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Companhias que adotam monumentos públicos garantem que o investimento compensa: dá
visibilidade e cria vínculos com a cidade
Edição n° 1329
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Da janela do 12º andar do edifício da Klabin, no centro velho de São Paulo, o diretor de
comunicação da empresa, Wilberto Lima Júnior, observa toda a movimentação na nova
Praça Ramos de Azevedo. As 12 estátuas representativas da trajetória lírica de Carlos
Gomes foram recuperadas, as fontes do monumento voltaram a jorrar e o piso de mosaicos
centenários está totalmente reconstituído. A Klabin patrocinou a obra, iniciada pela
recuperação dos jardins, que ficou a cargo da Votorantim. "Descobrimos o caminho do
resgate dos monumentos públicos", comemora Lima Júnior. "É impossível ficar de braços
cruzados diante de uma cidade que se deteriora".
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As empresas que adotam monumentos públicos garantem que o investimento compensa. "O
retorno é líquido e certo", atesta Francisco Zorzete, diretor da Companhia de Restauro,
parceira da Klabin na empreitada que revitalizou a Praça Ramos. "Adotar um monumento
promove a visibilidade da companhia e produz uma sensação de familiaridade nas pessoas,
que acabam associando a marca ao sucesso empresarial", diz Zorzete. Para Lima Júnior,
ainda há outras vantagens: "Investir no patrimônio público cria um forte vínculo da empresa
com a cidade".
São Paulo tem cerca de 350 monumentos à espera de adoção. O processo exige tempo,
bons parceiros e um enorme exercício de tolerância para enfrentar a burocracia. Qualquer
projeto de restauro de obra pública envolve aprovação pelos órgãos competentes municipal, estadual ou federal. Dependendo do nível de tombamento histórico, pode implicar
as três instâncias. "Os órgãos públicos trabalham no ritmo da antivelocidade", lamenta
Zorzete. "Para liberar a obra no piso da Praça Ramos levei mais de um ano. Que outra
empresa seguraria dinheiro em caixa durante tanto tempo para adotar uma obra pública?"
Mesmo assim, esse exercício de paciência tem valido a pena, na opinião de Lima Júnior. "A
recuperação da Praça Ramos vem mobilizando professores a promover excursões para
mostrar a história aos alunos, os lambe-lambes voltaram, os turistas parecem não se cansar
de fazer fotos e todos acabam se sentindo responsáveis pelo monumento", diz.
Esse movimento da iniciativa privada em direção à preservação da coisa pública está se
intensificando e despertando na comunidade um sentimento de orgulho, segundo Zorzete:
"O cidadão comum está constatando que o que é público não é nem da prefeitura nem do
Estado; é dele mesmo".
Resgatar e garantir a manutenção do bem público são atitudes que as empresas vêm
adotando particularmente no entorno de suas matrizes e filiais importantes. O BankBoston
iniciou essa empreitada pelo Vale do Anhangabaú, onde resgatou os jardins e até hoje
conserva a área. Em seguida, estendeu o benefício para o bairro do Morumbi, onde
revitalizou a Praça Vinícius de Moraes. Depois, adotou alguns canteiros centrais da avenida
Luiz Carlos Berrini e da avenida Brás Leme - todas em São Paulo. Para fazer a manutenção
das quatro intervenções, o Boston investe cerca de R$ 220 mil por ano. "Os funcionários se
orgulham e passaram a ver a empresa com outros olhos", diz Juraci Matos, superintendente
de facilities do BankBoston.
A intervenção do Boston na Praça Vinícius de Moraes envolveu um investimento de R$ 600
mil. A entrega da nova praça foi feita em 2003 e mereceu uma inauguração com uma
requintada estratégia de marketing. "Nosso objetivo é associar a praça revitalizada à nossa
marca", explica Claudia Pagnani, superintendente executiva de marketing do Boston. "Tanto
que mensuramos o retorno do investimento pelo encantamento do cliente com a iniciativa."
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A pesquisa que mediu a satisfação da clientela depois da entrega da praça rendeu preciosas
constatações. "Os clientes que moram no entorno da Vinícius de Moraes valorizaram a
iniciativa porque o local ficou mais bonito, mais limpo e mais seguro", diz Claudia. Além
disso, essa demonstração de cidadania por parte da instituição financeira rendeu novos
clientes: "Investimento em patrimônio público leva benefício para a sociedade, mas também
retorna como lucro para o banco. Nossa marca tem melhorado muito".
O Banco Real decidiu adotar o projeto de restauro dos chafarizes, das fontes e dos jardins
do Parque Independência, em São Paulo. Os jardins foram reinaugurados em 2004 e
receberam investimentos de R$ 3,8 milhões. Parte desse montante veio por conta de
renúncia fiscal - R$ 500 mil da Lei Rouanet e R$ 300 mil pela Lei Mendonça, segundo Dilson
Motta, superintendente de eventos e promoção do banco. Para comunicar à comunidade
que promoveu o restauro, o Real investiu mais R$ 2,2 milhões. Valeu cada centavo, na
opinião de Motta: "Os jardins ficam lotados de freqüentadores e os alunos voltaram a circular
pelos parques e têm aulas em meio ao cenário onde foi proclamada a Independência do
Brasil".
Depois de devidamente restaurado, a manutenção do patrimônio público deveria voltar a ser
responsabilidade da prefeitura, segundo as empresas. Mas nem sempre isso é possível, e
muitas incluem no contrato de restauro a manutenção dos sítios históricos, ainda que por
tempo determinado. Mas no caso dos jardins da Independência, o Real passou a tarefa de
manutenção para a prefeitura. "Se tivéssemos de assumir as obrigações do poder público,
seria no trabalho de educação patrimonial, para que alunos de todas as idades
incorporassem a responsabilidade pela preservação do patrimônio público", diz Motta.
Mas algumas empresas assumiram a responsabilidade pela manutenção. Entre elas o
Museu a Céu Aberto, a Companhia de Restauro, Euro Atlântica e outras, que investem entre
R$ 10 mil e R$ 15 mil mensalmente.
Além de garantir a manutenção, a educação patrimonial também está na lista das
prioridades. Em direção a isso, a Secretaria de Cultura do Estado tem um projeto de
qualificação e capacitação de alunos de escolas do entorno de sítios revitalizados. Em troca
de alguma ajuda de custo, os estudantes acompanhariam visitantes e poderiam até
transformar essa atividade numa futura profissão. "É uma forma de despertar a necessidade
de cuidar do patrimônio aliado a um trabalho que pode ser uma perspectiva de vida",
imagina Silvia Antibas, diretora do Departamento de Arquivos da Secretaria de Cultura do
Estado.
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