Responsabilidade Social e Ambiental
A tomada de consciência do problema ambiental
(Marcos importantes)
Desenvolvimento sustentável
Módulo I
Prof. Paulo R. de Carvalho.
Ano
Acontecimento
Observação
1962
Livro Primavera Silenciosa por Rachel
Carson.
Evidenciava os perigos do inseticida DDT
(EUA).
1968
Criação do Clube de Roma.
Organização informal cujo objetivo era
promover o entendimento dos aspectos
econômicos, políticos, naturais e sociais como
interdependentes.
1972
Publicação do livro Os Limites do
Crescimento.
Informe apresentado pelo Clube de Roma
alertando sobre a escassez dos recursos
naturais.
1972
Conferencia das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente Humano em Estocolmo,
Suécia.
Primeira manifestação dos governos de todo o
mundo com as conseqüências da economia
sobre o meio ambiente. Foi criado o Programa
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
(PNUMA).
1977
Ocorre em Tbilisi, na Geórgia (ex- União
Soviética), a primeira conferencia
intergovernamental sobre Educação
Ambiental.
O objetivo principal era suscitar o compromisso
dos governos no sentido da instituição da
Educação Ambiental como área prioritária nas
políticas nacionais.
1980
I Estratégia Mundial para a Conservação.
A União Internacional para Conservação da
Natureza (IUCN) com a colaboração do
PNUMA e WWF, adota um plano de longo
prazo para conservar os recursos naturais.
(pela primeira vez aparece o conceito
de Desenvolvimento Sustentável)
Ano
Acontecimento
Observação
1983
É formada pela ONU a Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD)
Presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro
Harlem Brundtland, tinha como objetivo examinar as
relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento e
apresentar propostas.
1987
É publicado o informe Brundtland, da
CMMAD, o “Nosso Futuro Comum”.
Um dos mais importantes sobre questão ambiental e
desenvolvimento.
Vincula estreitamente economia e ecologia e
estabelece o eixo em torno do qual se deve discutir o
desenvolvimento, formalizando o conceito de
Desenvolvimento Sustentável.
1992
Conferencia das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou
Cúpula da Terra. ECO-92
Realizada no Rio de Janeiro, constitui-se no mais
importante foro mundial já realizado. Definiu-se mais
concretamente o modelo de desenvolvimento
sustentável.
Participaram 170 Estados, aprovando a Declaração do
rio e mais quatro documentos, entre eles a Agenda 21.
2002
Cúpula Mundial sobre o
Desenvolvimento Sustentável – Rio +
10, realizada em Johannesburgo
Examinar se as metas propostas da Rio-92 foram
alcançadas e reiterar o compromisso com o
desenvolvimento sustentável.
2007
Conferencia das Nações Unidas sobre
Alterações Climáticas, em Bali, na
Indonésia.
O chamado Mapa do Caminho define um roteiro com
os princípios que vão guiar as negociações do regime
global de mudanças climáticas, o qual sucederá o
Protocolo de Kioto (Setembro/1977/Japão).
Um conceito inicial: MEIO AMBIENTE
O economista francês Ignacy Sachs (1986, p.12) conceitua
ambiente ou meio ambiente como a articulação entre
três subconjuntos: o meio natural, as tecnoestruturas
criadas pelo homem e o meio social.
Ambiente, portanto, abrange o equilíbrio dos recursos
naturais com os processos sociais. A partir do
reconhecimento dessas inter-relações, Sachs defende
que o ambiente é uma dimensão do desenvolvimento e
que, por meio das técnicas disponíveis, o homem
transforma os recursos em produto apropriado ao
consumo e à reprodução social.
Desenvolvimento Sustentável
A Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento – UNCED, considera que:
“desenvolvimento sustentável é aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer
a possibilidade de as gerações futuras atenderem as
suas próprias necessidades.”
Leff (2001) ressalta que desenvolvimento
sustentável:
[...] problematiza as próprias bases da
produção; aponta para a desconstrução do
paradigma econômico da modernidade e para a
construção de futuros possíveis, fundados nos
limites das leis da natureza, nos potenciais
ecológicos, na produção de sentidos sociais e
na criatividade humana. (LEFF, 2001, p.17)
As dimensões da sustentabilidade:
Econômica / Social / Ambiental
• Do ponto de vista ECONÔMICO
- Prevê que as empresas têm que ser economicamente
viáveis.
- Seu papel na sociedade deve ser cumprido levando em
consideração esse aspecto da rentabilidade = dar retorno
ao investimento realizado pelo capital privado.
As dimensões da sustentabilidade:
Econômica / Social / Ambiental
•
Do ponto de vista SOCIAL
- Deve satisfazer aos requisitos de proporcionar as
melhores condições de trabalhos aos seus
empregados;
- Procurar contemplar a diversidade cultural existente
na sociedade em que atua;
- Propiciar oportunidade aos portadores de necessidades especiais
de modo geral;
- Seus dirigentes devem participar ativamente das atividades
socioculturais de expressão da comunidade que vive no entorno
da unidade produtiva.
As dimensões da sustentabilidade:
Econômica / Social / Ambiental
• Do ponto de vista AMBIENTAL
- Deve a organização pautar-se pela eco-eficiência dos
seus processos produtivos, adotar a produção mais limpa,
oferecer condições para o desenvolvimento de uma
cultura ambiental organizacional;
- Adotar uma postura de responsabilidade ambiental,
buscando a não-contaminação de qualquer tipo de
ambiente natural;
- Procurar participar de todas as atividades patrocinadas
pelas autoridades governamentais locais e regionais no
que diz respeito ao meio ambiente natural.
Sustentabilidade
FUTURIDADE
NATUREZIDADE
SOLIDARIEDADE COM
FUTURAS GERAÇÕES
PARTICIPAÇÃO
EMPODERAMENTO DA
SOCIEDADE NAS
DECISÕES QUE AFETAM
SUAS VIDAS
PROTEÇÃO E
CONSERVAÇAO
DA NATUREZA COMO
PERTENCIMENTO
ACESSO DE TODOS ÀS
CONDICOES BÁSICAS
DE VIDA
EQÜIDADE
Administração Ambiental e o Gerenciamento Ecológico
Para Callenbach (1993), a administração ambiental está
associada à idéia de resolver os problemas ambientais em
benefício da empresa. Ela carece de uma dimensão ética e
suas principais motivações são a observância das leis e a
melhoria da imagem da empresa.
Já o gerenciamento ecológico é motivado por uma ética
ecológica e por uma preocupação com o bem-estar das
futuras gerações. Seu ponto de partida é uma mudança de
valores na cultura empresarial.
Administração Ambiental e o Gerenciamento Ecológico
Quanto ao gerenciamento ecológico, Capra apud Callenbach (1993) diz
que envolve a passagem do pensamento mecanicista para o pensamento
sistêmico. Um aspecto essencial dessa mudança é que a percepção do
mundo como máquina cede lugar à percepção do mundo como sistema
vivo. Essa mudança diz respeito à nossa percepção da natureza, do
organismo humano, da sociedade e, portanto, também à nossa percepção
de uma organização de negócios.
As empresas, para Capra apud Callenbach (1993), são sistemas vivos,
cuja compreensão não é possível apenas pelo prisma econômico. Como
sistema vivo, a empresa não pode ser rigidamente controlada por meio
de intervenção direta, porém, pode ser influenciada pela transmissão de
orientações e emissão de impulsos. Esse novo estilo de administração é
conhecido como administração sistêmica.
As empresas e os desafios para se tornarem empresas cidadãs:
O primeiro deles, segundo Vassallo (2000), é o desafio operacional.
Uma empresa responsável pensa nas conseqüências que cada uma de
suas ações pode causar ao meio ambiente, a seus empregados,
à comunidade, ao consumidor, aos fornecedores e a seus acionistas.
De nada adianta investir milhões em um projeto comunitário e poluir os
rios próximos de suas fábricas ou dar benefícios e oportunidades a seus
funcionários e não ser transparente com seus consumidores, ou ainda
preservar florestas no Brasil e comprar componentes de um fabricante
chinês que explora mão-de-obra infantil.
Conceituando Responsabilidade Social e Ambiental:
Responsabilidade Social é a integração voluntária pelas empresas das
preocupações sociais e ambientais nas suas atividades comerciais e nas
suas relações com todas as partes. É complementar das soluções
legislativas e contratuais a que as empresas estão ou podem vir a estar
obrigadas e que se aplicam a questões como, por exemplo, o
desenvolvimento da qualidade de emprego, a adequada informação,
consulta e participação dos trabalhadores, bem como o respeito e a
promoção dos direitos sociais e ambientais e a qualidade dos produtos e
serviços.
Trata-se, segundo o Parecer de Iniciativa sobre a Responsabilidade
Social (2003), de uma noção compreensiva e abrangente, que se situa mais
no âmbito das boas práticas e da ética empresarial e da moral social do que
no dos normativos jurídicos.
Conceituando Responsabilidade Social e Ambiental:
Uma noção compreensiva e abrangente, que se situa mais no âmbito das
boas práticas e da ética empresarial e da moral social do que no dos
normativos jurídicos. Abrange aspectos tão diversos como os que vão da
gestão de recursos humanos e da cultura de empresa até a escolha dos
parceiros comerciais e das tecnologias. Implica, pois, uma abordagem
integrada das dimensões financeira, tecnológica, comercial, deontológica e
social da empresa, tanto mais quanto ela é, na sua essência, uma
comunidade de pessoas ao serviço do bem comum.
O Livro Verde (2001) diz que a responsabilidade social das empresas é,
essencialmente, um conceito segundo o qual as empresas decidem, numa
base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um
ambiente mais limpo.
Conceituando Responsabilidade Social e Ambiental:
Fonte: www.copesul.com.br
REFERENCIAS:
SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo:
Vértice, 1986.
CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecológico – Eco-Manangement –
Guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecológica e Negócios
Sustentáveis. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993.
VASSALLO, C. Um novo modelo de negócios. Guia de boa cidadania
corporativa. Revista Exame. São Paulo – SP: nº 728, p.08-11, 2000.
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