadimplentes do País. Para os lojistas, é um
instrumento fundamental de trabalho. Tem o
maior poder de cerceamento de crédito, o que
dá segurança para o empresário.
n Dá condições para que, mesmo sem dinheiro,
as pessoas que estejam adimplentes (sem
registro) tenham acesso aos bens de consumo.
Ou seja, viabiliza as vendas a prazo.
n Permitiu o desenvolvimento e a expansão do
comércio. As relações comerciais são que são
hoje graças ao SCPC.
n Em 92% por cento das consultas a resposta é
“nada consta”. Ou seja, a maioria das pessoas
consegue concretizar suas compras.
Zanoni: “Os lojistas são orientados a tratar as pessoas com
todo o cuidado e atenção, e principalmente com respeito”
Atendimento exige
calma e respeito
ao consumidor
Logo nos primeiros meses que
começou a trabalhar no Serviço de
Proteção ao Crédito da Associação
Comercial, o gerente Celso Zanoni
teve um de seus casos mais difíceis para resolver. Ele conta: “Um
homem chegou muito nervoso e
revoltado. Pedi que entrasse na
minha sala e ele foi logo dizendo
que eu precisava resolver o caso,
nem que fosse à bala. E mostrou o
revólver na cinta”. Zanoni lembra
que, depois de uma conversa e das
orientações, o homem ficou mais
calmo. “Ele desabafou e acabou
pedindo desculpas.”
O gerente do SCPC está nessa
função “espinhosa” desde julho de
1976 e hoje é o funcionário mais
antigo da ACIL. Ele diz que nunca mais teve que enfrentar uma
situação como a que enfrentou
no começo, e que os casos normalmente não são complicados.
“Mas às vezes a situação fica um
pouco difícil”, revela.
É por isso que o trabalho no
SCPC exige sempre muita calma,
paciência e jogo de cintura. Celso
Zanoni atende, diariamente, os
casos que as atendentes não têm
como resolver na recepção. “Às vezes as pessoas chegam chateadas
porque são inscritas no cadastro
de inadimplentes de forma indevida. Elas chegam bravas, mas
saem calmas.”
Zanoni também faz as filiações das empresas no serviço de
proteção ao crédito, tirando todas
as dúvidas que os empresários
possam ter. “Os lojistas são orientados a tratar as pessoas com
todo o cuidado e atenção, e principalmente com respeito”, reitera
Celso Zanoni, que não reclama do
seu trabalho. “Vale a pena porque
gosto, faço com prazer.” Além da
gerência do SCPC, ele também é
membro do Conselho da Federação das Associações Comerciais
do Paraná. Sua incumbência é
orientar 19 SCPCs na regional
de Londrina.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
19
artigo
Eduardo Petit e Rafael Molina
Especial para a ACIL
Clima e neutralização de carbono
As mudanças climáticas causadas
pelo aquecimento global representam
hoje a maior ameaça econômica, social
e ambiental que a humanidade está
enfrentando. Seus efeitos podem ser
sentidos por todos, na pele e através
da ampla cobertura da mídia sobre
a elevação da temperatura, degelo e
elevação do nível dos oceanos, secas,
aumento da potência devastadora e
freqüência de furacões, etc. É nítido o
crescimento do grau de conscientização que desperta a atenção de todos
e remete à reflexão sobre o que fazer
para garantir a sobrevivência e a qualidade de vida em nosso planeta para
as gerações futuras.
O aquecimento global é conseqüência do efeito estufa, um fenômeno
natural e necessário para a vida no
planeta. Sem ele, não haveria vida
na Terra. Mas o acúmulo dos gases
de efeito estufa (GEE) na atmosfera,
resultante da queima de combustíveis
fósseis e da decomposição de material
orgânico, impede a dispersão do calor
irradiado pela superfície da Terra, aumentando a temperatura. É como um
automóvel estacionado sob sol forte,
com os vidros fechados. O sol aquece
todo o interior do veículo, e este calor
não é liberado.
Desde a revolução industrial, a
humanidade vem extraindo grandes
quantidades de combustíveis fósseis
(gás natural, petróleo e carvão mineral) para impulsionar nosso rápido
crescimento econômico. A queima
destes combustíveis juntamente com
as queimadas e desmatamento de
florestas, e outras atividades industriais e agrícolas é que geram os GEE.
Portando, os responsáveis por este
problema somos nós.
A solução seria a diminuição drástica no consumo dos combustíveis fósseis. Mas, infelizmente, nossos carros,
aviões, parte das usinas geradoras
de energia elétrica, indústrias, casas,
necessitam de grandes quantidades
destes combustíveis. Até que a ciência encontre alternativas para uma
troca da matriz energética do mundo,
somente com uma mudança radical e
profunda no relacionamento da sociedade com a natureza, com revisão de
hábitos e estilo de vida, conseguiremos
esta diminuição.
Reduzir as emissões de GEE é hoje
fator imperativo para a sobrevivência
humana na Terra. Diversas iniciativas
foram criadas para tentar controlar
este problema. Algumas mandatórias,
outras voluntárias. A principal iniciativa mandatória é o Protocolo de Kyoto.
Um tratado internacional entre países
que se comprometem a reduzir suas
ção aos níveis de 1990. Criou-se então
um mercado internacional de créditos
de carbono – certificados emitidos para
empresas que reduzem suas emissões
de GEE – que deve movimentar US$ 1
bilhão só em 2007.
Um terço das emissões está sendo
controlado pelas iniciativas mandatórias. Se os países conseguirem
atingir suas metas estabelecidas em
Kyoto, em torno de 5% das emissões
em relação aos níveis de 1990 seriam
reduzidas até 2012. O Protocolo prevê
uma revisão de metas em 2012, quando devem ser estabelecidas reduções
mais severas, e a inclusão de países
que ainda estão desobrigados do cumprimento de metas como China, Índia,
Brasil e Indonésia, entre outros.
O reconhecimento definitivo do alto
grau de ameaça que o aquecimento global representa para a humanidade, de
acordo com as conclusões, previsões e
análises dos cientistas do IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas), estimulou o surgimento
de ações voluntárias para colaborar
para a melhoria do meio ambiente. É
o caso da Neutralização de Carbono,
que começou a ser praticada a partir de
1998, por empresas que visualizaram
o poder de ameaça à continuidade de
seus negócios, a longo prazo.
Com base nas metodologias de cálculo de volume de emissões e formas
de compensação ambiental, aceitas e
referendadas pela ONU, no Protocolo de
Kyoto, as empresas iniciaram uma prática de não contribuir para o aumento
do efeito estufa e, assim, sensibilizar
a sociedade e os públicos de seus
interesses. Passaram a neutralizar
o volume de GEE emitido por suas
atividades, através do investimento
em projetos ambientais que retirem da
atmosfera a quantidade equivalente
desses gases.
Hoje, todos nós podemos fazer
alguma coisa para contribuir para o
combate às mudanças climáticas. Os
cidadãos, organizações e órgãos públicos podem reduzir e/ou compensar
suas emissões de GEE.
O Programa Carbono Neutro, pioneiro na introdução dessa prática no
Brasil, permite que desde empresas
de qualquer porte ou natureza de
atividade até pessoas físicas possam
neutralizar suas atividades no todo
ou em parte.
Utilizando ferramentas científicas,
pré-avaliadas e certificadas internacionalmente, é feito um levantamento
completo das emissões relativas à
atividade selecionada baseado em
três fatores principais: consumo de
energia elétrica, consumo de combus-
lixo orgânico.
A neutralização efetiva se dá através da recuperação ou conservação de
florestas ou da compra de Certificados
de Créditos de Carbono gerados por
projetos de energia limpa ou processos
de tratamento de material orgânico,
que comprovadamente deixaram de
emitir GEE na atmosfera.
No plantio de árvores, pelo processo de fotossíntese, o CO2 é absorvido
da atmosfera e oxigênio é liberado. O
CO2 absorvido é estocado nos caules,
raízes e folhas durante o crescimento
das árvores.
Além de contribuir para minimizar
o aquecimento global, com o seqüestro
de carbono, o plantio de árvores traz
inúmeros benefícios ao meio ambiente
e à população. Preserva bacias hidrográficas e nascentes, recupera ecossistemas completos, incluindo água,
solo e fauna, conserva a biodiversidade, gera emprego na conservação
e permite geração de renda, através
de manejo sustentável.
A divulgação do status CarbonoNeutro por uma empresa, produto
ou serviço, gera positivismo interno,
reconhecimento de boa governança
corporativa e postura de liderança.
Para produtos de exportação a Neutralização já pode ser considerada uma
barreira não tarifária, pela preferência
por parte das empresas da Europa,
Japão e outros.
Hoje, as empresas que neutralizam suas emissões de CO2 ganham
em competitividade em relação aos
concorrentes. No mercado nacional
e internacional os consumidores já
sinalizam atitudes de preferência e
reconhecimento por produtos CarbonoNeutro, que atuam no combate aos
efeitos do aquecimento global.
Eduardo Petit e Rafael Molina, da Max
Ambiental.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
20
VAREJO
Convenção resgata
abertura até 18h em
dois sábados por mês
Acordo foi assinado pelos sindicatos Patronal e dos Comerciários no
dia 13 deste mês. Abertura no dia 23 de dezembro está garantida
Katia Baggio
Especial para a ACIL
Depois de quase cinco meses sem
Convenção Coletiva, finalmente no último
dia 11 deste mês os sindicatos dos patrões
e dos comerciários fecharam o acordo
anual da categoria. A Convenção Coletiva de Trabalho foi assinada no dia 13. A
queda de braço se estendeu muito além
da data-base porque o Sindicato Patronal
buscava manter o acordo firmado no ano
passado, que garantiu a abertura até as
18 horas por dois sábados a cada mês.
Por sua vez, o Sindicato dos Comerciários
pedia aumento salarial de 8,5%. O reajuste
foi fechado em 6,06% com aceitação pelo
Sindicato dos Comerciários dos dois sábados por mês, mais a volta da abertura
do comércio em horário diferenciado no
dia 24 de dezembro, véspera de Natal,
perdida em 2006. O piso salarial dos
comerciários passa a R$ 472,00 e o dos
comissionados, R$ 519,00, com efeito
retroativo a maio.
Abrir ou não além das 13 horas em dois
sábados por mês foi a verdadeira disputa
que emperrou o acordo. Pelo Código de
Posturas do Município, que regulamenta
o assunto, é permitida a abertura apenas
em um sábado por mês, imediatamente
posterior ao quarto dia útil.
A presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Londrina (Sincoval), Nájila
Nabhan, considerou o resultado final
satisfatório. “Era importante manter a
abertura do comércio pelo menos dois
sábados até as 18 horas e também reconquistamos o funcionamento do comércio
no dia 24 de dezembro”, avalia.
Para o assessor jurídico da ACIL, Ed
Nogueira de Azevedo Júnior, o aumento
real concedido em relação ao piso salarial foi de mais 75% superior ao INPC do
mesmo período (3,4405%). “Trata-se de
uma concessão absolutamente irrevogável e todos os aumentos salariais futuros
terão como base de cálculo este acréscimo
salarial superior à inflação.”
O advogado também avalia a contrapartida, já que a convenção coletiva
prevê a possibilidade de abertura dos
estabelecimentos comerciais nos dois
primeiros sábados do mês. “São dois os
pontos a serem observados. Ao contrário do aumento salarial definitivamente
concedido, o direito de trabalhar nos dois
primeiros sábados do mês desaparece no
prazo final de vigência da convenção e
deverá ser objeto de nova negociação em
maio do ano que vem em troca de novas
concessões. Outro aspecto, em troca do
aumento salarial real de mais de 75%
acima do INPC, os comerciários obtiveram
um direito que não pode ser concedido pelo
sindicato dos comerciários, já que a regulamentação do horário de funcionamento
do comércio se dá, exclusivamente, pelo
Código de Posturas do Município que, por
sua vez, autoriza a abertura do comércio
no período da tarde do sábado somente
em relação ao primeiro sábado após o
quarto dia útil de alguns meses.”
Código de Posturas - A flexibilização
do horário do comércio, que inclui a
abertura aos sábados além das 13 horas,
é polêmica antiga em Londrina e sempre
gerou discussões calorosas. O prefeito
Nedson Micheleti esquentou ainda mais o
tema em julho, quando apresentou à Câmara de Vereadores um projeto com várias
alterações no Código de Posturas.
O artigo 21 ganha um parágrafo que
transforma em lei a necessidade de um
acordo entre o sindicato patronal e o
Datas promocionais
Pela convenção coletiva assinada entre os sindicatos Patronal e o
dos Comerciários, as próximas datas promocionais e horários
de funcionamento aos sábados das 9h às 18h são:
n outubro: dias 06 e 13 (Dia das Crianças)
n novembro: dias 03 e 10
n dezembro: dias 01, 08, 15 e 22
n janeiro/2008: dias 05 e 12
n fevereiro: dias 02 e 09
n março: dias 08 e 22 (Páscoa)
n abril: dias 05 e 12.
dos funcionários para o funcionamento
em horários diferenciados. Ou seja, o
que hoje é irregular pode, em breve,
ser legal.
A proposta foi criticada pela direção
da ACIL, que acredita que a idéia engessa ainda mais o tema. Até o fechamento
desta edição, o projeto estava sob análise
da Comissão de Justiça da Câmara Municipal e poderia ainda passar por outras
comissões na Casa, portanto sem prazo
para ir à votação em plenário.
O Sincoval abrange 40 municípios e
Nájila avalia os ajustes e reajustes como
razoáveis em comparação aos benefícios
conquistados. “Buscamos equilibrar o
momento econômico do País e a posição
dos trabalhadores, antes de fechar a convenção, um cálculo difícil”, avalia.
Dezembro - Pelo acordo, o comércio
vai funcionar até as 22 horas a partir do
dia 6 até 22 de dezembro. E aos sábados
o horário será até as 18 horas nos dias
primeiro, 8, 15 e 22. Ano passado o Sindicato Patronal concordou em não abrir em
plena véspera de Natal, dia considerado
praticamente o melhor para vendas em
todo o ano. O comércio da região funcionou e lucrou com o fechamento em
Londrina. “Foi desastroso, mas este ano
será diferente”, garante Nájila.
A convenção inova em relação ao
horário de funcionamento no dia 10 de
dezembro, aniversário da Cidade, e nos
dias 23 e 24, quando as portas vão abrir
a partir das 9 horas e fechar às 17h.
“Pela nossa experiência sabemos que esse
horário é mais proveitoso e permite que
tanto o comerciante quanto o funcionário
estejam em casa mais cedo para ficar com
a família”, diz Nájila.
O trabalho no dia 10 será compensado
no dia 2 de janeiro de 2008 e o dia 23
será compensado na segunda-feira de
carnaval (4 de fevereiro). Como já é rotina,
o comércio abre novamente na QuartaFeira de Cinzas, a partir do meio-dia.
As mudanças não abrangem mercados,
supermercados e hipermercados, que
trabalham em horários diferenciados do
comércio convencional.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
21
ANÁLISE
Luís Hasegawa
Especial para a ACIL
Novos procedimentos do Procon
No último dia 14 de agosto, o Procon
Londrina realizou audiência pública para
apresentar as novas normas de seu procedimento administrativo e divulgar a forma
de inclusão de empresas em um cadastro de
defesa do consumidor.
A questão diz respeito a todos os cidadãos,
pois afeta diretamente as relações de consumo
e, por conseqüência, os consumidores e empresários. E, diante da importância do tema, é
imperioso que o Poder Público e as entidades
organizadas promovam a mais ampla publicidade e divulgação do Decreto Municipal nº
436/2007, em razão das alterações e inovações
procedimentais por ele trazidas.
Antes de abordar o tema em destaque,
vale ressaltar a modernização alcançada em
nosso sistema legal, com o advento do Código
de Proteção e Defesa do Consumidor, que
estabeleceu normas de ordem pública e interesse social, para garantir a proteção e defesa
do consumidor e, ainda, a transparência e a
harmonização das relações de consumo.
Cumpre, também, esclarecer que o Procon
Londrina é o órgão municipal responsável
pela Política Municipal de Proteção e Defesa
do Consumidor, desde seu planejamento e
elaboração à sua execução, sempre com vistas a fazer cumprir as normas referentes ao
Direito do Consumidor, tendo como missão
promover a cidadania.
Já no campo das alterações introduzidas
pelo Decreto Municipal nº 436/2007, a nosso
ver, 02 são mais significativas e merecem uma
análise mais aprofundada.
A primeira é a atenção especial que o
PROCON conferirá ao pré-atendimento do
consumidor e a uma fase denominada CIP,
na qual será oportunizado ao fornecedor (empresário) um prazo para se manifestar sobre
a reclamação e promover a composição com o
consumidor. Ocorrendo a composição, o caso
será arquivado.
Na hipótese de não haver acordo, o consumidor poderá formalizar a reclamação,
com designação imediata de audiência de
conciliação e instrução, nas quais deverão
estar presentes o consumidor e representante
ou preposto do fornecedor.
Após a audiência e não efetivado um acordo, ocorrerá a apreciação sobre a fundamentação (mérito) da reclamação. Em palavras mais
simples, o PROCON decidirá se a reclamação
procede ou não.
Nesse ponto, apresenta-se a segunda
alteração de grande relevância, pois, anteriormente, o Procon não emitia decisão, em caso
de não-composição entre as partes. E essa
decisão vem acompanhada de um registro,
no recém-criado Cadastro de Reclamações
Fundamentadas, que será de conhecimento
público, podendo ser divulgado pelo Procon,
com utilização das mais diversas mídias.
Esse Cadastro de Fornecedores será formado pelas inclusões de nomes de empresas
com registro de reclamações fundamentadas,
atendidas ou não atendidas, sendo que os
registros no cadastro permanecerão por 5
anos, com atualizações periódicas.
Independentemente dessas alterações,
permanecerão vigentes os atos de fiscalização,
na forma prevista na legislação e o processo
administrativo sancionatório, que poderá culminar em penalidade ao fornecedor infrator.
As alterações apresentadas conduzem a
algumas reflexões e indagações. De início,
deve se reconhecer que os atos do Procon
ganharão em importância, efetividade e
repercussão. É de conhecimento geral que
muitas empresas dão pouca atenção a essa
instância administrativa, pois, até então,
o não-comparecimento às audiências ou a
falta de resposta às intimações daquele órgão
implicavam em quase nada.
A possibilidade de inscrição em um Cadastro de Fornecedores - que poderá ter influência
similar à conferida pelos órgãos de restrição
de crédito (SCPC, por exemplo) aos maus
pagadores, só que direcionada para os maus
fornecedores – e seus reflexos negativos devem
ser considerados pelos empresários.
É de se crer que as presenças das empresas
serão mais constantes aos atos do Procon e a
atenção será redobrada, sob pena das sanções
identificadas.
De outro lado, não há como não se questionar a legalidade dessas alterações, não só
as formais, mas em especial ao modo que o
Procon Londrina conduzirá tais reformas. É
preciso que haja transparência e justiça nas
decisões e, sobretudo, que o órgão invista e
esteja preparado para bem fundamentar os
seus atos, a fim de que os empresários não
sejam prejudicados com inscrições indevidas,
as quais certamente trarão abalo para seus
negócios.
Na audiência pública realizada e em
contatos posteriores, melhores foram as impressões e os objetivos transparecidos pelo
Coordenador do Procon, Flávio Henrique
Caetano de Paula.
Todavia, cumpre à sociedade organizada,
além de divulgar os novos procedimentos
adotados pelo Procon, participar com efetividade sempre que convocada, para que
também possa se manifestar e se insurgir, em
caso de excessos ou arbitrariedades, sempre
indesejados.
Luís Hasegawa, advogado em Londrina
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
22
ADMINISTRAÇÃO
A
gestão sob um
olhar mais amplo
Iniciativas inovadoras ou idéias bastante simples transformam e aprimoram a realidade de
duas empresas de Londrina. Resultados são reconhecidos dentro e fora do País
Katia Baggio
Especial para a ACIL
Eficiência e ambiente de trabalho harmônico orientam ações
em todos os departamentos,
para organizações que almejam
conexão entre sua imagem e o
mercado. Estratégias como racionalização de energia e tempo,
otimização de espaços, redução
de custos e satisfação dos colaboradores são desafios diários.
Empresas de Londrina vêm obtendo reconhecimento nacional
e até internacional por atuarem
dentro desses conceitos.
No dia quatro de junho, Dia
da Indústria, o empresário de
Londrina Ary Sudan, sócio da
Rondopar Energia Acumulada
e Tamarana Metais, recebeu a
Medalha do Mérito Industrial
do Estado do Paraná 2007, em
Curitiba. O prêmio é oferecido
anualmente, há 35 anos, pela
Federação das Indústrias do
Estado do Paraná (Fiep).
A honraria é destinada a empresários que se destacam pelo
empreendedorismo, serviços
prestados em benefício do desenvolvimento industrial do Estado,
defesa dos interesses da livre
empresa e manutenção de serviços de assistência e formação
profissional dos trabalhadores.
Também receberam a homenagem os empresários Natal Lachi,
de Arapongas, e Hélio Bampi, de
Curitiba. Os premiados foram
escolhidos por uma comissão
formada por representantes dos
sindicatos empresariais, dos
trabalhadores e dos conselhos
consultivos da Fiep, Serviço
Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai). O presidente
da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, destacou a importância de
iniciativas que ajudam a “desenvolver trabalhos em benefício do
meio ambiente”.
Surpresa foi a primeira reação
de Sudan, ao saber do prêmio.
“Sempre acompanhei as homenagens apenas como espectador,
porque me considerava distante
dos grandes empresários que a
receberam. Então, foi especial
ver que estamos em sintonia
com o modelo de administração
preconizado pelos organismos
do setor.”
As ações que motivam premiações desse tipo incluem
os setores administrativo e
produtivo, mas também de
responsabilidade social e ambiental. A Tamarana Metais foi
a primeira empresa da América
Latina a ser certificada com a
ISO 14.001 (meio ambiente), em
Ary Sudan:
programas para as
áreas ambiental
e social, de
inserção de jovens
no mercado
de trabalho e
acompanhamento
(custeio) da
educação de
adolescentes até a
universidade
2001, por promover a reciclagem
de chumbo, material altamente
poluente.
Já o Projeto Bom Aluno,
criado em 1999 pela empresa,
adota estudantes carentes e os
acompanha até a universidade. O
Projeto Pingo d´Água leva informações sobre o uso racional da
água a alunos da quarta série do
ensino fundamental de escolas
públicas. O Programa de Educação do Trabalhador foi criado
há oito anos, quando a direção
percebeu que entre os 250 funcionários das empresas, muitos
queriam terminar os estudos.
Através de um convênio com o
Sesi e a Universidade Estadual
de Londrina (UEL), professores
garantem ensino fundamental e
médio. “Muitos já fazem curso
superior”, orgulha-se Ary Sudan.
Depois da formatura da maioria,
a direção decidiu manter a estrutura e atender os familiares,
como esposas e filhos adultos de
colaboradores. São cerca de 40
alunos nas duas escolas, uma na
Rondopar, em Londrina, e outra
em Tamarana.
No ano passado, as empresas
também implantaram o projeto
Escola de Fábrica, do Governo
Federal. Durante seis meses,
20 jovens foram preparados
para o mercado de trabalho,
permanecendo meio período do
dia nas empresas. Eles foram
selecionados na comunidade
onde ficam as indústrias e oito
foram contratados pela Tamarana Metais. Paralelamente, são
oferecidas mais de 50 horas de
treinamento por ano.
A Rondopar foi uma das paradas do projeto Cozinha Brasil,
do Sesi, que divulga técnicas
de preparo visando o aproveitamento de alimentos, redução de
desperdício e geração de renda.
Durante uma semana, no mês
de junho, a empresa cedeu a associação de funcionários e doou
os alimentos necessários para
o curso. No caminhão-cozinha,
nutricionistas atenderam mais
de 100 pessoas, entre donasde-casa da comunidade e funcionárias de outras empresas.
Para a dona-de-casa Roseli Alves
da Silva, fazer sucos e cobertura
de bolo, com casca de frutas, foi
uma das dicas criativas. “A gente
jogava fora muita coisa importante e nutritiva. Elas também
mostraram a economia que se
pode fazer em casa.”
O empresário diz que não
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
23
Luciana Siqueira
Fernandes:
“O segredo é
aprofundar o
relacionamento
com as lideranças,
pois elas são as
multiplicadoras
dos propósitos da
empresa.”
adota esses projetos esperando
ganhar prêmios, mas “por perceber que é preciso ter um comprometimento maior do que apenas
o pagamento do salário”. E afirma que receber a homenagem
“aumenta a responsabilidade,
pois passamos a ser referência,
mas nos mantém alertas para
melhorar nossos projetos”.
A cada seis meses a empresa
faz uma pesquisa interna de
satisfação, para detectar pontos deficitários. “Há três anos,
tínhamos um grande problema
de calor no ambiente de trabalho.
Pesquisamos o melhor sistema
de isolamento térmico para
nosso caso e outras melhorias.
Depois de um tempo, fomos
citados na revista Proteção,
especializada em segurança e
medicina do trabalho, como
referência em conforto térmico
no ambiente de trabalho, o que
mostra que tomamos a decisão
acertada.”
As medidas nem sempre
são adotadas com objetivos de
reduzir a rotatividade e aumentar a produtividade, mas
muitas acabam trazendo esses
resultados. Em 1995, quando a
Tamarana Metais foi instalada,
a direção decidiu contratar moradores de Tamarana, mas se
viu com um pelotão de mão-deobra despreparada para o setor
metal-mecânico, pois a região é
agrícola. “Muitos trabalhavam
pelos benefícios agregados, como
décimo terceiro salário e FGTS
e pediam demissão assim que
tinham alguma quantia para receber. Também ocorriam muitos
acidentes de trabalho e resolvemos investir em treinamento.”
Também foi ativado o Programa
de Distribuição de Resultados
(PDR), com oito metas a serem
cumpridas e que estimulam
tanto a união do grupo como
de cada setor e o desempenho
individual. Nesse caso, os alvos
são a saúde e a freqüência. Os
trabalhadores recebem diariamente uniformes limpos e devem
tomar banho duas vezes ao dia,
antes do almoço e antes de ir para
casa. Têm atendimento médico
e restaurante. Há três anos,
Sudan afirma que eles recebem
100% do PDR. Os acidentes de
trabalho, faltas sem justificativa
e rotatividade estão em índices
perto de zero.
As empresas também têm
participação ativa em associações de classe e sindicatos (Ary
Sudan é diretor do Sindicato das
Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de
Londrina – Sindimetal). Também
integram a ACIL e a Associação
Brasileira da Indústria Elétrica
e Eletrônica (Abinee). “Participar
de associações e sindicatos é
uma forma de contribuir para a
evolução do segmento”, avalia o
empresário.
A empresa Milenia Agrociências é outro exemplo de gestão reconhecida.
A empresa foi classificada como
uma das 100 melhores empresas para trabalhar na América
Latina em 2006, pelo instituto
americano Great Place to Work.
O resultado foi publicado na
Revista Época. Com 750 colaboradores entre as unidades de
Londrina, Cruz Alta e Taquari
(ambas no Rio Grande do Sul),
a Milenia foi a única no setor de
agroquímicos. No ano passado,
ficou entre as 100 melhores para
trabalhar no Brasil.
A empresa se inscreveu para
o ranking latino junto com mais
de 300 organizações brasileiras
e competiu com cerca de mil
companhias, de nove países
da América Latina. No caso da
Milenia, o processo incluiu a
distribuição de 500 formulários
aos funcionários, que foram convidados a responder 60 questões,
de forma sigilosa, sobre a quali-
dade das relações de trabalho na
empresa. E uma visita da equipe
do instituto.
Segundo a assessoria de comunicação, 80% dos formulários
foram respondidos. A metodologia classificou as empresas
em cinco grandes dimensões:
imparcialidade, credibilidade,
respeito, orgulho e camaradagem.
Para a coordenadora de
Desenvolvimento de Recursos
Humanos da empresa, Luciana
Siqueira Fernandes, a grande
vantagem de estar no ranking
é “saber que os funcionários
deram um feedback altamente
favorável e para alguém de fora
da empresa”.
Das 300 concorrentes brasileiras, a Milenia ficou entre as 30 classificadas, ao lado de grandes como
Microsoft, Magazine Luiza, ABN
Amro Real e outras. No Paraná,
está ao lado apenas da Landis+Gyr,
de Curitiba, e da Pormade Portas,
de União da Vitória.
A decisão pela gestão participativa ocorreu em 2001, quando
a direção passou de familiar para
executiva. Passou-se a trabalhar
diretamente com os líderes de
setores, que buscam sugestões
dos colaboradores. São implantados planos de ação de curto,
médio e longo prazos e a empresa
vem registrando efeitos positivos
junto à equipe. Quando há uma
nova decisão, todos se reúnem
e a explicação é pessoal e não
por e-mail. “É importante ter o
feedback na hora, além de ser
uma forma de valorização do
colaborador”, diz Luciana.
No ano passado, houve o desafio de manter a produtividade,
frente ao cenário desolador que a
agricultura enfrentou. Criou-se
a meta de redução de despesas
de forma criativa e otimização do
tempo. “Desde os diretores até
os (funcionários) operacionais
adotaram a idéia, formaram-se
grupos e os resultados foram
duas vezes mais satisfatórios
do que o almejado”, relata Luciana.
Nesse período, foi preciso
realizar eventos com o próprio
pessoal da casa. “Deu tão certo
que a empresa criou um centro
de treinamento, com recursos
caseiros e não precisou mais
locar espaços. Até os brindes
passaram a ser adquiridos de
artesãos da comunidade, o que
refletiu em valorização deles,
além da redução de custos.”
Também há os momentos
de comemoração, caso da classificação no ranking latino.
Champanhe e bolo para que
todos compartilhem do sucesso
da empresa e uma mensagem
do presidente, está entre as
práticas da organização. “Faz
parte da nossa rotina dividir as
preocupações e vitórias com os
colaboradores, pois eles são a
força que vai manter ou solucionar cada situação.”
Também há um programa
de avaliação das metas propostas para reorientação dos
problemas reincidentes. Uma
das reivindicações dos funcio-
nários, especialmente a equipe
da linha de produção, era obter
conhecimento sobre Internet e
manuseio do computador. Criouse o espaço “Saber e Cia.”, onde
eles têm acesso à informação e
podem buscar o autodesenvolvimento, com o auxílio de outros
colaboradores.
O Programa Pais e Filhos
é ativado nas férias escolares
e permite que os pais levem
seus filhos para passar um dia
na empresa, com o objetivo de
aproximar o jovem da realidade
profissional dos pais. “Notamos
o aumento da satisfação e da
produtividade, com essa iniciativa simples, mas fundamental
para os funcionários”, relata
Luciana.
Também se investe em treinamento, na empresa. O Programa
de Educação Continuada (PEC)
busca a reciclagem das lideranças, para reforçar a comunicação
com os colaboradores. E o Balanço Anual Milenia (BAM) é a
reunião de final de ano em que
todos os funcionários expõem
as metas atingidas e planejam
as seguintes. “É um momento
no qual percebemos a participação com orgulho dos nossos
colaboradores.”
Sobre índice de rotatividade,
ela afirma que não chega a 1%,
“baixo para o segmento e para
a região”. Ela concorda que
ficar em destaque aumenta a
responsabilidade, mas diz que
esse é um desafio constante da
empresa. “Buscamos exemplos
no mercado, sobre como atrair
e reter pessoas, pois é o que a
faz crescer.” E complementa,
dizendo que as empresas devem
ficar atentas aos “modismos” de
gestão, que muitas vezes não são
adequados. “O segredo é aprofundar o relacionamento com
as lideranças, pois elas são as
multiplicadoras dos propósitos
da empresa.”
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
24
Convention de Londrina treina
Profissionais do Táxi com sucesso
profissionais do táxi participam de palestra
Durante dois dias, 150 profissionais do táxi de Londrina
participaram da palestra “Eu
Vou de Táxi”, organizada pelo
Londrina Convention & Visitors
Bureau (LCVB – Londrina/PR)
com o palestrante e também taxista gaúcho, José Antônio Cestari
Ávila. O evento foi um sucesso e
para a direção e equipe do LCVB
atingiu o objetivo. . “Estamos fazendo nosso papel que é fomentar
o turismo de eventos e negócios da
região”, coloca Nivaldo Benvenho,
presidente do LCVB.
A palestra foi realizada em duas
turmas, uma no dia primeiro e a
outra no dia 2 de setembro, no
auditório menor, João Alfredo de
Menezes, da Associação Comercial
e Industrial de Londrina (ACIL),
com o propósito de sensibilizar e
treinar os taxistas na melhoria do
atendimento ao turista ou visitante,
assumindo uma postura profissional e melhorando os ganhos da
profissão.
Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Londrina,
Adilson Aparecido Valero Moreira,
o município tem 355 automóveis
utilizados como táxis e cerca de 700
taxistas. “Esta parceria com o Convention foi muito proveitosa e outras
mais virão”, coloca Moreira.
Finalizando o evento, um churrasco de confraternização com os
participantes. A palestra “Eu Vou
de Táxi” fez parte do Programa de
Qualificação e Projeto de Treinamento da entidade e contou com o
apoio, do Sindicato dos Condutores
Autônomos de Táxis Rodoviários
de Londrina, dos hotéis filiados ao
LCVB, da Associação Comercial e
Industrial de Londrina (ACIL) e teve
o patrocínio da Marajó Bella Via
Automóveis - concessionária Fiat.
Projeto Paraná de Todos os Roteiros
mostrou Londrina e região em São Paulo e Minas
Painel Roteiros do Paraná
Entre os dias 1º e 4 de outubro, com
encontros de negócios agendados em
Maringá (2/10), Londrina (3/10) e Curitiba (4/10) será realizada a Ação 2 do
Projeto Paraná de Todos os Roteiros. Os
encontros possibilitarão a participação de
empresários da cadeia do turismo, bem
como de associados dos Conventions. O
Londrina Convention & Visitors Bureau
(LCVB), como entidade anfitriã, no dia 3,
recepcionará os empresários e viabilizará
com a organização do evento os contatos
em Londrina.
NOTAS
Seminário Aduaneiro
O 1º Seminário Logístico e Aduaneiro de Londrina será
realizado entre nos dias 25 e 26 de outubro no auditório
da Infraero, no Aeroporto de Londrina. O evento é uma
realização da IDEL (Codel- associada do convention) e
INFRAERO. O objetivo de divulgar os benefícios se facilidades
que o funcionamento do Terminal Alfandegado de
Carga Internacional da Infraero de Londrina oferecerá a
importadores e exportadores, com serviços semelhantes a
um “Porto Seco”.
Informações: Promidia (43) 3347.1705 e CODEL (43)
3379.2300
A primeira fase do Projeto - uma realização do SEBRAE, Governo do Paraná
e Federação dos Convention & Visitors
Bureaux do Paraná – ocorreu entre os dias
29 de agosto e 4 de setembro, com a participação da gestora executiva do LCVB, Milena
Holthausen. O projeto divulgou os destinos
paranaenses para um público focado na
cadeia turística em São Paulo, Ribeirão Preto
(SP) Uberlândia (MG) e São José do Rio Preto
(SP), em ações promocionais e comerciais,
no formato de “road-shows”.
O potencial de Londrina e região para
Ambiente construído é tema de
congresso em Londrina
Abertas as inscrições para o 1º Congresso Nacional do
Ambiente Construído, que será realizado de 25 a 28 de setembro
em Londrina, no Centro de Eventos do Catuaí Shopping
(associado do LCVB). Promovido pelo Sinduscon Norte do
Paraná e Universidade Estadual de Londrina, é dirigido a
profissionais e acadêmicos das áreas de engenharia, arquitetura,
planejamento urbano e mercado imobiliário.
As inscrições podem ser realizadas diretamente no site www.
sinduscon-nortepr.com.br . No site também está a programação
completa, com horário, temas e relação de palestrantes.
Informações também nas secretarias do Sinduscon Norte (43)
3327-6777.
o turismo de eventos (cultural) e negócios
e a infra-estrutura dos associados da
entidade foi apresentada em rodadas de
negócios, como visitante na Feira da Associação de Agências de Viagens de Ribeirão
Preto (AVIRRP), no contato com agentes de
viagens com interesses no agronegócio em
São José do Rio Preto (SP) e principalmente
troca de informações e experiências entre
as entidades para interesses comuns.
Empresários interessados em participar do evento em Londrina, contatar o
LCVB; (43) 33441700
2º Rural Tecnoshow Evento técnico
está com inscrições abertas
Já estão abertas as inscrições para a 2ª edição do Rural
Tecnoshow, evento técnico que será realizado pela Sociedade
Rural do Paraná (SRP – associada do convention) entre 1º e 7
de outubro no Parque de Exposições Governador Ney Braga,
em Londrina. A meta do encontro é atender as necessidades
de atualização e profissionalização dos integrantes da cadeia
do agronegócio, através do investimento em tecnologia e
conhecimento.
Para garantir a participação, o interessado deve acessar
o site do evento, através do banner do 2º Rural Tecnoshow
na página da Sociedade Rural: www.srp.com.br. As inscrições
também poderão ser feitas através do material impresso que
será distribuído pela entidade. Contatos: (43) 3378.2000.
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
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Paraná
MUNDO FASHION
Businesse Collection
é o novo espaço para moda
Evento realizado em Curitiba é vitrine para a produção de indústrias
de todo o Paraná. Quatro marcas de Londrina participaram
Helyzama Carvalho
Especial para a ACIL
A indústria de moda do Paraná tem um novo e bem-sucedido
evento e caminha para abocanhar
uma fatia maior do mercado brasileiro. Essa é uma das principais
conclusões tiradas das avaliações
feitas agora sobre os resultados
da primeira edição do Paraná
Business Collection, realizado
em Curitiba no final de julho. O
evento abriu uma nova janela no
mercado nacional para as empresas do Estado, mostrou que o
Paraná tem plenas condições de
sediar um grande evento fashion
e teve uma característica marcante: o cuidado com a questão
comercial.
Entre showroom e desfiles, o
evento contou com participação
de 30 marcas de todo o Estado,
sendo quatro de Londrina: Züe,
marca que investe em fibras naturais e tons neutros; Ruah, marca
de streetwear muito forte entre
o público jovem; Lua Morena,
que desfila “Vinho” e “Samba”
homenageando o Rio Grande do
Sul e as mulatas de Di Cavalcanti; e Ronaldo Silvestre, que
leva o amor da poesia de Carlos
Drummond de Andrade, “O Caso
do Vestido”.
Com o evento, a produção de
moda em Londrina terá visibilidade dentro do cenário fashion
do Paraná, já que o objetivo do
APL (Arranjo Produtivo Local)
da Confecção é estabelecer uma
identidade da moda londrinense,
com presença comercial mais
agressiva e fortalecida.
Para Joel Franzin Junior, consultor do Sebrae/PR e coordenador do APL do setor, o evento foi
um sucesso. Ele alcançou as expectativas tanto de compradores,
que puderam ver que a moda do
Paraná tem conceito e potencial
competitivo no mercado, quanto
dos expositores, que entraram
nas passarelas de um evento
que não deixa a desejar em organização a nenhum dos grandes
eventos de moda do País.
Desfile da Ruah:
público jovem
O Paraná Business Collection
tem tudo para se firmar como
um marco na união e apoio à
moda paranaense, uma vez que o
público brasileiro quer ver o que
existe além de São Paulo e Rio de
Janeiro. Com objetivos alcançados, é hora de colher os frutos
e para as próximas edições os
organizadores pretendem dobrar
não só o número de expositores,
como também pretendem realizar
duas edições por ano, uma para
a coleção outono/inverno e outra
para a primavera/verão.
Joel Franzim acrescenta que
o Paraná é o segundo maior produtor do País, com 150 milhões
de peças ao ano e um movimento
de R$ 4 bilhões. Por isso, diz ele,
um evento como este é de grande
importância para as empresas do
vestuário, que ganham oportunidade de mostrarem sua criatividade e capacidade de negócios
dentro de um evento que trabalha
para entrar no circuito de moda
nacional, dentro de no máximo
três anos.
Para Luciana Khouri, diretora
e estilista da Züe que participou
do desfile e da roda de negócios,
a visibilidade do evento foi exce-
Desfile da Lua Morena:
Rio Grande e mulatas
lente. “Tivemos uma mídia muito
positiva, e ainda fizemos contatos
com várias marcas e compradores
do Brasil e internacionais”, afirma
Luciana.
Para Elizeo Penco, administrador da área comercial da La
Playa/Lua Morena, o bairrismo
dentro do Paraná tem que acabar.
Quando as empresas se unem
para mostrar o que têm de bonito
e sua capacidade de atender ao
Desfile de Ronaldo Silvestre:
cooperativa de mulheres
mercado nacional, diz ele, elas
só têm a ganhar. Por isso investe
na idéia de que o evento deve
continuar, sem deixar de frisar
que com novos participantes
o Paraná Business Collection
deve se fortalecer para atrair
novos compradores.
O estilista Ronaldo Silvestre,
mineiro que escolheu Londrina
para viver, colocou nas passarelas do Paraná Business Col-
Desfile da Züe:
fibras naturais
lection um pouco do trabalho
que desenvolve na Cooperativa
de Lidianópolis (PR). Ronaldo
afirma que acredita no evento,
na sua evolução, e pretende
continuar fazendo parte do
projeto, que une as empresas
do Paraná. “Pude mostrar às
mulheres da cooperativa e a
todos esse trabalho social, que
desenvolve moda, gera renda,
além de auto-estima.”
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JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
JORNAL DA ACIL/Setembro 2007
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O/2007
BR
OUTUBRO/NOVEM
1, 3, 5, 10
e 11 de
Outubro
BOAS VENDAS “Curso Gratuito”
Horário: 18h30 às 22h30
Carga Horária: 24 horas
Investimento: Curso Gratuito
Vagas Limitadas
15 a 18 de
Outubro
COMO ATENDER BEM
Horário: 19 às 22 horas
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
DESENVOLVENDO EQUIPES E
OTIMIZANDO RESULTADOS
Horário: 19 às 22 horas
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
16 e 17 de
Novembro
05 a 08 de
Novembro
COMO COBRAR E RECEBER DÍVIDAS
Horário: 19 às 22 horas Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
05 a 08 de
Novembro
22 a 25 de
Outubro
COMO GERENCIAR COMPRAS
E CONTROLAR ESTOQUES
Horário: Dia 16 - 19 às 22h Dia 17 –
8:00 as 12:00 hs e das 13h ás 17h
Carga Horária: 11 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
DESENVOLVIMENTO GERENCIAL
Horário: 19 às 22 horas
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
19 a 22 de
Novembro
ADMINISTRAÇÃO
EFICAZ DO TEMPO
Horário: 19 às 22 horas
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
8 a 11 de
Outubro
ANÁLISE DE CRÉDITO
Horário: 19 às 22h
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
19 a 22 de
Novembro
QUALIDADE NO
ATENDIMENTO AOS CLIENTES
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 12 horas
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
22 a 25 de
Outubro
NEGOCIAÇÃO E FECHAMENTO
DAS VENDAS
Horário: 19 às 22 horas
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
29 de Outubro
a 01 de
Novembro
GERENCIANDO SEUS
RECURSOS HUMANOS
Horário: 19h às 22h
Carga Horária: 12 Horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
26 a 29 de
Novembro
DESENVOLVENDO COMPETÊNCIA EM VENDAS
Horário: 19h às 22h
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
26 a 29
R$ 80,00 para não-Associados
de
Novembro
CHEFIA E LIDERANÇA
Horário: 19h às 22h
Carga Horária: 12 horas
Investimento:
R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 80,00 para não-Associados
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