INSTITUTO POLITÉCNICO VIANA DO CASTELO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE VIANA DO CASTELO Relatório de Concretização do Processo de Bolonha no Curso de Educação Social Gerontológica. 2010 (1º Ciclo de Estudos - Ano Lectivo 2009/10) Viana do Castelo, 30 de Dezembro de 2010 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 1| 38 INDICE ENQUADRAMENTO 1. Conceptualização do Curso ESG 2. Metodologia de implementação e avaliação do Plano de Estudos MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE ESTUDOS 1. População alvo 2. Instrumentos de recolha de dados 3. Procedimentos RESULTADOS DA CONCRETIZAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA 1. Alguns indicadores de mudança 2. A monitorização do esforço de aprendizagem (ECTS) 3. Mudanças operadas na execução do Plano de Estudos 4. Acções de apoio ao desenvolvimento de competências 5. Medidas de estímulo à inserção na vida activa 6. Parcerias institucionais e o trabalho em rede APRECIAÇÃO GLOBAL E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS Licenciatura em Educação Social Gerontológica 2| 38 ENQUADRAMENTO 1. Conceptualização do Curso ESG A proposta de criação do Curso de Educação Social Gerontológica (ESG) foi enviada à DGES a 31 de Março de 2006 tendo sido aprovada e publicada em DR a 23 de Outubro de 2007, Portaria nº 1382/2007. O presente relatório realiza-se em conformidade com o nº7, do Artigo 66º-A, do DL 107/2008 de 25 de Junho, que altera o DL 74/2006 de 24 de Março, refere-se ao Ano Lectivo 2009.10 e incide sobre o novo Plano de Estudos do Curso de ESG, resultante da primeira revisão curricular. O curso ESG surge da necessidade de formar técnicos superiores capazes de planear, implementar e avaliar actividades/acções, programas e/ou projectos destinados à faixa etária mais envelhecida da população. Por conseguinte, este curso justifica-se fundamentalmente por duas razões: (1) o índice de envelhecimento da população à escala mundial e (2) os efeitos físicos, sociais e psicológicos do fenómeno do envelhecimento e da velhice na organização social e económica das sociedades industrializadas e informatizadas. O envelhecimento progressivo da população em termos mundiais, europeus e em Portugal em particular, representa um fenómeno que exige políticas sociais orientadas para soluções partilhadas. Para melhor se compreender o alcance deste problema, comecemos por analisar a questão do envelhecimento das populações de um ponto de vista descritivo, recorrendo aos dados do último Censo realizado em Portugal (2001), pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo estes dados, entre 1991 e 2001, o número de habitantes residentes com 65 ou mais anos registou um aumento na ordem dos 26,1%, enquanto nos grupos etários mais baixos (0 – 14 e 15 – 24 anos) se registou uma diminuição de 16,0% e 8,1% respectivamente. Ainda de acordo com mesma fonte, o Índice de Envelhecimento é de 108,7% e o Índice de Dependência de Idosos é de 25,2%. Estes indicadores revelam claramente a tendência de envelhecimento da população portuguesa, à semelhança das mudanças demográficas na Comunidade Europeia e EUA, conforme os dados divulgados pelo Eurostat e Nações Unidas. Dados mais recentes colocam Portugal em sétimo lugar no que se refere ao ranking das populações mundiais mais Licenciatura em Educação Social Gerontológica 3| 38 envelhecidas (Índice de Envelhecimento = 119,3%), com um número cada vez maior de indivíduos muito velhos (com 80 e mais anos). Se tomarmos em consideração as últimas décadas, o número de idosos aumentou de 708 mil em 1960 para 1 milhão e 700 mil em 2004 (INE). Ainda de acordo com o mesmo organismo, com os dados do Eurostat e as estimativas das Nações Unidas, prevê-se que em 2050 a população idosa portuguesa (com 65 ou mais anos) seja superior a 3 milhões, significando que 37 % da população terá nessa altura 60 ou mais anos e 26 % com mais de 80 anos. De acordo com as previsões decorrentes dos estudos do Eurostat, e tal como já referimos anteriormente, a estrutura etária da população portuguesa continuará a sofrer alterações nos próximos anos, sendo previsível que a população idosa ultrapasse em número a população jovem, entre 2010 e 2015. Estes dados, no mínimo, significam que nos próximos anos será necessário contribuir para resolver este problema social, que pela sua complexidade não terá com certeza apenas uma solução. Relativamente às transformações associadas ao progressivo aumento da população nos escalões etários mais envelhecidos, podemos identificar, na linha de Baltes (1997), determinantes hereditários, ambientais e interacção de factores. Muitas teorias têm procurado contribuir para explicar as mudanças físicas, sociais e psicológicas que ocorrem ao longo do ciclo de vida. De entre as múltiplas influências é possível destacar alguns factores, tais como: viver em zonas rurais ou urbanas, estatuto marital, alimentação, exercício físico, actividade social, actividade cognitiva, obesidade e exposição à radiação, entre outros. No que diz respeito aos efeitos físicos, sociais e psicológicos do fenómeno do envelhecimento há alguns aspectos que importa considerar. Tendo em conta a revisão efectuada, podemos afirmar que um modo de olhar para o período terminal da vida é abordar o problema a partir do envelhecimento físico. Em termos do envelhecimento físico, as mudanças incluem transformações da pele e da postura. As capacidades sensoriais declinam, em particular a audição e a visão. Por seu turno, os músculos tornam-se menos elásticos e o esqueleto sofre igualmente alterações. A função muscular lentifica, a capacidade pulmonar diminui e os ossos tornam-se porosos e frágeis (Schaie & Willis, 2003). No entanto, muitos destes défices e abrandamentos associados ao envelhecimento não são universais. Inclusivamente, podem ser o resultado de doenças prévias, acidentes e factores ambientais, tais como a poluição. Alguns podem ser compensados através do exercício, da qualidade da alimentação e dos cuidados de saúde (Fernández-Ballesteros, 2008). Licenciatura em Educação Social Gerontológica 4| 38 Em termos sociais, o processo de envelhecimento está muitas vezes associado a diferentes níveis de dependência e isolamento social (Whitbourne, 2005). Este processo pode ser agravado por factores que actuam em sinergia com o próprio processo de envelhecimento - pobreza, reduzido nível de instrução, doenças, ausência de redes sociais de apoio, entre outros (Binstock & George, 2006) e cujo efeito adverso é mais marcado nos escalões etários mais velhos. Estes efeitos têm sido demonstrados pela investigação científica (Paúl & Fonseca, 2005) e a avaliação efectuada no terreno permite demonstrar o elevado nível de pobreza e exclusão em que se encontram muitos dos idosos em Portugal, nomeadamente no norte do país (cf. Relatórios dos CLAS, 2005). Do ponto de vista psicológico, e ao contrário do que acontece com o estudo da infância e da adolescência, a adultez, e mais concretamente a velhice, não tem sido o período de eleição de maior investimento científico. Todavia, na fase mais avançada da adultez, há mudanças cognitivas que importa assinalar. Embora muitas teorias assumam que as capacidades cognitivas declinam com a idade, estudos recentes demonstram que as perdas não são substanciais como imaginado e são marcadas por alguma heterogeneidade (Schaie, 1996, Baltes & Mayer, 1999; Fernández-Ballesteros, 2007). O declínio actual pode ocorrer gradualmente na velocidade da realização física e mental. Mas muitos destes declínios podem ser atribuídos à falta de saúde, ao isolamento social (consultar Relatórios CLAS, 2005), à ausência de instrução (ver resultados do INE para o distrito de Viana do Castelo), à pobreza e à baixa motivação. Há ainda algum declínio na memória secundária na fase final da adultez tardia, particularmente na memória a curto prazo, ou seja, o tipo de memória que está associado a novas aprendizagens. Em termos de aprendizagem pode afirmar-se que há uma perda reduzida ao nível da memória sensorial, memória primária ou memória de acontecimentos remotos (i.e., memória a longo prazo) (Peraita, 2007). As pessoas idosas podem ainda realizar com sucesso testes de memória se a informação for ecologicamente válida para eles, se receberem instruções acerca do modo como hierarquizar e organizar o material ou então se desenvolverem estratégias para se confrontarem com a perda de memória. Quando podem dar uso à sua experiência passada, os idosos conseguem resolver problemas com mais sucesso que alguns jovens (Birren & Schaie, 2006). Dito de outro modo, sabemos hoje que os peritos, jovens ou idosos, fazem um uso selectivo e organizado da memória, para analisar e resolver problemas de um modo eficiente. A combinação destes dois factores (i.e., recurso a estratégias específicas e uso selectivo da memória) pode ajudar as pessoas idosas a compensar o declínio em termos de competências específicas. Quanto às patologias associadas ao processo de envelhecimento, pode-se destacar a demência ou senilidade que corresponde a uma lesão irreversível do Sistema Nervoso Central, levando à deterioração do processamento da informação (pensamento) e dos padrões de comportamento (Berg, Dahl & Nilsson, 2007). A demência está associada a doenças sistémicas, patologia vascular cerebral, podendo ainda decorrer de um modo progressivo, com causa ainda não determinada, como é o caso Licenciatura em Educação Social Gerontológica 5| 38 da doença de Alzheimer. Não obstante, existem ainda outros factores que podem contribuir para os sintomas de senilidade, nomeadamente, uma alimentação inadequada, abuso de álcool e excesso de medicamentos para tratar doenças, depressão, entre outros. As dimensões macro e micro do envelhecimento colocam um conjunto de desafios e exigências de natureza múltipla á sociedade e especificamente às Instituições de Ensino Superior. Isto é, as mudanças demográficas e a crescente heterogeneidade da população idosa criar novas e adicionais solicitações aos diferentes domínios da sociedade (e.g., saúde, educação, segurança social, político) no sentido do desenvolvimento de políticas, serviços e intervenções direccionadas à pessoa idosa e suas famílias (Rosen & Zlotnik, 2001; Scharlach, Damron-Rodriguez, Robinson, & Feldman, 2000). Nenhuma outra transformação demográfica na história recente da humanidade teve um impacto tão profundo sobre a família, saúde, educação e profissões como o envelhecimento populacional que assistimos actualmente (Hooyman, 2009). À medida que os idosos vivem até mais tarde é altamente provável que apresentem um aumento significativo de necessidades altamente específicas e complexas que obrigam ao desenvolvimento de serviços especializados no sentido de responder ao imperativo de assegurar a manutenção da saúde, bem-estar psicológico e social e dos cuidados familiares e institucionais. Este crescimento rápido do envelhecimento da população obriga a que os diferentes serviços possuam profissionais (recursos humanos) com conhecimentos e competências em gerontologia básica e aplicada. A nível internacional tem sido registada uma preocupação crescente face à insuficiência de profissionais no mercado de trabalho especificamente habilitados para responder às necessidades da população idosa e suas famílias. A necessidade de aumentar e manter uma força de trabalho qualificada é enfatizada na literatura especializada, mas também nos Media. Por exemplo, os EUA enfrentam actualmente um grave problema decorrente da escassez de profissionais capacitados para trabalhar com os adultos mais velhos (Administration on Aging, 2006; Ericson & Tompkins, 2006; Scharlach, Damron-Rodriguez Robinson, & Feldman, 2000), estimando-se mesmo que a necessidade de formar profissionais neste domínio tende a aumentar 26% até 2014 (Bureau of Labor Statistics, 2006). Apesar de não se encontrarem estudos/dados análogos sobre esta necessidade para a realidade portuguesa, parece-nos que a tendência acentuada do envelhecimento da população portuguesa nos poderá colocar num cenário similar ao de outros países no que à necessidade de profissionais especializados em gerontologia se refere. Tal cenário coloca às Instituições de Ensino Superior o desafio de desenvolver programas de educação/formação superior que permitam a preparação de profissionais com os conhecimentos e as competências/habilidades necessárias para satisfazer as necessidades do crescente envelhecimento da população (Damron-Rodriguez, Lawrance, Barnett, & Simmons, 2006). Estas Instituições têm a responsabilidade de desenvolver currículos que proporcionem aos estudantes uma sólida base de conhecimentos e competências que permitam sustentar uma prática adequada, assim como a promoção do estudo do Licenciatura em Educação Social Gerontológica 6| 38 envelhecimento no sentido de contribuir para o desenvolvimento profissional e de políticas cada vez mais especificas e contextualizadas neste domínio. Tal como Green, Dezendorf, Lyman, and Lyman (2005) enfatizam, a gerontologia social e educacional representam uma importante via para lidar com os assuntos e necessidades do envelhecimento e dos idosos no futuro. Assim, face à situação de aumento sucessivo da faixa etária mais idosa da população e, tomando em consideração os factores que condicionam o processo de envelhecimento, parece-nos de todo pertinente criar um curso que forme técnicos capazes de intervir de um modo sistemático e fundamentado junto das pessoas que pertencem a esta faixa da população. Objectivos do Curso ESG. (i) formar técnicos capazes de trabalharem com pessoas ou grupos populacionais pertencentes aos escalões etários mais envelhecidos da população; (ii) contribuir para a construção de uma perspectiva integradora dos processos biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento; (iii) promover uma atitude reflexiva e crítica face às políticas económicas e sociais do envelhecimento da população; (iv) capacitar os futuros profissionais para organizar actividades que promovam a optimização do processo de envelhecimento activo. Competências associadas ao Curso ESG. Com base nos dados anteriores, o que se espera de um licenciado em ESG? Genericamente, procura-se responder a esta questão tomando em consideração os locais onde estes profissionais podem exercer a profissão, as acções/actividades associadas e os conhecimentos técnico-científicos associados ao exercício da profissão. Em termos técnicos, científicos e éticos destacam-se, em seguida, algumas das competências nucleares (i.e., conhecimentos, capacidades e atitudes comportamentais a adquirir ao longo da formação académica): - Fundamentos científicos da ESG (quadro de referência bio-psico-social do envelhecimento) - Competências técnico-científicas específicas na área vocacional do curso - Pensamento crítico e de investigação - Gestão da informação - Comunicação - Avaliação e Intervenção - Atitudes e valores profissionais. Do ponto de vista profissional, destacam-se algumas das funções-chave: Licenciatura em Educação Social Gerontológica 7| 38 - Avaliação de necessidades individuais, de grupo/famílias, organizações e populações de uma determinada zona geográfica, i.e., comunidades específicas (planeamento, medição, análise) - Definição de objectivos (análise e negociação de objectivos) - Desenvolvimento (serviços e/ou produtos) - Intervenção junto de grupo/famílias, organizações e populações (directa e indirecta) - Monitorização do processo de avaliação/intervenção - Comunicação (dar feedback, elaborar relatórios). Locais onde os licenciados poderão vir a exercer a profissão: - Serviços técnicos da administração pública, privada e cooperativa - Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) - Serviços assistenciais públicos e privados (Lares de Dia, Lares de Idosos, Centros de Convívio, Centros de Emergência, outros). - Actividade empresarial por iniciativa própria (ex.“Gestão de caso”) Licenciatura em Educação Social Gerontológica 8| 38 2. Metodologia de implementação e avaliação do Plano de Estudos Em termos de ensino/aprendizagem o curso de ESG está assente numa combinatória metodológica, que inclui aulas teóricas, práticas, teórico-práticas, seminários e estágios. Uma vez estabelecido que 1 ECTS corresponde a 27 horas de trabalho por parte do estudante e que o número de horas de trabalho semanal é de 40,5 horas, neste curso o número de horas de contacto ronda em média as 18 horas por semana. Além disso, as horas de contacto são alargadas em actividades tutórias (OT) em grupo associadas a Unidades Curriculares (UC) nucleares, num total de cerca de 40% do número de horas de contacto por semana. A aquisição de competências gerais, específicas e transversais ao currículo ao longo da implementação deste Plano de Estudos está assente em alguns princípios, nomeadamente: multidisciplinaridade, trabalho em equipa, integração de conhecimentos, estudo independente, orientação tutorial, actividades supervisionadas de Iniciação à Prática Profissional (IPP). Em termos estruturais o Plano de Estudos prevê unidades curriculares (UC) obrigatórias, que configuram a multidiciplinaridade da Gerontologia, e UC opcionais - ligadas às Artes e Humanidades (ex., Artes Plásticas e envelhecimento) e às Ciências Socais e Jurídicas (ex. Envelhecimento bem-sucedido). Genericamente, as UC do 1º ano curricular do Plano de Estudos visam contribuir para a construção do quadro conceptual/científico estruturante da formação, integrando as dimensões biológica, psicológica e social do envelhecimento, configurando, assim, do ponto de vista curricular o modelo teórico subjacente à concepção do processo de envelhecimento – o modelo biopsicossocial. Já o 2º ano é constituído por UCs que contribuem para o desenvolvimento de conhecimento e competências técnico-científicas estruturantes do perfil profissional, como é o caso da Administração e Gestão de Centros Assistenciais para Idosos, Geropsicologia, Problemáticas Jurídicas do Envelhecimento, Psicologia Comunitária, Problemáticas Neurocognitivas do Comportamento, Gerontologia Educacional, Iniciação à Prática Profissional, entre outras. Por fim, o 3º ano é composto por UCs que visam a transferência de conhecimentos e capacidades desenvolvidos ao longo da formação e aplicados em contexto real no âmbito de situações-problema específicas dos idosos em diferentes contextos de envelhecimento (domicílio/comunidade, equipamentos sociais). Com a execução deste Plano de Estudos, procura-se contribuir para a (co/re)construção de respostas inovadoras no domínio da gerontologia social e educacional. Esta diversidade de UC pressupõe diferentes estratégias de ensino/aprendizagem que vão desde as aulas expositivas, ao trabalho de projecto no terreno, ao trabalho experimental com casos, ao atelier de pintura, aos trabalhos individuais e de grupo, pesquisas em “bases de dados”, estudo independente, entre outros. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 9| 38 As UCs ligadas à Iniciação à Prática Profissional (IPP) assumem um carácter de prática progressiva e supervisionada, associadas ao trabalho de projecto entre o terreno (instituições parceiras) e a Instituição responsável pela atribuição do diploma. A IPP encontra-se distribuída pelos três anos curriculares e concretiza-se através de parcerias, estabelecidas para o efeito, entre a ESEVC e instituições relevantes da comunidade no âmbito Social, Saúde e Administração Pública. Destacam-se, assim, as colaborações com Câmaras Municipais, Segurança Social, Administração Regional de Saúde, Instituições de Solidariedade Social, União das Misericórdias, entre outras. A avaliação, enquanto instrumento de auto-regulação da aprendizagem, assume formatos muito diversos neste curso. De uma forma geral, a avaliação visa testar sucessivamente a aquisição de conhecimentos em domínios específicos, capacidades de análise, síntese e avaliação crítica, em termos escritos e orais. Destacam-se, em seguida, os formatos de avaliação mais relevantes: - Provas escritas e orais (adquirir conhecimento científico na matéria e competências de comunicação escrita e oral em domínios específicos); - “Portfolios” (Arquivos de Aprendizagens Acumuladas, em que se procede ao registo da evolução da aprendizagem em domínios específicos, particularmente no que se refere à aquisição de competências de trabalho autónomo, resolução de problemas e tomada de decisão); - Relatórios Técnico-científicos (decorrentes do planeamento, execução e avaliação de actividades e programas de intervenção social e comunitária); - Produtos específicos (consultar Programas das Unidades Curriculares, em particular as UC opcionais). Licenciatura em Educação Social Gerontológica 10| 38 MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE ESTUDOS Este Relatório toma como período de referência um ano de execução do Plano de Estudos do Curso de Educação Social Gerontológica (ESG), sendo objecto de análise o ano lectivo 2009/10. Por conseguinte, para uma maior compreensão do processo de monitorização do Plano de Estudos, destacam-se em seguida alguns dos elementos centrais da monitorização da Concretização do Processo de Bolonha neste curso: (1) população alvo; (2) instrumentos e (3) procedimentos de recolha de dados. 1. População alvo do período de referência A população alvo do período de referência inclui: (a) estudantes para o ano lectivo 2007/08 – 30 vagas no acesso do regime geral, bem como as vagas adicionais do regime especial (a frequentar o 3º ano); (b) estudantes para o ano lectivo 2008/09 – 30 vagas no acesso do regime geral, bem como as vagas adicionais do regime especial (a frequentar o 2º ano); (c) estudantes para o ano lectivo 2009/10 – 30 vagas no acesso do regime geral (a frequentar o 1º ano), bem como as vagas adicionais do regime especial e respectiva equipa docente. 2. Instrumentos de recolha de dados Na recolha de dados foram utilizadas diversas fontes, designadamente: (a) Documentos (fonte Serviços Académicos) (b) Inquérito por questionário (c) Grupos de discussão (d) Reuniões de Coordenação de Curso Licenciatura em Educação Social Gerontológica 11| 38 3. Procedimentos Os dados foram maioritariamente recolhidos ao longo do ano lectivo, com destaque para os finais de semestre e de ano lectivo, usando meios electrónicos (por exemplo, inquérito on-line) e meios tradicionais (por ex., relatos escritos dos estudantes sobre a organização e funcionamento do Plano de Estudos), durante as horas de contacto/aulas e/ou fora das horas de contacto. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 12| 38 RESULTADOS DA CONCRETIZAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA 1. Alguns indicadores de mudança Apresenta-se a seguir uma descrição transversal da execução da licenciatura para os três anos curriculares, englobando no mesmo quadro de análise o 1º ano, o 2º ano e o 3º ano durante o ano lectivo 2009/10 (ano objecto) que funcionaram em regime diurno. Esta análise transversal estabelece a execução simultânea dos três anos curriculares em apenas um ano lectivo. 1.1 Caracterização dos estudantes No Ano Lectivo 2009.10 integram a licenciatura 97 estudantes, sendo 35 do primeiro ano curricular, 35 do segundo e 27 do terceiro. No Ano lectivo 2009.10 foram disponibilizadas no Regime Geral 30 vagas de acesso à licenciatura. Candidataram-se na 1ª Fase 189 indivíduos, tendo sido colocados 30 dos quais 25 eram do sexo feminino e 22 em primeira opção. A nota média de candidatura dos colocados em 1ª Fase foi de 144.7, tendo o último classificado 133.9 de nota de candidatura. Quando comparamos estes indicadores com valores homólogos para os anos lectivos 2007.08 e 2008.09 verifica-se que (1) o número de candidatos tem vindo a aumentar progressivamente, (2) a nota de candidatura tem aumentado também, e (3) o número de vagas disponibilizado é preenchido com a colocação na 1ª Fase, sendo o número de vagas disponíveis para 2ª Fase muito reduzido (N = 2). 1.2 A realização académica para o período de referência: Plano de Estudos 2009/10 Relativamente a este assunto, descreve-se em seguida os aspectos mais relevantes. Começamos por apresentar os resultados em termos genéricos, tomando em consideração cada semestre e o final do ano lectivo. Posteriormente, apresentamos uma análise discriminada segundo as diferentes unidades curricular. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 13| 38 Tabela 1: Descrição da realização académica do 1º ano Total Inscritos Avaliados Aprovados 35 35 35 M (DP) Notas UCs Semestrais_S1 Notas UCs Semestrais_S2 Média 1º ano 14,1 (1,6) 14,4 (1,9) 14,2 (1,8) Fonte: Serviços Académicos Tabela 2: Descrição da realização académica do 2º ano Total 35 33 32 Inscritos Avaliados Aprovados M (DP) Notas UCs Semestrais_S1 Notas UCs Semestrais_S2 Média 2º ano 13,5 (2,1) 13,7 (1,8) 13,5 (2,0) Fonte: Serviços Académicos Tabela 3: Descrição da realização académica do 3º ano Total Inscritos Avaliados Aprovados 27 26 26 M (DP) Notas UCs Semestrais_S1 Notas UCs Semestrais_S2 Média 3º ano 15,4 (1,1) 16,3 (0,9) 15,9 (1,1) Fonte: Serviços Académicos Licenciatura em Educação Social Gerontológica 14| 38 Considerando os resultados apresentados na Tabela 1, 2 e 3, verifica-se que apenas no 1º ano do Curso foram avaliados e obtiveram aprovação todos os estudantes inscritos (N = 35). No 2º e 3º ano, o número de estudantes que não obteve aprovação foi muito reduzido, concretamente, dois e um respectivamente. Quando analisamos os valores relativos à realização académica dos estudantes aprovados, constata-se que a nota média do 1º (M=14,2; dp=1,8) é superior à do 2º ano (M=13,5; dp=2,0) e esta, por sua vez, inferior à do 3º (M=15,9; dp=1,1). Claramente a nota média do 3º ano curricular é claramente a mais elevada. Importa também salientar que nos três anos curriculares a nota média do segundo semestre é superior à do primeiro, sendo esta diferença mais acentuada no 3º ano (S1 – M=15,4; dp=1,1; S2 – M=16,3; dp=0,9). De um modo geral, a realização académica média mantém-se no nível Bom nos três anos da Licenciatura. Disciplina Tabela 4: Descrição da realização académica do 1º ano por unidade curricular a) a) Média dp Mínimo Máximo Biologia do Envelhecimento I 14,4 2,5 10 18 Psicologia do Desenvolvimento do Adulto e Envelhecimento I 13,6 1,4 10 16 Tecnologia da Informação e da Comunicação 13,2 1,1 10 15 Métodos e Técnicas de Investigação I 13,0 1,2 10 15 Aprendizagem e Educação de Adultos I 14,7 1,5 10 17 Sociologia do Envelhecimento I 15,1 1,4 10 17 Opção 1 – Artes e Humanidades 13,6 1,5 10 16 Biologia do Envelhecimento II 13,6 2,5 10 18 Comunicação e Produção Multimédia 16,2 1,3 10 18 Iniciação à Prática Profissional I 14,1 1,2 10 16 Métodos e Técnicas de Investigação II 13,8 1,4 10 17 Psicologia do Desenvolvimento do Adulto e Envelhecimento II 13,9 1,7 10 17 Sociologia do Envelhecimento II 15,5 1,2 10 17 Opção II – Animação Socio-Cultural 13,6 1,7 10 17 a) Valores arredondados a uma casa decimal, depois de excluídos os reprovados. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 15| 38 Disciplina Tabela 5: Descrição da realização académica do 2º ano por unidade curricular a) a) Média dp Mínimo Actividade Física e Envelhecimento Administração e Gestão de Centros Assistenciais para Idosos Gerontologia Educacional Iniciação à Prática Profissional II Geropsicologia I Problemáticas Jurídicas do Envelhecimento Psicologia das Relações Interpessoais Iniciação à Prática Profissional III Geropsicologia II Nutrição em Idosos Problemáticas Económicas do Envelhecimento Problemáticas Neurocognitivas do Comportamento Psicologia Comunitária Opção III - AH – Artes e Envelhecimento Opção IV - CSJ - Envelhecimento Bem-Sucedido a) 1,7 1,6 1,3 1,6 1,5 1,7 1,2 1,6 1,4 2,1 2,4 1,2 1,4 1,3 1,9 10 10 10 10 11 12 11 10 11 10 10 10 11 10 10 16 14 17 16 16 19 16 18 16 19 19 15 17 17 17 Valores arredondados a uma casa decimal, depois de excluídos os reprovados Disciplina Tabela 6: Descrição da realização académica do 3º ano por unidade curricular a) a) Média dp Mínimo Seminário de Intervenção I Seminário e Investigação I Estágio I Seminário de Intervenção II Seminário de Investigação II Estágio II Opção V Gestão de Caso Opção VI Avaliação de Programas em Gerontologia a) 11,3 12,6 14,6 13,9 12,9 15,8 12,8 15,2 13,7 13,0 12,6 13,2 13,8 14,7 13,5 Máximo 15,6 15,5 15,6 16,4 16,2 16,6 15,0 16,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,9 0,9 1,3 1,1 13 14 13 15 15 15 11 14 Máximo 17 17 17 18 18 18 17 18 Valores arredondados a uma casa decimal, depois de excluídos os reprovados Analisando a realização académica por unidade curricular, em termos médios verifica-se que o nível de realização para as diferentes UCs se mantém no nível Bom. No entanto, constata-se igualmente a tendência de aumento da dispersão entre o 1º e o 2º ano do Plano de Estudos. Esta tendência poderá eventualmente ser explicada pelo tipo de avaliação usada associada também a UCs com carácter técnico-científico mais demarcado comparativamente ao 1º ano, facto que provavelmente poderá permitir uma maior discriminação da aprendizagem. As classificações específicas das UCs variam entre o 10 e o 18 valores no 1º ano e 10 e 19 no 2º ano. A análise da Tabela 6 permite analisar constatar a manutenção de um nível médio de realização Bom, mas já Licenciatura em Educação Social Gerontológica 16| 38 muito próximo do Muito Bom, sendo que as UCs Estágio I e II se situam claramente no nível Muito Bom (M=15,6; dp=0,9 e M=16,6; dp=0,9, respectivamente). As classificações dos estudantes variam entre 11 e 18 nas UCs de opção e entre 13 e 18 nas UCs de Seminário e Estágio. A realização académica superior dos estudantes nestas UCs poderá estar relacionada com a sua natureza, assim como com o sucesso na transferência e aplicação dos conhecimentos resultantes da formação na Licenciatura. Considerando a dispersão das classificações, constata-se ainda que as UCs leccionadas no segundo semestre permitem uma maior discriminação dos resultados dos estudantes (desvios padrões superiores a 1 unidade). 2. A monitorização do esforço de aprendizagem (ECTS) O peso das várias componentes do trabalho do estudante em número de horas de trabalho total (ECTS), nomeadamente horas de contacto, componente experimental, componente de projecto durante o ano lectivo 2009/10 foi monitorizado recorrendo ao contributo dos estudantes e da equipa docente. Para ilustrar este processo, vamos descrever em seguida as contribuições dos estudantes e docentes. 2.1. Contribuições dos estudantes A apreciação do esforço de trabalho dos estudantes foi efectuada através de um inquérito por questionário no ano lectivo 2009/10, disponibilizado on-line pelos Serviços Centrais do IPVC, no âmbito da medida do Sistema de Gestão da Qualidade. No entanto, dado que no ano objecto (2009/10) os estudantes participaram em número muito reduzido no preenchimento dos questionários on-line a Coordenação de Curso implementou uma estratégia alternativa de monitorização deste processo com recurso a reuniões parcelares por ano curricular e preenchimento de grelhas de monitorização do trabalho autónomo do estudante por UC. Os dados reunidos foram analisados e os resultados obtidos são apresentados a seguir. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 17| 38 Tabela 7. Monitorização do esforço de aprendizagem na perspective de estudantes e docentes Unidade Curricular Plano Curricular Docentes 5,4 Estudantes Média Mínimo Máximo 6 3,3 1 6 5,4 8,5 4,3 1,5 10 3,1 __ 2,25 1 8 4,7 4,5 3,42 1 10 Actividades 1º ano Biologia do Envelhecimento I Preparação para provas, trabalhos de grupo, trabalhos individuais Preparação para provas, trabalhos individuais, trabalhos de grupo Trabalho individual, trabalho de grupo, preparação de provas Preparação de provas, trabalhos individuais, trabalhos de grupo Psicologia do Desenvolvimento do Adulto e Envelhecimento I Tecnologia da Informação e da Comunicação Métodos e Técnicas de Investigação I Aprendizagem e Educação de Adultos I Sociologia do Envelhecimento I 4,7 5 2,19 1 6 Trabalhos de grupo, preparação para provas 5,4 8 2,75 1 8 Biologia do Envelhecimento II 5,4 3 3,32 1 8 Trabalhos de grupo, preparação para provas Preparação para provas, trabalhos de grupo, exercícios Comunicação e Produção Multimédia Iniciação à Prática Profissional I Métodos e Técnicas de Investigação II Psicologia do Desenvolvimento do Adulto e Envelhecimento II 3,2 3 2,29 1 8 4,7 4,5 3,42 1 10 Trabalho de campo Trabalho individual, trabalho de grupo 4,7 4,5 3,87 1 10 Trabalho de grupo, preparação para provas 5,4 8,5 4,18 1 10 Sociologia do Envelhecimento II 5,4 8 2,8 1 9 Opção: Artes e Humanidades Opção: Animação Socio-Cultural 3,1 4,4 __ 4,5 2,75 2,82 1 1 8 10 Preparação para provas, trabalho individual, trabalho de grupo Trabalho de grupo, trabalho individual, preparação para provas Preparação de provas, trabalhos individuais Trabalhos de grupo, trabalho individual 3,1 __ 2,43 1 6 Preparação para provas, trabalho de grupo 2º ano Actividade Física e Envelhecimento Administração e Gestão de Centros Assistenciais para Idosos Gerontologia Educacional Iniciação à Prática Profissional II 5,4 5 3,43 1 7 Preparação para provas, trabalhos de grupo 4,8 3,8 5 3,5 2,06 3,57 0 1 6 7 Geropsicologia I 3,8 4 3,76 1 10 Preparação para provas, trabalhos de grupo Trabalhos de grupo Preparação para provas, trabalho de grupo, trabalho de individual 3,8 4 2,33 0 6 Preparação para provas, trabalho de grupo 3,1 3 4 1 7 Preparação para provas, trabalho de grupo 5,4 3,8 3,1 5,4 6 2 4,36 3,6 2,6 1 1 1 8 7 7 Trabalho de campo Preparação para provas Preparação para provas 3,8 4 3,75 1 15 Preparação para provas 3,8 4,5 3,69 1 7 Problemáticas Jurídicas do Envelhecimento Psicologia das Relações Interpessoais Iniciação à Prática Profissional III Geropsicologia II Nutrição em Idosos Problemáticas Económicas do Envelhecimento Problemáticas Neurocognitivas do Comportamento Psicologia Comunitária Opção: Artes e Envelhecimento Opção: Envelhecimento BemSucedido Preparação para provas, trabalho de grupo 4,8 __ 3,2 1 6 Trabalhos de grupo, trabalho individual, preparação para provas Trabalho individual 4,8 4,75 3,25 1 7 Preparação para provas, trabalho de grupo 4,8 5 3,64 1 7 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 18| 38 Unidade Curricular 3º ano Seminário de Intervenção I Seminário e Investigação I Estágio I Seminário de Intervenção II Seminário de Investigação II Estágio II Opção: Gestão de Caso Opção: Avaliação de Programas em Gerontologia Plano Curricular Docentes 7,1 7,1 13,1 7,1 7,1 13,1 4,8 4,8 Estudantes Média Mínimo Máximo Actividades 7 7,5 15 7 7,5 15 5 3,93 4,36 6,36 3,86 4,64 6,36 3,21 3 4 4 3 4 4 1 5 5 10 6 6 10 5 Trabalho individual Trabalho individual Trabalho individual Trabalho individual Trabalho individual Trabalho individual Trabalho individual 5 3,75 2 6 Trabalho individual Como se pode observar a partir da Tabela 7, a apreciação do esforço de aprendizagem por parte dos estudantes é muito heterogénea, variando entre zero e quinze horas. No 1º ano a média de horas de trabalho autónomo do estudante varia entre 2,19 e 4,3; já no segundo esta variação situa-se entre 2.06 e 4,36. Finalmente, no 3º ano a média de horas de trabalho autónomo varia entre 3,21 e 6,36. Globalmente, pode constatar-se que na perspectiva dos estudantes, as horas dedicadas ao trabalho autónomo aumenta em termos médios entre o 1º e o 3º ano, sugerindo que a organização do trabalho subjacente às Ucs que integram o Plano de Estudos está organizado num crescendo progressivo ao longo do Curso. Quando comparamos a estimativa de horas dedicadas ao trabalho autónomo por parte do estudantes com o que se encontra definido/previsto no Plano de Estudos torna-se evidente que há uma subavaliação do esforço de aprendizagem para uns e uma sobreavaliação para outros, sendo que em termos médios este esforço de aprendizagem se encontra abaixo dos valores definidos para cada UC. 2.2. Contribuições da equipa docente A monitorização da apreciação dos docentes relativamente ao esforço de trabalho dos estudantes no âmbito da cada UC encontra-se descrita na Tabela 7. Em média o corpo docente apresenta uma estimativa muito próxima do que está previsto no Plano de Estudos, sugerindo que os docentes parecem ter uma noção clara do esforço que cada estudante necessita de dispensar para desenvolver as competências definidas para as diferentes UC. No entanto, quando comparamos a estimativa dos docentes com a dos estudantes é notória a discrepância. Isto é, para a mesma UC o número médio de horas que cada estudante despende para aprender é, em termos gerais, inferior ao número médio de horas que os docentes estimam ser necessário que os estudantes despendam para que a aprendizagem se processe. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 19| 38 3. Mudanças operadas na execução do Plano de Estudos 3.1. Implementação de um Programa de Orientação Tutorial Considerando as potencialidades do tutorado para o desenvolvimento dos estudantes do ensino superior e a relevância desta modalidade de aprendizagem no âmbito do Processo de Bolonha, nomeadamente em termos do seu contributo para a promoção da autonomia e capacidade de aprendizagem, tem-se vindo a desenvolver um programa de tutorado na licenciatura de ESG desde a sua criação. Este Programa de Orientação Tutorial mantém-se em vigor. A Coordenação de Curso da ESG procedeu à análise da estrutura curricular da licenciatura, considerando as competências a desenvolver por cada unidade curricular em cada ano curricular, com vista a identificar unidades curriculares consideradas como estruturantes do perfil científico e profissional que se pretende desenvolver. Neste sentido, foram identificadas para cada ano curricular entre três e quatro unidades curriculares tidas como estruturantes quer pela sua complexidade e consequente exigência em termos da aprendizagem do estudante, quer pelo seu contributo para o desenvolvimento de competências nucleares da licenciatura. No primeiro ano curricular definiu-se a implementação de actividade tutórias associadas a três unidades curriculares. No sentido de criar uma retaguarda de apoio ao trabalho do estudante, foi aprovado em Conselho Científico um programa tutorial destinado aos estudantes do 1º ano, o qual ocupa 40% das horas de contacto, ou seja, 6 horas semanais. Assim, os estudantes do 1º ano passam a dispor no seu horário de 20 horas de contacto efectivo. No entanto, as horas do programa tutorial aplicam-se apenas a algumas UC, designadamente a Psicologia do Desenvolvimento Adulto e Envelhecimento I, Biologia do Envelhecimento I, Métodos e Técnicas de Investigação I (S1) e Psicologia do Desenvolvimento Adulto e Envelhecimento II, Biologia do Envelhecimento II, Métodos e Técnicas de Investigação II (S2). Estas UCs são tidas como nucleares para o desenvolvimento de um quadro de referência biopsicossocial do envelhecimento. As actividades tutórias realizam-se num espaço físico próprio, organizado especificamente para este fim. Trata-se de uma sala situada junto à zona de gabinetes dos docentes, equipada com materiais pedagógicos e organizada no sentido de viabilizar as actividades tutórias. As restantes UC são apoiadas por meios electrónicos e nas horas reservadas ao atendimento ao estudante por parte dos membros da equipa docente. No programa tutorial foi ainda possível desenvolver trabalhos multidisciplinares, designadamente na Psicologia do Desenvolvimento Adulto e do Idoso e Métodos e Técnicas de Investigação. Em termos de avaliação da aprendizagem estes trabalhos contribuem para as duas UC, com destaque para a aquisição de conhecimento científico no âmbito Licenciatura em Educação Social Gerontológica 20| 38 do Desenvolvimento Adulto e competências técnicas (capacidade de procura, gestão e tratamento da informação) nas metodologias de investigação. O desenvolvimento da capacidade de comunicação oral e escrita foi também potenciado, nomeadamente no que se refere à aquisição de competências de escrita académica. Assim, cada docente responsável pela unidade curricular assume o processo de tutoria com duração de duas horas semanais de trabalho com os estudantes em pequeno e grande grupo. Estas actividades estão organizadas de modo a permitir por um lado o aprofundamento e sistematização de aprendizagens da respectiva unidade curricular e, por outro, contribuir para o desenvolvimento de competências transversais ao currículo nomeadamente a capacidade de análise, síntese e crítica de informação (pensamento crítico), o uso de múltiplas fontes muitas vezes contraditórias (gestão de informação), a procura e sistematização de evidências científicas (pensamento crítico) e competências de comunicação (oral e escrita). Também no 2º ano curricular, as actividades tutórias mantêm-se associadas a três UCs do Plano de Estudos sendo que para além dos objectivos enunciados anteriormente a propósito do primeiro ano, pretende-se também que nestas actividades os estudantes vão progressivamente desenvolvendo competências de aplicação da informação no sentido de resolver problemas de quotidiano no âmbito da população idosa. Neste sentido, recorre-se com frequência a estratégias como resolução de problemas, role playing e role taking. Se, no primeiro ano curricular, o docente assume um papel activo ao nível da estruturação e desenvolvimento do processo de tutoria, já ao longo do segundo ano curricular o docente vai progressivamente assumindo um papel de organizador/facilitador, monitorizando o processo e permitindo que os estudantes assumam um papel cada vez mais activo e interventivo, recorrendo ao docente em situações de impasse, bloqueio ou desafio excessivo. O programa de tutorado tem-se mantido ao longo dos anos e, em algumas UCs, tem sido reforçado, quer no 1º ano quer no 2º ano curricular. A Coordenação de Curso tem implementado procedimentos sistemáticos de avaliação deste Programa, utilizando os resultados obtidos para proceder a adequações e ajustamentos considerados relevantes. Na avaliação efectuada no Ano Lectivo 2009.10 com recurso a um questionário constituído por questões abertas, construído especificamente para conhecer a experiência dos estudantes no âmbito das tutorias, participaram 56% dos estudantes inscritos na licenciatura de Educação Social Gerontológica. Os resultados obtidos sugerem que, na perspectiva dos estudantes, o Programa Tutorial permitiu: (1) apoiar o processo de auto-regulação da aprendizagem; (2) ajudar a concretizar as exigências do esforço de trabalho do estudante; (3) monitorizar a aprendizagem dos estudantes em domínios específicos; e (4) contribuir para a execução dos Planos de Estudos e o consequente ajustamento aos ECTS (Revisão Curricular/Novo Plano de Estudos). Globalmente parece claro, face às evidências reunidas, que as tutorias podem constituir-se como estratégia de organização dos contextos de ensino-aprendizagem, permitindo acompanhar o estudante de um modo mais próximo, promover a qualidade do ensino-aprendizagem no contexto da interacção estudante – docente – pares e promover a integração e o sucesso académico, reduzindo o desfasamento entre Ensino Licenciatura em Educação Social Gerontológica 21| 38 Secundário e Ensino Superior. Neste sentido este Programa é apontado como uma mais-valia do curso, o qual tem sido amplamente divulgado em congressos da especialidade e publicações (consultar Resumos anexos). 4. Acções de apoio ao desenvolvimento de competências 4.1. Aquisição de competências de investigação na licenciatura Uma das medidas introduzidas ao longo deste ano objecto foi a participação num concurso público de Bolsas de Integração na Investigação Científica de estudantes de licenciatura. O concurso público foi promovido pela UNIFAI (Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos – www.unifai.eu) no âmbito do Regulamento da FCT. Das cinco vagas a concurso nacional, duas foram atribuídas a estudantes do então 1º ano deste curso, pela seguinte ordem: - Vera Pereira (2º ano). - Marlene Lima (2º ano). Estas duas bolseiras integraram no Ano Lectivo 2009.10 o Programa de Investigação associado ao Curso, cujo objectivo é caracterizar o envelhecimento em dois contextos específicos: comunidades e organizações assistenciais. 4.2. Actividades extra-curriculares e aquisição de competências transversais ao currículo Neste âmbito é de salientar as múltiplas actividades que a Coordenação de Curso de ESG, em colaboração com a equipa docente e os órgãos científico e de gestão da ESEVC, tem vindo a organizar, estimulando a forte participação dos estudantes. Estas actividades permitem o desenvolvimento de competências através da participação em órgãos académicos e associativos, designadamente o Conselho Pedagógico, a Associação de Estudantes e outros Grupos Estudantis. Para além da possibilidade de adquirir competências de trabalho em grupo e de gestão de equipas nos corpos associativos e académicos anteriormente referidos, os estudantes do Curso de ESG têm também participado em Seminários sobre Investigação e Intervenção no Envelhecimento, com especialistas das áreas das Ciências Sociais, Jurídicas e Saúde. Neste domínio importa salientar o Ciclo de Conferências intitulado “Envelhecer a Norte” (Consultar Anexos) iniciado no corrente Ano Lectivo com periodicidade mensal e que conta já com sete conferências. Na organização das conferências a Coordenação de Curso tem procurado que os conferencistas que integram o Ciclo de Conferências sejam especialista em diferentes áreas da Gerontologia Licenciatura em Educação Social Gerontológica 22| 38 (e.g., Sociologia, Psicologia, Políticas e Programas Sociais), para assim proporcionar a estudantes, equipa docente e comunidade em geral (as conferências têm entrada livre), oportunidades de aprendizagem, bem como o confronto com diferentes formas de conceptualizar e intervir no envelhecimento e com os idosos. Estas actividades complementam, em parte, o conhecimento adquirido nas aulas teóricas, práticas e/ou teórico-práticas, ao mesmo tempo que permitem o confronto com pontos de vista distintos acerca das políticas, teorias e práticas associadas ao fenómeno do envelhecimento da população. No sentido de fomentar a iniciativa e o conhecimento acerca de problemas actuais sobre envelhecimento das populações, os estudantes são desafiados a participar nos Encontros Científicos nacionais e regionais. A Instituição tem apoiado activamente a participação dos estudantes em Congressos de especialidade, promovidos por entidades ligadas ao mundo académico, científico e profissional. Estas actividades para além das aulas – ditas actividades extra-curriculares ou co-curriculares – têm vindo a ganhar relevo à medida que se avança na execução do Plano de Estudos, na medida em que permitem que cada estudante vá enriquecendo o seu percurso académico numa espécie de portfolio pessoal de competências com vista a preparar a ligação entre o mundo académico e profissional (público, particular e cooperativo). 5. Medidas de estímulo à inserção na vida activa Estas medidas estão fundamentalmente associadas a UCs como (1) Iniciação à Prática Profissional (I, II, III) e Estágio (I e II); bem como a (2) programas de mobilidade europeia e (3) actividades de extensão à Comunidade. 5. 1. Iniciação à Prática Profissional e o Estágio No que diz respeito às actividades ligadas à Iniciação à Prática Profissional (IPP) é de salientar o seguinte: estas actividades desenrolam-se em dois contextos muito diferenciados: (1) as organizações assistenciais (Centros de Dia, Lares de Idosos, entre outros) e (2) a comunidade. Estes dois contextos referem-se a lugares de envelhecimento – instituições e domicílio – que exigem dos técnicos superiores actuais competências distintas e complementares. Estas actividades ligadas à avaliação de necessidades/situações/problemas visam estabelecer acções e/ou actividades de melhoria (planeamento e intervenção e avaliação de resultados) ou ainda uma actuação preventiva que passa pela promoção/educação para um envelhecimento activo e bem-sucedido junto da população adulta/idosa. Considerando que já se Licenciatura em Educação Social Gerontológica 23| 38 procedeu à execução na íntegra de um Plano de Estudos, verifica-se que tem havido um alargamento das parcerias institucionais que culminam nos estágios curriculares. Os Estágios (I e II) estão estruturados na continuidade das IPPs. Assim, em termos de contextos de Estágio mantém-se a combinatória usada nas IPPs: (1) organizações assistenciais (Centros de Dia, Lares de Idosos, entre outros) e (2) comunidade. Ao nível da organização, no Estágio I pretende-se que os estudantes passem pelo processo de integração num contexto similar ao profissional, assumindo progressivamente um papel mais activo e participante. Para tal, numa primeira fase – Observação/Intervenção – o estagiário deve proceder à recolha sistemática de informação, com vista à caracterização do contexto (organizacional e/ou comunitário) e da população idosa que integra o referido contexto para assim identificar oportunidades de intervenção (Fase 2). Já o Estágio II assume um carácter predominantemente interventivo, uma vez que com base no trabalho realizado na UC Estágio I, o estudante procede ao planeamento, implementação e avaliação de acções/actividades com vista à introdução de melhoria no sistema. Importa referir que apesar das UCs terem duração semestral, o estagiário permanece no mesmo contexto de Estágio ao longo do ano lectivo, estando estas duas UCs organizadas num contínuo de complexidade e intervenção progressiva. O funcionamento do Estágio encontra-se regulado por documento próprio – Regulamento de Estágio, aprovado pelo Conselho Científico - sendo que no terreno o estagiário é acompanhado por um técnico superior com formação na área social (isto é, orientador de estágio). A supervisão do Estágio cabe à equipa docente do 3º ano. Em simultâneo com os Estágios decorrem os Seminários de Investigação e de Intervenção (I e II), os quais se constituem como arenas privilegiadas de retaguarda ao Estágio, uma vez que orientam e apoiam aspectos cruciais do mesmo. Por seu turno, as Ucs opcionais permitem aprofundar temáticas e técnicas associadas aos Estágios. 5. 2. Participação em programas de mobilidade internacional Relativamente à mobilidade europeia, tem vindo a aumentar o número de estudantes que participam em programas de mobilidade e espera-se que este número continue a aumentar. Face à adesão dos estudantes ao Programas de Mobilidade Internacional e, dado que o 2º ano contém um elevado numero de UC técnicas, o Programa de Mobilidade passou a funcionar prioritariamente no 3º ano associado aos Estágios seguindo a recomendação apresentada pela Coordenação de Curso e aprovada em Conselho Científico. Face a esta alteração não foi possível os estudantes ingressaram neste programa de mobilidade no Ano Lectivo 2009.10, no entanto para o Ano Lectivo 2010.11 encontram-se inscritos 27% dos estudantes do 3º ano. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 24| 38 5.3. Actividades de extensão à Comunidade A Coordenação de Curso tem colaborado com Instituições de referência da zona de influência do IPVC (Viana do Castelo, Braga, Porto) através de acções promovidas por estas que procuram sensibilizar a comunidade para questões relevantes no âmbito do envelhecimento. Simultaneamente estas acções constituem-se como divulgação do curso junto da população e potenciais empregadores. Paralelamente, tem estreitado relações de colaboração com as Instituições parceiras, desenvolvendo um trabalho de colaboração e parceria no sentido da construção de respostas inovadoras que vão de encontro às necessidades destas Instituições. Como principal evidência/resultado deste trabalho de parceria e colaboração importa salientar a colocação/integração de ex-estudantes do curso de ESG em algumas das Instituições parceiras através da medida Inove Social (estágios profissionais). A colocação/integração dos ex-estudantes permite que a Instituição reforce a sua equipa técnica e assim possa assegurar a continuidade dos trabalhos iniciados no âmbito da parceria ESVC-Instituição. 6. PARCERIAS INSTITUCIONAIS E TRABALHO EM REDE O desenvolvimento de parcerias tem sido uma preocupação e um objectivo da Coordenação de Curso presentes desde a criação do Curso. Desde essa altura tem-se procurado trabalhar em rede com instituições da comunidade que possam assumir-se como parceiros de relevo no âmbito dos objectivos de formação bem como do Programa Científico e Cultural do Curso. Assim, foram celebrados protocolos de parcerias com instituições públicas da região nas áreas da Segurança Social, Saúde e Poder Autárquico. Progressivamente estes protocolados de colaboração foram sendo alargados em função das necessidades de formação e investigação no âmbito do Curso. Especificamente, foram estabelecidos protocolos com a União das Misericórdias, Instituições de Solidariedade Social na região prestadores de serviços de retaguarda à velhice e ao envelhecimento, câmaras municipais na zona de influência do IPVC, unidades de investigação no domínio do funcionamento adulto e do envelhecimento, concretamente a Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos – Unifai. Através das parcerias estabelecidas temse procurado desenvolver um trabalho em rede no sentido de: (1) criar as melhores condições para a concretização dos objectivos de formação; (2) contribuir para a introdução de inovação e mudança social junto de equipamentos e serviços de retaguarda à velhice; e (3) desenvolver o trabalho de investigação no domínio da gerontologia social e educacional (Consultar Anexo). Numa análise retrospectiva, verifica-se que: (1) o número de Parceiros aumentou significativamente ao longo dos últimos quatro anos de execução do Plano de Estudos; (2) a sua tipologia diversificou-se, de unidades residenciais para idosos, câmaras municipais e centro regional de segurança social acrescem serviços de apoio domiciliário, centros de dia, centros de convívio; e Licenciatura em Educação Social Gerontológica 25| 38 (3) a natureza das acções no âmbito do trabalho em rede (ou de parceria) complexificou-se. Actualmente estão em desenvolvimento intervenções que visam (a) avaliação de programas gerontológicos de carácter concelhio, (b) orientações para a elaboração de planos gerontológicos, (c) execução de medidas concelhias estabelecidas em planos gerontológicos, (d) reorganização de serviços de apoio domiciliário, (e) intervenções ambientais em unidades residenciais, para além da inovação social em (f) intervenções individuais para optimizar o envelhecimento quer em contextos de institucionalização quer comunitários. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 26| 38 APRECIAÇÃO GLOBAL E RECOMENDAÇÕES Considerando a globalidade dos dados apresentados previamente considera-se que o curso ESG reúne um conjunto aspectos positivos considerados como pontos fortes da formação. Assim, uma das grandes vantagens desta licenciatura é a área inovadora da formação, mais especificamente o habilitar para o exercício profissional junto da franja mais envelhecida da população, da qual decorre uma outra vantagem que é a esperada elevada empregabilidade dos profissionais. Este aspecto parece reforçado com a progressiva absorção pelo mercado de trabalho de um número elevado de ex-estudantes. Em termos da estrutura curricular, a multidisciplinaridade e a componente prática associada às diferentes UCs assumemse como dimensões estruturantes e inovadores na formação de profissionais neste domínio. Já ao nível da execução do Plano de Estudos, o acompanhamento próximo dos docentes e o Programa tutorial têm-se constituído como um dos elementos nucleares do sucesso académico. Ao mesmo tempo, o trabalho de parceria desenvolvido com as Instituições de comunidade parece constituir-se como uma mais valia do Curso, aproximando a Academia do mundo profissional, potenciando a inovação social e criando condições para a inserção profissionais dos recém-licenciados. Por fim, o investimento que o corpo docente tem vindo a realizar em termos de investigação no domínio parece ser um outro ponto forte, uma vez que permite a criação de uma base segura de sustentação/enraizamento da formação com fortes implicações para a qualidade da formação de profissionais no domínio. A execução completa de um Plano Estudos da licenciatura permitiu a revisão curricular efectuada e a consequente alteração com implicações na adequação da carga horária, ajustamento do esforço de aprendizagem por parte dos estudantes e harmonização entre número de horas de contacto com o número de horas de trabalho autónomo por UC. Apesar de, no Ano Lectivo 2009.10, o novo Plano de Estudos se encontrar em pleno funcionamento, é possível verificar que os estudantes parecem subestimar o número médio de horas necessário para aprender nas diferentes UCs. Este aspecto merece, no futuro, uma análise detalhada com os estudantes e consequente trabalho de ajustamento entre docentes e estudantes, assegurando assim uma aprendizagem mais efectiva. Se se atender a factores externos à Instituição e ao curso, importa referir como oportunidade o Processo de Bolonha em si mesmo, o qual se traduz na abertura do Espaço Europeu do Ensino Superior e da Investigação Científica, criando oportunidades para redes de mobilidade e empregabilidade. Mas esta oportunidade coabita com uma séria ameaça – o sub-financiamento das Instituições do Ensino Superior, associadas a uma lógica de mercado altamente diferenciadora, que nem sempre tem em conta as desigualdades de acesso. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 27| 38 Em termos de recomendação, parece-nos que é necessária uma maior capacidade discriminativa dos procedimentos adoptados na monitorização do Processo de Bolonha. Provavelmente, poderá ser útil criar situações de discussão focalizada (envolvendo todos os participantes no processo de ensino/aprendizagem) acerca deste instrumento de medida da aprendizagem – os ECTS. Ao mesmo tempo parece-nos relevante a implementação de procedimentos que permitam acompanhar com maior especificidade o processo de integração dos estudantes do 1ºano do Curso no sentido de optimizar a adaptação ao Ensino Superior, o sucesso académico e o desenvolvimento pessoal destes estudantes. Por outro lado, importa dar continuidade e acentuar o trabalho de parceria e colaboração que se tem vindo a desenvolver com as Instituições da Comunidade no sentido de contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços disponibilizados à população idosa. É fundamental que todo este trabalho continue a ser alicerçado na investigação que a equipa docente do Curso tem vindo a desenvolver, reforçando assim o binómio investigação-intervenção, contribuindo para a construção de uma gerontologia aplicada e contextualizada, promotora do desenvolvimento humano e da optimização do envelhecimento. Licenciatura em Educação Social Gerontológica 28| 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Administration on Aging. (2006). A profile of older Americans: 2005. Washington, DC: U.S. Department of Health and Human Services. Baltes, P. (1997). On the incomplete architecture of human ontogeny: selection, optimization, and compensation as foundation of developmental theory. The American psychologist, 52, 366-380. Baltes, P. & Mayer, K. (1999). The Berlin Aging Study. Aging from 70 to 100. Cambridge: Cambridge University Press. Berg, S., Dahl, A. & Nilsson, S. (2007). Cognitive Decline and Dementia. In R. Fernández-Ballesteros (Eds.), GeroPsyccology. 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Licenciatura em Educação Social Gerontológica 30| 38 Comissão da Coordenação de Curso Coordenação de Curso Prof. Doutora Alice Bastos (Coordenadora do Curso) Prof. Doutora Carla Faria (Secretária) Sílvia Caridade (Representante dos estudantes) Representantes dos docentes Prof. Doutora Alice Bastos (representante do 1º ano) Mestre Emília Moreira (representante do 2º ano) Prof. Doutor José Melo de Carvalho (representante do 3º ano) Representantes dos Estudantes Arminda Fernandes (representante do 1º ano) Filomena Nascimento (representante do 2º ano) Sílvia Caridade (representante do 3º ano) Relatoras Alice Bastos Carla Faria Emília Moreira Licenciatura em Educação Social Gerontológica 31| 38 ANEXOS Licenciatura em Educação Social Gerontológica 32| 38 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 33| 38 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 34| 38 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 35| 38 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 36| 38 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 37| 38 Licenciatura em Educação Social Gerontológica 38| 38