Cinema, televisão
e história
1823-08-3
CINE-TEL
Coleção PASSO-A-PASSO
CIÊNCIAS SOCIAIS PASSO-A-PASSO
Direção: Celso Castro
FILOSOFIA PASSO-A-PASSO
Direção: Denis L. Rosenfield
PSICANÁLISE PASSO-A-PASSO
Direção: Marco Antonio Coutinho Jorge
Ver lista de títulos no final do volume
1823-08-3
CINE-TEL
Mônica Almeida Kornis
Cinema, televisão
e história
Rio de Janeiro
1823-08-3
CINE-TEL
Copyright © 2008, Mônica Almeida Kornis
Copyright desta edição © 2008:
Jorge Zahar Editor Ltda.
rua México 31 sobreloja
20031-144 Rio de Janeiro, RJ
tel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800
e-mail: [email protected]
site: www.zahar.com.br
Todos os direitos reservados.
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo
ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98)
Composição: TopTextos Edições Gráficas Ltda.
Impressão: Sermograf
Capa: Sérgio Campante
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
K87c
Kornis, Mônica Almeida, 1952Cinema, televisão e história / Mônica Almeida Kornis.
— Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
(Passo-a-passo; 86)
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-378-0100-0
1. Cinema e história. I. Título. II. Série.
CDD: 791.43658
CDU: 791.43
08-3080
1823-08-3
CINE-TEL
Sumário
Introdução
7
Imagens em movimento:
um lugar — especial — de memória
11
O documento “filme” e o debate sobre
cinema e história
16
A escrita da história pelo cinema
e pela televisão
41
Conclusão
55
Referências e fontes
58
Leituras recomendadas
63
Sobre a autora
66
1823-08-3
CINE-TEL
Introdução
“Cinema e história” tornou-se, nos últimos tempos, sinônimo de campo de estudos inovador nas ciências sociais
e humanas. Um campo de estudos talvez mais comentado e
aceito como relevante do que pensado na sua complexidade
e nos seus desafios enquanto espaço de reflexão necessariamente interdisciplinar. A designação “cinema e história” nos
remete ao livro de título homônimo de Marc Ferro, historiador francês cujos trabalhos alcançaram notoriedade e fizeram escola não só na França, mas também em outros países, como o Brasil. Com isso, a associação desse campo de
estudos à figura de Marc Ferro torna-se ainda mais imediata. Já o binômio “televisão e história” não chegou a se constituir um campo de estudos com a mesma notoriedade, apesar da volumosa produção seriada televisiva centrada na
reconstrução do passado e da importância do telejornalismo como registro da história há mais de 50 anos, em escala
mundial — além do incontestável poder desse veículo na
vida contemporânea.
Estudos sobre a relação entre cinema e história não são,
contudo, tão recentes como podem parecer à primeira vista.
7
1823-08-3
CINE-TEL
8
Mônica Almeida Kornis
Pelo contrário, nasceram com o próprio cinema, no final do
século XIX. Nessa época, pessoas ligadas à produção de filmes reconheciam não só o fato de a história estar sendo
registrada por esse novo meio, mas também o caráter educativo nele contido, o que as levou a pensar na importância
da preservação desses materiais.
Assim, o fato de o chamado “primeiro cinema” consistir exclusivamente numa sucessão descontínua de registros
visuais não impediu que, desde os seus primórdios, o cinema fosse pensado enquanto fonte de conhecimento da
história. Não eram filmes tais como vemos hoje. Tratava-se
de uma sucessão de quadros entrecortados por letreiros,
com uma câmera fixa que, no máximo, girava sem perder o
ponto de base. Sem desenvolverem uma história com começo, meio e fim, esses filmes exibiam povos e territórios longínquos e acontecimentos variados, tornando-se ainda instrumentos de investigação científica e atração nas feiras
universais que celebravam as novidades técnicas. Eram de
curta duração e muitos continham também situações humorísticas, lutas de boxe, mágicas, além de cenas da vida
familiar. Não havia cenários realistas: as indicações de locais
se faziam por painéis e objetos pintados. Não havia tramas,
no que se diferenciavam da narrativa dramática que viria a
ser utilizada um pouco mais tarde, nos moldes operados em
grande parte até hoje pela indústria do cinema e da televisão.
Derivado de formas populares de cultura, como o circo e a
pantomima, o cinema dos primeiros tempos se firmava na
tradição de um espetáculo popular, de grande vitalidade no
século XIX.
1823-08-3
CINE-TEL
Download

Trecho - Cinema, televisão e história