Página da W Quarta-feira, 24/08/2005 1 de 2 home | alterar cadastro | assinaturas Brasil Política Finanças Empresas Internacional | logout | ajuda Edições Anteriores: 22/08/2005 - n° 1329 Online Geral | privacidade home impresso Companhias que adotam monumentos públicos garantem que o investimento compensa: dá visibilidade e cria vínculos com a cidade Edição n° 1329 Olá, CRISTINA! para sair clique aqui Busca no Valor OnLine: Ação urbana Silvia Torikachvili, para o Valor De São Paulo OK Busca avançada Cotações Impresso 1° Caderno Empresas & Tecn. Finanças Eu& Da janela do 12º andar do edifício da Klabin, no centro velho de São Paulo, o diretor de comunicação da empresa, Wilberto Lima Júnior, observa toda a movimentação na nova Praça Ramos de Azevedo. As 12 estátuas representativas da trajetória lírica de Carlos Gomes foram recuperadas, as fontes do monumento voltaram a jorrar e o piso de mosaicos centenários está totalmente reconstituído. A Klabin patrocinou a obra, iniciada pela recuperação dos jardins, que ficou a cargo da Votorantim. "Descobrimos o caminho do resgate dos monumentos públicos", comemora Lima Júnior. "É impossível ficar de braços cruzados diante de uma cidade que se deteriora". Eu& Fim de semana Legislação & Tributos Agronegócios Suplementos Colunistas Índice Geral Empresas Citadas Especiais Valor 1000 Valor Carreira Valor Setorial Valor Financeiro Valor Grandes Grupos Valor Investe Executivo de Valor Seminários Café da Manhã Conversor de moedas Estágio Serviços Assinaturas Newsletter gratuita Comprar conteúdo Valor RSS Geral Expediente Fale Conosco Publicidade Marketing Prêmios As empresas que adotam monumentos públicos garantem que o investimento compensa. "O retorno é líquido e certo", atesta Francisco Zorzete, diretor da Companhia de Restauro, parceira da Klabin na empreitada que revitalizou a Praça Ramos. "Adotar um monumento promove a visibilidade da companhia e produz uma sensação de familiaridade nas pessoas, que acabam associando a marca ao sucesso empresarial", diz Zorzete. Para Lima Júnior, ainda há outras vantagens: "Investir no patrimônio público cria um forte vínculo da empresa com a cidade". São Paulo tem cerca de 350 monumentos à espera de adoção. O processo exige tempo, bons parceiros e um enorme exercício de tolerância para enfrentar a burocracia. Qualquer projeto de restauro de obra pública envolve aprovação pelos órgãos competentes municipal, estadual ou federal. Dependendo do nível de tombamento histórico, pode implicar as três instâncias. "Os órgãos públicos trabalham no ritmo da antivelocidade", lamenta Zorzete. "Para liberar a obra no piso da Praça Ramos levei mais de um ano. Que outra empresa seguraria dinheiro em caixa durante tanto tempo para adotar uma obra pública?" Mesmo assim, esse exercício de paciência tem valido a pena, na opinião de Lima Júnior. "A recuperação da Praça Ramos vem mobilizando professores a promover excursões para mostrar a história aos alunos, os lambe-lambes voltaram, os turistas parecem não se cansar de fazer fotos e todos acabam se sentindo responsáveis pelo monumento", diz. Esse movimento da iniciativa privada em direção à preservação da coisa pública está se intensificando e despertando na comunidade um sentimento de orgulho, segundo Zorzete: "O cidadão comum está constatando que o que é público não é nem da prefeitura nem do Estado; é dele mesmo". Resgatar e garantir a manutenção do bem público são atitudes que as empresas vêm adotando particularmente no entorno de suas matrizes e filiais importantes. O BankBoston iniciou essa empreitada pelo Vale do Anhangabaú, onde resgatou os jardins e até hoje conserva a área. Em seguida, estendeu o benefício para o bairro do Morumbi, onde revitalizou a Praça Vinícius de Moraes. Depois, adotou alguns canteiros centrais da avenida Luiz Carlos Berrini e da avenida Brás Leme - todas em São Paulo. Para fazer a manutenção das quatro intervenções, o Boston investe cerca de R$ 220 mil por ano. "Os funcionários se orgulham e passaram a ver a empresa com outros olhos", diz Juraci Matos, superintendente de facilities do BankBoston. A intervenção do Boston na Praça Vinícius de Moraes envolveu um investimento de R$ 600 mil. A entrega da nova praça foi feita em 2003 e mereceu uma inauguração com uma requintada estratégia de marketing. "Nosso objetivo é associar a praça revitalizada à nossa marca", explica Claudia Pagnani, superintendente executiva de marketing do Boston. "Tanto que mensuramos o retorno do investimento pelo encantamento do cliente com a iniciativa." http://www.valoronline.com.br/veconomico/caderno/?show=index&n=&mat=3223185&edicao=1166 24/08/05 Página da W Valor Social Ethos-Valor 2 de 2 A pesquisa que mediu a satisfação da clientela depois da entrega da praça rendeu preciosas constatações. "Os clientes que moram no entorno da Vinícius de Moraes valorizaram a iniciativa porque o local ficou mais bonito, mais limpo e mais seguro", diz Claudia. Além disso, essa demonstração de cidadania por parte da instituição financeira rendeu novos clientes: "Investimento em patrimônio público leva benefício para a sociedade, mas também retorna como lucro para o banco. Nossa marca tem melhorado muito". O Banco Real decidiu adotar o projeto de restauro dos chafarizes, das fontes e dos jardins do Parque Independência, em São Paulo. Os jardins foram reinaugurados em 2004 e receberam investimentos de R$ 3,8 milhões. Parte desse montante veio por conta de renúncia fiscal - R$ 500 mil da Lei Rouanet e R$ 300 mil pela Lei Mendonça, segundo Dilson Motta, superintendente de eventos e promoção do banco. Para comunicar à comunidade que promoveu o restauro, o Real investiu mais R$ 2,2 milhões. Valeu cada centavo, na opinião de Motta: "Os jardins ficam lotados de freqüentadores e os alunos voltaram a circular pelos parques e têm aulas em meio ao cenário onde foi proclamada a Independência do Brasil". Depois de devidamente restaurado, a manutenção do patrimônio público deveria voltar a ser responsabilidade da prefeitura, segundo as empresas. Mas nem sempre isso é possível, e muitas incluem no contrato de restauro a manutenção dos sítios históricos, ainda que por tempo determinado. Mas no caso dos jardins da Independência, o Real passou a tarefa de manutenção para a prefeitura. "Se tivéssemos de assumir as obrigações do poder público, seria no trabalho de educação patrimonial, para que alunos de todas as idades incorporassem a responsabilidade pela preservação do patrimônio público", diz Motta. Mas algumas empresas assumiram a responsabilidade pela manutenção. Entre elas o Museu a Céu Aberto, a Companhia de Restauro, Euro Atlântica e outras, que investem entre R$ 10 mil e R$ 15 mil mensalmente. Além de garantir a manutenção, a educação patrimonial também está na lista das prioridades. Em direção a isso, a Secretaria de Cultura do Estado tem um projeto de qualificação e capacitação de alunos de escolas do entorno de sítios revitalizados. Em troca de alguma ajuda de custo, os estudantes acompanhariam visitantes e poderiam até transformar essa atividade numa futura profissão. "É uma forma de despertar a necessidade de cuidar do patrimônio aliado a um trabalho que pode ser uma perspectiva de vida", imagina Silvia Antibas, diretora do Departamento de Arquivos da Secretaria de Cultura do Estado. R eceba n ot í ci as j u r ídi cas F ei r a da N oiva em S P . Cadas tr e- s e e r eceba em s eu e- mail as pr incipais notícias do dia. T udo par a as noivas em um s ó local. Peça s eu convite gr átis no s ite! Anúncios Goooooogle Copyright Valor Econômico S.A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Valor Econômico S.A.. Para saber como adquirir o direito de publicação das notícias clique aqui. http://www.valoronline.com.br/veconomico/caderno/?show=index&n=&mat=3223185&edicao=1166 24/08/05