A PRAÇA COMO LUGAR DE MANIFESTAÇÕES ARQUITETÔNICAS:
O caso da Praça Marechal Deodoro da Fonseca em Teresina-PI
SILVA NETO, WALBER A.
1. UFPI. Pós-Graduação Práticas Projetuais
Rua Raimundo Portella, 1451, Fátima. Teresina-PI
[email protected]
RESUMO
Este artigo explora a praça como um lugar de caráter social e de convivência, principalmente com a
prerrogativa de que este é sempre um espaço de diversas práticas. Partindo desta afirmação, busca
destacar as praças como palco para as relações de troca entre o homem e o espaço; e lugar de
exposição das relações culturais, configurando este, portanto, como um ambiente onde se pode
observar e compreender o patrimônio arquitetônico existente, à medida que são espelho da sociedade
e cultura, reflexos dos acontecimentos e de trocas. Para tanto, apresenta a Praça Marechal Deodoro da
Fonseca - concebida em 1850 - popularmente conhecida como Praça da Bandeira, localizada na
cidade de Teresina-PI, e exibe as diversas manifestações arquitetônicas ali presentes, compreendendo
os variados estilos arquitetônicos, resultado da ocupação de épocas distintas. Durante muito tempo, a
Praça foi um dos mais importantes lugares de Teresina. Com o passar dos anos, porém, as mudanças
ocorridas na cidade modificaram as relações entre o homem e o espaço, e o uso da praça foi
igualmente se modificando. É nesta praça, portanto, que se encontram algumas das importantes
edificações da cidade, a exemplo das primeiras elevações da capital, como o Mercado Público, o atual
Museu do Piauí, o antigo fórum e a Igreja Matriz da capital piauiense, além de edificações mais
recentes que, também, compõe a paisagem em destaque. O estudo se justifica pela necessidade de se
divulgar o patrimônio no entorno da Praça Histórica - marco zero da capital piauiense ? observando de
que forma, a modernidade ali presente, dialoga com os edifícios históricos. Usar-se-á, para tanto,
dados institucionais e pesquisas bibliográficas para que se obtenha uma análise fiel das edificações
estudadas e para embasamento teórico específico, necessário para melhor elaboração da pesquisa;
levantamento da situação das edificações estudadas, bem como análise de fotografias, para que se
possa comparar o estado atual com o de outrem; além da realização de estudo de casos, para que se
perceba a melhor maneira de expor os fatos que, então, sejam levantados.
Palavras-chave: PAISAGEM CULTURAL; PRAÇA; PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO.
1.0 Paisagem Cultural no contexto da Praça
O presente artigo tem como título: A praça como lugar de manifestações arquitetônicas: O
caso da Praça Marechal Deodoro da Fonseca em Teresina-PI, e como tema o patrimônio
arquitetônico da cidade de Teresina. O trabalho possui como objeto de estudo o conjunto de
obras arquitetônicas de destaque no entorno da Praça Marechal Deodoro da Fonseca, em
Teresina, Piauí.
Tem-se, desta forma, que o estudo aprofundado deste Patrimônio Teresinense é importante,
à medida que expõe a construção da memória e da identidade da cidade, o problema da
heterogeneidade de estilos presentes naquele espaço e, ainda, possibilita a descoberta de
uma “cidade múltipla” que foi resultado de trocas, experiências, vivências, apropriação e uso
do meio.
O presente trabalho, portanto, apresenta uma discussão acerca do patrimônio arquitetônico
no entorno imediato da Praça, procurando compreender as transformações que o sítio sofreu
ao longo dos tempos, além da busca pela preservação da história da cidade, assim como do
significado presente nessas edificações.
A pesquisa, assim sendo, dá-se em meio urbanizado e preexistente, não obstante é preciso
“navegar” na história da cidade de Teresina para que se compreenda a época em que os
imóveis estudados foram erguidos, as características daquela sociedade e suas
configurações, com o objetivo de criar um dossiê que aponte a riqueza deste patrimônio
arquitetônico - seja por suas características ou por sua historia – e, ainda, analisar a existência
destas elevações naquele sítio.
Este trabalho é, desta maneira, um material importante para a compreensão das mudanças
sociais e arquitetônicas que a capital do Piauí sofreu ao longo dos tempos, à medida que
expõe e analisa a memória coletiva que o patrimônio arquitetônico carrega consigo; tem como
propósito, apontar a influência da arquitetura para a sociedade, além de divulgar a sua história
para futuras pesquisas como forma de proteção e conservação dos edifícios para estudo
arquitetônico, histórico, antropológico, dentre outros.
O presente texto aborda, em paralelo, a importância das inúmeras expressões da arquitetura
na construção da “Paisagem Cultural”, termo que surgiu no século XX, ao longo de pesquisas
sobre paisagem, que tem sido estudada há vários séculos. Contudo, para compreender esse
termo, é preciso, inicialmente, entender o que é paisagem, porém, esse conceito depende do
campo de pesquisa ou ainda da disciplina em questão, quando assumirá significados
distintos. Na Geografia, por exemplo, ele se confunde com o próprio conceito de paisagem; na
Arquitetura, por sua vez, a paisagem passa a ser vista como o resultado da organização
espacial incorporada à expressão humana.
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Nesse contexto, a paisagem é analisada sobre vários aspectos, como os saberes, os fazeres,
a cultura imaterial, que formam, junto com a cultura material, a tradição. Todos os aspectos,
materiais e imateriais, estão envolvidos na transformação da paisagem, contudo, existem
outros pontos que interferem na paisagem, como os aspectos simbólicos, da subjetividade
humana, que passaram a ter relevância no final da década de 1960, através do movimento
humanista, uma corrente de pensamento com base no Novo Urbanismo que propõe o homem
como valor central, a não violência e a não discriminação. Este, por sua vez, passou a
valorizar a análise da subjetividade na pesquisa geográfica (Ribeiro, 2007).
Desse modo, o presente trabalho visa esclarecer, ainda, de que forma as manifestações
arquitetônicas presentes no entorno da Praça da Bandeira, interferem na construção da
paisagem cultural da cidade de Teresina. Procura entender, também, como tais expressões
são reflexos das mudanças sociais.
A Praça foi utilizada como objeto de estudo devido à sua importância perante a história da
cidade de Teresina e pelas intervenções arquitetônicas sofridas ao longo dos anos, fator este
que modificou aquele espaço histórico, trazendo novas tipologias e modos de fazer
arquitetura para o logradouro.
Para a concretização dessa pesquisa, procurou-se levantar, a nível teórico, considerações
bibliográficas acerca da história do local, para que se chegasse à assimilação de paisagem
cultural. Realizou-se, também, entrevistas com moradores da cidade, com arquitetos e
historiadores para compreensão do efeito das manifestações arquitetônicas no logradouro e
na vida das pessoas. Ao passo que em todas as etapas do estudo, analisaram-se fotografias
para constatação das informações obtidas.
2.0 Cidades são pessoas
Qualquer que seja o estudo científico desenvolvido por um pesquisador, este deve ser
construído baseado em levantamentos e pesquisas sobre literatura específica. A partir desta
afirmação, a pesquisa que aqui será apresentada foi embasada em estudos preliminares,
complementares, de onde se obtiveram dados e informações que contribuíram para o
entendimento sobre as questões que envolvem o patrimônio histórico cultural da cidade de
Teresina.
É preciso, contudo, salientar que os estudos preliminares servem principalmente para
elaboração, análise do problema, e para embasar as discussões e considerações
construídas, pelo pesquisador, a partir das discussões sobre o tema. Desse modo, faz-se
necessário, apresentar um referencial teórico relacionado ao trabalho aqui apresentado que
busca explicitar de forma clara o entendimento das questões abordadas na pesquisa. Assim,
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este referencial teórico é importante, à medida que serve de ratificação para as interpretações
dos dados coletados na pesquisa e, portanto, auxilia nas conclusões obtidas.
Os conceitos apresentados serão “cidade”, “arquitetura”, “praças”, “patrimônio cultural”e
“paisagem cultural”. Esses termos formam juntos os pontos norteadores deste trabalho e é a
partir deste norte que é desenvolvido todo o estudo.
O primeiro termo abordado é “cidade”, palavra que vem do latim civitas que significa “direito de
cidadão”. Atualmente, a sabedoria popular não foge ao significado da palavra, definindo
cidade como uma área povoada, com ruas, praças, habitação, comércio, onde se encontram
ofertas de emprego, hospitais e o poder público, sendo, portanto, uma sede
político-administrativa.
Este entendimento cria uma ideia de que a cidade é um lugar maquinal, que se desenvolve
principalmente através de uma legislação e quase sempre associada à política. Uma análise
da Constituição Federal Brasileira expõe este o conceito de cidade como um espaço
mecânico conforme dispõe no art. 18, parágrafo 4º:
“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,
far-se-á por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar
federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações
dos Municípios envolvidos, após a divulgação dos Estudos de Viabilidade
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.” (ART. 18 da CF/88)
“Construir” uma cidade, porém, abrange outros aspectos, que não apenas os de caráter
técnicos ou formais, físicos e territoriais. Tem-se desta maneira, que os saberes existentes da
população, a Arquitetura, a Política, Filosofia, Economia, aspectos sociais e o modo de vida
são importantes na formação destes espaços que, por sua vez, os expõe. (Choay, 2006).
Esta abordagem mais complexa apresenta a cidade como um local que ganha novas
definições à medida que são feitas as trocas entre o homem e o meio em que este vive, ou
seja, como um lugar que absorve as características culturais da população e se transforma à
medida que são inseridos ou retirados valores da comunidade.
A cidade é, desta forma, um palco para leitura de toda uma sociedade, uma vez que o
morador da cidade participa de alguma forma da vida pública. Nesta linha, Benevolo (2006),
discute a cidade como uma “organização das experiências”, ou seja, um lugar de tradições,
cultura e troca constante.
A presente pesquisa entende cidade a partir desse ponto de vista e, principalmente, adota o
entendimento de Rossi (1995) em seu livro “A Arquitetura da Cidade”, onde se defende a
cidade como criação humana e, portanto, um espaço vivo e mutável. É, assim, o ambiente
onde se constrói e expõe a historia e a cultura; um espaço de trocas constantes, onde se
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podem constatar os mais variados processos sociológicos e antropológicos. Entende-se,
portanto, a cidade como um ambiente mais involuntário que mecânico, compreendendo que
cidade são pessoas.
A “Arquitetura” presente nesses espaços é, desta maneira, importante não apenas por
materializar um modo de fazer, ou por apresentar técnicas, programas e materiais de uma
época e lugar, mas, também, porque ela é uma forma de ler a sociedade e suas
configurações. Mas, contudo, antes de adentrar neste aspecto, é salutar entender a
complexidade do “fazer” arquitetura como:
“Construção concebida com o propósito de organizar e ordenar plasticamente
o espaço e os volumes decorrentes, em função de uma determinada época,
de um determinado meio, de uma determinada técnica, de um determinado
programa e de uma determinada intenção”. (COSTA, 2010 p.21)
Colin (2000), por sua vez, divide a arquitetura em três segmentos: Arquitetura como profissão,
Arquitetura como produto cultural e Arquitetura como uma arte. No sentindo mais prático,
tem-se uma profissão em que o profissional é capaz de projetar espaços funcionais, belos e
portadores de conforto ambiental. O segundo sentido, antropológico, diz respeito às possíveis
observações, sobre a sociedade, feitas a partir do estudo dos espaços de um determinado
lugar, como exemplo, as alcovas, que eram quartos de dormir sem janelas e com
comunicação para outros quartos, concebidos para privacidade e proteção das mulheres no
período colonial. Como arte, a arquitetura assume um papel de destaque, posto que o valor
estético seja visto como um critério de excelência.
Nesta pesquisa, adota-se a Arquitetura como este misto de arte, ciência e como valor prático,
porque pressupõe uma necessidade de formação para elaborar “a arte da arquitetura” e uma
bagagem cultural. Sobre esta prerrogativa, Colin (2000) considera: “A arte deve ser uma meta;
o produto cultural, um fato compulsório; a profissão, a formação acadêmica, um meio”.
(COLIN, 2000, pg. 23)
É relevante ainda, entender que as cidades não são constituídas apenas de pessoas e
edificações, mas também dos espaços vazios que nelas se apresentam. Desde as
sociedades gregas e romanas, os espaços vazios dentro da cidade eram pensados de forma
projetual, acompanhando a cultura de cada uma dessas sociedades. A àgora, na Grécia, e o
fórum, em Roma, faziam o papel da “praça” nestas civilizações tradicionais. As
transformações sofridas pelas sociedades modificaram a forma de se ver as praças, mas, o
caráter social e de convivência sempre foram mantidos, assim como a ideia de que esta é
sempre um espaço de diversas práticas.
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No Renascimento a praça assumiu papel decisivo na estrutura da cidade e também realizou a
função de destacar um monumento. Era, portanto, importante à medida que passava a
constituir um espaço da cidade e não mais um espaço autônomo. Analogamente, seria uma
peça em um quebra-cabeça que é a cidade. Era um lugar isolado e deveria deixar a cidade à
vista, expondo-a. No entanto, mesmo assumindo características de espaço de encontro,
espetáculos e festas, eram consideradas como espaços privados e de elite. (BENEVOLO,
2003)
A partir dos séculos XVII e XIX, as praças – como se conhece atualmente (ajardinada,
equipada, pavimentada) - se tornam “obrigatórias” na concepção da urbe, assumindo papel de
elemento urbano que funciona como espaço de convivência, contemplação e recreação dos
cidadãos. Já no século XX, os diferentes usos atribuídos às praças fizeram com que estas
assumissem as mais diversas formatações, como palco para manifestações e comércio.
(ROBBA; MACEDO, 2003)
Segundo Lamas (2004), a praça é um elemento intencional e morfológico da cidade, ou seja,
é um elemento de criação das cidades e não acidental. Nestes espaços dão-se as relações de
troca, entre o homem e o espaço, melhores percebidas pelos pesquisadores, uma vez que
são lugares de circulação, intencional encontro, permanência e práticas sociais, além de ser
palco para manifestações culturais que afetam a Arquitetura e o Urbanismo. Mas a praça não
deve ser confundida com um largo, ou um terreiro, por serem, estes, elementos acidentais da
cidade e, portanto, não adquirirem o mesmo significado que a praça, como se percebe em: “A
praça reúne a ênfase do desenho urbano como espaço coletivo de significação importante.
Este é um dos seus atributos principais e que a distingue dos outros vazios da estrutura da
cidade” (LAMAS, 2004 p.102)
Estes locais são vistos nesta pesquisa, também, como um espaço onde se expõe as
diversidades culturais, por estarem estritamente ligada às relações sociais. Desta forma, as
praças são importantes no estudo e compreensão do patrimônio arquitetônico existente no
entorno desta, porque são espelho da sociedade e cultura, reflexos dos acontecimentos e das
trocas existentes.
É a partir desta prerrogativa que o estudo a cerca da “paisagem cultural” se faz cada vez mais
importante para que possamos compreender o meio ao qual fazemos parte, uma vez que
paisagem é a junção de todos os elementos percebidos na natureza e que são modificados
pelo homem, a partir de suas vontades e desejos, ou seja, é um espaço delimitado, uma
natureza criada, um recorte. Assim sendo, tem-se que as expressões humanas incorporadas
à arquitetura formam a paisagem cultural. (FONTENELE; LOPES; MELO; NETO, 2012)
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Esta definição pode ser concluída a partir da chancela da paisagem cultural – mais novo
instrumento de preservação do patrimônio cultural brasileiro - pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pois segundo a portaria n° 127/09 que define a
Paisagem Cultural Brasileira como: “uma porção peculiar do território nacional, representativa
do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana
imprimiram marcas ou atribuíram valores”. (CARTILHA PAISAGEM CULTURAL- IPHAN,
2009)
Estas considerações ratificam a relação entre cultura e paisagem, pessoas e meio-ambiente
na construção da paisagem cultural. É preciso, contudo que se perceba que uma análise
criteriosa deva ser feita antes de apontar paisagens culturais, uma vez que qualquer espaço
onde se estabeleça relação com o homem possa vir a ser uma paisagem cultural.
Os termos ora apresentados estarão presentes no decorrer de todo o trabalho, pois englobam
todas as conceituações necessárias para que se chegue ao melhor entendimento do
problema exposto, de modo que, estes conhecimentos prévios despertam o olhar crítico a
respeito do patrimônio histórico arquitetônico.
É preciso, agora, construir uma consciência madura a cerca do patrimônio estudado e de todo
o processo que levou ao seu entendimento como se apresenta nos dias atuais. Desta forma, o
próximo capítulo deste trabalho se volta para uma análise histórica daquele sítio, além de
estudar com profundidade as diversas expressões arquitetônicas ali instaladas.
3.0 Teresina e a Praça
"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem não
a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se
defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado." (KARL MARX
in Dezoito Brumário de Louis Bonaparte, 1852)
Toda a teoria discutida até aqui, corrobora com a ideia de que a Arquitetura e a cidade estão
associadas, principalmente, com as relações humanas que se desenvolveram ao longo das
gerações nestes territórios. Assim, a Arquitetura é fruto das expressões sociais de uma
determinada cultura, dentro de um contexto temporal da história.
É a partir dessa prerrogativa que se dá a necessidade de estudar o processo de formação da
cidade de Teresina, para que se compreenda e se analise o patrimônio da cidade de maneira
clara, pois é através da História que se pode entender o homem como construtor do próprio
tempo e transformador do meio em que vive e faz relações de troca.
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3.1 A nova capital do Piauí
Santos e Kruel (2009), contam que, em 1718, o capitão Domingos Afonso Mafrense, principal
colonizador da sesmaria que hoje forma o território piauiense, a ocupou de forma diferente
dos demais territórios nordestinos. Isto porque, a região se desenvolveu graças à ação dos
padres jesuítas que, por sua vez, desenvolviam a pecuária, assim, a colonização do Estado
do Piauí deu-se do interior para o litoral.
No início daquele século, o Piauí foi elevado à categoria de Capitania separando-se da
Capitania do Maranhão e, em 1762, após a carta régia que autorizava a criação de vilas na
Capitania, a Vila da Mocha – onde se desenvolvia uma população instalada próxima à
paróquia de Nossa Senhora da Vitória – se transformou em capital do Piauí e recebeu o nome
de Oeiras.
O local foi escolhido porque, por se localizar na parte central da Capitania, acreditava-se que
se tornaria um ponto estratégico para sua administração, facilitando a comunicação e
transporte de produtos entre o sul e o norte piauiense. No entanto, a economia do estado se
matinha de subsistência, com a pecuária e a agricultura estagnadas e outras riquezas não
exploradas. (BRANDÃO, 1995)
Poucos anos depois, em 1798, deram-se as primeiras manifestações para a mudança da
capital do Piauí, quando em, 8 de abril e 19 de agosto, o então governador João Amorim
Pereira, encaminhou ofícios ao ministro, D. Rodrigo de Sousa Coutinho pedindo a
transferência da sede da capitania para a Vila de São João da Parnaíba, situada no litoral, que
pela proximidade com o mar facilitaria o escoamento das produção da capitania para outras
localidades; ou ainda para próximo do Rio Poti e do Rio Parnaíba. (DIAS, 2008)
A dificuldade da comercialização e da comunicação dentro e fora da província eram os pontos
principais que alegavam os “pró-mudança” para a transferência da capital, que, segundo eles,
deveria ser instalada próxima ao rio Parnaíba, o que, pois facilitaria a comunicação e
transporte de produtos.
Os que eram “contra mudança” alegavam “o enorme encargo para o tesouro local. A verdade
é que, assim, Oeiras deixaria de receber verbas federais e poderia entrar em crise,
prejudicando a elite política”. (SANTOS; KRUEL, 2009 p.89)
Embora, a ideia do governador fosse a mesma dos seus antecessores, a mudança não
aconteceu e só se voltou a ser discutida em 1816, na administração de Baltazar de Souza
Botelho de Vasconcelos, que também indicava a vila de São João da Parnaíba como nova
capital.
Contudo, em 1845, sancionou-se a lei que transferia a capital não para São João da Parnaíba,
mas para a Vila de São Gonçalo, atual Regeneração, que não foi executada, pelo então
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presidente da província Zacarias de Goés. Foi então em 23 de agosto de 1849 que se
autorizou a transferência para uma nova vila no município do Poti, que, embora tenha sido
revogada no ano seguinte, despertou em José Antônio Saraiva – que assumiu a presidência
no mesmo ano – o interesse em conhecer a vila. (DIAS, 2008)
As condições insalubres da região, porém, não permitiram que a transferência da capital
acontecesse e foi preciso uma nova proposta de mudança da sede da capitania, agora para
um lugar mais alto, o que evitaria as enchentes provocadas pelos rios Poti e Parnaíba. Em
1850, o presidente da capitania autorizou a construção da Matriz de Nossa Senhora do
Amparo na barra do Poti e foi então que:
“No dia 14 de agosto de 1852, Saraiva chegou a Teresina. Com rapidez
admirável Saraiva instalou as repartições públicas na nova capital. Mandou
ofício para cada presidente de província, a 16 de agosto de 1852,
comunicando a transferência da capital e do corpo administrativo”. (SANTOS;
KRUEL, 2009 p.91)
Segundo Brandão (1995), a importância da transferência da capital para a Chapada do
Corisco – como era chamada a capital naquela época – se dava pela proximidade com o mar,
pela possibilidade de navegação fluvial pelo Rio Parnaíba, além das áreas férteis para
agricultura. Saraiva, então nomeou o mestre-de-obras, João Isidoro França para edificar os
prédios públicos e projetar o traçado da nova cidade – nomeada Teresina, em homenagem à
imperatriz do Brasil, D. Teresa Cristina – que segundo Lima (2011), teve como modelo de
ocupação um traçado ortogonal de ruas não hierarquizadas, contendo um total de cem
quarteirões, dos quais trinta destas foram destinados a logradouros ou prédios públicos que
deveriam situar-se no entorno da Igreja Matriz, na antiga Praça da Constituição, atual Praça
Marechal Deodoro da Fonseca.
3.2 A história da Praça Marechal Deodoro da Fonseca.
A história da Praça Marechal Deodoro da Fonseca, ou como é mais conhecida, Praça da
Bandeira (IMAGEM 1), se confunde com a própria história da cidade de Teresina, pois foi
neste local que o então presidente da província do Piauí mandou edificar, no ano de 1850, a
Matriz de Nossa Senhora do Amparo, primeira edificação da capital.
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Imagem 1- Evolução Histórica da Praça da Bandeira
Fonte: IPHAN, modificado pelo autor
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O mapa traçado por Saraiva para implantação da nova capital, contava com a demarcação de
um grande largo em frente à igreja matriz, era o início da Praça da Bandeira, na época
chamada de Praça da Constituição, Praça do Palácio ou Largo do Amparo.
Durante muito tempo a Praça foi um dos mais importantes pontos da cidade, era ali que se
desenvolviam as mais variadas formas de relações sociais que constituíam uma importante
ponte de integração urbana da capital mafrense.
Com o passar do tempo, porém, as
mudanças ocorridas na cidade, modificaram as relações entre o homem e o espaço, e o uso
da praça foram se modificando também.
É nesta praça, portanto, que se encontram algumas das mais importantes edificações da
cidade, pois é nela que se pode observar as primeiras edificações da capital, como o Mercado
Público, o atual museu do Piauí, o antigo fórum e a Igreja Matriz, além de edificações mais
recentes que, também compõe a paisagem em destaque.
Como dito, no entorno deste espaço foram erigidas as mais variadas construções, resultado
da ocupação de épocas distintas, como a Escola Normal, atual prefeitura da cidade de
Teresina, caracterizada pelo estilo neoclássico; o Mercado Público Municipal e, bem mais
recente, os edifícios do Ministério da Fazenda, em estilo moderno e do contemporâneo
Shopping da Cidade – este último trata-se de edificação construída pela prefeitura para
abrigar os camelôs que ocupavam o centro da capital.
Deste modo, é preciso apontar o caráter institucional revelado pelo largo desde a sua
implantação, funcionando como local de contato com as demais regiões do país. Anjos e
Soares (2010), contam ainda que era ali o local onde se realizavam as principais atividades de
cunho laico e religioso, funcionando como local de passagem e principalmente como espaço
cívico, por estar situado no centro dos principais órgãos administrativos, religiosos e culturais
da época.
A Praça da Constituição, no entanto, não recebia atenção por parte do governo, o que só veio
acontecer no início do século XIX, quando esta teve suas delimitações definidas por passeios
públicos e instaurou-se uma política de saneamento na capital.
No entanto, foi só no século seguinte, mas especificamente no governo de Getúlio Vargas que
a Praça recebeu a devida atenção por parte do poder público, que tinha a intenção de
modernizar os espaços públicos. No entanto, a partir desta época algumas edificações foram
dando lugar a outras mais modernas, alterando a paisagem do largo.
Nos anos 1970 e 1980, as mudanças foram mais significativas, principalmente após o
cerceamento da praça, o que gerou uma mudança na forma de se relacionar com o espaço.
Foi nesta época também que houve a demolição do prédio da Secretaria de Fazenda, para
que houvesse uma integração com a Praça Rio Branco, no entanto, a demolição deu lugar ao
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atual prédio do Ministério da Fazenda, que se difere totalmente dos demais prédios do
entorno.
Desde os anos 1990, a Praça Marechal Deodoro da Fonseca apresenta-se como uma zona
de conflito econômico e social. Anjos e Soares (2010) apontam o tráfego em volta da Praça,
assim como o cerceamento, como responsáveis por esses conflitos, que criam dois espaços
distintos, o interior da praça e a zona periférica.
4.0 A PRAÇA MARECHAL DEODORO DA FONSECA COMO LUGAR
DE MANIFESTAÇÕES ARQUITETÔNICAS
A praça, como marco inicial de fundação da cidade, guarda edificações e valores importantes
na construção da identidade local, contudo, é preciso flanar pela história e apresentar as
edificações e mudanças ocorridas ao longo dos tempos, neste espaço, para que se entenda
melhor o contexto a ser discutido.
Desde a fundação da cidade, a praça assumiu papel de destaque na malha urbana, pois foi o
local onde se implantou a Igreja Matriz, o Poder Municipal e o Mercado Público, ou seja, o
espaço central de grande troca com a população. Foi a partir deste largo que se partiram,
simetricamente, os quarteirões que formaram a cidade.
A Praça possuiu vários nomes, desde sua criação, como Largo do Amparo, Praça da
Constituição, e, por fim, Praça Marechal Deodoro da Fonseca, mas é por Praça da Bandeira,
que ela é conhecida pelos populares locais. É preciso não confundir, porém, a Praça da
Bandeira com o Parque da Bandeira, área arborizada da praça, que contava com viveiros, de
criação do prefeito Lindolfo Monteiro. O acervo arquitetônico (IMAGEM 2) que se encontra no
entorno da praça, contribui de forma enfática para construção da memória teresinense.
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Imagem 2 - Planta da Praça da Bandeira com Destaques para Principais Edificações, trazendo seus usos atuais.
Fonte: Prefeitura de Teresina, editado pelo autor
As construções que aqui se encontram, marcam a época da fundação da nova capital
piauiense, mas também as transformações que a cidade foi sofrendo ao longo dos anos.
Exemplares que mesclam traços da arquitetura tradicional, com características do
Neoclassicismo, juntam-se a outras mais recentes como o Art-Decó, o Modernismo e edifícios
da própria contemporaneidade.
O que se vê, portanto, é um entorno heterogêneo e bastante modificado, mas que preserva
algumas importantes características que tornam a praça um exemplar da maior importância
para a perpetuação da história de Teresina.
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Algumas edificações, embora modificadas, também carregam consigo as mudanças
ocorridas na sociedade, o que as tornam tão importantes quantos aquelas mais preservadas.
Para melhor compressão do tema aqui exposto, foram escolhidas duas obras para discussão,
sendo elas: 1) Teatro de Arena, inaugurado em 1965; e 2) Igreja Matriz da Cidade. Para
compreensão
destas
produções,
foram
analisadas
separadamente
suas
plantas,
características e imagens para uma posterior discussão sobre as mesmas. Tais obras foram
escolhidas pelas suas características distintas e marcantes, que bem expõe a variedade
arquitetônica do local.
5.1 Teatro de Arena
O Teatro de Arena (IMAGEM 3), com capacidade para 3000 pessoas, está localizado no canto
inferior direito da praça, foi inaugurado em 5 de novembro de 1965, no governo de Petrônio
Portela e é o mais tradicional teatro ao ar livre de Teresina, sendo utilizado para apresentação
de espetáculos populares e comemorações diversas da capital, como o festival de Violeiros.
(PMT, 2013).
Com influência romana, o teatro adota os princípios da Escola Carioca1 que se baseia na
teoria de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, buscando alternativas climáticas para a produção a
exemplo da estrutura do telhado, que possui uma inclinação considerável caracterizado como
“telhado-borboleta”, favorecendo para melhor acústica do local. O teatro possui forma
inspirada no Teatro Afonso Gonzaga, do arquiteto Afonso Reidy.
Imagem 03: Teatro de Arena, Teresina
Fonte: Teresina, 2014
1
Escola Carioca - Trata-se originalmente da obra produzida por um grupo radicado no Rio de Janeiro que cria um
estilo nacional de arquitetura moderna. Caracteriza-se pela combinação de volumes e composição variada com
curvas e diagonais retas, lançando mão de uma plasticidade que não se vê na arquitetura moderna de outros países.
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Analisando a planta, percebemos a soluções arquitetônicas empregadas, como um fosso que
limita a caixa cênica, além de uma solução bem resolvida na parte de apoio - que se divide em
dois lados simétricos - contando com camarins com banheiros e um depósito construído no
ano de 1990.
Percebe-se, também, que as paredes laterais do volume que são revestidas com painéis de
azulejos com desenhos geométricos, os quais rememoram o calçadão de Copacabana da
cidade do Rio de Janeiro.
O projeto apresenta composição entre soluções em planta simples com um volume com
solução plástica arrojada, composto por justaposição da concha acústica com a area de
serviço ao fundo.
5.2 Igreja Nossa Senhora do Amparo
O erguimento da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, que teve sua pedra fundamental
lançada no dia 25 de Dezembro de 1850, marca o início da construção da cidade de Teresina
como aponta Monsenhor Chaves em “Teresina nasceu nos braços da Igreja Católica”
(NUNES in CADERNOS DE TERESINA nª 2, 1988 p.1). Dois anos depois a Igreja foi entregue
à população, mas só contava com a Capela-Mor e as sacristias laterais.
A análise cronológica dos fatos nos permite afirmar que o Templo foi o primeiro prédio a ser
construído na cidade de Teresina e é válido mencionar que a construção da Igreja foi
financiada pelo Governo da Província, por doação do Imperador Dom Pedro II e por doações
da própria população local, fator que contribui para a demora da construção do templo.
Frisa-se, ainda, a dificuldade de se encontrar materiais adequados para execução da obra, a
própria escolha do terreno, sem muita resistência, devido à proximidade com o rio, e a falta de
mão-de-obra capacitada. “Esses problemas colocaram em risco a solidez do prédio e sua
própria aparência, considerada acanhada e desagradável, segundo relatos de engenheiros
da época” (SILVEIRA, 2003 p.7)
Em 1857, o então presidente da província, Dr. João José Junqueira, resolve continuar as
obras da Igreja, mas de uma forma “mais sólida, majestosa e digna” (SILVEIRA, 2003 p.7). Foi
a partir desta e de outras retomadas das obras que a Igreja assumiu as características que
hoje apresenta, podendo-se catalogá-la como um exemplar da Arquitetura Eclética. Pode-se,
então, apontar as torres alongadas e os portais com frisos, rosáceas e vitrais como uma
característica neogótica da edificação, os arcos plenos encontrados na fachada como
influência da arquitetura colonial, dentre outras manifestações.
As décadas de 1870, 1880 e 1890 foram marcadas pela falta de recursos para que se
fizessem os reparos necessários para manutenção da Igreja e conclusão da obra, o que
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culminou no desabamento de uma de suas torres nesta última década citada e que foram
reerguidas mais tarde, quando o Governador Taumaturgo de Azevedo ordenou que fossem
feitos reparos nos telhados e na estrutura interna e externa da edificação, antes que esta
fosse entregue para a Igreja Católica, separada do Estado em 1889. (SILVEIRA, 2003)
Foi somente no centenário da Igreja, em 1940, que se construiu uma nova fachada (IMAGEM
4), atendendo aos anseios da população e dos profissionais de engenharia, dando ao Templo
Religioso um aspecto mais imponente e majestoso. Foram, portanto, demolidas as torres
inacabadas, feitas novas fundações e instaladas duas cruzes nas novas torres que eram
iluminadas durante a noite.
Imagem 4 - Fachada da Igreja do Amparo
Fonte: FUNDAC, editado pelo autor em 2013
Atualmente, a Igreja assemelhasse às Igrejas Cristãs Primitivas, que se formam a partir de
uma nave central, acompanhada das naves laterais. Uma análise de planta mostra,
paralelamente, a simplicidade do projeto arquitetônico da mesma.
É relevante mencionar que a Igreja encontra-se dentro da Zona de Proteção 1 (ZP1) criada
pela lei complementar da preservação ambiental e patrimonial nº 3.563, de 20 de outubro de
2006.
6.0 Conclusão
A pesquisa aqui apresentada foi desenvolvida objetivando a análise da Praça Marechal
Deodoro da Fonseca com enfoque nas produções arquitetônicas ali presentes, para que se
chegasse a uma análise a respeito da construção do patrimônio daquele espaco. Assim, a
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análise mostrou que a Praça é um dos mais importantes logradouros de Teresina, no que se
refere à constituição de um bem cultural e histórico da cidade, desta forma, o acervo
arquitetônico do seu entorno é de igual importância para a construção da historia da
arquitetura teresinense.
O presente trabalho não pretende ser conclusivo, mas busca auxiliar na promoção da
educação patrimonial, bem como no resgate da memória da cidade de Teresina, tão
importante para a construção da Memória de Identidade do seu povo.
Referências
BENEVOLO, L. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2003.
CHOAY, F. A Alegoria do Patrimônio. São Paulo: UNESP, 2006
COLIN, S. Uma Introdução à Arquitetura. Rio de Janeiro: UAPÊ, 2000
DIAS, C. de C. Piauhy das origens à nova capital. Teresina: Nova Expansão Gráfica e
Editora LTDA. Piauí, 2008
NUNES, M. C. S. de A. Teresina e o Espaço Sagrado in Cadernos de Teresina. Teresina:
Prefeitura Municipal de Teresina, 1988
RIBEIRO, R. W. Paisagem Cultural e Patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN/COPEDOC, 2007
ROBBA, F; MACEDO, S. S. Praças Brasileiras. São Paulo: Publifolha, 2003
ROSSI, A. A Arquitetura da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995
SANTOS, G; KRUEL, K. História do Piauí. Teresina: Zodíaco, 2009.
SILVEIRA, A. L. R. C. da A Igreja do Amparo. Teresina: ICF ED., 2003
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