Avisos:
Organização das aulas
Professores (Brum e William)
Material (Livro de aula e Livro de casa)
Leituras obrigatórias!
Aula dada e Aula estudada
Noções
básicas
de literatura
Formas na literatura
Prosa
Poema
X
organizada em
parágrafos
sentido
organizada
em versos
ritmo
CLASSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS LITERÁRIOS
Formas da épica (narrativa): epopeia, romace, novela, conto; Sequência de fatos, relato do
mundo exterior. Importância do narrador.
Formas dramáticas: tragédia, comédia, tragicomédia, farsa. Sem enunciador externo (narrador ou eu-lírico), calcadas no diálogo e nos diversos aparatos técnicos (figurino, cenário, iluminação, palco...)
– GÊNERO LÍRICO
Formas da lírica: soneto, ode, balada e outras versificadas;
eu-lírico expressa sua subjetividade, sentimentos e emoções,
enfim, o seu mundo interior, em tom confessional. É que mais
explora e busca a combinação de palavras e expressões como
forma de valorizar a sonoridade.
ESPECIFICIDADES TÉCNICAS
1. ESTROFES
Ainda que possa conter um único verso, uma estrofe é
formada por um conjunto de versos.
CLASSIFICAÇÃO: número de versos da estrofe
1 – MONÓSTICO
2 – DÍSTICO
Eu agora - que desfecho!
3 – TERCETO
Já nem penso mais em ti...
4 – QUARTETO/QUADRA
Mas será que nunca deixo
5 – QUINTETO/QUINTILHA
De lembrar que te esqueci?
6 – SEXTETO/SEXTILHA
(Mario Quintana)
7 – SÉTIMA/SEPTILHA
8 – OITAVA
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
9 – NOVENA/NONA
Por mares nunca de antes navegados,
10 – DÉCIMA
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
(Camões)
METRIFICAÇÃO
FALA X ESCRITA
ESCRITA – SÍLABA GRAMATICAL:
MUITO OBRIGADO!
MUI – TO – O – BRI – GA - DO!
1
2
3
4
5
6
FALA – SÍLABA POÉTICA/MÉTRICA:
MUITO OBRIGADO!
MUI
MUI
TO
O
TÔ
BRI
GA
DO
BRI
GA
DO
2. VERSOS
Verso é cada uma das linhas que compõem uma estrofe,
sendo classificados conforme:
1. O número de sílabas poéticas que possuem:
– Uma sílaba poética: monossílabos.
Exemplo:
“Pin1 go
d’á1 gua,
pin1 ga,
ba1 te
tua1
má1 goa!”
(Cassiano Ricardo, Pingo d’água)
– Duas sílabas poéticas: dissílabos.
Exemplo:
“Ao1/ tro2 te
Do1/ ba2 io,
Que1/ do2 ce
Lem1/ bran2 ça
O1/ ros2 to
Da1/ mo2 ça
Que1/ mo2 ra
Na1/ se2 rra,
No1/ ran2 cho
De1/ pa2 lha!”
(Ribeiro Couto, Luar do sertão)
– Três sílabas poéticas: trissílabos.
Exemplo:
“Vem1/ aau2/ ro3 ra
Pre1/ ssu2/ ro3 sa,
Cor-1/ de-2/ ro3 sa,
Que1/ se2/ co3 ra
De1/ car2/ mim3.”
(Gonçalves Dias, A tempestade)
CURIOSIDADE:
Elisão: dá-se quando,
num verso, uma palavra termina por vogal
átona e a palavra seguinte inicia por vogal
ou ‘h’ unem-se as duas sílabas numa só.”
– Quatro sílabas poéticas: tetrassílabos.
Exemplo:
“E1/ rau2/ ma3/ ca4 sa
Mui1/ toen2/ gra3/ ça4 da
Não1/ ti2 / nha3/ te4 to
Não1/ ti2/ nha3/ na4 da”
(Vinicius de Moraes, Era uma casa)
– Cinco sílabas poéticas: pentassílabos (redondilha menor).
Exemplo:
“A1/ mar2/ o3/ per4/ di5 do
dei1/ xa2/ con3/ fun4/ di5 do
es1/ te2/ co3/ ra4/ ção5.
Na1/ da2/ po3/ deool4 / vi5 do
con1/ trao2/ sem3/ sen4/ ti5 do
a1/ pe2/ lo3/ do4/ Não5.”
(Carlos Drummond de Andrade, Memória)
– Seis sílabas poéticas: hexassílabos.
Exemplo:
“Há1/ noi2/ te?Há3/ vi4/ da?Há5/ vo6 zes?
Quees1/ pan2/ to3/ nos4/ con5/ so6 me
de1/ re2/ pen3/ te4,/ mi5/ ran6 do-nos?
(Al1/ ma2,/ co3/ moé4/ teu5/ no6 me?)”
(Cecília Meireles. Inesperadamente)
– Sete sílabas poéticas: heptassílabos (redondilha maior).
Exemplo:
“Vou-1/ meem2/ bo3/ ra4/ pra5/ Pa6/ sár7 gada
Lá1/ sou2/ a3/ mi4/ go5/ do6/ rei7
Lá1/ te2/ nhoa3/ mu4/ lher5/ queeu6/ que7 ro
Na1/ ca2/ ma3/ quees4/ co5/ lhe6/ rei7
Vou1-/ meem2/ bo3/ ra4/ pra5/ Pa6/ sár7 gada”
(Manuel Bandeira, Vou-me embora pra Pasárgada)
– Oito sílabas poéticas: octassílabos.
Exemplo:
“Tu1/ pen2/ sas3/ que4/ tu5/ é6/ que7/ és8
A1/ me2/ lhor3/ mu4/ lher5/ do6/ pla7/ ne8 ta,
Mas1/ eu2/ é3/ que4/ não5/ vou6/ fa7/ zer8
Tu1/ doo2/ que3/ te4/ der5/ na5/ ve7/ ne8 ta.”
(Noel Rosa, A melhor do planeta)
– Nove sílabas poéticas: eneassílabos.
Exemplo:
“Não1/ sa2/ beis3/ o4/ queo5/ mons6/ tro7/ pro8/ cu9 ra?
Não1/ sa2/ beis3/ a4/ que5/ vem6,/ o7/ que8/ quer9?
Vem1/ ma2/ tar3/ vo4/ ssos5/ bra6/ vos7/ gue8/ rrei9 ros,
Vem1/ rou2/ bar3-/ vos4/ a5/ fi6/ lha,a7/ mu8/ lher9!”
(Gonçalves Dias, O canto do Piaga)
– Dez sílabas poéticas: decassílabos.
Exemplo:
“Nu1/ me2/ rar3/ se4/ pul5/ tu6/ ras7/ e8/ car9/ nei10 ros,
Re1/ du2/ zir3/ car4/ nes5/ po6/ dres7/ aal8/ ga9/ ris10 mos,
Tal1/ é2,/ sem3/ com4/ pli5/ ca6/ dos7/ si8/ lo9/ gis10 mos,
Aa1/ rit2/ mé3/ ti4/ cahe5/ dion6/ da7/ dos8/ co9/ vei10 ros!”
(Augusto dos Anjos, Versos a um coveiro)
– Onze sílabas poéticas: endecassílabos.
Exemplo:
“Por1/ ca2/ sos3/ de4/ gue5/ rra6/ ca7/ iu8/ pri9/ sio10/ nei11 ro
Nas1/ mãos2/ dos3/ Tim4/ bi5/ ras6 –/ noex7/ ten8/ so9/ te10/
rrei11 ro,
(Gonçalves Dias, I-Juca Pirama)
– Doze sílabas poéticas: dodecassílabos (alexandrinos).
Exemplo:
“Nas1/ lar2/ gas3/ mu4/ ta5/ ções6/ per7/ pé8/ tuas9/ dou10/
ni11/ ver12 so
Oa1/ mor2/ é3/ sem4/ preo5/ vi6/ nhoe7/ nér8/ gi9/ co,i10/ rri11/ tan12 te...
Um1/ la2/ go3/ de4/ lu5/ ar6/ ner7/ vo8/ soe9/ pal10/ pi11/ tan12
te...
Um1/ sol2/ den3/ tro4/ de5/ tu6/ doal7/ ti8/ va9/ men10/ tei11/
mer12 so.”
(Cruz e Sousa, Amor)
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À semelhança ou diferença que
apresentam entre si:
– Versos regulares (ou isométricos): possuem mesma métrica.
Exemplo:
“Na1/ mão2/ do3/ tris4/ te5/ Chi6/ man7 go (7)
Oar1/ vo2/ re3/ does4/ tá5/ no6/ ma7 to; (7)
O1/ ga2/ do...é3/ só4/ ca5/ rra6/ pa7 to; (7)
O1/ cam2/ po... 3/ che4/ io5/ de6/ pra7 ga. (7)
Tu1/ do2/ de3/ pre4/ ssa5/ sees6/ tra7 ga, (7)
No1/ po2/ der3/ deum4/ in5/ sen6/ sa7 to.” (7)
(Amaro Juvenal (Ramiro Barcellos), Antônio Chimango)
– Versos (ou polimétricos): alternância de versos de medidas silábicas diferentes.
Exemplo:
Que¹ / fal² / ta³ / nes4/ ta5/ ci6/ da7/ de8?.../ Ver9/ da10/de. (10)
Que¹ / ma² / is³ / por4 / su5 / a6 / de7 / son8 / rra9?.../ Hon10 ra. (10)
Fal¹ /ta² / mais³ / que4 / se5 / lhe6 / po7 / nha8?... / Ver9 /go10
nha.(10)
O¹ / de² / mo a³ / vi4/ ver5/ se ex6/ po7 nha, (7)
Por¹ / mais² / que a³ / fa4/ ma a5/ e6/ xal7 ta, (7)
Nu¹ / ma² / ci³ / da4/ de on5/ de6/ fal7 ta (7)
Ver¹ / da² / de³ ,/ hon4/ rra5,/ver6/ go7 nha. (7)
(Gregório de Matos)
– Verso livre: apresentam diversas métricas.
Exemplo:
“Mu1/ lhe2/ res3/ vãoe4/ vêm5/ na6/ dan7 do (7)
Em1/ rios2/ in3/ vi4/ sí5 veis. (5)
au1/ to2/ mó3/ veis4/ co5/ mo6/ fei7/ xes8/ ce9 gos (9)
com1/ põem2/ mi3/ nhas4/ vi5/ sões6/ me7/ câ8 nicas.” (8)
(João Cabral de Melo Neto, Poema)
3. RIMAS
Rima é a repetição de fonemas (sons) semelhantes.
Podem ser encontradas ora no final de versos diferentes
(rimas externas), ora no interior de um mesmo verso (rimas
internas), ou mesmo em posições variadas (rimas misturadas), criando um parentesco fônico entre palavras presentes
em dois ou mais versos.
Quanto à sonoridade:
RIMA CONSOANTE: a semelhança se dá entre
consoantes e vogais a partir da vogal tônica
(ou com uma consoante de apoio)
Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;
(Cláudio Manuel da Costa)
Quanto à sonoridade:
RIMA TOANTE: semelhança exclusiva nas vogais
da vogal tônica e da vogal átona pós-tônica.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
(João Cabral de Melo Neto)
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À disposição:
– Alternadas (cruzadas).
“Mas que dizer do poETA (A)
numa prova escolAR? (B)
Que ele é meio patETA (A)
e não sabe rimAR?” (B)
(Carlos Drummond de Andrade, Dados biográficos)
– Emparelhadas (paralelas).
“Minha rica mulatinha
Desvelo e cuidado mEU, (B)
Eu já fora todo tEU, (B)
E tu foras toda minha;”
(Gregório de Matos, Mariquita)
– Interpoladas (polar ou opostas);
“De repente do riso fez-se o prANTO (A)
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espANTO.” (A)
(Vinicius de Moraes, De repente)
– Versos brancos: embora apresentem métrica rígida, não
são rimados.
“‘O1/ rei2/ é3/ vo4/ sso5/ pai6:/ quer7-/ vos8/ fe9/ li10 zes.
Sois1/ li2/ vres3,/ co4/ mo5/ soueu6;/ e7/ se8/ reis9/ li10 vres.
Não1/ sen2/ doa3/ qui4,/ em5/ qual6/ quer7/ ou8/ tra9/ par10
te. ...’”
(Basílio da Gama, O Uraguai)
FORMAS LITERÁRIAS DO GÊNERO LÍRICO
 ELEGIA: composição destinada a exprimir tristeza ou
sentimentos melancólicos, normalmente ligados à morte.
“Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
Ramo da esperança. – Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintila
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, – a inspiração, – a pátria,
O porvir do teu pai! Ah! no entanto,
Pomba, – varou-te a flecha do destino!
Astro, – engoliu-te o temporal do norte!
Teto – caíste! – Crença, já não vives! *...+”
(Cântico do Calvário,
Fagundes Varela)
SONETO: dois quartetos (estrofes de quatro versos) e de
dois tercetos (estrofes de três versos), os sonetos costumam
apresentar versos decassílabos ou alexandrinos.
“Recordo ainda... E nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... Acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...”
(Recordo ainda..., Mário
Quintana)
ODE: expressar os grandes sentimentos da alma humana.
As odes tanto podem celebrar fatos heroicos e religiosos,
quanto o amor ou os prazeres.
 BALADA: feitas para serem cantadas, as baladas baseiam-se no princípio da repetição como forma de facilitar sua
memorização. Deste modo, a mesma ideia ou verso repetese ao término de cada estrofe.
PROSA LÍRICA: também chamada de prosa poética,
mantém o teor eminentemente sentimental da poesia. Neste tipo de prosa, o escritor toma o cuidado de selecionar vocábulos foneticamente semelhantes, de maneira a buscar
nas aliterações e nas assonâncias um texto de intensa musicalidade.
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