ercetea
Volume 1
Dezembro de 1999
ISSN 0874-5250
Associação Lusitana de Fitossociologia (ALFA)
Fédération lnternationale de Phytosociologie (FlP)
F lIJI.RI1J,," I 'fU.' 1111" "
,I
Quercetea. revi sta da As sociação Lu sitana dc Fitossociologia (ALFA). tem como obj c(.; (i vo dar a con hecer trabalh os origina is de investi gação no cam po da botânica ,
designada men te sobre vege tação e fl ora. A sua publicação é peri ódica, pelo menos bicnal.
Comissão Editorial: Mári o Fernande s L Oll S5 , Ma Dalila Esp írit o-Santo e Jorge Henriquc
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1399 Li sboa codex
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Tel. 21 360202 1
ISBN: 08745250
Der ós ito Legal: 135044/99
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Editado nos Serviços de Im agem do Institut o Poli técnico de Bragança
Pu bli cado e m Dezembro de 1999
4
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ Quercctea
Bordaduras de bosques de Querclls rotllndifolia Lam. no
Parque Natural de Montesinho
João Azevedo e Fernanda Caçador ':'
RESUMO: Ava li aram-se va ri ações da vegetação em bordad uras de bosqu es de azinheira no Parque Natural de Montesinho. Seleccionaram-se 10
manc has de az inha l maduro o nde foram esta bel ecidas 4 linhas de
amostragem de 25 m seg und o g radi e ntes inte ri or-ex te rior. Ao longo dessns
linhas foram es tabe lecidos pontos de am os tragem a distâncias regulares de
5 m, nos quais foram ava li ados: perce ntagem de coberto, den sidade e diâ·
metro à altura do peito de árvores adultas cle azinheira; perce ntagem de
coberto. densidade, c biomassa de plnntas arbustivas; riqueza específi ca e
diversidade de es pécies arbusti vas; e densidade e percentagem de cobcno
de regeneração natllral de azinheira. Calculou-se ainda o contraste florístico
c efectuou-se lima análise de "moving split -willdow" para as variáveis do
es trato arbusti vo Os resultados indicam a presença de uma zO l1a de transição gradual do interior para o exte ri or das manc has de ex te nsão consideravel.
delllro da qual se observa urn a zo na de alterações mais ace ntuadas nas
variáveis arbustivas que corresponde à diminui ção brusca do número de
ürvores e da percentagem de coberto de azinheira. Nessa ZOl1a verifica-se
um aumento da percentagem de cobe rto, dens idade, biomassa e diverisdade
do estrato arbustivo. Considerando es ta zo na como o li mite da s man c has
de azinhal os res ultados indicam que bordaduras destes bosques poderão
te r uma extensão ele 15 a 20 m. Manchas dI.! azinhal dev e rão ler uma dimensão de 30-40 m de forma a co nservare m condi ções de interior.
Palavras chave: azi nheira. QuercIIs IVIl/lldifolia. bo rdadura s, dime nsão
de manchas
ABSTRACT: Edges 01' Querell' rOlul/difo/ia Lam . \Voods at the
lVlontesinho Natural Park. Edge is lhe ou te r band of vege tali oll patches.
usuaJJ y fores l pmches. whcre biom<.lss, dive rsil y and abundancc are differenl
from lhe inte ri o r of patches duc to the spcc ific mi c roe nvi ronm en tal
co nditions existing. Structure, co mposilion nnd ex tension of edges ha ve
* Deparlamcnlo Florestal- Escola Supe rior Agniria de Bragança. ComplIs de Santa Apolónia. 5300 Brag,mça
Quercetea _ _ _ __ __ _ _ __ __ _ __ __ _ _ _ _ _ _ _ _ 163
implications in landscapc m a nagem c nl as wcl l as in biodi ve rsi ty
eonservati on. At the landscape leve i, eugcs act like ri lters 0 1' energy. mate riais
and so me species tlowing ac ross land sc~lpc s. Thcy ae t a lso as habitat and
eli spersal e le mcnts fo r Olhe I' spcc ies. At the lanelscape e le ment s leveI. edge
ex te nsio n a IllI co mpositio n aflcc tlhc s ize anel shape 0 1" patchcs to e stab li sh
or maintain. Adult wooels 01" ho lm-oak (C eI/is/o hys/rici.\·- Quercetl/l1l
/'OllmdUó/io(') are umon g the most threa te ned \\Iooels in lhe Montesinho
Natural Park. Woods dom inated by ho lm-oak occ upY abo llt 1080 ha ( IA
% ) af Ihi s Park. Olel \Vooel s are ve ry rare anel lhe ex isting ones ve ry smull in
size. Thc study 0 1" edgcs af ho lm-oak patc hcs is importa nt in terl1lS 01'
conservation 01' th ese formation s sincc ii cnn contribulc to the elcfinition 01'
sizc and shape 01' illle res t for \\Iooels rcsto ration anel cOllsc rvati on. according
to dilTerent conser vation strat cgies aI lhe Montesinho Natura l Park. Inlhi s
wo rk wc eva luated e han gcs in vegetati on a iong e dgc s 01' holm -oak palc hes
at lhe Mo ntesi nh o Natural Pa rk . Us ing ae rial pholograp hs and vegclation
canog raphy we sclected le n malu re woods prese ntin g ce ntral arcas with
cove r of 100 o/r; and 110t adj ace nt to agri c ulturc fields. We p laced 4 sampling
lincs of 25 m, in lhe Norlh. South, East and Wes t direclions af lhe edgcs of
lhe patche s. accarding to lhe insidc-olltside gradi e nt. The central po int of
these lines was placed whe rc trec cover was a botlt 70 % decreasing rapidl y
in th e olltside dircc tion. Alo ng lhese lines we placed sampling points aI
reg ular di stnn ccs 0 1' 5 111 . 111 cac h poinl wc eV <l lua tccl covel' pe rcc nl age,
den sity, anel diam e le r ai lhe brcast high of trees; cover, densit y, high , a nd
biomass 01" shrubs ; shru b ri c hncss and d ive rsity: a nel dcnsity anel co ve l' of
natural rege nerati o n 01' ho tm-oa k. \Ve uscel 10m intc rce ption lines placcd
perpcndicularly to Ihc 25 III \ines aI the sampling points for tree and shrub
cove r, lhe Bitterl ic h melh od for Irec dcnsity, and lhe " point-centered q uartel'
mClhod" for shrub densil y. Biolllass was evaluateel baseei upon alolllc tric
re lationships betwee n biovol uJll c (variable calcu latcd by nlll llipl y ing the
cover perce lllage by lhe planl le ngl h ) aml biomass for cacll ar lhe spccies
fOllnd. Wc c alctllated a lso n ori stic contrast anel a perfonned a moving splitwindow analysis based upon the sq uared Euclide ull distance Resulls indicate
thc presence of gradua l Iransilion zones from lhe inte ri or 10 lhe exterior
rcg io ns 01' ho lm-oak palc hes where indi vidual trees still c xist ill so me
cxtcnsioll. There is. ho wever, a region within Ihis cco tone wherc cove r,
ele nsity, bi omass. di vers it y 01" shrubs and natura l rcgc ne ration 01' holm-oa k
trees presem high cr rat es o f change. Cans idering thi s rcgion as the limits
of th e patc hes wc ca n considc r edgc effects occuring in an cx tcnsion 01' ar
le asl 15-20 J11 illelicaling Ihal ald holm -oa k \Vooels J11l1 SI be w ide r than 3040 Jl1 to prov ide inte rior co ndili ons.
Kcywol"ds : holm-oak. Quereils I'OfIllU/fj'o!iCi, edge, palc h sizc
164 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ __ _ __ _ _ _ Qucrrelca
1
Introdução
Considera-se bordadura a banda exte rna de uma mancha de veget ação. geral mente arbórea. adjacente a um tipo de vege tação OLl LI SO do so lo diferente (OD UM, 197 1:
FORMAN & GOD RON , 1986). Essa zo na ap rese nta condições mi c roambien tai s
(lum inosidade, inlensid<.Jde do vento, humidade e tempera tura) signifi cati vamente diferentes das prese nt es no interi or de uma mancha (FORMAN & GODRON, 1986). co nd ições essas a que estão geralmen te assoc iadas comun idades di sti ntas hem como lima
superi or biodiversidade (FORMAN & GODRON. 1%6: PE1TY & A VERY, 1990). À
diferente composição de espéc ies. densidade e diversidade nas bordaduras chama-se
efeito de bordadura (O DUM, 1971: FORMAN & GODRON, 1986) .
Bordaduras podem ser também consi derada s ecótonos. genericamente definidos
como <.íreas de transição entre sistemas ecológicos adjacentes (RISS ER, 1995). à escala
part icular clas manchas da paisagem (GOSZ, 1993). A es te nível bo rdaduras cons tituem
zonas de interacção entre elementos paisagísticos com taxas de alteração temporal ou
espac ial da est rutura e funcionamento ecológico superi ores üs da paisagem no seu tod o
(HANSEN el aI.. 1992).
O conhecimento das bordaduras justi fica-se sobretu do pelas implicações que a
sua estru tura, composição e ex tensão têm na gestão da pai sagem e das suas unidades
constituintes e na conservação da biodi versidade. Ao níve l da pai sagem as bordaduras
funci onam como filtros para energia. materiais e algumas espécies t-luindo ao longo de
um territó rio (HA NSEN el ai., 1992) e eo mo habitat e meio de dispersão para outras
es pécies (GUSTAFSON & CROW, 1994; FRY & SA RLÓV-HER Ll N, 1997). Ao níve l
dos elementos da paisagem, a extensão e compos ição das bordaduras determin a a dimensão e a fo rma elas manchas a es tabelecer ou conservar (FORM AN & GODRON.
1986; FRANKEL el ai. , 1995). Manchas de pequena dim ensão ou manchas alongacJas
(corredores) tendem a ser constituídas prepondera ntemente por bo rdadura, enquanto
manchas de dimensão superior ou não alongada s possuem uma grande proporção de
co ndi ções de inte rior (FORMAN & GODRON , 1986: MORR ISON el ai.. 1992 ).
A extensão de bordaduras depende. no entanto, das vari áveis em con sideração e
do sistema em análise (W ILLl AMS-L1 NERA, 1990; CHEN el ai., 1992\. Na India, baseados na composição f1 0rísti ca e em cm variáveis pedológicas JOSE el aI. ( 1996) obser·
varam bordaduras de 15 a 30m numa fl oresta tropical de alt itude. Numa tloresta tropical
húmida do Pan amá foram observadas bordaduras numa ex tensão de 15 a '20m conside-
ra ndo var i,íveis den d ro métrieas e mieroelimáticas (W rLLl AMS- L1 NE RA. 1990). Nos
EUA. em fl ore stas de folhosas caducifól ias nos estados da Pensilvunia c do Delaware.
MATLACK ( 1994) observou efeitos de bordadura numa exte nsão até 40m e m termos de
distribui ção de espécies vegetais. Em povoamentos de pSCudols uga no estado de Wa·
shington fo ram observadas bordaduras variand o ele 16 a 137 m com ba se em vari áveis
k ndrométri cas e em regene ração natural (CHEN el ai., 1992) .
Os bosques maduros de azinheira (Gel/ isto hystricis· Qu ercetllll/ rutll lldUó lia e) são
das fo rmações arbóreas da área do Parque Natural el e M ontesinho (PN M ) que mai s
ameaçacJas se enco ntram. A azinheira oc up a I 080ha da área do PNM (co rres pondente a
Quereetea _ _ _ _ __ _ __ _ _ _ __ _ _ __ __ _ _ __ _ _ 165
1,4'7<- da área total da área protegicla) (FERNANDES , 1992), sendo embora as áreas de
azinhal maduro ex tremamente raras e de dimensiio muito reduzida. O estudo das car.1cterísticas das bordaduras de ,uinhai s lorna-se fund amental. no âmbi to da conservação
destas formações. ao permitir servir de indicador à definição de dimensões e formas
mais adequadas a objecti vos paniculares de co nservação o u recuperação de azinha is
degradados c à instalação de no vos azinhais. Com este trabalho pretendemos definir Lima
ex te nsão média de bo rd aduras de azinhal qu e possa ser utili zada como critério para n
de fini ção de dimensões de manchas. bem como caracteri za r essas bordaduras na reg ião
Leste do Parque Natu ral cle Montesinho.
Material e métodos
Foram seleccionadas ao longo do Rio de Onor e Rio
MiJ~ãs (ZOlliJ
Leste do PNM ,
No rdes te de Portuga l), co m rec urso a fot og rafi a aérea (cobertura panc romáti c a da FA P
de 1986) e eartogralia às escalas de I :50.000 (FERNANDES. 1992) e I :25.000 (AGUIAR
el ai .. 1995), 10 bosqu es e xtrem es e adultos de azinhei ra, apresentando uma po rção ce ntrai com um c obe rt o da o rd e m dos I004i e não adjace nt es a á reas agrícolas. Os bosques
confinam com áreas de maIos muito heterogéneas entre si, dominadas na generalidade
dos casos por estcva. C iS lflS ladr/l/{fer, e urze. Erica {lustra/is.
Em cada bosque roram estabelecidas 4 linhas de amostragem de 25m, coi ncidentes com os seus limi tes ti No rte, Sul, Este e Oeste. re lativamente ii zona central das
\\.
E
s
3
"
Fig ura I - Estabelec iJ11 l: l1t o de linhas e pontos de amostragem .
166 _ _
_
._ ________ ___ ___ _ _ _______ Quercctea
manchas (Fig ura I). Os limites do s bosques foram de finidos como as zonas a panir das
quai s a pe rcentagem de coberto ev idenciava um decréscimo acentuado, baixando de
aproximadamente 70% . Ao longo das linhas de amostragem foram dispostos 6 pont os de
amostragem a distancias reg ul ares de 5111 (Fig ura 1). Nos li mites das manchas localizaram -se os pontos centrai s das li nhas (pontos 3 e 4 ). a partir dos quai s foram locali zados
os restantes (Figura I). A recolha de dados d ecorreu em Junho c Jul ho de 1996.
Quantificaram-se uma série de variáv eis estruturais dos bosques ao nível dos componentes arbóreo e arbustivo.
A percentagem de co bert o foi ob tida, tan to pa ra árvores como pa ra plantas
arbustivas, pela utili zação de li nhas de intercepção (CAN FIELD. 1941) com o comprimento de 10 m, dispostas pe rpendicularmente à linha ele amostragem .
Na determinação da densidad e dos arbustos e da regeneração natural de azinheira
uti li zou-se o método "point-centered quarter method" (PIEPER . 1978). no qua l se medem as d istâncias do ponto de amostragem ao indi víd uo mais próx imo de determi nada
espécie em4 quadrantes. A densidade por unidade de úrea é dada pe lo in verso do quadrado da distância méd ia. A dens idade foi determin ada apenas para as espéc ies interceptadas nas linh as utili zadas para a ava liaçflo do coberto. Quando lima espécie não se enco ntrava presente em determinado quadrante foi -lhe atribuída uma di stânc ia de 5 m. Para as
árvores a densidade e o d iâ metro fo ram calculados a part ir do método de amostrage m
proporcional a uma dimensão com base na prova da numeração angu lar, descrito por
MARQUES ( 1995).
A altura das plantas arbusti vas foi ob tida pela medição da dim ensão máxima dos
indi víduos das espécies observad:Js 1l:J aplicação dos métodos anteriores.
A biomassa dos arbustos foi estimada por métodos indirec tos baseados em re lações alométricas entre a biomassa e o biovol ume (va riúvel obtida pela mu ltiplicação da
perce nt agem de coberto pela a lt ura méd ia para c ada espécie ), co mpilados por
RODRIG UES ( 1995) e FERNANDES (comunicação pessoal, UTAD, 1996).
Pa ra as árvores mediu-se ainda o diâmetro ü altura do peito (dap). Co nsiderou-se
como regene ração natural de azinheira todas as plantas com Illenos de 7c m de dap.
Com base nas variáveis assim quantificadas dete rminou-se para cada po nto de
amostrage m a perce ntage m de coberto, por espécie e por estrato, a densidade, por espéc ie e por estrato, a altu ra por espéc ie para o es tra to arbusti vo, a biomassa por es péc ie e
total do estrato arbusti vo e a rique za específica de plantas arbusti vas.
A diversidade foi calculada pela aplicação dos Índices de Di ve rsidade de S han non
(H) e ele Simpso n (S I). de acorelo com McGAR IGAL & MARK S ( 1995 ):
H=-ÂIP) ln(p)
SI= I- Âp,'
em que Pi é a proporção (co berto) de cada espécie em cada palHa ele amos lragem. ESles
índices são medidas não apenas ele diversidade mas também da proporcionalidade das
espécies presentes. Ambos resultam em zero quand o uma únic a espécie apresent a um
coberto de 100%. Va lores e levados co rres pondem tanto a um elevado número de espéciQuerectca _ _ _ _ __ _ __ _ __ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ __
167
es prese nt es C01110 a uma di stribui çao eq uitati va d~ proporção dessas espéc ies. O Índice
de Shannon produ ziu indetenninações do tipo In(O) quando não se e ncon traram espéc ies
nrbusti vas nos pon tos de amostragem. Nesses casos optam os por atribui r o valor ze ro ~I
va riável.
Utili zo u-se ainda O con traste rJorístic o (FCab), medida que compa ra du as úreas
adj acentes (A e B) em termos de comp osição Ilorística CO I11 base no número de espécies
c m cada lima delas (5 \ e Sn) e no número cle espéc ies comu ns üs du as áreas (S ,\l\)
(MAA REL, 1976):
FCab=(5" -5"" )+(So-S",,)=S,, +S ,,-2S ,,,
O utra med ida de co ntraste rl orístico (PFCab) descrita po r MAAREL ( 1976) obtcm-se d ivid indo FCab pela so ma do núme ro de espéc ies em cad a ürea subtraída pe lo
número de espéc ies comuns:
Va lores elevados de FCab o u de PFCab são observados quand o o número de es pécies comuns a ürcas adjace nte é baixo. servindo desla forma de indicador cio contraste
entre elns e m term os de composição.
A detecção e anü li se do s ecóronos fo i efec tu ad a pela observação das curvas dos
valores médi os ele cada variável e m rUll ÇJo elo gradi ente interi or-ex teri o r conside rado.
Estes va lores méd ios foram es tabelecidos com base c m 36 linhas de amoslragem, uma
vez que op tam os por e liminar 4 elas 40 linhas es tudadas por não cumprire m os requi si tos
que haviamos es tipulado ini cialme nt e relati va ment e à dime nsão das árvores e à perce ntagem de co berto arbóreo das manchas. No cü lculo da densidade e do co berto da rege neração de azinhei ra e li minou-se mai s um a linh a. devido ao fac to ue ne la se terem registado va lores 30 vezes superi ores aos obse rvados [las res tant cs.
Co mplemcnta rme nte utili zo u-se uma anál ise de " mo ving split-window" para as
var i::íveis do es trato arbustivo. Es ta aná lise utili zH uma j anel a dividid a em duas metades
qu e se faz coi ncid ir com dados locali zados a d istfmcias regulares ao lo ngo de transeclOs
e se raz mover ao longo desses transectos (JOH NSTON f i ai,. 1992), Ap li co u-se o Quadrado da
Disuíncia Eucl idea na (SED), a expressão mais vul garmente utili zada nesta aná lise, para calcu la r as di ss imil aridades entre as d uas metades (A e B) da janela:
em q ue. II é o ponto ce ntra l entre duas me tades da j anc ln ou estução. \\I é o compril11ent o da j anela e {( é o número de v a ri ~í ve i s em cada pon to de amost ragem.
Uma vez qu e cada lin ha de amostrage m co mp ree nde ape nas 6 po ntos de
amos trage m es ta anülise foi fei ta utilizando lima jane la com UIll compriment o de duas
uni da des de amostra ge m dando o rigem a res ullados para 5 es tações.
163 _ _ _ _ _ __ __ ___________________ Qucrcctca
Resultados
Como esperado, cobert o e densidade de azinhe ir:) decrescem do interior para o
ex te rior das manc has (Fig ura 2). A de nsidade (F igura 2a) é apro ximada men te constante
dentro c rora das l11 ilIlcha s apresentando um acentuado decréscimo ao longo dos 10m
que separam os pontos 3 e 5. O dar é pra ti ca mente ConSI<lIllC ao longo do gradiente,
aprese nta ndo UIll decrésc imo de 20 para IS.Sem no po nto de amostragem mais ex te rn o
(Fig ura 2a). O cobe rto arbó reo dec resce gradualmente de 100 para aproximadame nte
50%, ao longo do grad iente amostrado (Fig ura 2h).
o
23·1~
o
6{
pontos de amost r ólgem
7
3
4
567
p o ntos de a m Qs tr ;lgem
--e- densi c1ad@
---+-dap
Figura 2 - De nsidade, dap (a) c cobcno (b) de azinhe ira ao longo do gradiente de amostrage m.
Result ados c m va lores méd ios ± SE.
Ao níve l da vegetação arbustiva, co nsiderand o todas as espéc ies presentes, observo u-se um aumento grad ual do coberto, mai s pronunciado a partir do ponto 2 com um
müxim o de 3 1% no ponto 5 (Figura 3a): um aum e nt o brusco da densidade a partir do
po nlo 2 mé mingir um valor de 12.650 planlas/h" no ponl o 3. e um máximo de 14.290
plantas/ha no ponto mais exte ri or (Figura 3a); e um aumen to g radual da biomassa a
panir do ponlO 2. apresentando Ulll máximo de 1.7 lon.lha no po nl o 5 (Figura 3b) a pa n ir
do qual dec resce.
:~ggt"[t----t
~,--+---'i-~
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pontos de amostr agem
po nto s de amostr agem
- " -densldade
-+-dap
F igura 3 - Densidade, perce ntagem de cobert o (<.I ) e bio lllassa (b) de arbusti vas ao lon go do
gradi ent e de amos trage m. Re sultados em valo res Illêd ios ± SE.
Quercetea ________________________________________________________ 169
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po ntos de a m o s trag e m
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p on t os d e a m OS H agem
•
7
Figura 4 - Coberto (a) e densidade (b) da rege neração nalural de azinhe ira ao lon go do
grad icl1I c de amostrage m. Result ados e m va lo re s ll1 ~d i o s ± SE.
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(I;J
}J
2, 5
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pont os de amo str a g e m
•
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0, 96
0, 9 4
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po nto s de amostr agem
"
•
7
Figura 5 - Riqueza específica (a) e di versidade de acordo com os Índices de Diversidade de
Shannon (b) e de Simpson (c) de plant i.!s arbustiv as ao lo ngo do gradiente de amoslragem.
Res ult ados e m va lores méd ios ± SE.
170 _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ __ _ __ _
Qucrcctca
A regeneração natura l de azin he ira, expressa e m pla ntas por hectare, aprese nta
um máximo no ponto 3 ~21.400 plantas/ ha) e, expressa em perce ntagem de coberto.
ap rese nta um dec résc imo gradua l ao longo do gradie nte considerado (12% no ponto I :
3% no ponto 6) (F igura 4).
A riqu eza específica é reduzida em toda a extensão da s linhas de amostragem. Na
tota lidade d as li nhas observaram-se dez taxa: Cisflts fadal/Uer. Er;ca aI/slrafis. V /ex
mil/or, Lal'lllldula .\'toeclws subsp. salllfJai{ffw , Cra/oegus 1II01l 0gWW, Raso sp .. RUSC lfS
aculeallls, Lon;c;era peryclimelllll1l subsp. hispallic;a, D aplllle gl/idilllll e CilisllS scopariu.\',
O máximo I1limc ro de IOxa obse rvado por ponto de amostragem foi quatro e o mínimo
zero. A riqu eza específica upresent.a um aum e nto grad ual até ao máximo de 1,8 f{/XO nos
pontos 4 e 5 (Fig ura 5a) a partir do s quais se ve rifi ca um decrésc imo .
A diversidade ex pressa pelo Índice de Shannon apresc ma uma curva semelh ante
ii da riqu eza específi ca (Figura 5b). O Índide de Simpson apresenta um decrésc imo do
interior para O exte ri o r das manc has (Figura Sc), A va riab ilidude dos res uhados dos
índices é co nsiderável sob retudo no caso do Índice de Simpso n,
O co ntraste tlorístico FCab é relat iva mente redu z ido naS regiões mai s internas
amos trada s, se ndo mais elevado e aproximadamente cons tante a partir dos pontos 2-3.
PFCab decresce do inte rior para o ex te rior das manchas.
Os re su ltados da " movin g split- w indow", com base no quadrado da distância
euclideana SED, indi cumum aum en to das dissimilaridades ent re pontos de amostragem
ao longo do grad ie nt e amostrado (Figura 7). A magn itude das variáve is uti lizadas tem
uma fo rte innu ê nc ia nos resultados obtidos. Quando a den sidade é co nsiderada (Fig ura
7a, c e d) a curva re sultante é prati camente a mesma, co m O máx imo de dissimi laridade
no pomo mais externo. embora um máx imo relati vo seja obtido na estação e ntre os
pontos 3 e 4. Quando a densidade é excl uída observa-se um máximo no ponto 5. Em
qua lquer dos casos existe uma consider<ivel var iabilidade no s dado s que é mai s marcada
quando se utiliza a densidade de arbustivas.
b
a
Z,5
2
!
.c 1,5
a
!
0,8
!
!
.c 0,6
a
I
u- 0.4
o-
~
0,5
0.2
o
O.
o
2
pOllto~
3
6
o
2
3
4
5
fi
pontos de atnostrage m
de llmostr agem
Figura 6 - Contraste Ilorístico FCab
Resuhados em valores médios ± SE.
7
CU)
e PFCab (b) ao longo do gradi en te de amostragem,
Quereetea _ _ _ _ _ __ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ 17
'
a
b
1,2[+0
600
soo
I. OE+O
Q
~
'"
Q
6 , 0[+0
~
'"
4.0E+0
2, OE \ 0
~
·10 0
300
200
100
o
0. OE 10
o
2
J
4
5
6
o
7
?
3
5
4
fi
7
ponto!l de amo !l trag c m
pontos de II rfl os tr agl!m
d
C
1.2 E+O
1. 2E+O
1 . 0[··0
\ , OEIO
6, OE... 0
Q
Q
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tl , 0[+08
'"
-I ,OE 10
6.0[... 0
·I.OE .. O
2, 01:./0
2. 0[ .. 0
O, OE+O
0, 0[... 0
O
2
3
4
pOli to!> de a mos tl agem
6
O
2
3
·1
5
6
pO lll OS d e a/llOS l 1 agem
Figura 7 - RL:s ultad us da apli cação da '"mo ving s plil -w indow" às v'lriávei s re lati vas ;j plantas
arbusti vas: (a) SED conside rando biol11<lssu. coberto e densid ade de arbu sti vas; (b) SED
considerando biomassa c co berto (c) SEI) considerando coberto c de nsidade: (d) SED
co nsiderando biollwssa e de nsidade. Resultados em valores médi os ± SE.
Discussão
As bordaduras de bosques de azinheira na área de eSludo são considerave lmente
d iferentes das trans ições bru scas e de limites perfeitamente definidos entre fl orestas e
pastagens. áreas agrícol:J.s o u {ireas subm etidas a corte raso, hnbi tunlmente desc ritas na
bibliografia. A tran sição entre o azinhal maduro e as áreas de matos é gradual c árvores
de azi nhe ira cont inuam a ex istir mes mo no ex teri o r das manchas. embora comul11a densidade e coberto red uzid os. Observaram -se contudo, com port[unenlos para as va ri áve is
estudadas que se podem considerar típi cos. de bo rdadu ras: a bi omassa. li den sidade e a
perce ntage m de coberto de arbustivas c a de ns idade de regeneração natura l de azinhe ira
aum entam bruscamente na zo na interméd ia estudada e a riqueza es pecífi ca e a diversidade (H) atingem um valor m<.Í ximo nos po ntos 4 c 5. Não se obse rvou, no en tanto, lIllla
composição de espécies nrbusti vns distinta das comunidades adjacentes .
Estas alterações parecem se r captadas pelo coIllraste norístico (FCab), que indi ca
li prese nça de lima zona de transição a part ir da estação situada e ntre os pontos 2 e 3 na
se ntido do eXlerior das manchas. e pela anál ise de "movi ng sp lit-window" que detec ta
lima zona de alteração entre os pon tos 3 e 4 . no que di z respeito às vari :.íveis arbu sti vas.
Os resultad os da an á lise de "moving split-window" indicam também uma zona de mai or
alteração entre o s pon to de amostragem mais exteriores. O co ntraste norístico PFCab
não produ z resuh:.ldos tão ev ident es uma vez que as va riações ao lo ngo do gradi ente
estudado são pouco acentuadas.
172 _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ __ _ __ __ Quercctca
As a lterações nas var iá ve is est ud adas são vis íve is a pa rtir do ponto I que
correspo nd e às cOlldiçõl:s de mai o r int erioridad e amostradas, se nd o. no entanto, mais
not órias à medida que os pontos ele amost ragem se aproximam do exterior.
Com base no nosso co nh eci ment o relati va men te à dinâmica espacial de manchas
dc azin hal nesta região e com base nos resultados deste traba lho. pode mos co locar a
hipótese de q ue estas zo nas de tran sição grad ual e de ex tensão co nsiderável são o resultado da 3cção de fogos sistemáticos nes ta área. Podemos igualme nt e colocar a hip ótese
de que estes fogos decrescem em intensidade à medida que se aproximam de condições
de interior.
Têm sido observadas dive rsas si tu ações no Parque Natural de Mon tesinho em que
os azin hais são as únicas est rutu ras vegetais não co nsumidas por fogos de grande intensidadc (incê ndi os na Serra de Montcsinho em 1996 e no Vale do Rio Mente em 1997.
nomeadamente'!. A ac tu al presença de bosques maduros de azinheira em regiões cam
uma elevad a ocorrênc ia de fogos. mui tos de les de elevada inte nsidade. suge rc igualme nte a existê ncia de meca ni smos de res istê ncia a este ti po de pert urbação. Esta resistêllc.ia
podení dever-se à acen tuada redução da biomasa arbustiva no sentido do interio r das
manchas, tal como se observou neste es tud o, o qu e poderú condu zir à red ução da intensidade do fogo ou à sua exti nção no interior des tes bosq ues. Por outro lado, a forma
in st ant n n e~l como a combustão das copas se processa. não pe rmi te a pro pagação do fogo
ao inte ri o r das manc has a este níve l (Manu el Rainha. PNM, comuni cação pessoal).
Se estas hipóteses se verifi ca rem, as manchas de azinheira têm sofrido lima redução em
dim ensão pela acção do fogo . movendo as bordaduras no sentido cio seu int eri or perma neccndo no en tanto. alguns ind ivíduos ad ult os ··sobreviventes" no seu exterior. Estes
indi vídu os pode rão se r aq ueles que o bservamos no ex te rio r das actuais manchas.
De notar que enq uanto a dens idade de az inheira é red uzida no exte ri o r. o d iâ metro méd io
permanece praticamente inalte rado excepto no ponto de amostragem mai s ex terno .
Para além da pn..:scnça des tes ec6 to nos relati va mente longos ex iste uma zona de
extensão mais limitada e ii qua l correspondem as alterações mais acentuadas das variáveis es tru turais qu anti fi cadas ta nto ao níve l arbó reo como arbu sti vo. Es ta região qu e
corresponde se nsivel mente aos po nt os 3 c 4 das li nhas de amostrage m pode ser con s ide~
rada corno o limite das manchas.
A metodolo g ia utili zada neste trab alho. COI11 base em transectos di spos tos no lo ngo de um g radiente. é n geralmente usada na detecção e andli se de ecóto nos (JOI-INSTON.
1992). Os resultados obti dos ind icam que a d imensão das lin has utili zadas não é sufi ciente para descrever comple tam ente o ecó to llo inter io r-ex terior das manchas. No entanto.
de ve ser ret"erida a diCiculdade em estabelecer lima distância méd ia para as li nhas de
am ostragem LIma vez que cada mancha con fin a C0111 um conju nto específi co de co ndi ções dando ori ge m a gra nde vari abi lidade nos pontos mais externos. co mo se pode verifi car pelo erro padrão da generalidade das variáveis nesta porção da linha de amostrage m.
Re lati vament e ii po rção inte rn a das manc has. upesar da escolha da d ime nsão das
li nhns de amostragem te r sido rcit3 com base em observações prév ias, pensamos não
poder apresen tar dados suficicllIes para a definição de lima ex tensão de bordaduras. Mesmo
verifi cando-se nos pontos mais internos va lores absoltHos c taxas de alte ração reduzidas
para as var iüvcis estudades. são necess.írios pontos de amostragem ad ic iona is locali za-
Quercetca _ _ __ _ _ __ _ _ __ __ _ _ _ __ _ __ _ __ _ _ _
173
dos em regiões mais internas das manchas para quantificar es ta medid a de forma mais
co nc lusiva. Provisori a me nte poderá se r 3doptada uma ex tensão de 15 a 20111 até q ue
novos dados sejam recolhidos. Desta forma , ao estabelece rem- se ou recupe raram-se
povoamentos des ta espécie. o que tem s ido feito com alguma regu laridade pelo co rpo
técnico do PNM. co m O objectivo da conse rvação de co ndi ções de inte rior de azinhai s
maduros, pode considerar-se uma dimensão mínima igual a duas vezes a ex tensão da
bordadura. ou seja. L1m diâm etro de 30-40m , 110 caso de povoa me ntos de forma aprox imadamente circular, OLl 30-40m de largura, no caso de povoa mcl1Ios de forma alongada.
Os métodos ut ili zados para a de tecção de ecó tonos. parece m fornece r ind icilções
importantes sobre as va ri áve is qu e consideram. Hü, no e ntant o, alguns aspectos que nos
me rece m a lg ul11;]s conside rações. O COlllraste n orístico parece não ser Illuito efecti vo em
co ndi ções de riqu eza es pecífica redu zida. FCab res ulta e m ze ro lanto quando as úreas
cont íg u:.ls A e B tê m o mesmo número de es pécies como quando ni"io se obse rv am quai squer espéc ies nessas áreas. Apesa r de não parecer le r sido lima limitação neste estudu. a
sua utilização em sistemas de reduzida dive rs idade pode ser limitada. PFCab aprese nto u
po ucas vari ações ao longo do gradiente cons iderado o q ue poderá tamb é m ser atribuido
Ü bai xa riqu eza do sistcma.
O quadrado da distância e uclidea na utilizado na "moving split-window" parece
se r muito se nsív el à magnitud e das variáveis utili zadas. A de nsidade de a rbustivas intluc nciou os va lores de SED quando considerada no se u cúlcul o. Apesar de ser recome ndado o cálcul o de SED co m todas as variáveis amostradas (JOH NSTON, 1992) são nccess<Írias algumas co rrecções atra vés da limitação das varii.Í ve is que podem ser utilizadas ou
atrav és de processos de normalização.
C onclusões
As bordaduras de azin hai s na região Este do Parque Natu!';]l de Montes inho são
tran s ições re lati va mente ex te nsas e g raduai s e ntre cond ições de interi or e ex te ri or dos
bosques em que nrvores isoladas co ntinuam a exi stir. Foram de tect adas zo nas do ecótono
e m que as ;]!terações d;] percentagem de cobe rto. de nsidade e biomassa de arbustivas é
ace ntu ada e qu e podem se r co nsiderad as limites dos bosq ues. Verificou-se uma tendênc ia para a di vers idade de laxa arbusti vos ser supe ri or nes tas regiões.
Embora os resultados dest e trabalho não sejam co ncl usivos parece m verificar-se,
para as variáveis co nsideradas. alte rações até pelo menos 12,5 m na direcção do inte rior
das manchas. Suge rim os que provi soriamente lima dist â ncia de 15 -20 Jl1 seja considerada na definição de bordadums de manc has de az inhe ira nesta região. pelo q ue a manutenção de condições de interi or de stes bosques implica que povoame ntos a in stalar ou a
prese rvar te nham pelo men os um a dime nsão de 30-40 m.
Agradecimentos
Ao Parque Natural de Montesinho c ii Escola Superior Agrária de Bragan ça pe lo
apo io logístico: aos Eng. "~ Ana Paula Rodri gues e Manuel Rainha (PNM ) pelo interesse
e apoio dado, fundam e ntai s à co nc reli l..açãO des te rrab".i lho: aos Eng.'" Ana Carv~l lh o e
Carl os Aguia r (ESA B l pela sugestão de divul gar es te trabalho: ao Eng" Paulo Fernandes
174 _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ Qucrcctca
(UTAOl por todos os esclarecimentos e pela cedência ele bibliografia; ao Sr. Jos é Vara
(ESAB) pela ajuda imprescinelível durante a recolha de dados; ao Dr. David Cairns (Texas
A& M University) pela leitura do manuscrito e sugestões.
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176 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _
Quercetca
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Volume 1 Dezembro de 1999 ISSN 0874