Iepé - Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena
Rua José Eduardo Nunes, 138, Vila Sônia – São Paulo - SP
Fone: (11) 3746-7912
E-mail: [email protected]
Site: www.institutoiepe.org.br
Representantes: Dominique Tilkin Gallois (Coordenadora do Projeto)
Juliana Rosalen (Pesquisadora Responsável).
Instituição Parceira: Conselho das Aldeias Wajãpi – Apina
Projeto: “Construindo um espaço de diálogo entre as mulheres wajãpi e as instituições
de saúde indígena”
Missão Institucional:
O Iepé é uma entidade criada para prestar assessoria direta a demandas de formação e
capacitação apresentadas pelas comunidades indígenas do Amapá e Norte do Pará,
visando o fortalecimento de suas formas de gestão comunitária e coletiva.
Objetivo:
Propiciar um processo de reflexão das mulheres wajãpi sobre seus próprios
conhecimentos e práticas relacionados à saúde reprodutiva e também acerca das ações
implementadas pelo sistema oficial de saúde, de forma a construir um espaço de diálogo
entre estas mulheres e os representantes do sistema oficial de saúde, visando a adequação
das ações de atenção à saúde da mulher.
Resumo da proposta:
A proposta do presente projeto é de realização de um trabalho junto aos Wajãpi e à
equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Amapá e Norte do Pará, de
forma a estruturar mecanismos que garantam a reflexão e a participação das mulheres
indígenas na discussão, elaboração e condução de ações de saúde reprodutiva.
Atividades realizadas:
1) Preparação do roteiro e dos materiais utilizados nas cinco oficinas previstas no projeto;
2) Execução das oficinas na Terra Indígena (TI) Wajãpi; 3) Levantamentos de dados na
TI Wajãpi e junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Amapá e Norte do
Pará; 4) Entrevistas com os profissionais de saúde que atuam nas aldeias da terra indígena
e na Casa de Saúde do Índio (CASAI) mantida pela FUNASA em Macapá; 5)
Sistematização parcial dos dados obtidos nas oficinas, nos levantamentos e nas
entrevistas.
Resultados principais:
As discussões das oficinas propiciaram uma reflexão das mulheres wajãpi, ainda que
incipiente, sobre a necessidade de construção de espaços de interlocução (internos e
externos) para a participação política das mulheres nas instâncias responsáveis pela
definição e implementação das ações de atenção à saúde indígena. As oficinas também
tiveram um espaço fundamental de reflexão e troca de conhecimentos entre as mulheres
dos diferentes grupos locais que compõem a “comunidade” wajãpi e um contexto
privilegiado para a obtenção de dados sobre o pensamento wajãpi acerca dos processos
de concepção, gestação, parto, pós-parto, amamentação e avaliação das ações biomédicas
referentes à saúde da mulher.
Fotos
Foto da I Oficina, ocorrida na aldeia Akaju do dia 5 ao dia 9 de outubro
de 2006, que reuniu mulheres das aldeias Kupa´y, Yvyrareta e Akaju.
Foto da III Oficina, ocorrida na aldeia Kwapo´ywyry (Aramirã) do dia 04 ao
dia 08 de abril de 2007, que reuniu mulheres das aldeias Pinoty,
Okora`yry, Pijowi, Pairakae, Ytape e Karavovo.
Foto da III Oficina, na aldeia Kwapo´ywyry (Aramirã).
“Eu gostei muito. (...) São novas explicações, diferentes das que
usamos quando falamos nossa língua - para a gente entender, para
não falarem que nós não entendemos nada - não foi através da
escrita que entendemos, mas na nossa cabeça, ouvindo”.
Singau Wajãpi – aldeia Pairakae
.
Professora Jamy Wajãpi sistematizando, na língua wajãpi, junto com as
demais participantes, os temas discutidos durante a IV Oficina, na aldeia
Mariry. Desta oficina participaram mulheres das aldeias Yvytõtõ, Jawarary,
Jakare'yty, Ytawa, Mariry e Kamuta.
“Porque a comunidade sempre fala assim: moãjarã [técnicos em saúde ou
enfermeiros] não trabalham bem aqui (...) Vou colocar wajãpi reko [idéias e
práticas dos Wajãpi] na reunião. É melhor explicar para os karai kõ [nãoíndios] o jeito dos Wajãpi, para saberem um pouco, para respeitarem
sempre os Wajãpi ... Se não melhorar, melhor fazer de novo reunião, até
melhorar (...), para a gente ficar forte.”
Jamy Wajãpi – Professora da aldeia Kamuta
“Os homens não nos escutam, e é bom a gente ir para reuniões em
Macapá para sermos ouvidas, todas as mulheres, juntas”.
Serapi Wajãpi – aldeia Yvytõtõ
“Eu achei boa essa reunião, porque todas as mulheres contaram alguns
janereko [nossas idéias e práticas] para nós, para eu ouvir. Por isso eu
gostei muito dessa reunião (...), porque nós vamos nos juntar e vamos
falar com os moãjarã [técnicos em saúde ou enfermeiros].”
Professora Mawi – Aldeia Kurani´yty
Download

Iepé - Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena Rua