A INTERFERÊNCIA DOS HETEROSSEMÂNTICOS NA
APRENDIZAGEM DO ESPANHOL POR FALANTES NATIVOS DE
PORTUGUÊS
Ma Teresita campos Avella - UTP
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Ao longo do trabalho docente com aprendizes de Espanhol como Língua Estrangeira
observou-se que estes nem sempre percebem determinadas diferenças entre a língua
alvo e a língua materna em situações normais de comunicações. Talvez isso se deva ao
fato de o espanhol e o português serem línguas muito próximas, ou seja, muito
parecidas, o que leva ao aluno a formar uma interlíngua com traços fonológicos/
morfossintáticos da língua materna conduzindo o processo de aquisição a uma
fossilização dos erros produzidos. Em primer lugar enmarcamos todo el proceso del
análisis lingüístico en cinco niveles: fonémico, morfémico, lexémico, sintáctico y
textual. ¿Por qué todos estos niveles? La lengua es interpretación primaria y originaria
de su referente, de lo extralingüístico: las palabras «no nombran (de una manera
inmediata) 'cosas', sino intuiciones, intuitivamente concebidas. Esas intuiciones
humanas de las cosas quedan representadas en la lengua. En la lengua se constata lo que
el hombre piensa de las cosas, cómo las concibe. Y como representar es categorizar, se
puede afirmar que la lengua es, en su conjunto, la macrocategoría, la categoría matriz.
Decir que la lengua representa el mundo equivale a decir que lo figura, que lo
categoriza. La lengua, pues, representa, categoriza el mundo; esta categorización global
de lo extralingüístico se fracciona en cinco tipos de categorías. Esos cinco tipos de
categorías de la lengua fundamentan la existencia, en la Lingüística, de otros tantos
niveles y tipos de categorías gramaticales. Dai a importância em estudar a língua
espanhola em função da língua materna, de que falamos, neste caso o português. Nossa
pesquisa: um estudo desde ponto de vista comparativo com relação à língua portuguesa
e espanhola. Neste nível, acrescentam-se os elementos de reflexão, investigação, estudo
e prática avançada das diferentes estruturas da língua espanhola num contexto
comparativo e enfocando especialmente as mais problemáticas para os falantes do
português brasileiro. Aplicaram-se, aqui, os mesmos conceitos comunicativos que
regem todas as classes de língua estrangeira. Partimos da premissa que uma das poucas
ocasiões na qual o ensino de gramática pode resultar na aquisição da língua-alvo (e na
proficiência ou competência comunicativa nesta) é quando os alunos estão interessados
e ativamente engajados no tópico da discussão e a língua-alvo é usada como meio de
instrução. Isso ocorre quando tanto o professor como os alunos acreditam que o estudo
de gramática é importante para a aquisição da segunda língua e o professor é capaz de
apresentar explicações na língua-alvo que os alunos podem compreender sem
problemas. Almejaremos, portanto, propiciar na sala de aula de língua espanhola um
ambiente pedagógico que venha a atender e realizar essas expectativas. Embora tenham
um conteúdo formal definido de acordo com linhas tradicionais, as aulas desta
disciplina nos diferentes semestres farão uso, sempre que possível, de um arcabouço,
dinâmica e estratégias comunicativas, tais como aquelas definidas pela área de
espanhol. O nosso objetivo é fomentar, num ambiente comunicativo, uma interação
entre professor e alunos que seja propícia para a aquisição da língua-alvo. Quando isso
acontece, os alunos se beneficiam duplamente de uma situação ao mesmo tempo
auspiciosa e profícua: primeiro, eles têm a oportunidade de usar a língua estrangeira em
um contexto comunicativo bastante real, no qual as pessoas envolvidas se comunicam
de maneira significativa sobre um tópico de relevância para todos, usando a língua-alvo;
e segundo, eles têm a oportunidade de adquirir conhecimento importante sobre a
estrutura formal da língua objeto de estudo, já que a sua atenção consciente está voltada
para a temática da discussão. Para tanto, busca-se, por meio da Análise Contrastiva
fazer ênfases nos erros mais freqüentes em nossos alunos: os heteros - semânticos
presentes no português e no espanhol. Primeiro se fez uma seleção deles e depois de
selecionados, se classificou os heteros-semânticos mais recorrentes nas amostras
investigadas, por ordem de grau de interferência. Ademais desse objetivo, têm-se duas
questões que orientam esta investigação: em que medida os heteros-semânticos suscitam
erros semânticos que impedem ou emudecem a aprendizagem do espanhol como LE por
falantes nativos de português brasileiro? Para alcançar esse objetivo e buscar respostas
às questões norteadoras desta pesquisa, foi realizada uma revisão da literatura pertinente
acercada proximidade lingüística entre o português e o espanhol, bem como sobre a
Análise Contrastiva (AC) e a Análise de Erros (AE), ressaltando a importância que
esses modelos trouxeram para o estudo de uma LE. Os instrumentos de investigação
empregados na coleta de dados foram: 1) questionário preliminar; 2) versão de texto; 3)
tradução de texto; 4)tradução de frases; 5) tradução de palavras; 6) entrevista; 7)
apontamentos da pesquisadora. A partir dos resultados obtidos, verifica-se que o uso
incorreto dos heteros-semânticos demonstra uma tendência, por parte do aluno, ao de
emudecimento no processo de aprendizagem do espanhol como LE. Tais resultados
apontam para a necessidade de reforçar a conscientização e a aplicação de metodologias
específicas e adequadas, a fim de trabalhar com os alunos a questão das semelhanças e
diferenças entre as duas línguas.Outro aspecto analisado foram os vocábulos
heterotónicos. Estes vocábulos acostumam compartir nas duas línguas a forma gráfica
e/o fônica (igual ou semelhante) e o significado. O ponto de divergência dos vocábulos
heterotónicos, se refere à tonicidade, já que apresentam distinta localização do acento
tônico. Por exemplo, a palavra anemia em português é um vocábulo polissílabo onde a
tonicidade recai sobre a penúltima sílaba. Não entanto, em espanhol dita palavra mesmo
sendo idêntica na sua forma gráfica e apresenta uma correspondência semântica entre as
duas línguas em questão, diverge enquanto à posição da sílava tónica: anemia. Para
melhor compreensão, se apresentaram vocábulos heterotónicos destacando neles a
sílaba tônica nas duas línguas. Também se estudou sobre os Vocablos heterogenéricos.
As palavras heterogenéricas também são idênticas ou semelhantes enquanto à forma
gráfica e o significado, mas divergem enquanto ao gênero, ou seja, ao mudar de uma
língua para outra, sofrem também uma variação na equivalência de gênero. Por
exemplo, a palavra sal se pronuncia de forma algo similar, se escreve igual, tem o
mesmo valor semântico, mas apresenta distintos gêneros das duas línguas; em espanhol
é uma palavra de gênero feminino enquanto que em português é de gênero masculino.
Acostumam ser heterogenéricas las letras do alfabeto; algumas das palavras terminadas
em -umbre, en -aje, en -or em espanhol. Entre as estudadas estão aquelas de maior
dificuldades entre elas: o legume (português) la legumbre ou las verduras (em
espanhol). Outro aspecto são aqueles com formas semelhantes no significado diferentes
no uso atual, ou seja, palavras que tem um origem comum e que tem chegado a
compartir o mesmo significado em fases anteriores das duas línguas. Por exemplo, a
palavra latir originada do latim que significava "pulsar, latir" (o coração) e também
"ladrar" (o cachorro). Atualmente, em português só manteve o sentido de "ladrar"
enquanto que no espanhol só se manteve com o significado de "latir, pulsar".São muitos
os falsos cognatos existentes quando se confrontam as duas línguas, já sejam totais o
parcialmente falsos amigos. Devido à complexidade do tema, apresentamos algumas
palavras consideradas como falsos amigos, em espanhol, mas sem apresentar a
correspondência em português. No aspecto NIVEL MORFOSSINTÁCTICO também
são expressivas as semelhanças existentes entre as duas línguas. As semelhanças se
nutram sobre tudo na linguagem formal escrito. A continuação se resume algumas das
principais dificuldades dos brasileiros com respeito a algumas categorias gramaticais.
As formas consideradas incorreta estão sinaladas com um asterisco O artigo. De forma
geral, os principais problemas dos alunos brasileiros com respeito ao emprego do artigo
estão relacionados com o Uso do artigo neutro. Os estudantes brasileiros têm muita
dificuldade para compreender a função do artigo neutro em espanhol "lo" e para utilizar
ele corretamente já que em português não existe a forma neutra. Os erros mais
freqüentes são a utilização do artigo definido masculino em lugar do neutro. Exemplo:
*El principal de la vida es amar. Utilização da forma neutra pelo artigo definido el.
Ejemplo. *Lo chico y la chica son hermanos. Intento de evitar usar o neutro fazendo
construções nas que consigam prescindir do, artigo neutro lo o que não constitui um
erro, senão uma estratégia. Seria ssim: La cosa principal de la vida es amar. Outro
elemento importante que acontece é elisão de sujeitos e objetos em espanhol e em
português do Brasil. Quatro são os aspetos que se analisou: a) como ocorrem os sujeitos
e objetos pronominais nas línguas em questão; b) analisar a influência dos Processos na
ocorrência ou elisão de sujeitos; c) analisar a influência do Tema na ocorrência ou elisão
de sujeitos e; d) investigar em que se diferencia a Referência nos dois idiomas quanto à
elipse ou ocorrência de pronomes pessoais. Dentre as várias possibilidades de análise
dos dados, a escolha do estudo de Processos, de Tema e de Referência ocorreu pelo fato
de existirem poucos estudos sobre esses sistemas, tanto em espanhol como em
português, propiciando um amplo campo para estudo e análise.Também se apresentará o
grupo de exercícios criados para trabalhar àquelas interferências lingüísticas
propriamente ditas, e analisadas na pesquisa: fonológicas, morfológicas, sintáticas
léxicas. Através da análise, desenho e produção de material didático original, este
projeto pretende desenvolver a capacidade de investigação e de formação de docentes.
Enfocará, portanto, aqueles materiais didáticos que remetam direta e especificamente às
necessidades acadêmicas do aluno brasileiro de ELE. Terá, também, como objetivo
acadêmico-social, fomentar nos alunos-professor brasileiros um sentido de
autodeterminação e proporcionar a possibilidade de eles participarem ativamente no
próprio processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: ensino de língua espanhola; interferências; metodologia.
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