A BUSCA DE ALTERNATIVAS DE RESISTÊNCIA DO MOVIMENTO SINDICAL EM MEIO AS CRISES DA SOCIEDADE CAPITALISTA. Autor (a): SOUZA, Nilda. R. Orientador: Prof. Dr. Ariovaldo Santos Mestrado do Departamento de Pós-Graduação de Ciências Sociais Universidade Estadual de Londrina Email: [email protected] RESUMO Perpassamos um quadro em que as forças produtivas, a divisão do trabalho, o trabalho, o Estado, a classe trabalhadora e os movimentos sindicais têm as suas atuações sendo redefinidas, bruscamente, a fim de auxiliar ao capital, na superação de mais uma de suas crises. Partindo desse pressuposto pretendemos descrever sobre a formação e como essas crises interferiram diretamente na organização do trabalho, do Estado e do Movimento Sindical. No tocante ao movimento sindical, esse, a fim de demonstrar sua resistência aos imperativos do capital, buscou outros campos de atuação, como dar maior ênfase a definição das políticas publicas para qualificação e requalificação da força de trabalho, sobretudo, daquela colocada no desemprego. Palavras-chave: Crise do capitalismo, reestruturação produtiva, políticas publicas, qualificação. 1. Elementos de Problematização Este artigo foi elaborado a partir de dados extraídos de pesquisa bibliográfica – em andamento – tendo como objetivo analisar o contexto de crise do capitalismo e como os resultados da mesma afetam diretamente o trabalho, o Estado, a classe trabalhadora e o movimento sindical. Segundo Mandel (1990, p. 208) o modo de produção capitalista é, ao mesmo tempo, produção mercantil generalizada e produção para o lucro das empresas operando independente, uma das outras, uma não podendo existir isoladamente. Unifica-as, o fato de perseguirem a extração da mais-valia. O autor cita como exemplo, que pouco importa ao capitalista que uma massa crescente de mais valia seja produzida durante o processo de produção, se ele obtém somente uma fração do contravalor dessa mais valia no curso do processo de circulação. A produção da mais valia não produz automaticamente a sua realização. Ocorre nesse desdobramento entre mercadoria e dinheiro, a realização do seu valor de troca, assim propiciando a primeira crise de superprodução (Mandel, 1990, p. 210). Em suas origens, o capitalismo gerava crise de subprodução de valores uso, ou seja, crises por conta da pouca produção. No momento em que ele se consolidou enquanto modo de produção, as crises emergentes são de superprodução. Mandel (1990, p. 210) esclarece que não é porque há muitos poucos produtos que a vida econômica se desregula. É porque há a impossibilidade de venda de mercadorias a preços que garantam o lucro médio que a vida econômica se desorganiza, que as fabricas fecham suas portas, que os patrões demitem e que a produção, as rendas, as vendas, os investimentos e o emprego caem. Nesse contexto, o trabalho é atingido abruptamente e suas formas organizacionais alteradas e reelaboradas. Assim o capital coloca ao trabalho e à criação de valores uma barreira. No entanto, na medida em que a lei que o compele a uma valorização progressiva, acaba determinando um estreitamento da base sobre a qual se apóia o processo de valorização (trabalho vivo). Para Mazzucchelli: O capital, enquanto valor progressivo, generaliza e transforma a produção de mercadorias e, portanto, a produção de valores. Neste sentido, ele constitui a forma desenvolvida da produção mercantil. Isto significa, ao mesmo tempo, que as contradições implícitas nesta produção (notadamente a contradição valor/uso) são igualmente generalizadas e transformadas pelo capital. E a forma capitalista dessas contradições pode ser posta nos seguintes termos: a valorização do valor pressuposto, ao redundar na autonomização da produção pela produção, implica, contraditoriamente, a tendência recorrente do capital a se abstrair das determinações de sua valorização e, portanto, das determinações da própria produção de valores (Mazzucchelli: 1985:22). Lembremos que a lei do valor é a que rege o movimento das economias que se baseiam na produção mercantil. É a ação do valor que converte os distintos trabalhos privados, contidos nos distintos valores de uso, em trabalho social. Nesse sentido, a ação da lei do valor distribui o trabalho da sociedade em suas distintas esferas produtivas segundo as necessidades expressas através do mercado, ou seja, o reconhecimento do trabalho privado com trabalho socialmente necessário (Souza, 1992, p. 14). Souza (1992, p.14) aprofunda a análise sobre o valor, se baseando nos pressupostos de Marx e assinala que o mesmo atua precisamente numa sociedade baseada na divisão do trabalho e na propriedade privada dos meios de produção e do produto do trabalho. Isso implica que só a posteriori o trabalho incorporado como trabalho privado é reconhecido socialmente, o que torna possível o não reconhecimento de parte do trabalho privado incorporado. Entretanto, isso se manifesta através de uma contradição inerente à própria mercadoria entre seus dois aspectos: valor e valor de uso. Assim, que nessa relação contraditória abre-se o caminho para as de crises Souza (1992: p.16). Enfatiza que o modo de produção capitalista não é um mero modo de produção de mercadorias, ainda que a conversão de todos ou da maioria dos produtos do trabalho em mercadoria apenas aconteça no regime de produção capitalista. A forma especifica como lei do valor funciona sob o modo de produção capitalista é através da produção de mais-valia, que é a lei absoluta desse modo de produção. A lei do valor capitalista é a lei da mais-valia. Desse modo, o valor, que é uma relação social, um relação entre distintos possuidores privados de mercadorias, assume uma determinação especifica no modo de produção capitalista: é, sobretudo, a relação entre o possuidor dos meios de produção e de vida e o possuidor da mercadoria força de trabalho; é, de um lado, a valorização do valor, o acréscimo do capital, e, de outro a exploração do trabalho; é, por conseguinte, o próprio capital, que só na medida em que se auto valoriza e explora. Nesse sentido, o capital, como materialização do valor na sociedade burguesa, é essencialmente uma relação social de produção e exploração (Souza, 1992, p. 14). Segundo Belluzzo (1980: 106) a lei que compele o capital a uma valorização progressiva acaba impondo a necessidade de sua desvalorização periódica, fenômeno que se exterioriza através de súbitas paralisações e crises do processo de produção. Ocorre então, que as crises e paralisações do processo de produção assumem invariavelmente a forma de superprodução, mas superprodução de capital e não de mercadorias 1 . Para Mazzucchelli (1985:25) a superprodução de capital é um aspecto próprio da natureza do capital. Enfim esses são alguns aspectos em que as contradições se acirram 2 . Todavia, com a emergência das determinações da valorização do capital, ocorre a tendência à superprodução e a negação do trabalho. Essas determinações não são consideradas separadamente dentro da engrenagem da produção capitalista e com isso, as contradições imanentes do processo produtivo se exteriorizam, se impõem de forma violenta ao capital e busca de resolução das crises. As crises, portanto, do mesmo modo que explicitam como o capital ultrapassa os limites dentro dos quais deve-se mover a conservação e valorização do valor-capital, repõem, através da desvalorização geral, as condições para que a produção volte a transcorrer no interior desses limites (...) ao mesmo tempo em que explicitam a autonomia dos diversos momentos do processo de valorização, asseguram, forçosamente, a necessidade interna de sua correspondência (Mazzucchelli: 1985:22-23). Tudo isso se passa para que, mediante novas ondas de concentração de capital, novos aumentos na escala de produção e aproveitamento da mão-de-obra disponível em grande quantidade se restabeleçam as condições para um novo ciclo de valorização acelerada do capital (Belluzzo, 1980, 106-107). Para que esse novo ciclo de valorização ocorra o capitalismo se desdobra reformulando mecanismos e instrumentos que compõem as forças capitalistas de produção e a dominação dos elementos subjetivos do processo de trabalho pelos elementos objetivos consubstanciados no sistema de maquinaria, implicam numa autonomização da estrutura técnica do capital, cujo desenvolvimento não faz senão confirmar a razão que lhe deu origem: a redução do tempo de trabalho socialmente necessário e a produção continuada da mais valia relativa. O progresso técnico passa a fazer parte das virtudes do sujeito-capital e como tal só 1 Lembremos que segundo Mandel (1990, p. 211) a crise econômica capitalista é sempre uma crise de superprodução de mercadorias. Essa não é a simples aparência, nem uma visão de uma ideologicamente deformada. 2 Enfatizamos que não pretendemos fazer exposição minuciosa sobre a formação e consolidação do capitalismo e como funciona toda a sua engrenagem, conforme fez Karl Marx nos vários volumes do livro “O Capital”, apenas queremos mostrar alguns elementos que consideramos importante para situar o porquê e de onde provêm as crises e como o trabalho é duramente afetado. pode se exprimir enquanto arma de combate dos capitais individuais (Belluzzo, 1980, 108). O capital é, portanto, a própria contradição em processo, este estimula a sua produção em meio a contradições superadas constantemente, porém postas também constantemente (Mazzucchelli, 1985,24). Entretanto, dentro dessas contradições a crises funcionam como mecanismos de constituição da qual o valor se impõe apesar da concorrência capitalista (Mandel, 1990, p. 212). Com isso a superação da crise vem da dinâmica do próprio capital, que busca se restabelecer, de forma gradual e intensa, dentro da sua própria dinâmica, buscando sair da crise. Não podemos esquecer que a crise é a manifestação da queda da taxa de lucro, ao mesmo tempo em que revela uma superprodução de mercadorias. Contudo, os mecanismos utilizados pelo capital para se restabelecer reside no fato de que, no inicio de cada ciclo industrial, há racionalização, intensidade crescente do trabalho, progresso técnico acentuado (Mandel, 1990, p. 212). A racionalização do trabalho é organizada através de modelos gerencias de organização do trabalho, que em alguns momentos históricos pode depender do atrelamento ou desligamento do Estado, assim como, da redefinição das relações entre trabalhadores e patrões, através da subordinação dos sindicatos. Esses agentes sociais têm as suas atuações, enquanto atores sociais, sendo redefinidas, bruscamente, a fim de auxiliar ao capital, na superação de mais uma de suas crises. 2.O impacto das crises do capital no decorrer do século XX sobre o Trabalho, o Estado e os trabalhadores. Os modelos gerenciais, dentre os quais podem ser destacados o taylorista e o fordista, são utilizados para valorização do capital, de forma, a ampliar desmesuradamente o trabalho excedente a custa de economia da substância do valor, o trabalho vivo. Isto se efetiva por meio da cientificização do processo de trabalho. Esse processo é na verdade, uma forma avançada de controle do capital ,com objetivo de elevar a produtividade do trabalho, libertando-se, assim, o máximo possível, dos limites presentes no período da manufatura, no qual o capital dependia da habilidade do trabalhador, seja em funções simples ou complexas. Reforça, ao mesmo tempo, o controle dos tempos e movimentos do trabalhador, ou seja, do controle (necessariamente despótico) de todos os passos do trabalho vivo (Moraes Neto, 1989,32-34), assim como, dos vários aspectos da vida social, cultural e política. Tais modelos gerenciais e racionais, segundo Coriat (1976) contribuem no sentido de valorizar o capital, de maneira mais racional e assim permite a extração máxima da mais-valia, visto que controla os passos do trabalhador, de forma a reduzir o saber operário aos seus elementos mais simples. Contudo, segundo Moraes Neto (1989,3537) eles buscam, também, o auxilio dos elementos objetivos do processo (trabalho morto), para objetivar o elemento subjetivo (trabalho vivo). Permitem ao capital administrar a execução das tarefas individuais de forma coletiva, pela via da esteira, bem como, fixar o trabalhador num determinado posto de trabalho com ferramentas especializadas para execução dos diferentes tipos de trabalho. Com isso, elas garantem ao capital, além da valorização, o domínio sobre o processo de trabalho. Contudo, esses modelos gerenciais além de organizar o trabalho para que esse dependesse mais e mais do capital, conseguiram, também, redesenhar outros aspectos da vida social, cultural e político, em função do trabalho. Um dos aparatos que contribuiu, de forma precisa, para isso foi Estado, que teve papel especifico dentro das crises capitalistas. Durante o pós Segunda Guerra, o Estado foi mediador nas relações entre o grande capital, a burguesia, a classe operária no sentido de respaldar a acumulação capitalista. O mesmo instituiu mecanismos para controlar a crise do momento e juntamente com os princípios organizativos do trabalho reativar a produção (Sandroni, 1994). Percebemos assim que essa foi uma ocasião propicia para reorganizar o trabalho no sentido de intensifica-lo e assim eliminar tempos mortos (instantes de pausa no trabalho), amarrar os operários em seus postos, separar tarefas, ou seja, destruir aquele tecido frágil de conversas e de pequenas trocas que possibilitava aos operários constituir cotidianamente sua autonomia com relação ao trabalho, à hierarquia e a ordem das coisas (Gorz, 1982, p.153). O Estado passou a construir novos poderes institucionais. Por sua vez, o capital corporativo teve que ajustar algumas medidas para seguir com mais suavidade a trilha da lucratividade segura. Isso obrigou a conduzir o trabalho organizado a assumir novos papeis e funções relativos ao desempenho nos mercados de trabalho e nos processos de produção (Harvey, 1993, 125). Com o controle parcial sobre os sindicatos e com o aceite da classe trabalhadora à disciplina rígida imposta pelas organizações de cunho racionais e gerenciais, (Harvey, 1993,119) os interesses da classe capitalista avançaram sem precedentes. Fundamental, dentro desse processo, foi o trabalho de aliciar a classe trabalhadora para que essa barganhasse algumas das suas demandas mais emergentes: a estabilidade no emprego e a seguridade social Além de benefícios sociais tais como a seguridade social e a relativa estabilidade de emprego, as políticas implementadas pelo Estado trouxeram o salário mínimo, a assistência médica, educação, habitação, lazer, formação profissional, crescimento no nível de vida, redução no tempo de trabalho, etc. Diminui-se, pois, o tempo de trabalho na forma de tempo de trabalho necessário, para aumentá-lo na forma do trabalho excedente (Marx apud Moraes Neto, 1989, 114). Outro fator interessante foi que a mesma serviu para criar condições para reduzir o fator humano do processo de produção, a fim de que esse se tornasse previsível, programável, controlável, calculável (Gorz, 1982, p.155). Sendo assim as relações estabelecidas entre trabalhadores, sindicatos, Estado e capital se fundamentam dentro das contradições da sociedade capitalista, onde o movimento de acumulação e reprodução capitalista se transforma definitivamente num processo objetivo, desembaraçado de quaisquer limites, senão os fixados pela própria natureza do capital (Belluzzo, 1980, 96). Relação essa, cheia de conflitos, que não consegue obter adesão plena dos trabalhadores. Por isso, para remediar a tensão, as empresas incorporavam os “programas sociais” como elementos de reciprocidade para com o trabalhador. Contudo, com o decorrer do tempo, tais alternativas não conseguem remediar as situações de conflitos, provocadas por um novo projeto de racionalização da produção, incorporação de novas tecnologias e redução de custos e salários. E isso leva ao parcelamento das funções e a intensificação do ritmo do trabalho (Heloani, 2002). Todos esses fatos ocorrem numa ocasião em que novamente o sistema capitalismo, novamente se encontra em crise. 3.Década de 70: nova crise do capitalismo e o movimento de resistência sindical Nesse contexto de crise a classe trabalhadora e os movimentos sindicais têm as suas atuações, enquanto atores sociais, sendo redefinidas, bruscamente, a fim de auxiliar ao capital mais uma vez. Analisando esses elementos compreendemos os aspectos gerais e específicos das contradições e determinações do capital que interferem na atuação e decisões desses principais atores. O movimento sindical está sentindo duramente as imposições dessa reordenação imposta pelo capital, pois o mercado de trabalho passa por uma radical reestruturação. Reestruturação provocada pela nova reordenação do capital e da organização do trabalho que prevaleceu no pós-guerra. Os modelos organizacionais e gerenciais mostraram-se incapazes de conter as contradições inerentes ao capitalismo. Esse fracasso decorreu de quatro fatores: a diminuição dos ganhos de produtividade; a elevação orgânica do capital; saturação da norma social de consumo; e desenvolvimento do trabalho improdutivo. Havia problemas com a rigidez dos investimentos de capital fixo de larga e de longo prazo em sistemas de produção e massa que impediam a flexibilidade do planejamento, e também tinha a rigidez dos mercados e dos contratos de trabalho (Harvey: 1993:135). A decisão da OPEP de aumentar os preços do petróleo e embargar as exportações do mesmo para o Ocidente acarreta mudanças também no aumento do desemprego e assim torna-se difícil negociar com as empresas, melhores ganhos, mesmo assim, a classe trabalhadora se organizava reivindicando participação e controle do trabalho, e aqueles grupos que estavam excluídos e que não participavam queriam também ser inseridos na sociedade do consumo (Harvey: 1992:135). Alves (1996, 114) resslata que essa nova crise do capital pode ser considerada uma crise de produção clássica, mas considera que ela tem peculiaridades sócio-históricas que a distinguem de outras crises. Suas principais características são o incremento da capacidade produtiva ociosa, excesso de mercadorias e estoque, um excedente de capital dinheiro e um nível elevado de desemprego, de caráter estrutural. Contudo, a incapacidade de desvalorização, o enorme excedente de capacidade produtiva e do volume de capitais não aplicados, a superacumulação de capitais-dinheiro (que está por trás do boom especulativo e da aceleração do processo inflacionário) são traços estruturais da nova crise de superprodução que impedem que ocorra novamente um boom de crescimento capitalista, tal como ocorreu nas décadas de cinqüenta a sessenta (Alves, 1996, 114). Nesse contexto de crise, mais uma vez dentro da sua dinâmica produtiva e de reprodução das condições de sua existência, o capital vai procurar outras formas de organizar as bases técnicas a fim de a salvar o capitalismo, ou seja, ocorre uma reestruturação da produção capitalista, amparada no modelo da Especialização Flexível ou pós fordista (Clarke, 1991). Consoante, com essa reestruturação produtiva temos a desarticulação e o trabalho de desmonte do Estado de Bem Estar Social, que nesse momento tornou-se obstáculo à reprodução do capital Esse modelo também dá uma significativa mudança no emprego, exacerbando o setor de serviços, bem como, passa a exercer uma pressão mais forte sob a base de energia do trabalho, impondo mudanças organizacionais urgentes e drásticas na organização do trabalho. Contudo, novas ondas de concentração de capital, novos aumentos na escala de produção e aproveitamento da mão-de-obra disponível em grande quantidade restabelecem as condições para se tentar um novo ciclo de valorização acelerada do capital (Belluzzo, 1980, 106-107). Pois, o modelo pós-guerra (calcado no keynesianismo, no capital, no Estado, no taylorismo e no fordismo) se aproxima do seu limite. O trabalho organizado foi solapado para possibilitar a implantação de novas práticas gerenciais e organizacionais em novas áreas, novos nichos econômicos. Essas reformulações implicaram na formação de taxas altas de desemprego estrutural, rápida destruição e reconstrução de habilidades, ganhos modestos de salários reais e o retrocesso do poder sindical (Harvey, 1993). Para aumentar a competição de vendas e eliminação do excedente os capitalistas se obrigaram a racionalizar, reestruturar e intensificar o trabalho, bem como, a incrementação de pesadas doses de inovação tecnológica. A introdução das inovações tecnológicas e organizacionais vêm no sentido de conferir ao capital individual a capacidade de reduzir o valor de seu produto abaixo de seu valor social, esse processo atua na direção de baratear e liberar relativamente a força de trabalho (Mazzucchelli, 1985,54). O objetivo da serie de inovação produtivas, de cariz tecnológicoorganizacional, é exprimir, conter, absorver ou administrar as novas exigências postas pela lógica da valorização. A busca desenfreada de valorização do capital, através da redução do tempo de giro do capital e das inovações produtivas e tecnológicas, expressa tão somente a crise de superacumulação que atinge dimensões globais (Alves, 1996,115). Alves (1996, 116-117) enfatiza que as crises tendem a promover intensos movimentos de transformações produtivas, de reestruturação do capital e do mercado mundial. No bojo da crise nasce também a revolução tecnológica (que incrementa a divisão internacional trabalho), que atinge os diversos setores sociais e assume notáveis proporções. As inovações tecnológicas que foram dando corpo a essa revolução já aconteciam nos “anos gloriosos”, contudo, ela vai atingir novos patamares apenas a partir da década de 70, com as tecnologias da microeletrônica, e dessa forma, acarretará implicações profundas nos processos produtivos, pois atingirá as empresas voltadas para a flexibilidade do trabalho. Para tentar superar a crise da atualidade o capital busca associar-se ao neoconservadorismo, numa prática que busca (re) implantar uma política orientada nas condições de valorizar o capital e por o processo de acumulação novamente em movimento. Conservadorismo esse que tolera uma taxa de desemprego relativamente alta, uma distribuição de renda que sobrecarrega os grupos da população mais pobre e rompe definitivamente com as raízes do Estado de Bem Estar Social, limitando seus principais serviços (Habermas, 1987,110) de proteção. Esse conservadorismo origina-se da lógica de valorização, que segundo Alves (1996,118) aparentemente parecia ter sido domada através de uma série de mecanismo de controle público, as esferas do não valor, principalmente com a instauração do Estado de Bem Estar Social. Entretanto, a partir da nova crise do capital, ela tende a ser resposta com vigor, ameaçando desmontar os vários obstáculos postos pelo movimento social à voracidade do capital em processo. Porém ainda conforme Alves (1996,118) no bojo da nova crise do capital das transformações produtivas, impõemse nos países capitalistas centrais (EUA e Reino Unido), principalmente a partir da década de 80 novas estratégias políticas de dominação burguesa de cariz neoliberal, que tendem a promover, como objetivo deliberado de política econômica, o desemprego e a desigualdade social, tais políticas possuem particularidades nacionais. E as particularidades são especificas de país para país. Na América Latina, assim como no Brasil, por exemplo, essas estratégias políticas de dominação burguesa de cariz neoliberal (Alves, 1996) significam um conjunto de propostas e exigências de credores para o pagamento da divida externa, efetuadas, sobretudo, pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (Baltar, 1996,49). Instituições que tem por objetivo a máxima abertura a importação de bens e serviço e à entrada de capitais de risco, ou seja, tudo em nome da soberania absoluta do mercado auto-regulável nas relações econômicas tanto internas quanto externas (Batista, 1995, p.119). A grande questão é que para impor as estratégias de cariz neoliberal, na América Latina e no Brasil utilizou-se o discurso que se deve aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho, com a retirada de alguns beneficio sociais, entre eles o segurodesemprego e demais empecilhos ao livre jogo das forças de mercado, visto que o problema do desemprego, nesta ótica, é a rigidez do mercado de trabalho (Tavares: 1995, p;70). Os campos de atuação do Movimento Sindical brasileiro frente a crise mundial O resultado dessas estratégias é a enorme destruição de empregos locais em troca da um pequena redução no preço do produto do consumidor e um grande custo fiscal para a sociedade como um todo, e, sobretudo para os próprios consumidores que conseguirem manter-se empregados (Tavares: 1995, p;70). No Brasil, o processo de reestruturação, não foi da mesma intensidade que ocorreu em outros paises da América Latina, apesar de ter recebido as mesmas orientações das agencias internacionais, no inicio da década de 80. O processo teve inicio na Gestão Fernando Collor, final da década de 80. Segundo Tavares (1995, p. 78) essas medidas ocorreram em virtude das ameaças de recessão e pelas perspectivas de diminuição da proteção cambia e tarifária, a grandes empresas reagiram tentando pela primeira vez um ajuste microeconômico, com redução de custo internos, que confirmou a recessão e aumentou o desemprego. Assim, começou a busca de modernização com vista a seguir os mercados internacionais. Essa modernização, entendida como uma soma de medidas gerenciais e inovações tecnológicas aplicadas à automatização da produção, cujo resultado é a redução de custos, a padronização de processos e produtos e o aumento da escala de produtividade, trazem a instabilidade e irá preocupar o movimento sindical, pois este fica frente ao dilema que equaciona em um mesmo processo: desemprego, tecnificação e aumento de produção (Baltar, 1996). Dentro desse contexto de mudança, em que o desemprego passa a ser a grande “fantasma” que assombra a sociedade brasileira, amplia-se e aprofunda-se no interior do movimento sindical brasileiro o debate com relação ao papel da Educação face ao novo contexto produtivo, aos vínculos entre Formação Profissional, trabalho e emprego, e às novas exigências de aumento de escolaridade e de qualificação profissional que recaem sobre os trabalhadores (Souza, Santana e Deluiz, 1999). Nesse sentido, as principais Centrais Sindicais — Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical (FS) — sob o processo de reestruturação produtiva em curso no país, articulam suas ações entre a Educação Geral e a Formação Profissional, e as propostas de qualificação para enfrentar este novo cenário. Essas articulações são formas encontradas pelo movimento sindical a fim de demonstrar sua resistência a esses imperativos do capital, buscando outros campos de atuação, como na definição das políticas publicas para qualificação e requalificação da força de trabalho, sobretudo, daquela colocada no desemprego. Assim cada central em especial a Central Única dos Trabalhadores e a Força, expõem quais são as suas analises frente ao processo em curso. Segundo Souza, Santana e Deluiz, (1999), a CUT enfatiza que diante das especificidades do desenvolvimento capitalista contemporâneo, caracterizado pela difusão das políticas de ajuste neoliberal, de defesa do Estado mínimo e de enfraquecimento da capacidade do Estado no financiamento de diversos serviços, se torna cada vez mais crescente a desqualificação da esfera pública e, em conseqüência, a disseminação de apologias ao plano privado e à descentralização enquanto mecanismos de democratização e de eficiência. Segundo a entidade, os reflexos desse contexto na educação têm levado alguns setores do empresariado a buscarem ajustar a educação aos interesses das empresas, especialmente pela via da elaboração de propostas que visam a colaboração destas com o setor público na área de Educação Básica. Para a CUT, tal situação reflete mais uma investida neoconservadora para implantar critérios empresariais de eficiência, de ‘qualidade total’, de competitividade em áreas incompatíveis com a lógica do mercado e do lucro — como educação e saúde (Souza, Santana e Deluiz, 1999). Dessa forma, conforme a CUT, a proposta de resolver o problema do desemprego através da educação e do ensino profissionalizante resume-se, em uma falácia ideológica, veiculada no discurso de setores governamentais e empresariais. Uma das implicações ideológicas sobre a vinculação da educação à problemática do emprego é apontada pela Central como sendo a noção de Empregabilidade: concepção, que passa a orientar as políticas de Formação Profissional da Nação, condicionando a possibilidade de emprego àqueles que melhor se encontrem adequados às necessidades das empresas e, a um só tempo, que financiem individualmente sua própria formação. (Souza, Santana e Deluiz, 1999). A posição sustentada pela Central é que se deve combater o desemprego através de seus aspectos estruturais, e não por intermédio de propostas que reduzem o ensino profissional ao mero adestramento de mão-de-obra para o mercado. Não obstante, a entidade afirma que elementos mais imediatos do desemprego devem ser enfrentados, mesmo que, para a implantação efetiva de soluções, dependam de mudanças nas políticas públicas. Nessa vertente, a instituição sublinha duas diretrizes aprovadas pelo 5º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT) que apresentaram desdobramentos, embora limitados, no âmbito institucional: a ampliação do atendimento aos desempregados, incluindo um Programa de Requalificação Profissional com o gerenciamento por comissões estaduais tripartites de emprego, e a criação de um Programa de Geração de Emprego e Renda. (Souza, Santana e Deluiz, 1999). Em termos práticos, a Central e/ou seus sindicatos vêm procurando participar de espaços institucionais destinados à deliberações sobre o financiamento de políticas de emprego, como o CODEFAT, o SINE dos Estados e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (Souza, Santana e Deluiz, 1999). Com relação a Força Sindical Souza, Santana e Deluiz, (1999) informam que essa entidade considera que as transformações decorrentes da globalização econômica, em paralelo àquelas que se verificam no mundo do trabalho, acarretam, de um lado, a elevação das exigências em torno da qualificação profissional e do nível de ensino e, de outro lado, tornam o trabalho inacessível para um grande contingente de trabalhadores que não se preparam para tais exigências. No primeiro caso é destacada a importância da Formação Profissional e da escolaridade básica para a Empregabilidade enquanto que, no segundo caso, a precariedade das possibilidades de trabalho, no sentido da expansão da atividade informal, é apontada como resultante do não preparo do trabalhador segundo os novos requisitos do mundo produtivo moderno. Assim, a FS salienta a importância de seu envolvimento na Educação Profissional — produto de uma relação complementar entre a escolaridade básica e a Formação Profissional — a partir da necessidade dos sindicatos criarem condições que corroborem para a empregabilidade do trabalhador. Contudo, a garantia da empregabilidade não é declarada pela FS apenas como dependente das ações sindicais na área da Educação Profissional, mas, também, enquanto ação paralela à criação de políticas públicas de educação, de emprego e de desenvolvimento regional. Por defender uma Educação Profissional, e não necessariamente uma Formação Profissional desarticulada do sistema regular de ensino, a FS reafirma a importância do papel desempenhado pela escola pública, gratuita e de qualidade, de forma a permitir que o trabalhador eleve permanentemente seu patamar de escolaridade (Souza, Santana e Deluiz, 1999). Do ponto de vista das iniciativas concretas da Central na área, é importante destacar seu Programa de Educação Profissional, iniciado em agosto de 1997, que conta com recursos do FAT (FS). Tal programa visa à qualificação e requalificação de trabalhadores em diversos setores da atividade produtiva, através de três linhas de atuação básicas: a realização de Cursos de Qualificação Profissional, o desenvolvimento de Projetos Especiais e a promoção de Seminários. Objetiva, com isto, facilitar sua inserção [a do trabalhador], reinserção e/ou manutenção no mercado de trabalho. Contempla, entre diversos aspectos, o aprimoramento profissional dos participantes e seu acesso aos conhecimentos relativos aos novos processos de trabalho, decorrentes dos avanços tecnológicos em curso no mundo da produção (Souza, Santana e Deluiz, 1999). Tanto que segundo o Ministério do Trabalho (2004) as principais centrais, CUT e Força Sindical têm participação de destaque na captação dos recursos do FAT. Em 2001 a Secretaria de Políticas Publicas e de Emprego, liberou pelo Planfor cerca dos R$189.460.385,54l. Desde montante a Central Única dos Trabalhadores angariou R$30.000.000,00 enquanto a Força Sindical ficou com R$36.000.000,00. Já em 2002 a CUT recebeu R$35.000.000,00 e a FS recebeu R$38.000.000,00 dos R$ R$185.180.000,00. Estes recursos foram distribuídos de acordo com as entidades filiadas as centrais.Com base nesses numero verificamos que tais experiências estão se consumando. 4. Considerações Finais Em linhas gerais, a revisão tem possibilitado a descoberta de varias experiências no sentido de propor formação profissional para os trabalhadores brasileiros. Segundo Manfredi e Bastos (2005) que realizaram pesquisas junto as principais Centrais Sindicais, essas iniciativas estão identificadas em três tipos distintos: a) um primeiro grupo de iniciativas educativas que não se diferenciam dos cursos regulares conveniados, ora com o Senai, Sesc, Sesi etc., ora com os órgãos públicos (governos municipais, estaduais etc.) e entidades assistenciais; b) um segundo grupo de iniciativas que surgem a partir dos anos 90, autônomas em relação às estruturas e propostas institucionais. Tais iniciativas poderiam ser classificadas da seguinte maneira, quanto aos objetivos a que se propõem e ao público a que se destinam: Subgrupo A – iniciativas na perspectiva da chamada "formação contínua", destinadas aos trabalhadores empregados, com o objetivo de capacitá-los para novas qualificações (em decorrência das mudanças tecnológicas e novas formas de organização e gestão do trabalho) e/ou melhorar suas condições de concorrer no mercado de trabalho; Subgrupo B – iniciativas de reciclagem para trabalhadores desempregados; Subgrupo C – cursos técnicos regulares para jovens (em idade escolar) para voltados para os filhos dos associados e abertos à comunidade local; Subgrupo D – cursos de formação profissional, de caráter mais intensivo, destinados à população adulta de baixa renda (de caráter intensivo) na comunidade; Subgrupo E – iniciativas de alfabetização para jovens e adultos; Subgrupo F – iniciativas de formação profissional voltadas para as necessidades da própria organização: programa de cooperativas do Movimento Sem Terra. Essas iniciativas, em termos de abrangência, embora abarquem uma gama diferenciada de propostas e atividades no campo da formação profissional, ficam restritas àquelas promovidas pelos maiores sindicatos dos grandes centros urbano-industriais. c) um terceiro grupo que inclui as escolas estruturadas e reconhecidas pelos órgãos educacionais competentes, mas que, por serem mantidas com recursos de entidades sindicais de trabalhadores, cujas diretorias promoveram discussões políticas sobre sua natureza e função, estão passando por processos de reestruturação e redimensionamento. Idealizadas para atender prioridades político-culturais que fazem parte do horizonte dos trabalhadores, estão sendo reestruturadas com a introdução de inovações curriculares, metodológicas e nas formas de gestão. Tais experiências são recentes e embrionárias, numericamente pouco expressivas, mas revelam a preocupação política dos setores mais organizados do movimento sindical brasileiro de se envolverem com a elaboração de propostas em prol de uma escola popular e pública que atenda aos interesses da classe trabalhadora brasileira, criadas a partir de seus espaços de governabilidade. Contudo, analisamos que tais iniciativas são formas do movimento sindical resistir aos imperativos do capital, que busca cada vez mais, desmobilizar o trabalhador. Porém, estamos analisando essas frentes de resistência, estamos preocupados em analisar como que a Educação Profissional, trabalhada pelas centrais sindicais “está promovendo” a qualificação, uma vez que o quadro geral da formação profissional nos anos 90 foi delineado por uma insuficiente visibilidade, causada pela dificuldade de opções técnicas e pelas incertezas do trabalho e dos aspectos políticos envolvidos (Franco: 1998:126). Alem do mais, tal formação requer uma redefinição do conteúdo da qualificação tanto em relação à base de conhecimentos escolares, quanto às formas de treinamento(Ivernizzi:2000) pois a formação técnica profissional tende a ser decidida no campo técnico – empresarial, ou seja, no mercado. Referências Bibliográficas ALVES, Giovanni – Nova Ofensiva do capital, crise do sindicalismo e as perspectiva do trabalho – o Brasil nos anos noventa. In: TEIXEIRA, Francisco J. S. (org.). Neoliberalismo e reestruturação produtiva: novas determinações do mundo do trabalho. São Paulo, Cortez, Fortaleza, Universidade Estadual do Ceará, 1996. ANTUNES, Ricardo – Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo, Ed. Boitempo, 2000. BALTAR, Ronald – Neoliberalismo, Modernização Empresarial e organização Sindical. In: Revista da ADUEL-Sindiprol. 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